Filme muito interessante e com produção bem acabada. Talvez o maior problema seja o roteiro, pois devido a sua fragmentação e necessidade de passagem de tempo constante, a direção não soube explorar muito bem essa questão na edição e colocou fades demais. Fica cansativo termos a tela escura o tempo todo. Mas é um filme que mantém boa regularidade, as interpretação são corretas, sem grandes destaques e a direção de arte fez um belo trabalho. Um bom filme!
Boas interpretações e belas cenas de ação nas corridas. É interessante visitar a romântica F1 dos anos 70, que, de acordo com o próprio filme, morriam vários corredores nas temporadas. Todo este ambiente é muito bem reconstituído e a direção de arte não pouco esforços nesse sentido. Bruhl, que é um ator diferenciado e já vem mostrando isso desde Salvador, consegue impor dramaticidade extra à vida de Niki Lauda. No entanto, em determinado momento do filme não há muito mais o que mostrar e há uma "barriga" no roteiro que o faz perder força. Talvez o tempo excessivo tenha sido o grande problema do filme, com meia hora mesmo teria conseguido mostrar o que pretendia. Apesar de ser um bom filme, não chega aos pés do documentário sobre Ayrton Senna, este sim, daria um filme incrível, Infelizmente a família de Senna não pretende que certo aspectos de sua vida seja expostas para que ele continue sendo um mito, assim, temos o grande piloto que jamais será superado!
Belíssima história! O roteiro é um primor, pois consegue explorar ao máximo os sentimentos sem ser piegas. Não é uma história de amor comum que ocorre na infância, é algo mais, pois a proposta da direção extrapola o realismo e o mescla com algo distinto, mas de grande potencial para envolver o espectador. As interpretações parecem estranhas inicialmente, mas logo se adequam completamente à proposta do filme. A direção é precisa e constrói um cenário de beleza sem igual. Grandes atores fazendo personagens sem glamour e extremamente verdadeiros. As crianças são um show a parte, agem com uma naturalidade e, ao mesmo tempo, um desencanto pela vida que assusta. O olha dos dois é algo marcante. A direção de arte dá show, uma beleza que invade a tela e pontua a trama. Enfim, um filme para ver e rever muitas vezes!
Um filme comum, que não empolga. O roteiro é um apanhando de várias lições que, requentadas, surgem nestes personagens. O problema é que o filme não inova em nada e ainda vai ficando cansativo com o transcorrer. Os personagens não são cativantes quanto Carros e, com certeza, será um filme a ser esquecido. Evidentemente que no aspecto técnico o filme é impecável, mas parece que as pessoas precisam mais do que voz de Ivete Sangalo e 3D, é necessário uma trama interessante, e, neste caso, faltou completamente.
Talvez o filme até tenha uma proposta boa, no entanto, desde o estilo de interpretação das atriz (Ohana naturalista e Giácomo completamente histriônico) até a pobreza na reconstituição de época fazem com que vá perdendo sua qualidade. Discutir a importância da telenovela na cultura brasileira parece perfeito e isso ser feito na vida de uma prostituta, uma sacada e tanto, mas para por aí. Há uma secessão de personagens que entram na trama somente para justificar pequenas passagens da vida de Ohana e não têm função. Isso sim, lembra algumas novelas de baixa qualidade em que os autores lançam mão de personagens para consertar a trama. Neste caso, para um roteiro cinematográfico, torna-se muito precário. O filme da personagem de Ohana é uma piada, seja pela baixa qualidade de interpretação ator, seja pela besteira com que é tratada sua homossexualidade. Os avós dele são outros personagens de melodrama pobre e o final, esse sim, uma porcaria. A cena final dos dois merecia uma Framboesa! Ainda temos o personagem de Solano que não serve para absolutamente nada. Cria-se uma função estúpida para justificar a personagem do filho de Ohana, mas acaba sendo tão banal e lugar comum que cansa o espectador. Por fim, até o movimento revolucionário da época acaba se tornando piada em si mesmo. A cara de "malvado" de Nero é de tirar risos de qualquer pessoa. Talvez o diretor use a máxima rodriguiana de que "não basta ser honesta, tem de parecer honesta", nesta caso, adaptada para "não basta ser malvado, tem de parecer malvado". Patético. E que pobreza esta direção de arte. Na ausência de recursos, optou por fazer quase todas as cenas dentro de carros, mas com filmagem tecnicamente questionável. Enfim, um filme que deixa muito a desejar!
Infelizmente o filme vai sumindo conforme se desenvolve. A cena inicial, com o encontro do casal recém-separado é sufocante, a densidade criada pelos diálogos é algo que dificilmente conseguimos encontrar. Wagner Moura e Mariana Lima dão um show na cena... e não para por aí, o encontro dos dois no consultório também é algo incrível. Mas não sobre esse relacionamento que o o filme iria tratar num primeiro plano. Evidentemente que esse é o fato que desencadeia toda a situação problema, mas depois se transforma num road movie e a entrada e saída de personagens não acrescenta muito à trama. Temos bons coadjuvantes, belíssima fotografia, mas quanto mais o filme se afasta da relação entre marido e mulher e entra numa busca desenfreada pelo filho, mais ele vai enfraquecendo. Mesmo a relação problemática do personagem de Moura com o pai é algo insuficiente para desencadear tudo que vem pela frente... falta subsídio para aceitarmos essa força que é dada à relação dos dois. Parece que em algum momento a direção se envolve demais com o visual do filme e suas escolhas enfraquecem a trama central. A personagem de Mariana Lima fica esquecida... Por fim, parece que tudo que foi prometido numa primeira cena inesquecível, se acaba... Ah, e que trilha!!! Essa sim é de uma dramaticidade ímpar!
Uma grande decepção. Scott "engana" o espectador quando constrói a estética de Alien e promete que teremos um filme de suspense daquele calibre, mas logo vai se perdendo com a fragilidade do roteiro e a interpretação completamente equivocada de Rapace. Sua personagem é uma caricatura, assim como muito outros, inclusive de Theron. O filme tenta se segurar no aspecto estético, que é de qualidade ímpar, e nos efeitos especiais, no entanto, como já vivos em inúmeras outras situações, com um roteiro tão fraco, não foi possível. Scott errou de modo grosseiro!
O que deve ser destacado neste filme é apenas a interpretação de Phoenix, que destoava dos demais, contudo, os demais aspectos são muito fracos. Temos um roteiro fraco, uma direção imprecisa e personagens sem qualquer brilho. Talvez o mais interessante dos coadjuvantes Perry, que já demonstrava sua verve cômica. Exceto por isso, mais nada merece destaque. Da filmografia de Phoenix, este é um filme que poderia ter sido esquecido. Fraco, muito fraco!
Cinema simples e que procura, de modo indireto, ressaltar os "valores cubanos" impregnados nas crianças que vivem alheias ao modelo capitalista. O mais interessante no filme é que começa com uma "exaltação" à vida dos cubanos que mudaram seu status sócio-econômico. Vemos uma Cuba com pessoas andando de carro importando, viajando para o exterior, etc. Uma família que talvez fuja da imagem que constantemente temos de Cuba. Mas daí, o roteiro, de forma magistral e simples, consegue levar o espectador a adentrar no universo daqueles que moram na favela e que não, necessariamente, necessitam das modernidades (representada no PlayStation). Mas a direção não demoniza a modernidade, apenas mostra. Daí a qualidade do filme ganha, e muito. Também, por foca a trama na vida dos meninos, gera uma empatia quase que imediata. Não é um filme que se destaque por aspectos técnicos, mas é muito bem feito e isto está claro na tela. Desde os enquadramentos até a edição, tudo é simples. Assim, temos uma pérola cubana do cinema.
Um filme interessantíssimo por duas razões, primeiramente porque consegue subverter o gênero de suspense e trazer algo novo, num local novo. O clima proposto pela direção é mantido durante todo o filme, aumentando sua tensão. O roteiro se apresenta como um achado, pois é o responsável pelas revelações e a possibilidade de conduzir o espectador até o final num nível de tensão ideal. Esteticamente o filme merece destaque, pois é uma fotografia preciosa. Enfim, o filme surpreende pelo que é e pela maneira com que a direção ousou e conseguiu em resultado ímpar.
Muito bom. A opção pela comédia é a grande sacada, pois consegue fazer uma crítica bem pontual à atuação estadunidense na guerra. Os personagens são bem construídos e demonstram as várias facetas dos soldados que estão lutando em nome dos EUA. O humor é pontual e às vezes com certo refinamento. A fotografia é diferenciada e chama muita atenção, ressaltando a aridez do deserto e a situação que os personagens vivem. Evidentemente que, devido ao gênero, não é um filme político e, por isso, não temos uma exposição mais profunda sobre a presença estadunidense no Iraque, mas acaba sendo um filme muito interessante. Bom mesmo!
O que chama a atenção neste filme é seu aspecto estético. Não é um filme de grande interpretação, mas nitidamente, de diretor. Leterrier tem o controle absoluto das imagens ao ponto de elas chamarem mais atenção do que o roteiro, que é relativamente simples. Não que seja sem qualidade, muito pelo contrário, a direção é tão precisa que, sabendo de suas limitações, aposta do aspecto visual e na qualidade dos atores. Temos um elenco de primeira linha atuando sem estrelismos e sabendo da importância dos personagens para a trama, mas não de modo individual. Jet Li, que não é nenhum talento dramático, é abafado pelos demais atores, mas não desaparece, pois seu personagem Danny foi construído com estas limitações do ator. A fotografia também necessita ser destacada. Enfim, o filme, apesar de não ser uma obra prima, merece o devido destaque pela "mão firme" do diretor que produziu uma obra autoral e estilosa. Não agrada a quem quer muita ação, porque não se trata disso, e não agrada a quem busca um filme de máfia, mas estabelece um meio termo nisso e cria um estilo. Bom.
Cristina Ricci constrói uma personagem bastante densa e que demonstra instabilidade emocional para enfrentar a vida. Poderia ser bem simples, mas esta situação é potencializada frustração da mãe e "abandono" do pai. Inicialmente Ricci consegue dar bastante credibilidade à personagem, mas há alguma instabilidade em sua criação. Contudo, não compromete o filme porque os coadjuvantes dão suporte à trama. Lange, como mãe, leva o sentimento de frustração ao extremo e isso repercute diretamente na filha. Uma interpretação magistral. Williamns, como amiga, também faz o contraponto de Ricci e se sai muito bem. Ainda temos uma crítica com relação à situação em que os americanos vivem, sob pressão e que se voltam ao uso de medicamentos. Por fim, temos um filme bom, devido à direção bem correta, mas que com o passar do tempo não consegue manter o padrão do início. Mas mesmo assim, acima da média.
Que porcaria é esse filme! Elenco B, trama sem qualquer requinte e que aposta e saídas consagradas, além de terem sido usadas ao extremo. Um suspense que não consegue manter o padrão de tensionamento que propõe, ou seja, a premissa dos fatos aponta um desdobramento e aos poucos, como não pode ser revelado, para que o filme não acabe com 20 minutos, há uma grande enrolação. Personagens que surgem para tapar buraco do roteiro e que são "uma piada", como o "místico" que mantém contato com os ETs. E ainda por cima, com um final frustrante. Perda de tempo e dinheiro com o ingresso!
Besterol! Roteiro fraco, estereótipos que nada acrescentam à trama e previsibilidade cansativa. Um típico filme que a RioFilmes vem jogando no mercado e que são, no mínimo, de qualidade duvidosa. Atores subaproveitados numa trama que busca um riso fácil. É interessante como o filme é tecnicamente muito bom, mas aposta num roteiro que nada salva. Por fim, perda de tempo!
Rever este filme é sempre um grande prazer, e, quando a qualidade do som e imagem aumentam, o prazer é triplicado! Ressaltar as qualidades deste filme acaba sendo "lugar comum", pois ele ajudou a mudar a concepção de ficção científica e terror. Também, esteticamente, é inquestionável. Mas desta última vez o que me chamou a atenção foi o caráter "politicamente incorreto" do filme. É interessante perceber como os cineastas não tinham pudor ao retratar as pessoas fumando, o que hoje é quase um crime. Fumar em uma nave espacial parece um absurdo, mas em Alien é possível aventar a possibilidade de que haja mais fumaça de cigarro do que dos jatos de "gelo seco" que saem dos tubos toda hora. O poder dos lobbies da indústria do tabaco emplacava em produções como essa! É isso!
Uma das melhores melhores metáforas sobre a guerra já feitos. Cada detalhe, cada cena, cada personagem tem uma função específica para estabelecer a devida crítica. E tudo isso recheado com belas interpretações, direção segura e uma trama muito bem contada, sem se arrastar em cenas que não teriam significado. Tudo no filme é necessário para mostrar o significado da guerra. E o final é a melhor sacada. Seja pelo seu ineditismo, seja pela lógica racional que pautam as relações entre estados e que perdurou durante o conflito entre bósnios e sérvios. Angustiante!
Uma grata surpresa! Que roteiro bem construído! Que personagens interessantes! Que interpretações!!! O aspecto que deve ser destacado é a qualidade da direção, pois conseguiu fazer com que o filme mantivesse o clima de suspense o tempo todo e possibilitasse reviravoltas constantemente. E não se trata de reviravoltas absurdas, estão muito bem inseridas na trama. É um grande prazer assistir a um filme e ser surpreendido, o que não ocorre com frequência. A construção das personagens são muito boas e seus olhares se destacam. Com uma trama bem construída e bons atores, os demais elementos (fotografia, trilha sonora, direção de arte, etc.) mesmo muito boas, sequer seriam necessárias. E ainda há a crítica acerca do mercado de medicamentos, seguindo a linha de outros grande filmes como Obrigado por Fumar. Show!!!
Breno Silveira parece testar o limite emocional de seu espectador. Isso já tinha sido feito em Os Filhos de Francisco, mas neste filme é muito mais elaborado, apesar de sua aposta flagrante é no aspecto emocional. O quanto é possível aguentar o sofrimento. E, nesse sentido, o personagem de João Miguel é primoroso. Sua feição é o reflexo de um drama que qualquer pessoa poderia ter vivido, daí a simplicidade e facilidade de identificação com qualquer espectador. Talvez, de alguma maneira, lembre o mesmo processo de ruptura que Win Wenders narrou em Paris, Texas. Mas no caso de Wenders, mais radical. E o personagem de João Miguel não busca a redenção, apenas roda pelo mundo. Daí o filme ganha os elementos de road movies e imensidão e diversidade do Brasil servem para reforçar o sentimento de exclusão social que o caminheiro passa a representar. Mas como Silveira é um diretor que gosta de acentuar as cores dramáticas, ainda insere na trama um menino em busca do pai e uma trilha sonora pautada pelas músicas de Roberto Carlos. Enfim, por mais que a trama não seja original, ganham em qualidade com a mistura equilibrada dos elementos citados. Silveira faz um filme muito sentimental, mas bem feito, com uma bela fotografia, boas interpretações (o menino está perfeito, sem contar João Miguel!) e a trilha... por mais que alguns possam entendê-la como "brega", seu nível de identificação com o público e com as situações vivenciadas pelos personagens é o diferencial. Belíssimo filme!
Um filme simples ao extremo e de dramaticidade ímpar. A opção narrativa deve ser destacada, pois ao escolher narrar a história sem o peso de uma tragédia o deixa mais assimilável. O drama da situação não precisa ser reforçado, ela fala por si. E a direção ainda alivia a tensão com personagens incríveis, como o padre e as mulheres ao redor de O'Brien. Com todo este clima instaurado, a entrada de Hunt em cena é perfeita. Dificilmente se vê o tema sexualidade tratado com tanta naturalidade e uma atriz como ela se despir sem pudores. Não há iluminação diferenciada para esconder o que quer que seja, Hunt aparece como qualquer mulher numa situação similar. E isso da uma grandeza admirável para a trama e para a personagem. Além de tudo isso, a proposta de discutir a sexualidade de pessoas com limitações físicas ganha uma dimensão que extrapola preceitos morais. E tudo isso de modo muito simples. Um roteiro objetivo, narrativa linear e bons personagens. Um filme simples e belo, graças, em grande parte, à direção precisa e aos atores.
Um filme belíssimo, com uma fotografia impecável! A direção de arte dá um show! Mas é um filme do estilão clássico dos filmes hollywwodianos. Se não fosse falado em russo e tivesse algum ator ocidental não faria diferença. Mas digo isso no que tange à qualidade e não a uma crítica específica. Os atores estão perfeitos, impecáveis. É um filme político, sem dúvida, mas segue a fórmula de dar ênfase ao romance, o que o deixa mais atrativo a quem não gosta de "filmes cabeça". Belo filme que vale à pena ser assistido por fãs de romances e de filmes políticos. E ainda se torna mais interessante se pudermos questionar a importância da Rússia produzir esta cinebio de um militar que deve ter sido por muitos anos demonizado pela URSS!
Grande documentário. Já começa com sua estrutura. A proposta de juntar os membros que fizeram parte do sequestro do embaixador em uma "mesa de bar" para revisitarem o evento surte muito efeito. Senti falta do Gabeira na conversa, pois estava monopolizada pelo Franklin Martins. E, por outro lado, temos as entrevistas com as pessoas que foram libertadas devido à ação. Tudo isso, misturado a imagens de época e a narrativa que traz a declaração da organização que foi divulgada na época faz com que o documentário ganhe um clima fantástico e se torne muito interessante. A edição é precisa e mesmo para quem conhece bem os fatos sempre acabam surgindo novidades "na conversa". Por fim, sobra para o espectador analisar os fatos, algo fundamental para um bom documentário! Imperdível!
Redford não acertou a mão. Infelizmente, apesar do potencial da trama, e aí a crítica política é inevitável, parece que o filme se arrasta demais. Não temos o suspense de outras tramas no mesmo estilo e tampouco a há qualquer resquício da investigação jornalística de "Todos os Homens do Presidente". Parece um filme "pop" para um público que possa estar mais interessado na perseguição do que numa discussão mais profunda sobre as motivações das ações do grupo em foco. O filme opta por não ser político e, por isso, perde seu potencial e se iguala a outros do mesmo estilo. Daí temos um Redford já "cansado" e sem condições para muitas fugas! Temos uma cena incrível que é Susan Saradon sendo "entrevistada" pelo jornalista, mas o personagem dela acaba aí. Por fim, uma promessa... Só isso!
A proposta até parece interessante, mas não consegue se realizar de maneira alguma. Primeiramente o filme não se define, tampouco deixa que entendamos o que pretende. Não que seja necessário classificar um filme em drama, comédia, romance, etc., mas neste caso a direção vai abrindo vários flancos e simplesmente abandona. Parece que o roteiro foi sendo construído conforme iam filmando, tal a sua fragilidade. Os personagens acabam se perdendo dentre de uma trama fraca, apesar de se perceber a tentativa de os atores "colocarem verdade" neles. Temos inúmeras possibilidades de o filme ganhar um impulso, mas a direção opta por um romance fraco, pouco verossímil e sem graça. A história do aborto, suas consequências, etc, abrem uma possibilidade interessante, mas para por aí. Temos uma crítica à Igreja, mas para no mesmo lugar que começou. Temos a enfermeira que parece ser um personagem desestabilizador, mas para por aí. Temos uma relação entre irmãos que poderia ser competitiva, um pai "ateu", há tanta coisa neste filme e parece que o roteirista foi escolhendo as menos interessantes e com o menor potencial dramático possível. Muitas cena sem importância e que pouco contribuem para o andamento da trama. O filme é curto, mas parece que não vai acabar nunca porque vamos perdendo o interesse conforme a direção vai fazendo suas escolhas. Mesmo a trilha sonora - de qualidade indiscutível - parece estar perdida, pois a direção quer que ela tenha um potencial maior do que o filme, que ela seja o fio condutor da trama. Não consegue e caminhamos para um final frustrante!
Em Teu Nome
3.1 37 Assista AgoraFilme muito interessante e com produção bem acabada. Talvez o maior problema seja o roteiro, pois devido a sua fragmentação e necessidade de passagem de tempo constante, a direção não soube explorar muito bem essa questão na edição e colocou fades demais. Fica cansativo termos a tela escura o tempo todo. Mas é um filme que mantém boa regularidade, as interpretação são corretas, sem grandes destaques e a direção de arte fez um belo trabalho. Um bom filme!
Rush: No Limite da Emoção
4.2 1,3K Assista AgoraBoas interpretações e belas cenas de ação nas corridas. É interessante visitar a romântica F1 dos anos 70, que, de acordo com o próprio filme, morriam vários corredores nas temporadas. Todo este ambiente é muito bem reconstituído e a direção de arte não pouco esforços nesse sentido. Bruhl, que é um ator diferenciado e já vem mostrando isso desde Salvador, consegue impor dramaticidade extra à vida de Niki Lauda. No entanto, em determinado momento do filme não há muito mais o que mostrar e há uma "barriga" no roteiro que o faz perder força. Talvez o tempo excessivo tenha sido o grande problema do filme, com meia hora mesmo teria conseguido mostrar o que pretendia. Apesar de ser um bom filme, não chega aos pés do documentário sobre Ayrton Senna, este sim, daria um filme incrível, Infelizmente a família de Senna não pretende que certo aspectos de sua vida seja expostas para que ele continue sendo um mito, assim, temos o grande piloto que jamais será superado!
Moonrise Kingdom
4.2 2,1K Assista AgoraBelíssima história! O roteiro é um primor, pois consegue explorar ao máximo os sentimentos sem ser piegas. Não é uma história de amor comum que ocorre na infância, é algo mais, pois a proposta da direção extrapola o realismo e o mescla com algo distinto, mas de grande potencial para envolver o espectador. As interpretações parecem estranhas inicialmente, mas logo se adequam completamente à proposta do filme. A direção é precisa e constrói um cenário de beleza sem igual. Grandes atores fazendo personagens sem glamour e extremamente verdadeiros. As crianças são um show a parte, agem com uma naturalidade e, ao mesmo tempo, um desencanto pela vida que assusta. O olha dos dois é algo marcante. A direção de arte dá show, uma beleza que invade a tela e pontua a trama. Enfim, um filme para ver e rever muitas vezes!
Aviões
2.8 175 Assista AgoraUm filme comum, que não empolga. O roteiro é um apanhando de várias lições que, requentadas, surgem nestes personagens. O problema é que o filme não inova em nada e ainda vai ficando cansativo com o transcorrer. Os personagens não são cativantes quanto Carros e, com certeza, será um filme a ser esquecido. Evidentemente que no aspecto técnico o filme é impecável, mas parece que as pessoas precisam mais do que voz de Ivete Sangalo e 3D, é necessário uma trama interessante, e, neste caso, faltou completamente.
A Novela das 8
3.3 107Talvez o filme até tenha uma proposta boa, no entanto, desde o estilo de interpretação das atriz (Ohana naturalista e Giácomo completamente histriônico) até a pobreza na reconstituição de época fazem com que vá perdendo sua qualidade. Discutir a importância da telenovela na cultura brasileira parece perfeito e isso ser feito na vida de uma prostituta, uma sacada e tanto, mas para por aí. Há uma secessão de personagens que entram na trama somente para justificar pequenas passagens da vida de Ohana e não têm função. Isso sim, lembra algumas novelas de baixa qualidade em que os autores lançam mão de personagens para consertar a trama. Neste caso, para um roteiro cinematográfico, torna-se muito precário. O filme da personagem de Ohana é uma piada, seja pela baixa qualidade de interpretação ator, seja pela besteira com que é tratada sua homossexualidade. Os avós dele são outros personagens de melodrama pobre e o final, esse sim, uma porcaria. A cena final dos dois merecia uma Framboesa! Ainda temos o personagem de Solano que não serve para absolutamente nada. Cria-se uma função estúpida para justificar a personagem do filho de Ohana, mas acaba sendo tão banal e lugar comum que cansa o espectador. Por fim, até o movimento revolucionário da época acaba se tornando piada em si mesmo. A cara de "malvado" de Nero é de tirar risos de qualquer pessoa. Talvez o diretor use a máxima rodriguiana de que "não basta ser honesta, tem de parecer honesta", nesta caso, adaptada para "não basta ser malvado, tem de parecer malvado". Patético. E que pobreza esta direção de arte. Na ausência de recursos, optou por fazer quase todas as cenas dentro de carros, mas com filmagem tecnicamente questionável. Enfim, um filme que deixa muito a desejar!
A Busca
3.4 714 Assista AgoraInfelizmente o filme vai sumindo conforme se desenvolve. A cena inicial, com o encontro do casal recém-separado é sufocante, a densidade criada pelos diálogos é algo que dificilmente conseguimos encontrar. Wagner Moura e Mariana Lima dão um show na cena... e não para por aí, o encontro dos dois no consultório também é algo incrível. Mas não sobre esse relacionamento que o o filme iria tratar num primeiro plano. Evidentemente que esse é o fato que desencadeia toda a situação problema, mas depois se transforma num road movie e a entrada e saída de personagens não acrescenta muito à trama. Temos bons coadjuvantes, belíssima fotografia, mas quanto mais o filme se afasta da relação entre marido e mulher e entra numa busca desenfreada pelo filho, mais ele vai enfraquecendo. Mesmo a relação problemática do personagem de Moura com o pai é algo insuficiente para desencadear tudo que vem pela frente... falta subsídio para aceitarmos essa força que é dada à relação dos dois. Parece que em algum momento a direção se envolve demais com o visual do filme e suas escolhas enfraquecem a trama central. A personagem de Mariana Lima fica esquecida... Por fim, parece que tudo que foi prometido numa primeira cena inesquecível, se acaba... Ah, e que trilha!!! Essa sim é de uma dramaticidade ímpar!
Prometheus
3.1 3,4K Assista AgoraUma grande decepção. Scott "engana" o espectador quando constrói a estética de Alien e promete que teremos um filme de suspense daquele calibre, mas logo vai se perdendo com a fragilidade do roteiro e a interpretação completamente equivocada de Rapace. Sua personagem é uma caricatura, assim como muito outros, inclusive de Theron. O filme tenta se segurar no aspecto estético, que é de qualidade ímpar, e nos efeitos especiais, no entanto, como já vivos em inúmeras outras situações, com um roteiro tão fraco, não foi possível. Scott errou de modo grosseiro!
Uma Noite na Vida de Jimmy Reardon
2.9 17O que deve ser destacado neste filme é apenas a interpretação de Phoenix, que destoava dos demais, contudo, os demais aspectos são muito fracos. Temos um roteiro fraco, uma direção imprecisa e personagens sem qualquer brilho. Talvez o mais interessante dos coadjuvantes Perry, que já demonstrava sua verve cômica. Exceto por isso, mais nada merece destaque. Da filmografia de Phoenix, este é um filme que poderia ter sido esquecido. Fraco, muito fraco!
Habanastation
3.7 14Cinema simples e que procura, de modo indireto, ressaltar os "valores cubanos" impregnados nas crianças que vivem alheias ao modelo capitalista. O mais interessante no filme é que começa com uma "exaltação" à vida dos cubanos que mudaram seu status sócio-econômico. Vemos uma Cuba com pessoas andando de carro importando, viajando para o exterior, etc. Uma família que talvez fuja da imagem que constantemente temos de Cuba. Mas daí, o roteiro, de forma magistral e simples, consegue levar o espectador a adentrar no universo daqueles que moram na favela e que não, necessariamente, necessitam das modernidades (representada no PlayStation). Mas a direção não demoniza a modernidade, apenas mostra. Daí a qualidade do filme ganha, e muito. Também, por foca a trama na vida dos meninos, gera uma empatia quase que imediata. Não é um filme que se destaque por aspectos técnicos, mas é muito bem feito e isto está claro na tela. Desde os enquadramentos até a edição, tudo é simples. Assim, temos uma pérola cubana do cinema.
A Espinha do Diabo
3.8 351 Assista AgoraUm filme interessantíssimo por duas razões, primeiramente porque consegue subverter o gênero de suspense e trazer algo novo, num local novo. O clima proposto pela direção é mantido durante todo o filme, aumentando sua tensão. O roteiro se apresenta como um achado, pois é o responsável pelas revelações e a possibilidade de conduzir o espectador até o final num nível de tensão ideal. Esteticamente o filme merece destaque, pois é uma fotografia preciosa. Enfim, o filme surpreende pelo que é e pela maneira com que a direção ousou e conseguiu em resultado ímpar.
Três Reis
3.4 139 Assista AgoraMuito bom. A opção pela comédia é a grande sacada, pois consegue fazer uma crítica bem pontual à atuação estadunidense na guerra. Os personagens são bem construídos e demonstram as várias facetas dos soldados que estão lutando em nome dos EUA. O humor é pontual e às vezes com certo refinamento. A fotografia é diferenciada e chama muita atenção, ressaltando a aridez do deserto e a situação que os personagens vivem. Evidentemente que, devido ao gênero, não é um filme político e, por isso, não temos uma exposição mais profunda sobre a presença estadunidense no Iraque, mas acaba sendo um filme muito interessante. Bom mesmo!
Cão de Briga
3.6 452 Assista AgoraO que chama a atenção neste filme é seu aspecto estético. Não é um filme de grande interpretação, mas nitidamente, de diretor. Leterrier tem o controle absoluto das imagens ao ponto de elas chamarem mais atenção do que o roteiro, que é relativamente simples. Não que seja sem qualidade, muito pelo contrário, a direção é tão precisa que, sabendo de suas limitações, aposta do aspecto visual e na qualidade dos atores. Temos um elenco de primeira linha atuando sem estrelismos e sabendo da importância dos personagens para a trama, mas não de modo individual. Jet Li, que não é nenhum talento dramático, é abafado pelos demais atores, mas não desaparece, pois seu personagem Danny foi construído com estas limitações do ator. A fotografia também necessita ser destacada. Enfim, o filme, apesar de não ser uma obra prima, merece o devido destaque pela "mão firme" do diretor que produziu uma obra autoral e estilosa. Não agrada a quem quer muita ação, porque não se trata disso, e não agrada a quem busca um filme de máfia, mas estabelece um meio termo nisso e cria um estilo. Bom.
Geração Prozac
3.6 465Cristina Ricci constrói uma personagem bastante densa e que demonstra instabilidade emocional para enfrentar a vida. Poderia ser bem simples, mas esta situação é potencializada frustração da mãe e "abandono" do pai. Inicialmente Ricci consegue dar bastante credibilidade à personagem, mas há alguma instabilidade em sua criação. Contudo, não compromete o filme porque os coadjuvantes dão suporte à trama. Lange, como mãe, leva o sentimento de frustração ao extremo e isso repercute diretamente na filha. Uma interpretação magistral. Williamns, como amiga, também faz o contraponto de Ricci e se sai muito bem. Ainda temos uma crítica com relação à situação em que os americanos vivem, sob pressão e que se voltam ao uso de medicamentos. Por fim, temos um filme bom, devido à direção bem correta, mas que com o passar do tempo não consegue manter o padrão do início. Mas mesmo assim, acima da média.
Os Escolhidos
3.3 952Que porcaria é esse filme! Elenco B, trama sem qualquer requinte e que aposta e saídas consagradas, além de terem sido usadas ao extremo. Um suspense que não consegue manter o padrão de tensionamento que propõe, ou seja, a premissa dos fatos aponta um desdobramento e aos poucos, como não pode ser revelado, para que o filme não acabe com 20 minutos, há uma grande enrolação. Personagens que surgem para tapar buraco do roteiro e que são "uma piada", como o "místico" que mantém contato com os ETs. E ainda por cima, com um final frustrante. Perda de tempo e dinheiro com o ingresso!
O Concurso
2.3 665Besterol! Roteiro fraco, estereótipos que nada acrescentam à trama e previsibilidade cansativa. Um típico filme que a RioFilmes vem jogando no mercado e que são, no mínimo, de qualidade duvidosa. Atores subaproveitados numa trama que busca um riso fácil. É interessante como o filme é tecnicamente muito bom, mas aposta num roteiro que nada salva. Por fim, perda de tempo!
Alien: O Oitavo Passageiro
4.1 1,3K Assista AgoraRever este filme é sempre um grande prazer, e, quando a qualidade do som e imagem aumentam, o prazer é triplicado! Ressaltar as qualidades deste filme acaba sendo "lugar comum", pois ele ajudou a mudar a concepção de ficção científica e terror. Também, esteticamente, é inquestionável. Mas desta última vez o que me chamou a atenção foi o caráter "politicamente incorreto" do filme. É interessante perceber como os cineastas não tinham pudor ao retratar as pessoas fumando, o que hoje é quase um crime. Fumar em uma nave espacial parece um absurdo, mas em Alien é possível aventar a possibilidade de que haja mais fumaça de cigarro do que dos jatos de "gelo seco" que saem dos tubos toda hora. O poder dos lobbies da indústria do tabaco emplacava em produções como essa! É isso!
Terra de Ninguém
4.0 80Uma das melhores melhores metáforas sobre a guerra já feitos. Cada detalhe, cada cena, cada personagem tem uma função específica para estabelecer a devida crítica. E tudo isso recheado com belas interpretações, direção segura e uma trama muito bem contada, sem se arrastar em cenas que não teriam significado. Tudo no filme é necessário para mostrar o significado da guerra. E o final é a melhor sacada. Seja pelo seu ineditismo, seja pela lógica racional que pautam as relações entre estados e que perdurou durante o conflito entre bósnios e sérvios. Angustiante!
Terapia de Risco
3.6 1,0K Assista AgoraUma grata surpresa! Que roteiro bem construído! Que personagens interessantes! Que interpretações!!! O aspecto que deve ser destacado é a qualidade da direção, pois conseguiu fazer com que o filme mantivesse o clima de suspense o tempo todo e possibilitasse reviravoltas constantemente. E não se trata de reviravoltas absurdas, estão muito bem inseridas na trama. É um grande prazer assistir a um filme e ser surpreendido, o que não ocorre com frequência. A construção das personagens são muito boas e seus olhares se destacam. Com uma trama bem construída e bons atores, os demais elementos (fotografia, trilha sonora, direção de arte, etc.) mesmo muito boas, sequer seriam necessárias. E ainda há a crítica acerca do mercado de medicamentos, seguindo a linha de outros grande filmes como Obrigado por Fumar. Show!!!
À Beira do Caminho
3.8 310Breno Silveira parece testar o limite emocional de seu espectador. Isso já tinha sido feito em Os Filhos de Francisco, mas neste filme é muito mais elaborado, apesar de sua aposta flagrante é no aspecto emocional. O quanto é possível aguentar o sofrimento. E, nesse sentido, o personagem de João Miguel é primoroso. Sua feição é o reflexo de um drama que qualquer pessoa poderia ter vivido, daí a simplicidade e facilidade de identificação com qualquer espectador. Talvez, de alguma maneira, lembre o mesmo processo de ruptura que Win Wenders narrou em Paris, Texas. Mas no caso de Wenders, mais radical. E o personagem de João Miguel não busca a redenção, apenas roda pelo mundo. Daí o filme ganha os elementos de road movies e imensidão e diversidade do Brasil servem para reforçar o sentimento de exclusão social que o caminheiro passa a representar. Mas como Silveira é um diretor que gosta de acentuar as cores dramáticas, ainda insere na trama um menino em busca do pai e uma trilha sonora pautada pelas músicas de Roberto Carlos. Enfim, por mais que a trama não seja original, ganham em qualidade com a mistura equilibrada dos elementos citados. Silveira faz um filme muito sentimental, mas bem feito, com uma bela fotografia, boas interpretações (o menino está perfeito, sem contar João Miguel!) e a trilha... por mais que alguns possam entendê-la como "brega", seu nível de identificação com o público e com as situações vivenciadas pelos personagens é o diferencial. Belíssimo filme!
As Sessões
3.8 627 Assista AgoraUm filme simples ao extremo e de dramaticidade ímpar. A opção narrativa deve ser destacada, pois ao escolher narrar a história sem o peso de uma tragédia o deixa mais assimilável. O drama da situação não precisa ser reforçado, ela fala por si. E a direção ainda alivia a tensão com personagens incríveis, como o padre e as mulheres ao redor de O'Brien. Com todo este clima instaurado, a entrada de Hunt em cena é perfeita. Dificilmente se vê o tema sexualidade tratado com tanta naturalidade e uma atriz como ela se despir sem pudores. Não há iluminação diferenciada para esconder o que quer que seja, Hunt aparece como qualquer mulher numa situação similar. E isso da uma grandeza admirável para a trama e para a personagem. Além de tudo isso, a proposta de discutir a sexualidade de pessoas com limitações físicas ganha uma dimensão que extrapola preceitos morais. E tudo isso de modo muito simples. Um roteiro objetivo, narrativa linear e bons personagens. Um filme simples e belo, graças, em grande parte, à direção precisa e aos atores.
Almirante
3.8 13 Assista AgoraUm filme belíssimo, com uma fotografia impecável! A direção de arte dá um show! Mas é um filme do estilão clássico dos filmes hollywwodianos. Se não fosse falado em russo e tivesse algum ator ocidental não faria diferença. Mas digo isso no que tange à qualidade e não a uma crítica específica. Os atores estão perfeitos, impecáveis. É um filme político, sem dúvida, mas segue a fórmula de dar ênfase ao romance, o que o deixa mais atrativo a quem não gosta de "filmes cabeça". Belo filme que vale à pena ser assistido por fãs de romances e de filmes políticos. E ainda se torna mais interessante se pudermos questionar a importância da Rússia produzir esta cinebio de um militar que deve ter sido por muitos anos demonizado pela URSS!
Hércules 56
4.0 18Grande documentário. Já começa com sua estrutura. A proposta de juntar os membros que fizeram parte do sequestro do embaixador em uma "mesa de bar" para revisitarem o evento surte muito efeito. Senti falta do Gabeira na conversa, pois estava monopolizada pelo Franklin Martins. E, por outro lado, temos as entrevistas com as pessoas que foram libertadas devido à ação. Tudo isso, misturado a imagens de época e a narrativa que traz a declaração da organização que foi divulgada na época faz com que o documentário ganhe um clima fantástico e se torne muito interessante. A edição é precisa e mesmo para quem conhece bem os fatos sempre acabam surgindo novidades "na conversa". Por fim, sobra para o espectador analisar os fatos, algo fundamental para um bom documentário! Imperdível!
Sem Proteção
3.0 124 Assista AgoraRedford não acertou a mão. Infelizmente, apesar do potencial da trama, e aí a crítica política é inevitável, parece que o filme se arrasta demais. Não temos o suspense de outras tramas no mesmo estilo e tampouco a há qualquer resquício da investigação jornalística de "Todos os Homens do Presidente". Parece um filme "pop" para um público que possa estar mais interessado na perseguição do que numa discussão mais profunda sobre as motivações das ações do grupo em foco. O filme opta por não ser político e, por isso, perde seu potencial e se iguala a outros do mesmo estilo. Daí temos um Redford já "cansado" e sem condições para muitas fugas! Temos uma cena incrível que é Susan Saradon sendo "entrevistada" pelo jornalista, mas o personagem dela acaba aí. Por fim, uma promessa... Só isso!
País do Desejo
1.9 57A proposta até parece interessante, mas não consegue se realizar de maneira alguma. Primeiramente o filme não se define, tampouco deixa que entendamos o que pretende. Não que seja necessário classificar um filme em drama, comédia, romance, etc., mas neste caso a direção vai abrindo vários flancos e simplesmente abandona. Parece que o roteiro foi sendo construído conforme iam filmando, tal a sua fragilidade. Os personagens acabam se perdendo dentre de uma trama fraca, apesar de se perceber a tentativa de os atores "colocarem verdade" neles. Temos inúmeras possibilidades de o filme ganhar um impulso, mas a direção opta por um romance fraco, pouco verossímil e sem graça. A história do aborto, suas consequências, etc, abrem uma possibilidade interessante, mas para por aí. Temos uma crítica à Igreja, mas para no mesmo lugar que começou. Temos a enfermeira que parece ser um personagem desestabilizador, mas para por aí. Temos uma relação entre irmãos que poderia ser competitiva, um pai "ateu", há tanta coisa neste filme e parece que o roteirista foi escolhendo as menos interessantes e com o menor potencial dramático possível. Muitas cena sem importância e que pouco contribuem para o andamento da trama. O filme é curto, mas parece que não vai acabar nunca porque vamos perdendo o interesse conforme a direção vai fazendo suas escolhas. Mesmo a trilha sonora - de qualidade indiscutível - parece estar perdida, pois a direção quer que ela tenha um potencial maior do que o filme, que ela seja o fio condutor da trama. Não consegue e caminhamos para um final frustrante!