Extremamente fofo e divertido. Nesse sentido, lembra muito Paddington, embora menos inspirado. A simplicidade da história e outros pequenos defeitos são facilmente ignoráveis pela leveza e pela magia que sucedem muito bem em seu objetivo.
No entanto, creio que o filme poderia ter investido mais em construção emocional - coisa que "Adeus, Christopher Robin", por exemplo, faz muito bem. Os temas abordados - passagem de tempo, relação entre infância e período adulto - são bastante suscetíveis a serem trabalhados com um forte apelo emocional. Essa parte, no entanto, aqui fica mais na conta do espectador, que poderá - se tiver vínculo emocional e nostálgico com os personagens, tal como eu fortemente tenho - vir a derramar algumas lágrimas.
Devo dizer que fiquei muito satisfeito com A Morte de Superman: não tinha muitas expectativas e realmente gostei bastante do resultado. Embora os movimentos continuem não estando 100% fluidos como seria o desejado, a animação ainda assim é bastante superior às que temos visto nos filmes animados recentes da DC, sendo capaz de quase não gerar incômodo algum durante as cenas de ação. Ademais, também é notável a beleza e o capricho dessa, o que a diferencia de todas as outras, assim como alguns enquadramentos menos usuais.
Também gosto bastante da divisão que o filme possui entre o desenvolvimento do símbolo do Superman e de tudo que antecede a batalha - o que gera algumas interações bem bacanas entre os personagens - e a batalha em si - embora talvez essa pudesse ter sido um pouco maior. Isso permitiu uma construção emocional entre os personagens bem mais palpável e realista do que estamos acostumados a ver em outras animações da DC.
Entre os poucos pontos negativos, devo inevitavelmente citar o visual do Superman - esse sim bastante incômodo -, o Lex Luthor - que aqui está, a meu ver, exageradamente mais insano e insuportável que o normal - e o encerramento, que tira um pouco o peso que foi construído com o funeral e que poderia facilmente ser uma cena pós-créditos.
Definitivamente achei o meu guilty pleasure do ano. Embora o roteiro tenha um número grande de inconsistências e irrealismos, O Passageiro sucede bastante em criar entretenimento. Acho o começo realmente muito bacana - introduzindo com grande mérito o mistério e o suspense, que, infelizmente, decaem posteriormente - e com um elenco bastante competente, além do seu maior ponto forte, que é, é claro, Liam Neeson, que continua com seu imenso carisma e talento. As cenas de ação são, no geral, bem competentes e o diretor sabe usar bem o espaço apertado em que a trama se passa para realiza-las, gerando uma sequência em especial de muito boa qualidade. Esse aspecto, no entanto, se perde um pouco quando entram em cena momentos mirabolantes e totalmente não-críveis. Ademais, temos um encerramento bem ingenuamente otimista.
Ah, e só mais uma coisa: eu realmente não sabia que eu precisava de Liam Neeson batendo em um cara com uma guitarra até ver. Isso sim é uma cena de ação memorável.
Como normal nos filmes do Studio Ghibli, O Castelo Animado é de uma inventividade e encanto extremamente singulares, possuindo, para complementar a beleza, uma animação excelente com um visual deslumbrante. Embora não tenha me conquistado tanto como A Viagem de Chihiro, é inegavelmente ótimo e merece ser visto.
Até hoje, ainda que com pouca experiência, não havia visto um filme que conseguisse representar, de forma tão bela, tangível e sensível, quão grandiosa e especial pode ser a magia do cinema. Minhas lágrimas vieram já no começo, e fiquei estupefato como simples cenas de pessoas em uma sala de cinema puderam me sensibilizar de forma tão grandiosa. Incrível também como as 2h e 40 de duração passam com fluidez sem causar cansaço, além da beleza visual.
Simplesmente encantador. O universo fantástico mostrado no filme é de uma inventividade tão magnífica, refletindo uma imaginação inigualável e tão charmosa que fica quase impossível não desejar passar mais tempo nele e conhecer todas as suas nuances e possibilidades. Não obstante, sua construção é feita de forma magnânima, simplesmente extraordinária, por uma animação PERFEITA, incrivelmente e fabulosamente detalhista, criando um verdadeiro esplendor visual que faz com que cada frame seja passível de se tornar um belíssimo papel de parede para qualquer oportunidade.
O Oscar recebido foi, sem a menor possibilidade de existência de um mínimo resquício de dúvida, extremamente merecido, e creio que levará tempo para que um filme consiga desbancar A Viagem de Chihiro do seu primeiro lugar de animações no ranking do IMDb, e, claro, do meu coração.
Creio que You Were Never Really Here seja mais um estudo de personagem - mas um estudo único, singular, misterioso e não revelador - do que um filme de ação em si, e sem dúvidas o maior mérito pelo sucesso dessa característica é da atuação de Joaquin Phoenix, que está realmente incrível. No mais, a direção também é muito boa ao criar uma atmosfera extremamente misteriosa, mas ainda assim sensível e séria. Mesmo com tais méritos, o filme não me capturou muito, gostaria de ter apreciado mais.
Artisticamente e esteticamente, Batman Ninja inegavelmente é o melhor filme animado da DC. É um esplendor visual que, no entanto, consegue desperdiçar seu gigantesco potencial a quase todo momento. Poucos ambientes históricos poderiam se encaixar mais com a mitologia do Batman que o Japão Feudal. Porém, em vez de usufruir das características desse ambiente na criação de uma história bacana e que faça sentido com o contexto, preferiu-se, inexplicavelmente, cair em uma galhofada hiperbólica de robôs-castelos gigantes e outras tecnologias que não fazem jus à realocação realizada com os personagens. Esses, além disso, não são aproveitados no geral e, muitas vezes, parecem totalmente descaracterizados - o Damian Wayne, por exemplo, é irreconhecível, e os outros vilões ficam totalmente apagados por um Grodd que ainda não entendo o porquê de estar ali e por um Coringa extremamente irritante.
Fui com uma grande sede ao pote, imaginando que esse poderia ser a melhor animação da DC. A decepção foi imensa.
Não sei que espécie de frio polar se apossou do meu coração enquanto assisti esse filme, mas tenho certeza que, fosse qualquer outro dia, eu teria chorado em uma quantidade inimaginável. A beleza visual complementa de forma magnífica a sensibilidade extraordinária - e, por seu caráter realista, provavelmente incomparável a qualquer outra animação - da história. Sem dúvidas um exemplar sem igual de filme dramático de guerra.
Eu só lamento muito não ter assistido em um dia melhor em que eu estivesse menos distraído. Perdi muito da experiência, mas, ainda assim, me sinto enormemente impactado e com um grande peso no peito.
Após rever o filme pela segunda vez, me sinto seguro para afirmar com tranquilidade que Guardiões da Galáxia Vol. 2 possui, até agora, o melhor visual do Universo Cinematográfico Marvel. A reunião de uma direção de arte incrível, uma fotografia bem bacana e efeitos visuais sensacionais sucede absurdamente em criar imagens belíssimas.
No entanto, nessa revisitação, confesso que o filme decaiu um pouco para mim. O segundo ato fica muito aquém do primeiro e do terceiro, sendo um tanto quanto cansativo - alguns diriam até mesmo vazio -, e, ainda assim, não sendo capaz de atingir todo o potencial de desenvolvimento dos personagens e do caminho que vai levar a trama para o seu final. Além disso, o humor aqui se apresenta bem desbalanceado e realmente atrapalha demasiadamente em alguns momentos. O roteiro também tem seus probleminhas e exageros, vale notar. Porém, ainda assim, gosto muito de como a trilha sonora é usada para energizar e criar o tom de determinadas cenas - na primeira vez que vi, achei um tanto quanto exagerado, mas mudei de ideia, e também de como trataram o personagem Yondu.
Também não poderia deixar de comentar outro ponto positivo que foi o fato de o filme ter sido, até o momento, o que mais me deixou perto de chorar de todo o MCU. O final é realmente bem emocionante.
Obviamente, o que encanta tanto em Meu Amigo Totoro é a simplicidade. A trama não poderia ser mais simples, e, ainda assim, encantadora e sensível. Os ambientes e a animação trazem um clima bucólico muito peculiar e deveras agradável. A fama que o filme acabou ganhando pode prejudicar um pouco sua visualização, visto que as expectativas podem ser erroneamente direcionadas, mas, ainda assim, merece ser visto.
O modo como o suspense é criado e elevado nesse filme é algo surpreendente - e quase incompreensível. Puramente psicológica, a tensão já se inicia na primeira aparição do personagem do Barry Keoghan, que possui uma interpretação bizarríssima - e isso, aqui, não poderia ser mais positivo -, sem nem sabermos direito o porquê, e vai em um crescendo que é aperfeiçoado pela trilha sonora e pelo visual - que, apesar da tragédia que é a trama, é formado principalmente por cores claras, com grande predominância do branco. Os enquadramentos, muitas vezes incomuns - e, portanto, plenamente alinhado á atmosfera e o tom do filme como um todo -, trabalham também para a construção desse sentimento. Curioso como, em diversos momentos, os planos são demasiadamente abertos a ponto de não ser possível compreender totalmente o que se passa - ou como os personagens estão reagindo para determinadas situações -, criando uma inquietude bem única.
Confesso que, por sua peculiaridade - e pelo afastamento do nosso mundo decorrente dessa característica -, muitas das críticas e alegorias que o diretor busca fazer em relação à sociedade burguesa moderna acabam se perdendo para mim. Isso, no entanto, não tirou o mérito do filme em minha opinião, a ponto de eu considera-lo bem melhor que a obra anterior do autor, O Lagosta. É claro que sempre há a possibilidade de, graças ao fato d'eu ter assistido esse já aguardando algo singular e excêntrico, o que não aconteceu com o anterior - o que pode ter me gerado, na época, uma reação de estranhamento que acabou resultando em uma avaliação mais negativa -, tê-lo apreciado mais. Vale comentar também que todo meu apreço se deu mesmo com a ausência de conhecimento do mito grego que inspirou o roteiro,
Lendo rapidamente os últimos comentários, percebi que esse filme tem um mérito nem tão visualizado: consegue ser criticado ao mesmo tempo por ter muito drama e pouca ação e por ter muita ação pra pouco drama. Realmente é um feito quase inédito.
De fato, temos aqui uma quantidade considerável de cenas de ação, que, no entanto, agora revendo eu enxergo com mais racionalidade, são exponencialmente menos empolgantes e possuem menos qualidade que as do filme anterior, embora ainda assim tenha uns bons momentos - o destaque, pra mim, é quando todos os Vingadores lutam juntos em volta do núcleo contra os robôs de Ultron. Isso se deve, principalmente, aos efeitos especiais, que são de uma má qualidade gigantesca. É surpreendente ver como os do primeiro filme são extremamente superiores aos vistos aqui. Além disso, embora tenhamos alguns momentos interessantes, a interação entre os personagens aqui é bem inferior, assim como o humor. Pra finalizar, não poderia deixar de comentar como Ultron foi uma decepção gigantesca.
Criei grande expectativas para o filme visto que o último musical do Hugh Jackman é um dos meus filmes favoritos, se não o favorito. Após demorar mais tempo do que gostaria para assistir, eu não conseguiria dizer que é um fracasso, mas devo dizer que é bem aquém do que eu esperava. É negativo usar uma fala geralmente utilizada pelos haters do gênero musical em qualquer oportunidade, porém O Rei do Show realmente parece, muitas vezes, um compilado de clipes musicais. O roteiro percorre um caminho bem simplista sem se aprofundar muito em nada, deixando de desenvolver diversos aspectos que poderiam ser interessantíssimos, tal como os personagens. Também temos alguns diálogos bem risíveis, situações que não conseguem alcançar um mínimo grau de credibilidade e momentos de uma pieguice notável. Embora os momentos musicais sejam bacanas e bem realizados, creio que a escolha de um diretor iniciante não foi a mais sábia. Apesar de algumas tentativas, era necessária aqui uma melhor inventividade na direção, algo que é notável, para efeito de comparação, no trabalho de Damian Chazelle já na primeira sequência de La La Land - e vale ressaltar que o diretor tinha, aqui, graças aos personagens, aos ambientes e situações, um potencial muito maior para diferenciar e criar.
Apesar disso, ainda assim o filme tem seu encanto. As músicas são muito bacanas e conseguem criar momentos de verdadeira sensibilidade a despeito dos momentos citados acima. Gosto muito da parte visual e estética, a direção de arte tem um ótimo trabalho e temos alguns enquadramentos realmente belíssimos. Hugh Jackman está ótimo como usual e o resto do elenco também não fica muito pra trás, embora tenham poucas oportunidades.
Incrível, simplesmente incrível. Uma das coisas mais interessantes é como o filme, tomando o ponto de vista do protagonista, conduz o espectador seguindo a cabeça desse: de um modo confuso e perdido, a partir do qual não é possível ter certeza sobre o que é real e o que é ilusão, sobre a passagem do tempo e outros aspectos. Graças a isso, a trama instiga o mistério de uma forma excelente e traz uma enorme quantidade de viradas, que vão se sucedendo de uma maneira bastante interessante. O final, inclusive, tem um tom melhor e é bem melhor coreografado e realizado que muitos filmes de ação hollywoodianos.
Um grande mérito do roteiro aqui, além de ser extremamente envolvente, é o foco bem definido. O filme sabe exatamente o que quer e trabalha nessa linha, não perdendo tempo nem desenvolvendo com má qualidade fatores que poderiam aparecer, mas que se mostram desnecessários - detalhes da investigação do passado, as testemunhas, etc. Além disso, as reviravoltas - e aqui temos um tanto - são bem interessantes e tornam, inegavelmente, o filme mais agradável e empolgante. Alguns fatos podem parecer muito não-críveis para nossa realidade, mas é uma suspensão de descrença que é necessário ter ao deparar-se com certos tipos de obras, principalmente as que trabalham esses fatos de uma forma positiva, como é o caso aqui. Fiquei um pouco incomodado com a fotografia extremamente - e desnecessariamente, ao me ver - amarelada, mas nada muito negativo. Também vale mencionar uma ótima atuação de Tatsuya Fujiwara, especialmente no clímax.
Realmente é incrível o que Os Vingadores conseguiu fazer, reunindo personagens de filmes anteriores e consolidando de fato a existência de um Universo Cinematográfico. No quesito de coesão com os demais títulos, o filme é praticamente perfeito - embora o ponto "fraco" nisso seja o novo Hulk, que destoa um tanto do anterior, não só pela mudança do ator -, fazendo referências coerentes e pertinentes e ligando pontas soltas, além de criar novas. No aspecto ação e aventura, também é quase impossível reclamar: a batalha de Nova York é fantástica, divertidíssima e consegue equilibrar com grande primazia a presença de todos os seus personagens. Nesse caminho, os personagens, vale dizer, são o maior mérito do roteiro, que consegue construir interações excelentes, que são um dos maiores pontos positivos. No entanto, é inegável que a história, em si, não é nada brilhante ou inovador, e a resolução do final ainda me incomoda bastante. O humor, embora tenha momentos excelentes, às vezes se perde um pouco também, mas nada que cause grande danos.
Um dos aspectos que considero mais negativos é a parte visual. Não é, de jeito nenhum, algo que diminua os outros méritos ou estrague o filme, mas acredito que esse quesito poderia ter sido melhor trabalhado para dar mais uma qualidade ao filme. Fato é que, ao assistir, tenho a impressão que não havia nenhum trabalho de luz durante as filmagens e que o que vemos em tela é exatamente o que a câmera capturou, sem nenhum refinamento ou adição de filtros e efeitos na pós-produção. Isso, junto de alguns takes que acho bizarros, muitas vezes dão a impressão de um trabalho amador - na falta de um adjetivo melhor em minha mente - e artificial.
Bem divertido e com um ambientação excelente - que também torna o filme diverso do comum -, Capitão América: O Primeiro Vingador sucede em introduzir o personagem e apresentar sua personalidade, embora não consiga torna-lo tão agradável ao público como foi no caso de Homem de Ferro. Ainda assim, temos aqui cenas de ação muito bacanas - a montagem envolvendo as missões do Capitão com o Comando Selvagem é realmente ótima - e momentos muito interessantes, que estabelecem muitas conexões com o restante do Universo Marvel e demonstram um potencial para histórias passadas na época - potencial esse aproveitado na bacaníssima série Agent Carter, cancelada antes da hora. Esse último aspecto é fortalecido, também, por uma das características mais notáveis do filme: o incrível time de coadjuvantes. Embora eles não alcancem o máximo potencial como personagens, ainda assim são interessantes e interpretados por atores de extrema qualidade - temos aqui Toby Jones, Tommy Lee Jones, Stanley Tucci, Hugo Weaving. E um detalhe interessante é que apesar do humor já se apresentar meio desbalanceado, aqui ainda encontramos um nível bem considerável de violência, com certeza o melhor do MCU na época e talvez o melhor até os dias de hoje.
Não é nada excepcional, mas também não é o desastre que muitos dizem. Gosto da direção do Kenneth Branagh e do modo como o lado cósmico - que acho um dos aspectos positivos - é retratado. Asgard tem a predominância gigantesca do dourado, o que simboliza o lugar como algo mais mágico, deslumbrante. A direção de arte faz um trabalho incrível construindo o lugar, embora o roteiro não o desenvolva de forma mais expansiva. Eu gostaria muito de ter visto uma sequência, livre da necessidade de introduzir a origem do personagem e focada muito mais no aspecto cósmico - como foi Thor: Ragnarok -, dirigida pelo Kenneth, creio que poderia sair algo muito interessante. Gosto também do filme aproveitar as oportunidades que têm para mostrar os personagens asgardianos - Sif e os três guerreiros, que acho que são extremamente desperdiçados na franquia. O núcleo terrestre pode até ser simpático e ter seus momentos divertidos, mas não acho que supere o potencial da parte cósmica. Talvez seja por isso que gosto bastante do início do filme - a narração do Odin sobre a guerra entre os asgardianos e os gigantes de gelo e a jornada a Jottunheim são momentos realmente bacanas. Embora não tenha uma grande presença, gosto da representação do Odin mais implacável e feroz, e Anthony Hopkins nunca decepciona. Tom Hiddleston também se destaca, embora essa participação do Loki ainda não seja o suficiente para lhe fazer alcançar o lugar mais alto da lista de vilões do MCU. Enfim, a entrada do Universo Marvel na sua área mais fantasiosa e espacial não é uma decepção completa, mas não alcança todo seu potencial, o que fica ainda mais claro quando se pensa nas cenas de ação medianas e no terceiro ato bem... banal?
Não é nada excepcional, porém ainda assim cumpre o papel de ser um filme agradável. É bonitinho, possui uma mensagem interessante - embora muito otimista para o mundo real - e um humor bacana capaz de gerar alguns sorrisos e leves risadas. Embora a animação não seja tão detalhista ou perfeccionista, ainda assim é bem bela e possui o colorido característico do gênero e que é bem afável aos olhos. A indicação ao Oscar talvez seja realmente exagerada - ainda mais quando LEGO: Batman ficou de fora da competição -, mas nada que seja ultrajante ou absurdo.
Outra coisa interessante sobre esse filme é que ele já traz uma maior leveza e menor senso de gravidade para o Universo Cinematográfico Marvel. Nos dois filmes anteriores - Homem de Ferro e O Incrível Hulk -, podemos ver, em diversos momentos - principalmente nas batalhas finais -, pessoas comuns/civis sendo prejudicados diretamente. Já aqui, em Homem de Ferro 2, o máximo que vemos são pessoas correndo e fugindo. Mesmo o Ivan Ranko tendo feito com que dezenas de robôs com metralhadoras atirassem a esmo, o máximo prejuízo que vimos foram carros sem ocupantes sendo danificados.
Não sei se foi por ter assistido após a tristeza que é O Incrível Hulk, mas continuei achando Homem de Ferro 2 realmente ótimo. Embora o roteiro não seja tão fechadinho - possuindo algumas situações bastante questionáveis e muitas soluções fáceis - quanto o do primeiro, ainda assim temos um filme bastante divertido e que, na minha opinião, não perde o ritmo em momento nenhum. Além disso, ele trabalha muito bem em continuar a desenvolver Tony Stark - que continua sendo toda a energia do filme - e consolidá-lo como um dos melhores, se não o melhor, personagem do Universo Cinematográfico Marvel. O seu relacionamento com Pepper Pots também é melhor desenvolvido e se torna mais interessante aqui. Don Cheadle faz uma estreia muito bacana no MCU como o novo Coronel James Rhodes, continuando as ótimas interações com o protagonista, embora possuindo menos tempo de tela do que o merecido. O humor continua muito bem acertado, sendo um dos melhores de toda a franquia, e é um dos fatores que fazem os 30 minutos do filme serem realente excelentes.
Os vilões são, novamente, um problema. Embora sendo interpretados muito bem por dois ótimos atores - Sam Rockwell e Mickey Rourke -, ambos Justin Hammer e Ivan Ranko possuíam um potencial temático bem maior. Embora o visual e as cenas de ação - que continuam ótimas aqui, principalmente graças aos efeitos visuais também ótimos - do segundo sejam realmente bacanas, não são suficientes para torna-lo um personagem bom.
Após reassistir, percebo que não foram apenas os problemas envolvendo a produção e os direitos do personagem que fizeram esse filme ser tão esquecível. O roteiro e a direção são bem fracas, criando cenas realmente toscas e risíveis, que ficam no mesmo nível que novelas. As cenas de ação, embora não sejam excepcionais, podem ser consideradas um aspecto positiva, embora sejam bastante prejudicadas pelos fraquíssimos efeitos especiais, que muitas vezes fazem com o que se vê na tela pareça ter saído de cutscenes de videogames. Embora eu goste do Edward Norton, seu Bruce Banner tem pouco ou nenhum carisma e não parece ser, em momento algum, um cientista de certa fama. William Hurt tem uma boa atuação, o que não sei se posso dizer sobre Liv Tyler, encarregada de uma das piores - e mais irritantes - personagens de todo o MCU.
Além de ser um dos maiores pontos fracos em questão de qualidade, O Incrível Hulk também é um problema para um dos aspectos de maior qualidade no Universo Marvel: a coesão. Além da substituição de Edward Norton e as mudanças no personagem, temos aqui diversas pontas soltas e ganchos que, com quase absoluta certeza, não serão nunca mais abordados. Não que tivessem um grande potencial ou criado uma expectativa nos fãs, mas, quando analisa-se a franquia como um todo e quando se a assiste sequencialmente - como estou fazendo em preparação para Guerra Infinita -, são nítidos os prejuízos para um universo que pretende ser equilibrado, coerente e coeso.
Christopher Robin: Um Reencontro Inesquecível
3.9 457 Assista AgoraExtremamente fofo e divertido. Nesse sentido, lembra muito Paddington, embora menos inspirado. A simplicidade da história e outros pequenos defeitos são facilmente ignoráveis pela leveza e pela magia que sucedem muito bem em seu objetivo.
No entanto, creio que o filme poderia ter investido mais em construção emocional - coisa que "Adeus, Christopher Robin", por exemplo, faz muito bem. Os temas abordados - passagem de tempo, relação entre infância e período adulto - são bastante suscetíveis a serem trabalhados com um forte apelo emocional. Essa parte, no entanto, aqui fica mais na conta do espectador, que poderá - se tiver vínculo emocional e nostálgico com os personagens, tal como eu fortemente tenho - vir a derramar algumas lágrimas.
Tiranossauro
4.0 236 Assista AgoraPara simbolizar o quão cru, bruto e cruel esse filme é, basta dizer que sua cena mais feliz/doce acontece em um velório.
A Morte do Superman
3.9 171 Assista AgoraDevo dizer que fiquei muito satisfeito com A Morte de Superman: não tinha muitas expectativas e realmente gostei bastante do resultado. Embora os movimentos continuem não estando 100% fluidos como seria o desejado, a animação ainda assim é bastante superior às que temos visto nos filmes animados recentes da DC, sendo capaz de quase não gerar incômodo algum durante as cenas de ação. Ademais, também é notável a beleza e o capricho dessa, o que a diferencia de todas as outras, assim como alguns enquadramentos menos usuais.
Também gosto bastante da divisão que o filme possui entre o desenvolvimento do símbolo do Superman e de tudo que antecede a batalha - o que gera algumas interações bem bacanas entre os personagens - e a batalha em si - embora talvez essa pudesse ter sido um pouco maior. Isso permitiu uma construção emocional entre os personagens bem mais palpável e realista do que estamos acostumados a ver em outras animações da DC.
Entre os poucos pontos negativos, devo inevitavelmente citar o visual do Superman - esse sim bastante incômodo -, o Lex Luthor - que aqui está, a meu ver, exageradamente mais insano e insuportável que o normal - e o encerramento, que tira um pouco o peso que foi construído com o funeral e que poderia facilmente ser uma cena pós-créditos.
O Passageiro
3.3 375 Assista AgoraDefinitivamente achei o meu guilty pleasure do ano. Embora o roteiro tenha um número grande de inconsistências e irrealismos, O Passageiro sucede bastante em criar entretenimento. Acho o começo realmente muito bacana - introduzindo com grande mérito o mistério e o suspense, que, infelizmente, decaem posteriormente - e com um elenco bastante competente, além do seu maior ponto forte, que é, é claro, Liam Neeson, que continua com seu imenso carisma e talento. As cenas de ação são, no geral, bem competentes e o diretor sabe usar bem o espaço apertado em que a trama se passa para realiza-las, gerando uma sequência em especial de muito boa qualidade. Esse aspecto, no entanto, se perde um pouco quando entram em cena momentos mirabolantes e totalmente não-críveis. Ademais, temos um encerramento bem ingenuamente otimista.
Ah, e só mais uma coisa: eu realmente não sabia que eu precisava de Liam Neeson batendo em um cara com uma guitarra até ver. Isso sim é uma cena de ação memorável.
O Castelo Animado
4.5 1,3K Assista AgoraComo normal nos filmes do Studio Ghibli, O Castelo Animado é de uma inventividade e encanto extremamente singulares, possuindo, para complementar a beleza, uma animação excelente com um visual deslumbrante. Embora não tenha me conquistado tanto como A Viagem de Chihiro, é inegavelmente ótimo e merece ser visto.
Cinema Paradiso
4.5 1,4K Assista AgoraAté hoje, ainda que com pouca experiência, não havia visto um filme que conseguisse representar, de forma tão bela, tangível e sensível, quão grandiosa e especial pode ser a magia do cinema. Minhas lágrimas vieram já no começo, e fiquei estupefato como simples cenas de pessoas em uma sala de cinema puderam me sensibilizar de forma tão grandiosa. Incrível também como as 2h e 40 de duração passam com fluidez sem causar cansaço, além da beleza visual.
A Viagem de Chihiro
4.5 2,3K Assista AgoraSimplesmente encantador. O universo fantástico mostrado no filme é de uma inventividade tão magnífica, refletindo uma imaginação inigualável e tão charmosa que fica quase impossível não desejar passar mais tempo nele e conhecer todas as suas nuances e possibilidades. Não obstante, sua construção é feita de forma magnânima, simplesmente extraordinária, por uma animação PERFEITA, incrivelmente e fabulosamente detalhista, criando um verdadeiro esplendor visual que faz com que cada frame seja passível de se tornar um belíssimo papel de parede para qualquer oportunidade.
O Oscar recebido foi, sem a menor possibilidade de existência de um mínimo resquício de dúvida, extremamente merecido, e creio que levará tempo para que um filme consiga desbancar A Viagem de Chihiro do seu primeiro lugar de animações no ranking do IMDb, e, claro, do meu coração.
Você Nunca Esteve Realmente Aqui
3.6 521 Assista AgoraCreio que You Were Never Really Here seja mais um estudo de personagem - mas um estudo único, singular, misterioso e não revelador - do que um filme de ação em si, e sem dúvidas o maior mérito pelo sucesso dessa característica é da atuação de Joaquin Phoenix, que está realmente incrível. No mais, a direção também é muito boa ao criar uma atmosfera extremamente misteriosa, mas ainda assim sensível e séria. Mesmo com tais méritos, o filme não me capturou muito, gostaria de ter apreciado mais.
Batman Ninja
2.8 250 Assista AgoraArtisticamente e esteticamente, Batman Ninja inegavelmente é o melhor filme animado da DC. É um esplendor visual que, no entanto, consegue desperdiçar seu gigantesco potencial a quase todo momento. Poucos ambientes históricos poderiam se encaixar mais com a mitologia do Batman que o Japão Feudal. Porém, em vez de usufruir das características desse ambiente na criação de uma história bacana e que faça sentido com o contexto, preferiu-se, inexplicavelmente, cair em uma galhofada hiperbólica de robôs-castelos gigantes e outras tecnologias que não fazem jus à realocação realizada com os personagens. Esses, além disso, não são aproveitados no geral e, muitas vezes, parecem totalmente descaracterizados - o Damian Wayne, por exemplo, é irreconhecível, e os outros vilões ficam totalmente apagados por um Grodd que ainda não entendo o porquê de estar ali e por um Coringa extremamente irritante.
Fui com uma grande sede ao pote, imaginando que esse poderia ser a melhor animação da DC. A decepção foi imensa.
Túmulo dos Vagalumes
4.6 2,2KNão sei que espécie de frio polar se apossou do meu coração enquanto assisti esse filme, mas tenho certeza que, fosse qualquer outro dia, eu teria chorado em uma quantidade inimaginável. A beleza visual complementa de forma magnífica a sensibilidade extraordinária - e, por seu caráter realista, provavelmente incomparável a qualquer outra animação - da história. Sem dúvidas um exemplar sem igual de filme dramático de guerra.
Eu só lamento muito não ter assistido em um dia melhor em que eu estivesse menos distraído. Perdi muito da experiência, mas, ainda assim, me sinto enormemente impactado e com um grande peso no peito.
Guardiões da Galáxia Vol. 2
4.0 1,7K Assista AgoraApós rever o filme pela segunda vez, me sinto seguro para afirmar com tranquilidade que Guardiões da Galáxia Vol. 2 possui, até agora, o melhor visual do Universo Cinematográfico Marvel. A reunião de uma direção de arte incrível, uma fotografia bem bacana e efeitos visuais sensacionais sucede absurdamente em criar imagens belíssimas.
No entanto, nessa revisitação, confesso que o filme decaiu um pouco para mim. O segundo ato fica muito aquém do primeiro e do terceiro, sendo um tanto quanto cansativo - alguns diriam até mesmo vazio -, e, ainda assim, não sendo capaz de atingir todo o potencial de desenvolvimento dos personagens e do caminho que vai levar a trama para o seu final. Além disso, o humor aqui se apresenta bem desbalanceado e realmente atrapalha demasiadamente em alguns momentos. O roteiro também tem seus probleminhas e exageros, vale notar. Porém, ainda assim, gosto muito de como a trilha sonora é usada para energizar e criar o tom de determinadas cenas - na primeira vez que vi, achei um tanto quanto exagerado, mas mudei de ideia, e também de como trataram o personagem Yondu.
Também não poderia deixar de comentar outro ponto positivo que foi o fato de o filme ter sido, até o momento, o que mais me deixou perto de chorar de todo o MCU. O final é realmente bem emocionante.
Meu Amigo Totoro
4.3 1,3K Assista AgoraObviamente, o que encanta tanto em Meu Amigo Totoro é a simplicidade. A trama não poderia ser mais simples, e, ainda assim, encantadora e sensível. Os ambientes e a animação trazem um clima bucólico muito peculiar e deveras agradável. A fama que o filme acabou ganhando pode prejudicar um pouco sua visualização, visto que as expectativas podem ser erroneamente direcionadas, mas, ainda assim, merece ser visto.
O Sacrifício do Cervo Sagrado
3.7 1,2K Assista AgoraO modo como o suspense é criado e elevado nesse filme é algo surpreendente - e quase incompreensível. Puramente psicológica, a tensão já se inicia na primeira aparição do personagem do Barry Keoghan, que possui uma interpretação bizarríssima - e isso, aqui, não poderia ser mais positivo -, sem nem sabermos direito o porquê, e vai em um crescendo que é aperfeiçoado pela trilha sonora e pelo visual - que, apesar da tragédia que é a trama, é formado principalmente por cores claras, com grande predominância do branco. Os enquadramentos, muitas vezes incomuns - e, portanto, plenamente alinhado á atmosfera e o tom do filme como um todo -, trabalham também para a construção desse sentimento. Curioso como, em diversos momentos, os planos são demasiadamente abertos a ponto de não ser possível compreender totalmente o que se passa - ou como os personagens estão reagindo para determinadas situações -, criando uma inquietude bem única.
Confesso que, por sua peculiaridade - e pelo afastamento do nosso mundo decorrente dessa característica -, muitas das críticas e alegorias que o diretor busca fazer em relação à sociedade burguesa moderna acabam se perdendo para mim. Isso, no entanto, não tirou o mérito do filme em minha opinião, a ponto de eu considera-lo bem melhor que a obra anterior do autor, O Lagosta. É claro que sempre há a possibilidade de, graças ao fato d'eu ter assistido esse já aguardando algo singular e excêntrico, o que não aconteceu com o anterior - o que pode ter me gerado, na época, uma reação de estranhamento que acabou resultando em uma avaliação mais negativa -, tê-lo apreciado mais. Vale comentar também que todo meu apreço se deu mesmo com a ausência de conhecimento do mito grego que inspirou o roteiro,
Vingadores: Era de Ultron
3.7 3,0K Assista AgoraLendo rapidamente os últimos comentários, percebi que esse filme tem um mérito nem tão visualizado: consegue ser criticado ao mesmo tempo por ter muito drama e pouca ação e por ter muita ação pra pouco drama. Realmente é um feito quase inédito.
De fato, temos aqui uma quantidade considerável de cenas de ação, que, no entanto, agora revendo eu enxergo com mais racionalidade, são exponencialmente menos empolgantes e possuem menos qualidade que as do filme anterior, embora ainda assim tenha uns bons momentos - o destaque, pra mim, é quando todos os Vingadores lutam juntos em volta do núcleo contra os robôs de Ultron. Isso se deve, principalmente, aos efeitos especiais, que são de uma má qualidade gigantesca. É surpreendente ver como os do primeiro filme são extremamente superiores aos vistos aqui. Além disso, embora tenhamos alguns momentos interessantes, a interação entre os personagens aqui é bem inferior, assim como o humor. Pra finalizar, não poderia deixar de comentar como Ultron foi uma decepção gigantesca.
O Rei do Show
3.9 897 Assista AgoraCriei grande expectativas para o filme visto que o último musical do Hugh Jackman é um dos meus filmes favoritos, se não o favorito. Após demorar mais tempo do que gostaria para assistir, eu não conseguiria dizer que é um fracasso, mas devo dizer que é bem aquém do que eu esperava. É negativo usar uma fala geralmente utilizada pelos haters do gênero musical em qualquer oportunidade, porém O Rei do Show realmente parece, muitas vezes, um compilado de clipes musicais. O roteiro percorre um caminho bem simplista sem se aprofundar muito em nada, deixando de desenvolver diversos aspectos que poderiam ser interessantíssimos, tal como os personagens. Também temos alguns diálogos bem risíveis, situações que não conseguem alcançar um mínimo grau de credibilidade e momentos de uma pieguice notável. Embora os momentos musicais sejam bacanas e bem realizados, creio que a escolha de um diretor iniciante não foi a mais sábia. Apesar de algumas tentativas, era necessária aqui uma melhor inventividade na direção, algo que é notável, para efeito de comparação, no trabalho de Damian Chazelle já na primeira sequência de La La Land - e vale ressaltar que o diretor tinha, aqui, graças aos personagens, aos ambientes e situações, um potencial muito maior para diferenciar e criar.
Apesar disso, ainda assim o filme tem seu encanto. As músicas são muito bacanas e conseguem criar momentos de verdadeira sensibilidade a despeito dos momentos citados acima. Gosto muito da parte visual e estética, a direção de arte tem um ótimo trabalho e temos alguns enquadramentos realmente belíssimos. Hugh Jackman está ótimo como usual e o resto do elenco também não fica muito pra trás, embora tenham poucas oportunidades.
Memória de um Assassino
4.0 81 Assista AgoraIncrível, simplesmente incrível. Uma das coisas mais interessantes é como o filme, tomando o ponto de vista do protagonista, conduz o espectador seguindo a cabeça desse: de um modo confuso e perdido, a partir do qual não é possível ter certeza sobre o que é real e o que é ilusão, sobre a passagem do tempo e outros aspectos. Graças a isso, a trama instiga o mistério de uma forma excelente e traz uma enorme quantidade de viradas, que vão se sucedendo de uma maneira bastante interessante. O final, inclusive, tem um tom melhor e é bem melhor coreografado e realizado que muitos filmes de ação hollywoodianos.
Confession of Murder
3.5 6Um grande mérito do roteiro aqui, além de ser extremamente envolvente, é o foco bem definido. O filme sabe exatamente o que quer e trabalha nessa linha, não perdendo tempo nem desenvolvendo com má qualidade fatores que poderiam aparecer, mas que se mostram desnecessários - detalhes da investigação do passado, as testemunhas, etc. Além disso, as reviravoltas - e aqui temos um tanto - são bem interessantes e tornam, inegavelmente, o filme mais agradável e empolgante. Alguns fatos podem parecer muito não-críveis para nossa realidade, mas é uma suspensão de descrença que é necessário ter ao deparar-se com certos tipos de obras, principalmente as que trabalham esses fatos de uma forma positiva, como é o caso aqui. Fiquei um pouco incomodado com a fotografia extremamente - e desnecessariamente, ao me ver - amarelada, mas nada muito negativo. Também vale mencionar uma ótima atuação de Tatsuya Fujiwara, especialmente no clímax.
Os Vingadores
4.0 6,9K Assista AgoraRealmente é incrível o que Os Vingadores conseguiu fazer, reunindo personagens de filmes anteriores e consolidando de fato a existência de um Universo Cinematográfico. No quesito de coesão com os demais títulos, o filme é praticamente perfeito - embora o ponto "fraco" nisso seja o novo Hulk, que destoa um tanto do anterior, não só pela mudança do ator -, fazendo referências coerentes e pertinentes e ligando pontas soltas, além de criar novas. No aspecto ação e aventura, também é quase impossível reclamar: a batalha de Nova York é fantástica, divertidíssima e consegue equilibrar com grande primazia a presença de todos os seus personagens. Nesse caminho, os personagens, vale dizer, são o maior mérito do roteiro, que consegue construir interações excelentes, que são um dos maiores pontos positivos. No entanto, é inegável que a história, em si, não é nada brilhante ou inovador, e a resolução do final ainda me incomoda bastante. O humor, embora tenha momentos excelentes, às vezes se perde um pouco também, mas nada que cause grande danos.
Um dos aspectos que considero mais negativos é a parte visual. Não é, de jeito nenhum, algo que diminua os outros méritos ou estrague o filme, mas acredito que esse quesito poderia ter sido melhor trabalhado para dar mais uma qualidade ao filme. Fato é que, ao assistir, tenho a impressão que não havia nenhum trabalho de luz durante as filmagens e que o que vemos em tela é exatamente o que a câmera capturou, sem nenhum refinamento ou adição de filtros e efeitos na pós-produção. Isso, junto de alguns takes que acho bizarros, muitas vezes dão a impressão de um trabalho amador - na falta de um adjetivo melhor em minha mente - e artificial.
Capitão América: O Primeiro Vingador
3.5 3,1K Assista AgoraBem divertido e com um ambientação excelente - que também torna o filme diverso do comum -, Capitão América: O Primeiro Vingador sucede em introduzir o personagem e apresentar sua personalidade, embora não consiga torna-lo tão agradável ao público como foi no caso de Homem de Ferro. Ainda assim, temos aqui cenas de ação muito bacanas - a montagem envolvendo as missões do Capitão com o Comando Selvagem é realmente ótima - e momentos muito interessantes, que estabelecem muitas conexões com o restante do Universo Marvel e demonstram um potencial para histórias passadas na época - potencial esse aproveitado na bacaníssima série Agent Carter, cancelada antes da hora. Esse último aspecto é fortalecido, também, por uma das características mais notáveis do filme: o incrível time de coadjuvantes. Embora eles não alcancem o máximo potencial como personagens, ainda assim são interessantes e interpretados por atores de extrema qualidade - temos aqui Toby Jones, Tommy Lee Jones, Stanley Tucci, Hugo Weaving. E um detalhe interessante é que apesar do humor já se apresentar meio desbalanceado, aqui ainda encontramos um nível bem considerável de violência, com certeza o melhor do MCU na época e talvez o melhor até os dias de hoje.
Thor
3.3 3,1K Assista AgoraNão é nada excepcional, mas também não é o desastre que muitos dizem. Gosto da direção do Kenneth Branagh e do modo como o lado cósmico - que acho um dos aspectos positivos - é retratado. Asgard tem a predominância gigantesca do dourado, o que simboliza o lugar como algo mais mágico, deslumbrante. A direção de arte faz um trabalho incrível construindo o lugar, embora o roteiro não o desenvolva de forma mais expansiva. Eu gostaria muito de ter visto uma sequência, livre da necessidade de introduzir a origem do personagem e focada muito mais no aspecto cósmico - como foi Thor: Ragnarok -, dirigida pelo Kenneth, creio que poderia sair algo muito interessante. Gosto também do filme aproveitar as oportunidades que têm para mostrar os personagens asgardianos - Sif e os três guerreiros, que acho que são extremamente desperdiçados na franquia. O núcleo terrestre pode até ser simpático e ter seus momentos divertidos, mas não acho que supere o potencial da parte cósmica. Talvez seja por isso que gosto bastante do início do filme - a narração do Odin sobre a guerra entre os asgardianos e os gigantes de gelo e a jornada a Jottunheim são momentos realmente bacanas. Embora não tenha uma grande presença, gosto da representação do Odin mais implacável e feroz, e Anthony Hopkins nunca decepciona. Tom Hiddleston também se destaca, embora essa participação do Loki ainda não seja o suficiente para lhe fazer alcançar o lugar mais alto da lista de vilões do MCU. Enfim, a entrada do Universo Marvel na sua área mais fantasiosa e espacial não é uma decepção completa, mas não alcança todo seu potencial, o que fica ainda mais claro quando se pensa nas cenas de ação medianas e no terceiro ato bem... banal?
O Touro Ferdinando
3.7 440 Assista AgoraNão é nada excepcional, porém ainda assim cumpre o papel de ser um filme agradável. É bonitinho, possui uma mensagem interessante - embora muito otimista para o mundo real - e um humor bacana capaz de gerar alguns sorrisos e leves risadas. Embora a animação não seja tão detalhista ou perfeccionista, ainda assim é bem bela e possui o colorido característico do gênero e que é bem afável aos olhos. A indicação ao Oscar talvez seja realmente exagerada - ainda mais quando LEGO: Batman ficou de fora da competição -, mas nada que seja ultrajante ou absurdo.
Homem de Ferro 2
3.6 1,9K Assista AgoraOutra coisa interessante sobre esse filme é que ele já traz uma maior leveza e menor senso de gravidade para o Universo Cinematográfico Marvel. Nos dois filmes anteriores - Homem de Ferro e O Incrível Hulk -, podemos ver, em diversos momentos - principalmente nas batalhas finais -, pessoas comuns/civis sendo prejudicados diretamente. Já aqui, em Homem de Ferro 2, o máximo que vemos são pessoas correndo e fugindo. Mesmo o Ivan Ranko tendo feito com que dezenas de robôs com metralhadoras atirassem a esmo, o máximo prejuízo que vimos foram carros sem ocupantes sendo danificados.
Homem de Ferro 2
3.6 1,9K Assista AgoraNão sei se foi por ter assistido após a tristeza que é O Incrível Hulk, mas continuei achando Homem de Ferro 2 realmente ótimo. Embora o roteiro não seja tão fechadinho - possuindo algumas situações bastante questionáveis e muitas soluções fáceis - quanto o do primeiro, ainda assim temos um filme bastante divertido e que, na minha opinião, não perde o ritmo em momento nenhum. Além disso, ele trabalha muito bem em continuar a desenvolver Tony Stark - que continua sendo toda a energia do filme - e consolidá-lo como um dos melhores, se não o melhor, personagem do Universo Cinematográfico Marvel. O seu relacionamento com Pepper Pots também é melhor desenvolvido e se torna mais interessante aqui. Don Cheadle faz uma estreia muito bacana no MCU como o novo Coronel James Rhodes, continuando as ótimas interações com o protagonista, embora possuindo menos tempo de tela do que o merecido. O humor continua muito bem acertado, sendo um dos melhores de toda a franquia, e é um dos fatores que fazem os 30 minutos do filme serem realente excelentes.
Os vilões são, novamente, um problema. Embora sendo interpretados muito bem por dois ótimos atores - Sam Rockwell e Mickey Rourke -, ambos Justin Hammer e Ivan Ranko possuíam um potencial temático bem maior. Embora o visual e as cenas de ação - que continuam ótimas aqui, principalmente graças aos efeitos visuais também ótimos - do segundo sejam realmente bacanas, não são suficientes para torna-lo um personagem bom.
O Incrível Hulk
3.1 882 Assista AgoraApós reassistir, percebo que não foram apenas os problemas envolvendo a produção e os direitos do personagem que fizeram esse filme ser tão esquecível. O roteiro e a direção são bem fracas, criando cenas realmente toscas e risíveis, que ficam no mesmo nível que novelas. As cenas de ação, embora não sejam excepcionais, podem ser consideradas um aspecto positiva, embora sejam bastante prejudicadas pelos fraquíssimos efeitos especiais, que muitas vezes fazem com o que se vê na tela pareça ter saído de cutscenes de videogames. Embora eu goste do Edward Norton, seu Bruce Banner tem pouco ou nenhum carisma e não parece ser, em momento algum, um cientista de certa fama. William Hurt tem uma boa atuação, o que não sei se posso dizer sobre Liv Tyler, encarregada de uma das piores - e mais irritantes - personagens de todo o MCU.
Além de ser um dos maiores pontos fracos em questão de qualidade, O Incrível Hulk também é um problema para um dos aspectos de maior qualidade no Universo Marvel: a coesão. Além da substituição de Edward Norton e as mudanças no personagem, temos aqui diversas pontas soltas e ganchos que, com quase absoluta certeza, não serão nunca mais abordados. Não que tivessem um grande potencial ou criado uma expectativa nos fãs, mas, quando analisa-se a franquia como um todo e quando se a assiste sequencialmente - como estou fazendo em preparação para Guerra Infinita -, são nítidos os prejuízos para um universo que pretende ser equilibrado, coerente e coeso.