Creio que não por acaso a diretora escolheu por esse caminho. Acho que entregar de bandeja toda a carga que uma mãe solo carrega, tanto emocional quanto física seria muito fácil para espectadores que não são mulheres e tampouco mães. Se enxergar em uma situação estenuante de livre arbítrio é tarefa difícil, mas conseguido nesse curta, vejo que é possível entender parte do esgotamento que uma jovem na flor da idade passa, vivendo em um mundo sem sociabilidade, sem romance, sem nada que não seja a obrigação inerente de criar seus filhos. Isso tudo, obviamente, atrelado ao fato do total abandono/negligência do(s) genitor(es) masculinos. Este é um filme para livrar-se de julgamentos e moralismos e definitivamente te tirar da zona de conforto.
Um verdadeiro espetáculo a nível de argumentações. Confesso que não esperava algo tão surpreendendo e, de fato, os entrevistados levantaram pontos excepcionais que revelam, em muito, a postura ainda hoje conservadora das próprias frentes e partidos esquerdistas que se limitam a não incluir um protagonismo (e até mesmo pautas!) que sejam de fato inclusivas aos LGBT´s. Enquanto não tratarmos de maneira séria e efetiva todas as segmentações afim de que sejam tratadas de forma equalitária, tal qual se prega a revolução, nossa luta não irá a lugar algum! Achei interessantíssimos todos os pontos de vista, ainda que não tenha concordado em muito com a argumentação do homossexualismo ter como inimigo a classe burguesa. Neste ponto, creio que tenha sido construído um ponto um pouco reducionista. Não que a burguesia não seja uma representante do conservadorismo, contudo, essa prática foi herdada pela burguesia e não construiída por ela. Os valores intrinsícos a tal já vem de longa data, desde a formulação da estrutura familiar por meio da instituição da propriedade privada, conforme Engels.
É um documentário que de antemão já gera um incomodo gigantesco pela suposta hostilidade do entrevistado. Contudo, é exatamente aí que reside a genialidade do mesmo, tornando-se um manifesto visceral de um literato negro, estadunidense, que se viu forçado a migrar para a Europa a fins de desenvolver o seu talento em trabalho, coisa que basicamente lhe foi negada em sua terra natal. É de uma característica brutal que na breve entrevista compilada, seu trabalho como escritor foi completamente suprimido para se traduzir em uma ferramenta de conscientização acessível e sucinta na sua mensagem, tendo em vista que o espectador acabe por notar este fato e não o interprete de forma equivocada como um “escritor sendo arrogante”.
Uma breve demonstração de mais uma das perseguições e preconceitos que novamente os indígenas tiveram de vivenciar, além da própria situação delicada que a pandemia traz de pressuposto.
Breve curta que retrata a relação do indígena com a natureza em busca de suas raízes e ervas medicinais. Vale verificar a intimidade e conexão que os mesmos tem com as plantas e seus conhecimentos, fazendo-se quase como um ser uno de fato.
Funciona como um documental refletindo, ainda que de forma insípeda, o que foi a transição da conquista da educação de nível superior para as mulheres, fenômeno que iniciou sua disseminação especialmente na década de 1960. Vale lembrar que previamente a essa época, eram poucas as mulheres que de fato se formavam em ciências específecas; a grande parte delas seguia o ramo de pedagogia e outras licenciatuaras consideradas "para mulheres". De toda forma, essa revolução ainda não se cravou como universal. O filme retrata uma realidade exclusivamente europeia, de forma bem descompromissada, e o mais importante, sem se livrar da amarra discursiva galgada na dependência dos homens, ainda que de forma sutil. Atualmente, a fins de se utilizá-lo como embasamento crítico contemporâneo, ele falharia tragicamente.
O filme gravado boa parte em primeiríssimo plano e com câmera móvel gera um incômodo quase inerente e intencional por parte das cineastas, onde desejam expressar a ameaça a todos os momentos. Também adorei as metáforas utilizadas.
Dentre muitas reflexões levantadas, uma em especial me chamou a atenção e que héteros dificilmente tem a percepção: os espaços geográficos mesmo que constituídos das mesmas técnicas e supostamente habitados e vividos por pessoas de uma mesma sociedade tem suas diferenças normativas. A distinção entre a Augusta, por exemplo, e qualquer outro canto da cidade para um LGBT é brutal e basicamente acaba se transformando em um fator comportamental.
Foi um minidoc relevante e pontual para o momentos que vivemos, considerando tanto o cenário pandêmico quanto o sucateamento dos direitos trabalhistas (ainda existe algum?!). Creio que o seu formato o torna acessível para qualquer público, até mesmo para os não entuasiastas de documentários, mas de fato ainda fica faltando aquela crítica a mais, aquilo que de fato tocaria na chave do problema. Gostei, mas valeria um aprofundamento.
Um dos minidocumentários mais primorosos que já assisti. A delicadeza e sobriedade com os quais Agnes Varda aborda sua experiência no país são dignas de enaltecimento. Não fazia ideia da influência cultural francesa ali, mas parando para pensar realmente faz muito sentido devido à proximidade com o Haiti. É inevitável a vontade de “ir pra Cuba” já durante o filme mesmo!
Uma excelente exposição da vida universitária por parte de Rohmer. Tive grande privilégio de poder vivenciar um pouco disso no convívio da Cidade Universitária que nota-se grandes similaridades. Deu até saudade dessa época!
, não me deixou insatisfeito com seu desfecho. Creio que sua concepção tenha sido muito mais voltada à exposição de um dia de perrengue na periferia do que qualquer outra coisa.
Curtas muito curtas eu tenho um certo problema pra imergir, pois quando vejo já acabou. Ainda assim, não vou negar o certo charme que este logrou, especialmente por se tratar especificamente de escadas.
Interessantíssimo a linguagem poética que Varda consegue emplacar ao longo deste curta. Em muitos momentos fica parecendo que o diálogo são das próprias construções em constante movimento e transição.
Que maravilha ter a oportunidade de conhecer mais um talentoso artista nacional que não teve reconhecimento/oportunidade em sua terra natal. Nunca é tarde de trazermos à tona nossa riquíssima história musical.
É um curta contundente da ação direta baseado nos acontecimentos recentes dos Coletes Amarelos na França em 2019. As mensagens são muito boas, como obra é legal e traz certo fulgor para nosso espírito revolucionário, mas cai no descaso com o pensamento crítico e nos induz a pensar que a revolução é meramente alcançada por meio do acaso levando as massas a se mobilizarem por meios entrópicos, ilusão esta que Lenin já nos alertou há um século atrás.
Wasp
4.0 17Creio que não por acaso a diretora escolheu por esse caminho.
Acho que entregar de bandeja toda a carga que uma mãe solo carrega, tanto emocional quanto física seria muito fácil para espectadores que não são mulheres e tampouco mães.
Se enxergar em uma situação estenuante de livre arbítrio é tarefa difícil, mas conseguido nesse curta, vejo que é possível entender parte do esgotamento que uma jovem na flor da idade passa, vivendo em um mundo sem sociabilidade, sem romance, sem nada que não seja a obrigação inerente de criar seus filhos. Isso tudo, obviamente, atrelado ao fato do total abandono/negligência do(s) genitor(es) masculinos.
Este é um filme para livrar-se de julgamentos e moralismos e definitivamente te tirar da zona de conforto.
Incident by a Bank
3.4 4É isso. Nada demais.
O F.H.A.R. (Frente Homossexual de Ação Revolucionária)
4.5 4Um verdadeiro espetáculo a nível de argumentações. Confesso que não esperava algo tão surpreendendo e, de fato, os entrevistados levantaram pontos excepcionais que revelam, em muito, a postura ainda hoje conservadora das próprias frentes e partidos esquerdistas que se limitam a não incluir um protagonismo (e até mesmo pautas!) que sejam de fato inclusivas aos LGBT´s.
Enquanto não tratarmos de maneira séria e efetiva todas as segmentações afim de que sejam tratadas de forma equalitária, tal qual se prega a revolução, nossa luta não irá a lugar algum!
Achei interessantíssimos todos os pontos de vista, ainda que não tenha concordado em muito com a argumentação do homossexualismo ter como inimigo a classe burguesa. Neste ponto, creio que tenha sido construído um ponto um pouco reducionista. Não que a burguesia não seja uma representante do conservadorismo, contudo, essa prática foi herdada pela burguesia e não construiída por ela. Os valores intrinsícos a tal já vem de longa data, desde a formulação da estrutura familiar por meio da instituição da propriedade privada, conforme Engels.
Véronique et son cancre
3.4 4Esse menino tem grandes argumentos mesmo!
A Padeira do Bairro
3.9 24 Assista AgoraCurto e certeiro!
Rohmer aqui conseguiu sintetizar em poucas cenas a situação que quase todas as pessoas passam, e de ambos os lados!
Meeting the Man: James Baldwin in Paris
4.0 20É um documentário que de antemão já gera um incomodo gigantesco pela suposta hostilidade do entrevistado. Contudo, é exatamente aí que reside a genialidade do mesmo, tornando-se um manifesto visceral de um literato negro, estadunidense, que se viu forçado a migrar para a Europa a fins de desenvolver o seu talento em trabalho, coisa que basicamente lhe foi negada em sua terra natal.
É de uma característica brutal que na breve entrevista compilada, seu trabalho como escritor foi completamente suprimido para se traduzir em uma ferramenta de conscientização acessível e sucinta na sua mensagem, tendo em vista que o espectador acabe por notar este fato e não o interprete de forma equivocada como um “escritor sendo arrogante”.
Mulheres Fulni-ô na Pandemia
3.0 1Uma breve demonstração de mais uma das perseguições e preconceitos que novamente os indígenas tiveram de vivenciar, além da própria situação delicada que a pandemia traz de pressuposto.
Txhleka Fale Comigo
4.0 1Breve curta que retrata a relação do indígena com a natureza em busca de suas raízes e ervas medicinais. Vale verificar a intimidade e conexão que os mesmos tem com as plantas e seus conhecimentos, fazendo-se quase como um ser uno de fato.
A Modern Coed
3.1 1Funciona como um documental refletindo, ainda que de forma insípeda, o que foi a transição da conquista da educação de nível superior para as mulheres, fenômeno que iniciou sua disseminação especialmente na década de 1960. Vale lembrar que previamente a essa época, eram poucas as mulheres que de fato se formavam em ciências específecas; a grande parte delas seguia o ramo de pedagogia e outras licenciatuaras consideradas "para mulheres".
De toda forma, essa revolução ainda não se cravou como universal. O filme retrata uma realidade exclusivamente europeia, de forma bem descompromissada, e o mais importante, sem se livrar da amarra discursiva galgada na dependência dos homens, ainda que de forma sutil.
Atualmente, a fins de se utilizá-lo como embasamento crítico contemporâneo, ele falharia tragicamente.
Industrial Soundscape
2.8 1Uma tentativa de se fazer música atrelada à paisagem industrial.
Nada imperdível na minha opinião.
Menarca
3.4 5O filme gravado boa parte em primeiríssimo plano e com câmera móvel gera um incômodo quase inerente e intencional por parte das cineastas, onde desejam expressar a ameaça a todos os momentos.
Também adorei as metáforas utilizadas.
A cabeça cortada pouco antes do clímax já dá a dica do que virá a seguir.
Ótimo!
Acesso
4.1 2Dentre muitas reflexões levantadas, uma em especial me chamou a atenção e que héteros dificilmente tem a percepção: os espaços geográficos mesmo que constituídos das mesmas técnicas e supostamente habitados e vividos por pessoas de uma mesma sociedade tem suas diferenças normativas. A distinção entre a Augusta, por exemplo, e qualquer outro canto da cidade para um LGBT é brutal e basicamente acaba se transformando em um fator comportamental.
Pandelivery - Quantas Vidas Vale o Frete Grátis?
3.8 2Foi um minidoc relevante e pontual para o momentos que vivemos, considerando tanto o cenário pandêmico quanto o sucateamento dos direitos trabalhistas (ainda existe algum?!).
Creio que o seu formato o torna acessível para qualquer público, até mesmo para os não entuasiastas de documentários, mas de fato ainda fica faltando aquela crítica a mais, aquilo que de fato tocaria na chave do problema.
Gostei, mas valeria um aprofundamento.
Saudações, Cubanos!
4.4 35 Assista AgoraUm dos minidocumentários mais primorosos que já assisti.
A delicadeza e sobriedade com os quais Agnes Varda aborda sua experiência no país são dignas de enaltecimento. Não fazia ideia da influência cultural francesa ali, mas parando para pensar realmente faz muito sentido devido à proximidade com o Haiti.
É inevitável a vontade de “ir pra Cuba” já durante o filme mesmo!
Últimos Fragmentos do Inverno
3.3 1Lindo demais, uma fotografia extremamente sensível que por si só já vale uma nota 10!
Nadja em Paris
3.9 7Uma excelente exposição da vida universitária por parte de Rohmer.
Tive grande privilégio de poder vivenciar um pouco disso no convívio da Cidade Universitária que nota-se grandes similaridades.
Deu até saudade dessa época!
Rã
3.5 13Uma experiência inusitada e satisfatória.
Ainda que o curta fique devendo o clímax
Creio que sua concepção tenha sido muito mais voltada à exposição de um dia de perrengue na periferia do que qualquer outra coisa.
Você Tem Belas Escadarias, Sabia?
3.6 10Curtas muito curtas eu tenho um certo problema pra imergir, pois quando vejo já acabou. Ainda assim, não vou negar o certo charme que este logrou, especialmente por se tratar especificamente de escadas.
Prazer Amoroso no Irã
3.7 10Interessantíssimo a linguagem poética que Varda consegue emplacar ao longo deste curta.
Em muitos momentos fica parecendo que o diálogo são das próprias construções em constante movimento e transição.
Do Lado da Riviera
4.1 19 Assista AgoraUma grande produção documental com forte viés geográfico, como não poderia deixar de ser dada sua premissa.
Muitíssimo interessante!
Scenes with Beans
4.0 7Um incrível exercício de abstração!
Viva Volta
3.4 2Que maravilha ter a oportunidade de conhecer mais um talentoso artista nacional que não teve reconhecimento/oportunidade em sua terra natal. Nunca é tarde de trazermos à tona nossa riquíssima história musical.
A História da Revolução
4.0 1É um curta contundente da ação direta baseado nos acontecimentos recentes dos Coletes Amarelos na França em 2019.
As mensagens são muito boas, como obra é legal e traz certo fulgor para nosso espírito revolucionário, mas cai no descaso com o pensamento crítico e nos induz a pensar que a revolução é meramente alcançada por meio do acaso levando as massas a se mobilizarem por meios entrópicos, ilusão esta que Lenin já nos alertou há um século atrás.
L'Heure de L'Ours
3.1 4Animação curtinha, sem diálogos e que consegue dizer muito com tão pouco.