O expressivo sotaque sueco da musa Greta Garbo confere ao pequeno romance de Clarence Brown um certo glamour e uma atmosfera sofisticada por conta dos cenários luxuosos. Mas deixa muito a desejar em termos narrativos e atuações, principalmente do apático e inexperiente Gavin Gordon. Ao contrário de Gordon, quem entrega carisma e boa performance em cena ao lado de Greta é Lewis Stone com seu personagem Cornelius Van Tuyl. Mas ''Romance'' vale ser apreciado pelo surgimento de uma das maiores estrelas de Hollywood em seu segundo filme sonoro.
O cinema brasileiro está ganhando novas formas, mais visibilidade e acima de tudo, ganhando notoriedade por seus temas sociais e obras arrebatadoras. Nosso cinema não vive só de favelas, prostituição, tiroteios ou comédias idiotas e, com muito orgulho de ser brasileiro, fiquei imensamente feliz ao prestigiar esta premiadíssima surpresa de Anna Muylaert. A diretora sintetiza a relação patrão-empregado de forma sutil e representativa graças ao excelente trabalho de atuação de Regina Casé e Camila Márdila, ambas esbanjam naturalidade e entrosamento em cena que acaba nos deixando íntimos da história de Val e Jéssica. ''Que Horas Ela Volta? '' consegue se comunicar com o espectador de forma sincera, crível, sem firulas e principalmente sem apelar para estereótipos. Os personagens são tão palpáveis, tão reais que não tem como não se identificar, principalmente se você conhece, tem ou já teve uma empregada doméstica cuidando de sua casa. O mérito principal do filme é semear reflexões sobre a sociedade brasileira contemporânea, modelada por impugnações, preconceitos e injustiças. É um filme tecnicamente belíssimo que faz jus à todos prêmios recebidos e elogios. Vale ser visto três vezes - a terceira vez é para contemplar a incrível beleza de seus detalhes e questionamentos.
O remake é um dos meus filmes trash favoritos. Mais violento do que a versão original de Irwin S. Yeaworth e incrementado por muito gore e por um eficiente tratamento visual. É com certeza um dos filmes B mais lembrado e importante para representar o gênero trash dos anos 80. Um show de efeitos especiais com toda aquela deliciosa áurea nostálgica oitentista e atuações canastronas fazem desta pérola um divertido e descompromissado passatempo para nenhum fã de sci-fi botar defeito.
Alguns filmes merecem ser detalhados do início ao fim, e este ótimo ''O Quarto de Jack'' é um destes. Dirigido por Lenny Abrahamson, o drama merece todo os créditos possíveis pelo destaque que obteve no cenário cinematográfico atual, pois dá vida a dois personagens com uma profundidade psicológica impressionante e uma trama que choca e prende o público com tamanha qualidade narrativa. A atuação visceral e arrebatadoramente convincente de Brie Larson e do garoto prodígio Jacob Tremblay é sem dúvidas um dos maiores aspectos positivos do filme. Uma obra magnífica, emocionante e intensa que dificilmente será superada.
Tenho como favorita e amo de paixão a belíssima canção de Chico Buarque que dá nome ao título do filme de Cacá Diegues. Por isso assisti ''Bye, Bye, Brasil'' com muito entusiasmo e me deparei com um ''road movie'' abrasileirado interessante, com uma leve pitada de pornochanchada e recheado de cenas funambulescas. Sua qualidade mais louvável é tentar traçar o panorama de um Brasil em processo de desenvolvimento apoiado em uma sutil crítica social em meio à Ditadura Militar. José Wilker e Betty Faria entregam atuações memoráveis, ofuscando o insosso Fábio Jr. e Zaira Zambelli. Verdadeira pérola nacional. Filme antropológico e imperdível para quem acredita no poder de nossa cinematografia. Pra finalizar, deixo aqui uma de minhas frases prediletas tiradas do filme: ''Eu mal sei ler e escrever, para mim papel só serve para embrulhar o pão e limpar a bunda" (Lorde Cigano, personagem de José Wilker)
Há um certo elemento transcendente que chama a atenção neste filme de Jean-Claude Brisseau. ''Céline'' revela um resultado bastante hermético - só com muita paciência e disposição conseguiremos embarcar na difícil proposta mística do diretor. Brisseau compartilha aqui sua visão sobre os seres, narrando com graciosidade e sob uma notável iluminação a história de duas mulheres se descobrindo através da fé, através do imaginário e da crise espiritual. As formidáveis atuações femininas de Isabelle Pasco e María Luisa García dão um charme sobrenatural especial e fazem valer pelo filme inteiro.
Faz muito tempo que eu assisti este filme no cinema e lembro muito bem da reação que ele me provocou logo no começo da sessão, na lindíssima primeira cena do aeroporto: TOTAL DESLUMBRAMENTO! Combinando um elenco estelar super competente com um texto otimista e bem-humorado sobre o amor, esta charmosa comédia romântica de Richard Curtis consegue arrancar suspiros apaixonantes até mesmo dos mais insensíveis. As histórias paralelas que dividem o longa metragem são extremamente cativantes e expressam o amor sob vários ângulos e inusitadas situações. Embalado por uma trilha sonora romântica de primeira, uma boa fotografia, ótimas atuações e um enredo terno, o filme traz um roteiro tão doce e reconfortante quanto um abraço apertado em alguém que amamos muito.
Tão tosco e ordinário quanto ao filme original mas ainda sim as peripécias da gelatina assassina consegue divertir. As atuações medíocres e o roteiro absurdo arrancam muitas risadas. Pena que assisti sem legendas mas deu pra aproveitar o filme no máximo!
O que esperar de um filme cujo vilão é uma bolha assassina gosmenta e rastejante? Para os fãs dos filmes trash dos anos 50 e 80, esta pérola dirigida por Irwin S. Yeaworth garante muita diversão. Para quem só conhecia o remake de 1988, o mega clássico ''A Bolha'' merece muito ser apreciado não só como precursor do gênero, mas também como veículo de entretenimento suficiente para nos fazer imaginar o estado de perplexidade do público naquela época ao presenciar a gosma alienígena assassina devorando seres humanos em uma tela de cinema. Fico sempre imaginando como deve ter sido deliciosamente empolgante para os espectadores grudados na poltrona. Os efeitos especiais são impressionantes e ousados para a época - aliás estamos falando da década de 50, onde a parte técnica dos filmes ainda estavam engatinhando e por isso não se podia exigir muito! - mas não salva o sci-fi de um roteiro sem vigor e nem o impacto de seu ótimo remake oitentista. As péssimas atuações dos atores adultos se passando por adolescentes de 17 anos são um gigantesco fiasco mas chega arrancar muitas risadas de tão ruim. É por isso que eu tenho um carinho especial por filmes de terror B, sempre acaba sendo divertido de alguma forma as atuações duvidosas, o roteiro tão capenga e todas tosqueiras resultantes de uma produção de orçamento limitadíssimo! A épica cena da bolha invadindo o cinema é pura diversão e sempre fará parte dos melhores momentos da película e a preferida dos fãs da ''gelatina do mal''. Destaque para o hipnótico crédito de abertura e a canção tema ''Beware of the Blob'' que consegue resumir muito bem a essência de toda bizarrice deste hilário e nostálgico passatempo.
Filme sensacional! Para mim foi uma grata surpresa a idéia central desta super criativa obra de John Carpenter. O que a princípio aparenta ser um filme simplório logo se torna um filme cabeça genial e cheio de boas críticas a cultura de consumo e uma poderosa sátira política. O cineasta usa e abusa de elementos do gênero trash de ficção científica para cutucar a ferida da sociedade, consumista e alienada, tão atual nos dias de hoje e de certa forma demonstrar o seu discurso inconformista perante propagandas desenfreadas em prol de uma ideologia alienadora. Carpenter merece ser aplaudido de pé por este filme, sem dúvida nenhuma, honrando aqui seu status não só de ''mestre do terror” mas também como gênio (incompreendido) do cinema. Divertidas cenas, como a longuíssima cena de luta entre Roddy Piper e Keith David (um dos melhores momentos do filme!) e frases antológicas fazem valer a pena perder certo tempo em cada detalhe e se deixar levar pelas reflexões incitadas.
Foram 2 horas de duração de filme que passaram tão rápido... Que obra esplêndida! Baseado na biografia de Lili Elbe, a primeira mulher no mundo a submeter-se a uma cirurgia de transgenitalização, o visualmente belo ''A Garota Dinamarquesa'' marca a difícil e corajosa atuação de Eddie Redmayne ao lado da poderosa Alicia Vikander em uma história extremamente humana e orquestrada com delicadeza pelas mãos hábeis de Tom Hooper. A atuação e a entrega ao personagem feita pelo Redmayne foi incrível! Inspiradíssimo, o carismático ator britânico nos presenteia com uma atuação introspectiva, quase distanciada, fundamental para justificar o conflito interno de seu personagem e valorizar ainda mais o drama de Einar ao tentar encontrar sua real identidade. Talvez o filme deixará o público mais antiquado desconfortável no processo de transformação de Einar para Lili mas indubitavelmente o espectador mais apaixonado se vê diante de uma obra arrebatadora. Hooper consegue nos dizer que ser TRANSGÊNERO é diferente de ser HOMOSSEXUAL graças ao desempenho magnífico do protagonista que oscila entre a ternura de uma mulher e expressões masculinas. O elenco de apoio é outro ponto forte de ''A Garota Dinamarquesa''. Além da espetacular e emocionante interpretação de Alicia Vikander e a presença marcante de Matthias Schoenaerts, o restante do elenco está muitíssimo bem. Méritos também para a elegante recriação da Dinamarca dos anos 20 combinado com os belíssimos figurinos e uma fotografia deslumbrante. Enfim, o drama de Tom Hooper é uma boa opção para quem gosta de cinebiografia, por mais ''oscarizada'' que essa aparenta ser.
Mais uma histórica obra-prima do cinema resultante da célebre parceria entre o diretor D.W Griffith e a belíssima atriz Lillian Gish, agora brilhando junto com sua irmã de beleza semelhante, Dorothy Gish. A direção megalomaníaca de Griffith consegue nos entregar um melodrama com bastante intensidade e traz a Revolução Francesa como pano de fundo para contar uma história apaixonante onde o amor fraternal entre as belíssimas personagens Louise e Henriette e a injustiça social e tirania aristocrata na época do Antigo Regime andam de mãos dadas em um trabalho de encenação soberba. Cansa um pouco em alguns momentos, afinal são quase duas horas e meia de filme. Entretanto, para os apreciadores da rica filmografia de Griffith este filme é uma dádiva e poderá ser melhor aproveitado. Vale muito a pena apreciar as irmãs Gish esbanjando talento e muita emoção em cena e encerrando aqui com chave de ouro os épicos melodramas do cineasta. Quem também merece destaque é a atriz Lucille La Verne, que interpreta a megera Senhora Frochard e garante bons momentos na película.
A animação alemã ganha pontos pela originalidade da história mas todo o resto é simplesmente intragável. Gráficos ruins, músicas sem graça e personagens nada cativantes que acho que não agradará nem as crianças que ainda não sabem amarrar o cadarço do sapato!
Se eu resumisse em porcentagem a reação das pessoas logo após a sessão de ''A Bruxa'' seria o seguinte resultado: 90% insatisfeito e 10% satisfeito. O terror de Robert Eggers teve tanta propaganda, principalmente envolvendo declarações do Templo Satânico, que atiçou profundamente a curiosidade de muita gente. E posso dizer, com total segurança, que o filme tem tantos méritos e pontos positivos que acabaram passando despercebidos pelos 90% insatisfeitos que, na maioria, esperavam um filme de terror clichê, de sustos baratos e cheio de firulas. Particularmente, eu adorei a estréia de Robert Eggers com esta tão esperada obra e fiquei embasbacado diante de tanta riqueza visual e sonora. O elenco é outra qualidade notável que não pode deixar de ser mencionada. As excelentes atuações de Anya Taylor-Joy, Ralph Ineson, Kate Dickie e o núcleo infantil conseguem dar vida à atmosfera sombria e o isolamento pungente e mortificador na história. Poucos tiveram o privilégio de imergir profundamente na proposta do diretor. Somos oprimidos a cada instante da película e presenciamos uma áurea esotérica em cada cena, em cada olhar e em cada passagem da trama. O jovem Harvey Scrimshaw foi protagonista de um dos melhores e mais tensos momentos do filme. Pra mim, a cena onde seu personagem Caleb é possuído valeu todo o filme! Que performance incrível do ator. Para quem também tiver a sorte de assistir a versão legendada com certeza irá se deslumbrar com o inglês arcaico usada nas falas e o sotaque tão lindamente expressivo dos atores, principalmente do ótimo Ralph Ineson. ''A Bruxa'' certamente irá dividir bastante opiniões mas para os que fazem parte dos 10% irão se deparar com um dos melhores filmes do ano.
''Boneco assassino'' é um tema que já está saturado no gênero terror faz um bom tempo. Aí então aparece esta bomba dirigida por Andrew Jones para nos certificar o quão difícil está pra engolir esse tema. Mesmo trazendo uma história fiel sobre o caso verídico do boneco assombrado de Key West, Florida, ''Robert, O Boneco'' simplesmente não apresenta nada atrativo. Uma trilha sonora irritante, atuações sofríveis e uma narrativa previsível fazem da película um verdadeiro desfile de erros. Filme decepcionante em todos os aspectos! E é uma pena pois tinha tanto potencial mas com tantos problemas de roteiro, de construção e direção, acabou tirando o brilho do que poderia ter sido um bom filme de terror.
Sempre é uma diversão rever algum filme do comediante paulista Amácio Mazzaropi. Suas comédias deliciosamente simplistas sempre carregam uma áurea nostálgica incrementada por uma boa caracterização do caipira e uma singela pincelada em temas sociais, como preconceito e desigualdades de classes. Aqui em ''O Vendedor de Linguiças'', realizado por Glauco Mirko Laurelli, há um grande salto da comédia rural para a comédia urbana. Com a cidade de São Paulo dos anos 60 como plano de fundo, o rocambolesco e eficiente melodrama consegue fazer rir com muito pouco. O humor inocente de Mazzaropi não hesita em ser matuto nas piadas mas sempre com uma reconfortante reflexão sobre o verdadeiro ideal de felicidade.
Das produções vindas do polo cinematográfico da Boca do Lixo paulistana não se pode esperar recursos técnicos primorosos ou um roteiro de qualidade e rico em conteúdo. Não que todos os filmes desta safra sejam ruins, mas pouquíssimos se salvam. ''Erótica, a Fêmea Sensual'' exemplifica os filmes feitos nas coxas desta vasta lista, possuindo um enredo não muito bem trabalhado e uma grotesca tipificação da personagem de Matilge Mastrangi, com direito à uma maquiagem ridícula (e quem ainda acha que aquela cicatriz mal-ajambrada convence?) e um desfecho totalmente broxante.
Possuindo características muito semelhantes ao clássico do sexploitation ''A Vingança de Jennifer'' (1978) e ao seu perturbador remake ''Doce Vingança'' (2010), esta pérola de Joseph Guzman não é nenhuma megaprodução mas faz jus ao gênero trash, com seu roteiro medíocre, atuações canhestras e uma boa e divertida mistura de drama, violência e sexo. É entretenimento garantido para todos admiradores do gênero.
''Fome Animal'' consegue resumir o que o cinema splatstick tem de melhor: uma boa dosagem de humor negro, litros e mais litros de sangue e diversão sem limites. Esta pérola trash de, quem diria, Peter Jackson é INDISPENSÁVEL para os espectadores ávidos por entretenimento gore e principalmente aos fãs daquelas relíquias do cinema B que eram exibidas no nostálgico ''Cine Trash''. Filme altamente hilário onde cenas bizarras de carnificina e muitas tosqueiras proporcionam um ótimo passatempo. Impossível segurar o riso na cena onde aparece o terrível macaco-rato da Sumatra, feito em um vagabundo stop-motion, ou então nas cenas onde aparece o bebê zumbi, o padre que luta kung fu em nome do Senhor, etc, etc, etc. São tantas cenas icônicas que fazem desta obra-prima um importantíssimo exemplar do divertido e delicioso cinema trash. Servindo de inspiração para um infinidade de filmes do gênero, ''Fome Animal'' é de longe um dos melhores filmes de comédia-terror-gore-trash que já assisti. Genial, grotesco e estupidamente divertido.
O primeiro filme proporcionou uma boa dosagem de diversão com suas piadas fáceis e o timing cômico do talentoso Martin Lawrence. No entanto, as semelhanças entre o primeiro são completamentes nulas aqui nesta sequência, conseguindo ser bastante inferior tanto nos aspectos narrativos quanto no carisma de seus personagens. Ainda mais sofrível do que o segundo filme, ''Vovó... Zona 3'' abandona todo vigor cômico do original e investe num amontoado de idéias já batidas e piadas irritantes. Em 2000, quando o primeiro filme da franquia estreou nos cinemas brasileiros, aquela fórmula pronta de usar Martin Lawrence travestido de uma senhora gorducha agradou em cheio o público. Mas a ''saga Vovózona'' começou a ir ladeira abaixo cinco anos depois com a péssima sequência ''Vovó... Zona 2''. Eis que surge em 2011 mais uma produção caça-níquel para faturar em cima do carisma esgotado de Martin Lawrence. O roteiro tenta arrancar algumas risadas com um verdadeiro espetáculo de bobagens, desinteressantes personagens estereotipados e um pezinho no gênero romance musical estilo High School Musical (com destaque para a bonita voz da atriz Jessica Lucas). A narrativa deixa a lógica de lado e apresenta situações inverossímeis intragáveis que, mesmo para um filme de comédia pastelão, precisa ser bem trabalhada e saber a hora de parar. Brandon T. Jackson mostra um razoável trabalho de atuação e só desperta interesse quando está disfarçado de Charmaine ou cantando ''Lyrical Miracle''. O resto do elenco, desconhecido e de atuações caricatas, não apresenta nada além do que manda o script. Agora o que nos resta é torcer para que a franquia REALMENTE tenha chegado ao seu fim pois não dá mais pra engolir as peripécias da vovózona!
Ok! O primeiro filme até que foi um passatempo legal e tolerável. Mas o que falar desta continuação? A primeira palavra que vem à minha cabeça na hora de definir esse filme é: DESNECESSÁRIO! ''Vovó...Zona 2'' é mais um filme que entra para a lista das continuações que não deram certo. Um misto de piadas gastas com uma trama furreca que bebe da mesma fonte de ''Uma Babá Quase Perfeita'' tornam a comédia totalmente dispensável (e nem um pouco original)! A única piada que realmente me rendeu boas risadas foi a do garoto se jogando de cara no chão. O restante é apenas lamentável. ''Vovó...Zona 2'' acaba não empolgando muito pelo simples fato de perder todo aquele frescor do filme original. Se tivesse explorado novamente a personagem Hattie Mae Pierce, a verdadeira Big Momma, talvez a comédia se sairia um pouco melhor.
Não há dúvidas de que Martin Lawrence é um comediante talentoso. O ator tem uma habilidade especial para interpretar personagens de forma cômica e sempre imprimindo aqueles seus trejeitos impagáveis, desde o Miles Logan disfarçado de detetive e entregador de pizzas no divertido ''Um Tira Muito Suspeito'' ao seu papel que encarna sob pesada maquiagem neste descontraído ''Vovó...Zona''. Dirigida por Raja Gosnell, não será uma comédia de rolar de rir para muitos, mas certamente divertirá outros tantos. O carisma de Martin Lawrence garante o interesse ao filme e ao desfecho das confusões da ''vovózona'', contando com sequências hilárias e boas piadas. O excesso de clichês e o absurdo das situações inverossímeis não atrapalham o andamento da narrativa que em nenhum momento deve ser levada a sério. No elenco de apoio, Paul Giamatti e Nia Long dão conta do recado. Já não posso dizer o mesmo de Terrence Howard que interpreta o vilão de forma insossa e sem um ar ameaçador em cena. É claro que há mais defeitos do que pontos altos nesta comédia mas a diversão é garantida aos menos exigentes e aos que topam deixar de lado o senso crítico.
Por trás de todas cenas brutais, apelativas, perturbadoras e desnecessárias, principalmente envolvendo uma REAL matança de animais, há uma interessante crítica social que pode muito bem ser resumida na frase dita pelo professor Harold Monroe (interpretado por Robert Kerman) no final do filme: ''Me pergunto, quem são os verdadeiros canibais''. Devido à sua lenda ''snuff movie'' e as cenas realistas de violência explícita, o filme alcançou um altíssimo nível de controvérsia e polêmica na época fazendo até com que o diretor Ruggero Deodato fosse acusado de assassinato e perdendo a sua licença como diretor devido as mortes reais dos animais. Tirando esse ato inescrupuloso e desnecessário do diretor, ''Holocausto Canibal'' pode até ser considerado um filme assistível. Exige um pouco de estômago forte do espectador, é claro, e para um filme que foi banido em vários países já dá pra ter uma noção do espetáculo grotesco que ele proporciona. Destaque para a boa crítica ao sensacionalismo, ao excelente trabalho de maquiagem de Massimo Giustini e pela importância cinematográfica no surgimento do gênero found footage.
A premissa de ''Um Suburbano Sortudo'' é simples: homem pobre descobre que herdou uma fortuna do pai até então desconhecido e descobre que existem coisas mais valiosas que o dinheiro... Essa fórmula pronta mais do que batida que rege a nova comédia de Roberto Santucci serve para certificar o quanto o talentoso comediante Rodrigo Sant’anna é limitado quando o assunto é cinema. Apesar de possuir um bom timing cômico, o ator não entrega nada diferente daqueles personagens caricatos do humorístico ''Zorra Total''. Se não bastasse as piadas escatológicas envolvendo gases e afins, a comédia exagera no humor apelativo, nas piadas desagradáveis e nos estereótipos constrangedores. A atriz Carol Castro segue à risca a cartilha da personagem boazinha, entregando uma atuação eficiente mas nada tão significativa, assim como o resto do elenco. Em suma, uma comédia de situações exageradas, sexista, de fácil absorção para o gosto popular e muito longe de ser uma comédia para rolar de rir. Duas ou três risadas talvez!
Romance
3.8 8O expressivo sotaque sueco da musa Greta Garbo confere ao pequeno romance de Clarence Brown um certo glamour e uma atmosfera sofisticada por conta dos cenários luxuosos. Mas deixa muito a desejar em termos narrativos e atuações, principalmente do apático e inexperiente Gavin Gordon.
Ao contrário de Gordon, quem entrega carisma e boa performance em cena ao lado de Greta é Lewis Stone com seu personagem Cornelius Van Tuyl.
Mas ''Romance'' vale ser apreciado pelo surgimento de uma das maiores estrelas de Hollywood em seu segundo filme sonoro.
Que Horas Ela Volta?
4.3 3,0K Assista AgoraO cinema brasileiro está ganhando novas formas, mais visibilidade e acima de tudo, ganhando notoriedade por seus temas sociais e obras arrebatadoras. Nosso cinema não vive só de favelas, prostituição, tiroteios ou comédias idiotas e, com muito orgulho de ser brasileiro, fiquei imensamente feliz ao prestigiar esta premiadíssima surpresa de Anna Muylaert.
A diretora sintetiza a relação patrão-empregado de forma sutil e representativa graças ao excelente trabalho de atuação de Regina Casé e Camila Márdila, ambas esbanjam naturalidade e entrosamento em cena que acaba nos deixando íntimos da história de Val e Jéssica.
''Que Horas Ela Volta? '' consegue se comunicar com o espectador de forma sincera, crível, sem firulas e principalmente sem apelar para estereótipos.
Os personagens são tão palpáveis, tão reais que não tem como não se identificar, principalmente se você conhece, tem ou já teve uma empregada doméstica cuidando de sua casa.
O mérito principal do filme é semear reflexões sobre a sociedade brasileira contemporânea, modelada por impugnações, preconceitos e injustiças.
É um filme tecnicamente belíssimo que faz jus à todos prêmios recebidos e elogios. Vale ser visto três vezes - a terceira vez é para contemplar a incrível beleza de seus detalhes e questionamentos.
A Bolha Assassina
3.1 661 Assista AgoraO remake é um dos meus filmes trash favoritos.
Mais violento do que a versão original de Irwin S. Yeaworth e incrementado por muito gore e por um eficiente tratamento visual. É com certeza um dos filmes B mais lembrado e importante para representar o gênero trash dos anos 80.
Um show de efeitos especiais com toda aquela deliciosa áurea nostálgica oitentista e atuações canastronas fazem desta pérola um divertido e descompromissado passatempo para nenhum fã de sci-fi botar defeito.
O Quarto de Jack
4.4 3,3K Assista AgoraAlguns filmes merecem ser detalhados do início ao fim, e este ótimo ''O Quarto de Jack'' é um destes.
Dirigido por Lenny Abrahamson, o drama merece todo os créditos possíveis pelo destaque que obteve no cenário cinematográfico atual, pois dá vida a dois personagens com uma profundidade psicológica impressionante e uma trama que choca e prende o público com tamanha qualidade narrativa.
A atuação visceral e arrebatadoramente convincente de Brie Larson e do garoto prodígio Jacob Tremblay é sem dúvidas um dos maiores aspectos positivos do filme.
Uma obra magnífica, emocionante e intensa que dificilmente será superada.
Bye Bye Brasil
3.9 145 Assista AgoraTenho como favorita e amo de paixão a belíssima canção de Chico Buarque que dá nome ao título do filme de Cacá Diegues.
Por isso assisti ''Bye, Bye, Brasil'' com muito entusiasmo e me deparei com um ''road movie'' abrasileirado interessante, com uma leve pitada de pornochanchada e recheado de cenas funambulescas.
Sua qualidade mais louvável é tentar traçar o panorama de um Brasil em processo de desenvolvimento apoiado em uma sutil crítica social em meio à Ditadura Militar.
José Wilker e Betty Faria entregam atuações memoráveis, ofuscando o insosso Fábio Jr. e Zaira Zambelli.
Verdadeira pérola nacional. Filme antropológico e imperdível para quem acredita no poder de nossa cinematografia.
Pra finalizar, deixo aqui uma de minhas frases prediletas tiradas do filme: ''Eu mal sei ler e escrever, para mim papel só serve para embrulhar o pão e limpar a bunda" (Lorde Cigano, personagem de José Wilker)
Céline
4.1 11Há um certo elemento transcendente que chama a atenção neste filme de Jean-Claude Brisseau.
''Céline'' revela um resultado bastante hermético - só com muita paciência e disposição conseguiremos embarcar na difícil proposta mística do diretor.
Brisseau compartilha aqui sua visão sobre os seres, narrando com graciosidade e sob uma notável iluminação a história de duas mulheres se descobrindo através da fé, através do imaginário e da crise espiritual.
As formidáveis atuações femininas de Isabelle Pasco e María Luisa García dão um charme sobrenatural especial e fazem valer pelo filme inteiro.
Simplesmente Amor
3.5 889 Assista AgoraFaz muito tempo que eu assisti este filme no cinema e lembro muito bem da reação que ele me provocou logo no começo da sessão, na lindíssima primeira cena do aeroporto: TOTAL DESLUMBRAMENTO!
Combinando um elenco estelar super competente com um texto otimista e bem-humorado sobre o amor, esta charmosa comédia romântica de Richard Curtis consegue arrancar suspiros apaixonantes até mesmo dos mais insensíveis.
As histórias paralelas que dividem o longa metragem são extremamente cativantes e expressam o amor sob vários ângulos e inusitadas situações.
Embalado por uma trilha sonora romântica de primeira, uma boa fotografia, ótimas atuações e um enredo terno, o filme traz um roteiro tão doce e reconfortante quanto um abraço apertado em alguém que amamos muito.
Beware! The Blob
2.8 8 Assista AgoraTão tosco e ordinário quanto ao filme original mas ainda sim as peripécias da gelatina assassina consegue divertir. As atuações medíocres e o roteiro absurdo arrancam muitas risadas. Pena que assisti sem legendas mas deu pra aproveitar o filme no máximo!
A Bolha
3.2 103 Assista AgoraO que esperar de um filme cujo vilão é uma bolha assassina gosmenta e rastejante? Para os fãs dos filmes trash dos anos 50 e 80, esta pérola dirigida por Irwin S. Yeaworth
garante muita diversão. Para quem só conhecia o remake de 1988, o mega clássico ''A Bolha'' merece muito ser apreciado não só como precursor do gênero, mas também como veículo de entretenimento suficiente para nos fazer imaginar o estado de perplexidade do público naquela época ao presenciar a gosma alienígena assassina devorando seres humanos em uma tela de cinema. Fico sempre imaginando como deve ter sido deliciosamente empolgante para os espectadores grudados na poltrona.
Os efeitos especiais são impressionantes e ousados para a época - aliás estamos falando da década de 50, onde a parte técnica dos filmes ainda estavam engatinhando e por isso não se podia exigir muito! - mas não salva o sci-fi de um roteiro sem vigor e nem o impacto de seu ótimo remake oitentista.
As péssimas atuações dos atores adultos se passando por adolescentes de 17 anos são um gigantesco fiasco mas chega arrancar muitas risadas de tão ruim.
É por isso que eu tenho um carinho especial por filmes de terror B, sempre acaba sendo divertido de alguma forma as atuações duvidosas, o roteiro tão capenga e todas tosqueiras resultantes de uma produção de orçamento limitadíssimo!
A épica cena da bolha invadindo o cinema é pura diversão e sempre fará parte dos melhores momentos da película e a preferida dos fãs da ''gelatina do mal''.
Destaque para o hipnótico crédito de abertura e a canção tema ''Beware of the Blob'' que consegue resumir muito bem a essência de toda bizarrice deste hilário e nostálgico passatempo.
Eles Vivem
3.7 734 Assista AgoraFilme sensacional! Para mim foi uma grata surpresa a idéia central desta super criativa obra de John Carpenter.
O que a princípio aparenta ser um filme simplório logo se torna um filme cabeça genial e cheio de boas críticas a cultura de consumo e uma poderosa sátira política.
O cineasta usa e abusa de elementos do gênero trash de ficção científica para cutucar a ferida da sociedade, consumista e alienada, tão atual nos dias de hoje e de certa forma demonstrar o seu discurso inconformista perante propagandas desenfreadas em prol de uma ideologia alienadora.
Carpenter merece ser aplaudido de pé por este filme, sem dúvida nenhuma, honrando aqui seu status não só de ''mestre do terror” mas também como gênio (incompreendido) do cinema.
Divertidas cenas, como a longuíssima cena de luta entre Roddy Piper e Keith David (um dos melhores momentos do filme!) e frases antológicas fazem valer a pena perder certo tempo em cada detalhe e se deixar levar pelas reflexões incitadas.
A Garota Dinamarquesa
4.0 2,2K Assista AgoraForam 2 horas de duração de filme que passaram tão rápido... Que obra esplêndida!
Baseado na biografia de Lili Elbe, a primeira mulher no mundo a submeter-se a uma cirurgia de transgenitalização, o visualmente belo ''A Garota Dinamarquesa'' marca a difícil e corajosa atuação de Eddie Redmayne ao lado da poderosa Alicia Vikander em uma história extremamente humana e orquestrada com delicadeza pelas mãos hábeis de Tom Hooper.
A atuação e a entrega ao personagem feita pelo Redmayne foi incrível!
Inspiradíssimo, o carismático ator britânico nos presenteia com uma atuação introspectiva, quase distanciada, fundamental para justificar o conflito interno de seu personagem e valorizar ainda mais o drama de Einar ao tentar encontrar sua real identidade.
Talvez o filme deixará o público mais antiquado desconfortável no processo de transformação de Einar para Lili mas indubitavelmente o espectador mais apaixonado se vê diante de uma obra arrebatadora.
Hooper consegue nos dizer que ser TRANSGÊNERO é diferente de ser HOMOSSEXUAL graças ao desempenho magnífico do protagonista que oscila entre a ternura de uma mulher e expressões masculinas.
O elenco de apoio é outro ponto forte de ''A Garota Dinamarquesa''. Além da espetacular e emocionante interpretação de
Alicia Vikander e a presença marcante de Matthias Schoenaerts, o restante do elenco está muitíssimo bem.
Méritos também para a elegante recriação da Dinamarca dos anos 20 combinado com os belíssimos figurinos e uma fotografia deslumbrante.
Enfim, o drama de Tom Hooper é uma boa opção para quem gosta de cinebiografia, por mais ''oscarizada'' que essa aparenta ser.
Órfãs da Tempestade
3.8 33Mais uma histórica obra-prima do cinema resultante da célebre parceria entre o diretor D.W Griffith e a belíssima atriz Lillian Gish, agora brilhando junto com sua irmã de beleza semelhante, Dorothy Gish.
A direção megalomaníaca de Griffith consegue nos entregar um melodrama com bastante intensidade e traz a Revolução Francesa como pano de fundo para contar uma história apaixonante onde o amor fraternal entre as belíssimas personagens Louise e Henriette e a injustiça social e tirania aristocrata na época do Antigo Regime andam de mãos dadas em um trabalho de encenação soberba.
Cansa um pouco em alguns momentos, afinal são quase duas horas e meia de filme. Entretanto, para os apreciadores da rica filmografia de Griffith este filme é uma dádiva e poderá ser melhor aproveitado.
Vale muito a pena apreciar as irmãs Gish esbanjando talento e muita emoção em cena e encerrando aqui com chave de ouro os épicos melodramas do cineasta.
Quem também merece destaque é a atriz Lucille La Verne, que interpreta a megera Senhora Frochard e garante bons momentos na película.
As Aventuras dos Sete Anões
2.2 19A animação alemã ganha pontos pela originalidade da história mas todo o resto é simplesmente intragável. Gráficos ruins, músicas sem graça e personagens nada cativantes que acho que não agradará nem as crianças que ainda não sabem amarrar o cadarço do sapato!
A Bruxa
3.6 3,4K Assista AgoraSe eu resumisse em porcentagem a reação das pessoas logo após a sessão de ''A Bruxa'' seria o seguinte resultado: 90% insatisfeito e 10% satisfeito. O terror de Robert Eggers teve tanta propaganda, principalmente envolvendo declarações do Templo Satânico, que atiçou profundamente a curiosidade de muita gente. E posso dizer, com total segurança, que o filme tem tantos méritos e pontos positivos que acabaram passando despercebidos pelos 90% insatisfeitos que, na maioria, esperavam um filme de terror clichê, de sustos baratos e cheio de firulas.
Particularmente, eu adorei a estréia de Robert Eggers com esta tão esperada obra e fiquei embasbacado diante de tanta riqueza visual e sonora.
O elenco é outra qualidade notável que não pode deixar de ser mencionada. As excelentes atuações de Anya Taylor-Joy, Ralph Ineson, Kate Dickie e o núcleo infantil conseguem dar vida à atmosfera sombria e o isolamento pungente e mortificador na história.
Poucos tiveram o privilégio de imergir profundamente na proposta do diretor. Somos oprimidos a cada instante da película e presenciamos uma áurea esotérica em cada cena, em cada olhar e em cada passagem da trama.
O jovem Harvey Scrimshaw foi protagonista de um dos melhores e mais tensos momentos do filme. Pra mim, a cena onde seu personagem Caleb é possuído valeu todo o filme! Que performance incrível do ator.
Para quem também tiver a sorte de assistir a versão legendada com certeza irá se deslumbrar com o inglês arcaico usada nas falas e o sotaque tão lindamente expressivo dos atores, principalmente do ótimo Ralph Ineson.
''A Bruxa'' certamente irá dividir bastante opiniões mas para os que fazem parte dos 10% irão se deparar com um dos melhores filmes do ano.
Robert, o Boneco
1.3 37 Assista Agora''Boneco assassino'' é um tema que já está saturado no gênero terror faz um bom tempo. Aí então aparece esta bomba dirigida por Andrew Jones para nos certificar o quão difícil está pra engolir esse tema.
Mesmo trazendo uma história fiel sobre o caso verídico do boneco assombrado de Key West, Florida, ''Robert, O Boneco'' simplesmente não apresenta nada atrativo.
Uma trilha sonora irritante, atuações sofríveis e uma narrativa previsível fazem da película um verdadeiro desfile de erros.
Filme decepcionante em todos os aspectos! E é uma pena pois tinha tanto potencial mas com tantos problemas de roteiro, de construção e direção, acabou tirando o brilho do que poderia ter sido um bom filme de terror.
O Vendedor de Linguiça
3.6 57Sempre é uma diversão rever algum filme do comediante paulista Amácio Mazzaropi. Suas comédias deliciosamente simplistas sempre carregam uma áurea nostálgica incrementada por uma boa caracterização do caipira e uma singela pincelada em temas sociais, como preconceito e desigualdades de classes.
Aqui em ''O Vendedor de Linguiças'', realizado por Glauco Mirko Laurelli, há um grande salto da comédia rural para a comédia urbana.
Com a cidade de São Paulo dos anos 60 como plano de fundo, o rocambolesco e eficiente melodrama consegue fazer rir com muito pouco.
O humor inocente de Mazzaropi não hesita em ser matuto nas piadas mas sempre com uma reconfortante reflexão sobre o verdadeiro ideal de felicidade.
Erótica, a Fêmea Sensual
2.6 12Das produções vindas do polo cinematográfico da Boca do Lixo paulistana não se pode esperar recursos técnicos primorosos ou um roteiro de qualidade e rico em conteúdo. Não que todos os filmes desta safra sejam ruins, mas pouquíssimos se salvam.
''Erótica, a Fêmea Sensual'' exemplifica os filmes feitos nas coxas desta vasta lista,
possuindo um enredo não muito bem trabalhado e uma grotesca tipificação da personagem de Matilge Mastrangi, com direito à uma maquiagem ridícula (e quem ainda acha que aquela cicatriz mal-ajambrada convence?) e um desfecho totalmente broxante.
Run! Bitch Run!
2.6 75Possuindo características muito semelhantes ao clássico do sexploitation ''A Vingança de Jennifer'' (1978) e ao seu perturbador remake ''Doce Vingança'' (2010), esta pérola de Joseph Guzman não é nenhuma megaprodução mas faz jus ao gênero trash, com seu roteiro medíocre, atuações canhestras e uma boa e divertida mistura de drama, violência e sexo.
É entretenimento garantido para todos admiradores do gênero.
Fome Animal
3.9 878''Fome Animal'' consegue resumir o que o cinema splatstick tem de melhor: uma boa dosagem de humor negro, litros e mais litros de sangue e diversão sem limites.
Esta pérola trash de, quem diria, Peter Jackson é INDISPENSÁVEL para os espectadores ávidos por entretenimento gore e principalmente aos fãs daquelas relíquias do cinema B que eram exibidas no nostálgico ''Cine Trash''.
Filme altamente hilário onde cenas bizarras de carnificina e muitas tosqueiras proporcionam um ótimo passatempo.
Impossível segurar o riso na cena onde aparece o terrível macaco-rato da Sumatra, feito em um vagabundo stop-motion, ou então nas cenas onde aparece o bebê zumbi, o padre que luta kung fu em nome do Senhor, etc, etc, etc. São tantas cenas icônicas que fazem desta obra-prima um importantíssimo exemplar do divertido e delicioso cinema trash.
Servindo de inspiração para um infinidade de filmes do gênero, ''Fome Animal'' é de longe um dos melhores filmes de comédia-terror-gore-trash que já assisti. Genial, grotesco e estupidamente divertido.
Vovó... Zona 3: Tal Pai, Tal Filho
2.7 396 Assista AgoraO primeiro filme proporcionou uma boa dosagem de diversão com suas piadas fáceis e o timing cômico do talentoso Martin Lawrence. No entanto, as semelhanças entre o primeiro são completamentes nulas aqui nesta sequência, conseguindo ser bastante inferior tanto nos aspectos narrativos quanto no carisma de seus personagens.
Ainda mais sofrível do que o segundo filme, ''Vovó... Zona 3'' abandona todo vigor cômico do original e investe num amontoado de idéias já batidas e piadas irritantes.
Em 2000, quando o primeiro filme da franquia estreou nos cinemas brasileiros, aquela fórmula pronta de usar Martin Lawrence travestido de uma senhora gorducha agradou em cheio o público.
Mas a ''saga Vovózona'' começou a ir ladeira abaixo cinco anos depois com a péssima sequência ''Vovó... Zona 2''.
Eis que surge em 2011 mais uma produção caça-níquel para faturar em cima do carisma esgotado de Martin Lawrence.
O roteiro tenta arrancar algumas risadas com um verdadeiro espetáculo de bobagens, desinteressantes personagens estereotipados e um pezinho no gênero romance musical estilo High School Musical (com destaque para a bonita voz da atriz Jessica Lucas).
A narrativa deixa a lógica de lado e apresenta situações inverossímeis intragáveis que, mesmo para um filme de comédia pastelão, precisa ser bem trabalhada e saber a hora de parar.
Brandon T. Jackson mostra um razoável trabalho de atuação e só desperta interesse quando está disfarçado de Charmaine ou cantando ''Lyrical Miracle''.
O resto do elenco, desconhecido e de atuações caricatas, não apresenta nada além do que manda o script.
Agora o que nos resta é torcer para que a franquia REALMENTE tenha chegado ao seu fim pois não dá mais pra engolir as peripécias da vovózona!
Vovó... Zona 2
2.6 256 Assista AgoraOk! O primeiro filme até que foi um passatempo legal e tolerável. Mas o que falar desta continuação?
A primeira palavra que vem à minha cabeça na hora de definir esse filme é: DESNECESSÁRIO!
''Vovó...Zona 2'' é mais um filme que entra para a lista das continuações que não deram certo.
Um misto de piadas gastas com uma trama furreca que bebe da mesma fonte de ''Uma Babá Quase Perfeita''
tornam a comédia totalmente dispensável (e nem um pouco original)!
A única piada que realmente me rendeu boas risadas foi a do garoto se jogando de cara no chão. O restante é apenas lamentável.
''Vovó...Zona 2'' acaba não empolgando muito pelo simples fato de perder todo aquele frescor do filme original.
Se tivesse explorado novamente a personagem Hattie Mae Pierce, a verdadeira Big Momma, talvez a comédia se sairia um pouco melhor.
Vovó... Zona
2.6 442 Assista AgoraNão há dúvidas de que Martin Lawrence é um comediante talentoso. O ator tem uma habilidade especial para
interpretar personagens de forma cômica e sempre imprimindo aqueles seus trejeitos impagáveis, desde o Miles Logan disfarçado de detetive e entregador de pizzas no divertido ''Um Tira Muito Suspeito'' ao seu papel que encarna sob pesada maquiagem neste descontraído ''Vovó...Zona''.
Dirigida por Raja Gosnell, não será uma comédia de rolar de rir para muitos, mas certamente divertirá outros tantos.
O carisma de Martin Lawrence garante o interesse ao filme e ao desfecho das confusões da ''vovózona'', contando com sequências hilárias e boas piadas.
O excesso de clichês e o absurdo das situações inverossímeis não atrapalham o andamento da narrativa que em nenhum momento deve ser levada a sério.
No elenco de apoio, Paul Giamatti e Nia Long dão conta do recado. Já não posso dizer o mesmo de Terrence Howard que interpreta o vilão de forma insossa e sem um ar ameaçador em cena.
É claro que há mais defeitos do que pontos altos nesta comédia mas a diversão é garantida aos menos exigentes e aos que topam deixar de lado o senso crítico.
Holocausto Canibal
3.1 835Por trás de todas cenas brutais, apelativas, perturbadoras e desnecessárias, principalmente envolvendo uma REAL matança de animais, há uma interessante crítica social que pode muito bem ser resumida na frase dita pelo professor Harold Monroe (interpretado por Robert Kerman) no final do filme: ''Me pergunto, quem são os verdadeiros canibais''.
Devido à sua lenda ''snuff movie'' e as cenas realistas de violência explícita, o filme alcançou um altíssimo nível de controvérsia e polêmica na época fazendo até com que o diretor Ruggero Deodato fosse acusado de assassinato e perdendo a sua licença como diretor devido as mortes reais dos animais.
Tirando esse ato inescrupuloso e desnecessário do diretor, ''Holocausto Canibal'' pode até ser considerado um filme assistível. Exige um pouco de estômago forte do espectador, é claro, e para um filme que foi banido em vários países já dá pra ter uma noção do espetáculo grotesco que ele proporciona.
Destaque para a boa crítica ao sensacionalismo, ao excelente trabalho de maquiagem de Massimo Giustini e pela importância cinematográfica no surgimento do gênero found footage.
Um Suburbano Sortudo
2.4 169A premissa de ''Um Suburbano Sortudo'' é simples: homem pobre descobre que herdou uma fortuna do pai até então desconhecido e descobre que existem coisas mais valiosas que o dinheiro...
Essa fórmula pronta mais do que batida que rege a nova comédia de Roberto Santucci serve para certificar o quanto o talentoso comediante Rodrigo Sant’anna é limitado quando o assunto é cinema.
Apesar de possuir um bom timing cômico, o ator não entrega nada diferente daqueles personagens caricatos do humorístico ''Zorra Total''.
Se não bastasse as piadas escatológicas envolvendo gases e afins, a comédia exagera no humor apelativo, nas piadas desagradáveis e nos estereótipos constrangedores.
A atriz Carol Castro segue à risca a cartilha da personagem boazinha, entregando uma atuação eficiente mas nada tão significativa, assim como o resto do elenco.
Em suma, uma comédia de situações exageradas, sexista, de fácil absorção para o gosto popular e muito longe de ser uma comédia para rolar de rir. Duas ou três risadas talvez!