É interessante como certos diretores conseguem impor seu estilo aos filmes. Em muitos momentos Elysium lembra a estética de Distrito 9, principalmente quando mostra a Terra. E nesse aspecto que o filme ganha em qualidade porque tem a interpretação de Moura bem marcante. Alguns poderiam dizer que ela estivesse "carregada", mas acredito que não seja este o caso, ele compõe um personagem verdadeiro, com maneirismos que cabem em sua proposta. Como já fez anteriormente em outros filmes como muita maestria. Os demais atores têm um estilo de interpretação mais "naturalista", talvez nesse sentido gere alguma tensão. Mas a direção deveria ajustar isso, caso assim entendesse... mas acredito que não seja necessário. Foster e Damon fazem personagens relativamente lineares e que não chamam a atenção para suas interpretações... está longe da Starling de Silêncio dos Inocentes! A grande qualidade do filme está na trama e nos aspectos visuais. Mas não é uma obra-prima, apenas um filme um pouco acima da média... longe de Distrito 9!
A ambientação do filme é mais do que adequada para sua proposta, também, a tentativa de construir um "A Bruxa de Blair", apesar de um tanto desgastado, surge como um ingrediente extra na trama. Mas é só isso. O roteiro não consegue expandir muito seu argumento e logo tem de partir para saídas habituais de filmes do gênero, como sustos bem colocados. O interesse vai se esvaindo com o tempo e a interpretação da protagonista, por mais que tente se assemelhar "à original", não traz brilho à trama. Assim, resta esperar acabar apenas!
Tecnicamente é um filme interessante, com premissa um tanto desgastada, mas que se torna funcional. No entanto, não da para fazer questionamentos mais profundos porque senão o roteiro se desfaz.
Como perguntar como uma criança conseguiu pendurar as pessoas na árvore!
Mas a fotografia ajuda a criar um clima de suspense até desencadear na revelação final. Nesse sentido, a cena final consegue romper com o politicamente correto e aposta na barbárie. Ponto para a direção. Hawke consegue interpretar com "verdade" seu personagem, pois não requer muito, exceto sua própria cara de "estranho". Na verdade, não é um personagem desafiador, apenas o estereótipo utilizado em produções do gênero. Por fim, temos um filme mediano... esquecível!
Perturbador! E nem acaba tendo esta característica pelas cenas de violência, pois não são as mais explícitas e, se compradas à Kill Bill, seriam coisa de crianças. Na verdade o que distingue este filme dos demais que trabalham com a temática da violência é a percepção dos protagonistas frente a ela e como o diretor opta por mostrá-la. Há uma certa passividade contemplativa da direção. Há cenas em que a câmera fica paralisada e quase se pensa que está congelada, exceto por algum referencial (como uma TV ligada) para mostrar que algo está acontecendo no ambiente. A câmera de Haneke é impiedosa e, apesar de não mostrar as cenas mais brutais, permite que vejas o resultado e isso pode ser infinitas vezes pior. A frieza dos personagens que fazem os psicopatas é inacreditável, haja vista o grau de realismo. Também é um filme que não tem compromissos com "politicamente correto", pois sua proposta é subvertê-lo,
tampouco não abre possibilidades para finais felizes... talvez até engane o espectador com esta possibilidade, mas quando mata uma criança já da indicações de que algo ainda pior virá pela frente.
Também é um filme que, por mais que não aposte em um ritmo alucinante para prender o espectador, consegue fazê-lo pela tensão criada a partir da forma com que os atores criam cumplicidade. Um espetalo!
É interessante como o roteiro é construído, pois não há grande revelações a serem feitas, mas a tensão vai surgindo gradualmente. Contudo, a direção é muito rigorosa ao não ceder à tentação de criar um thriller ou algo assim, pois a câmera é contemplativa, busca fazer com que o espectador tenha interesse pelo que vê e pense sobre isso. Acaba adotando um ritmo mais lento, mas que se encaixa na angústia dos personagens. Não temos "grandes acontecimentos", pois os fatos que ocorrem não são glamourizados, apenas assimilados e resolvidos. A atuação dos atores também é perfeita, pois representa o dilema provocado pela religião e a própria dificuldade em se comunicar. Daí os personagens serem vizinhos, mas a aproximação ser "complicada". Grande obra do cinema turco!
Um documentário belíssimo que cumpre seu papel de reconduzir Flávio Rangel à cena. Construído a partir de uma narrativa tradicional, aposta na qualidade das entrevistas com os amigos de Rangel, além de entrevistas do diretor às emissoras de TV para construir um mosaico de informações que são importantíssimas para o Teatro Nacional. Imagens e vídeos de época também reconstroem o clima das grandes montagens teatrais do TBC e outras companhias brasileiras. Para quem estuda teatro é uma obra necessária e para os amantes do teatro, uma viagem ao tempo!
O filme começa bem, uma boa proposta de suspense e tensão em um voo, no entanto, exceto pela parte que transcorre no interior do avião, o restante é fraco. E grande parte disso devido ao exagero na criação do personagem de Murphy. Ele construiu uma caricatura de vilão e a perseguição dentro da casa e no saguão do aeroporto explicita este fato. Por fim, vira uma grande besteira e brincadeira de esconde esconde. Mas McAdams consegue, apesar de tudo, fazer uma personagem coerente... exceto pelo final, quando ela "ganha super poderes"! A direção se empolgou com as besteiras que o roteirista fez!
Assistir a este filme é como um revival de O Pantanal, mas nos Pampas. É indiscutível a beleza das imagens de Monjardim. A direção de fotografia e de arte fizeram um trabalho que deixou os pampas ainda mais belos... alguns cenas fazem referência a "E o Vento Levou", outras a filmes de faroeste... enfim, a linguagem visual não é ruim, pelo contrário, até é muito boa. Temos um elenco que parecia ter saído de uma novela da Globo, também não quer dizer muito, mas até que estava bem. Então, o que não faz deste filme um bom filme? O roteiro! Infelizmente a missão de condensar a história de um romance épico como essa nesse tempo do longo causou o esvaziamento de muitas tramas e o filme não tem climax. Diferentemente de "E o vento levou..." que faz com que o espectador conheça bem e vivencie os dramas de todas as personagens, neste, muitas vezes eles aparecem rapidamente e não dá tempo para que sua história seja assimilada. E isso é um problema característico de roteiro e que devem ter tentado resolver na edição, mas não ficou bom. Assim, o filme acaba sendo "morno", não envolve. Em cena com potencial dramático enorme, apenas segue a narrativa. Fernanda Montenegro tenta dar um ar de credibilidade maior à trama, mas ainda assim é pouco. Por fim, tem-se a impressão de que "faltou alguma coisa"... É belo, mas não tem sequer a densidade dramática de novelas como O Rei do Gado e Renascer, que também primavam pela beleza estética sob a direção de Luiz Fernando Carvalho... então, o roteiro não é lá essas coisas!!! Um bom telefilme, talvez, mas só isso!
O filme começa bem, inclusive, tenta recriar o clima de filme policiais dos anos 70, mas logo vai se perdendo. Talvez pela falta de atratividade da trama, já um tanto batida, ou pela instabilidade do roteiro. Os personagens são muito limitados e os atores não colaboram no intuito de deixá-los mais interessantes, assim, fazem o convencional para que o filme chegue ao final logo. Destaque para a bela fotografia e uma trilha sonora interessante, mas de resto, é apenas um filme convencional. Esquecível facilmente!
Até para fazer uma comédia sobre swing os argentinos encontram algum refinamento na linguagem e na abordagem cinematográfica. Não é nenhuma obra prima, no entanto, muito mais do que criar situações embaraçosas, a proposta do filme é trazer à tona o questionamento acerca da estabilidade de um casamento e o quanto é possível separar sexo de qualquer envolvimento passional. E o resultado acaba sendo interessante, pois todos os elementos deste tipo de filme está presente, desde o personagem conservador até o mais liberal possível, desde a vida sexual rotineira à insaciável orgia... enfim, o que diferencia este filme dos demais "from USA" é a capacidade de abordar este tema sem querer transformá-lo num besterol. E o resultado é bom. Apenas bom!
Somente pela cena inicial este filme já mereceria destaque. É uma cena que poucas vezes um diretor tem tal sacada, é simplesmente belíssima e dentro de um contexto dramático sem igual. Uma dança com significado angustiante, como será possível perceber no transcorrer da trama. As atrizes do filme são excepcionais e criam personagens únicos, os quais servem para propor a crítica sobre o universo masculino. Isso, inserido em um Líbano que, por si, já é um problema a parte, transforma a história num modelo do que se vive em dimensão mundial. A sensibilidade da direção se apresenta em todos os momentos, seja num enquadramento diferenciado ou num silêncio captado pela lenta da câmera. Ah, e a fotografia também deve ser ressaltada e acompanha a qualidade da direção. Enfim, uma bela trama contada através de um olhar feminino que se destaca.
Uma mega produção com interpretações boas, mas opções duvidosas com relação à proposta cênica. O filme não inova e aposta em contar uma bela história já conhecida, mas reproduzida em outras produções mais interessantes. A aposta do filme na direção de arte para sustentar algumas deficiências não da resultado absolutamente. Knightley até faz uma personagem correta, mas não funciona plenamente na trama. Os demais personagens coadjuvantes também não ajudam e o filme termina frio. Bom, mas esquecível!
É até assustador assistir estas duas atrizes interpretando! Tudo é tão simples e se transforma numa complexidade absurda. Davis correu o risco de transformar sua Jane em uma caricatura, mas sua maestria é tal que construiu uma personagem de densidade incrível. E Crawford não fica atrás, pois sua doçura e candura acaba sendo a grande chave do filme. O roteiro é primoroso e não vai envelhecer nunca. A direção não utiliza qualquer artifício extra para segurar a atenção do espectador, pois as duas atrizes duelam em cena! Uma obra prima que cada vez se assiste apresenta outras possibilidades!!!
Belo filme sobre o IRA e a situação política na Grã-Bretanha. O filme consegue trazer à tona vários aspectos desta disputa que durou anos. E toca em pontos críticos como os delatores e a maneira de atuação britânica. É interessante porque coloca um ingrediente extra -
uma suposta relação afetiva entre uma mulher do IRA e um "policial" britânico - que
- na trama e gera a dúvida que perdurará até o final. As interpretações também são muito realistas e, por isso, comoventes. O roteiro ganha destaque devido conseguir manter uma trama de suspense com forte ação dramática. Assim, o final acaba sendo apoteótico!!! Bom filme mesmo!
Interessante, realista, mas empolga pouco porque os personagens não são carismáticos e mesmo diante de situações limite, parece que não são criados recursos, pelo roteiro, para atrair o espectador. Assim, depois de assistir tiros e mais tiros, mortes e mais mortes, o questionamento fatal acerca da guerra e de quem são estas pessoas em guerra acaba se perdendo... talvez bem no final recupere, mas já é tarde para se transformar num filme diferenciado. Termina como um bom filme, mas que não se equipara a outros sobre o mesmo tema, e, por isso, logo será esquecido.
Apenas uma fantasia muito bem construída tecnicamente. A trama é simples e logo que se revela, vai perdendo o interesse. Não há grande reviravoltas e a obviedade de seu desenrolar não traz atrativos. Cruise faz um personagem pouco carismático e mesmo a suposta relação que poderia ter com a personagem de Kurylenko traz algum interesse maior para segurar a tensão. Enfim, a beleza do ambiente criado nas nuvens é o que mais chama a atenção. Freeman faz um personagem fraco e com propósito reduzido, parece estar no filme apenas para que seu nome fosse colocado no cartaz como chamariz para o público, pois é quase uma piada sua importância. Para quem gosta de filmes futuristas é uma boa pedida, mas apenas para passar o tempo, pois não verá nada de excepcional. É bonzinho!
Personagens comuns catapultados a um universo que não é o seu. Talvez este seja um resumo possível, pois é sobre isso que se trata o filme. Duas pessoas, por razões distintas, se veem diante de uma nova realidade e, para tanto, acabam se envolvendo. Farrell e Rapace constroem dois personagens densos e que acabam criando um envolvimento que busca a cumplicidade do espectador. A direção propõe locais distintos para a trama e a fotografia acompanha esta opção. O resultado acaba sendo muito bom. Também há cenas de ação que empolgam os apreciadores do gênero. Por fim, se não é um filme fantástico, é perceptível a qualidade da direção em seu acabamento. Talvez por não ser um roteiro tão interessante, o resultado final acaba sendo bom devido aos aspectos técnicos.
Filme básico e convencional sobre reencontros. Temos todos os tipos de personagens já usados ao extremos neste tipo de filme. O problema é que neste caso não há nenhum que se destaque e as tramas são tão óbvias que o filme vai perdendo o interesse conforme se aprofunda. Há, desde o cara que virou superstar até a
. E não temos interpretações que possam chamar a atenção, ou seja, tudo morno! Para este tipo de filme é necessário que algo seja diferente, senão cai no lugar comum e torna-se cansativo. Não há destaque, muito similar a qualquer produção para a televisão.
A morte da personagem de Weaver é interessante para revigorar a trama.
A dúvida passa a perdurar no filme, contudo, vai se chegando ao final e parece que o filme perde a força. Tanto preparo para acabar de modo pouco arrojado. Buckley acaba dando o tom do filme pelo seu personagem enigmático, e DeNiro assume o papel de coadjuvante de luxo, dando mais credibilidade à trama. Um filme que funciona mais pelo clima de tensão que proporciona do que por uma originalidade, mas isso não o prejudica!
Um tanto frustrante. Por mais que traga aspectos da vida de Jobs que pouca gente conhecia, não chega a empolgar. O filme é frio, parece que se desenvolve de modo burocrático e não envolve o espectar. Por mais que apresente alguns aspectos trágicos da vida de Jobs, não chega a emocionar. Um filme burocrático ao extremo que se perde em alguns meandros do processo de negociação que levou Jobs a perder sua empresa e depois recuperá-la. Kutcher também não contribui muito para isso, apesar de buscarem caracterizá-lo como Jobs (e o caminhar ficou muito bom!), faltou carisma. Jobs acaba sendo um filme cansativo, sem emoção. Apenas vemos uma pessoa obstinada e que passa por cima de tudo para alcançar seus objetivos.
Uma pequena obra-prima! Assistir a este filme é um deleite, pois desde o roteiro, passando pelas interpretações e concluindo com a direção, temos uma obra diferenciada. O filme não parte de uma premissa clara, pois ao mesmo tempo em que temos um "menino criativo", também temos um "professor estafado" e não tempos certeza para que caminho seguirá a trama. Esta sacada é boa e ao mesmo tempo em que acompanhamos a construção da relação entre o menino e o professor, percebemos que a vida do professor passa a ser mais interessante conforme se aprofunda na fantasia do menino. O roteiro trabalha com esta relação de maneira incrível, pois, de repente, o que parecia um trama simples de aluno/professor, se transforma num vício. Acredito que apenas o final seja um tanto frustrante, mas não faz com que o filme perca sua qualidade.
Lucélia Santos fez um documentário necessário, de fato, um documento que serve como denúncia acerca de tudo o que a população timorense vivenciou... e vivencia. Santos não busca inovar na linguagem documental e aposta no "arroz com feijão", por isso faz um documentário bem correto, com boas entrevistas e cenas marcantes, às vezes, chocantes. Talvez o diferencial neste documentário seja o aspecto dramático que Santos impõe. Às vezes parece que estamos seguindo uma narrativa dramática de novela, que busca levar à emoção os espectadores, mas isto não desqualifica o documentário, pois não é excessivo, apenas o torna peculiar. Enfim, temos uma denúncia dura e que ratifica o desinteresse das potências por alguns países "com importância diminuta no sistema internacional".
Um show de produção! Duas grandes personagens, mas apenas Owne se destacando. Seu Hemingway é algo desafiador. Ao mesmo tempo representa a grandiosidade de um gênio da literatura, demonstra o quão inseguro era. Seu caráter acaba sendo colocado à prova e, muitas vezes, sua coragem acaba sendo questionada. Por si, a vida de Hemingway já seria um show, mas quando ganha a visão crítica de Gellhorn deveria ser um atrativo ainda maior, no entanto, devido à interpretação fraca de Kidman, o filme perde intensidade. Mas com a mega produção da HBO por traz, continua sendo uma grande pedida!
Bastante interessante devido ao roteiro. E a direção conseguiu explorar essa potencialidade da trama fazendo com que o espectador fosse conduzido ao seu bel prazer. A maneira que a narrativa se desenrola não deixa a possibilidade para que o final seja revelado. Nesse sentido, lembra muito a maestria de Shaymalam em Sexto Sentido (apenas neste filme). Conduzir a trama é um trabalho de direção e aqui ela se sai muito bem. Os personagens são construídos sem muitos trejeitos para ficarem carregados demais, o que deixa a trama mais interessante. O suspense e a incerteza conduzem a trama, contudo, final é o mais interessante. Bela sacada, pois se demorasse um pouco mais para se resolver, teríamos o filme entrando num momento complicado de "sangue por sangue"... Vale a pena!
Elysium
3.3 2,0K Assista AgoraÉ interessante como certos diretores conseguem impor seu estilo aos filmes. Em muitos momentos Elysium lembra a estética de Distrito 9, principalmente quando mostra a Terra. E nesse aspecto que o filme ganha em qualidade porque tem a interpretação de Moura bem marcante. Alguns poderiam dizer que ela estivesse "carregada", mas acredito que não seja este o caso, ele compõe um personagem verdadeiro, com maneirismos que cabem em sua proposta. Como já fez anteriormente em outros filmes como muita maestria. Os demais atores têm um estilo de interpretação mais "naturalista", talvez nesse sentido gere alguma tensão. Mas a direção deveria ajustar isso, caso assim entendesse... mas acredito que não seja necessário. Foster e Damon fazem personagens relativamente lineares e que não chamam a atenção para suas interpretações... está longe da Starling de Silêncio dos Inocentes! A grande qualidade do filme está na trama e nos aspectos visuais. Mas não é uma obra-prima, apenas um filme um pouco acima da média... longe de Distrito 9!
Contatos de 4º Grau
3.1 1,8KA ambientação do filme é mais do que adequada para sua proposta, também, a tentativa de construir um "A Bruxa de Blair", apesar de um tanto desgastado, surge como um ingrediente extra na trama. Mas é só isso. O roteiro não consegue expandir muito seu argumento e logo tem de partir para saídas habituais de filmes do gênero, como sustos bem colocados. O interesse vai se esvaindo com o tempo e a interpretação da protagonista, por mais que tente se assemelhar "à original", não traz brilho à trama. Assim, resta esperar acabar apenas!
A Entidade
3.2 2,3K Assista AgoraTecnicamente é um filme interessante, com premissa um tanto desgastada, mas que se torna funcional. No entanto, não da para fazer questionamentos mais profundos porque senão o roteiro se desfaz.
Como perguntar como uma criança conseguiu pendurar as pessoas na árvore!
Violência Gratuita
3.8 739 Assista AgoraPerturbador! E nem acaba tendo esta característica pelas cenas de violência, pois não são as mais explícitas e, se compradas à Kill Bill, seriam coisa de crianças. Na verdade o que distingue este filme dos demais que trabalham com a temática da violência é a percepção dos protagonistas frente a ela e como o diretor opta por mostrá-la. Há uma certa passividade contemplativa da direção. Há cenas em que a câmera fica paralisada e quase se pensa que está congelada, exceto por algum referencial (como uma TV ligada) para mostrar que algo está acontecendo no ambiente. A câmera de Haneke é impiedosa e, apesar de não mostrar as cenas mais brutais, permite que vejas o resultado e isso pode ser infinitas vezes pior. A frieza dos personagens que fazem os psicopatas é inacreditável, haja vista o grau de realismo. Também é um filme que não tem compromissos com "politicamente correto", pois sua proposta é subvertê-lo,
tampouco não abre possibilidades para finais felizes... talvez até engane o espectador com esta possibilidade, mas quando mata uma criança já da indicações de que algo ainda pior virá pela frente.
Wrong Rosary
3.2 3É interessante como o roteiro é construído, pois não há grande revelações a serem feitas, mas a tensão vai surgindo gradualmente. Contudo, a direção é muito rigorosa ao não ceder à tentação de criar um thriller ou algo assim, pois a câmera é contemplativa, busca fazer com que o espectador tenha interesse pelo que vê e pense sobre isso. Acaba adotando um ritmo mais lento, mas que se encaixa na angústia dos personagens. Não temos "grandes acontecimentos", pois os fatos que ocorrem não são glamourizados, apenas assimilados e resolvidos. A atuação dos atores também é perfeita, pois representa o dilema provocado pela religião e a própria dificuldade em se comunicar. Daí os personagens serem vizinhos, mas a aproximação ser "complicada". Grande obra do cinema turco!
Flavio Rangel - O Teatro na Palma da Mão
3.9 1Um documentário belíssimo que cumpre seu papel de reconduzir Flávio Rangel à cena. Construído a partir de uma narrativa tradicional, aposta na qualidade das entrevistas com os amigos de Rangel, além de entrevistas do diretor às emissoras de TV para construir um mosaico de informações que são importantíssimas para o Teatro Nacional. Imagens e vídeos de época também reconstroem o clima das grandes montagens teatrais do TBC e outras companhias brasileiras. Para quem estuda teatro é uma obra necessária e para os amantes do teatro, uma viagem ao tempo!
Vôo Noturno
3.3 587 Assista AgoraO filme começa bem, uma boa proposta de suspense e tensão em um voo, no entanto, exceto pela parte que transcorre no interior do avião, o restante é fraco. E grande parte disso devido ao exagero na criação do personagem de Murphy. Ele construiu uma caricatura de vilão e a perseguição dentro da casa e no saguão do aeroporto explicita este fato. Por fim, vira uma grande besteira e brincadeira de esconde esconde. Mas McAdams consegue, apesar de tudo, fazer uma personagem coerente... exceto pelo final, quando ela "ganha super poderes"! A direção se empolgou com as besteiras que o roteirista fez!
O Tempo e o Vento
3.6 454 Assista AgoraAssistir a este filme é como um revival de O Pantanal, mas nos Pampas. É indiscutível a beleza das imagens de Monjardim. A direção de fotografia e de arte fizeram um trabalho que deixou os pampas ainda mais belos... alguns cenas fazem referência a "E o Vento Levou", outras a filmes de faroeste... enfim, a linguagem visual não é ruim, pelo contrário, até é muito boa. Temos um elenco que parecia ter saído de uma novela da Globo, também não quer dizer muito, mas até que estava bem. Então, o que não faz deste filme um bom filme? O roteiro! Infelizmente a missão de condensar a história de um romance épico como essa nesse tempo do longo causou o esvaziamento de muitas tramas e o filme não tem climax. Diferentemente de "E o vento levou..." que faz com que o espectador conheça bem e vivencie os dramas de todas as personagens, neste, muitas vezes eles aparecem rapidamente e não dá tempo para que sua história seja assimilada. E isso é um problema característico de roteiro e que devem ter tentado resolver na edição, mas não ficou bom. Assim, o filme acaba sendo "morno", não envolve. Em cena com potencial dramático enorme, apenas segue a narrativa. Fernanda Montenegro tenta dar um ar de credibilidade maior à trama, mas ainda assim é pouco. Por fim, tem-se a impressão de que "faltou alguma coisa"... É belo, mas não tem sequer a densidade dramática de novelas como O Rei do Gado e Renascer, que também primavam pela beleza estética sob a direção de Luiz Fernando Carvalho... então, o roteiro não é lá essas coisas!!! Um bom telefilme, talvez, mas só isso!
Linha de Ação
3.1 267 Assista AgoraO filme começa bem, inclusive, tenta recriar o clima de filme policiais dos anos 70, mas logo vai se perdendo. Talvez pela falta de atratividade da trama, já um tanto batida, ou pela instabilidade do roteiro. Os personagens são muito limitados e os atores não colaboram no intuito de deixá-los mais interessantes, assim, fazem o convencional para que o filme chegue ao final logo. Destaque para a bela fotografia e uma trilha sonora interessante, mas de resto, é apenas um filme convencional. Esquecível facilmente!
2 mais 2
3.1 121 Assista AgoraAté para fazer uma comédia sobre swing os argentinos encontram algum refinamento na linguagem e na abordagem cinematográfica. Não é nenhuma obra prima, no entanto, muito mais do que criar situações embaraçosas, a proposta do filme é trazer à tona o questionamento acerca da estabilidade de um casamento e o quanto é possível separar sexo de qualquer envolvimento passional. E o resultado acaba sendo interessante, pois todos os elementos deste tipo de filme está presente, desde o personagem conservador até o mais liberal possível, desde a vida sexual rotineira à insaciável orgia... enfim, o que diferencia este filme dos demais "from USA" é a capacidade de abordar este tema sem querer transformá-lo num besterol. E o resultado é bom. Apenas bom!
E Agora, Aonde Vamos?
4.2 144Somente pela cena inicial este filme já mereceria destaque. É uma cena que poucas vezes um diretor tem tal sacada, é simplesmente belíssima e dentro de um contexto dramático sem igual. Uma dança com significado angustiante, como será possível perceber no transcorrer da trama. As atrizes do filme são excepcionais e criam personagens únicos, os quais servem para propor a crítica sobre o universo masculino. Isso, inserido em um Líbano que, por si, já é um problema a parte, transforma a história num modelo do que se vive em dimensão mundial. A sensibilidade da direção se apresenta em todos os momentos, seja num enquadramento diferenciado ou num silêncio captado pela lenta da câmera. Ah, e a fotografia também deve ser ressaltada e acompanha a qualidade da direção. Enfim, uma bela trama contada através de um olhar feminino que se destaca.
Anna Karenina
3.7 1,2K Assista AgoraUma mega produção com interpretações boas, mas opções duvidosas com relação à proposta cênica. O filme não inova e aposta em contar uma bela história já conhecida, mas reproduzida em outras produções mais interessantes. A aposta do filme na direção de arte para sustentar algumas deficiências não da resultado absolutamente. Knightley até faz uma personagem correta, mas não funciona plenamente na trama. Os demais personagens coadjuvantes também não ajudam e o filme termina frio. Bom, mas esquecível!
O Que Terá Acontecido a Baby Jane?
4.4 830 Assista AgoraÉ até assustador assistir estas duas atrizes interpretando! Tudo é tão simples e se transforma numa complexidade absurda. Davis correu o risco de transformar sua Jane em uma caricatura, mas sua maestria é tal que construiu uma personagem de densidade incrível. E Crawford não fica atrás, pois sua doçura e candura acaba sendo a grande chave do filme. O roteiro é primoroso e não vai envelhecer nunca. A direção não utiliza qualquer artifício extra para segurar a atenção do espectador, pois as duas atrizes duelam em cena! Uma obra prima que cada vez se assiste apresenta outras possibilidades!!!
Agente C – Dupla Identidade
2.7 43 Assista AgoraBelo filme sobre o IRA e a situação política na Grã-Bretanha. O filme consegue trazer à tona vários aspectos desta disputa que durou anos. E toca em pontos críticos como os delatores e a maneira de atuação britânica. É interessante porque coloca um ingrediente extra -
uma suposta relação afetiva entre uma mulher do IRA e um "policial" britânico - que
Santos e Soldados: Missão Berlim
3.0 43 Assista AgoraInteressante, realista, mas empolga pouco porque os personagens não são carismáticos e mesmo diante de situações limite, parece que não são criados recursos, pelo roteiro, para atrair o espectador. Assim, depois de assistir tiros e mais tiros, mortes e mais mortes, o questionamento fatal acerca da guerra e de quem são estas pessoas em guerra acaba se perdendo... talvez bem no final recupere, mas já é tarde para se transformar num filme diferenciado. Termina como um bom filme, mas que não se equipara a outros sobre o mesmo tema, e, por isso, logo será esquecido.
Oblivion
3.2 1,7K Assista AgoraApenas uma fantasia muito bem construída tecnicamente. A trama é simples e logo que se revela, vai perdendo o interesse. Não há grande reviravoltas e a obviedade de seu desenrolar não traz atrativos. Cruise faz um personagem pouco carismático e mesmo a suposta relação que poderia ter com a personagem de Kurylenko traz algum interesse maior para segurar a tensão. Enfim, a beleza do ambiente criado nas nuvens é o que mais chama a atenção. Freeman faz um personagem fraco e com propósito reduzido, parece estar no filme apenas para que seu nome fosse colocado no cartaz como chamariz para o público, pois é quase uma piada sua importância. Para quem gosta de filmes futuristas é uma boa pedida, mas apenas para passar o tempo, pois não verá nada de excepcional. É bonzinho!
Sem Perdão
3.2 223 Assista AgoraPersonagens comuns catapultados a um universo que não é o seu. Talvez este seja um resumo possível, pois é sobre isso que se trata o filme. Duas pessoas, por razões distintas, se veem diante de uma nova realidade e, para tanto, acabam se envolvendo. Farrell e Rapace constroem dois personagens densos e que acabam criando um envolvimento que busca a cumplicidade do espectador. A direção propõe locais distintos para a trama e a fotografia acompanha esta opção. O resultado acaba sendo muito bom. Também há cenas de ação que empolgam os apreciadores do gênero. Por fim, se não é um filme fantástico, é perceptível a qualidade da direção em seu acabamento. Talvez por não ser um roteiro tão interessante, o resultado final acaba sendo bom devido aos aspectos técnicos.
10 Anos de Pura Amizade
2.9 212Filme básico e convencional sobre reencontros. Temos todos os tipos de personagens já usados ao extremos neste tipo de filme. O problema é que neste caso não há nenhum que se destaque e as tramas são tão óbvias que o filme vai perdendo o interesse conforme se aprofunda. Há, desde o cara que virou superstar até a
menina popular que não deu certo na vida
Poder Paranormal
3.2 701O clima de suspense do filme é seu maior trunfo. Temos personagens que não se mostram por completo e isso amplia a tensão.
A morte da personagem de Weaver é interessante para revigorar a trama.
Jobs
3.1 750 Assista AgoraUm tanto frustrante. Por mais que traga aspectos da vida de Jobs que pouca gente conhecia, não chega a empolgar. O filme é frio, parece que se desenvolve de modo burocrático e não envolve o espectar. Por mais que apresente alguns aspectos trágicos da vida de Jobs, não chega a emocionar. Um filme burocrático ao extremo que se perde em alguns meandros do processo de negociação que levou Jobs a perder sua empresa e depois recuperá-la. Kutcher também não contribui muito para isso, apesar de buscarem caracterizá-lo como Jobs (e o caminhar ficou muito bom!), faltou carisma. Jobs acaba sendo um filme cansativo, sem emoção. Apenas vemos uma pessoa obstinada e que passa por cima de tudo para alcançar seus objetivos.
Dentro da Casa
4.1 554 Assista AgoraUma pequena obra-prima! Assistir a este filme é um deleite, pois desde o roteiro, passando pelas interpretações e concluindo com a direção, temos uma obra diferenciada. O filme não parte de uma premissa clara, pois ao mesmo tempo em que temos um "menino criativo", também temos um "professor estafado" e não tempos certeza para que caminho seguirá a trama. Esta sacada é boa e ao mesmo tempo em que acompanhamos a construção da relação entre o menino e o professor, percebemos que a vida do professor passa a ser mais interessante conforme se aprofunda na fantasia do menino. O roteiro trabalha com esta relação de maneira incrível, pois, de repente, o que parecia um trama simples de aluno/professor, se transforma num vício. Acredito que apenas o final seja um tanto frustrante, mas não faz com que o filme perca sua qualidade.
Timor Lorosae - O Massacre que o Mundo Não Viu
3.8 8Lucélia Santos fez um documentário necessário, de fato, um documento que serve como denúncia acerca de tudo o que a população timorense vivenciou... e vivencia. Santos não busca inovar na linguagem documental e aposta no "arroz com feijão", por isso faz um documentário bem correto, com boas entrevistas e cenas marcantes, às vezes, chocantes. Talvez o diferencial neste documentário seja o aspecto dramático que Santos impõe. Às vezes parece que estamos seguindo uma narrativa dramática de novela, que busca levar à emoção os espectadores, mas isto não desqualifica o documentário, pois não é excessivo, apenas o torna peculiar. Enfim, temos uma denúncia dura e que ratifica o desinteresse das potências por alguns países "com importância diminuta no sistema internacional".
Hemingway & Martha
3.5 121 Assista AgoraUm show de produção! Duas grandes personagens, mas apenas Owne se destacando. Seu Hemingway é algo desafiador. Ao mesmo tempo representa a grandiosidade de um gênio da literatura, demonstra o quão inseguro era. Seu caráter acaba sendo colocado à prova e, muitas vezes, sua coragem acaba sendo questionada. Por si, a vida de Hemingway já seria um show, mas quando ganha a visão crítica de Gellhorn deveria ser um atrativo ainda maior, no entanto, devido à interpretação fraca de Kidman, o filme perde intensidade. Mas com a mega produção da HBO por traz, continua sendo uma grande pedida!
O Mistério das Duas Irmãs
3.5 1,5K Assista AgoraBastante interessante devido ao roteiro. E a direção conseguiu explorar essa potencialidade da trama fazendo com que o espectador fosse conduzido ao seu bel prazer. A maneira que a narrativa se desenrola não deixa a possibilidade para que o final seja revelado. Nesse sentido, lembra muito a maestria de Shaymalam em Sexto Sentido (apenas neste filme). Conduzir a trama é um trabalho de direção e aqui ela se sai muito bem. Os personagens são construídos sem muitos trejeitos para ficarem carregados demais, o que deixa a trama mais interessante. O suspense e a incerteza conduzem a trama, contudo, final é o mais interessante. Bela sacada, pois se demorasse um pouco mais para se resolver, teríamos o filme entrando num momento complicado de "sangue por sangue"... Vale a pena!