Caramba, lembrei de circo, de Wong Kar Wai, Leos Carax... mas de uma forma totalmente brasileira!! Ah, e também "A Festa da Menina Morta", por ter essa pegada Brasil Profundo com pitadas de horror, um gore sentimental rs. O Inferninho parece o inconsciente do Brasil. Brega, estranho, travestilizado, triste. Muito álcool, sensualidade, vontade de amar... O Inferninho carrega o cheiro do abandono. Os abandonados encontrando refúgio no abandono um do outro.
A parte mais grossa do roteiro não me interessou muito - os problemas em torno da dívida do marinheiro -, e inclusive o próprio marinheiro é um personagem que muda muito rápido, não consegui pegar muito bem as motivações dele em não querer que a Deusimar vendesse o bar... Mas, li a sinopse depois do filme e ela tem uma pista. O final é muy brilhante, depois de rodar o mundo, Deusimar volta pro ponto de onde partiu... mas o ponto não é mais o mesmo, e nem ela. Ninguém a reconhece, embora o lugar seja p/ ela super familiar. Nasceu ali... Escolhe ficar, de novo. Tem pedaço nosso que fica sempre.
Essa coisa de filmes com mulheres adultas agindo como adolescentes me incomoda muito... costumo achar chato. A Anais aí sempre infantilizada: nas roupas, na forma tosca de lidar com problemas reais e duros (a doença da mãe), na forma de atravessar o casamento da galera. E minha questão não é moral, como se ficar com pessoas casadas fosse errado e por isso Anais é infantil. O ponto é a forma como ela faz isso, como se vivesse uma fantasia autocentrada a todo momento. Sei que existem pessoas e mulheres assim, mas essa escolha narrativa sempre me soa questionável, inda mais quando romantiza desse jeito. Uma certa idealização da inocência e inconsequência. Bom, mas além disso, acho que só não gostei mesmo rs, achei o romance entre as duas fraquíssimo, improvável, sem verdade. Kkkkk que comentário de pessoa chata, mas é isso
essa sinopse do filmow acaba com a graça toda, ainda bem que não li antes de ver o filme. achei interessante, mas nada uau... não mexeu tanto comigo. tem umas cenas boas, as musicais, especialmente.
e erra em intuir o que seria esse algo, já o filme nos leva a pensar que Victoria seria violentada de alguma forma pelo cara ou pelos caras. pelo menos pra mim, foi isso que soou. achei interessante essa virada aí...
foi ok a experiência kkk com alguns momentos de destaque
Nonsense monogâmico... Poderia ser bem melhor. Achei as atuações sem força e o drama mal colocado, aí senti que alguns diálogos soaram descabidos ou exagerados. Uma pena, pq a história é interessante. Mas pra fazer um bom drama familiar é preciso mais espessura.
O diálogo/conflito deles já mais velhos poderia ter ganhado mais tempo.. talvez conseguisse dar mais densidade pro resto do filme, pq é ali que alguns desejos dos personagens são revelados.
Uau. Magnífico!!! "Cirurgia é o novo sexo". Fiquei totalmente magnetizada pelo filme. História muito boa! A trilha sonora. A cena da dança. As novas faces do prazer. Essa temática pós-humana é muito interessante, achei esse futuro do Cronenberg bem plausível.
A personagem da Kristen aparece ali como "conservadora" e burocrática, mas tem tesão e um certo fetiche no artista doidão que experimenta as novas potencialidades do corpo. Os tempos mudam e algumas coisas nem tanto kkk só novos arranjos pros recalques. Fiquei pensando sobre a função do artista. Ai, no filme, de um jeito literal, o/a artista é quem expõe, quem disseca. Dá-lhe "beleza interior"...rs.
Ela recorre a todos os lugares e nenhum tem coragem de escutar "Eu não quero esse filho!!!". Em nenhum momento alguém escutou a mina. Da mãe, ela recebe um tapa na cara. A mulher que vai fazer o aborto sequer explica como vai ser o procedimento. É o desconhecido a todo momento invadindo o corpo da personagem. Seja o feto, sejam as mãos e opinião do ginecologista, as ferramentas do aborto... O alívio só surge quando o desejo é naturalizado e compartilhado: quando a amiga conta que já transou, quando outra mulher que já abortou surge e a ajuda - e conta que vai doer.
A cena do protagonista sentado no café, escutando a conversa alheia, enquanto rodam imagens dos possíveis caminhos das pessoas que ele avista andando na rua. Uau, eu adorei! Durante todo o filme Anders ocupa uma posição de observador. Mesmo quando em diálogo, falando, há sempre uma parte dele que parece ausente, como quem já sabe há algum tempo que não cabe mais no mundo ou que não tem a força suficiente de se fazer caber novamente. No final do filme, um suicídio que parecia inevitável e planejado desde o início...
Tô encantada por Joachim Trier, que cara sensível. Tem uma coisa ora melancólica ora confortável nos filmes dele...(ou os dois ao mesmo tempo). Esse filme foi pra mim como uma companhia
Não gostei... Não me conectei com as personagens, achei muito rápido. Talvez daria uma boa série. Uma pena, pq a capa é muito linda e me fez pensar que o filme seria mais íntimo, com mais fogo e fôlego.
Casais sem química, que não pareciam se desejar. Em Dor e Glória o beijo do Antonio Bandeiras com o boy é tão bonito. Nesse, o casal de mulheres não convence em nada. Várias possibilidades atropeladas na rapidez do filme e na pouca firmeza das personagens enquanto pessoas. O lance político ficou bem deslocado também.. É, queria ter gostado, não rolou
Eu fiquei achando que a mãe tinha morrido, mas não, né? kkk Ela aparece tão raramente, pensei que ela havia morrido e que o pai estava delirando de luto. Bom... Aqui as crianças me parecem um pouco mais desamparadas do que em Cria Corvos (do Carlos Saura). A magia que se precipita sobre a vida das irmãs (pela via do terror) é uma presença p/ elas. Uma presença curiosa, que amedronta, mas ainda assim, uma companhia p/ se cultivar nesse castelo enorme. A morte aparece nas brincadeiras e até no desejo de Ana, seja por curiosidade ou por insatisfação com a vida que ela já conhece. Um pai vivo mas perdido, ausente. Incapaz de criar um elo de diálogo com as duas filhas. Ele parece mais um tio distante... Ana cuidando do homem misterioso do trem, lhe dando o casaco do pai e amarrando seus sapatos, como quem quer restaurar a figura paterna, criar uma nova, remontar pedaço por pedaço alguém que cuide e que brinque.
O ex namorado já era um prófugo em vida kkkk ele e a mãe ocupando uma função controladora.. mudam as personagens mas a posição da Inés nem tanto, é de submissão. Uma submissão que não é totalmente alheia, pq ela percebe o controle do ex namorado e da mãe, via consciente ou via sonhos, mas ainda assim, há submissão. É curioso ela continua no mesmo lugar de solidão no desfecho do filme: segue só, mas com uma presença imaginária. Ela só conseguiu resgatar a própria voz, no coral e na alegria de viver, através da fantasia de um novo amor, um amor que parece saudável mas no fundo é uma possessão. Acho que ilustrou bem a ideia do amor romântico idealizado, onde há uma "integração", onde 2 viram 1 etc..
Essa mistura entre modernidade e práticas religiosas violentas da idade média sempre provocam um tipo de estranhamento muito particular... Nos lembram que essas práticas já foram instituicionalizadas. Algo de estranho-familiar nas cenas. Gosto de como a personagem vai se revelando aos poucos, até atingir seu ápice, queimando. A cena do fogo mostra o quão literal é seu modo de sofrer.
Esse filme é essencial p/ entender a relação entre manicômio, patriarcado e histeria no séc. 19. Uma histeria profundamente indignada com a instituição patriarcal, muito bem representada pela figura do pai e do médico. Uma pessoa proibida de falar, de desejar, de ler, sem espaço para elaborar sobre isso, cria um sintoma no corpo, como as paralisias de um membro ou do corpo inteiro, bem comuns ai. O filme aborda muito bem a relação de poder envolvida na dinâmica médico e paciente, como as histéricas eram objetificadas em nome da "ciência" (que ai no caso, tá mais pra charlatanismo médico mesmo). O sofrimento de todas essas mulheres glamourizado, como se ali fosse um circo. Não havia uma curiosidade genuína pela razão do sofrimento, só uma fetichização da forma incomum pela qual elas sofriam. E claramente elas sofriam por ter uma vida que as privava de liberdade, das mais básicas.
Pensei que Freud apareceria em algum momento ai no filme, ficou só o zé ruela do Charcot. Mas de qualquer forma, o filme é também um retrato do solo onde nasce a psicanálise. Freud se recusa a ter relações sexuais e se aproveitar do sofrimento das pacientes, renega o método da hipnose e inaugura outro tipo de tratamento, sem esse charlatanismo patriarcal. Se diz que quem criou a psicanálise foram as mulheres: uma mulher histérica pede que Freud cale a boca e a escute, e ele o faz. Entendeu que essas mulheres precisavam ser escutadas (pra gente parece tão óbvio, horrendo pensar que um dia não foi)... Claro que Freud não foi nenhum grande feminista, mas fico aliviada que ele tenha surgido nesse espaço-tempo e possibilitado outra forma de tratamento, que não a da violência e do manicômio.
Os dias se repetindo - mas mesmo que parecidos, são sempre outros dias... (os personagens não parecem observar as próprias repetições... ficou só pro espectador mesmo).
Mas não sei... de modo geral não curti tanto. Ter visto no cinema ajudou. Acho que se visse em casa teria gostado bem menos.
Muito estranhas as relações amorosas ai. Não sei se é o estilo do diretor, ou algo sobre a cultura sul-coreana. Achei o cara machistão, e super Ulisses (de Penélope), algo meio: "eu vou embora ver as coisas do mundo... mas continue me amando e cumprindo as promessas sem sentido que eu te fiz fazer". zzzZZ.
Ou, é lindo demais... Esse filme fica remexendo tudo. Dança em você. Terror com trilha sonora de Thom Yorke, num é mesmo... Terror feminista. Num sei qual é a definição de terror feminista, mas pra mim é sobre esse movimento de re-apropriação de tudo o que disseram e dizem fazer parte de uma essência feminina na intenção de controlar as mulheres. É pegar todas as ofensas e fazer delas verdades orgulhosas. Algo do tipo somos loucas mesmo, sujonas, maldosas, bruxas etc. Enfim, não tô dizendo nada muito novo, mas eu tenho um apreço por essa estratégia. É poética, inteligente, brutal. Esse filme joga bem com isso. Aiai eu amOo essa obra
A última cena é de uma selvageria sinistra. E é lindíssima. Tem algo sobre a estética desse filme que tenta tornar belo ou palatável as coisas mais feias e absurdas. Tem também um jogo com os personagens, invertendo quem é vítima e quem é predador, quem tem poder e quem não tem. Poderia ser mais curto, realmente. Não por uma questão comercial, mas pq algumas cenas e nichos abertos no filme são um pouco desnecessários ou não acrescentam nada na narrativa. Comentaram por aqui que a dimensão política do filme é muito mal abordada, por ex.
Transeunte
3.6 21Nunca é tarde pra viver... e na rua cabe tudo
Il Buco
3.9 8coisas sublimes
Inferninho
3.7 83Caramba, lembrei de circo, de Wong Kar Wai, Leos Carax... mas de uma forma totalmente brasileira!! Ah, e também "A Festa da Menina Morta", por ter essa pegada Brasil Profundo com pitadas de horror, um gore sentimental rs. O Inferninho parece o inconsciente do Brasil. Brega, estranho, travestilizado, triste. Muito álcool, sensualidade, vontade de amar... O Inferninho carrega o cheiro do abandono. Os abandonados encontrando refúgio no abandono um do outro.
A parte mais grossa do roteiro não me interessou muito - os problemas em torno da dívida do marinheiro -, e inclusive o próprio marinheiro é um personagem que muda muito rápido, não consegui pegar muito bem as motivações dele em não querer que a Deusimar vendesse o bar... Mas, li a sinopse depois do filme e ela tem uma pista. O final é muy brilhante, depois de rodar o mundo, Deusimar volta pro ponto de onde partiu... mas o ponto não é mais o mesmo, e nem ela. Ninguém a reconhece, embora o lugar seja p/ ela super familiar. Nasceu ali... Escolhe ficar, de novo. Tem pedaço nosso que fica sempre.
Os Amores Dela
3.6 10Infelizmente, não gostei. No começo tava curtindo, depois...
Essa coisa de filmes com mulheres adultas agindo como adolescentes me incomoda muito... costumo achar chato. A Anais aí sempre infantilizada: nas roupas, na forma tosca de lidar com problemas reais e duros (a doença da mãe), na forma de atravessar o casamento da galera. E minha questão não é moral, como se ficar com pessoas casadas fosse errado e por isso Anais é infantil. O ponto é a forma como ela faz isso, como se vivesse uma fantasia autocentrada a todo momento. Sei que existem pessoas e mulheres assim, mas essa escolha narrativa sempre me soa questionável, inda mais quando romantiza desse jeito. Uma certa idealização da inocência e inconsequência. Bom, mas além disso, acho que só não gostei mesmo rs, achei o romance entre as duas fraquíssimo, improvável, sem verdade. Kkkkk que comentário de pessoa chata, mas é isso
Victoria
3.8 248 Assista Agoraessa sinopse do filmow acaba com a graça toda, ainda bem que não li antes de ver o filme. achei interessante, mas nada uau... não mexeu tanto comigo. tem umas cenas boas, as musicais, especialmente.
a cena da dança pós roubo e da do piano são lindas.
o filme se esforça e consegue, em alguma medida, criar uma atmosfera de tensão. cê fica esperando algo por vir o tempo todo
e erra em intuir o que seria esse algo, já o filme nos leva a pensar que Victoria seria violentada de alguma forma pelo cara ou pelos caras. pelo menos pra mim, foi isso que soou. achei interessante essa virada aí...
foi ok a experiência kkk com alguns momentos de destaque
Força Maior
3.6 241só lembrava do vídeo do gritinho da masculinidade kkkk https://www.youtube.com/watch?v=gB3g74HUBm8
Laços
3.3 1 Assista AgoraNonsense monogâmico...
Poderia ser bem melhor. Achei as atuações sem força e o drama mal colocado, aí senti que alguns diálogos soaram descabidos ou exagerados. Uma pena, pq a história é interessante. Mas pra fazer um bom drama familiar é preciso mais espessura.
O diálogo/conflito deles já mais velhos poderia ter ganhado mais tempo.. talvez conseguisse dar mais densidade pro resto do filme, pq é ali que alguns desejos dos personagens são revelados.
Crimes do Futuro
3.2 264 Assista AgoraUau. Magnífico!!! "Cirurgia é o novo sexo". Fiquei totalmente magnetizada pelo filme. História muito boa! A trilha sonora. A cena da dança. As novas faces do prazer. Essa temática pós-humana é muito interessante, achei esse futuro do Cronenberg bem plausível.
A personagem da Kristen aparece ali como "conservadora" e burocrática, mas tem tesão e um certo fetiche no artista doidão que experimenta as novas potencialidades do corpo. Os tempos mudam e algumas coisas nem tanto kkk só novos arranjos pros recalques. Fiquei pensando sobre a função do artista. Ai, no filme, de um jeito literal, o/a artista é quem expõe, quem disseca. Dá-lhe "beleza interior"...rs.
O Acontecimento
4.0 79 Assista AgoraA sensação de vertigem me acompanhou pós filme. Que pesadelo isso de ser um crime a escolha sobre o destino do próprio corpo... Que agonia.
Ela recorre a todos os lugares e nenhum tem coragem de escutar "Eu não quero esse filho!!!". Em nenhum momento alguém escutou a mina. Da mãe, ela recebe um tapa na cara. A mulher que vai fazer o aborto sequer explica como vai ser o procedimento. É o desconhecido a todo momento invadindo o corpo da personagem. Seja o feto, sejam as mãos e opinião do ginecologista, as ferramentas do aborto... O alívio só surge quando o desejo é naturalizado e compartilhado: quando a amiga conta que já transou, quando outra mulher que já abortou surge e a ajuda - e conta que vai doer.
Esse filme me tocou.
Oslo, 31 de Agosto
3.9 194Tem cenas interessantíssimas... caramba.
A cena do protagonista sentado no café, escutando a conversa alheia, enquanto rodam imagens dos possíveis caminhos das pessoas que ele avista andando na rua. Uau, eu adorei! Durante todo o filme Anders ocupa uma posição de observador. Mesmo quando em diálogo, falando, há sempre uma parte dele que parece ausente, como quem já sabe há algum tempo que não cabe mais no mundo ou que não tem a força suficiente de se fazer caber novamente. No final do filme, um suicídio que parecia inevitável e planejado desde o início...
Má Sorte no Sexo ou Pornô Acidental
3.6 60Diferente
Adorei a parte 2
Drive My Car
3.8 385 Assista Agoramuita escuta
Mães Paralelas
3.7 411Não gostei... Não me conectei com as personagens, achei muito rápido. Talvez daria uma boa série. Uma pena, pq a capa é muito linda e me fez pensar que o filme seria mais íntimo, com mais fogo e fôlego.
Casais sem química, que não pareciam se desejar. Em Dor e Glória o beijo do Antonio Bandeiras com o boy é tão bonito. Nesse, o casal de mulheres não convence em nada. Várias possibilidades atropeladas na rapidez do filme e na pouca firmeza das personagens enquanto pessoas. O lance político ficou bem deslocado também.. É, queria ter gostado, não rolou
Licorice Pizza
3.5 597Não entendi pq os personagens faziam o que faziam...
My Reincarnation
3.8 1Onde encontro?
O Espírito da Colméia
4.2 145 Assista AgoraMe lembrou "Cria Corvos" e "As Maravilhas". Lembrou bastante! Filme lindo. O lugar não podia ser outro...
Eu fiquei achando que a mãe tinha morrido, mas não, né? kkk Ela aparece tão raramente, pensei que ela havia morrido e que o pai estava delirando de luto. Bom...
Aqui as crianças me parecem um pouco mais desamparadas do que em Cria Corvos (do Carlos Saura). A magia que se precipita sobre a vida das irmãs (pela via do terror) é uma presença p/ elas. Uma presença curiosa, que amedronta, mas ainda assim, uma companhia p/ se cultivar nesse castelo enorme. A morte aparece nas brincadeiras e até no desejo de Ana, seja por curiosidade ou por insatisfação com a vida que ela já conhece. Um pai vivo mas perdido, ausente. Incapaz de criar um elo de diálogo com as duas filhas. Ele parece mais um tio distante... Ana cuidando do homem misterioso do trem, lhe dando o casaco do pai e amarrando seus sapatos, como quem quer restaurar a figura paterna, criar uma nova, remontar pedaço por pedaço alguém que cuide e que brinque.
Cria Corvos
4.3 199 Assista Agorainfâncias fúnebres e cheias de enigmas.. filme lindo, amo
El Prófugo
3.2 10Achei bem interessante.
O ex namorado já era um prófugo em vida kkkk ele e a mãe ocupando uma função controladora.. mudam as personagens mas a posição da Inés nem tanto, é de submissão. Uma submissão que não é totalmente alheia, pq ela percebe o controle do ex namorado e da mãe, via consciente ou via sonhos, mas ainda assim, há submissão. É curioso ela continua no mesmo lugar de solidão no desfecho do filme: segue só, mas com uma presença imaginária. Ela só conseguiu resgatar a própria voz, no coral e na alegria de viver, através da fantasia de um novo amor, um amor que parece saudável mas no fundo é uma possessão. Acho que ilustrou bem a ideia do amor romântico idealizado, onde há uma "integração", onde 2 viram 1 etc..
Cordeiro
3.3 555 Assista Agoraachei fraco das ideia...
Saint Maud
3.5 336 Assista AgoraLindo. Consegue construir imagens-metáforas muito impressionantes, e sem excessos. O filme é econômico: só mostra o que é preciso, e mostra muito bem.
Essa mistura entre modernidade e práticas religiosas violentas da idade média sempre provocam um tipo de estranhamento muito particular... Nos lembram que essas práticas já foram instituicionalizadas. Algo de estranho-familiar nas cenas. Gosto de como a personagem vai se revelando aos poucos, até atingir seu ápice, queimando. A cena do fogo mostra o quão literal é seu modo de sofrer.
O Baile das Loucas
3.7 38 Assista AgoraEsse filme é essencial p/ entender a relação entre manicômio, patriarcado e histeria no séc. 19. Uma histeria profundamente indignada com a instituição patriarcal, muito bem representada pela figura do pai e do médico. Uma pessoa proibida de falar, de desejar, de ler, sem espaço para elaborar sobre isso, cria um sintoma no corpo, como as paralisias de um membro ou do corpo inteiro, bem comuns ai. O filme aborda muito bem a relação de poder envolvida na dinâmica médico e paciente, como as histéricas eram objetificadas em nome da "ciência" (que ai no caso, tá mais pra charlatanismo médico mesmo). O sofrimento de todas essas mulheres glamourizado, como se ali fosse um circo. Não havia uma curiosidade genuína pela razão do sofrimento, só uma fetichização da forma incomum pela qual elas sofriam. E claramente elas sofriam por ter uma vida que as privava de liberdade, das mais básicas.
Pensei que Freud apareceria em algum momento ai no filme, ficou só o zé ruela do Charcot. Mas de qualquer forma, o filme é também um retrato do solo onde nasce a psicanálise. Freud se recusa a ter relações sexuais e se aproveitar do sofrimento das pacientes, renega o método da hipnose e inaugura outro tipo de tratamento, sem esse charlatanismo patriarcal. Se diz que quem criou a psicanálise foram as mulheres: uma mulher histérica pede que Freud cale a boca e a escute, e ele o faz. Entendeu que essas mulheres precisavam ser escutadas (pra gente parece tão óbvio, horrendo pensar que um dia não foi)... Claro que Freud não foi nenhum grande feminista, mas fico aliviada que ele tenha surgido nesse espaço-tempo e possibilitado outra forma de tratamento, que não a da violência e do manicômio.
O Dia em que Ele Chegar
3.8 18Gostei muito do estilo de filmagem, e algumas cenas específicas são bem lindas, sutis. Gosto dessa simplicidade.
Os dias se repetindo - mas mesmo que parecidos, são sempre outros dias... (os personagens não parecem observar as próprias repetições... ficou só pro espectador mesmo).
Mas não sei... de modo geral não curti tanto. Ter visto no cinema ajudou. Acho que se visse em casa teria gostado bem menos.
Muito estranhas as relações amorosas ai. Não sei se é o estilo do diretor, ou algo sobre a cultura sul-coreana. Achei o cara machistão, e super Ulisses (de Penélope), algo meio: "eu vou embora ver as coisas do mundo... mas continue me amando e cumprindo as promessas sem sentido que eu te fiz fazer". zzzZZ.
Suspíria: A Dança do Medo
3.7 1,2K Assista AgoraOu, é lindo demais... Esse filme fica remexendo tudo. Dança em você. Terror com trilha sonora de Thom Yorke, num é mesmo... Terror feminista. Num sei qual é a definição de terror feminista, mas pra mim é sobre esse movimento de re-apropriação de tudo o que disseram e dizem fazer parte de uma essência feminina na intenção de controlar as mulheres. É pegar todas as ofensas e fazer delas verdades orgulhosas. Algo do tipo somos loucas mesmo, sujonas, maldosas, bruxas etc. Enfim, não tô dizendo nada muito novo, mas eu tenho um apreço por essa estratégia. É poética, inteligente, brutal. Esse filme joga bem com isso. Aiai eu amOo essa obra
A última cena é de uma selvageria sinistra. E é lindíssima. Tem algo sobre a estética desse filme que tenta tornar belo ou palatável as coisas mais feias e absurdas. Tem também um jogo com os personagens, invertendo quem é vítima e quem é predador, quem tem poder e quem não tem. Poderia ser mais curto, realmente. Não por uma questão comercial, mas pq algumas cenas e nichos abertos no filme são um pouco desnecessários ou não acrescentam nada na narrativa. Comentaram por aqui que a dimensão política do filme é muito mal abordada, por ex.
Suspíria: A Dança do Medo
3.7 1,2K Assista Agoraessas cenas dos pesadelos são UAU