Videoarte seminal em cultura contemporânea. Constrói uma linha histórica dos sequestros de aviões, retratando como a paranóia televisiva e política alimentou a crescente violência dessas ações. O melhor pra mim é que o Johan insere no meio dessa cronologia suas impressões sobre coisas banais e superficialmente filosóficas, sempre interrompidas por algum sequestro/desastre, quase como um indício da crescente fragmentação das narrativas contemporâneas. Vale dizer que essa obra virou sensação no começo do século por ter "previsto" o 9/11 e suas consequências pra cultura e geopolítica do nosso mundinho capenga.
Dá pra ver como esse filme teve uma larga influência no camp estadunidense. Rocky Horror viria só cinco anos depois, e eu não consigo tirar da cabeça que a Anna Faris (do bem-sucedido Todo Mundo em Pânico) tem uma atuação parecidíssima com a da protagonista. O exagero no jeito hiponga de falar ficou muito engraçado, e a cena do Rolls-Royce é eterna pra mim. Mas eu senti que, apesar da paródia, o filme recaiu em alguns estereótipos negativos de comportamentos sexuais, principalmente o destino clássico dos
. O diretor tenta contornar isso com a narração final em tom de ironia, meio PROERD meio CHRIST, mas o dano pra mim já tava feito. Um cult, claro, mas bastante incompleto em sua mensagem. No mais, pontos pro figurino do filme, as perucas e cortes são copiados até hoje por dragqueens por aí.
A animação do primeiro Gojira é um tanto trash e me desanimou de cara, mas ainda bem que eu botei de novo pra ver. O filme surpreende bastante. Os personagens são bem dosados, não dominam tanto a história como em filmes mais ocidenteis. Aliás o posicionamento do filme quanto aos EUA deixa bem claro a distância que estamos da 'outra' saga do Godzilla, em quase todos os aspectos. Pontos também pros cortes rápidos e pra trilha sonora (praticamente sequestrada do Evangelion) que conseguiu deixar enérgico um filme sobre tragédia.
Boa adaptação, conseguiu sair bem do João e Maria infantil e bonitinho. Que é a intenção original dos Irmãos Grimm, né? A direção de arte é ótima, ambientação e fotografia principalmente. Só faltou clareza no enredo e um pouco mais de personalidade no terror, que acabou ficando mais no suspense que qualquer outra coisa. Um aceno morno pro A Bruxa.
Documentário obrigatório de geopolítica. Tendo em vista que grande parte do filme se passa num quarto de hotel, a filmagem da Laura me impressionou bastante. A iluminação clara e os quadros lentos lembram Vermeer, e botam Snowden quase como um puritano. Uma boa caracterização de alguém que não me parece ser dos mais fáceis. Também gostei do protagonismo que ela deu ao Brasil e ao Glenn. Apesar dos inquéritos brasileiros não terem dado em nada (e recentemente tivemos aquele odiento dossiê antifascista por parte do Governo Bolsonaro, não vamos esquecer), é bom lembrar que o Brasil ainda é um refúgio para exilados políticos. Dá um gosto de esperança. Nota 5.
No fim, diria que é mais um documentário sobre vulcanólogos que sobre vulcões. A fotografia é primorosa, apesar de eu achar que a coroa do filme são as filmagens da Katia e do Maurice Krafft que o Herzog reproduziu. A narração é sofrida demais, acaba com o brilho de algumas filmagens pra mim. Pontos pelos arqueólogos sempre malucos, que eu adoro.
Transformar clássicos como Fausto, Dorian Gray e Fantasma da Ópera em um filme de referências pop com aquela estilização kitsch dos 70' não é pra poucos. Acho que a única coisa que me incomodou foi a romantização excessiva do Winslow. Ingênuo demais, dá raiva.
Reencenação dramática de momentos-chave da dinastia. Tem aquele irritante voice-over sussurrado que documentaristas achavam obrigatório em filmes históricos, mas é só um detalhe comparado à dimensão desse projeto pedagógico incrível.
Curioso como as pessoas acham que documentários sobre drogas não podem ser divertidos. Como se as drogas precisassem de um objetivo moral e elevado, enriquecedor, e o resto do mundo, não. Ou como se a apologia às drogas precisasse de justificativa séria e circunstanciada, e a proibição, não. Ou também como se, pela seriedade dos efeitos, as drogas não pudessem ser experimentadas ou comentadas de maneira leve, casual. Sempre tem de ser informativo, científico, aprofundado, correto, acadêmico, isolado, embasado, imparcial. Eu ein. Pelo que me lembre do filme, existem vários relatos de badtrip e de experiências enriquecedoras, pralém do bom e velho ficar chapado vendo dragão. Inclusive, lembro de boas dicas de diminuição de danos recheando o pacote. Foi viagem minha? Ou o povo comentando aqui dormiu?
Enredo surpreendentemente atual, com metalinguagem de gênero e representatividade feminina. Teve momentos de brilhantismo, mas no geral é um filme agradável.
Achei um pouco ingênuo do ponto de vista documental, em confiar integralmente no relato de poucas pessoas pra descrever uma vida inteira. Fora isso o filme é sensacional. Ponto pros vídeos em primeira pessoa que dão sustentação aos relatos.
Todos os filmes que vi do Dupieux têm um estilo consolidado e um argumento excelente, mas não entregam um bom andamento. Esse, que lembra um Magnólia metalinguístico tamanha a qualidade do tema, começa absurdo e termina fantástico, mas o meio do filme é um enrosco danado. Ainda acho que o Dupieux emplaca um clássico surrealista, mas esse ainda não é.
Claro que é um filme arrastado aos padrões de hoje em dia, mas nossa, de pensar que é um mockumentary da época do Patricinhas de Beverly Hills dá pra perceber que foi uma comédia subestimada. Antes mesmo de Miss Sunshine... A única coisa que me incomodou mesmo foi o roteiro perdido.
Fraco demais... É Startrek reduzido a uma fórmula: personagens aclichêzados, reações previsíveis, bom-samaritanismo afetado. E o vilão? O próprio estereótipo.
Ótimo. Deixa um pouco a desejar no andamento, mas a fotografia e a direção de arte são esplêndidas. Também é um pouco irritante essa tendência a deixar tudo óbvio, como chamar os personagens de Branco e Preto, a repetição da palavra Justiça, Verdade, Amor... coisas de nicho do anime, que cabe compreensão. Até porque, sem essa marcação cerrada na filosofia moral do filme, é bem capaz que ele fosse rotulado em algum subgênero obscuro de alienígenas e adolescentes. Por sinal, muito sensível e correto em psicologia infantil e em rehabilitação social, consigo facilmente imaginar ele, junto de Gummo e afins, sendo exibido em salas de aula universitárias. É o que eu faria, pelo menos.
Mediano, um tanto desconexo... As interações do pistoleiro parecem aleatórias, alguns personagens centrais chegam a ter três frases e morrem bestamente. E o duelo final é risível, sinceramente... Eu sei que a ideia é ser spaguetti, mas denotar dinamite só pra fazer entrada? Bleh. Van Cleef fez falta aqui.
Dial H-I-S-T-O-R-Y
4.1 1 Assista AgoraVideoarte seminal em cultura contemporânea. Constrói uma linha histórica dos sequestros de aviões, retratando como a paranóia televisiva e política alimentou a crescente violência dessas ações. O melhor pra mim é que o Johan insere no meio dessa cronologia suas impressões sobre coisas banais e superficialmente filosóficas, sempre interrompidas por algum sequestro/desastre, quase como um indício da crescente fragmentação das narrativas contemporâneas. Vale dizer que essa obra virou sensação no começo do século por ter "previsto" o 9/11 e suas consequências pra cultura e geopolítica do nosso mundinho capenga.
De Volta ao Vale das Bonecas
3.4 33Dá pra ver como esse filme teve uma larga influência no camp estadunidense. Rocky Horror viria só cinco anos depois, e eu não consigo tirar da cabeça que a Anna Faris (do bem-sucedido Todo Mundo em Pânico) tem uma atuação parecidíssima com a da protagonista. O exagero no jeito hiponga de falar ficou muito engraçado, e a cena do Rolls-Royce é eterna pra mim. Mas eu senti que, apesar da paródia, o filme recaiu em alguns estereótipos negativos de comportamentos sexuais, principalmente o destino clássico dos
LGBTs mortos
Shin Godzilla
3.6 154 Assista AgoraA animação do primeiro Gojira é um tanto trash e me desanimou de cara, mas ainda bem que eu botei de novo pra ver. O filme surpreende bastante. Os personagens são bem dosados, não dominam tanto a história como em filmes mais ocidenteis. Aliás o posicionamento do filme quanto aos EUA deixa bem claro a distância que estamos da 'outra' saga do Godzilla, em quase todos os aspectos. Pontos também pros cortes rápidos e pra trilha sonora (praticamente sequestrada do Evangelion) que conseguiu deixar enérgico um filme sobre tragédia.
Maria e João: O Conto das Bruxas
2.6 527Boa adaptação, conseguiu sair bem do João e Maria infantil e bonitinho. Que é a intenção original dos Irmãos Grimm, né? A direção de arte é ótima, ambientação e fotografia principalmente. Só faltou clareza no enredo e um pouco mais de personalidade no terror, que acabou ficando mais no suspense que qualquer outra coisa. Um aceno morno pro A Bruxa.
Mentira Incondicional
2.7 351 Assista AgoraRuim, ein? Nem um pouco crível, igual a Gone Girl.
Os Irmãos Willoughbys
3.5 153 Assista AgoraUm Desventuras em Série mal adaptado..
Cidadãoquatro
4.2 146Documentário obrigatório de geopolítica. Tendo em vista que grande parte do filme se passa num quarto de hotel, a filmagem da Laura me impressionou bastante. A iluminação clara e os quadros lentos lembram Vermeer, e botam Snowden quase como um puritano. Uma boa caracterização de alguém que não me parece ser dos mais fáceis. Também gostei do protagonismo que ela deu ao Brasil e ao Glenn. Apesar dos inquéritos brasileiros não terem dado em nada (e recentemente tivemos aquele odiento dossiê antifascista por parte do Governo Bolsonaro, não vamos esquecer), é bom lembrar que o Brasil ainda é um refúgio para exilados políticos. Dá um gosto de esperança. Nota 5.
Visita ao Inferno
4.0 39 Assista AgoraNo fim, diria que é mais um documentário sobre vulcanólogos que sobre vulcões. A fotografia é primorosa, apesar de eu achar que a coroa do filme são as filmagens da Katia e do Maurice Krafft que o Herzog reproduziu. A narração é sofrida demais, acaba com o brilho de algumas filmagens pra mim. Pontos pelos arqueólogos sempre malucos, que eu adoro.
O Fantasma do Paraíso
3.8 104Transformar clássicos como Fausto, Dorian Gray e Fantasma da Ópera em um filme de referências pop com aquela estilização kitsch dos 70' não é pra poucos. Acho que a única coisa que me incomodou foi a romantização excessiva do Winslow. Ingênuo demais, dá raiva.
O Incrível Mágico Burt Wonderstone
3.0 364 Assista AgoraMediano. O Jim Carrey como Criss Angel tá muito engraçado. Pena que só isso se destaca num filme bem sessão da tarde.
Caravaggio
3.5 64Tilda né?
Medici: Godfathers of the Renaissance
4.0 1Reencenação dramática de momentos-chave da dinastia. Tem aquele irritante voice-over sussurrado que documentaristas achavam obrigatório em filmes históricos, mas é só um detalhe comparado à dimensão desse projeto pedagógico incrível.
Maior Viagem: Uma Aventura Psicodélica
3.7 76Curioso como as pessoas acham que documentários sobre drogas não podem ser divertidos. Como se as drogas precisassem de um objetivo moral e elevado, enriquecedor, e o resto do mundo, não. Ou como se a apologia às drogas precisasse de justificativa séria e circunstanciada, e a proibição, não. Ou também como se, pela seriedade dos efeitos, as drogas não pudessem ser experimentadas ou comentadas de maneira leve, casual. Sempre tem de ser informativo, científico, aprofundado, correto, acadêmico, isolado, embasado, imparcial. Eu ein.
Pelo que me lembre do filme, existem vários relatos de badtrip e de experiências enriquecedoras, pralém do bom e velho ficar chapado vendo dragão. Inclusive, lembro de boas dicas de diminuição de danos recheando o pacote. Foi viagem minha? Ou o povo comentando aqui dormiu?
Terror Nos Bastidores
3.4 448 Assista AgoraEnredo surpreendentemente atual, com metalinguagem de gênero e representatividade feminina. Teve momentos de brilhantismo, mas no geral é um filme agradável.
McQueen
4.2 14 Assista AgoraAchei um pouco ingênuo do ponto de vista documental, em confiar integralmente no relato de poucas pessoas pra descrever uma vida inteira. Fora isso o filme é sensacional. Ponto pros vídeos em primeira pessoa que dão sustentação aos relatos.
Réalité
3.9 9Todos os filmes que vi do Dupieux têm um estilo consolidado e um argumento excelente, mas não entregam um bom andamento. Esse, que lembra um Magnólia metalinguístico tamanha a qualidade do tema, começa absurdo e termina fantástico, mas o meio do filme é um enrosco danado. Ainda acho que o Dupieux emplaca um clássico surrealista, mas esse ainda não é.
007 Contra GoldenEye
3.6 269 Assista AgoraMarca um ápice e um esgotamento da série pra mim..
Linda de Morrer
3.4 34Claro que é um filme arrastado aos padrões de hoje em dia, mas nossa, de pensar que é um mockumentary da época do Patricinhas de Beverly Hills dá pra perceber que foi uma comédia subestimada. Antes mesmo de Miss Sunshine... A única coisa que me incomodou mesmo foi o roteiro perdido.
Jornada nas Estrelas: Insurreição
3.3 50 Assista AgoraFraco demais... É Startrek reduzido a uma fórmula: personagens aclichêzados, reações previsíveis, bom-samaritanismo afetado. E o vilão? O próprio estereótipo.
Tekkonkinkreet
4.3 86Ótimo. Deixa um pouco a desejar no andamento, mas a fotografia e a direção de arte são esplêndidas. Também é um pouco irritante essa tendência a deixar tudo óbvio, como chamar os personagens de Branco e Preto, a repetição da palavra Justiça, Verdade, Amor... coisas de nicho do anime, que cabe compreensão. Até porque, sem essa marcação cerrada na filosofia moral do filme, é bem capaz que ele fosse rotulado em algum subgênero obscuro de alienígenas e adolescentes. Por sinal, muito sensível e correto em psicologia infantil e em rehabilitação social, consigo facilmente imaginar ele, junto de Gummo e afins, sendo exibido em salas de aula universitárias. É o que eu faria, pelo menos.
Por um Punhado de Dólares
4.2 421 Assista AgoraMediano, um tanto desconexo... As interações do pistoleiro parecem aleatórias, alguns personagens centrais chegam a ter três frases e morrem bestamente. E o duelo final é risível, sinceramente... Eu sei que a ideia é ser spaguetti, mas denotar dinamite só pra fazer entrada? Bleh. Van Cleef fez falta aqui.
Alice Ou a Última Fuga
4.0 31Amei! Impressionante o que conseguiram fazer com dez atores, uma casa e um carro. Um bom enredo é rei.
Viagens Alucinantes
3.7 186Boa premissa e enredo, mas meu deus do céu como o final é ruim.
Tutankhamun: The Truth Uncovered
1Especulativo demais... Tem nada de "verdade descoberta" não.