Adaptado da obra da premiadíssima Lygia Fagundes Telles, ''As Meninas'' apresenta uma trama de brasilidade atemporal, passeando sutilmente por temas sérios como ditadura militar, sexo, crise econômica, drogas e overdose. Três personagens femininas envolventes, muito bem interpretadas pelo entrosado trio - Drica Moraes, Adriana Esteves e Cláudia Liz -, ilustram dramas pessoais que são trabalhados individualmente em cena e consolida ainda mais a força narrativa das obras de Lygia Fagundes Telles. Não posso fazer uma comparação precisa pois não li o elogiado romance da escritora, mas o filme me despertou curiosidade acerca da temática política e da profundidade psicológica das três personagens. E essa curiosidade despertada já fez valer todo o filme e compensou o roteiro maçante e arrastado.
É incrível como uma atuação tão espontânea de um elenco simplório consegue construir um clima melancólico envolvente e tão íntimo de nossa realidade. É o que acontece no drama ''O Céu de Suely'', outra jóia regional de nosso cinema. Eis o motivo pelo qual eu amo e acredito no potencial de nossa cinematografia, especialmente quando se trata dos filmes naturalista onde a vulnerabilidade social de seus personagens é estampada em cada minucioso detalhe, gesto e expressões que aproximam o espectador do cotidiano dos mais variados tipos de família, mazeladas ou não. Hermila Guedes carrega o filme no bolso com uma atuação impecável. Em relação às demais atuações, o resto do elenco dá um show de autenticidade e intensas performances. Mais uma vez me surpreendi com uma produção nacional arrebatadora, poeticamente angustiante. Destaque para a belíssima fotografia de Walter Carvalho e a eficiente trilha sonora de Berna Ceppas e Kamal Kassin, transmitindo ao espectador a sensação constante de aprisionamento e frustração. Para os entusiastas do cinema nacional, ''O Céu de Suely'' será uma experiência introspectiva prazerosa.
Já dá para notar o show de bizarrices do extravagante diretor Sady Baby logo na precária ''apresentação'' dos créditos. O grotesco elenco nos dá as boas-vindas com seus nomes sendo apresentados em uma fuleira cartolina escrito à mão. Logo após nos deparamos com uma cena pra lá de nojenta (não estou me referindo ao ato sexual dos ''presidiários'') onde os diálogos toscos se unem ao roteiro mequetrefe e enredo totalmente nonsense. Esta pérola consegue transcender todos seus adjetivos ruins em um entretenimento suficiente para deixar qualquer fã corajoso de filmes sádicos de boca aberta. Impossível não dar risadas da quantidade absurda de tosquices em tela, dos diálogos vergonhosos e da montoeira de cenas inúteis. É ruim de doer, mas vale uma conferida para conhecer o universo pornográfico do bizarro Sady Baby.
É um filme razoavelmente divertido, mas não passa de uma comédia imatura de humor politicamente incorreto. Será melhor ''digerido'' por quem já conhece e admira o trabalho do comediante Seth Rogen. Ao lado de Rogen, o eficiente e carismático Joseph Gordon-Levitt e o divertido Anthony Mackie conseguem transmitir uma boa sintonia em cena. Seus personagens, apesar de serem estupidamentes imaturos, provocam alguns breves risos aqui e ali e boas mensagens reflexivas sobre amizade e amadurecimento. O personagem Isaac fazendo piada com as gêmeas do clássico ''O Iluminado'' e a pequena ponta da polêmica Miley Cyrus para mim foram os únicos bons momentos da comédia. O filme funcionaria melhor se não fosse pela descarada mensagem de apologia às drogas e a imbecilidade do roteiro escrito a quatro mãos por Jonathan Levine, Evan Goldberg, Kyle Hunter e Ariel Shaffir. Fujam da versão dublada que é tão ridícula quanto a tradução brasileira de seu título. Destaque para os créditos finais que pelo menos encerram o filme de forma criativa e animada.
O veterano Joe Dante tem em seu currículo clássicos oitentistas que todo cinéfilo que se preze conhece. É dele o nostálgico ''Gremlins'', o divertido ''Viagem Insólita'' e uma porrada de filmes legais que marcaram a infância de muita gente. Neste ''terrir'' (modalidade de filmes de terror cujo absurdo e exagero nas cenas são marcas registradas) protagonizado pelo recém-falecido Anton Yelchin, o cineasta consegue fazer um filme bastante funcional onde o mix de terror, comédia e trash se revela um ótimo passatempo. Anton Yelchin, em boa atuação, dá vida a um personagem muito divertido e inocente que sempre deixa transparecer seu espírito jovial ao firmar sua paixão pelo universo do horror, com direito a muitas boas referências a grandes filmes do gênero. Dona de uma beleza singular, Alexandra Daddario enche nossos olhos com uma atuação cheia de carisma. Entretanto, seu romance com o personagem Max é frouxo, banal e abarrotado de clichês. Completando o elenco, temos o timing cômico de Oliver Cooper e da belíssima Ashley Greene, esta muito mal aproveitada por conta do trabalho ruim de maquiagem, prejudicando a ''putrefação zumbi'' de sua personagem Evelyn no decorrer da trama. Só pelo veterano Joe Dante ter prestado uma bela homenagem ao cinema de terror, este divertido filme já vale uma boa conferida. Uma comédia de terror despretensiosa de orçamento baixo e simpatia contagiante.
(+)👍Apesar de datado, ''Breakdance'' diverte não só pelo seu tom nostálgico estampado no visual oitentista, nas danças e nos figurinos, como também pelo roteiro leve e simpático.
(+)👍Tony ''Turbo'', o carismático personagem de Michael Chambers é responsável pelos momentos mais engraçados e as melhores coreografias do filme.
(+)👍Destaque para o até então desconhecido ator Jean-Claude Van Damme fazendo uma minúscula ponta como espectador na primeira sequência de dança na praia.
(+)👍''Não são apenas crianças dançando em uma esquina por uma moeda. Eles colocam o coração e alma no que fazem mais do que qualquer dançarino que conheço.'' (Kelly ''Special-K'', personagem de Lucinda Dickey)
(+)👍A energia musical do break dance pululam por todos os poros da película, trazendo um divertido show de coreografias.
(+)👍Conhecedores do assunto apontam algumas críticas ao filme quanto ao estereótipos de seus personagens, generalização e falhas na veracidade da história cultural do hip-hop. Porém, nada disso prejudica o filme que é tanto narrativamente quanto musicalmente interessante.
(+)👍Possuindo um elenco coeso e repleto de performances musicais marcantes, o filme funciona como um belíssimo tributo à lendária gravadora Chess Records, famosa por ter alavancado a carreira de sucesso de grandes nomes como Chuck Berry, Muddy Waters e Etta James.
(+)👍Beyoncé Knowles interpretando Etta James (provando que também é uma ótima atriz!) e cantando de forma arrebatadora ''I'd Rather Go Blind'' e ''All I Could Do Is Cry'' já vale cada minuto de filme.
(+)👍Junto ao trabalho seguro da direção de Darnell Martin, a ótima composição da direção de arte e dos figurinos conseguem reconstruir uma Chicago dos anos 1940 para o final de 1960.
(+)👍As atuações são primorosas, sobretudo a de Adrien Brody e Jeffrey Wright, este atuando muito bem e extremamente performático ao reviver o músico Muddy Waters.
(+)👍''Cadillac Records'' é uma deliciosa aula de história da sociedade norte-americana e da evolução da música negra, dando ênfase em temas importantes como segregação racial, capitalismo e emancipação cultural.
(+)👍Diálogos poderosos e um repertório musical de tirar o fôlego conduzem o filme.
(+)👍O carismático rapper Mos Def entrega uma atuação excepcional e convincente ao dar vida ao lendário Chuck Berry
(-)👎No filme, o protagonista Leonard é colocado no posto de único fundador da gravadora, sendo que na vida real a ''Chess Records'' foi fundada por Leonard e seu irmão Phil Chess. Este é um detalhe importante que ficou de fora no roteiro (talvez tenha sido no intuito de focar apenas nos personagens importantes) mas já que o filme conta com um excesso de personagens, Phil poderia muito bem ter sido pelo menos mencionado na história.
O muitíssimo bem executado ''Confissão de Assassinato'', do diretor Jung Byung-Gil, consegue resumir o que o cinema asiático tem a oferecer em termos técnicos e narrativos. Mantendo o mistério e a incerteza sempre palpáveis em cena, numa boa trama onde vingança é o prato principal (um tema recorrente no cinema coreano), o filme oferece ao público o deleite de presenciar um frenético jogo de gato e rato entre o detetive Choi Hyung-Goo e um misterioso serial killer que atormentou seu passado. Totalmente desfocado dos moldes hollywoodianos, o longa conta com sequências de muita ação (algumas cenas inverossímeis demais que acabaram afetando a seriedade da história) e um pequeno toque (desnecessário) de humor. O roteiro, escrito pelo próprio Jung Byung-Gil, é inegavelmente genial mas o desenrolar da trama perde muita força devido à inúmeros elementos escusados, como uma patética cena de flatulência. Tirando isso, o filme é muito bom e tem um apuro técnico invejável que bota muitas produções americanas no chinelo. Para quem deseja imergir no universo cinematográfico sul-coreano, este é um ótimo começo!
Quando a gente acha que já viu de tudo no cinema trash aparece esta bizarra novidade alemã cujo título já prepara psicologicamente o espectador para um festival de tosqueiras sem limites. Baseado na HQ de Ralf König, ''A Camisinha Assassina'' apresenta uma história tão grotesca e absurda que é impossível não causar uma certa curiosidade naqueles que adoram um objeto inanimado assassino, como a ''A Geladeira Diabólica'' e o divertidíssimo nonsense ''Rubber, O Pneu Assassino''. Em meio a tanta esculhambação, nos deparamos, quem diria, com uma crítica social afiada envolvendo radicalismo religioso, promiscuidade e homofobia. "A Camisinha Assassina" é sim uma boa opção para o tipo de público que costuma chorar de rir com produções toscas, com os filmes que de tão ruins chegam a ser um ótimo passatempo, sem deixar de lado uma boa dose de humor, seja ele inteligente ou não. Os personagens cartunescos são hilários e não se distanciam muito da estrutura cômica das tirinhas de HQ. Impossível não dar algumas risadas com Bob (ou melhor, Babette), um ex-policial travesti que rende os momentos mais engraçados da película.
Com uma edição de som e vídeo totalmente esculhambada, péssimas atuações que ultrapassam os limites do grotesco, efeitos especiais toscos (acho que até um aplicativo de efeitos especiais para o celular faria algo muito melhor!), esta pérola brutesca acaba virando um material indispensável para os fãs do cinema trash. ''Birdemic: Shock and Terror'' consegue arrancar boas gargalhadas com todas as precariedades e canastrice estampado em cada cena, uma mais vergonhosa do que a outra! A primeira parte do longa é simplesmente um martírio cinematográfico. O amadorismo do crédito de abertura, onde acompanhamos o insosso protagonista dirigindo ao som de uma trilha sonora irritante, já demonstra as proporções catastróficas que sustentam o enredo. São tantas cenas inúteis e efeitos medíocres que é impossível não rir. Hitchcock certamente estaria se revirando no caixão com tamanha bizarrice dessa versão puramente tosca de seu icônico filme ''Os Pássaros''.
Não se fazem mais filmes de terror envolvendo crianças endemoniadas como antigamente. Clássicos do terror como ''A Profecia'' e o icônico ''O Exorcista'' sempre serão lembrados por introduzirem crianças demoníacas em sua fórmula. Neste mesmo segmento, o diretor Peter Sullivan tenta beber da mesma fonte mas não consegue aproveitar plenamente o potencial da temática, tampouco criar um filme decente onde só se vê uma trama ruim narrativamente, roteiro pífio, atuações preguiçosas e efeitos especiais de baixíssima qualidade. O ator mirim Gavin Lewis não convence em nada como ''renascido do inferno'' e entrega uma atuação digna de pena. Minha única estrela vai para o pequeno detalhe no cenário que pode passar facilmente despercebido pelo espectador mas vale destacar: a versão da real boneca Annabelle na última cena do quarto do filho do casal. De resto, o filme apenas envergonha o gênero terror com uma malfadada e capenga produção.
Uma trama de espionagem muito bem conduzida e um desfecho impactante ditam o ritmo desta eficiente película dirigida por Michael Brandt. ''Codinome Cassius 7'' é um thriller de suspense que não foge dos clichês habituais do gênero mas consegue prender nossa atenção durante o desenrolar da operação investigativa envolvendo o misterioso personagem de Richard Gere (em uma atuação excelente) e o agente novato interpretado com uma certa apatia por Topher Grace. Ainda que previsível e reveladora logo no primeiro ato, ''Codinome Cassius 7'' certamente satisfará os fãs do gênero policial.
Simplesmente nada funciona neste péssimo terror de Daniel B. Iske; o roteiro é horrível, nenhum personagem é carismático ou interessante, as cenas são forçadas e sem nenhuma emoção, a direção é um verdadeiro fiasco, enfim... ''Campo dos Mortos'' é um desastre completo.
É inegável a engeniosidade do quebra-cabeça criado pelo diretor Richard Ayoade, uma adaptação corajosa da obra homônima de Dostoiévski que apresenta um resultado dúbio o suficiente para dar espaço para uma infinidade de reflexões. ''O Duplo'' me pareceu demasiadamente complexo que chegou a cansar. Não fui atraído pelo drama metafísico ou pela proposta que é até interessante mas fui fisgado pela ambientação soturna e boa fotografia, pálida e melancólica, que se encaixa perfeitamente no comportamento esquisito de seus personagens. Jesse Eisenberg se mostra um ator cada vez mais competente, mas aqui ele mostra um trabalho um tanto frouxo e desperdiça potencial com as duas versões de seu personagem. A belíssima atriz Mia Wasikowska dá um toque charmoso à alegoria psicológica de Ayoade, em uma interpretação sutil e super eloquente. ''O Duplo'' é, no final das contas, uma transposição instigante de Fiódor Dostoiévski para as telonas. Vale pela ''piração'' bem executada, pela trilha sonora desconcertante e fotografia claustrofóbica. Para quem gosta de filmes ''cabeça'', este merece uma boa conferida.
Uma pérola do final dos anos 80 que traz uma história ''feijão com arroz'', não oferece nada de tão especial ao gênero, mas pela nostalgia se faz uma boa opção, possuindo toda aquela ingenuidade divertida das comédias oitentista. Tim Robbins e John Cusack juntos formam uma dupla hilária. A pequena participação do ex-vocalista da banda Dead Kennedys, Jello Biafra, e a singela crítica a indústria da música rendem os momentos mais marcantes da comédia.
Além da atuação competente de Leonardo DiCaprio (que desde sua adolescência vem mostrando ao mundo que sabe atuar!), ''A Praia'' conta também com o auxílio do diretor de fotografia Darius Khondji, que nos contemplam soberbamente com as belíssimas paisagens das ilhas Phi Phi (Tailândia) e um visual paradisíaco deslumbrante, envolto de muito mistério que permeia toda a narrativa. É incrível ver a maneira que o diretor Danny Boyle consegue transmitir uma interessante mensagem utópica e propicia boas discussões e reflexões sobre sociedade alternativa e isolamento geográfico. O escapismo de seus personagens centrais é traçado sob um viés purgante, sendo construído através do desmoronamento da comunidade alternativa liderada por Sal, personagem marcante da sempre eficiente Tilda Swinton. Vale ressaltar a atuação magnífica de Robert Carlyle (ótimo na pele do perturbador Daffy) e a charmosa presença e performance dos franceses Guillaume Canet e Virginie Ledoyen. Algumas cenas me deixaram perplexo com tamanha beleza, como a do rastro de sangue e a cena do trio de amigos tentando fugir dos traficantes. Outras, nem tanto e até acho que foram desnecessárias e cortaram todo barato da grandiosidade da obra de Boyle, como na ridícula cena do vídeo game e na cena onde Richard luta contra um tubarão. Mesmo assim, ''A Praia'' é um interessantíssimo filme que vale uma conferida atenta. Acho que é um dos melhores trabalhos de DiCaprio e me fez querer conhecer um pouco mais da filmografia do cineasta Danny Boyle.
A exposição de itens da cultura pop, principalmente dos HQ's através de muitas referências bacanas e até mesmo da aparição do lendário Stan Lee são os ''pontos nerd'' que os fãs de quadrinhos podem perceber e admirar nesta deliciosa comédia besteirol de Kevin Smith. Diversos personagens coadjuvantes são bastante divertidos (incluindo os atrapalhados Silent Bob e Jay) e conseguem oferecer a dose certa de comicidade na história. As interpretações bem-humoradas dos protagonistas Jeremy London e Jason Lee rendem boas risadas ao darem vida aos típicos adolescentes “ratos de shopping” (o título original ''Mallrats'' resume muitíssimo bem o filme mas no Brasil, pra variar, sofreu a ''síndrome das péssimas adaptações'' ficando com o infeliz trocadilho ''Barrados no Shopping''). T.S. Quint e Brodie Bruce são personagens facilmente identificáveis pela juventude contemporânea, aquela galera do ''rolezinho'' em shopping que usam esses estabelecimentos comerciais como forma de distração ou simplesmente uma terapia pós-rompimento amoroso. A presença de Ben Afleck e da atriz Shannen Doherty, célebre por suas participações nas séries Beverly Hills, 90210 (1990-1994) e Charmed (1998–2001), desperta interesse pela odisséia urbana de Kevin Smith mas não chega a ser uma participação tão marcante. Uma das coisas que eu mais gosto nesta comédia são as ilustrações paródicas em forma de capa de revista em quadrinhos no crédito de abertura, apresentando o elenco sob um divertido trabalho de arte que deixa qualquer geek suspirando de alegria. ''Barrados no Shopping'' é uma boa opção pra descontrair mas necessita de um cérebro desligado. Um humor escrachado, simples e de estrutura quase jogralesca que realmente diverte e enche nossos olhos e ouvidos com tantas referências da cultura pop.
Baratas podem até ser bichos asquerosos, incômodos e pavorosos. Mas para o diretor John Payson, essas odiadas criaturas se tornam muito mais interessantes do que repugnantes nesta descerebrada comédia noventista. ''Joe e as Baratas'' se envedera pelo humor fácil e consegue harmonizar inteligentemente repúdio com muita fofurice. As personagens ''cascudas'' roubam as cenas ao serem humanizadas pelo roteiro original escrito pelo próprio Payson, com direito a divertidas coreografias, boas piadas e bons efeitos visuais que transporta o espectador para o lado sujo e asqueroso de Nova York. O ator Jerry O'Connell, muito convincente na pele do protagonista, consegue nos cativar de forma funcional com seu abobalhado e azarado Joe. Seu par romântico, a angelical Megan Ward, entrega uma performance melosa e caricata, incluindo todos os clichês da garota apaixonada, idealista e inocente. O filme é uma diversão passageira que, mesmo diante de seus visíveis altos e baixos, apresenta uma história diferente e descontraída que vale assistir!
''De Volta para o Presente'' vale como uma diversão descompromissada. Uma idéia criativa e todo aquele frescor nostálgico das comédias noventistas embalam este agradável (e pouco conhecido!) filme dirigido por Hugh Wilson. Brendan Fraser e Alicia Silverstone formam um casal adorável e se completam em cena através do simplório romance na história. Quem também se destacam são os veteranos Christopher Walken e Sissy Spacek, interpretando de forma enternecedora um casal que conquista o espectador pela ternura de seus personagens. Um filme bem escrito, bem realizado, divertidamente despretensioso e com uma temática social encantadora que consegue nos fisgar tanto pela simpatia de seus personagens quanto pelo enredo fantasioso repleto de sacadas geniais.
Sou fã de longa data de filmes trash, filmes B que eram exibidos incansavelmente no extinto ''Cinema em Casa'' do SBT e que marcaram muito a minha infância pelo saudosismo, pelo roteiro absurdo que chega a ser divertido de tão ruim. ''A Coisa'', um clássico de 1985, é um belo exemplar dessa leva de horror trash e junto com o violento ''A Bolha Assassina'', tenho ele como um dos meus filmes favoritos do gênero. Aliado a personagens caricatos que em nenhum momento podem ser levados à sério, atuações horrendas e uma história burlesca, o diretor e roteirista Larry Cohen faz uma crítica sutil ao desenfreado consumo americano, focando de forma satírica na manipulação do consumidor pela mídia. Apesar de ser um filme B dos anos 80, ''A Coisa'' transmite uma mensagem poderosa que reflete, e muito, em nossa atual realidade consumista. Afinal, sempre estamos rodeados de produtos alimentícios, duvidosos ou não, sendo empurrados goela abaixo pelas propagandas na TV ou outro veículo de comunicação. Não tem como não fazer uma comparação com o cenário atual da sociedade e esta pérola, além de escrachadamente divertida, até hoje funciona numa boa sessão-pipoca junto com amigos admiradores de filmes trash regados a muita cerveja (e potes e mais potes de sorvete!).
Larry Clark bate em temas desconfortantes como a prostituição masculina na juventude e a decrepitude moral e física, ao mesmo tempo encontra espaço para sutilezas nas imperfeições e um interessante discurso sobre o esplendor da juventude em conflito com a limitações da velhice. O diretor transfere toda a responsabilidade de chocar aos diálogos e expressões melancólicas e frustradas dos rostos de seus personagens. Por isso, toda a construção do drama de Clark é baseada em imagens provocativas, explícitas e simbólicas, como na impressionante cena introdutória onde um morador de rua (interpretado pelo próprio Larry Clark) é usado como obstáculo por jovens skatistas, ou na perturbadora cena em que um velho prática podolatria com o personagem Math e chupa todos os dedos de seu pé. Há inúmeras outras cenas que nos trazem uma constante sensação de futuro incerto, de esgotamento e decadência daqueles corpos jovens e frescos que justificam todos seus atos. Os personagens velhos, que expõe em cena seus corpos flácidos e fisicamente decadentes, são os arquétipos fundamentais no conflito central proposto por Larry Clark. São nos velhos clientes que pagam por sexo e vigor dos adolescentes que vemos a dicotomia entre juventude e velhice sendo explorada de forma orgânica e segura de si. Com uma boa trilha sonora e um trabalho estupendo do elenco (que colabora muito com o exercício niilista de Larry Clark), ''O Cheiro da Gente'' possivelmente não agradará a todos, em especial o público mais pudico, mas certamente é um interessante olhar ''junkie'' e diegético sobre a perspectiva atual de nossa juventude - autodestrutiva, amoral e vazia.
A famosa obra de Lúcia Machado de Almeida sempre me causou grande fascínio na época da escola quando os professores distribuíam alguns livros da coleção Vaga-Lume para os alunos elaborarem um trabalho. ''O Escaravelho do Diabo'' era o meu livro favorito e foi responsável por despertar todo o meu interesse em romances policiais. Para os antigos leitores do livro, o filme de estréia de Carlo Milani é um verdadeiro deleite. Uma novidade particularmente empolgante (para mim, foi um presente especial pois esperei MUITO tempo pela adaptação cinematográfica deste nostálgico clássico infanto-juvenil). Para os demais, aqueles que não tiveram contato ou nunca ouviram falar da obra literária, serve apenas como entretenimento passageiro, sem qualquer reflexão ou significado. A versão modernizada do diretor Carlo Milani confere algumas atualizações interessantes ao longa e um dinamismo eficiente na história, o que é essencial num romance policial. Essa tal ''atualização'' não desrespeita a essência da obra original (o livro foi escrito em 1953) e mantém o espectador ligado durante a narrativa. Os diálogos não são bem escritos, são fracos e pouco inspirados, mas são pontos negativos mínimos que passam despercebidos em meio a limitação da produção e a falta de lapidação em seu roteiro. Há no conjunto da obra um grande desperdiço com o material original. O modus operandi do assassino, por exemplo, é até bem interessante mas tudo muito simples e mal executado em cena. A escolha do ator para o personagem principal foi outra falha grave da produção, visto que no livro o personagem Alberto é um adolescente estudante de medicina e não uma criança. E o ator mirim Thiago Rosseti não faz jus ao personagem do livro, entregando uma atuação acanhada e extremamente amadora (só reparar na falta de emoção da cena onde Alberto encontra o seu irmão morto e no quão patética é a forma dele lidar com isso no decorrer da trama). O mesmo vale para Bruna Cavalieri, outra atriz mirim inexperiente que não acrescenta nada tão significativo no filme. Quem segura as pontas é o veterano Marcos Caruso em boa parte da trama e é utilizado como alívio cômico, o que funciona razoavelmente bem. Sem dúvida, adaptar um best-seller infanto-juvenil para as telonas é uma tarefa difícil e o resultado da versão nunca sairá 100% fiel. No entanto, se tratando de cinema nacional, ''O Escaravelho do Diabo'' merece o nosso respeito, gratidão e seu devido destaque nesta nova safra de gêneros que é pouco presente em nosso cinema. E que venha muitas outras adaptações de livros da série Vaga-Lume.
''007 Contra Spectre'' nem de longe é o melhor filme da franquia, tampouco é o pior, mas este pode ser considerado como um dos mais esquecíveis episódios da cinesérie do agente secreto britânico. Vemos claramente aqui neste 26º filme de James Bond um sinal de cansaço da franquia que fez até mesmo o próprio desmotivado ator Daniel Craig afirmar que “prefere cortar os pulsos” do que participar em outro filme de Bond. Apesar de algumas boas cenas de ação, principalmente as que antecedem o clipe dos créditos introdutórios, o filme sofre com um roteiro problemático e uma história batida nem um pouco atraente. Sam Mendes tinha em mãos grande potencial para entregar um filme no mesmo nível de ''Skyfall'' (que para mim continua sendo o meu filme favorito da fase Craig), mas acabou deixando a desejar diante de tanta apatia e falta de criatividade. Ao começar pelo vilão genérico interpretado por Christoph Waltz - que não chega aos pés dos ótimos vilões interpretados por Mads Mikkelsen (Le Chiffre) e Javier Bardem (Raoul Silva). Senti falta de um vilão expressivo e mais viril, levando em conta que Franz Oberhauser, sendo o líder da famosa Organização Criminosa SPECTRE, deveria ser o vilão mais icônico da franquia. Outro problema grave no longa é o mau aproveitamento do primoroso elenco, que conta com a presença de grandes nomes como Andrew Scott, Naomi Harris, Ralph Fiennes e Monica Bellucci (em uma minúscula participação). Os pontos altos do elenco ficam por conta da lindíssima Léa Seydoux e o veterano Jesper Christensen. Por mais que Sam Mendes consiga estabelecer uma boa atmosfera de ação e ótimas sequências, fazendo algumas ligações interessantes com os filmes anteriores, o roteiro é raso e acanhado ao extremo, chegando a um momento que cansa o espectador. Pra finalizar, queria dizer que gostei muito da música-tema (um dos atrativos principais de toda franquia) interpretada por Sam Smith. A canção ''Writing's On The Wall'' merece ser apreciada com atenção por captar toda a aura do personagem.
Dirigido por Kim Ji-Woon, o tétrico ''Medo'' se equilibra entre o terror e o drama familiar de forma aterradora e traz um dos melhores plot twists do cinema asiático. Em atuações ricas em nuances, o cineasta torna crível o tormento das irmãs Su-mi e Su-yeon, em um envolvente clima sobrenatural sustentado por um apuro estético impecável e uma fascinante trilha sonora. Em certos momentos o roteiro se mostra labiríntico ao fugir um pouco da linearidade, fica até um pouco arrastado e confuso, entretanto, o desenvolvimento da trama ganha força quando as respostas vão surgindo em forma de flashbacks pincelados com cenas pesadas e algumas de gelar a espinha. As atrizes que interpretam as irmãs adolescentes e a madrasta interpretada magistralmente por Yum Jung-ah ajudam a potencializar os pontos positivos do filme e toda atmosfera conflituosa da narrativa. Enfim, ''Medo'' é outro belíssimo exemplar da força que tem o cinema asiático, destacando especialmente aqui o versátil mercado cinematográfico coreano. Uma pequena jóia rara em meio à tantos filmes de terror chifrins e vazios que entram e saem do circuito de cinema aqui no Brasil. RECOMENDADÍSSIMO!
Curiosidade: O filme recebeu um remake americano dirigido pela dupla de irmãos Charles e Thomas Guard, cujo título é “O Mistério das Duas Irmãs” (ainda não tive a oportunidade de assistir mas já está na minha lista de espera com certeza!)
As Meninas
3.3 44 Assista AgoraAdaptado da obra da premiadíssima Lygia Fagundes Telles, ''As Meninas'' apresenta uma trama de brasilidade atemporal, passeando sutilmente por temas sérios como ditadura militar, sexo, crise econômica, drogas e overdose.
Três personagens femininas envolventes, muito bem interpretadas pelo entrosado trio - Drica Moraes, Adriana Esteves e Cláudia Liz -, ilustram dramas pessoais que são trabalhados individualmente em cena e consolida ainda mais a força narrativa das obras de Lygia Fagundes Telles.
Não posso fazer uma comparação precisa pois não li o elogiado romance da escritora, mas o filme me despertou curiosidade acerca da temática política e da profundidade psicológica das três personagens. E essa curiosidade despertada já fez valer todo o filme e compensou o roteiro maçante e arrastado.
O Céu de Suely
3.9 464 Assista AgoraÉ incrível como uma atuação tão espontânea de um elenco simplório consegue construir um clima melancólico envolvente e tão íntimo de nossa realidade. É o que acontece no drama ''O Céu de Suely'', outra jóia regional de nosso cinema. Eis o motivo pelo qual eu amo e acredito no potencial de nossa cinematografia, especialmente quando se trata dos filmes naturalista onde a vulnerabilidade social de seus personagens é estampada em cada minucioso detalhe, gesto e expressões que aproximam o espectador do cotidiano dos mais variados tipos de família, mazeladas ou não.
Hermila Guedes carrega o filme no bolso com uma atuação impecável.
Em relação às demais atuações, o resto do elenco dá um show de autenticidade e intensas performances.
Mais uma vez me surpreendi com uma produção nacional arrebatadora, poeticamente angustiante.
Destaque para a belíssima fotografia de Walter Carvalho e a eficiente trilha sonora de
Berna Ceppas e Kamal Kassin, transmitindo ao espectador a sensação constante de aprisionamento e frustração.
Para os entusiastas do cinema nacional, ''O Céu de Suely'' será uma experiência introspectiva prazerosa.
Meninas Virgens e P... - Troca de Óleo
3.0 26Já dá para notar o show de bizarrices do extravagante diretor Sady Baby logo na precária ''apresentação'' dos créditos.
O grotesco elenco nos dá as boas-vindas com seus nomes sendo apresentados em uma fuleira cartolina escrito à mão. Logo após nos deparamos com uma cena pra lá de nojenta (não estou me referindo ao ato sexual dos ''presidiários'') onde os diálogos toscos se unem ao roteiro mequetrefe e enredo totalmente nonsense.
Esta pérola consegue transcender todos seus adjetivos ruins em um entretenimento suficiente para deixar qualquer fã corajoso de filmes sádicos de boca aberta.
Impossível não dar risadas da quantidade absurda de tosquices em tela, dos diálogos vergonhosos e da montoeira de cenas inúteis.
É ruim de doer, mas vale uma conferida para conhecer o universo pornográfico do bizarro Sady Baby.
Sexo, Drogas e Jingle Bells
3.0 165 Assista AgoraÉ um filme razoavelmente divertido, mas não passa de uma comédia imatura de humor politicamente incorreto.
Será melhor ''digerido'' por quem já conhece e admira o trabalho do comediante Seth Rogen.
Ao lado de Rogen, o eficiente e carismático Joseph Gordon-Levitt e o divertido Anthony Mackie conseguem transmitir uma boa sintonia em cena.
Seus personagens, apesar de serem estupidamentes imaturos, provocam alguns breves risos aqui e ali e boas mensagens reflexivas sobre amizade e amadurecimento.
O personagem Isaac fazendo piada com as gêmeas do clássico ''O Iluminado'' e a pequena ponta da polêmica Miley Cyrus para mim foram os únicos bons momentos da comédia.
O filme funcionaria melhor se não fosse pela descarada mensagem de apologia às drogas e a imbecilidade do roteiro escrito a quatro mãos por Jonathan Levine, Evan Goldberg, Kyle Hunter e Ariel Shaffir.
Fujam da versão dublada que é tão ridícula quanto a tradução brasileira de seu título.
Destaque para os créditos finais que pelo menos encerram o filme de forma criativa e animada.
Enterrando Minha Ex
2.5 123 Assista AgoraO veterano Joe Dante tem em seu currículo clássicos oitentistas que todo cinéfilo que se preze conhece. É dele o nostálgico ''Gremlins'', o divertido ''Viagem Insólita'' e uma porrada de filmes legais que marcaram a infância de muita gente.
Neste ''terrir'' (modalidade de filmes de terror cujo absurdo e exagero nas cenas são marcas registradas) protagonizado pelo recém-falecido Anton Yelchin, o cineasta consegue fazer um filme bastante funcional onde o mix de terror, comédia e trash se revela um ótimo passatempo.
Anton Yelchin, em boa atuação, dá vida a um personagem muito divertido e inocente que sempre deixa transparecer seu espírito jovial ao firmar sua paixão pelo universo do horror, com direito a muitas boas referências a grandes filmes do gênero.
Dona de uma beleza singular, Alexandra Daddario
enche nossos olhos com uma atuação cheia de carisma. Entretanto, seu romance com o personagem Max é frouxo, banal e abarrotado de clichês.
Completando o elenco, temos o timing cômico de Oliver Cooper e da belíssima Ashley Greene, esta muito mal aproveitada por conta do trabalho ruim de maquiagem, prejudicando a
''putrefação zumbi'' de sua personagem Evelyn no decorrer da trama.
Só pelo veterano Joe Dante ter prestado uma bela homenagem ao cinema de terror, este divertido filme já vale uma boa conferida.
Uma comédia de terror despretensiosa de orçamento baixo e simpatia contagiante.
Breakdance
3.7 17(+)👍Apesar de datado, ''Breakdance'' diverte não só pelo seu tom nostálgico estampado no visual oitentista, nas danças e nos figurinos, como também pelo roteiro leve e simpático.
(+)👍Tony ''Turbo'', o carismático personagem de Michael Chambers é responsável pelos momentos mais engraçados e as melhores coreografias do filme.
(+)👍Destaque para o até então desconhecido ator Jean-Claude Van Damme fazendo uma minúscula ponta como espectador na primeira sequência de dança na praia.
(+)👍''Não são apenas crianças dançando em uma esquina por uma moeda. Eles colocam o coração e alma no que fazem mais do que qualquer dançarino que conheço.'' (Kelly ''Special-K'', personagem de Lucinda Dickey)
(+)👍A energia musical do break dance pululam por todos os poros da película, trazendo um divertido show de coreografias.
(+)👍Conhecedores do assunto apontam algumas críticas ao filme quanto ao estereótipos de seus personagens, generalização e falhas na veracidade da história cultural do hip-hop. Porém, nada disso prejudica o filme que é tanto narrativamente quanto musicalmente interessante.
Cadillac Records
4.0 261 Assista Agora(+)👍Possuindo um elenco coeso e repleto de performances musicais marcantes, o filme funciona como um belíssimo tributo à lendária gravadora Chess Records, famosa por ter alavancado a carreira de sucesso de grandes nomes como Chuck Berry, Muddy Waters e Etta James.
(+)👍Beyoncé Knowles interpretando Etta James (provando que também é uma ótima atriz!) e cantando de forma arrebatadora ''I'd Rather Go Blind'' e ''All I Could Do Is Cry'' já vale cada minuto de filme.
(+)👍Junto ao trabalho seguro da direção de Darnell Martin, a ótima composição da direção de arte e dos figurinos conseguem reconstruir uma Chicago dos anos 1940 para o final de 1960.
(+)👍As atuações são primorosas, sobretudo a de Adrien Brody e Jeffrey Wright, este atuando muito bem e extremamente performático ao reviver o músico Muddy Waters.
(+)👍''Cadillac Records'' é uma deliciosa aula de história da sociedade norte-americana e da evolução da música negra, dando ênfase em temas importantes como segregação racial, capitalismo e emancipação cultural.
(+)👍Diálogos poderosos e um repertório musical de tirar o fôlego conduzem o filme.
(+)👍O carismático rapper Mos Def entrega uma atuação excepcional e convincente ao dar vida ao lendário Chuck Berry
(-)👎No filme, o protagonista Leonard é colocado no posto de único fundador da gravadora, sendo que na vida real a ''Chess Records'' foi fundada por Leonard e seu irmão Phil Chess. Este é um detalhe importante que ficou de fora no roteiro (talvez tenha sido no intuito de focar apenas nos personagens importantes) mas já que o filme conta com um excesso de personagens, Phil
poderia muito bem ter sido pelo menos mencionado na história.
Confissão de Assassinato
3.7 59O muitíssimo bem executado ''Confissão de Assassinato'', do diretor Jung Byung-Gil, consegue resumir o que o cinema asiático tem a oferecer em termos técnicos e narrativos.
Mantendo o mistério e a incerteza sempre palpáveis em cena, numa boa trama onde vingança é o prato principal (um tema recorrente no cinema coreano), o filme oferece ao público o deleite de presenciar um frenético jogo de gato e rato entre o detetive Choi Hyung-Goo e um misterioso serial killer que atormentou seu passado.
Totalmente desfocado dos moldes hollywoodianos, o longa conta com sequências de muita ação (algumas cenas inverossímeis demais que acabaram afetando a seriedade da história) e um pequeno toque (desnecessário) de humor.
O roteiro, escrito pelo próprio Jung Byung-Gil, é inegavelmente genial mas o desenrolar da trama perde muita força devido à inúmeros elementos escusados, como uma patética cena de flatulência. Tirando isso, o filme é muito bom e tem um apuro técnico invejável que bota muitas produções americanas no chinelo. Para quem deseja imergir no universo cinematográfico sul-coreano, este é um ótimo começo!
Camisinha Assassina
3.1 283Quando a gente acha que já viu de tudo no cinema trash aparece esta bizarra novidade alemã cujo título já prepara psicologicamente o espectador para um festival de tosqueiras sem limites.
Baseado na HQ de Ralf König, ''A Camisinha Assassina'' apresenta uma história tão grotesca e absurda que é impossível não causar uma certa curiosidade naqueles que adoram um objeto inanimado assassino, como a ''A Geladeira Diabólica'' e o divertidíssimo nonsense
''Rubber, O Pneu Assassino''.
Em meio a tanta esculhambação, nos deparamos, quem diria, com uma crítica social afiada envolvendo radicalismo religioso, promiscuidade e homofobia.
"A Camisinha Assassina" é sim uma boa opção para o tipo de público que costuma chorar de rir com produções toscas, com os filmes que de tão ruins chegam a ser um ótimo passatempo, sem deixar de lado uma boa dose de humor, seja ele inteligente ou não.
Os personagens cartunescos são hilários e não se distanciam muito da estrutura cômica das tirinhas de HQ. Impossível não dar algumas risadas com Bob (ou melhor, Babette), um ex-policial travesti que rende os momentos mais engraçados da película.
Birdemic: Shock and Terror
1.8 82Com uma edição de som e vídeo totalmente esculhambada, péssimas atuações que ultrapassam os limites do grotesco, efeitos especiais toscos (acho que até um aplicativo de efeitos especiais para o celular faria algo muito melhor!), esta pérola brutesca acaba virando um material indispensável para os fãs do cinema trash.
''Birdemic: Shock and Terror'' consegue arrancar boas gargalhadas com todas as precariedades e canastrice
estampado em cada cena, uma mais vergonhosa do que a outra!
A primeira parte do longa é simplesmente um martírio cinematográfico.
O amadorismo do crédito de abertura, onde acompanhamos o insosso protagonista dirigindo ao som de uma trilha sonora irritante, já demonstra as proporções catastróficas que sustentam o enredo.
São tantas cenas inúteis e efeitos medíocres que é impossível não rir.
Hitchcock certamente estaria se revirando no caixão com tamanha bizarrice dessa versão puramente tosca de seu icônico filme ''Os Pássaros''.
A Ressurreição do Anticristo
1.4 28Não se fazem mais filmes de terror envolvendo crianças endemoniadas como antigamente. Clássicos do terror como ''A Profecia'' e o icônico ''O Exorcista'' sempre serão lembrados por introduzirem crianças demoníacas em sua fórmula. Neste mesmo segmento, o diretor Peter Sullivan tenta beber da mesma fonte mas não consegue aproveitar plenamente o potencial da temática, tampouco criar um filme decente onde só se vê uma trama ruim narrativamente, roteiro pífio, atuações preguiçosas e efeitos especiais de baixíssima qualidade.
O ator mirim Gavin Lewis não convence em nada como ''renascido do inferno'' e entrega uma atuação digna de pena.
Minha única estrela vai para o pequeno detalhe no cenário que pode passar facilmente despercebido pelo espectador mas vale destacar: a versão da real boneca Annabelle na última cena do quarto do filho do casal. De resto, o filme apenas envergonha o gênero terror com uma malfadada e capenga produção.
Codinome Cassius 7
3.2 198 Assista AgoraUma trama de espionagem muito bem conduzida e um desfecho impactante ditam o ritmo desta eficiente película dirigida por Michael Brandt.
''Codinome Cassius 7'' é um thriller de suspense que não foge dos clichês habituais do gênero mas consegue prender nossa atenção durante o desenrolar da operação investigativa envolvendo o misterioso personagem de Richard Gere (em uma atuação excelente) e o agente novato interpretado com uma certa apatia por Topher Grace.
Ainda que previsível e reveladora logo no primeiro ato, ''Codinome Cassius 7'' certamente satisfará os fãs do gênero policial.
Campo Dos Mortos
1.1 45 Assista AgoraSimplesmente nada funciona neste péssimo terror de Daniel B. Iske; o roteiro é horrível, nenhum personagem é carismático ou interessante, as cenas são forçadas e sem nenhuma emoção, a direção é um verdadeiro fiasco, enfim... ''Campo dos Mortos'' é um desastre completo.
O Duplo
3.5 518 Assista AgoraÉ inegável a engeniosidade do quebra-cabeça criado pelo diretor Richard Ayoade, uma adaptação corajosa da obra homônima de Dostoiévski que apresenta um resultado dúbio o suficiente para dar espaço para uma infinidade de reflexões.
''O Duplo'' me pareceu demasiadamente complexo que chegou a cansar. Não fui atraído pelo drama metafísico ou pela proposta que é até interessante mas fui fisgado pela ambientação soturna e boa fotografia, pálida e melancólica, que se encaixa perfeitamente no comportamento esquisito de seus personagens.
Jesse Eisenberg se mostra um ator cada vez mais competente, mas aqui ele mostra um trabalho um tanto frouxo e desperdiça potencial com as duas versões de seu personagem.
A belíssima atriz Mia Wasikowska dá um toque charmoso à alegoria psicológica de Ayoade, em uma interpretação sutil e super eloquente.
''O Duplo'' é, no final das contas, uma transposição instigante de Fiódor Dostoiévski para as telonas. Vale pela ''piração'' bem executada, pela trilha sonora desconcertante e fotografia claustrofóbica. Para quem gosta de filmes ''cabeça'', este merece uma boa conferida.
Tapeheads: Uma Dupla Muito Louca
3.4 6Uma pérola do final dos anos 80 que traz uma história ''feijão com arroz'', não oferece nada de tão especial ao gênero, mas pela nostalgia se faz uma boa opção, possuindo toda aquela ingenuidade divertida das comédias oitentista.
Tim Robbins e John Cusack juntos formam uma dupla hilária.
A pequena participação do ex-vocalista da banda Dead Kennedys, Jello Biafra, e a singela crítica a indústria da música rendem os momentos mais marcantes da comédia.
A Praia
3.2 694 Assista AgoraAlém da atuação competente de Leonardo DiCaprio (que desde sua adolescência vem mostrando ao mundo que sabe atuar!), ''A Praia'' conta também com o auxílio do diretor de fotografia Darius Khondji, que nos contemplam soberbamente com as belíssimas paisagens das ilhas Phi Phi (Tailândia) e um visual paradisíaco deslumbrante, envolto de muito mistério que permeia toda a narrativa.
É incrível ver a maneira que o diretor Danny Boyle consegue transmitir uma interessante mensagem utópica e propicia boas discussões e reflexões sobre sociedade alternativa e isolamento geográfico.
O escapismo de seus personagens centrais é traçado sob um viés purgante, sendo construído através do desmoronamento da comunidade alternativa liderada por Sal, personagem marcante da sempre eficiente Tilda Swinton.
Vale ressaltar a atuação magnífica de Robert Carlyle (ótimo na pele do perturbador Daffy) e a charmosa presença e performance dos franceses Guillaume Canet e Virginie Ledoyen.
Algumas cenas me deixaram perplexo com tamanha beleza, como a do rastro de sangue e a cena do trio de amigos tentando fugir dos traficantes. Outras, nem tanto e até acho que foram desnecessárias e cortaram todo barato da grandiosidade da obra de Boyle, como na ridícula cena do vídeo game e na cena onde Richard luta contra um tubarão.
Mesmo assim, ''A Praia'' é um interessantíssimo filme que vale uma conferida atenta.
Acho que é um dos melhores trabalhos de DiCaprio e me fez querer conhecer um pouco mais da filmografia do cineasta Danny Boyle.
Barrados no Shopping
3.6 158 Assista AgoraA exposição de itens da cultura pop, principalmente dos HQ's através de muitas referências bacanas e até mesmo da aparição do lendário Stan Lee
são os ''pontos nerd'' que os fãs de quadrinhos podem perceber e admirar nesta deliciosa comédia besteirol de Kevin Smith.
Diversos personagens coadjuvantes são bastante divertidos (incluindo os atrapalhados Silent Bob e Jay) e conseguem oferecer a dose certa de comicidade na história.
As interpretações bem-humoradas dos protagonistas Jeremy London e Jason Lee rendem boas risadas ao darem vida aos típicos adolescentes “ratos de shopping” (o título original ''Mallrats'' resume muitíssimo bem o filme mas no Brasil, pra variar, sofreu a ''síndrome das péssimas adaptações'' ficando com o infeliz trocadilho ''Barrados no Shopping'').
T.S. Quint e Brodie Bruce são personagens facilmente identificáveis pela juventude contemporânea, aquela galera do ''rolezinho'' em shopping que usam esses estabelecimentos comerciais como forma de distração ou simplesmente uma terapia pós-rompimento amoroso.
A presença de Ben Afleck e da atriz Shannen Doherty, célebre por suas participações nas séries Beverly Hills, 90210 (1990-1994) e Charmed (1998–2001), desperta interesse pela odisséia urbana de Kevin Smith mas não chega a ser uma participação tão marcante.
Uma das coisas que eu mais gosto nesta comédia são as ilustrações paródicas em forma de capa de revista em quadrinhos no crédito de abertura, apresentando o elenco sob um divertido trabalho de arte que deixa qualquer geek suspirando de alegria.
''Barrados no Shopping'' é uma boa opção pra descontrair mas necessita de um cérebro desligado. Um humor escrachado, simples e de estrutura quase jogralesca que realmente diverte e enche nossos olhos e ouvidos com tantas referências da cultura pop.
Joe e as Baratas
2.7 751Baratas podem até ser bichos asquerosos, incômodos e pavorosos. Mas para o diretor John Payson, essas odiadas criaturas se tornam muito mais interessantes do que repugnantes nesta descerebrada comédia noventista.
''Joe e as Baratas'' se envedera pelo humor fácil e consegue harmonizar inteligentemente repúdio com muita fofurice. As personagens ''cascudas'' roubam as cenas ao serem humanizadas pelo roteiro original escrito pelo próprio Payson, com direito a divertidas coreografias, boas piadas e bons efeitos visuais que transporta o espectador para o lado sujo e asqueroso de Nova York.
O ator Jerry O'Connell, muito convincente na pele do protagonista, consegue nos cativar de forma funcional com seu abobalhado e azarado Joe. Seu par romântico, a angelical Megan Ward, entrega uma performance melosa e caricata, incluindo todos os clichês da garota apaixonada, idealista e inocente.
O filme é uma diversão passageira que, mesmo diante de seus visíveis altos e baixos, apresenta uma história diferente e descontraída que vale assistir!
De Volta para o Presente
3.4 174 Assista Agora''De Volta para o Presente'' vale como uma diversão descompromissada. Uma idéia criativa e todo aquele frescor nostálgico das comédias noventistas embalam este agradável (e pouco conhecido!) filme dirigido por Hugh Wilson.
Brendan Fraser e Alicia Silverstone formam um casal adorável e se completam em cena através do simplório romance na história. Quem também se destacam são os veteranos Christopher Walken e Sissy Spacek, interpretando de forma enternecedora um casal que conquista o espectador pela ternura de seus personagens.
Um filme bem escrito, bem realizado, divertidamente despretensioso e com uma temática social encantadora que consegue nos fisgar tanto pela simpatia de seus personagens quanto pelo enredo fantasioso repleto de sacadas geniais.
A Coisa
2.9 371Sou fã de longa data de filmes trash, filmes B que eram exibidos incansavelmente no extinto ''Cinema em Casa'' do SBT e que marcaram muito a minha infância pelo saudosismo, pelo roteiro absurdo que chega a ser divertido de tão ruim.
''A Coisa'', um clássico de 1985, é um belo exemplar dessa leva de horror trash e junto com o violento ''A Bolha Assassina'', tenho ele como um dos meus filmes favoritos do gênero.
Aliado a personagens caricatos que em nenhum momento podem ser levados à sério, atuações horrendas e uma história burlesca, o diretor e roteirista Larry Cohen faz uma crítica sutil
ao desenfreado consumo americano, focando de forma satírica na manipulação do consumidor pela mídia.
Apesar de ser um filme B dos anos 80, ''A Coisa'' transmite uma mensagem poderosa que reflete, e muito, em nossa atual realidade consumista. Afinal, sempre estamos rodeados de produtos alimentícios, duvidosos ou não, sendo empurrados goela abaixo pelas propagandas na TV ou outro veículo de comunicação.
Não tem como não fazer uma comparação com o cenário atual da sociedade e esta pérola, além de escrachadamente divertida, até hoje funciona numa boa sessão-pipoca junto com amigos admiradores de filmes trash regados a muita cerveja (e potes e mais potes de sorvete!).
O Cheiro da Gente
3.0 74Larry Clark bate em temas desconfortantes como a prostituição masculina na juventude e a decrepitude moral e física, ao mesmo tempo encontra espaço para sutilezas nas imperfeições e um interessante discurso sobre o esplendor da juventude em conflito com a limitações da velhice.
O diretor transfere toda a responsabilidade de chocar aos diálogos e expressões melancólicas e frustradas dos rostos de seus personagens.
Por isso, toda a construção do drama de Clark é baseada em imagens provocativas, explícitas e simbólicas, como na impressionante cena introdutória onde um morador de rua (interpretado pelo próprio Larry Clark) é usado como obstáculo por jovens skatistas, ou na perturbadora cena em que um velho prática podolatria com o personagem Math e chupa todos os dedos de seu pé.
Há inúmeras outras cenas que nos trazem uma constante sensação de futuro incerto, de esgotamento e decadência daqueles corpos jovens e frescos que justificam todos seus atos.
Os personagens velhos, que expõe em cena seus corpos flácidos e fisicamente decadentes, são os arquétipos fundamentais no conflito central proposto por Larry Clark.
São nos velhos clientes que pagam por sexo e vigor dos adolescentes que vemos a dicotomia entre juventude e velhice sendo explorada de forma orgânica e segura de si.
Com uma boa trilha sonora e um trabalho estupendo do elenco (que colabora muito com o exercício niilista de Larry Clark), ''O Cheiro da Gente'' possivelmente não agradará a todos, em especial o público mais pudico, mas certamente é um interessante olhar ''junkie'' e diegético sobre a perspectiva atual de nossa juventude - autodestrutiva, amoral e vazia.
O Escaravelho do Diabo
2.6 335A famosa obra de Lúcia Machado de Almeida sempre me causou grande fascínio na época da escola quando os professores distribuíam alguns livros da coleção Vaga-Lume para os alunos elaborarem um trabalho.
''O Escaravelho do Diabo'' era o meu livro favorito e foi responsável por despertar todo o meu interesse em romances policiais.
Para os antigos leitores do livro, o filme de estréia de Carlo Milani é um verdadeiro deleite. Uma novidade particularmente empolgante (para mim, foi um presente especial pois esperei MUITO tempo pela adaptação cinematográfica deste nostálgico clássico infanto-juvenil).
Para os demais, aqueles que não tiveram contato ou nunca ouviram falar da obra literária, serve apenas como entretenimento passageiro, sem qualquer reflexão ou significado.
A versão modernizada do diretor Carlo Milani confere algumas atualizações interessantes ao longa e um dinamismo eficiente na história, o que é essencial num romance policial. Essa tal ''atualização'' não desrespeita a essência da obra original (o livro foi escrito em 1953) e mantém o espectador ligado durante a narrativa.
Os diálogos não são bem escritos, são fracos e pouco inspirados, mas são pontos negativos mínimos que passam despercebidos em meio a limitação da produção e a falta de lapidação em seu roteiro.
Há no conjunto da obra um grande desperdiço com o material original.
O modus operandi do assassino, por exemplo, é até bem interessante mas tudo muito simples e mal executado em cena.
A escolha do ator para o personagem principal foi outra falha grave da produção, visto que no livro o personagem Alberto é um adolescente estudante de medicina e não uma criança. E o ator mirim Thiago Rosseti não faz jus ao personagem do livro, entregando uma atuação acanhada e extremamente amadora (só reparar na falta de emoção da cena onde Alberto encontra o seu irmão morto e no quão patética é a forma dele lidar com isso no decorrer da trama). O mesmo vale para Bruna Cavalieri, outra atriz mirim inexperiente que não acrescenta nada tão significativo no filme.
Quem segura as pontas é o veterano Marcos Caruso em boa parte da trama e é utilizado como alívio cômico, o que funciona razoavelmente bem.
Sem dúvida, adaptar um best-seller infanto-juvenil para as telonas é uma tarefa difícil e o resultado da versão nunca sairá 100% fiel. No entanto, se tratando de cinema nacional, ''O Escaravelho do Diabo'' merece o nosso respeito, gratidão e seu devido destaque nesta nova safra de gêneros que é pouco presente em nosso cinema. E que venha muitas outras adaptações de livros da série Vaga-Lume.
007 Contra Spectre
3.3 1,0K Assista Agora''007 Contra Spectre'' nem de longe é o melhor filme da franquia, tampouco é o pior, mas este pode ser considerado como um dos mais esquecíveis episódios da cinesérie do agente secreto britânico.
Vemos claramente aqui neste 26º filme de James Bond um sinal de cansaço da franquia que fez até mesmo o próprio desmotivado ator Daniel Craig afirmar que “prefere cortar os pulsos” do que participar em outro filme de Bond.
Apesar de algumas boas cenas de ação, principalmente as que antecedem o clipe dos créditos introdutórios, o filme sofre com um roteiro problemático e uma história batida nem um pouco atraente.
Sam Mendes tinha em mãos grande potencial para entregar um filme no mesmo nível de ''Skyfall'' (que para mim continua sendo o meu filme favorito da fase Craig), mas acabou deixando a desejar diante de tanta apatia e falta de criatividade. Ao começar pelo vilão genérico interpretado por Christoph Waltz - que não chega aos pés dos ótimos vilões interpretados por Mads Mikkelsen (Le Chiffre) e Javier Bardem (Raoul Silva).
Senti falta de um vilão expressivo e mais viril, levando em conta que Franz Oberhauser, sendo o líder da famosa Organização Criminosa SPECTRE, deveria ser o vilão mais icônico da franquia.
Outro problema grave no longa é o mau aproveitamento do primoroso elenco, que conta com a presença de grandes nomes como Andrew Scott, Naomi Harris, Ralph Fiennes e Monica Bellucci (em uma minúscula participação).
Os pontos altos do elenco ficam por conta da lindíssima Léa Seydoux e o veterano Jesper Christensen.
Por mais que Sam Mendes consiga estabelecer uma boa atmosfera de ação e ótimas sequências, fazendo algumas ligações interessantes com os filmes anteriores, o roteiro é raso e acanhado ao extremo, chegando a um momento que cansa o espectador.
Pra finalizar, queria dizer que gostei muito da música-tema (um dos atrativos principais de toda franquia) interpretada por Sam Smith.
A canção ''Writing's On The Wall'' merece ser apreciada com atenção por captar toda a aura do personagem.
Medo
3.5 422 Assista AgoraDirigido por Kim Ji-Woon, o tétrico ''Medo'' se equilibra entre o terror e o drama familiar de forma aterradora e traz um dos melhores plot twists do cinema asiático.
Em atuações ricas em nuances, o cineasta torna crível o tormento das irmãs Su-mi e Su-yeon, em um envolvente clima sobrenatural sustentado por um apuro estético impecável e uma fascinante trilha sonora.
Em certos momentos o roteiro se mostra labiríntico ao fugir um pouco da linearidade, fica até um pouco arrastado e confuso, entretanto, o desenvolvimento da trama ganha força quando as respostas vão surgindo em forma de flashbacks pincelados com cenas pesadas e algumas de gelar a espinha.
As atrizes que interpretam as irmãs adolescentes e a madrasta interpretada magistralmente por Yum Jung-ah ajudam a potencializar os pontos positivos do filme e toda atmosfera conflituosa da narrativa.
Enfim, ''Medo'' é outro belíssimo exemplar da força que tem o cinema asiático, destacando especialmente aqui o versátil mercado cinematográfico coreano.
Uma pequena jóia rara em meio à tantos filmes de terror chifrins e vazios que entram e saem do circuito de cinema aqui no Brasil. RECOMENDADÍSSIMO!
Curiosidade: O filme recebeu um remake americano dirigido pela dupla de irmãos Charles e Thomas Guard, cujo título é “O Mistério das Duas Irmãs” (ainda não tive a oportunidade de assistir mas já está na minha lista de espera com certeza!)