Fantasia incrível, sensível, densa, e deu uma vontade gigante de ler os livros. Jamais imaginei ver tantos temas dessa forma numa obra infanto-juvenil, e sem medo de abordar assuntos tão polêmicos. Sem contar a direção de arte, que é sutil, mas gigante: é natural e não chama atenção para si, mas fizeram um trabalho enorme de criação de mundo, ferramentas e mecânicas.
Destaque para os personagens LGBT. Apesar de muito sutil, é de um simbolismo e mensagem incríveis.
É uma história muito complicada de ser feita, por abordar tantos temas e camadas. Então dada as limitações, é encantador que fizeram e com o máximo de cuidado que conseguiram. É ótimo poder ter contato com esse tipo de fantasia, e essas lições e aprendizados. O poder das boas histórias é de fato o sraf desse e de todos os mundo.
Essa série alugou um leve clubinho na minha cabeça. Trata de questões profundas sobre aceitação, vida adulta, perfeccionismo, relação com os pais e amigos.
Fiquei tão tocado com essa série e com tudo o que ela representa. Ela consegue abordar vários clichês (da astrologia, das comédias românticas) e ainda trazer uma camada mais sensível e crítica, sendo leve. Amei o romance, e amei o final também.
Em geral não coloco novelas aqui (por não acompanhar, não finalizar etc.), mas essa é uma que consegui seguir. Gosto da história central e das discussões levantadas, mas infelizmente com alguns desfechos ruins e pouco desenvolvimento do meio pro final.
No geral, a discussão "rico x pobre" e "querer ser rico" tem pontos fortes e um final que eu gostei (afinal, qual o lugar ao sol que devemos mesmo levar em conta?), mas com problemáticas. O lugar do rico é pouco questionado e a obra cai no realismo capitalista, mas ainda assim com boas pitadas de psicologia para refletir, pouco visto em obras tradicionais.
Calhou de ler o livro poucos dias antes de estrear no HBO Max, e estou chocado com a semelhança dos dois. Deixaram praticamente tudo.
O John Green tem uma escrita muito sensível e isso está nos detalhes. Confesso que ao ler eu não tinha entendido algumas dimensões que ao ver na tela fica mais "fácil" (de entender, mas mais difícil de acompanhar, pela densidade). O temperamento do Chip, a instabilidade da Alaska, a melancolia do Miles, a praticidade do Takumi, os trotes, tudo tem um motivo muito bem trabalhado para existir.
Experiência incrível, chorei toda vida, e boas reflexões pra guardar. De fato, não estamos aqui a passeio, toda energia produzida vem de algum lugar e vai pra algum lugar. O meio é o que muda tudo.
"Existe uma parte dela maior que a soma das partes conhecidas. E essa parte precisa ir a algum lugar, porque a energia uma vez criada nunca é destruída."
Interessante ver que o He-Man só tem esses músculos fora do comum por questões puramente comerciais e de produto, porque era uma forma mais fácil do boneco ficar em pé sem cair, e também de se diferenciar no mercado (os outros bonecos não eram tão parrudos assim).
Não mostra no documentário (por ele ser de 2018), mas é curioso ver tudo isso sendo atualizado nos dias de hoje, com as histórias de She-Ra e o novo He-Man da Netflix, e ver que toda essa overdose de cores dos anos 80 pode passar diferentes mensagens, incluindo as mais afetuosas e diversas.
Ver esse filme foi uma experiência de ser transportado para um mundo mais simples. Um 1994 poético e de certa forma bastante funcional. É como se o trabalho, o estudo e a rotina não fossem um fardo, mas peças de um todo que se encaixa.
No livro "Por que amamos?", do Renato Nogueira, ele ressalta a importância de conhecermos nossa natureza antes de entrarmos em relações. Ele também escreve sobre o amor como estratégia de sobrevivência: um está ali para ajudar o outro a ser uma versão melhor de si, e vice-versa. Acho que o filme ilustra bem essas questões na relação entre Shizuku e Seiji.
A animação também começa com as cores escuras de uma noite de verão (achei inusitado, uma vez que os filmes do Ghibli são sempre tão claros) e termina no despertar de uma manhã, e isso é tão bonito.
Quando foi que viramos uma máquina de escassez e de não fazer sentido? Quando voltaremos a aproveitar os dias por eles mesmos? O sol ainda nasce lá fora, todas as manhãs. E quem nos desperta para vê-lo, a rotina por si só ou um grande amor?
De início, achei a moral do filme estranha, principalmente se você, assim como eu, passou boa parte esperando um "500 dias com ela" ou um "Brilho eterno de uma mente sem lembranças". As temáticas se aproximam bastante, mas acho que o filme ainda conta com outro aspecto. Não é apenas sobre a relação romântica que não deu certo e sua possível superação, mas principalmente sobre a forma que o personagem lida com seus dilemas.
O filme passou a fazer sentido quanto vi outros comentários de não ser sobre um protagonista herói, mas um anti-herói.
É um filme sobre invisibilidade social e o quanto o protagonista é um c*zão. Ele está tão focado nos próprios dramas que passa a não enxergar mais nada além de si.
A própria moral do protagonista é questionável quando você vê que o único amigo que ele tem é um machista escrotão, quando ele sequer preocupa com os atendentes de um restaurante, o motorista do taxi ou a pessoa que ele atropela.
Curti o lance da cor vermelha, que está na figura da garota de programa, do batom que ela usa para marcar o telefone até a cadeira. Cores quentes na vida monocromática do personagem.
No fundo, as respostas para seguir com a própria vida também estão no outro, no coletivo, na novidade, basta ter olhos para ver.
Que delícia de história, e que quentinho no coração!
É uma narrativa simples, sem raio azul no final, mas com mensagens gigantes: a amizade, a família (a que abandona x a que acolhe), os desencontros necessários para construção da identidade, o afeto que permanece.
Muito lindo acompanhar essa história de amor, de abraços, de carinho. Saiamos do fundo do mar, paremos de comer as sobras, e voltemos ao desejo de descobrir o mundo (e as estrelas) e deixar bater o próprio coração!
que você sai totalmente destruído e sem rumo no último episódio. Queria colocar a série na lista de favoritos, mas esses eventos são amargos e traumáticos demais.
A sensação de você chegar no final de duas temporadas sem saber muito bem o que está acontecendo também é um pouco frustrante. Há uma camada muito densa por trás e subtextos importantíssimos, porém acho sem graça só segurar eles apenas pela emoção de guardar uma surpresa. A série se sustenta apenas no fato do espectador não saber sobre o que a série se trata? É estranho.
Um exemplo é o personagem do Boreal, cheio de mistérios na primeira temporada para encontrar o pai do Will (porque ele estaria à procura da faca sutil, como ele sabia disso?), sendo que o cara passava ali do lado da torre todos os dias, para depois a faca ser roubada por um garoto? Um suspense todo em cima de um personagem para depois revelar que ele só queria acumular riquezas e dar uns amassos?
No mais, ainda gosto bastante da série, da interação dos personagens e tudo mais. Só queria sair um pouco menos traumatizado da experiência - RIP Hester, Lee e cuidado familiar.
- Escute. As coisas acontecem. Coisas ruins. Doença, divórcio. É assustador. E recuar é uma defesa. Mas se você recuar, também perderá as coisas boas. Você entende? Sei que não falamos muito sobre isso, mas…
- Mãe, eu não posso deixar-la. E se…
- Você tem que viver a sua vida. E não colocar tudo em um contêiner para tentar controlar. Isso é impossível. Confie em mim. E sinto muito se não fui clara o suficiente sobre isso, mas… Eu quero ser agora. Quando a vida lhe oferece algo especial… você aceita.
De alguma forma, sempre me identifiquei com os textos da Tati (ainda que especificamente hoje ela tenha sido "cancelada" pelo seu último na Folha). E acho que o filme conseguiu passar bem o ar de criança de classe média filha única e repleta dos dramas para conseguir ter a sua vida milimetricamente controlada. E é justamente com essa vertente que me identifico: com o filho que nasceu para suprir algumas necessidades afetivas dos pais embora fosse apenas uma criança com suas paranóias, com os dramas de ter uma mãe que também tem suas questões, com a pessoa que tem dificuldades em lidar com rejeições de todos os níveis. Ainda que tudo pareça uma grande frescura de gente burguesa, são questões honestas, e válidas dentro da sua honestidade.
Acredito que a questão dos remédios foi mais relatada como o grande drama e um vício mesmo. Por mais que eles sejam muito positivos para algumas pessoas terem suas vidas mais normalizadas, há efeitos colaterais e nenhum tratamento é livre de conflitos (nem a terapia, nem a constelação, nem os remédios). Não achei romantizado ou desleixado esse ponto, e é interessante saber que a personagem consegue chegar em um caminho dentro das suas tentativas (até porque não há um único possível e correto).
ps. a queda por homens loucos e o lance de que eles transam bem é real! 😬😅
Não curti o lance da vingança. Serve como plot para satisfazer quem assiste, mas que mensagem ruim. Só mostra que a menina é tão psicopata quanto a "mãe".
Encantado com esses personagens, as histórias, a música, a edição, tudo...
De início, o não-binarismo de Rafa causa um estranhamento esperado e acredito que intencional. A naturalidade que elo próprie e seus amigos lidam com a situação é uma forma de irmos aprendendo com eles (principalmente para quem pouco ou quase nada conhece sobre o assunto). Os corpos, as roupas, os pêlos, a voz, tudo está ali para nos mostrar que aquilo tudo existe. E mais, eles vivem! (e não importa a sua "opinião")
As histórias dos três protagonistas se encontram em um ponto comum. Porém, as causas LGBTQIA+, feminista e racial até podem beber de fontes parecidas, mas elas também se desencontram (dentro delas mesmas e entre elas), e a série é bem didática em mostrar onde estão esses pontos comuns e de desavenças.
Me fez bem ver a busca por autonomia e identidade dos três, e a coragem deles em enfrentar as situações e serem quem são. O que a princípio pode parecer uma birra de adolescente de Rafa vai se transformando em algo muito maior, e acho que a série foi madura nesse desenvolvimento, tocando em questões que estão além de um mero artigo (o/a/e).
Hesitei uns dois dias em ver o penúltimo episódio. Apesar de duro de assistir, ainda é uma infeliz e comum realidade, e há uma mudança de rumos importante. A melhor parte é que os personagens resistem! E vão pra guerra!! (ao fundo da melhor música)
Apesar do didatismo e talvez de algumas falhas em algumas abordagens, ainda acho que há mais pontos positivos que negativos. Tocou em pontos muito particulares por aqui e acabei criando um carinho grande por tudo e todes.
Fiquei me perguntando onde estes personagens estariam no Brasil atual, um país de sindicatos enfraquecidos, da carteira de trabalho verde e amarela, de "empreendedores" de aplicativos de corrida e entrega, um país dominado pela pós-política.
A igreja já não acolhe os trabalhadores e luta pela garantia dos seus direitos, a favela virou estética para ganhar likes, e a polícia continua sendo a polícia.
Já somos todos Tião, e já passamos fome, e não há mais amigos, apenas desconhecidos.
Pra mim, a série ganhou outro significado depois da terceira temporada e é muito gratificante acompanhar o final que tomou.
Terem adicionado camadas de sensibilidade e o retorno que os personagens fazem às suas verdadeiras questões é maravilhoso!
Quando você tem uma história cheia de camadas e problemáticas que parecem impossíveis de resolver, a perspectiva mais comum que vejo em séries é de acabar mal, em aberto ou totalmente desacreditado que a humanidade possa ter algum futuro. E nossa, é muito acolhedor e esperançoso esse final. Talvez uma ilusão e de distopia passamos a ter uma utopia? Talvez. Mas não custa sonhar.
De fato, o que nos separa é essa sensação de que somos tão diferentes, quando na verdade viemos todos do mesmo lugar. São essas obrigações de seguir protocolos, de abrir mão das próprias emoções e sentimentos para um "bem maior". É jogar nas estruturas a esperança de uma felicidade que não está nas estruturas resolver.
Queremos todos a mesma coisa no final: afeto. Ouvir, e ser ouvidos. Amar, e ser amados. Quando tudo acaba, é a única coisa que vai restar. Ou isso ou a guerra. E a morte.
* Um parênteses para Natália e Xavier (que vieram da terceira temporada). Natália sendo alguém que acredita no valor das palavras, da História e, principalmente, do amor! E Xavier sendo um homem sensível e naturalmente contra o sistema, em que cuidar das plantas é mais valioso que passar no processo. Pode não parecer, mas deve ser muito reconfortante não fazer parte de um sistema doente.
Cheguei aqui por indicação e precisei de um tempo para processar tudo.
Ainda somos um país construído nessa grande base de casas grandes e suas senzalas. Onde quem vive à margem não tem o direito de ser feliz, apenas ser mão de obra.
Porém, o filme traz outro retrato ainda mais verdadeiro e urgente: afinal, quem consegue mesmo ser feliz nessa pirâmide? O "dono" que nada mais é que um herdeiro de um sistema falido e cumpridor de regras que retalham sua existência, ou seus "súditos", que por já não terem tantos direitos, restam poucos deveres, sobra a liberdade (pelo menos parte dela).
É na margem que Jean encontra o afeto que procura. É na periferia que está a festa, uma família que acolhe seus filhos, e os sonhos.
Talvez seja por essa falta de perspectiva, de liberdades e de felicidade, que seja tão difícil para os "donos" da casa grande aceitar que a empregada possa sentir prazer no seu corpo e que os filhos das empregadas possam estudar e ser tão bem sucedidos quanto os seus.
No final, a classe média e a elite desse país talvez tenham tanta raiva das cotas, das universidades públicas de qualidade, das políticas de assistência, porque talvez estejam desamparados demais vivendo as próprias ilusões de privilegiados que já não são.
Vim pelo Boyega e continuei por ele: que homem! Amo muito suas representações de herói sem masculinidade frágil.
Mesmo que os personagens não sejam mega bem desenvolvidos e ainda por se tratar de uma história pró-bélica e militar, a realidade e o futuro de Pacific Rim em que mulheres lideram e um homem não tem nenhuma vergonha em dizer que o outro é bonitão já torna a sessão da tarde mais agradável e vale a pipoca!
Essa história me dói inteiro, e eu acho que não sei explicar onde.
Li "A hora da estrela" no colégio e guardo pouquíssima ou quase nenhuma lembrança, apenas a de que foi uma leitura difícil, mas que dizia sobre coisas que talvez eu ainda não entendia e que guardava certa angústia em entender.
Anos e algumas experiências depois, e um certo receio em ver o filme, me pego aqui, sentindo tudo, e mesmo já tendo acesso um pouco mais de onde, ainda seguro um certo medo em explicar o quê.
Acho que não tem palavras, ou muita explicação, apenas que dói. O mais profundo e crú do humano dói.
His Dark Materials - Fronteiras do Universo (3ª Temporada)
3.9 62 Assista AgoraFantasia incrível, sensível, densa, e deu uma vontade gigante de ler os livros. Jamais imaginei ver tantos temas dessa forma numa obra infanto-juvenil, e sem medo de abordar assuntos tão polêmicos. Sem contar a direção de arte, que é sutil, mas gigante: é natural e não chama atenção para si, mas fizeram um trabalho enorme de criação de mundo, ferramentas e mecânicas.
Destaque para os personagens LGBT. Apesar de muito sutil, é de um simbolismo e mensagem incríveis.
É uma história muito complicada de ser feita, por abordar tantos temas e camadas. Então dada as limitações, é encantador que fizeram e com o máximo de cuidado que conseguiram. É ótimo poder ter contato com esse tipo de fantasia, e essas lições e aprendizados. O poder das boas histórias é de fato o sraf desse e de todos os mundo.
🌳🔭✨
Turma da Mônica: A Série (1ª Temporada)
4.3 78Essa série alugou um leve clubinho na minha cabeça. Trata de questões profundas sobre aceitação, vida adulta, perfeccionismo, relação com os pais e amigos.
A cena do Cascão pulando na piscina arregaçou meu coração.
Guia Astrológico para Corações Partidos (2ª Temporada)
3.5 34 Assista AgoraFiquei tão tocado com essa série e com tudo o que ela representa. Ela consegue abordar vários clichês (da astrologia, das comédias românticas) e ainda trazer uma camada mais sensível e crítica, sendo leve. Amei o romance, e amei o final também.
Às vezes é isso, só depende de um "oi" (ou neste caso, um "ciao" 😊)!
Rua Guaicurus
3.1 6Fiquei curioso para saber quais histórias são verdadeiras, e onde começa a ficção nelas. O filme é direto ao ponto e faz boas reflexões.
Um Lugar ao Sol
3.1 41Em geral não coloco novelas aqui (por não acompanhar, não finalizar etc.), mas essa é uma que consegui seguir. Gosto da história central e das discussões levantadas, mas infelizmente com alguns desfechos ruins e pouco desenvolvimento do meio pro final.
No geral, a discussão "rico x pobre" e "querer ser rico" tem pontos fortes e um final que eu gostei (afinal, qual o lugar ao sol que devemos mesmo levar em conta?), mas com problemáticas. O lugar do rico é pouco questionado e a obra cai no realismo capitalista, mas ainda assim com boas pitadas de psicologia para refletir, pouco visto em obras tradicionais.
Matrix Resurrections
2.8 1,3K Assista AgoraÉ um crossover de Matrix com Sense8, achei maravilhoso!
Um filme para e por esses tempos. Fica a questão: quando e se houver, o que faremos da nossa segunda chance, da nossa ressurreição?
Looking For Alaska
4.1 89Calhou de ler o livro poucos dias antes de estrear no HBO Max, e estou chocado com a semelhança dos dois. Deixaram praticamente tudo.
O John Green tem uma escrita muito sensível e isso está nos detalhes. Confesso que ao ler eu não tinha entendido algumas dimensões que ao ver na tela fica mais "fácil" (de entender, mas mais difícil de acompanhar, pela densidade). O temperamento do Chip, a instabilidade da Alaska, a melancolia do Miles, a praticidade do Takumi, os trotes, tudo tem um motivo muito bem trabalhado para existir.
Experiência incrível, chorei toda vida, e boas reflexões pra guardar. De fato, não estamos aqui a passeio, toda energia produzida vem de algum lugar e vai pra algum lugar. O meio é o que muda tudo.
"Existe uma parte dela maior que a soma das partes conhecidas. E essa parte precisa ir a algum lugar, porque a energia uma vez criada nunca é destruída."
A Força de Grayskull: A História de "He-Man e os …
3.6 22Interessante ver que o He-Man só tem esses músculos fora do comum por questões puramente comerciais e de produto, porque era uma forma mais fácil do boneco ficar em pé sem cair, e também de se diferenciar no mercado (os outros bonecos não eram tão parrudos assim).
Não mostra no documentário (por ele ser de 2018), mas é curioso ver tudo isso sendo atualizado nos dias de hoje, com as histórias de She-Ra e o novo He-Man da Netflix, e ver que toda essa overdose de cores dos anos 80 pode passar diferentes mensagens, incluindo as mais afetuosas e diversas.
Sussurros do Coração
4.3 482 Assista AgoraVer esse filme foi uma experiência de ser transportado para um mundo mais simples. Um 1994 poético e de certa forma bastante funcional. É como se o trabalho, o estudo e a rotina não fossem um fardo, mas peças de um todo que se encaixa.
No livro "Por que amamos?", do Renato Nogueira, ele ressalta a importância de conhecermos nossa natureza antes de entrarmos em relações. Ele também escreve sobre o amor como estratégia de sobrevivência: um está ali para ajudar o outro a ser uma versão melhor de si, e vice-versa. Acho que o filme ilustra bem essas questões na relação entre Shizuku e Seiji.
A animação também começa com as cores escuras de uma noite de verão (achei inusitado, uma vez que os filmes do Ghibli são sempre tão claros) e termina no despertar de uma manhã, e isso é tão bonito.
Quando foi que viramos uma máquina de escassez e de não fazer sentido? Quando voltaremos a aproveitar os dias por eles mesmos? O sol ainda nasce lá fora, todas as manhãs. E quem nos desperta para vê-lo, a rotina por si só ou um grande amor?
Entre Abelhas
3.4 830De início, achei a moral do filme estranha, principalmente se você, assim como eu, passou boa parte esperando um "500 dias com ela" ou um "Brilho eterno de uma mente sem lembranças". As temáticas se aproximam bastante, mas acho que o filme ainda conta com outro aspecto. Não é apenas sobre a relação romântica que não deu certo e sua possível superação, mas principalmente sobre a forma que o personagem lida com seus dilemas.
O filme passou a fazer sentido quanto vi outros comentários de não ser sobre um protagonista herói, mas um anti-herói.
É um filme sobre invisibilidade social e o quanto o protagonista é um c*zão. Ele está tão focado nos próprios dramas que passa a não enxergar mais nada além de si.
A própria moral do protagonista é questionável quando você vê que o único amigo que ele tem é um machista escrotão, quando ele sequer preocupa com os atendentes de um restaurante, o motorista do taxi ou a pessoa que ele atropela.
Curti o lance da cor vermelha, que está na figura da garota de programa, do batom que ela usa para marcar o telefone até a cadeira. Cores quentes na vida monocromática do personagem.
No fundo, as respostas para seguir com a própria vida também estão no outro, no coletivo, na novidade, basta ter olhos para ver.
Luca
4.1 769Que delícia de história, e que quentinho no coração!
É uma narrativa simples, sem raio azul no final, mas com mensagens gigantes: a amizade, a família (a que abandona x a que acolhe), os desencontros necessários para construção da identidade, o afeto que permanece.
Muito lindo acompanhar essa história de amor, de abraços, de carinho.
Saiamos do fundo do mar, paremos de comer as sobras, e voltemos ao desejo de descobrir o mundo (e as estrelas) e deixar bater o próprio coração!
His Dark Materials - Fronteiras do Universo (2ª Temporada)
4.1 75 Assista AgoraE de novo vamos de uma temporada excelente, mas...
que você sai totalmente destruído e sem rumo no último episódio. Queria colocar a série na lista de favoritos, mas esses eventos são amargos e traumáticos demais.
A sensação de você chegar no final de duas temporadas sem saber muito bem o que está acontecendo também é um pouco frustrante. Há uma camada muito densa por trás e subtextos importantíssimos, porém acho sem graça só segurar eles apenas pela emoção de guardar uma surpresa. A série se sustenta apenas no fato do espectador não saber sobre o que a série se trata? É estranho.
Um exemplo é o personagem do Boreal, cheio de mistérios na primeira temporada para encontrar o pai do Will (porque ele estaria à procura da faca sutil, como ele sabia disso?), sendo que o cara passava ali do lado da torre todos os dias, para depois a faca ser roubada por um garoto? Um suspense todo em cima de um personagem para depois revelar que ele só queria acumular riquezas e dar uns amassos?
No mais, ainda gosto bastante da série, da interação dos personagens e tudo mais. Só queria sair um pouco menos traumatizado da experiência - RIP Hester, Lee e cuidado familiar.
Deixe a Neve Cair
2.8 275 Assista Agora- Escute. As coisas acontecem. Coisas ruins. Doença, divórcio. É assustador. E recuar é uma defesa. Mas se você recuar, também perderá as coisas boas. Você entende? Sei que não falamos muito sobre isso, mas…
- Mãe, eu não posso deixar-la. E se…
- Você tem que viver a sua vida. E não colocar tudo em um contêiner para tentar controlar. Isso é impossível. Confie em mim. E sinto muito se não fui clara o suficiente sobre isso, mas… Eu quero ser agora. Quando a vida lhe oferece algo especial… você aceita.
Depois a Louca Sou Eu
3.4 138 Assista AgoraDe alguma forma, sempre me identifiquei com os textos da Tati (ainda que especificamente hoje ela tenha sido "cancelada" pelo seu último na Folha). E acho que o filme conseguiu passar bem o ar de criança de classe média filha única e repleta dos dramas para conseguir ter a sua vida milimetricamente controlada. E é justamente com essa vertente que me identifico: com o filho que nasceu para suprir algumas necessidades afetivas dos pais embora fosse apenas uma criança com suas paranóias, com os dramas de ter uma mãe que também tem suas questões, com a pessoa que tem dificuldades em lidar com rejeições de todos os níveis. Ainda que tudo pareça uma grande frescura de gente burguesa, são questões honestas, e válidas dentro da sua honestidade.
Acredito que a questão dos remédios foi mais relatada como o grande drama e um vício mesmo. Por mais que eles sejam muito positivos para algumas pessoas terem suas vidas mais normalizadas, há efeitos colaterais e nenhum tratamento é livre de conflitos (nem a terapia, nem a constelação, nem os remédios). Não achei romantizado ou desleixado esse ponto, e é interessante saber que a personagem consegue chegar em um caminho dentro das suas tentativas (até porque não há um único possível e correto).
ps. a queda por homens loucos e o lance de que eles transam bem é real! 😬😅
Fuja
3.4 1,1K Assista AgoraSobre o final do final:
Não curti o lance da vingança. Serve como plot para satisfazer quem assiste, mas que mensagem ruim. Só mostra que a menina é tão psicopata quanto a "mãe".
Todxs Nós (1ª Temporada)
3.5 25Encantado com esses personagens, as histórias, a música, a edição, tudo...
De início, o não-binarismo de Rafa causa um estranhamento esperado e acredito que intencional. A naturalidade que elo próprie e seus amigos lidam com a situação é uma forma de irmos aprendendo com eles (principalmente para quem pouco ou quase nada conhece sobre o assunto). Os corpos, as roupas, os pêlos, a voz, tudo está ali para nos mostrar que aquilo tudo existe. E mais, eles vivem! (e não importa a sua "opinião")
As histórias dos três protagonistas se encontram em um ponto comum. Porém, as causas LGBTQIA+, feminista e racial até podem beber de fontes parecidas, mas elas também se desencontram (dentro delas mesmas e entre elas), e a série é bem didática em mostrar onde estão esses pontos comuns e de desavenças.
Me fez bem ver a busca por autonomia e identidade dos três, e a coragem deles em enfrentar as situações e serem quem são. O que a princípio pode parecer uma birra de adolescente de Rafa vai se transformando em algo muito maior, e acho que a série foi madura nesse desenvolvimento, tocando em questões que estão além de um mero artigo (o/a/e).
Hesitei uns dois dias em ver o penúltimo episódio. Apesar de duro de assistir, ainda é uma infeliz e comum realidade, e há uma mudança de rumos importante. A melhor parte é que os personagens resistem! E vão pra guerra!! (ao fundo da melhor música)
Apesar do didatismo e talvez de algumas falhas em algumas abordagens, ainda acho que há mais pontos positivos que negativos. Tocou em pontos muito particulares por aqui e acabei criando um carinho grande por tudo e todes.
Torcendo para uma segunda temporada! 🦄✨
Eles Não Usam Black-Tie
4.3 286Fiquei me perguntando onde estes personagens estariam no Brasil atual, um país de sindicatos enfraquecidos, da carteira de trabalho verde e amarela, de "empreendedores" de aplicativos de corrida e entrega, um país dominado pela pós-política.
A igreja já não acolhe os trabalhadores e luta pela garantia dos seus direitos, a favela virou estética para ganhar likes, e a polícia continua sendo a polícia.
Já somos todos Tião, e já passamos fome, e não há mais amigos, apenas desconhecidos.
AmarElo - É Tudo Pra Ontem
4.6 354 Assista Agora"viver é partir, voltar e repartir" 💛
Tio Frank
3.9 240 Assista AgoraQ maridão!!! 🤗🤗🤗
The Boys in the Band: Um Olhar Pessoal
3.7 3A parte que eles mostram as fotos de criança = 💛💛💛
3% (4ª Temporada)
4.0 128Pra mim, a série ganhou outro significado depois da terceira temporada e é muito gratificante acompanhar o final que tomou.
Terem adicionado camadas de sensibilidade e o retorno que os personagens fazem às suas verdadeiras questões é maravilhoso!
Quando você tem uma história cheia de camadas e problemáticas que parecem impossíveis de resolver, a perspectiva mais comum que vejo em séries é de acabar mal, em aberto ou totalmente desacreditado que a humanidade possa ter algum futuro. E nossa, é muito acolhedor e esperançoso esse final. Talvez uma ilusão e de distopia passamos a ter uma utopia? Talvez. Mas não custa sonhar.
De fato, o que nos separa é essa sensação de que somos tão diferentes, quando na verdade viemos todos do mesmo lugar. São essas obrigações de seguir protocolos, de abrir mão das próprias emoções e sentimentos para um "bem maior". É jogar nas estruturas a esperança de uma felicidade que não está nas estruturas resolver.
Queremos todos a mesma coisa no final: afeto. Ouvir, e ser ouvidos. Amar, e ser amados.
Quando tudo acaba, é a única coisa que vai restar. Ou isso ou a guerra. E a morte.
* Um parênteses para Natália e Xavier (que vieram da terceira temporada). Natália sendo alguém que acredita no valor das palavras, da História e, principalmente, do amor! E Xavier sendo um homem sensível e naturalmente contra o sistema, em que cuidar das plantas é mais valioso que passar no processo. Pode não parecer, mas deve ser muito reconfortante não fazer parte de um sistema doente.
Enfim, obrigado 3%! A jornada foi incrível! ❤️
Casa Grande
3.5 576 Assista AgoraCheguei aqui por indicação e precisei de um tempo para processar tudo.
Ainda somos um país construído nessa grande base de casas grandes e suas senzalas. Onde quem vive à margem não tem o direito de ser feliz, apenas ser mão de obra.
Porém, o filme traz outro retrato ainda mais verdadeiro e urgente: afinal, quem consegue mesmo ser feliz nessa pirâmide? O "dono" que nada mais é que um herdeiro de um sistema falido e cumpridor de regras que retalham sua existência, ou seus "súditos", que por já não terem tantos direitos, restam poucos deveres, sobra a liberdade (pelo menos parte dela).
É na margem que Jean encontra o afeto que procura. É na periferia que está a festa, uma família que acolhe seus filhos, e os sonhos.
Talvez seja por essa falta de perspectiva, de liberdades e de felicidade, que seja tão difícil para os "donos" da casa grande aceitar que a empregada possa sentir prazer no seu corpo e que os filhos das empregadas possam estudar e ser tão bem sucedidos quanto os seus.
No final, a classe média e a elite desse país talvez tenham tanta raiva das cotas, das universidades públicas de qualidade, das políticas de assistência, porque talvez estejam desamparados demais vivendo as próprias ilusões de privilegiados que já não são.
Círculo de Fogo: A Revolta
2.8 491 Assista AgoraVim pelo Boyega e continuei por ele: que homem!
Amo muito suas representações de herói sem masculinidade frágil.
Mesmo que os personagens não sejam mega bem desenvolvidos e ainda por se tratar de uma história pró-bélica e militar, a realidade e o futuro de Pacific Rim em que mulheres lideram e um homem não tem nenhuma vergonha em dizer que o outro é bonitão já torna a sessão da tarde mais agradável e vale a pipoca!
A Hora da Estrela
3.8 508Essa história me dói inteiro, e eu acho que não sei explicar onde.
Li "A hora da estrela" no colégio e guardo pouquíssima ou quase nenhuma lembrança, apenas a de que foi uma leitura difícil, mas que dizia sobre coisas que talvez eu ainda não entendia e que guardava certa angústia em entender.
Anos e algumas experiências depois, e um certo receio em ver o filme, me pego aqui, sentindo tudo, e mesmo já tendo acesso um pouco mais de onde, ainda seguro um certo medo em explicar o quê.
Acho que não tem palavras, ou muita explicação, apenas que dói.
O mais profundo e crú do humano dói.