É um bom entretenimento, mas está muito abaixo de qualquer filme do Universo Marvel. Aliás, assisti com a minha família e durante todo momento a gente lembrava do "Homem-aranha 2", de Sam Raimi, que tinha charme, romance, bom humor, aventura e um herói carismático sem forçar a barra. E isso que minha família nem é chegada em filmes de super-herói.
Espero que o personagem evolua nos próximos filmes solo.
Nos primeiros minutos de filme, eu me senti incomodado com o sotaque dos personagens. Eu, como gaúcho, senti que alguns atores estavam forçando a barra para parecerem sulistas. Com exceção do Werner Schunemann, não tivemos atuações que se pudessem dizer de alto nível. Algumas podem ser consideradas até muito fracas, como a do Anderson Simões, que interpretou "Milonga".
Todavia, a história é interessante, poética e espirituosa. Apesar de algum excesso na suposta boa vontade e valores de liberdade dos farroupilhas (coisas que os estudos atuais já demonstram que não eram bem assim), no final se tem um saldo positivo.
Acho que vale a pena conferir. Mas, com certeza, o filme deixa muito a desejar. Presumo que com um orçamento mais generoso, "Netto Perde a Sua Alma" poderia ter sido um grande filme nacional.
Ouvi muita crítica positiva antes de ver o filme e quando finalmente fui conferir não achei tudo isso, não.
O personagem principal, T'Challa, parece ter um carisma forçado, tanto que as meninas coadjuvantes parecem bem mais legais e chamam mais atenção que ele.
Gostaria que o desenvolvimento do Killmonger fosse aprofundado. O personagem parece ter uma motivação ideológica muito complexa para tudo ser apresentado em um punhado de falas. Senti que houve desperdício nesse ponto.
Alguns atores têm mais talento do que foi apresentado em cena como, por exemplo, Forrest Whitaker e Daniel Kaluuya. Um indício de que os roteiristas e/ou diretor simplificaram demais as coisas quando poderiam ter oferecido uma obra mais completa.
Os pontos fortes são a mensagem contra o racismo e também a trilha sonora, que é fabulosa. A fotografia é muito bem composta em algumas cenas. O CGI peca bastante em alguns pontos.
1) O filme é bom? Sim, muito. Não tive arrependimento de gastar para ir ver o filme no cinema. O 3D é ótimo, as cenas de batalha são memoráveis e a história consegue prender a atenção. Você nem sente as 2 horas e meia passarem.
2) As mortes são impactantes? Não, exceto a da Gamora e do Visão que têm um pouco mais de carga dramática. E mesmo assim, o próprio filme dá a entender que há como reverter todas as perdas na história. Por isso, meu choque com o final foi zero.
3) Marvel deixou de ser cagona para colocar heróis para viverem riscos no cinema? Não. A Marvel tenta ousar, mas deixa sempre muito claro que tudo é reversível e que no final teremos um desfecho feliz.
4) Qual a melhor cena? Homem de Ferro, Homem Aranha, Doutor Estranho e Guardiões da Galáxia versus Thanos em Titã.
5) O filme equilibra bem a história dos personagens? Essa era uma preocupação devido à grande quantidade de heróis em tela. Eles são reunidos em pelo menos quatro grupos e colocados em tarefas diferentes. Os quatro núcleos são bons de acompanhar, mas uns são mais interessantes que os outros.
6) Há algo chato que deixe o expectador irritado? Sim, pelo menos para mim. Tantos arcos que são possíveis de desenvolver e eles resolvem criar um Hulk que não quer lutar. Achei ridícula essa subtrama. Também me senti profundamente incomodado com o Homem-Aranha agindo como se fosse um pupilo/fanboy do Homem de Ferro. Gostaria que houvesse mais independência do personagem em relação ao Tony Stark.
7) E o humor do filme? As piadinhas já são marca registrada do MCU. Algumas são legais, mas outras se tornam exageradas em cena, apesar do público rir bastante. Temos uma cena em que Gamora está muito preocupada fazendo um pedido de forma eloquente a Peter Quill. A carga dramática da cena é quebrada por alguns minutos de gracinhas de Drax. Achei um inserção desnecessária, por exemplo.
8) Qual o melhor herói em cena? Doutor Estranho é o melhor, sem dúvidas.
9) Thanos é um vilão que estão falando que é? Sim, mas nem tanto. Alguns críticos diziam que durante o filme o expectador é levado a compreender as motivações do personagem e até ter simpatia por ele. Eu em momento algum "compreendi" as justificativas de Thanos. Entendi que sua proposta é um dilema malthusiano. Aliás, acho que todos deveriam ler algo sobre Thomas Malthus e sua teoria demográfica antes de ver Vingadores Guerra Infinita. Malthus foi um economista que disse que o excesso de população provocaria a miséria da humanidade pois chegaria um momento em que não haveria recursos para tantas pessoas subsistirem. Todavia, a miséria não existe devido à quantidade de pessoas e, sim, a distribuição irregular de recursos. O princípio é simples: para que uma única pessoa tenha uma mansão, iate, carros e refeições como se fossem banquetes, outras milhares precisam viver com um salário mínimo ou em pobreza extrema. A quantidade de pessoas não define a qualidade de vida de ninguém, muito menos se a sociedade vai viver em harmonia. Todavia, os roteiristas não deixam nada disso claro e dão a entender que Thanos está certo quanto a sua lógica enquanto na vida real, sabe-se já há muito tempo que o malthusianismo não é solução para esse tipo de problema. Logo, a justificativa de Thanos para os seus atos só serve para o público mediano. Para pessoas inteligentes, a ideia do vilão não é nem um pouco razoável. Esse é um problema do filme, na meu ponto de vista: ele não se desafia a aprofundar uma questão filosófica sobre as razões da miséria. Apenas coloca um personagem que quer resolver tudo à base da força bruta.
10) Guerra Infinita é o melhor filme de super-heróis já feito? Não. Definitivamente não. Entendo que Vingadores nunca será o melhor filme de super heróis enquanto focar em um público amplo de crianças de 12 anos a adultos com mais de 30. O fato de precisar falar às crianças faz o filme se infantilizar. Por isso o excesso de piadas e uma discussão rasa sobre as razões das calamidades que atingem os seres humanos. Se a Marvel ousasse fazer um filme com indicação de 16 anos, por exemplo, já poderíamos ter uma obra mais densa e até mais impactante. Mas duvido que o estúdio queira perder uma faixa de público rentável apenas para fazer um filme relevante filosoficamente. Para vocês terem uma ideia, eu ainda acho que "Logan", "Batman - O Cavaleiro das Trevas" e "Watchmen" são filmes mais profundos e chocantes devido à sua conexão com o real e da forma filosófica como são tratados. Mas para quem gosta de pegar uma pipoca, ver explosões e luta, Vingadores vai ser sempre uma ótima opção.
O documentário tem um tema importante e traz dados que são bastante interessantes para serem analisados. Contudo, torna-se enfadonho em alguns momentos, provavelmente por ser baseado em apenas uma entrevista e por ser dividido em "lições". Eu, pessoalmente, tive alguma resistência de achar que o Sr. McNamarra tinha algo a me ensinar sendo ele um dos principais testas de ferro da Guerra do Vietnã.
Eu teria compreendido se esse filme fosse uma justificativa, um pedido de desculpas, um acerto de contas para com a sociedade por parte do personagem principal. Mas quando ele parte para o tom professoral, senti que era a abordagem errada.
Se eu estivesse dirigindo, tiraria pelo menos meia hora de filme. McNamarra não nos interessa pela sua vida particular, e sim pelo seu papel como secretário de defesa dos EUA. Por exemplo, no momento em que ele fala sobre sua passagem na Ford, senti que nada tinha a me acrescentar aquela informação.
Contudo, ainda vale a pena conferir e perceber alguns pontos de vistas sobre guerra - que na verdade, já são melhores trabalhados em outros documentários.
Na época, achei meio sem graça que o grande vilão do filme, Sauron, era apenas um olho que ficava procurando um anel para então retornar poderoso de verdade. Quando o anel é finalmente destruído, ficou aquela impressão de que Sauron era uma ameça que estava por vir, mas nunca chegou de fato. Eu sempre fiquei imaginando que seria mais legal ver o retorno de Sauron, uma luta entre ele os personagens principais da história e uma vitória triunfal depois de uma batalha angustiante (isso eu pensava enquanto adolescente).
Hoje eu entendo melhor o contexto histórico sobre o qual tivemos o Senhor dos Anéis. Quando os livros foram lançados, o mundo tinha presenciado duas guerras terríveis em menos de 50 anos. Tivemos ataques químicos, o holocausto, a bomba atômica, milhões de mortos e destruição em vários países de vários os continentes. Mas mesmo depois que a Segunda Guerra Mundial acabou, o mundo viveu muitos anos de medo e tensão devido à Guerra Fria.
Se eu fosse fazer uma correlação entre o Senhor dos Anéis e a nossa História, eu diria que a derrota de Sauron para Isildur era como se fosse o fim das duas Guerras Mundiais que assolaram o planeta. Isildur recursar-se a destruir o anel era como se as nações humanas recusassem a abandonar suas armas mais destrutivas em razão da sua sede pelo poder. A tentativa de retornar de Sauron seria como a Guerra Fria, com batalhas aqui e acolá sempre indicando que o próximo conflito poderia ser o início de uma guerra nefasta. A busca pelo anel representaria o desejo de possuir armas cada vez mais perigosas e destrutivas - como as bombas H, por exemplo.
Quero acreditar que Tolkien estava nos passando uma mensagem sobre isso ao escrever a sua obra prima. Acredito que o Senhor dos Anéis sempre traz aquela sensação de esperança, de que algo bom vai acontecer e que tudo vai dar certo. Mesmo nos momentos mais tensos, você nunca consegue imaginar que o mal irá prevalecer. E como essa mensagem foi importante em um mundo tomado pelo medo de uma guerra nuclear, de ameaças, de um mal cada vez mais crescente, de uma existência sem perspectivas.
Hoje em dia, todo mundo gosta de comparar o Senhor dos Anéis com Harry Potter, com Game of Thrones, e afins. E alguns até dizem que essas obras superaram a proposta de Tolkien. Mas a verdade é que nenhum de nós, desta geração, viveu tempos tão sombrios quanto nossos antepassados viveram. Acho que se estivéssemos na iminência de uma destruição quase que total, perceberíamos como o Senhor dos Anéis traz a mensagem mais importante.
Este filme me chama atenção por um motivo muito específico: eu sou formado em Comunicação e hoje também estudo Física. Consequentemente, os dois personagens, Louise e Ian, me chamaram atenção logo de cara. No início do filme, ele adota uma postura petulante em relação à ela por achar que a Ciência (no entendimento dele, somente as exatas) é mais importante que a Língua.
Quando passei da faculdade de Comunicação para a de Física, percebi que várias pessoas pensam da mesma forma que Ian. E o filme se esforça em demonstrar que o físico estava errado. Enquanto cientistas estavam preocupados em entender a viagem dos heptapods no espaço-tempo, por exemplo, Louise provava que era mais importante se comunicar com eles. Este ponto foi sensacional.
Se formos considerar o contexto que o próprio filme apresenta, as nações mais poderosas do mundo, apesar de compreenderem o idioma uma das outras, não são capazes de cooperar entre si por desconfianças militares. Embora tenhamos uma ciência bem desenvolvida, não somos capazes de viver de forma cooperativa uns com outros. Talvez devêssemos mesmo nos esforçar para nos comunicarmos melhor.
Outro ponto sensacional: Ian, quando se convence de que o trabalho de Louise é fundamental para compreender o problema, percebe a cientificidade do estudo da língua. E que bom que ele não demora a aceitar isso. Este ponto é crucial pois demonstra o verdadeiro comportamento de um cientista diante do conhecimento: você tem que estar com a sua mente sempre aberta para um novo fato, um novo ponto de vista. A admiração dele pelo trabalho de Louise se torna tanta que eu me senti tocado pela fala dele de que mais incrível do que conhecer o heptapods foi ter conhecido a própria Louise.
O grande ponto fraco do filme, para mim, foi (de uma forma um tanto quanto paradoxal) defender como desfecho que a língua dos heptapods possibilite que se veja o futuro. Eu estava achando tudo incrível, tudo equilibrado, até que essa proposta apareceu e eu achei que o roteiro estava atrelando um aspecto sobrenatural aos heptapods e procurando uma solução simplista para uma proposta científica complexa. Depois fiquei pensando que fazia sentido, dentro dos conceitos apresentados no filme, que os símbolos utilizados pelos heptapods fossem sempre circunferências (indicando que tudo é cíclico, sem início ou fim), que a trama não teria como terminar sem um apelo ao absurdo já que estamos falando de vida extraterrestre.
Mas eu ainda assim queria um final mais realístico. Mais condizente com o que a nossa ciência propõem. Seria mais surpreendente, mais inteligente e mais científico.
Os figurinos são legais. Mas as lutas têm efeitos especiais que tiram a magia das coreografias. O filme também é confuso e cansativo. Talvez uma boa ideia que acabou mal executada.
Primeiro filme indiano com o qual eu tenho contato e posso afirmar que já tenho uma boa primeira impressão. Achei o filme poético, divertido e ousado. Senti alguma semelhança com filmes japoneses no qual geralmente os atores nos entregam uma atuação histriônica e cativante.
Para quem, assim como eu, está começando a conhecer o cinema indiano, acho que Bahubali vale muito à pena.
Sempre achei a Lady Gaga uma artista incrível e com performances viscerais (VMA, Oscar, Super Bowl, ou os próprios shows dela). Depois desse documentário, passei a respeitá-la mais como artista e ser humano. Como não se emocionar quando ela apresenta a música para a vó? Ou quando ela conversa com a fã? Ou quando você que ela sente as dores no corpo e mesmo assim segue para fazer aquelas coreografias pesadas de suas apresentações?
Apesar disso, não pude dar nota máxima ao documentário mais em razão da produção do que pela vida da cantora em si. Eu facilmente teria cortado alguns pontos desnecessários como o drama que ela fez porque bateu o carro entre outros detalhes com relevância mínima. E também acho que o a edição deveria ter focado em uma lógica melhor para expectador. Em alguns momentos, eu tive a impressão de que eram peças soltas que não se conectavam e que não contribuíam para chegar a um clímax - que é a apresentação no Super Bowl.
Apesar dos problemas de direção, montagem, etc, vale a pena conferir o documentário. Lady Gaga é uma pessoa maravilhosa.
Este Wolverine é tão violento que nem parece o mesmo personagem dos filmes anteriores. Não sei se por isso, mas eu enxergo esta história como uma possibilidade de futuro distópico, e não necessariamente o futuro dos X-Men de forma canônica. Para ser mais claro: este filme, para mim, é uma obra à parte.
Agora se ela for mesmo parte da cronologia oficial dos filmes dos X-Men, então não adiantou nada o Wolverine voltar no tempo em "Dias de um Futuro Esquecido" para tentar salvar a galera do futuro. Todos acabam tendo um final melancólico de qualquer jeito...rs
Quando o Amarra é morto pelo Rick Flag, você fica indiferente à morte do personagem - quando, na verdade, isso deveria mexer com você. A mesma coisa pelo El Diablo. O roteiro não desenvolve os personagens e tudo ali parece descartável. E quando o Coringa "morreu", ainda assim o sentimento é total indiferença. Katana, Crocodilo e Capitão Bumerangue também pareciam bem avulsos na história.
Quem salva o filme é a Arlequina - que eu espero sinceramente que apareça de novo em outro filme, mas sem o Coringa.
Quando Zé Pequeno ordena que um menino escolha uma das outras duas crianças para morrer, não tem como não ficar com o coração na mão. A cena é crua, os personagens se divertem com aquela selvageria, a vida não vale nada ali.
Jogos Vorazes deixou uma mensagem de que na política muitas pessoas são traiçoeiras e que devemos tomar cuidado de como elas aparecem nas mídias. O final ficou meio melancólico porque Katniss perdeu a irmã por conta de uma dessas jogadas traiçoeiras. Mas se não fosse assim, teríamos um final clichê.
Todos nós esperávamos algo mais épico. Uma grande invasão, uma grande batalha, uma luta final contra o Presidente Snow. Mas não aconteceu nada disso. Ao invés disso, a obra decidiu nos mostrar como a política é perversa e que os dois lados podem estar contaminados. Isso foi mais importante do que apenas nos entreter com umas explosões e lutas bem coreografadas.
Acho que Jogos Vorazes encerrou bem. Para uma saga que queria trabalhar a midiatização da violência e perversidade na política, acredito que atingiu seus objetivos.
Quando fui mórmon, tive contato com um livro da Igreja chamado "Doutrinas de Salvação", escrito por um dos presidentes da Igreja, Joseph Fielding Smith. Na obra, Smith atesta a chamada "Expiação por sangue", uma ideia primeiramente defendida por Brigham Young, no qual crê que um homem que mata deve pagar com a própria vida para que possa ser limpo de seus pecados. Essa ideia aparece claramente no filme e é uma das principais justificativas dos mórmons para o massacre. Hoje, essa crença está em desuso. Contudo, muitos mórmons que têm acesso aos escritos dos presidentes da Igreja acreditam nela e por isso defendem a pena de morte praticada pelo Estado, por exemplo, por acreditarem ser uma punição justa.
Outro ponto interessante do filme é envolver Brigham Young no massacre, fato negado pelos mórmons e pela Igreja até hoje. Em outras obras cinematográficas, Young é retratado como boa pessoa, pregando o amor e o arrependimento (Vide "O Anjo Vingador", onde o profeta mórmon é interpretado por Charlon Heston). Eu, que já li alguns textos dele, encontrei palavras bondosas do líder mórmon. Mas assim como Young disse coisas edificantes, ele também disse coisas absurdas, preconceituosas e perversas (como dizer que negros são amaldiçoados por deus).
Acredito que a forma como Young foi retratado no filme não condiz com o que se conhece dele. Talvez ele não fosse esse ser perverso que foi demonstrado. Mas, com certeza, era um ignorante e fanático de primeira linha. Talvez tenha mandado matar, mas se o fez, deve tê-lo feito acreditando de verdade que era para o bem das almas daquelas pessoas. Evidentemente, isso não torna o episódio de Meadows menos assustador e aproxima os mórmons de grupos extremistas religiosos atuais que praticam atos ignominiosos em nome de deus.
Quando fui ao cinema, a sala estava lotada de crianças. Acho que nenhuma delas entendeu a gravidade do que acontece nesse filme. A cena inicial me deixou de coração partido. Quem convive com pessoas com deficiência mental sabe que é desesperador sequer imaginar como alguém que possui esse tipo de problema vai sobreviver no mundo.
Quando os pais da Dory são apresentados como família, dando carinho, ensinando o máximo que podem para manter a Dory em segurança, aquilo quase acabou comigo. Quem conhece pais dedicados assim, e eu tive a sorte de conhecer, sabe o fardo que é cuidar de pessoa intelectualmente incapaz.
No momento em que a Dory se perde dos pais, eu imaginei quão desesperador deve ser para os pais saber que o filho, tão vulnerável, está a mercê de todos os perigos que o mundo oferece. Isso mexeu comigo. Conheço tantas pessoas com deficiência que já me emocionei aí. infelizmente, as crianças no cinema não conseguiram entender o que se passava.
No final, quando Dory encontra seus pais, ela descobre que eles passaram todos aqueles anos colocando conchas pelo chão para que ela os encontrasse. Há um paralelo interessante com a história do Nemo. Quando Marlin perde o seu filho, ele imediatamente sai em busca dele pelo oceano até encontrá-lo. Quando Jenny e Charlie perdem a Dory, eles iniciam uma vigília de uma vida inteira à espera pela filha, sem saber se ela vai voltar ou não - com todas as probabilidades indicando que não. A realidade de Jenny e Charlie é o que geralmente acontece no mundo real. A maioria dos pais que perdem os seus filhos geralmente não os encontra mais. Só resta fazer essa mesma vigília à espera do filho. E pensar sobre isso, ou conhecer essa realidade, é para acabar com qualquer pessoa.
Procurando Dory é um filme com carga emocional e dramática muito mais pesada que Procurando Nemo. Não saberia dizer qual é o melhor. Acho que tenho um carinho especial por cada um dos dois porque cada um é legal ao seu jeito.
Para mim, o que importa é que Dory me emocionou e eu saí do cinema satisfeito pelo que vi.
o Bing Bong desaparece devido ao esquecimento da Riley.
A grande mensagem da Pixar, desde Toy Story 3, é de que realmente é muito triste deixar de ser criança. Para os pequenos, talvez, o filme não faça sentido. Mas para nós, adultos, é uma obra que toca lá no fundo.
Os irmãos Russo conseguiram fazer algo que os demais roteiristas vinham falhando miseravelmente no últimos anos: fizeram um Homem de Ferro coerente. Antes de Guerra Civil, Tony Stark estava abalado devido ao eventos de Vingadores 1 quando seus amigos quase morreram. Então, ele, querendo ajudar, constrói algo sem consultar aos demais colegas e provoca os eventos de Vingadores 2 (destruição de Sokovia e a morte do Pietro). Mas, o detalhe mais aterrador de tudo é que Tony Stark não parecia sentir remorso, arrependimento, nem mesmo o peso dos seus atos. Era completamente inconsequente. Agora os irmãos Russo consertaram isso. O Homem de Ferro tem noção das consequências do que faz e sabe que em muitas vezes ele é culpado. E foi ótimo que ele tenha aprendido um pouco disso em uma conversa com o Homem Aranha.
Quero apontar alguns pontos do filme:
1) Pantera Negra: Foi muito bem apresentado e já mostrou a que veio no MCU.
2) Cenas de ação fantásticas: Assim como Capitão 2, os irmãos Russo arrasaram na ação. A cena do aeroporto é espetacular.
3) Homem Aranha: As cenas do Homem Aranha são ótimas - até mesmo a cena pós créditos. Contudo, achei que ele parecia meio perdido no meio do conflito entre Capitão América e Homem de Ferro e, às vezes, parecia meio bobo demais. Gostaria que ele tivesse mais importância na trama, assim como teve o Pantera Negra.
4) Filme bem equilibrado: se vale comparar com BvS, acho que esse é um dos grandes pontos fortes de Civil War. A briga dos super herois acontece no segundo ato, o que dá tempo de os herois pensarem e agirem de forma mais inteligente e coerente até o final do filme. Em BvS, as coisas pareciam meio atropeladas porque a luta de Batman e Superman deveria ter acontecido no segundo ato para que os personagens pudessem se desenvolver e parecer mais coerentes durante o terceiro ato.
5) Um vilão com uma motivação coerente e que age de forma mais inteligente na hora de promover a briga dos heróis. Zemo é o que deveria ser o Lex Luthor em BvS.
6) O fim dos Vingadores: agora que os heróis estão divididos, isso abre margem para uma reunião emocionante em Guerra Infinita.
7) Gostei muito como o senso de moralidade dos heróis Marvel é muito forte. Em nenhum momento eles parecem balançar em suas convicções do que é certo e errado. Isso aumenta a relevância do conflito dos super-heróis.
Concluo dizendo que os irmãos Russo acertaram em cheio. Talvez o nome Guerra Civil seja um exagero, já que o filme tem muito pouco do que foi a Guerra Civil nas HQs. Mesmo assim, eles escreveram uma história muito boa e que é muito mais relevante do que muitos dos outros filmes Marvel.
Vi o filme ontem e não vi tantas falhas no roteiro como estão falando. Gostaria que alguém me dissesse o que há de tão errado no roteiro desse filme a ponto de darem apenas uma ou duas estrelas.
Homem-Aranha: De Volta ao Lar
3.8 1,9K Assista AgoraÉ um bom entretenimento, mas está muito abaixo de qualquer filme do Universo Marvel. Aliás, assisti com a minha família e durante todo momento a gente lembrava do "Homem-aranha 2", de Sam Raimi, que tinha charme, romance, bom humor, aventura e um herói carismático sem forçar a barra. E isso que minha família nem é chegada em filmes de super-herói.
Espero que o personagem evolua nos próximos filmes solo.
Netto Perde Sua Alma
3.5 21Nos primeiros minutos de filme, eu me senti incomodado com o sotaque dos personagens. Eu, como gaúcho, senti que alguns atores estavam forçando a barra para parecerem sulistas. Com exceção do Werner Schunemann, não tivemos atuações que se pudessem dizer de alto nível. Algumas podem ser consideradas até muito fracas, como a do Anderson Simões, que interpretou "Milonga".
Todavia, a história é interessante, poética e espirituosa. Apesar de algum excesso na suposta boa vontade e valores de liberdade dos farroupilhas (coisas que os estudos atuais já demonstram que não eram bem assim), no final se tem um saldo positivo.
Acho que vale a pena conferir. Mas, com certeza, o filme deixa muito a desejar. Presumo que com um orçamento mais generoso, "Netto Perde a Sua Alma" poderia ter sido um grande filme nacional.
Pantera Negra
4.2 2,3K Assista AgoraOuvi muita crítica positiva antes de ver o filme e quando finalmente fui conferir não achei tudo isso, não.
O personagem principal, T'Challa, parece ter um carisma forçado, tanto que as meninas coadjuvantes parecem bem mais legais e chamam mais atenção que ele.
Gostaria que o desenvolvimento do Killmonger fosse aprofundado. O personagem parece ter uma motivação ideológica muito complexa para tudo ser apresentado em um punhado de falas. Senti que houve desperdício nesse ponto.
Alguns atores têm mais talento do que foi apresentado em cena como, por exemplo, Forrest Whitaker e Daniel Kaluuya. Um indício de que os roteiristas e/ou diretor simplificaram demais as coisas quando poderiam ter oferecido uma obra mais completa.
Os pontos fortes são a mensagem contra o racismo e também a trilha sonora, que é fabulosa. A fotografia é muito bem composta em algumas cenas. O CGI peca bastante em alguns pontos.
Vingadores: Guerra Infinita
4.3 2,6K Assista AgoraResumi minha opinião em 10 pontos:
1) O filme é bom? Sim, muito. Não tive arrependimento de gastar para ir ver o filme no cinema. O 3D é ótimo, as cenas de batalha são memoráveis e a história consegue prender a atenção. Você nem sente as 2 horas e meia passarem.
2) As mortes são impactantes? Não, exceto a da Gamora e do Visão que têm um pouco mais de carga dramática. E mesmo assim, o próprio filme dá a entender que há como reverter todas as perdas na história. Por isso, meu choque com o final foi zero.
3) Marvel deixou de ser cagona para colocar heróis para viverem riscos no cinema? Não. A Marvel tenta ousar, mas deixa sempre muito claro que tudo é reversível e que no final teremos um desfecho feliz.
4) Qual a melhor cena? Homem de Ferro, Homem Aranha, Doutor Estranho e Guardiões da Galáxia versus Thanos em Titã.
5) O filme equilibra bem a história dos personagens? Essa era uma preocupação devido à grande quantidade de heróis em tela. Eles são reunidos em pelo menos quatro grupos e colocados em tarefas diferentes. Os quatro núcleos são bons de acompanhar, mas uns são mais interessantes que os outros.
6) Há algo chato que deixe o expectador irritado? Sim, pelo menos para mim. Tantos arcos que são possíveis de desenvolver e eles resolvem criar um Hulk que não quer lutar. Achei ridícula essa subtrama. Também me senti profundamente incomodado com o Homem-Aranha agindo como se fosse um pupilo/fanboy do Homem de Ferro. Gostaria que houvesse mais independência do personagem em relação ao Tony Stark.
7) E o humor do filme? As piadinhas já são marca registrada do MCU. Algumas são legais, mas outras se tornam exageradas em cena, apesar do público rir bastante. Temos uma cena em que Gamora está muito preocupada fazendo um pedido de forma eloquente a Peter Quill. A carga dramática da cena é quebrada por alguns minutos de gracinhas de Drax. Achei um inserção desnecessária, por exemplo.
8) Qual o melhor herói em cena? Doutor Estranho é o melhor, sem dúvidas.
9) Thanos é um vilão que estão falando que é? Sim, mas nem tanto. Alguns críticos diziam que durante o filme o expectador é levado a compreender as motivações do personagem e até ter simpatia por ele. Eu em momento algum "compreendi" as justificativas de Thanos. Entendi que sua proposta é um dilema malthusiano. Aliás, acho que todos deveriam ler algo sobre Thomas Malthus e sua teoria demográfica antes de ver Vingadores Guerra Infinita. Malthus foi um economista que disse que o excesso de população provocaria a miséria da humanidade pois chegaria um momento em que não haveria recursos para tantas pessoas subsistirem. Todavia, a miséria não existe devido à quantidade de pessoas e, sim, a distribuição irregular de recursos. O princípio é simples: para que uma única pessoa tenha uma mansão, iate, carros e refeições como se fossem banquetes, outras milhares precisam viver com um salário mínimo ou em pobreza extrema. A quantidade de pessoas não define a qualidade de vida de ninguém, muito menos se a sociedade vai viver em harmonia. Todavia, os roteiristas não deixam nada disso claro e dão a entender que Thanos está certo quanto a sua lógica enquanto na vida real, sabe-se já há muito tempo que o malthusianismo não é solução para esse tipo de problema. Logo, a justificativa de Thanos para os seus atos só serve para o público mediano. Para pessoas inteligentes, a ideia do vilão não é nem um pouco razoável. Esse é um problema do filme, na meu ponto de vista: ele não se desafia a aprofundar uma questão filosófica sobre as razões da miséria. Apenas coloca um personagem que quer resolver tudo à base da força bruta.
10) Guerra Infinita é o melhor filme de super-heróis já feito? Não. Definitivamente não. Entendo que Vingadores nunca será o melhor filme de super heróis enquanto focar em um público amplo de crianças de 12 anos a adultos com mais de 30. O fato de precisar falar às crianças faz o filme se infantilizar. Por isso o excesso de piadas e uma discussão rasa sobre as razões das calamidades que atingem os seres humanos. Se a Marvel ousasse fazer um filme com indicação de 16 anos, por exemplo, já poderíamos ter uma obra mais densa e até mais impactante. Mas duvido que o estúdio queira perder uma faixa de público rentável apenas para fazer um filme relevante filosoficamente. Para vocês terem uma ideia, eu ainda acho que "Logan", "Batman - O Cavaleiro das Trevas" e "Watchmen" são filmes mais profundos e chocantes devido à sua conexão com o real e da forma filosófica como são tratados. Mas para quem gosta de pegar uma pipoca, ver explosões e luta, Vingadores vai ser sempre uma ótima opção.
Sob a Névoa da Guerra
4.0 32 Assista AgoraO documentário tem um tema importante e traz dados que são bastante interessantes para serem analisados. Contudo, torna-se enfadonho em alguns momentos, provavelmente por ser baseado em apenas uma entrevista e por ser dividido em "lições". Eu, pessoalmente, tive alguma resistência de achar que o Sr. McNamarra tinha algo a me ensinar sendo ele um dos principais testas de ferro da Guerra do Vietnã.
Eu teria compreendido se esse filme fosse uma justificativa, um pedido de desculpas, um acerto de contas para com a sociedade por parte do personagem principal. Mas quando ele parte para o tom professoral, senti que era a abordagem errada.
Se eu estivesse dirigindo, tiraria pelo menos meia hora de filme. McNamarra não nos interessa pela sua vida particular, e sim pelo seu papel como secretário de defesa dos EUA. Por exemplo, no momento em que ele fala sobre sua passagem na Ford, senti que nada tinha a me acrescentar aquela informação.
Contudo, ainda vale a pena conferir e perceber alguns pontos de vistas sobre guerra - que na verdade, já são melhores trabalhados em outros documentários.
OBS: ganhou o Oscar sem merecer.
O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei
4.5 1,8K Assista AgoraRevi ontem no Space e acho que entendi algumas coisas que eu não tinha percebido quando vi o filme pela primeira vez quando eu tinha apenas 14 anos.
Na época, achei meio sem graça que o grande vilão do filme, Sauron, era apenas um olho que ficava procurando um anel para então retornar poderoso de verdade. Quando o anel é finalmente destruído, ficou aquela impressão de que Sauron era uma ameça que estava por vir, mas nunca chegou de fato. Eu sempre fiquei imaginando que seria mais legal ver o retorno de Sauron, uma luta entre ele os personagens principais da história e uma vitória triunfal depois de uma batalha angustiante (isso eu pensava enquanto adolescente).
Hoje eu entendo melhor o contexto histórico sobre o qual tivemos o Senhor dos Anéis. Quando os livros foram lançados, o mundo tinha presenciado duas guerras terríveis em menos de 50 anos. Tivemos ataques químicos, o holocausto, a bomba atômica, milhões de mortos e destruição em vários países de vários os continentes. Mas mesmo depois que a Segunda Guerra Mundial acabou, o mundo viveu muitos anos de medo e tensão devido à Guerra Fria.
Se eu fosse fazer uma correlação entre o Senhor dos Anéis e a nossa História, eu diria que a derrota de Sauron para Isildur era como se fosse o fim das duas Guerras Mundiais que assolaram o planeta. Isildur recursar-se a destruir o anel era como se as nações humanas recusassem a abandonar suas armas mais destrutivas em razão da sua sede pelo poder. A tentativa de retornar de Sauron seria como a Guerra Fria, com batalhas aqui e acolá sempre indicando que o próximo conflito poderia ser o início de uma guerra nefasta. A busca pelo anel representaria o desejo de possuir armas cada vez mais perigosas e destrutivas - como as bombas H, por exemplo.
Quero acreditar que Tolkien estava nos passando uma mensagem sobre isso ao escrever a sua obra prima. Acredito que o Senhor dos Anéis sempre traz aquela sensação de esperança, de que algo bom vai acontecer e que tudo vai dar certo. Mesmo nos momentos mais tensos, você nunca consegue imaginar que o mal irá prevalecer. E como essa mensagem foi importante em um mundo tomado pelo medo de uma guerra nuclear, de ameaças, de um mal cada vez mais crescente, de uma existência sem perspectivas.
Hoje em dia, todo mundo gosta de comparar o Senhor dos Anéis com Harry Potter, com Game of Thrones, e afins. E alguns até dizem que essas obras superaram a proposta de Tolkien. Mas a verdade é que nenhum de nós, desta geração, viveu tempos tão sombrios quanto nossos antepassados viveram. Acho que se estivéssemos na iminência de uma destruição quase que total, perceberíamos como o Senhor dos Anéis traz a mensagem mais importante.
A Chegada
4.2 3,4K Assista AgoraEste filme me chama atenção por um motivo muito específico: eu sou formado em Comunicação e hoje também estudo Física. Consequentemente, os dois personagens, Louise e Ian, me chamaram atenção logo de cara. No início do filme, ele adota uma postura petulante em relação à ela por achar que a Ciência (no entendimento dele, somente as exatas) é mais importante que a Língua.
Quando passei da faculdade de Comunicação para a de Física, percebi que várias pessoas pensam da mesma forma que Ian. E o filme se esforça em demonstrar que o físico estava errado. Enquanto cientistas estavam preocupados em entender a viagem dos heptapods no espaço-tempo, por exemplo, Louise provava que era mais importante se comunicar com eles. Este ponto foi sensacional.
Se formos considerar o contexto que o próprio filme apresenta, as nações mais poderosas do mundo, apesar de compreenderem o idioma uma das outras, não são capazes de cooperar entre si por desconfianças militares. Embora tenhamos uma ciência bem desenvolvida, não somos capazes de viver de forma cooperativa uns com outros. Talvez devêssemos mesmo nos esforçar para nos comunicarmos melhor.
Outro ponto sensacional: Ian, quando se convence de que o trabalho de Louise é fundamental para compreender o problema, percebe a cientificidade do estudo da língua. E que bom que ele não demora a aceitar isso. Este ponto é crucial pois demonstra o verdadeiro comportamento de um cientista diante do conhecimento: você tem que estar com a sua mente sempre aberta para um novo fato, um novo ponto de vista. A admiração dele pelo trabalho de Louise se torna tanta que eu me senti tocado pela fala dele de que mais incrível do que conhecer o heptapods foi ter conhecido a própria Louise.
O grande ponto fraco do filme, para mim, foi (de uma forma um tanto quanto paradoxal) defender como desfecho que a língua dos heptapods possibilite que se veja o futuro. Eu estava achando tudo incrível, tudo equilibrado, até que essa proposta apareceu e eu achei que o roteiro estava atrelando um aspecto sobrenatural aos heptapods e procurando uma solução simplista para uma proposta científica complexa. Depois fiquei pensando que fazia sentido, dentro dos conceitos apresentados no filme, que os símbolos utilizados pelos heptapods fossem sempre circunferências (indicando que tudo é cíclico, sem início ou fim), que a trama não teria como terminar sem um apelo ao absurdo já que estamos falando de vida extraterrestre.
Mas eu ainda assim queria um final mais realístico. Mais condizente com o que a nossa ciência propõem. Seria mais surpreendente, mais inteligente e mais científico.
It: A Coisa
3.9 3,0K Assista AgoraA coisa mais legal do filme é que ele passa eficientemente uma atmosfera oitentista. Vou aguardar ansiosamente a continuação.
OBS: Gostaria muito de ver a Amy Adams como Beverly na sequência de It.
Mãe!
4.0 3,9K Assista AgoraAs pessoas religiosas obviamente não vão gostar desse filme.
É uma crítica clara ao machismo filosófico das religiões cristãs. Apresenta uma deus vaidoso e egoísta e uma deusa mãe desrespeitada pela humanidade.
Os religiosos jamais vão tolerar serem criticados com tamanha verdade como este filme teve a coragem de fazer.
OBS: Melhor cena:
Ele diz: "Eu sou o Pai!"
Ela responde: "E eu sou a Mãe!"
Senti um arrepio na espinha.
O Retorno do Dragão: A Cidade Perdida
2.8 33 Assista AgoraOs figurinos são legais. Mas as lutas têm efeitos especiais que tiram a magia das coreografias. O filme também é confuso e cansativo. Talvez uma boa ideia que acabou mal executada.
Baahubali: O Início
3.6 147 Assista AgoraPrimeiro filme indiano com o qual eu tenho contato e posso afirmar que já tenho uma boa primeira impressão. Achei o filme poético, divertido e ousado. Senti alguma semelhança com filmes japoneses no qual geralmente os atores nos entregam uma atuação histriônica e cativante.
Para quem, assim como eu, está começando a conhecer o cinema indiano, acho que Bahubali vale muito à pena.
Gaga: Five Foot Two
4.0 419Sempre achei a Lady Gaga uma artista incrível e com performances viscerais (VMA, Oscar, Super Bowl, ou os próprios shows dela). Depois desse documentário, passei a respeitá-la mais como artista e ser humano. Como não se emocionar quando ela apresenta a música para a vó? Ou quando ela conversa com a fã? Ou quando você que ela sente as dores no corpo e mesmo assim segue para fazer aquelas coreografias pesadas de suas apresentações?
Apesar disso, não pude dar nota máxima ao documentário mais em razão da produção do que pela vida da cantora em si. Eu facilmente teria cortado alguns pontos desnecessários como o drama que ela fez porque bateu o carro entre outros detalhes com relevância mínima. E também acho que o a edição deveria ter focado em uma lógica melhor para expectador. Em alguns momentos, eu tive a impressão de que eram peças soltas que não se conectavam e que não contribuíam para chegar a um clímax - que é a apresentação no Super Bowl.
Apesar dos problemas de direção, montagem, etc, vale a pena conferir o documentário. Lady Gaga é uma pessoa maravilhosa.
Mulher-Maravilha
4.1 2,9K Assista AgoraUm detalhe curioso:
Se você for feminista - ou sabe do que se trata -, você vai enxergar muito feminismo no filme.
Se você NÃO for feminista - ou NÃO sabe do que se trata -, você não vai enxergar nada de feminismo no filme.
Logan
4.3 2,6K Assista AgoraEste Wolverine é tão violento que nem parece o mesmo personagem dos filmes anteriores. Não sei se por isso, mas eu enxergo esta história como uma possibilidade de futuro distópico, e não necessariamente o futuro dos X-Men de forma canônica. Para ser mais claro: este filme, para mim, é uma obra à parte.
Agora se ela for mesmo parte da cronologia oficial dos filmes dos X-Men, então não adiantou nada o Wolverine voltar no tempo em "Dias de um Futuro Esquecido" para tentar salvar a galera do futuro. Todos acabam tendo um final melancólico de qualquer jeito...rs
Esquadrão Suicida
2.8 4,0K Assista AgoraEsse filme tinha um potencial enorme, mas foi desperdiçado. Você chega no final e não sente carisma por quase nenhum dos personagens.
Quando o Amarra é morto pelo Rick Flag, você fica indiferente à morte do personagem - quando, na verdade, isso deveria mexer com você. A mesma coisa pelo El Diablo. O roteiro não desenvolve os personagens e tudo ali parece descartável. E quando o Coringa "morreu", ainda assim o sentimento é total indiferença. Katana, Crocodilo e Capitão Bumerangue também pareciam bem avulsos na história.
Quem salva o filme é a Arlequina - que eu espero sinceramente que apareça de novo em outro filme, mas sem o Coringa.
Cidade de Deus
4.2 1,8K Assista AgoraCidade de Deus tem uma das cenas mais violentas e cruéis do cinema nacional.
Quando Zé Pequeno ordena que um menino escolha uma das outras duas crianças para morrer, não tem como não ficar com o coração na mão. A cena é crua, os personagens se divertem com aquela selvageria, a vida não vale nada ali.
Até hoje eu vejo aquilo e fico chocado.
Jogos Vorazes: A Esperança - O Final
3.6 1,9K Assista AgoraAs pessoas aqui no Filmow estão reclamando do final, mas eu achei interessantíssimo para uma trama que focou na política o tempo todo.
Jogos Vorazes deixou uma mensagem de que na política muitas pessoas são traiçoeiras e que devemos tomar cuidado de como elas aparecem nas mídias. O final ficou meio melancólico porque Katniss perdeu a irmã por conta de uma dessas jogadas traiçoeiras. Mas se não fosse assim, teríamos um final clichê.
Todos nós esperávamos algo mais épico. Uma grande invasão, uma grande batalha, uma luta final contra o Presidente Snow. Mas não aconteceu nada disso. Ao invés disso, a obra decidiu nos mostrar como a política é perversa e que os dois lados podem estar contaminados. Isso foi mais importante do que apenas nos entreter com umas explosões e lutas bem coreografadas.
Acho que Jogos Vorazes encerrou bem. Para uma saga que queria trabalhar a midiatização da violência e perversidade na política, acredito que atingiu seus objetivos.
Setembro Negro
3.2 30Quando fui mórmon, tive contato com um livro da Igreja chamado "Doutrinas de Salvação", escrito por um dos presidentes da Igreja, Joseph Fielding Smith. Na obra, Smith atesta a chamada "Expiação por sangue", uma ideia primeiramente defendida por Brigham Young, no qual crê que um homem que mata deve pagar com a própria vida para que possa ser limpo de seus pecados. Essa ideia aparece claramente no filme e é uma das principais justificativas dos mórmons para o massacre. Hoje, essa crença está em desuso. Contudo, muitos mórmons que têm acesso aos escritos dos presidentes da Igreja acreditam nela e por isso defendem a pena de morte praticada pelo Estado, por exemplo, por acreditarem ser uma punição justa.
Outro ponto interessante do filme é envolver Brigham Young no massacre, fato negado pelos mórmons e pela Igreja até hoje. Em outras obras cinematográficas, Young é retratado como boa pessoa, pregando o amor e o arrependimento (Vide "O Anjo Vingador", onde o profeta mórmon é interpretado por Charlon Heston). Eu, que já li alguns textos dele, encontrei palavras bondosas do líder mórmon. Mas assim como Young disse coisas edificantes, ele também disse coisas absurdas, preconceituosas e perversas (como dizer que negros são amaldiçoados por deus).
Acredito que a forma como Young foi retratado no filme não condiz com o que se conhece dele. Talvez ele não fosse esse ser perverso que foi demonstrado. Mas, com certeza, era um ignorante e fanático de primeira linha. Talvez tenha mandado matar, mas se o fez, deve tê-lo feito acreditando de verdade que era para o bem das almas daquelas pessoas. Evidentemente, isso não torna o episódio de Meadows menos assustador e aproxima os mórmons de grupos extremistas religiosos atuais que praticam atos ignominiosos em nome de deus.
Procurando Dory
4.0 1,8K Assista AgoraQuando fui ao cinema, a sala estava lotada de crianças. Acho que nenhuma delas entendeu a gravidade do que acontece nesse filme. A cena inicial me deixou de coração partido. Quem convive com pessoas com deficiência mental sabe que é desesperador sequer imaginar como alguém que possui esse tipo de problema vai sobreviver no mundo.
Quando os pais da Dory são apresentados como família, dando carinho, ensinando o máximo que podem para manter a Dory em segurança, aquilo quase acabou comigo. Quem conhece pais dedicados assim, e eu tive a sorte de conhecer, sabe o fardo que é cuidar de pessoa intelectualmente incapaz.
No momento em que a Dory se perde dos pais, eu imaginei quão desesperador deve ser para os pais saber que o filho, tão vulnerável, está a mercê de todos os perigos que o mundo oferece. Isso mexeu comigo. Conheço tantas pessoas com deficiência que já me emocionei aí. infelizmente, as crianças no cinema não conseguiram entender o que se passava.
No final, quando Dory encontra seus pais, ela descobre que eles passaram todos aqueles anos colocando conchas pelo chão para que ela os encontrasse. Há um paralelo interessante com a história do Nemo. Quando Marlin perde o seu filho, ele imediatamente sai em busca dele pelo oceano até encontrá-lo. Quando Jenny e Charlie perdem a Dory, eles iniciam uma vigília de uma vida inteira à espera pela filha, sem saber se ela vai voltar ou não - com todas as probabilidades indicando que não. A realidade de Jenny e Charlie é o que geralmente acontece no mundo real. A maioria dos pais que perdem os seus filhos geralmente não os encontra mais. Só resta fazer essa mesma vigília à espera do filho. E pensar sobre isso, ou conhecer essa realidade, é para acabar com qualquer pessoa.
Procurando Dory é um filme com carga emocional e dramática muito mais pesada que Procurando Nemo. Não saberia dizer qual é o melhor. Acho que tenho um carinho especial por cada um dos dois porque cada um é legal ao seu jeito.
Para mim, o que importa é que Dory me emocionou e eu saí do cinema satisfeito pelo que vi.
Divertida Mente
4.3 3,2K Assista AgoraNão consegui conter as lágrimas quando
o Bing Bong desaparece devido ao esquecimento da Riley.
A grande mensagem da Pixar, desde Toy Story 3, é de que realmente é muito triste deixar de ser criança. Para os pequenos, talvez, o filme não faça sentido. Mas para nós, adultos, é uma obra que toca lá no fundo.
Capitão América: Guerra Civil
3.9 2,4K Assista AgoraÉ, na minha opinião, o melhor filme da Marvel até então.
Os irmãos Russo conseguiram fazer algo que os demais roteiristas vinham falhando miseravelmente no últimos anos: fizeram um Homem de Ferro coerente. Antes de Guerra Civil, Tony Stark estava abalado devido ao eventos de Vingadores 1 quando seus amigos quase morreram. Então, ele, querendo ajudar, constrói algo sem consultar aos demais colegas e provoca os eventos de Vingadores 2 (destruição de Sokovia e a morte do Pietro). Mas, o detalhe mais aterrador de tudo é que Tony Stark não parecia sentir remorso, arrependimento, nem mesmo o peso dos seus atos. Era completamente inconsequente. Agora os irmãos Russo consertaram isso. O Homem de Ferro tem noção das consequências do que faz e sabe que em muitas vezes ele é culpado. E foi ótimo que ele tenha aprendido um pouco disso em uma conversa com o Homem Aranha.
Quero apontar alguns pontos do filme:
1) Pantera Negra: Foi muito bem apresentado e já mostrou a que veio no MCU.
2) Cenas de ação fantásticas: Assim como Capitão 2, os irmãos Russo arrasaram na ação. A cena do aeroporto é espetacular.
3) Homem Aranha: As cenas do Homem Aranha são ótimas - até mesmo a cena pós créditos. Contudo, achei que ele parecia meio perdido no meio do conflito entre Capitão América e Homem de Ferro e, às vezes, parecia meio bobo demais. Gostaria que ele tivesse mais importância na trama, assim como teve o Pantera Negra.
4) Filme bem equilibrado: se vale comparar com BvS, acho que esse é um dos grandes pontos fortes de Civil War. A briga dos super herois acontece no segundo ato, o que dá tempo de os herois pensarem e agirem de forma mais inteligente e coerente até o final do filme. Em BvS, as coisas pareciam meio atropeladas porque a luta de Batman e Superman deveria ter acontecido no segundo ato para que os personagens pudessem se desenvolver e parecer mais coerentes durante o terceiro ato.
5) Um vilão com uma motivação coerente e que age de forma mais inteligente na hora de promover a briga dos heróis. Zemo é o que deveria ser o Lex Luthor em BvS.
6) O fim dos Vingadores: agora que os heróis estão divididos, isso abre margem para uma reunião emocionante em Guerra Infinita.
7) Gostei muito como o senso de moralidade dos heróis Marvel é muito forte. Em nenhum momento eles parecem balançar em suas convicções do que é certo e errado. Isso aumenta a relevância do conflito dos super-heróis.
Concluo dizendo que os irmãos Russo acertaram em cheio. Talvez o nome Guerra Civil seja um exagero, já que o filme tem muito pouco do que foi a Guerra Civil nas HQs. Mesmo assim, eles escreveram uma história muito boa e que é muito mais relevante do que muitos dos outros filmes Marvel.
Batman vs Superman - A Origem da Justiça
3.4 5,0K Assista AgoraUma coisa é fato: Batman vs Superman fez número de "críticos de cinema" aumentar exponencialmente em menos de uma semana em toda a internet.
Agora quase todo mundo é especialista em direção, fotografia, ritmo, roteiro, atuação e cinema em geral.
Engraçado que quando essas pessoas assistem a Star Wars, Vingadores, Transformers, Harry Potter, etc, ninguém repara tanto nos erros.
Para ver como a DC consegue "elevar" o nível do seu público... rs
Batman vs Superman - A Origem da Justiça
3.4 5,0K Assista AgoraVi o filme ontem e não vi tantas falhas no roteiro como estão falando. Gostaria que alguém me dissesse o que há de tão errado no roteiro desse filme a ponto de darem apenas uma ou duas estrelas.
Mega Shark vs. Crocosaurus
1.6 63 Assista AgoraTão falso que parece um clipe de jogo de vídeo game... hahahahahahahahahaha