Terminei o filme com a sensação de "como eu queria ter um irmão assim", mas a magia não está no que poderia ser ou ter, mas no que já é, do jeito que é (e como potencializar isso).
Muito tocado com a amizade de Chu e Paul, e o quanto ele é direto e honesto na sua forma de expressar suas paixões. Enquanto Chu e Aster reproduzem nuances do amor ao compor canções, fazer belos desenhos e escrever textos requintados, Paul cozinha sem seguir receitas, levanta da mesa de supetão e fala direto o que sente.
Talvez tudo venha do mesmo lugar. E o texto requintado de um filósofo também possa ser redigido através de um trio de emojis, quem sabe...
Para mim, lembrou "Tartarugas até lá embaixo", que é sobre esse contato entre dois adolescentes que passam por problemas, e o quanto o amor entre eles, por mais que tenha potencial de ajudar muito, não é o suficiente.
Muitas vezes, temos uma falsa sensação de que o amor romântico é capaz de suprir todos os nossos vazios e curar nossas dores, mas é pedir demais de outra pessoa que também tem suas questões.
Apesar dos gatilhos e da história trágica, a mensagem final é muito forte e necessária. Só quem passou por grandes traumas e perdas, e superou esses momentos, seguiu em frente, sabe o quanto é importante isso, o quanto a culpa e os momentos ruins podem nos segurar e nos excluir do mundo, e o quanto não podemos ser reféns do passado. Que a vida segue, e que os lugares incríveis podem ser nós mesmos.
Busquem ajuda. Conversem. Estejam com as pessoas que ama. Compartilhem suas dores com quem confia e possa ajudar. Se está muito difícil, busquem ajuda profissional. Acredite, sempre tem alguém. Cuidem das suas feridas. Se cuidem.
"Você tem todas as cores em você, no brilho máximo."
Queria ter me identificado menos com as inseguranças da Bertie e as irresponsabilidades da Tuca. Ou nem tanto com a coragem e o amadurecimento das duas. O mundo pode ser tudo, e cabem todas as possibilidades, inclusive a de ser você mesmo. E pra isso não existe certo ou errado. Pelo menos não mais quando se tem 30, e você pode até voar se quiser.
Chorei no final e em vários episódios. A escrita está mais sensível, as questões mais profundas e o protagonismo feminino ainda mais latente, em todas as camadas.
Na temporada anterior, me incomodava o amontoado de plot twists e ganchos entre os episódios. Dessa vez, eles trataram menos questões com mais delicadeza. Episódios mais maduros, achei.
A Michele tentando encontrar equilíbrio onde não existe e partindo do afeto para resolver suas questões, a Joana finalmente abrindo seu coração e os paralelos nada sutis com a política atual foram o diferencial pra mim nessa temporada. Embora os paralelos com a política sempre presentes, foram mais diretos em algumas referências como as pessoas gritando "Fora, Marcela", as mesmas que instantes antes pediam por 'intervenção militar'.
Espero que continuem com o ótimo trabalho na próxima temporada. E boa sorte e criatividade para resolverem as tretas todas. No aguardo! (:
Não importa o quanto você queira mudar o passado, infelizmente não está apenas em impedir policiais a dar um tiro, está antes: o que os fizeram dar o tiro?
C.J. foca em voltar alguns dias e horas, mas seria necessário voltar alguns séculos. É estrutural. E é cruel.
É uma história pontual pesada, atualíssima, e com os protagonistas prodígios que faltavam na ficção de viagens no tempo (jovens negros com sede de fazer a diferença a partir do conhecimento - a ferramenta mais elevada, ainda assim insuficiente).
Não tem como mudar o passado, mas, felizmente, toda a ancestralidade de um povo repleto de cultura e talento segue forte, resistindo, sobrevivendo (é a única saída). É emocionante ver a família e a rede de apoio que existe para todos passarem por tantas crueldades cotidianas de uma estrutura segregacionista. Antes de mudar o passado, é necessário sobreviver e seguir em frente (é a lição que a mãe, a avó e o irmão de C.J. parecem já ter aprendido). Um americanismo que não é tão distante da nossa realidade brasileira, com motivos diferentes, mas com a mesma violência presente em um dos últimos países no mundo a abolir a escravidão.
1. Construa uma casa para a magia que há em você, que nasceu na sua infância e que não vale a pena ser perdida na vida adulta (não precisa ser muito grande nem morar nela totalmente e talz).
2. Arrume alimento, força e sustância para manter dentro dela o que você realmente acredita.
3. Cerque-se de amor. Não adianta querer cultivar seu eu interior mais verdadeiro se não é capaz de estar bem com as pessoas que importam.
Seja feliz e saiba ser um ser crescido sem esquecer quem você realmente é, e se valorize por isso etc.
No mais, continue riscando e se arriscando por aí, afinal: "a coisa mais adulta que você pode fazer é falhar no que gosta".
Um retrato de questões tão pertinentes e que hoje ganham novas camadas e releituras: a violência contra os índios; a religião e as crenças como conforto e domínio; a diferença entre fé e ação (o santo que é ateu e os religiosos que não são santos); a pobreza e a seca no nordeste como miséria para muitos e riqueza para poucos; e até mesmo a homossexualidade e o papel da figura feminina e masculina na sociedade (a piada sobre o primeiro pecado do Taoca, o machismo e a violência doméstica do pai da Mada, a personagem travesti, as mulheres tratadas como mercadoria...). É tudo em um tom de piada que em alguns momentos é até infeliz e ultrapassado, mas não deixa de ser curioso.
Um recorte de problemas e mazelas de um país pré-lula, e que mesmo depois de tanta mudança e progresso, continuam latentes e pulsantes, mas com novas camadas e dimensões.
Imagino que Deus voltaria ainda mais pistola. E com tanto desamor que a gente tem visto e compartilhado, talvez nem voltasse...
Que representação singela e mega expressiva sobre os amores atuais, não esperava encontrar aqui. Que engano bom. Não se trata de amores líquidos, mas de amores livres, no mais difícil e complexo que isso seja.
Amar em liberdade é um desafio imenso, e é muito aconchegante ver Ana e Vitória expressando essa possibilidade, de uma forma tão humana, que o formato canção, poesia e musical casou tão bem.
Lidar com pessoas em seus diferentes tempos e ainda cultivar afeto é uma atitude tão pura e ao mesmo tempo tão forte e difícil. Puro como voz e violão. Forte e difícil como ser você sem nenhum adereço ou maquiagem como defesa. Desafiador. Mas possível.
Esse é o cinema queer de qualidade que eu tava procurando. Parabéns aos envolvidxs! (:
Uma celebração ao amor na sua forma mais sem amarras sociais possível.
Lana mistura tudo o que ela acredita e ela considera amor ali, inclusive a violência gore (dos filmes de ação antigos), as drogas, as raves, a música, os lugares, a arte. Tudo tem a mesma intensidade e se mistura.
É uma ode a uma forma muito própria de ver o mundo, e incrivelmente desprendida de qualquer julgamento, seja próprio, seja dos outros. A vida deveria ser uma festa em que você só vai para se divertir e estar com quem e o que se ama, seja isso o que for.
Gostei muito do lance da construção da identidade. Um dia você tem um nome, uma história, dilemas. Outro dia colocam outro nome em você, e aí? E se dissessem para você que tudo o que viveu não é "real", ou que foi construído na base de uma mentira. O quanto da nossa identidade é mesmo nosso? O quanto colocaram uma identidade em nós (como é o caso do Joca, que tem uma masculinidade padrão milimetricamente moldada, em suas aulas de jiu jitsu, a parede de escalada no quarto, o gosto pelos times de futebol)? O quanto muitos pais tem mesmo essa vontade de impor uma identidade em um filho, e não aceitam a naturalidade de outro ser, que por mais que tenham gerado, não são propriedade?
Gosto muito como a Muylaert joga temas intensos em cenas corriqueiras, pois são assim que elas acontecem. Falas ao fundo, gestos singelos, olhares ocultos, pessoas na sala assistindo tv, ausências. O humano está nos detalhes.
Tive a honra de ver esse filme no forumdoc.bh 2017, com a presença do ativista Alberto Pizango, e só posso dizer que foi emocionante. Ele ressaltou a questão do desenvolvimento selvagem (afinal, selvagens somos nós, que desmatamos), e o quanto é urgente cuidar do que não é só nosso (quanto menos de um seleto grupo de pessoas), como é de todos. São dois mundos que se colidem, quando no final, deveriam estar todos na mesma luta.
Pra quem não viu nada, sugiro não ver o trailer. Acho que a graça do filme está também em ir descobrindo a história aos poucos (e não esperem nenhum efeito Black Mirror, com grandes reviravoltas visuais e etc, pois felizmente não tem).
A dimensão e o peso da história é toda passada nos detalhes, em um olhar, em uma música, no ambiente solitário. Detalhes como:
Os entregadores de brinquedo e pessoas de fora, que tratam as crianças com um desdém enorme. Ou como os jovens abordam coisas que lhe são desconhecidas, e depois a descrença que eles passam a ter com tudo, sabendo que tudo que lhes foi contado é mentira. Ou o apego às emoções mais básicas, como o romance extremamente puro da personagem principal, inabalável com o tempo. Tudo detalhes que me passam como consequências desse contexto distópico, e que estão lá para contar a fragilidade das relações humana (ainda que estes não são tratados como tal).
Amei também o lance da história ser no passado, caiu bem no lance de ressaltar a inocência dos personagens e esse clima de solidão.
Sei lá, tenho a impressão que em uma época em que não havia internet, era mais fácil alimentar ideias isoladas e passar boatos e tudo mais, uma das problemáticas para os personagens no filme.
A estilista chefe do Elias, ao sair para sua viagem, passa um monte de atividades para ele, com um jeito todo impessoal, sobrecarregando o empregado de tarefas. Ao final da conversa, dá um abraço de boas festas e pede para ele descansar, que ele precisa tirar um tempo para ele (como se ele fosse ter tempo depois de toda a sobrecarga que ela mesma passou). Bem o lance patrão-empregado, que é super educado, mas que tá pouco se importando com as reais necessidades de quem explora. (Achei essa cena uma coisa bem Anna Muylaert inclusive).
O chefe do Elias, ao conversar com ele, mostrando sua indiferença com os empregados, reforçando que quem está num cargo acima não deve se preocupar ou se relacionar tão intimamente com aqueles que estão um cargo abaixo, que deve existir uma diferença clara entre trabalho e vida pessoal. Bem típico do que vemos no mercado. O mesmo chefe que vai agradecer aos empregados pelas horas extras, fingindo cordialidade, vasculha as bolsas dos empregados ao sair.
Muito linda essa representação da classe "operária/chão de fábrica" que se ajuda, não em termos de trabalho, mas em termos afetivos. Amei muito a representação do Elias como a pessoa que não se importa em crescer na vida, ou em ouvir os patrões, mas sim em estar com as pessoas. Inclusive achei essa uma representação comum de alguns gays, que vivem sozinhos e fora de casa, e que muitas vezes não se sentem representados nesses moldes de trabalho ditos comum, e que longe de tudo e de todos, encontram alento nessas relações. Não é a toa a solidão do Elias, e como essa solidão pode estar interligada com esse comportamento (essa forma dele de ser mais afetivo com todos). Deveríamos nos importar mais com as nossas voltas do ônibus pra casa, nossa pelada, nossas festas de reveillon, nossas conversas informais, e menos, bem menos, com o que os nossos chefes vão pensar de nós.
e que esse calor e essa fervura dessa terra de cinema tão belo e humanamente subversivo se alastrem por esse país, que continua tão cinza e frio e que as consequências do tecnicismo da ordem e do progresso sejam sugados pelos desejos ardentes de amor e liberdade da ficção e da filosofia
filme de princesa super adolescente que valoriza amizade em família, entre vizinhos, na escola, e a menina ainda dá um fora no "príncipe" no final. fofo!
Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica
3.9 663 Assista AgoraQue delícia de road movie e aprendizados 💙
Terminei o filme com a sensação de "como eu queria ter um irmão assim", mas a magia não está no que poderia ser ou ter, mas no que já é, do jeito que é (e como potencializar isso).
Foco, coração e entrega. (:
Ele Me Chamava de Rosa
5.0 2Bemti 💛
Amor Moderno (1ª Temporada)
4.2 587O que o episódio 3 me destruiu o 7 foi lá e me acolheu.
Obrigado, Amazon Prime.
Você Nem Imagina
3.4 518 Assista Agora"nem toda história de amor é um romance..."
Muito tocado com a amizade de Chu e Paul, e o quanto ele é direto e honesto na sua forma de expressar suas paixões. Enquanto Chu e Aster reproduzem nuances do amor ao compor canções, fazer belos desenhos e escrever textos requintados, Paul cozinha sem seguir receitas, levanta da mesa de supetão e fala direto o que sente.
Talvez tudo venha do mesmo lugar. E o texto requintado de um filósofo também possa ser redigido através de um trio de emojis, quem sabe...
🍍🦉🐛
Por Lugares Incríveis
3.2 630 Assista AgoraNão conhecia a história/livro, e fiquei bem tocado com a sensibilidade que foi filmado.
Para mim, lembrou "Tartarugas até lá embaixo", que é sobre esse contato entre dois adolescentes que passam por problemas, e o quanto o amor entre eles, por mais que tenha potencial de ajudar muito, não é o suficiente.
Muitas vezes, temos uma falsa sensação de que o amor romântico é capaz de suprir todos os nossos vazios e curar nossas dores, mas é pedir demais de outra pessoa que também tem suas questões.
Apesar dos gatilhos e da história trágica, a mensagem final é muito forte e necessária. Só quem passou por grandes traumas e perdas, e superou esses momentos, seguiu em frente, sabe o quanto é importante isso, o quanto a culpa e os momentos ruins podem nos segurar e nos excluir do mundo, e o quanto não podemos ser reféns do passado. Que a vida segue, e que os lugares incríveis podem ser nós mesmos.
Busquem ajuda. Conversem. Estejam com as pessoas que ama. Compartilhem suas dores com quem confia e possa ajudar. Se está muito difícil, busquem ajuda profissional. Acredite, sempre tem alguém. Cuidem das suas feridas. Se cuidem.
"Você tem todas as cores em você, no brilho máximo."
Tuca & Bertie (1ª Temporada)
4.3 58Queria ter me identificado menos com as inseguranças da Bertie e as irresponsabilidades da Tuca. Ou nem tanto com a coragem e o amadurecimento das duas. O mundo pode ser tudo, e cabem todas as possibilidades, inclusive a de ser você mesmo. E pra isso não existe certo ou errado. Pelo menos não mais quando se tem 30, e você pode até voar se quiser.
Renova, Netflix.
3% (3ª Temporada)
3.7 127Chorei no final e em vários episódios.
A escrita está mais sensível, as questões mais profundas e o protagonismo feminino ainda mais latente, em todas as camadas.
Na temporada anterior, me incomodava o amontoado de plot twists e ganchos entre os episódios. Dessa vez, eles trataram menos questões com mais delicadeza. Episódios mais maduros, achei.
A Michele tentando encontrar equilíbrio onde não existe e partindo do afeto para resolver suas questões, a Joana finalmente abrindo seu coração e os paralelos nada sutis com a política atual foram o diferencial pra mim nessa temporada. Embora os paralelos com a política sempre presentes, foram mais diretos em algumas referências como as pessoas gritando "Fora, Marcela", as mesmas que instantes antes pediam por 'intervenção militar'.
Espero que continuem com o ótimo trabalho na próxima temporada. E boa sorte e criatividade para resolverem as tretas todas. No aguardo! (:
Desafio de um Campeão
3.3 5 Assista Agora"Chi pensa deve agire"
A Gente Se Vê Ontem
3.2 192 Assista AgoraO que você vai fazer com o seu presente hoje?
Não importa o quanto você queira mudar o passado, infelizmente não está apenas em impedir policiais a dar um tiro, está antes: o que os fizeram dar o tiro?
C.J. foca em voltar alguns dias e horas, mas seria necessário voltar alguns séculos. É estrutural. E é cruel.
É uma história pontual pesada, atualíssima, e com os protagonistas prodígios que faltavam na ficção de viagens no tempo (jovens negros com sede de fazer a diferença a partir do conhecimento - a ferramenta mais elevada, ainda assim insuficiente).
Não tem como mudar o passado, mas, felizmente, toda a ancestralidade de um povo repleto de cultura e talento segue forte, resistindo, sobrevivendo (é a única saída). É emocionante ver a família e a rede de apoio que existe para todos passarem por tantas crueldades cotidianas de uma estrutura segregacionista. Antes de mudar o passado, é necessário sobreviver e seguir em frente (é a lição que a mãe, a avó e o irmão de C.J. parecem já ter aprendido). Um americanismo que não é tão distante da nossa realidade brasileira, com motivos diferentes, mas com a mesma violência presente em um dos últimos países no mundo a abolir a escravidão.
A única saída não deveria ser sobreviver.
Loja de Unicórnios
2.8 2521. Construa uma casa para a magia que há em você, que nasceu na sua infância e que não vale a pena ser perdida na vida adulta (não precisa ser muito grande nem morar nela totalmente e talz).
2. Arrume alimento, força e sustância para manter dentro dela o que você realmente acredita.
3. Cerque-se de amor. Não adianta querer cultivar seu eu interior mais verdadeiro se não é capaz de estar bem com as pessoas que importam.
Seja feliz e saiba ser um ser crescido sem esquecer quem você realmente é, e se valorize por isso etc.
No mais, continue riscando e se arriscando por aí, afinal: "a coisa mais adulta que você pode fazer é falhar no que gosta".
Deus É Brasileiro
3.0 336 Assista AgoraE pensar que 2002 era outro mundo, outro Brasil.
Um retrato de questões tão pertinentes e que hoje ganham novas camadas e releituras: a violência contra os índios; a religião e as crenças como conforto e domínio; a diferença entre fé e ação (o santo que é ateu e os religiosos que não são santos); a pobreza e a seca no nordeste como miséria para muitos e riqueza para poucos; e até mesmo a homossexualidade e o papel da figura feminina e masculina na sociedade (a piada sobre o primeiro pecado do Taoca, o machismo e a violência doméstica do pai da Mada, a personagem travesti, as mulheres tratadas como mercadoria...). É tudo em um tom de piada que em alguns momentos é até infeliz e ultrapassado, mas não deixa de ser curioso.
Um recorte de problemas e mazelas de um país pré-lula, e que mesmo depois de tanta mudança e progresso, continuam latentes e pulsantes, mas com novas camadas e dimensões.
Imagino que Deus voltaria ainda mais pistola. E com tanto desamor que a gente tem visto e compartilhado, talvez nem voltasse...
Ana e Vitória
3.2 357Que representação singela e mega expressiva sobre os amores atuais, não esperava encontrar aqui. Que engano bom. Não se trata de amores líquidos, mas de amores livres, no mais difícil e complexo que isso seja.
Amar em liberdade é um desafio imenso, e é muito aconchegante ver Ana e Vitória expressando essa possibilidade, de uma forma tão humana, que o formato canção, poesia e musical casou tão bem.
Lidar com pessoas em seus diferentes tempos e ainda cultivar afeto é uma atitude tão pura e ao mesmo tempo tão forte e difícil. Puro como voz e violão. Forte e difícil como ser você sem nenhum adereço ou maquiagem como defesa. Desafiador. Mas possível.
Esse é o cinema queer de qualidade que eu tava procurando. Parabéns aos envolvidxs! (:
Sense8 - Episódio Final
4.2 343Uma celebração ao amor na sua forma mais sem amarras sociais possível.
Lana mistura tudo o que ela acredita e ela considera amor ali, inclusive a violência gore (dos filmes de ação antigos), as drogas, as raves, a música, os lugares, a arte. Tudo tem a mesma intensidade e se mistura.
É uma ode a uma forma muito própria de ver o mundo, e incrivelmente desprendida de qualquer julgamento, seja próprio, seja dos outros. A vida deveria ser uma festa em que você só vai para se divertir e estar com quem e o que se ama, seja isso o que for.
Lady Bird: A Hora de Voar
3.8 2,1K Assista Agora- Escreve com tanto amor e com tanto carinho de Sacramento.
- Só estava descrevendo-o.
- Não acha que podem ser a mesma coisa: amor e atenção?
Com Amor, Simon
4.0 1,2K Assista AgoraO meu eu jovem adulto precisava de um romance adolescente de colegial assim.
Obrigado.
Mãe Só Há Uma
3.5 408 Assista AgoraGostei muito do lance da construção da identidade. Um dia você tem um nome, uma história, dilemas. Outro dia colocam outro nome em você, e aí? E se dissessem para você que tudo o que viveu não é "real", ou que foi construído na base de uma mentira. O quanto da nossa identidade é mesmo nosso? O quanto colocaram uma identidade em nós (como é o caso do Joca, que tem uma masculinidade padrão milimetricamente moldada, em suas aulas de jiu jitsu, a parede de escalada no quarto, o gosto pelos times de futebol)? O quanto muitos pais tem mesmo essa vontade de impor uma identidade em um filho, e não aceitam a naturalidade de outro ser, que por mais que tenham gerado, não são propriedade?
Gosto muito como a Muylaert joga temas intensos em cenas corriqueiras, pois são assim que elas acontecem. Falas ao fundo, gestos singelos, olhares ocultos, pessoas na sala assistindo tv, ausências. O humano está nos detalhes.
Quando Dois Mundos Colidem
4.3 3Tive a honra de ver esse filme no forumdoc.bh 2017, com a presença do ativista Alberto Pizango, e só posso dizer que foi emocionante. Ele ressaltou a questão do desenvolvimento selvagem (afinal, selvagens somos nós, que desmatamos), e o quanto é urgente cuidar do que não é só nosso (quanto menos de um seleto grupo de pessoas), como é de todos. São dois mundos que se colidem, quando no final, deveriam estar todos na mesma luta.
Não Me Abandone Jamais
3.8 2,1K Assista AgoraQuanta sutileza na direção e na arte.
Pra quem não viu nada, sugiro não ver o trailer. Acho que a graça do filme está também em ir descobrindo a história aos poucos (e não esperem nenhum efeito Black Mirror, com grandes reviravoltas visuais e etc, pois felizmente não tem).
A dimensão e o peso da história é toda passada nos detalhes, em um olhar, em uma música, no ambiente solitário. Detalhes como:
Os entregadores de brinquedo e pessoas de fora, que tratam as crianças com um desdém enorme. Ou como os jovens abordam coisas que lhe são desconhecidas, e depois a descrença que eles passam a ter com tudo, sabendo que tudo que lhes foi contado é mentira. Ou o apego às emoções mais básicas, como o romance extremamente puro da personagem principal, inabalável com o tempo. Tudo detalhes que me passam como consequências desse contexto distópico, e que estão lá para contar a fragilidade das relações humana (ainda que estes não são tratados como tal).
Amei também o lance da história ser no passado, caiu bem no lance de ressaltar a inocência dos personagens e esse clima de solidão.
Sei lá, tenho a impressão que em uma época em que não havia internet, era mais fácil alimentar ideias isoladas e passar boatos e tudo mais, uma das problemáticas para os personagens no filme.
Aquarius
4.2 1,9K Assista AgoraAinda estou em choque! Os filmes do Kleber me deixam muito assustados, tudo parece cena de terror pra mim.
Odiei o desconforto. 5 estrelas!!!
Corpo Elétrico
3.5 216Curti o lance dos patrões e da relação de classe entre eles.
A estilista chefe do Elias, ao sair para sua viagem, passa um monte de atividades para ele, com um jeito todo impessoal, sobrecarregando o empregado de tarefas. Ao final da conversa, dá um abraço de boas festas e pede para ele descansar, que ele precisa tirar um tempo para ele (como se ele fosse ter tempo depois de toda a sobrecarga que ela mesma passou). Bem o lance patrão-empregado, que é super educado, mas que tá pouco se importando com as reais necessidades de quem explora. (Achei essa cena uma coisa bem Anna Muylaert inclusive).
O chefe do Elias, ao conversar com ele, mostrando sua indiferença com os empregados, reforçando que quem está num cargo acima não deve se preocupar ou se relacionar tão intimamente com aqueles que estão um cargo abaixo, que deve existir uma diferença clara entre trabalho e vida pessoal. Bem típico do que vemos no mercado. O mesmo chefe que vai agradecer aos empregados pelas horas extras, fingindo cordialidade, vasculha as bolsas dos empregados ao sair.
Muito linda essa representação da classe "operária/chão de fábrica" que se ajuda, não em termos de trabalho, mas em termos afetivos. Amei muito a representação do Elias como a pessoa que não se importa em crescer na vida, ou em ouvir os patrões, mas sim em estar com as pessoas. Inclusive achei essa uma representação comum de alguns gays, que vivem sozinhos e fora de casa, e que muitas vezes não se sentem representados nesses moldes de trabalho ditos comum, e que longe de tudo e de todos, encontram alento nessas relações. Não é a toa a solidão do Elias, e como essa solidão pode estar interligada com esse comportamento (essa forma dele de ser mais afetivo com todos). Deveríamos nos importar mais com as nossas voltas do ônibus pra casa, nossa pelada, nossas festas de reveillon, nossas conversas informais, e menos, bem menos, com o que os nossos chefes vão pensar de nós.
Tatuagem
4.2 923colorido igual carnaval
quente feito recife
e que esse calor e essa fervura dessa terra de cinema tão belo e humanamente subversivo se alastrem por esse país, que continua tão cinza e frio
e que as consequências do tecnicismo da ordem e do progresso sejam sugados pelos desejos ardentes de amor e liberdade da ficção e da filosofia
Programa de Proteção Para Princesas
2.8 395 Assista Agorafilme de princesa super adolescente que valoriza amizade em família, entre vizinhos, na escola, e a menina ainda dá um fora no "príncipe" no final. fofo!
Perdido em Marte
4.0 2,3K Assista Agoratem mais participação especial que muppets esse filme
Homem-Formiga
3.7 2,0K Assista AgoraSó a cena da
zona quântica