nem a psicóloga soube escutar o desejo de Pierre e da irmã, eles foram totalmente jogados ao desconhecido sozinhos. os pais biológicos o tratando como um boneco, um objeto para exibir. fazendo primeiros encontros numa pizzaria, invés do olho no olho... o Matheus Nachtergaele tá terrivelmente bom nesse papel, que home versátil! Daniela Nefussi também. os dois estão insuportáveis. na real que adorei todas as atuações.
achei que o roteiro pecou em focar excessivamente no cotidiano do novo irmão de Pierre, invés de usar esse tempo pra explorar mais a relação com as mães... entendo que é uma forma de mostrar a discrepância entre as famílias, talvez algo como "o que Pierre poderia ter sido", mas em alguns momentos foi desnecessário. é um filme frio, e parece que é intencional. ninguém aí tá se permitindo encarar o problema. o máximo foi a tia dando pratos pro Pierre quebrar. acho que uma proximidade com os personagens faria bem ao filme, às vezes parece tudo muito distante e desafetado.
incrível como os documentários do netflix tem a mesma formatação... tom jornalístico, mesmo jeito de mostrar a temporalidade da história, mesmo formato de entrevista, um link no final do filme pra vc doar dinheiro, nenhuma personalidade estética, nenhuma vontade de tecer uma crítica com fundo político e social mais densa. no final, um tom positivo que faz parecer que superar a lgbtfobia e o fundamentalismo religioso é uma questão individual. enfim, já sabia que encontraria isso kkk
o doc é bem chocante. dá umas raivas sinistras.. imagina perder 30 anos de vida alienado num discurso religioso que odeia sua expressão sexual??? isso é uma marca que perdura no corpo.. achei que o doc fez parecer ser fácil esse processo de saída da igreja e autoaceitação. poxa, anos e anos de terapia de reversão sexual deixam marcas de culpa pruma vida.
a dilma é uma pessoa muito interessante, autêntica, diferente de qualquer outra que já vi. e parece guardar um sofrimento muito potente, mesmo que ela negue com veemência. há quanto tempo será que ela não chora? (muito forte e sincero quando ela diz: "deus é uma ausência". nossa!).
de qualquer forma, não acho que a tentativa de captar algo íntimo da presidenta tenha dado certo, uma pena... talvez ali não fosse o melhor lugar p/ isso. achei que dilma se sentiu mais confortável quando conversava com as diretoras do que quando a câmera tentava flagrar algo de profundo no cotidiano burocrático do palácio, meio "sem querer". podiam ter tentado trocar mais ideia com ela. a trilha sonora é espetacular. gostei desse doc.
Acho que os diálogos podiam mais... Mas de qualquer forma, impressionada com a beleza e violência constantes e quase simultâneas das imagens. É um filme destemido de ser o que ele quer ser
Que delicadeza :') me lembrou muito "O Pântano", da Lucrecia Martel.
Nostalgia de uma infância afetivamente matriarcal, de irmãs que nunca tive... Muito lindo e suave o fio que tece esse filme. A melancolia não deixa de comparecer em nenhum fragmento, mas vem sempre acompanhada de doçura.
Esse filme é tipo uma magia-pesadelo, dá a sufocante impressão que ninguém vai sair dali, nunca. Que ninguém vai romper o próprio papel, só vai repetir. Parece um documentário, não pela forma da gravação, mas pela história, que tem tons tão reais (no seu absurdo), que não poderia ter sido inventada. Mas foi. Mesmo não conhecendo o Norte, senti que o filme fez um retrato fiel à alguma coisa dessa região. Algo sobre a dor, claro... Sobre uma forma específica de enlouquecimento e violência.
O Brasil está ali: o filho abusado que todas fingem não ver. A carência e o narcisismo do anti-herói e santo. Mulheres sofrendo em silêncio por anos e anos... por vidas e gerações... Os porcos tem mais liberdade para reagir do que elas.
Esse filme não é fácil, não tem um minuto de sossego. Só na cena genial dos meninos dançando na festa.
<3 Lindo demais. Desfoca dos vulcões em alguns momentos, mas achei que coube no estilo de narrativa do diretor. Ele encontrava coisas no caminho (e que caminho!) e não hesita em contá-las também. Afinal, não dá pra falar de vulcões sem falar de várias outras coisas...
Me arrepiei várias vezes com essas imagens magníficas. Violentas, mas um tipo Outro de violência, porque é também sublime. Os vulcões são indiferentes, como o Herzog fala, mas ainda assim, uma indiferença bela, belíssima. quero dar rolê com esse pessoal kkk
Nunca tinha me ligado da potência de quebrar as convencionalidades do amor que o ritmo brega/romântico tem!! Muito massa
O Brasil tem história pra contar pra daqui até o fim desse mundo. Fala sério, que maravilha escutar as pessoas. O trabalho de um documentarista parece muito com o de um analista/psicólogo, sai cada coisa íntima dos entrevistados. Mas isso só pode acontecer com uma boa condução e sensibilidade, que faltaram na entrevista com a moça que é travesti, infelizmente. Fiquei curiosa pra saber as histórias de amor dela e das outras pessoas LGBT que apareceram.
Mas ó, genial a proposta, o amor e o chifre produzem cada coisa, num é kkkk. Mostrou o amor incendiado e o acomodado... deu pra ver bem o comodismo com o senhor das duas esposas. Ele falou delas como se falasse da administração de uma empresa, e claramente a esposa que estava do lado dele num gosta nada da posição que ela ocupa ali. É a poligamia convencional, o homem fica com mais de uma mulher, e a mulher "oficial" permanece pela comodidade, "40 anos de casado". Não acho que o doc deva ser visto com esse olhar ~problematizador~, eu até ri do véi explicando a situação kkk mas é bom pensar e pesar um cadin.
Lindo ver a conexão das pessoas com as músicas!! Parece que ela potencializa o amor da galera. Adorei!
achei que a diretora colocou alguns elementos da vida pessoal dela que não tinham conexão com o doc... aliás, embora o doc se proponha a ser amplo, falando de "riqueza", de modo geral, senti a falta de um fio mais conexo entre as coisas. talvezz pq a ideia do filme seja a de fazer um apanhado dos antigos trabalhos da diretora...
tbm não gosto do tom apelativo e mega dramático (típico das super produções estadunidenses), forçando o espectador a sentir algo muito forte, sendo que o conteúdo por si só já é ultra suficiente!!! tbm podia organizar melhor a linearidade das coisas.
enfim kkkk ainda assim, gostei, senti várias coisas. essas vidas são muito absurdas... nem parece que existe. é um nível de excesso do prazer e da riqueza que gera um sofrimento na mesma proporção. espero que essas pessoas estejam melhores. quero ver os outros filmes dela
Reassisti ontem, achando que ia gostar menos, mas foi o contrário hehe
Tem crítica mto forte a burguesia novaiorquina dos anos 60, ao machismo e talvez até a indústria farmacêutica... embora eu não ache que o filme se resuma a isso.
Queria saber como foi a recepção desse filme nos anos 70, pq pra gente, assistindo hoje, ficam óbvias as diversas violências desse marido bosta com ela (o grande terror do filme, tanto que ela prefere ficar com o filho de satã do que voltar pro marido, no final kkkk), mas em 68, talvez nem tanto. O primeiro momento, do casal se amando no apartamento novo e ultra rico vai se tornando ruína, dando lugar a estupro, violência, manipulação... A riqueza, limpeza e modernidade não são suficientes para esconder a tristeza dessa vida fingida e sem intimidade real. Rosemary me causou pena e raiva. Embora sempre torcendo por ela, a falta de dizer "não" e de se erguer para realizar as próprias vontades são irritantes e tristes :( Para validar seus desejos, ela usa uma retórica higienista: como quando diz que quer tomar remédios da farmácia, como todo mundo, ou que quer parir em um hospital "com tudo esterilizado". O lugar de controle (do corpo, com remédios, ou do espaço, com a limpeza) parece ser a única via de salvação dessa mulher da classe altíssima. Acho massa esse retrato dos bruxos não tão mistificada (pelo menos esteticamente não). São pessoas ricas e inconvenientes de terno e gravata.
Estética e trilha sonora chiquérrimas. Dá pra ver as flertadas do Polanski com o teatro, nos momentos de iluminação focalizada em algumas cenas de tensão. top d+
A vida acaba, num é mesmo. As memórias da minha mãe conversaram comigo durante o filme, se confundiram com as de todas as outras mães do mundo e com todos os corações que já as perderam. Fiquei chorando. Pensando como a vida é bonita e sofrida... E como a gente, com a linguagem, consegue sublimar e criar as coisas mais belas. O texto desse filme é irretocável. São como os pássaros tanto citados. Voam com sua beleza pra longe... mas deixam na memória o encanto do voo. Quem for de anotar, é bão ver esse com caderninho. Quem for apreciador de palavras, vai se deliciar na escuta. (Aliás, dá pra perder uma frase ou outra e continuar correndo no fluxo aquático da narração. Penei um pouco no português de Portugal rsrs). Uma grande carta de amor às pessoas, às mães, às memórias, à simplicidade e às próprias palavras.
Sem apego aos fatos, a diretora parece seguir a verdade dos afetos e do inconsciente ao contar e inventar a história de sua família paterna. Entre pedaços de pele, boca e cabelos, Catarina, através dos vários corpos, vai montando um corpo único. Um elogio à firmeza das árvores, à impermanência das gentes, ao voo dos pássaros e à morte. O cinema feito por mulheres é uma dádiva, se apegando mais a afetuosidade dos detalhes, não tem medo nenhum de ser simples, e por isso faz um estrago no coração, tornando a vida mais vida. Um quase documentário, uma quase ficção. A proximidade com as palavras, a montagem das cenas e o texto flertam com o realismo-mágico, mostrando que ele é mais próximo do cotidiano do que percebemos.
Diálogos crus e mto maduros entre as irmãs. Elas só tem uma a outra, e as fantasias sobre a perda da virgindade, sobre o amor dos homens. A diretora/o roteiro não teve medo nenhum de abordar os aspectos estranhos/ambivalentes/sintomáticos da sexualidade feminina na infância/adolescência. E ao mesmo tempo que a história não moraliza o desejo delas, não deixa de entender que os aspectos da sexualidade também são produzidos por uma cultura patriarcal, que faz com que as meninas desde cedo naturalizem a violência e a confundam com amor. Duas meninas carentes de afeto, atenção e diálogo com os pais (que pais horrendos)... A primeira violência foi a da família. Elas tentam se amar/odiar da forma que podem, que aprenderam, que dão conta. As duas foram violentadas e sustentam esse trauma cada uma a sua maneira, Elena nem teve tempo de elaborar que sofreu uma violência... Mas sua vontade de chorar já apontava que alguma coisa estava errada. Anais sofria de um tédio infernal, que somadas com a sensação de desajuste e com a experiência de escutar a irmã sendo estuprada, a fizeram sentir a violência que sofreu como um "presente".
Fui assistir sem saber nada e me surpreendi com a profundidade. Mas fiquei pensando sobre o nu infantil, e como isso foi trabalhado com a atriz, que era uma criança...
Esteticamente é muito belo, tem cenas musicais deleitosas, um acalento (pelo menos visual) pra acalmar um pouco o desconforto que é assistir esse filme.
Por mais que as caricaturas possam soar "exageradas", foi ótimo enquanto retrato simbólico do poder da igreja sobre o corpo das mulheres, da conivência das instituições, da misoginia, da sensação de inadequação... Um filme simples, com uma história original e corajosa. É daqueles que não me causou um mar de afetos durante, mas que permaneceu depois, em sensação.
E nossa, a família da Petúnia é o retrato do desastre.. talvez Petúnia também. Mas ela é nossa heroína torta e descabida, pq assim é. Penso que ela representa mto bem o tipo de fruto que é produzido por uma sociedade misógina e por uma família (mãe, no caso) que reproduz esse discurso. A mãe odeia o corpo da filha pq também odeia o próprio corpo... pq tem nojo do feminino. Força para as Petúnias
Achei alguns atos psicomágicos mostrados potencialmente (muito) traumáticos, assim como a promessa de uma "cura". Talvez eu prefira a filosofia psicomágica jodorowskyana do que a prática em si (a ideia de que o inconsciente se afeta com imagens e atos estéticos me parece bem plausível). Mas acredito que os atos criados pelo próprio sujeito que sofre - pelo próprio lugar de onde esse inconsciente fala -, tem mais potência e mais chance de fazer sentido (se a pessoa tiver alguma afinidade com uma linguagem mais artística). Boto fé na magia e na força desse lugar das não-palavras/sensações, mas penso que isso se esvazia se não tiver o mínimo de elaboração (tipo uma análise/terapia, escrita, conversas com pessoas, etc). Às vezes, a vontade de se livrar do sofrimento é tão grande que a gente quer acreditar que "!finalmente, me libertei!", um processo de auto-engano bem comum depois dessas experiências rápidas e marcantes... Foi o que senti no discurso de algumas pessoas pós terapia com o Jodo. Mas espero de coração que todos tenham se livrado de seus sofrimentos na(s) raíz(es).
Assisti duvidando da eficácia das coisas e me sentindo careta hahah mas apesar disso tudo aí, gostei. Tem entrevistas muito fortes, sofrimento humano de perto... Jodorowsky é um senhor muito peculiar, no mínimo kkk
Essa moça lida com a sozinhês dela de um jeito muito esperto, usando as mãos para criar... numa das falas da Ichiko ela diz não entender palavras, só as sensações que o corpo dá, acho que isso resume bem a experiência dela com o mundo e a linguagem desse filme. Lindin demais, senti felicidade vendo, pensando que a vida é simples e é dessa simplicidade que a gente flutua.. cheirando pão, mordendo tomate no calor...
Eu só nao curti essa trilha sonora de programa de culinária hahah
Mãe Só Há Uma
3.5 408 Assista Agorareassistido. claustrofobia demais. uma claustrofobia da falta de intimidade e tato.
nem a psicóloga soube escutar o desejo de Pierre e da irmã, eles foram totalmente jogados ao desconhecido sozinhos. os pais biológicos o tratando como um boneco, um objeto para exibir. fazendo primeiros encontros numa pizzaria, invés do olho no olho... o Matheus Nachtergaele tá terrivelmente bom nesse papel, que home versátil! Daniela Nefussi também. os dois estão insuportáveis. na real que adorei todas as atuações.
achei que o roteiro pecou em focar excessivamente no cotidiano do novo irmão de Pierre, invés de usar esse tempo pra explorar mais a relação com as mães... entendo que é uma forma de mostrar a discrepância entre as famílias, talvez algo como "o que Pierre poderia ter sido", mas em alguns momentos foi desnecessário. é um filme frio, e parece que é intencional. ninguém aí tá se permitindo encarar o problema. o máximo foi a tia dando pratos pro Pierre quebrar. acho que uma proximidade com os personagens faria bem ao filme, às vezes parece tudo muito distante e desafetado.
Quando Duas Mulheres Pecam
4.4 1,1K Assista AgoraBergman tão moderno... fico impressionada com o olhar dele sobre as mulheres e o feminino.
Reassistido. Filmão demais. Lindo prum dia de chuva e abstrações.
A Tragédia de Belladonna
4.1 97que trilha sonora maravilhosa!!!
lembrei um pouco de "valerie e sua semana de deslumbramentos" em alguns momentos
Pray Away
3.5 45 Assista Agoraincrível como os documentários do netflix tem a mesma formatação... tom jornalístico, mesmo jeito de mostrar a temporalidade da história, mesmo formato de entrevista, um link no final do filme pra vc doar dinheiro, nenhuma personalidade estética, nenhuma vontade de tecer uma crítica com fundo político e social mais densa. no final, um tom positivo que faz parecer que superar a lgbtfobia e o fundamentalismo religioso é uma questão individual. enfim, já sabia que encontraria isso kkk
o doc é bem chocante. dá umas raivas sinistras.. imagina perder 30 anos de vida alienado num discurso religioso que odeia sua expressão sexual??? isso é uma marca que perdura no corpo.. achei que o doc fez parecer ser fácil esse processo de saída da igreja e autoaceitação. poxa, anos e anos de terapia de reversão sexual deixam marcas de culpa pruma vida.
Três Estranhos Idênticos
4.0 215 Assista Agora:O
Estômago
4.2 1,6K Assista Agorareassistindo lembrei de "anjos caídos", essa atmosfera noturna, perigosa e meio bandida rs
cores lindonas
Alvorada
3.2 25a dilma é uma pessoa muito interessante, autêntica, diferente de qualquer outra que já vi. e parece guardar um sofrimento muito potente, mesmo que ela negue com veemência. há quanto tempo será que ela não chora? (muito forte e sincero quando ela diz: "deus é uma ausência". nossa!).
de qualquer forma, não acho que a tentativa de captar algo íntimo da presidenta tenha dado certo, uma pena... talvez ali não fosse o melhor lugar p/ isso. achei que dilma se sentiu mais confortável quando conversava com as diretoras do que quando a câmera tentava flagrar algo de profundo no cotidiano burocrático do palácio, meio "sem querer". podiam ter tentado trocar mais ideia com ela. a trilha sonora é espetacular. gostei desse doc.
Faca no Coração
3.4 68Acho que os diálogos podiam mais...
Mas de qualquer forma, impressionada com a beleza e violência constantes e quase simultâneas das imagens.
É um filme destemido de ser o que ele quer ser
A Falta Que Me Faz
3.8 19onde tem esse?
Possessão
3.9 591Que surpresa estranha e maravilhosa
Mamãe, Mamãe, Mamãe
3.5 8 Assista AgoraQue delicadeza :') me lembrou muito "O Pântano", da Lucrecia Martel.
Nostalgia de uma infância afetivamente matriarcal, de irmãs que nunca tive... Muito lindo e suave o fio que tece esse filme. A melancolia não deixa de comparecer em nenhum fragmento, mas vem sempre acompanhada de doçura.
A Festa da Menina Morta
3.3 233Esse filme é tipo uma magia-pesadelo, dá a sufocante impressão que ninguém vai sair dali, nunca. Que ninguém vai romper o próprio papel, só vai repetir. Parece um documentário, não pela forma da gravação, mas pela história, que tem tons tão reais (no seu absurdo), que não poderia ter sido inventada. Mas foi. Mesmo não conhecendo o Norte, senti que o filme fez um retrato fiel à alguma coisa dessa região. Algo sobre a dor, claro... Sobre uma forma específica de enlouquecimento e violência.
O Brasil está ali: o filho abusado que todas fingem não ver. A carência e o narcisismo do anti-herói e santo. Mulheres sofrendo em silêncio por anos e anos... por vidas e gerações... Os porcos tem mais liberdade para reagir do que elas.
Esse filme não é fácil, não tem um minuto de sossego. Só na cena genial dos meninos dançando na festa.
Visita ao Inferno
4.0 39 Assista Agora<3 Lindo demais. Desfoca dos vulcões em alguns momentos, mas achei que coube no estilo de narrativa do diretor. Ele encontrava coisas no caminho (e que caminho!) e não hesita em contá-las também. Afinal, não dá pra falar de vulcões sem falar de várias outras coisas...
Me arrepiei várias vezes com essas imagens magníficas. Violentas, mas um tipo Outro de violência, porque é também sublime. Os vulcões são indiferentes, como o Herzog fala, mas ainda assim, uma indiferença bela, belíssima. quero dar rolê com esse pessoal kkk
Vou Rifar Meu Coração
4.1 214Nunca tinha me ligado da potência de quebrar as convencionalidades do amor que o ritmo brega/romântico tem!! Muito massa
O Brasil tem história pra contar pra daqui até o fim desse mundo. Fala sério, que maravilha escutar as pessoas. O trabalho de um documentarista parece muito com o de um analista/psicólogo, sai cada coisa íntima dos entrevistados. Mas isso só pode acontecer com uma boa condução e sensibilidade, que faltaram na entrevista com a moça que é travesti, infelizmente. Fiquei curiosa pra saber as histórias de amor dela e das outras pessoas LGBT que apareceram.
Mas ó, genial a proposta, o amor e o chifre produzem cada coisa, num é kkkk. Mostrou o amor incendiado e o acomodado... deu pra ver bem o comodismo com o senhor das duas esposas. Ele falou delas como se falasse da administração de uma empresa, e claramente a esposa que estava do lado dele num gosta nada da posição que ela ocupa ali. É a poligamia convencional, o homem fica com mais de uma mulher, e a mulher "oficial" permanece pela comodidade, "40 anos de casado". Não acho que o doc deva ser visto com esse olhar ~problematizador~, eu até ri do véi explicando a situação kkk mas é bom pensar e pesar um cadin.
Lindo ver a conexão das pessoas com as músicas!! Parece que ela potencializa o amor da galera. Adorei!
A Geração da Riqueza
3.5 28 Assista Agoraachei que a diretora colocou alguns elementos da vida pessoal dela que não tinham conexão com o doc... aliás, embora o doc se proponha a ser amplo, falando de "riqueza", de modo geral, senti a falta de um fio mais conexo entre as coisas. talvezz pq a ideia do filme seja a de fazer um apanhado dos antigos trabalhos da diretora...
tbm não gosto do tom apelativo e mega dramático (típico das super produções estadunidenses), forçando o espectador a sentir algo muito forte, sendo que o conteúdo por si só já é ultra suficiente!!! tbm podia organizar melhor a linearidade das coisas.
enfim kkkk ainda assim, gostei, senti várias coisas. essas vidas são muito absurdas... nem parece que existe. é um nível de excesso do prazer e da riqueza que gera um sofrimento na mesma proporção. espero que essas pessoas estejam melhores.
quero ver os outros filmes dela
3 estrelitas
Nossa Senhora do Nilo
4.0 7 Assista Agora!!!!!!!!!!!
O Bebê de Rosemary
3.9 1,9K Assista AgoraReassisti ontem, achando que ia gostar menos, mas foi o contrário hehe
Tem crítica mto forte a burguesia novaiorquina dos anos 60, ao machismo e talvez até a indústria farmacêutica... embora eu não ache que o filme se resuma a isso.
Queria saber como foi a recepção desse filme nos anos 70, pq pra gente, assistindo hoje, ficam óbvias as diversas violências desse marido bosta com ela (o grande terror do filme, tanto que ela prefere ficar com o filho de satã do que voltar pro marido, no final kkkk), mas em 68, talvez nem tanto. O primeiro momento, do casal se amando no apartamento novo e ultra rico vai se tornando ruína, dando lugar a estupro, violência, manipulação... A riqueza, limpeza e modernidade não são suficientes para esconder a tristeza dessa vida fingida e sem intimidade real. Rosemary me causou pena e raiva. Embora sempre torcendo por ela, a falta de dizer "não" e de se erguer para realizar as próprias vontades são irritantes e tristes :( Para validar seus desejos, ela usa uma retórica higienista: como quando diz que quer tomar remédios da farmácia, como todo mundo, ou que quer parir em um hospital "com tudo esterilizado". O lugar de controle (do corpo, com remédios, ou do espaço, com a limpeza) parece ser a única via de salvação dessa mulher da classe altíssima. Acho massa esse retrato dos bruxos não tão mistificada (pelo menos esteticamente não). São pessoas ricas e inconvenientes de terno e gravata.
Estética e trilha sonora chiquérrimas. Dá pra ver as flertadas do Polanski com o teatro, nos momentos de iluminação focalizada em algumas cenas de tensão. top d+
A Metamorfose dos Pássaros
4.3 41Essa capa lembra a do querido "Lazzaro Felice".
A vida acaba, num é mesmo. As memórias da minha mãe conversaram comigo durante o filme, se confundiram com as de todas as outras mães do mundo e com todos os corações que já as perderam. Fiquei chorando. Pensando como a vida é bonita e sofrida... E como a gente, com a linguagem, consegue sublimar e criar as coisas mais belas. O texto desse filme é irretocável. São como os pássaros tanto citados. Voam com sua beleza pra longe... mas deixam na memória o encanto do voo. Quem for de anotar, é bão ver esse com caderninho. Quem for apreciador de palavras, vai se deliciar na escuta. (Aliás, dá pra perder uma frase ou outra e continuar correndo no fluxo aquático da narração. Penei um pouco no português de Portugal rsrs). Uma grande carta de amor às pessoas, às mães, às memórias, à simplicidade e às próprias palavras.
Sem apego aos fatos, a diretora parece seguir a verdade dos afetos e do inconsciente ao contar e inventar a história de sua família paterna. Entre pedaços de pele, boca e cabelos, Catarina, através dos vários corpos, vai montando um corpo único. Um elogio à firmeza das árvores, à impermanência das gentes, ao voo dos pássaros e à morte. O cinema feito por mulheres é uma dádiva, se apegando mais a afetuosidade dos detalhes, não tem medo nenhum de ser simples, e por isso faz um estrago no coração, tornando a vida mais vida. Um quase documentário, uma quase ficção. A proximidade com as palavras, a montagem das cenas e o texto flertam com o realismo-mágico, mostrando que ele é mais próximo do cotidiano do que percebemos.
Para Minha Irmã
3.3 111Que indigestão...
Diálogos crus e mto maduros entre as irmãs. Elas só tem uma a outra, e as fantasias sobre a perda da virgindade, sobre o amor dos homens.
A diretora/o roteiro não teve medo nenhum de abordar os aspectos estranhos/ambivalentes/sintomáticos da sexualidade feminina na infância/adolescência. E ao mesmo tempo que a história não moraliza o desejo delas, não deixa de entender que os aspectos da sexualidade também são produzidos por uma cultura patriarcal, que faz com que as meninas desde cedo naturalizem a violência e a confundam com amor.
Duas meninas carentes de afeto, atenção e diálogo com os pais (que pais horrendos)... A primeira violência foi a da família. Elas tentam se amar/odiar da forma que podem, que aprenderam, que dão conta. As duas foram violentadas e sustentam esse trauma cada uma a sua maneira, Elena nem teve tempo de elaborar que sofreu uma violência... Mas sua vontade de chorar já apontava que alguma coisa estava errada. Anais sofria de um tédio infernal, que somadas com a sensação de desajuste e com a experiência de escutar a irmã sendo estuprada, a fizeram sentir a violência que sofreu como um "presente".
Fui assistir sem saber nada e me surpreendi com a profundidade. Mas fiquei pensando sobre o nu infantil, e como isso foi trabalhado com a atriz, que era uma criança...
Esteticamente é muito belo, tem cenas musicais deleitosas, um acalento (pelo menos visual) pra acalmar um pouco o desconforto que é assistir esse filme.
Deus é Mulher, E Seu Nome é Petúnia
3.7 29Por mais que as caricaturas possam soar "exageradas", foi ótimo enquanto retrato simbólico do poder da igreja sobre o corpo das mulheres, da conivência das instituições, da misoginia, da sensação de inadequação... Um filme simples, com uma história original e corajosa. É daqueles que não me causou um mar de afetos durante, mas que permaneceu depois, em sensação.
O rosto dos homens olhando Petúnia com nojo, isso fica. A sensação de estar à deriva, à espera de um homem com bom senso.. real demais.
E nossa, a família da Petúnia é o retrato do desastre.. talvez Petúnia também. Mas ela é nossa heroína torta e descabida, pq assim é. Penso que ela representa mto bem o tipo de fruto que é produzido por uma sociedade misógina e por uma família (mãe, no caso) que reproduz esse discurso. A mãe odeia o corpo da filha pq também odeia o próprio corpo... pq tem nojo do feminino. Força para as Petúnias
Casa Vazia
4.2 409que silêncio bãooo
Psicomagia - A arte que cura
3.5 17Eita... Polêmico rsrs
Achei alguns atos psicomágicos mostrados potencialmente (muito) traumáticos, assim como a promessa de uma "cura". Talvez eu prefira a filosofia psicomágica jodorowskyana do que a prática em si (a ideia de que o inconsciente se afeta com imagens e atos estéticos me parece bem plausível). Mas acredito que os atos criados pelo próprio sujeito que sofre - pelo próprio lugar de onde esse inconsciente fala -, tem mais potência e mais chance de fazer sentido (se a pessoa tiver alguma afinidade com uma linguagem mais artística). Boto fé na magia e na força desse lugar das não-palavras/sensações, mas penso que isso se esvazia se não tiver o mínimo de elaboração (tipo uma análise/terapia, escrita, conversas com pessoas, etc). Às vezes, a vontade de se livrar do sofrimento é tão grande que a gente quer acreditar que "!finalmente, me libertei!", um processo de auto-engano bem comum depois dessas experiências rápidas e marcantes... Foi o que senti no discurso de algumas pessoas pós terapia com o Jodo. Mas espero de coração que todos tenham se livrado de seus sofrimentos na(s) raíz(es).
Assisti duvidando da eficácia das coisas e me sentindo careta hahah mas apesar disso tudo aí, gostei. Tem entrevistas muito fortes, sofrimento humano de perto... Jodorowsky é um senhor muito peculiar, no mínimo kkk
bem linda a multidão gritando "psicomagia contra a violência".
Estou Pensando em Acabar com Tudo
3.1 1,0K Assista AgoraO texto desse filme é sensacional.
Crítica feminista mto bem colocada.
mas praq fazer um filme tão escuro, enxerguei nada kkk
Pequena Floresta: Verão/Outono
4.4 37Que cheirooooso <3
Essa moça lida com a sozinhês dela de um jeito muito esperto, usando as mãos para criar... numa das falas da Ichiko ela diz não entender palavras, só as sensações que o corpo dá, acho que isso resume bem a experiência dela com o mundo e a linguagem desse filme. Lindin demais, senti felicidade vendo, pensando que a vida é simples e é dessa simplicidade que a gente flutua.. cheirando pão, mordendo tomate no calor...
Eu só nao curti essa trilha sonora de programa de culinária hahah