Ridley Scott querendo ser Woody Allen. E fracassando miseravelmente.
Esse filme me surpreendeu negativamente. Achei que pudesse ser algo como "A Walk In The Clouds", com Keanu Reeves, ou algo do tipo, mas deixou bastante a desejar.
Uma grande parte do fracasso, a meu ver, se deve à atuação canastrona de Russel Crowe. Ele definitivamente não se sente à vontade fazendo o papel de desajeitado e, frequentemente, soa como o Clark Kent de Christopher Reeve - um cara propositadamente desajeitado a fim de mascarar seus outros dotes artísticos.
As menções da infância em flashback também soam como uma saída de roteiro fácil, buscando induzir o espectador a uma melancolia que não existe nem no personagem principal.
As belíssimas Marion Cotillard, Abbie Cornish e Archie Panjabi estão bem, mas como secundárias. O romance de Max por Fanny não engrena bem, e Tom Hollander soa como um antipático Charlie - que, talvez, funcionasse melhor como um alívio cômico (já que Crowe não emplacou).
Enfim, um filme sem sal, sem graça, que tenta imitar Woody Allen e não consegue. Nem uma boa trilha sonora o filme conseguiu emplacar - coisa que seria fácil, com as belas paisagens francesas.
A beleza de Anne Hathaway nos conduz por momentos tristes, belos, divertidos e irritantes. E é divertido ver a evolução do personagem de Jake Gyllenhaal no mundo farmacêutico.
Mas o drama não passa disso. A estória é superficial e um pouco previsível, apesar das atuações convincentes.
A grande curiosidade é sobre o modo de filmagem. Como o diretor e os atores conseguiram levar a estória por 2 horas de duração sem desligar a câmera, e com mínimos (e quase imperceptíveis) erros?
Fora isso, a tensão permanece na tela o tempo todo, vez na desconfiança, vez na ação, vez na paranoia. Mantém o espectador vivo o tempo todo. E frequentemente o surpreende.
Os americanos adoram a velha estória do "underdog", o cara que superou os limites e adversidades e deu a volta por cima. Aliás, não só os americanos, mas o entretenimento, de forma geral, se nutre dessa fonte inesgotável que é a sensação de glória e vitória apesar de tudo. E a tradução para o português (Nocaute) de um título americano (Southpaw) acabou por prejudicar um pouco o sentido a que se quer dar com a estória de Billy Hope, um campeão mundial de boxe que vê sua vida tomar rumos nefastos depois de um acidente. "Nocaute" dá atenção à série de golpes que Billy leva, até ir ao chão. "Southpaw" tem a ver com o próprio lutador, a postura diferente e fora do convencional que, apesar de desprezada no meio esportivo, frequentemente confere superioridade perante o adversário.
Enfim, detalhes à parte, é uma estória contundente, que em muito lembra o bom e velho Rocky Balboa, mas que não consegue superá-lo em ensinamentos e sabedoria.
Um excelente filme, guiado por um excelente Bill Murray. Outro dia, assisti a um filme do Ridley Scott, "Um Bom Ano", em que Russel Crowe se mete a fazer comédia. É irritante a falta de timing. Então, se você quer saber como é uma comédia bem feita, assista às atuações do Murray, especialmente nesse filme.
Aliás, o roteiro consegue flutuar entre leve e divertido por um lado, e profundo e filosófico de outro. A necessidade que o personagem de Murray tem de ter o controle de sua vida (a começar da capacidade de prever as condições climáticas) é gigante. Vira uma paranoia, o que acaba descambando para uma situação surreal de repetição de tempo.
E, em vez de ficar completamente maluco - o que qualquer um talvez faria - , ele se acostuma à sensação de perda de controle, tornando-a em uma situação de absoluto controle. Chega-se à absurda situação de Murray antever e solucionar TODOS os problemas da pequena cidade americana em que está preso.
Essa situação de completa onipotência e onipresença se desfaz com o amor. Algo bom para o protagonista, e para nós, espectadores.
Um excelente filme. Atuações fascinantes de Jean Reno, Gary Oldman e Natalie Portman.
Apenas fiquei com a impressão de que o universo do filme poderia ser expandido, principalmente em relação ao vilão. Temos a noção clara de que é um cara inescrupuloso, pertencente às fileiras policiais, mas isso nos é indicado pelo roteiro, e não necessariamente se torna algo intuitivo. Faltou mais atuação dele como policial, como pertencente à corporação, subordinado hierarquicamente a um comandante, etc e tal. A sensação que fica o tempo todo é a de um traficante, um gangster, e não um policial - exceto, claro, no final, quando convoca toda a polícia da cidade.
Mas, fora esse pensamento preciosista, é um filme fantástico. Jean Reno interpretando Stallone.
É um bom filme, com roteiro bacana e bem amarrado. Mas, sinceramente, não achei no nível de Oscar. Se passaria facilmente como qualquer filme cult independente, desses que não são notados pelo radar do mainstream, mas que sempre acrescentam algo ao espectador.
Algo emperra a vida de Miles. Como a de qualquer pessoa comum, que viva em sociedade. Algo emperra. Sempre. Pode ser o divórcio (ou o novo casamento da ex-esposa), pode ser o novo romance, pode ser o livro não publicado, pode ser o amigo aproveitador. A vida, frequentemente, parece injusta. Todos parecem se aproveitar de Miles. Ele é o único que não consegue degustar a vida como quem degusta um bom vinho.
E a mensagem da obra é essa: alguma coisa sempre se apresentará como obstaculo - ao protagonista, e a qualquer um de nós. Mas cabe a nós mesmos agirmos como sommeliês de um bom vinho, e saber identificar o que merece e o que não merece atenção.
Apenas quando ele decide tomar as rédeas da própria vida e não dar tanta importância aos problemas é que parte atrás das oportunidades (e de Maya), no que pode ser uma nova fase da vida - mais leve, inclusive.
Aliás, o fato de a última cena mostrar apenas Miles batendo à porta de Maya, sem nos revelar as consequências futuras, é uma boa dica de que, a partir daquele momento, o futuro pertence a Miles. Não é mais da nossa conta.
A certeza que fica é a enorme vontade de beber vinho, quando acaba o filme.
O roteiro não linear é construído de forma competente, e prende o espectador do início ao fim.
E traz questões importantes como o valor da amizade, a lealdade (consigo, com o outro e com os próprios valores), e o peso das relações na definição de nossos próprios rumos.
Um filme simples e significativo. Atuações bastante sólidas de Halle Berry e Benício Del Toro. David Duchovny em atuação competente, mas prejudicada pelo papel.
De início, a sinopse dos sites, portais e etc engana bastante! Alguns o classificam como comédia, ou comédia romântica, mas eu acho mais acertado se fosse revelado como um drama existencial. Uma espécie de "Vanilla Sky" menos denso.
Como a vida, em si, ele apresenta momentos bons e ruins, altos e baixos, comédias e dramas nas vidas de cada personagem, em especial da família Lake.
O roteiro é muito bom - apesar de trazer sempre alguns pontos sem nó, coisa comum em estórias que exploram as viagens no tempo. Nada que atrapalhe.
Rachel McAdams está linda (como sempre). E Domhnall Gleeson consegue transpor-se do mundo juvenil para a idade adulta de forma magistral!
Ao fim de tudo, Richard Curtis consegue nos conduzir pela mão às conclusões inerentes à vida, à idade, às experiências boas e ruins e à grande e prazerosa jornada que pode se tornar a existência humana.
Clássico do cinema! Numa época em que os besteiróis eram "Loucademia de Polícia" e "Corra que a polícia vem aí", esse filme surge como o besteirol qualificado. O humor caricaturizado e refinado.
Elementos de cartoon (como a invulnerabilidade dos personagens e as saídas rápidas de roteiro, por exemplo), trilha sonora sensacional (fazendo coro com outros filmes da época, como Dirty Dancing e Mudança de Hábito), e uma grande homenagem ao blues de chicago.
A figura do bluesman, cheio de malícia e artimanhas, é elevado à condição de mito e se aproxima da figura do malandro carioca, de terno branco e chapéu de lado.
Presenças mais que especiais de Aretha Franklin, Ray Charles e James Brown, dentre tantos outros.
Pergunta que não quer calar: O quê que a Carrie Fisher tá fazendo, meu Deus? Hahahaha.
Cara, que lixo de filme. Horroroso. Um roteiro pífio, que conduz o espectador por uma busca a algo raso: Onde está o Chester, meu Deus?
Os aspectos técnicos são realmente interessantes! Tanto a captação por lentes de um iPhone, quando a edição, as músicas exageradas, o excesso de "tangerine" (no pôr-do-sol, no filtro de câmera, nos elementos de cena, etc) e as boas atuações de Kiki Rodriguez e Mya Tayor.
Mas não passa a profundidade dos personagens, em seus dilemas e conflitos. Que tipo de conflito e desejo move Razmik? Qual a base da amizade de Sin-Dee e Alexandra? Qual a importância de Chester para ambas? O tempo todo, a sensação que se tem é a de estar num talk show de problemas familiares, com brigas, traições, tapas e exames de paternidade. É babado pra todo lado. As questões são jogadas de forma descompromissada no espectador, sem a preocupação da construção profunda.
Enfim, um dos piores filmes que assisti esse ano. Completa perda de tempo. E olha que teve o "Ted 2"!!!
Apesar de ser um pouco lento, consegue prender o espectador, trazendo constantes questionamentos sobre a velhice (a despeito do título), a importância da vida e a relatividade das decisões.
A mensagem final me parece um pouco rasa demais perto do conteúdo do filme.
Fred Ballinger responde, aos questionamentos gerais, que o que o trouxe até ali foi sua juventude. Interna, claro, mais do que a biológica. Mas todos os personagens mostrados, com seus desfechos individuais, levantam questões mais profundas!
A velhice e obstáculo para a realização de sonhos? A velhice guarda correspondência com a juventude? Velhice e juventude guardam relação com amadurecimento? Podem conviver juntos?
(A cena do cartaz é espetacular. Sensacional.) A velhice flertando com a juventude, tendo no horizonte a previsão da morte.
Atuações competentes de Michael Caine e Harvey Keitel. Um dublê de Dieguito Maradona também convincente. Paul Dano e Jane Fonda em atuações simples, mas sólida. Rachel Weiz também. Bom elenco, boas performances.
A fotografia é sensacional, espetacular. Corpos, jovens e velhos, desfilando nus, vestidos, em êxtase ou em repulsa, em repouso e em movimento. Em meio a paisagens deslumbrantes. Há quem se incomode com isso, julgue sem-graça, monótono. Eu acho um banquete para os olhos.
Enfim, um bom filme, que foge um pouco do convencional, mas que consegue passar sua mensagem.
Confesso que, de início, achei a estória extremamente boba. E agora, inclusive, acho que o único defeito foi o gatilho de tudo: Por quê Júlio e Tenoch decidem, tão facilmente, chamar a prima Luisa para ir à praia? E por que a primeira coisa que Luisa pensa, ao descobrir a traição do marido, é ir para a praia com dois moleques adolescentes? Estranhos não se comportam dessa forma, uns com os outros - principalmente tendo tanto a perder. Me pareceram saídas simplórias para justificar a viagem. Poderia ser melhor trabalhado, como foi feito pelo Woody Allen em "Vicky Cristina Barcelona".
Mas superada essa questão, o filme se mostra de uma simplicidade e, ao mesmo tempo, profundidade sensacionais. Creio que dialoga bastante com "Os Sonhadores", do Bertolucci, quando chama o telespectador para a importância da vida, o peso do tempo e a inevitabilidade da morte.
Ainda estou tentando digeri-lo. Acredito que vou precisar reassistir uma ou duas vezes mais.
"Ted" é sempre aquela coisa... ótima diversão, por um lado, e humor nem sempre aproveitável. Algumas piadas são detestáveis, coisa de amadores cretinos mal intencionados.
Os roteiros são aqueles batidos, facilmente encontráveis na "Sessão da Tarde". Mas, se o filme não for assistido com pretensões mais profundas, é competente ao que se propõe.
Mark Wahlberg, em mais um papel idiota, com falas infantis e comportamento débil, lembra bastante, mais uma vez, ao seu excelente personagem Dirk Diggler, de Boogie Nights. Mas sem a profundidade daquele. É um coadjuvante de luxo.
Mas fora toda essa coisa pastelão contemporânea, com muitos "fucks" (figurativa e literalmente), além do elemento fantástico e freudiano de uma mulher gostosa querendo trepar com um ursinho de pelúcia, consegue ser um besteirol um pouco mais qualificado que "Todo mundo em pânico" e coisas do gênero.
As referências pops são uma atração à parte. Ambientar parte do filme na ComicCon de Nova Iorque foi sensacional.
É um bom filme, para se assistir por diversão. Não tem pretensão a Oscar, nem qualquer outra, que não seja divertir o telespectador.
Atuação convincente de Meryl Streep (como praticamente sempre), boa participação de Rick Springfield, e Kevin Kline dando as caras, depois de andar meio sumido.
É interessante ver a atuação de mãe e filha, Mamie Gummer e Meryl Streep. Ótima química.
Certamente não agrada 100% aos críticos. Mas é bola dentro para qualquer telespectador bem intencionado e a fim de diversão.
A parte ruim de toda obra adaptada de um livro é que existe a inevitável comparação. Como também se compara remakes de filmes. E, nesse caso, a comparação é extremamente injusta, porque o livro confere aos personagens uma dimensão psicológica infinitamente maior. Ernani, Cauby e, principalmente, Lavínia são dezenas de vezes mais profundos. Lavínia, a meu ver, merece o mesmo local de destaque que Capitu. Olhos de ressaca, aquele mistério, algo de indecifrável e sedutor, a imprevisibilidade e a completa e total insubmissão ao ser amado, apesar de forte o amor. O engraçado é que, lendo o livro há anos atrás, bem antes de a produção do filme ser sequer cogitada, eu já imaginei Camila Pitanga no papel da moça.
Mas comparações à parte, as atuações são muito boas, o roteiro é bem conduzido e a direção também é muito boa. Como se passa em um lugar específico do Brasil - as comunidades do Pará acometidas à exploração mineral, achei de bastante bom gosto misturar ao filme flashes regionais.
De qualquer forma, retiraram da estória os momentos na varanda da pensão, matutando sobre a vida, a velhice e o amadurecimento, que tomam boa parte do livro.
Keith é um gênio. Um dócil selvagem. O cara que não possui freios morais ou qualquer controle externo para extravasar sua energia criativa. Não deve a ninguém - nem a Mick Jagger. Enfim, um filme fenomenal que, apesar de abordar aspectos criativos dos Stones, centra-se em Keith, principalmente agora, em idade amadurecida.
Um filme bastante incômodo, mas muito bom. Por trás da história de apego e obsessão do dr. Robert Ledgard, podemos vislumbrar uma série de questionamentos quanto a aspectos culturalmente impostos a todos nós, mormente em questões de gênero.
Afinal, o gênero de uma pessoa define-se apenas biologicamente, ou também é intrinsecamente ligada a questões psicológicas?
Na busca pela transformação de Vicente em Vera, a primeira parte (e a mais fácil) é a operação para mudança de sexo biológico (vaginoplastia). Mas, fora esta, necessário todo um conjunto de transformações, de imposições culturais (vestidos, maquiagem, cabelo, comportamento) para a transformação completa de gênero. O que levanta a questão: até que ponto a identidade de gênero é uma construção meramente cultural? Sob esse aspecto, é interessante notar que, antes de sabermos que Vera era Vicente (até aproximadamente a metade do filme), a tínhamos como uma mulher perfeita, linda. Mas quando sabemos de sua mudança de gênero, já passamos a enxergá-la com os vestígios masculinos de antes.
Ainda rola todo um lance de Síndrome de Estocolmo e da mitologia grega, com Robert no papel de Pigmalião e Vera no de Galatea...
Afinal, na história grega clássica, Pigmalião esculpe a mulher perfeita e se apaixona por sua obra. Afrodite, deusa do amor, ficou com dó de Pigmalião e deu vida à estátua. O mesmo ocorre com Robert, que esculpe a mulher perfeita e passa horas observando-a. Não consegue amá-la, entretanto, por saber de seu passado e por não convencer-se da perfeição de sua obra. Afinal, resquícios da masculinidade de Vicente ainda poderiam estar presentes. Até que, um dia, enganado por Vera, Robert se convence de que Vera é real, existe, e é o amor de sua vida.
O filme é muito bom. Fico me perguntando por quê George Jung não foi bem aproveitado na série Narcos, já que era um grande contato de Escobar e responsável por popularizar o uso da cocaína nos anos 60 e 70 lá nos EUA. Na verdade, nessa primeira temporada, o mais próximo do filme que temos notícia na série é Carlos Lehder (no filme, Diego Delgado, que trai George). Segundo o policial narrador, "His contact was a crazy nut job named Carlos Lehder, half Colombian, half German, and 100 percent playboy. Big fan of John Lennon and Adolf Hitler. Go figure. Back in '79, this piece of work was flying bales of grass up from Colombia on a fleet of small planes." Ou seja, me parece, até agora, que o personagem de George foi "fundido" com o de Carlos, e toma uma parte bem pequena na série. Vejamos adiante.
Acho extremamente difícil fazer uma sequencia longa de filmes, mantendo-se a mesma história, evitando pontos baixo. Lançar trilogias de Vingadores e Star Wars, com capítulos bem definidos, acaba sendo mais fácil nesse sentido. Agora, o mundo de Jogos Vorazes é uma história só, enorme, dividia em filmes (e livros). Não dá para conhecer os capítulos do meio sem ter passado pelo início da história. E nesse aspecto, um desafio da franquia seria evitar capítulos burocráticos, como o Matrix II, ou Star Wars - A Guerra dos Clones. São capítulos extremamente necessários à trama como um todo, mas que cumprem mais o papel de preencher lacunas e fazer uma ponte para o desfecho, nos filmes seguintes. Não funcionam muito bem isolados, e são geralmente mais fracos que os demais. Não vejo isso acontecer com Jogos Vorazes. Todos os filmes funcionam muito bem com seus incidentes isolados, trazem emoção, atiçam a curiosidade e não servem de mera ponte para o desfecho.
De qualquer forma, esse último capítulo cumpre seu papel. Não é o melhor filme de ação que já existiu, mas dá um desfecho honesto à trama, com um final feliz - mas não completamente feliz (dai, a meu ver, desnecessidade da última cena, mostrando Katniss, Peeta e seus filhos. Coisa de conto de fadas, coisa que o filme não é).
Realmente, não há mais o que falar ou exaltar em Star Wars. E esse primeiro filme foi um marco histórico na ficção científica. Tenha em mente o seguinte: Assista o filme hoje, e repare em todos os clichês que você conseguir. VIRARAM clichê depois de Star Wars, porque foram novidades apresentadas primeiramente pela saga. É assim com toda grande obra de arte. Depois do original, surgem milhões de cópias.
Mas, deixando de lado a parte de exaltação mais do que merecida, vou lançar algumas críticas que, assistindo recentemente, pude notar. Críticas que, de forma alguma desmerecem todas as conquistas que esse universo nos trouxe.
Inicialmente, nesse primeiro filme (Episódio IV), percebe-se o quanto o personagem de Luke, enquanto herói, poderia ter sido melhor desenvolvido. O Mark Hamil infantiliza demais na interpretação, a voz dele chega a ser irritante diversas vezes. Por outro lado, Lord Vader ainda se apresenta como um lacaio, um guarda-costas, na reunião do conselho. E, porque diabos o Vader precisa entrar numa nave, ele próprio, em pessoa, e sair caçando rebeldes na sequencia final? Desnecessário. Pareceu uma forçada de barra para torná-lo peça chave no desfecho do filme. Acompanhando o resto dos Episódios, e a trilogia mais recente, torna-se patente que o Vader, apesar de exímio piloto enquanto ainda era jovem, jamais entraria numa nave daquela, escoltado por apenas 2 pilotos Troopers.
Outro aspecto que me causa irritação sempre que assisto os filmes em sequência é o reencontro morno entre Obi-Wan e o Darth Vader, que ocorre nesse Episódio IV. Ora, depois da batalha mais foderástica de todos os tempos, o final do Episódio III, era de se esperar um reencontro caloroso. Infelizmente, o degrau tecnológico (diferença de tecnologia entre o Episodio III e o IV) deixou a desejar, mas esperava-se que o roteiro pudesse resolver. Completamente perdoável, claro.
Outra coisa: meus amigos, vamos parar de discutir sobre se o Han Solo atirou primeiro ou não. Completamente desnecessário. Discussão da geração "politicamente correto". Todo mundo sabe que o Solo é um cafajeste de bom coração. Então, não interessa.
Um bom filme de ação, que resgata um pouco da essência dos heróis da Marvel. Acredito que, apesar de grandes e bem feitas produções, os filmes dos Vingadores trouxeram uma visão caótica e complexa demais para o mundo dos super-heróis no cinema. O que pode ser ótimo, por um lado, acaba distraíndo os fãs sobre o núcleo essencial dos heróis: serem pessoas diferentes dos ser humanos comuns. O Homem-Formiga resgata essa essência, tão presente em filmes como Homem-Aranha e Homem de Ferro 1. Só não entendi porque a decisão de colocar Scott Lang como protagonista e Hank Pym como secundário, já que o Homem-Formiga original é o Dr. Hank. Seria como afastar Tony Stark, Bruce Banner e Steve Rogers de seus papéis principais, colocando-os como coadjuvantes. De qualquer forma, é um filme bastante divertido e competente ao que se propõe. Já espero para conferir as aventuras da Vespa também.
Um filme muito forte, sobre como uma jovem saudável e sonhadora foi arrastada pela fama e pelo assédio da mídia a uma situação completamente diferente da que desejava. Grandes mentes criativas como a da Amy, Kurt Cobain, Billie Holiday, Michael Jackson e inúmeros outros artistas são perseguidos e exauridos, consumidos à exaustão, sem piedade. O diretor quis retirar a narração tradicional que conhecemos, substituindo-a pela fala de conhecidos e envolvidos nos fatos em geral, o que trouxe mais confiabilidade à narração. Ao mesmo tempo, ele consegue a façanha de expor fatos polêmicos a partir dos próprios envolvidos, conferindo isonomia por parte da equipe de produção. Por outro lado, inúmeras questões essenciais à trajetória da Amy são abordados de forma superficial, deixando-nos certa sombra de dúvida: Porque Nick Shymansky se afastou da Amy (ou foi afastado)?; Quando foi que Mitch, o pai da cantora, se reaproximou dela, chegando ao ponto de administrar sua carreira?; Quem era a pessoa que apareceu nas fotos com Amy, na praia, e que motivou o pedido de separação de Blake? Porque Janis, a mãe da artista, sumiu da sua vida e não interferiu nas decisões do pai?
Enfim, todas essas questões são inferidas, jogadas de forma superficial, sem muitas explicações.
E, no fim, sobra aquele gosto amargo de que Mitch Winehouse e Blake Fielder foram os grandes responsáveis pela decadência e morte de Amy Winehouse.
Um ótimo filme, com uma trama bem amarrada e atuações convincentes de Bradley Cooper e Robert De Niro. Mas não chega a ser uma obra-prima, marco no cinema nem nada. É um filme para se assistir nas horas vagas, para relaxar. Cores competentes, bons diálogos e efeitos bem bacanas para simular o efeito da droga.
No fim, resta a vontade de um dia saber como cada um exploraria os 80% restantes da capacidade do cérebro.
Um Bom Ano
3.5 328 Assista AgoraRidley Scott querendo ser Woody Allen. E fracassando miseravelmente.
Esse filme me surpreendeu negativamente. Achei que pudesse ser algo como "A Walk In The Clouds", com Keanu Reeves, ou algo do tipo, mas deixou bastante a desejar.
Uma grande parte do fracasso, a meu ver, se deve à atuação canastrona de Russel Crowe. Ele definitivamente não se sente à vontade fazendo o papel de desajeitado e, frequentemente, soa como o Clark Kent de Christopher Reeve - um cara propositadamente desajeitado a fim de mascarar seus outros dotes artísticos.
As menções da infância em flashback também soam como uma saída de roteiro fácil, buscando induzir o espectador a uma melancolia que não existe nem no personagem principal.
As belíssimas Marion Cotillard, Abbie Cornish e Archie Panjabi estão bem, mas como secundárias. O romance de Max por Fanny não engrena bem, e Tom Hollander soa como um antipático Charlie - que, talvez, funcionasse melhor como um alívio cômico (já que Crowe não emplacou).
Enfim, um filme sem sal, sem graça, que tenta imitar Woody Allen e não consegue. Nem uma boa trilha sonora o filme conseguiu emplacar - coisa que seria fácil, com as belas paisagens francesas.
Amor e Outras Drogas
3.6 2,5K Assista AgoraUm filme bacana, mas bem comum.
A beleza de Anne Hathaway nos conduz por momentos tristes, belos, divertidos e irritantes. E é divertido ver a evolução do personagem de Jake Gyllenhaal no mundo farmacêutico.
Mas o drama não passa disso. A estória é superficial e um pouco previsível, apesar das atuações convincentes.
É um bom filme para se divertir.
Victoria
3.8 248 Assista AgoraUm filme espetacular.
A grande curiosidade é sobre o modo de filmagem. Como o diretor e os atores conseguiram levar a estória por 2 horas de duração sem desligar a câmera, e com mínimos (e quase imperceptíveis) erros?
Fora isso, a tensão permanece na tela o tempo todo, vez na desconfiança, vez na ação, vez na paranoia. Mantém o espectador vivo o tempo todo. E frequentemente o surpreende.
Grande thriller de suspense.
Nocaute
3.8 688 Assista AgoraUm grande filme de drama.
Os americanos adoram a velha estória do "underdog", o cara que superou os limites e adversidades e deu a volta por cima. Aliás, não só os americanos, mas o entretenimento, de forma geral, se nutre dessa fonte inesgotável que é a sensação de glória e vitória apesar de tudo. E a tradução para o português (Nocaute) de um título americano (Southpaw) acabou por prejudicar um pouco o sentido a que se quer dar com a estória de Billy Hope, um campeão mundial de boxe que vê sua vida tomar rumos nefastos depois de um acidente.
"Nocaute" dá atenção à série de golpes que Billy leva, até ir ao chão. "Southpaw" tem a ver com o próprio lutador, a postura diferente e fora do convencional que, apesar de desprezada no meio esportivo, frequentemente confere superioridade perante o adversário.
Enfim, detalhes à parte, é uma estória contundente, que em muito lembra o bom e velho Rocky Balboa, mas que não consegue superá-lo em ensinamentos e sabedoria.
Feitiço do Tempo
3.9 754 Assista AgoraUm excelente filme, guiado por um excelente Bill Murray.
Outro dia, assisti a um filme do Ridley Scott, "Um Bom Ano", em que Russel Crowe se mete a fazer comédia. É irritante a falta de timing. Então, se você quer saber como é uma comédia bem feita, assista às atuações do Murray, especialmente nesse filme.
Aliás, o roteiro consegue flutuar entre leve e divertido por um lado, e profundo e filosófico de outro. A necessidade que o personagem de Murray tem de ter o controle de sua vida (a começar da capacidade de prever as condições climáticas) é gigante. Vira uma paranoia, o que acaba descambando para uma situação surreal de repetição de tempo.
E, em vez de ficar completamente maluco - o que qualquer um talvez faria - , ele se acostuma à sensação de perda de controle, tornando-a em uma situação de absoluto controle. Chega-se à absurda situação de Murray antever e solucionar TODOS os problemas da pequena cidade americana em que está preso.
Essa situação de completa onipotência e onipresença se desfaz com o amor. Algo bom para o protagonista, e para nós, espectadores.
Excelente filme. Leve e profundo.
O Profissional
4.3 2,2K Assista AgoraUm excelente filme.
Atuações fascinantes de Jean Reno, Gary Oldman e Natalie Portman.
Apenas fiquei com a impressão de que o universo do filme poderia ser expandido, principalmente em relação ao vilão. Temos a noção clara de que é um cara inescrupuloso, pertencente às fileiras policiais, mas isso nos é indicado pelo roteiro, e não necessariamente se torna algo intuitivo. Faltou mais atuação dele como policial, como pertencente à corporação, subordinado hierarquicamente a um comandante, etc e tal. A sensação que fica o tempo todo é a de um traficante, um gangster, e não um policial - exceto, claro, no final, quando convoca toda a polícia da cidade.
Mas, fora esse pensamento preciosista, é um filme fantástico. Jean Reno interpretando Stallone.
Sideways - Entre Umas e Outras
3.6 261 Assista AgoraÉ um bom filme, com roteiro bacana e bem amarrado. Mas, sinceramente, não achei no nível de Oscar.
Se passaria facilmente como qualquer filme cult independente, desses que não são notados pelo radar do mainstream, mas que sempre acrescentam algo ao espectador.
Algo emperra a vida de Miles. Como a de qualquer pessoa comum, que viva em sociedade. Algo emperra. Sempre. Pode ser o divórcio (ou o novo casamento da ex-esposa), pode ser o novo romance, pode ser o livro não publicado, pode ser o amigo aproveitador. A vida, frequentemente, parece injusta. Todos parecem se aproveitar de Miles. Ele é o único que não consegue degustar a vida como quem degusta um bom vinho.
E a mensagem da obra é essa: alguma coisa sempre se apresentará como obstaculo - ao protagonista, e a qualquer um de nós. Mas cabe a nós mesmos agirmos como sommeliês de um bom vinho, e saber identificar o que merece e o que não merece atenção.
Apenas quando ele decide tomar as rédeas da própria vida e não dar tanta importância aos problemas é que parte atrás das oportunidades (e de Maya), no que pode ser uma nova fase da vida - mais leve, inclusive.
Aliás, o fato de a última cena mostrar apenas Miles batendo à porta de Maya, sem nos revelar as consequências futuras, é uma boa dica de que, a partir daquele momento, o futuro pertence a Miles. Não é mais da nossa conta.
A certeza que fica é a enorme vontade de beber vinho, quando acaba o filme.
Coisas que Perdemos pelo Caminho
3.6 182 Assista AgoraUm filme denso e belo.
O roteiro não linear é construído de forma competente, e prende o espectador do início ao fim.
E traz questões importantes como o valor da amizade, a lealdade (consigo, com o outro e com os próprios valores), e o peso das relações na definição de nossos próprios rumos.
Um filme simples e significativo. Atuações bastante sólidas de Halle Berry e Benício Del Toro. David Duchovny em atuação competente, mas prejudicada pelo papel.
Questão de Tempo
4.3 4,0K Assista AgoraUm filme excelente.
De início, a sinopse dos sites, portais e etc engana bastante! Alguns o classificam como comédia, ou comédia romântica, mas eu acho mais acertado se fosse revelado como um drama existencial. Uma espécie de "Vanilla Sky" menos denso.
Como a vida, em si, ele apresenta momentos bons e ruins, altos e baixos, comédias e dramas nas vidas de cada personagem, em especial da família Lake.
O roteiro é muito bom - apesar de trazer sempre alguns pontos sem nó, coisa comum em estórias que exploram as viagens no tempo. Nada que atrapalhe.
Rachel McAdams está linda (como sempre). E Domhnall Gleeson consegue transpor-se do mundo juvenil para a idade adulta de forma magistral!
Ao fim de tudo, Richard Curtis consegue nos conduzir pela mão às conclusões inerentes à vida, à idade, às experiências boas e ruins e à grande e prazerosa jornada que pode se tornar a existência humana.
Muito bom filme.
Os Irmãos Cara-de-Pau
3.8 292 Assista AgoraClássico do cinema!
Numa época em que os besteiróis eram "Loucademia de Polícia" e "Corra que a polícia vem aí", esse filme surge como o besteirol qualificado. O humor caricaturizado e refinado.
Elementos de cartoon (como a invulnerabilidade dos personagens e as saídas rápidas de roteiro, por exemplo), trilha sonora sensacional (fazendo coro com outros filmes da época, como Dirty Dancing e Mudança de Hábito), e uma grande homenagem ao blues de chicago.
A figura do bluesman, cheio de malícia e artimanhas, é elevado à condição de mito e se aproxima da figura do malandro carioca, de terno branco e chapéu de lado.
Presenças mais que especiais de Aretha Franklin, Ray Charles e James Brown, dentre tantos outros.
Pergunta que não quer calar: O quê que a Carrie Fisher tá fazendo, meu Deus? Hahahaha.
Tangerina
4.0 278 Assista AgoraCara, que lixo de filme. Horroroso.
Um roteiro pífio, que conduz o espectador por uma busca a algo raso: Onde está o Chester, meu Deus?
Os aspectos técnicos são realmente interessantes! Tanto a captação por lentes de um iPhone, quando a edição, as músicas exageradas, o excesso de "tangerine" (no pôr-do-sol, no filtro de câmera, nos elementos de cena, etc) e as boas atuações de Kiki Rodriguez e Mya Tayor.
Mas não passa a profundidade dos personagens, em seus dilemas e conflitos. Que tipo de conflito e desejo move Razmik? Qual a base da amizade de Sin-Dee e Alexandra? Qual a importância de Chester para ambas? O tempo todo, a sensação que se tem é a de estar num talk show de problemas familiares, com brigas, traições, tapas e exames de paternidade. É babado pra todo lado. As questões são jogadas de forma descompromissada no espectador, sem a preocupação da construção profunda.
Enfim, um dos piores filmes que assisti esse ano. Completa perda de tempo. E olha que teve o "Ted 2"!!!
A Juventude
4.0 342Um filme bom, de delicadeza e profundidade.
Apesar de ser um pouco lento, consegue prender o espectador, trazendo constantes questionamentos sobre a velhice (a despeito do título), a importância da vida e a relatividade das decisões.
A mensagem final me parece um pouco rasa demais perto do conteúdo do filme.
Fred Ballinger responde, aos questionamentos gerais, que o que o trouxe até ali foi sua juventude. Interna, claro, mais do que a biológica. Mas todos os personagens mostrados, com seus desfechos individuais, levantam questões mais profundas!
A velhice e obstáculo para a realização de sonhos? A velhice guarda correspondência com a juventude? Velhice e juventude guardam relação com amadurecimento? Podem conviver juntos?
(A cena do cartaz é espetacular. Sensacional.) A velhice flertando com a juventude, tendo no horizonte a previsão da morte.
Atuações competentes de Michael Caine e Harvey Keitel. Um dublê de Dieguito Maradona também convincente. Paul Dano e Jane Fonda em atuações simples, mas sólida. Rachel Weiz também. Bom elenco, boas performances.
A fotografia é sensacional, espetacular. Corpos, jovens e velhos, desfilando nus, vestidos, em êxtase ou em repulsa, em repouso e em movimento. Em meio a paisagens deslumbrantes. Há quem se incomode com isso, julgue sem-graça, monótono. Eu acho um banquete para os olhos.
Enfim, um bom filme, que foge um pouco do convencional, mas que consegue passar sua mensagem.
E Sua Mãe Também
4.0 519Um filme espetacular, como poucos...
Confesso que, de início, achei a estória extremamente boba. E agora, inclusive, acho que o único defeito foi o gatilho de tudo: Por quê Júlio e Tenoch decidem, tão facilmente, chamar a prima Luisa para ir à praia? E por que a primeira coisa que Luisa pensa, ao descobrir a traição do marido, é ir para a praia com dois moleques adolescentes? Estranhos não se comportam dessa forma, uns com os outros - principalmente tendo tanto a perder. Me pareceram saídas simplórias para justificar a viagem. Poderia ser melhor trabalhado, como foi feito pelo Woody Allen em "Vicky Cristina Barcelona".
Mas superada essa questão, o filme se mostra de uma simplicidade e, ao mesmo tempo, profundidade sensacionais. Creio que dialoga bastante com "Os Sonhadores", do Bertolucci, quando chama o telespectador para a importância da vida, o peso do tempo e a inevitabilidade da morte.
Ainda estou tentando digeri-lo. Acredito que vou precisar reassistir uma ou duas vezes mais.
Ted 2
2.8 519 Assista Agora"Ted" é sempre aquela coisa... ótima diversão, por um lado, e humor nem sempre aproveitável. Algumas piadas são detestáveis, coisa de amadores cretinos mal intencionados.
Os roteiros são aqueles batidos, facilmente encontráveis na "Sessão da Tarde". Mas, se o filme não for assistido com pretensões mais profundas, é competente ao que se propõe.
Mark Wahlberg, em mais um papel idiota, com falas infantis e comportamento débil, lembra bastante, mais uma vez, ao seu excelente personagem Dirk Diggler, de Boogie Nights. Mas sem a profundidade daquele. É um coadjuvante de luxo.
Mas fora toda essa coisa pastelão contemporânea, com muitos "fucks" (figurativa e literalmente), além do elemento fantástico e freudiano de uma mulher gostosa querendo trepar com um ursinho de pelúcia, consegue ser um besteirol um pouco mais qualificado que "Todo mundo em pânico" e coisas do gênero.
As referências pops são uma atração à parte. Ambientar parte do filme na ComicCon de Nova Iorque foi sensacional.
Também curti demais o sobrenome que Ted escolheu (Clubberlang) e o nome do próprio filho: Apolo Creed Clubberlang. SENSACIONAL! HAhahaha.
Enfim: para quem quer uma boa diversão despretensiosa, e está preparado para uma boa dose de porcaria, é o filme ideal.
Ricki and the Flash: De Volta Para Casa
3.2 295 Assista AgoraÉ um bom filme, para se assistir por diversão.
Não tem pretensão a Oscar, nem qualquer outra, que não seja divertir o telespectador.
Atuação convincente de Meryl Streep (como praticamente sempre), boa participação de Rick Springfield, e Kevin Kline dando as caras, depois de andar meio sumido.
É interessante ver a atuação de mãe e filha, Mamie Gummer e Meryl Streep. Ótima química.
Certamente não agrada 100% aos críticos. Mas é bola dentro para qualquer telespectador bem intencionado e a fim de diversão.
Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios
3.5 554 Assista AgoraA parte ruim de toda obra adaptada de um livro é que existe a inevitável comparação. Como também se compara remakes de filmes.
E, nesse caso, a comparação é extremamente injusta, porque o livro confere aos personagens uma dimensão psicológica infinitamente maior.
Ernani, Cauby e, principalmente, Lavínia são dezenas de vezes mais profundos.
Lavínia, a meu ver, merece o mesmo local de destaque que Capitu. Olhos de ressaca, aquele mistério, algo de indecifrável e sedutor, a imprevisibilidade e a completa e total insubmissão ao ser amado, apesar de forte o amor.
O engraçado é que, lendo o livro há anos atrás, bem antes de a produção do filme ser sequer cogitada, eu já imaginei Camila Pitanga no papel da moça.
Mas comparações à parte, as atuações são muito boas, o roteiro é bem conduzido e a direção também é muito boa. Como se passa em um lugar específico do Brasil - as comunidades do Pará acometidas à exploração mineral, achei de bastante bom gosto misturar ao filme flashes regionais.
De qualquer forma, retiraram da estória os momentos na varanda da pensão, matutando sobre a vida, a velhice e o amadurecimento, que tomam boa parte do livro.
Em geral, é um bom filme.
Keith Richards: Under the Influence
4.1 45Keith é um gênio. Um dócil selvagem.
O cara que não possui freios morais ou qualquer controle externo para extravasar sua energia criativa.
Não deve a ninguém - nem a Mick Jagger.
Enfim, um filme fenomenal que, apesar de abordar aspectos criativos dos Stones, centra-se em Keith, principalmente agora, em idade amadurecida.
Stones no Brasil em 2016. E eu vou!!
A Pele que Habito
4.2 5,1K Assista AgoraUm filme bastante incômodo, mas muito bom.
Por trás da história de apego e obsessão do dr. Robert Ledgard, podemos vislumbrar uma série de questionamentos quanto a aspectos culturalmente impostos a todos nós, mormente em questões de gênero.
Afinal, o gênero de uma pessoa define-se apenas biologicamente, ou também é intrinsecamente ligada a questões psicológicas?
Na busca pela transformação de Vicente em Vera, a primeira parte (e a mais fácil) é a operação para mudança de sexo biológico (vaginoplastia). Mas, fora esta, necessário todo um conjunto de transformações, de imposições culturais (vestidos, maquiagem, cabelo, comportamento) para a transformação completa de gênero. O que levanta a questão: até que ponto a identidade de gênero é uma construção meramente cultural?
Sob esse aspecto, é interessante notar que, antes de sabermos que Vera era Vicente (até aproximadamente a metade do filme), a tínhamos como uma mulher perfeita, linda. Mas quando sabemos de sua mudança de gênero, já passamos a enxergá-la com os vestígios masculinos de antes.
Ainda rola todo um lance de Síndrome de Estocolmo e da mitologia grega, com Robert no papel de Pigmalião e Vera no de Galatea...
Afinal, na história grega clássica, Pigmalião esculpe a mulher perfeita e se apaixona por sua obra. Afrodite, deusa do amor, ficou com dó de Pigmalião e deu vida à estátua. O mesmo ocorre com Robert, que esculpe a mulher perfeita e passa horas observando-a. Não consegue amá-la, entretanto, por saber de seu passado e por não convencer-se da perfeição de sua obra. Afinal, resquícios da masculinidade de Vicente ainda poderiam estar presentes. Até que, um dia, enganado por Vera, Robert se convence de que Vera é real, existe, e é o amor de sua vida.
Profissão de Risco
3.9 380 Assista AgoraO filme é muito bom.
Fico me perguntando por quê George Jung não foi bem aproveitado na série Narcos, já que era um grande contato de Escobar e responsável por popularizar o uso da cocaína nos anos 60 e 70 lá nos EUA.
Na verdade, nessa primeira temporada, o mais próximo do filme que temos notícia na série é Carlos Lehder (no filme, Diego Delgado, que trai George). Segundo o policial narrador, "His contact was a crazy nut job named Carlos Lehder, half Colombian, half German, and 100 percent playboy. Big fan of John Lennon and Adolf Hitler. Go figure. Back in '79, this piece of work was flying bales of grass up from Colombia on a fleet of small planes."
Ou seja, me parece, até agora, que o personagem de George foi "fundido" com o de Carlos, e toma uma parte bem pequena na série. Vejamos adiante.
Jogos Vorazes: A Esperança - O Final
3.6 1,9K Assista AgoraAcho extremamente difícil fazer uma sequencia longa de filmes, mantendo-se a mesma história, evitando pontos baixo. Lançar trilogias de Vingadores e Star Wars, com capítulos bem definidos, acaba sendo mais fácil nesse sentido.
Agora, o mundo de Jogos Vorazes é uma história só, enorme, dividia em filmes (e livros). Não dá para conhecer os capítulos do meio sem ter passado pelo início da história.
E nesse aspecto, um desafio da franquia seria evitar capítulos burocráticos, como o Matrix II, ou Star Wars - A Guerra dos Clones. São capítulos extremamente necessários à trama como um todo, mas que cumprem mais o papel de preencher lacunas e fazer uma ponte para o desfecho, nos filmes seguintes. Não funcionam muito bem isolados, e são geralmente mais fracos que os demais.
Não vejo isso acontecer com Jogos Vorazes. Todos os filmes funcionam muito bem com seus incidentes isolados, trazem emoção, atiçam a curiosidade e não servem de mera ponte para o desfecho.
De qualquer forma, esse último capítulo cumpre seu papel. Não é o melhor filme de ação que já existiu, mas dá um desfecho honesto à trama, com um final feliz - mas não completamente feliz (dai, a meu ver, desnecessidade da última cena, mostrando Katniss, Peeta e seus filhos. Coisa de conto de fadas, coisa que o filme não é).
Star Wars, Episódio IV: Uma Nova Esperança
4.3 1,2K Assista AgoraRealmente, não há mais o que falar ou exaltar em Star Wars. E esse primeiro filme foi um marco histórico na ficção científica. Tenha em mente o seguinte: Assista o filme hoje, e repare em todos os clichês que você conseguir. VIRARAM clichê depois de Star Wars, porque foram novidades apresentadas primeiramente pela saga. É assim com toda grande obra de arte. Depois do original, surgem milhões de cópias.
Mas, deixando de lado a parte de exaltação mais do que merecida, vou lançar algumas críticas que, assistindo recentemente, pude notar. Críticas que, de forma alguma desmerecem todas as conquistas que esse universo nos trouxe.
Inicialmente, nesse primeiro filme (Episódio IV), percebe-se o quanto o personagem de Luke, enquanto herói, poderia ter sido melhor desenvolvido. O Mark Hamil infantiliza demais na interpretação, a voz dele chega a ser irritante diversas vezes. Por outro lado, Lord Vader ainda se apresenta como um lacaio, um guarda-costas, na reunião do conselho. E, porque diabos o Vader precisa entrar numa nave, ele próprio, em pessoa, e sair caçando rebeldes na sequencia final? Desnecessário. Pareceu uma forçada de barra para torná-lo peça chave no desfecho do filme. Acompanhando o resto dos Episódios, e a trilogia mais recente, torna-se patente que o Vader, apesar de exímio piloto enquanto ainda era jovem, jamais entraria numa nave daquela, escoltado por apenas 2 pilotos Troopers.
Outro aspecto que me causa irritação sempre que assisto os filmes em sequência é o reencontro morno entre Obi-Wan e o Darth Vader, que ocorre nesse Episódio IV. Ora, depois da batalha mais foderástica de todos os tempos, o final do Episódio III, era de se esperar um reencontro caloroso. Infelizmente, o degrau tecnológico (diferença de tecnologia entre o Episodio III e o IV) deixou a desejar, mas esperava-se que o roteiro pudesse resolver. Completamente perdoável, claro.
Outra coisa: meus amigos, vamos parar de discutir sobre se o Han Solo atirou primeiro ou não. Completamente desnecessário. Discussão da geração "politicamente correto". Todo mundo sabe que o Solo é um cafajeste de bom coração. Então, não interessa.
Homem-Formiga
3.7 2,0K Assista AgoraUm bom filme de ação, que resgata um pouco da essência dos heróis da Marvel.
Acredito que, apesar de grandes e bem feitas produções, os filmes dos Vingadores trouxeram uma visão caótica e complexa demais para o mundo dos super-heróis no cinema. O que pode ser ótimo, por um lado, acaba distraíndo os fãs sobre o núcleo essencial dos heróis: serem pessoas diferentes dos ser humanos comuns.
O Homem-Formiga resgata essa essência, tão presente em filmes como Homem-Aranha e Homem de Ferro 1.
Só não entendi porque a decisão de colocar Scott Lang como protagonista e Hank Pym como secundário, já que o Homem-Formiga original é o Dr. Hank. Seria como afastar Tony Stark, Bruce Banner e Steve Rogers de seus papéis principais, colocando-os como coadjuvantes.
De qualquer forma, é um filme bastante divertido e competente ao que se propõe. Já espero para conferir as aventuras da Vespa também.
Amy
4.4 1,0K Assista AgoraUm filme muito forte, sobre como uma jovem saudável e sonhadora foi arrastada pela fama e pelo assédio da mídia a uma situação completamente diferente da que desejava.
Grandes mentes criativas como a da Amy, Kurt Cobain, Billie Holiday, Michael Jackson e inúmeros outros artistas são perseguidos e exauridos, consumidos à exaustão, sem piedade.
O diretor quis retirar a narração tradicional que conhecemos, substituindo-a pela fala de conhecidos e envolvidos nos fatos em geral, o que trouxe mais confiabilidade à narração. Ao mesmo tempo, ele consegue a façanha de expor fatos polêmicos a partir dos próprios envolvidos, conferindo isonomia por parte da equipe de produção.
Por outro lado, inúmeras questões essenciais à trajetória da Amy são abordados de forma superficial, deixando-nos certa sombra de dúvida: Porque Nick Shymansky se afastou da Amy (ou foi afastado)?; Quando foi que Mitch, o pai da cantora, se reaproximou dela, chegando ao ponto de administrar sua carreira?; Quem era a pessoa que apareceu nas fotos com Amy, na praia, e que motivou o pedido de separação de Blake? Porque Janis, a mãe da artista, sumiu da sua vida e não interferiu nas decisões do pai?
Enfim, todas essas questões são inferidas, jogadas de forma superficial, sem muitas explicações.
E, no fim, sobra aquele gosto amargo de que Mitch Winehouse e Blake Fielder foram os grandes responsáveis pela decadência e morte de Amy Winehouse.
Sem Limites
3.8 1,9K Assista AgoraUm ótimo filme, com uma trama bem amarrada e atuações convincentes de Bradley Cooper e Robert De Niro.
Mas não chega a ser uma obra-prima, marco no cinema nem nada.
É um filme para se assistir nas horas vagas, para relaxar.
Cores competentes, bons diálogos e efeitos bem bacanas para simular o efeito da droga.
No fim, resta a vontade de um dia saber como cada um exploraria os 80% restantes da capacidade do cérebro.