Um filme para ficar cravado na sua memória. Se fosse lançado atualmente, nenhum estúdio gostaria de divulgá-lo, devido à tudo que foi filmado.
Oliver Stone consagrou-se ao realizar esse calidoscópio de violência extrema e gratuita, cuja história foi escrita pelo mestre Quentin Tarantino. Tem fã que gostaria que o 1º roteiro fosse escrito por ele, que é muito melhor que o do Stone. Sendo assim, foi lançado um livro com o primeiro roteiro, sob a batuta do Mestre Tarantino.
Esqueça os filmes que Stone ficou famoso (mesmo ele ter ganhado três Oscars com Platoon, Expresso para a Meia-noite e Nascido em 4 de Julho), pois ele deve ter ficado chapado de tanta droga ilícita, no melhor estilo Peckinpah, ao filmar Assassinos Por Natureza.
Woody Harrelson e Juliette Lewis estão impecáveis nessa epopeia, ao darem suas vidas amaldiçoadas para interpretarem Mickey e Mallory Knox. Esse casal herdou de Bonnie & Clyde o desejo de fazer justiça (ou injustiça?), ao rodarem os Estados Unidos com um único objetivo: matar, matar e matar tudo e todos.
Vendo esse filme dá para sacar que nada mudou em nossa cultura, em pleno século XXI. Porém, não podemos culpar Stone por sua crítica à banalização da mídia, ao abordar a violência. Dá pra ver a cara de nóia dos americanos, tratando o casal como popstars, chegando na calçada da fama, para uma premiére. Bando de ovelhas cegas! Aqui no Brasil não é diferente, pois vemos isso todos os dias em programas, como o do Datena e do Marcelo Rezende. Sempre glorificando os bandidos e culpando a justiça.
Várias cenas nos faz ficar sentados em suas poltronas e deliciar a história dos dois pombinhos, desde a satírica comédia sobre como se encontraram, até imagens de desenhos animados, em que Mickey corre para salvar a sua amada, até a parte em que eles matam os pais da Mallory. Rodney Dangerfield faz o pai cafajeste dela. Dá vontade de cortar o pau desse velho safado!
Michael Madsen e Brad Pitt recusaram o papel de viver Mickey, que foi muito bem representado por Woody. Ótima atuação, que deixaria Malcolm McDowell e Jack Nicholson orgulhosos. Já Juliette enterrou aquela menina assustada em Cabo do Medo, para se firmar na sétima arte, como a boca suja e xiliquenta Mallory. Parece a Tetê Espíndola!
Tom Sizemore é o tira Jack Scargnetti, especialista em psicóticos. Desprezível, sarcástico e nojento. sua maior ambição é trepar a Mallory. Juliette quebrou o nariz de Tom na cena da cela. Tommy Lee Jones mantém seu jeito durão como o tira implacável de O Fugitivo, para dar corpo como o diretor Dwight McClusky, com aquele bigodinho fino, cabelo feito com gel e terninho. Simplesmente insuportável e sem senso de justiça.
MAS... quem rouba a cena mesmo é Wayne Gale, um repórter de TV que aproveita da sede de sangue do casal para conquistar a audiência americana. Ao realizar a entrevista de Mickey na prisão, teve que interromper o Super Bowl! Fala sério, belíssima interpretação de Robert Downey Jr. Com certeza, o melhor papel de sua carreira, antes de se tornar o Homem de Ferro e Sherlock Holmes, anos depois.
São duas de horas de podridão, mais de 50 mortes, 56 dias de filmagens, 150 cenas cortadas ou refeitas, onze meses de edição, orçado em US$ 50 milhões.
Várias imagens fazem menções ao clássico Laranja Mecânica, como a mãe de Mallory, que possui o cabelo azul. O irmãozinho dela (que é filho do diretor) sai do quarto após o massacre, com o olho esquerdo tatuado, em homenagem ao Alex DeLarge. Já a entrevista de Mickey na prisão foi inspirada na famosa e verídica conversa de Charles Manson à uma TV norte-americana.
Teve parlamentar que proibiu a exibição do filme, pela violência explícita, mesmo sem ter visto o filme. Na Irlanda, foi exibido sem divulgação prévia.
Realmente, o épico coberto de sangue, um dos melhores filmes dos anos 90. Juntamente com o magnus opus Pulp Fiction, Assassinos Por Natureza deveria esta na prateleira da seção de comédia. Mesmo que a crítica não dê atenção.
Com Pulp Fiction, o nome de Quentin Tarantino foi cravado no cinema mundial. Sua história não-linear, os diálogos intermináveis, os personagens enigmáticos e cultuados e a trilha sonora recheada de surf music viraram marcas registradas para todos os cinéfilos de plantão. E não é só isso: a Academia reconheceu o talento de Tarantino, ao presenteá-lo com um Oscar por seu roteiro muito bem escrito.
Desde então, o mestre do cinema contemporâneo resolveu homenagear mais um gênero cult, conhecido como Blaxploitation, filmes protagonizados por negros. Para isso, se inspirou no cult Foxy Brown, e resolveu criar Jackie Brown. Tarantino baseou-se no best seller Rum Punch, do escritor Elmore Leonard (falecido em agosto de 2013) para escrever seu filme, contando a história de Jackie Brown (Pam Grier, a estrela de Foxy Brown), uma comissária de bordo que, mesmo com seu baixo salário, faz contrabando de dinheiro para um traficante de armas Ordell Robbie (Samuel L. Jackson), que a ATF está de olho.
Tudo parecia estar bem, até o momento em que os policiais Ray (Michael Keaton) e Mark (Michael Bowen) abordam a pobre aeromoça, confiscam a grana e prendam-na por posse ilegal de cocaína. Sob pressão, ela aceita o acordo da polícia para tocaiar Ordell, que, com a ajuda do agente de fiança Max Cherry (Robert Forster), a soltam do xilindró.
Como toda negra que se preze, Jackie Brown decide, com a ajuda do seu novo aliado, enganar o traficante e os policiais para ficar com a grana do contrabando, fingindo para Ordell que irá ser a informante. Nessa trama toda, estão a surfista cuca-fresca Melaine (Bridget Fonda) e o ex-assaltante de banco Louis Gara (Robert DeNiro).
Tarantino mudou o nome da protagonista, pois no livro Rum Punch ela se chamava Jackie Burke. Como sempre acontece em seus filmes, ele é mestre em resgatar artistas do ostracismo, como Harvey Keitel (Cães de Aluguel) e John Travolta (Pulp Fiction). Nesta peça, Pam Grier e Robert Forster foram ressuscitados. Este último, foi indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, enquanto Pam e Samuel foram indicados ao Globo de Ouro.
Sua trilha sonora é recheada do melhor da soul music, funk, rock e disco da melhor qualidade. Seu destaque é Across the 110th Street, de Bobby Womack, que abre e fecha o filme, no melhor estilo Shaft, até de Deltonics, Guess Who, Slash's Snakepit, The Meters, entre outros.
Vale a pena ver um curta, chamado Chicks Who Love Guns, em que garotas de biquini testam armas de fogo.
Apesar da crítica elogiar o filme, o público não correspondeu as expectativas do diretor, que se retirou em um hiato que durou até 2003, quando escreveu o quarto filme, chamado Kill Bill. Mas, essa é uma outra história!
Ezequiel 25:17: "O caminho do homem justo é rodeado por todos os lados pelas desigualdades do egoísmo e da tirania dos homens maus. Bem-aventurado aquele que, em nome da caridade e da boa vontade, pastoreia os fracos pelo vale das trevas, pois ele é verdadeiramente o guardião do seu irmão e o descobridor das crianças perdidas. E derrubarei sobre ti, com grande vingança e furiosa raiva, aqueles que tentam envenenar e destruir meus irmãos. E você saberá que o meu nome é Senhor quando eu derramar minha vingança sobre você."
(Recitação de Ezequiel 25:17, por Jules Winnfield)
Pronto, se você leu este trecho, saiba que sua vida vai mudar quando assistir esse, que é o melhor filme de Quentin Tarantino (falo com todo o louvor!), e um dos clássicos do cinema. São mais de duas horas de puro sangue, violência gratuita, trilha sonora eclética, drogas ilícitas, diálogos intermináveis, tiros e mais tiros e uma busca por redenção.
Três histórias não-lineares envolvendo um casal de assaltantes (Tim Roth e Amanda Plummer) que só se interessam em roubar restaurantes; dois capangas (John Travolta e Samuel L. Jackson) que resolvem invadir um apê para pegar uma pasta que pertence ao seu chefe, Marsellus Wallace (Ving Rhames); um pugilista (Bruce Willis) que se recusa a perder uma luta, mesmo que lhe ofereçam uma grana gorda; e a esposa de Marsellus (Uma Thurman) que sai com Vincent Vega (Travolta) para curtir a noite.
Baseada nos poeirentos livros, chamados de Ficção de Polpa, o filme possui as mais famosas cenas que entraram para a história da sétima arte, que se recusa a dar-lhe reconhecimento, por seu conteúdo violento.
Quem nunca se embalou com a cena em que os dois dançam twist, com o V dos dedos em seus olhos, assim como a cena de Mia se entupindo de cocaína ao som de Girl, you'll Be A Woman, Soon do Urge Overkill. Outro destaque fica para a cena do porão quando Butch (Bruce) e Marsellus são amarrados para um ritual sodomita, encabeçado por Zed (Peter Greene), que não poupa o chefão.
Poderia fazer um capítulo sobre esse filme, mas faltam muitas palavras sobre o quanto Tarantino é um GÊNIO! Ele é o Motörhead dos que apreciam um bom filme! E a Academia deu-lhe o que merecia por seu roteiro bem escrito. Até o Festival de Cannes rendeu-se à genialidade, dando-lhe a Palma de Ouro.
Bom, se você chegou de um foguete em Marte e não sabe do que estou falando, vá a uma locadora, veja o filme e tira suas conclusões.
Em 2003, o Mestre Quentin Tarantino resolveu escrever aquele, que é o seu épico cinematográfico mais ousado e bem feito da sua história.
Depois da sua malsucedida homenagem ao blaxploitation Jackie Brown (1997), ele ficou extremamente ocupado ao criar, junto com a atriz Uma Thurman, uma história que envolve artes maciais, faroeste e vingança, cuja protagonista tem o mistério do Homem Sem Nome de Clint Eastwood, mas com a faca nos dentes de um Bruce Lee.
Durante a concepção de Kill Bill, Uma estava grávida (assim como sua protagonista) e Tarantino esperou-a para dar continuidade. Com o auxílio do Shaw Brothers (Hong Kong), ele filmou tanto que a duração passou de quatro horas (acredita nisso?). Para que seus fãs não se enjoam, dividiu em duas partes.
Como acontece sempre em suas obras, a história da Noiva/Mamba Negra, que se vinga do Esquadrão Mortal das Víboras Assassinas, que massacrou toda a sua família no dia do seu casamento, é não-linear (como ocorreu em Pulp Fiction), com vários flashbacks, roteiro bem escrito e diálogos intermináveis.
O primeiro volume começa com um provérbio Klingon (do Star Trek) "A vingança é um prato que se come frio", ao ouvir a noiva (cujo nome não foi revelado) respirando depois de seu extremamente espancada. Bill (David Carradine) caminha em direção à ela, e atira em sua cabeça.
Após quatro anos, ela acorda do coma, descobre que sua filha que carregava em seu ventre está morta. É aí que ela se fode de raiva, mata os necrófilos no hospital, pega a PickUp das Gostosas e tenta mexer seus dedos, enquanto recorda da O-Ren Ishii/Bola de Algodão (Lucy Liu), cuja sua história é mostrada em uma sensacional animação, ancorada por uma música-tema de Luiz Bacalov. Sua família foi morta por seus capangas de Matsumoto, um dos chefões da Yakuza. O-Ren se vinga, matando-o em sua cama e se transforma em uma matadora profissional.
Outra parte do filme é quando encontra a Venita Green/Cabeça de Cobra (Vivica A. Fox), disfarçada de dona de casa, enquanto sua filha chega da escola, e encontra as duas ensanguentadas e a sala de estar quebrada.
Ao se recuperar, A Noiva viaja ao Japão para ver Hattori Hanzo (Sonny Chiba), um antigo fabricante de espadas de samurai, disfarçado de chef de cozinha, ex-mestre de Bill, que cria a espada perfeita para ela.
Durante todo o filme, ela enfrenta uma gangue de Crazy 88, liderado por Johnny Mo (Gordon Liu), numa sequencia pra lá de impagável, com direito a cabeças decepadas, braços cortados, olhos arrancados e sangue jorrando, até obter seu embate com sua rival, num jardim recheado de neve.
Vale destacar que a intenção do diretor é APENAS homenagear os clássicos filmes de Kung fu, Western spaghetti e blaxploitation. Kill Bill - Volume Um é uma adaptação de Lady Snowblood, de 1973, cuja história é quase similar ao da Noiva (e o da O-Ren Ishii). Na versão japonesa, a protagonista se vinga dos assassinos de sua família. Outro filme com enredo semelhante é A Noiva Estava de Preto (1968), em que uma mulher se vinga de cinco homens, que mataram seu noivo no dia do seu casamento.
Outras referências também são encontradas, como o figurino da Noiva, tirado do filme O Jogo da Morte, de Bruce Lee, além dos filmes O Besouro Verde (cuja música tema é tocada), Gone in 60 Seconds, o citado Star Trek e Era Uma Vez No Oeste.
A trilha sonora eclética é recheada de temas que entraram em nosso cotidiano, como o famoso assobio de Elle Driver/Cobra Californiana (Darryl Hannah), tirado do filme Twisted Nerve, composto por Bernard Herrmann, além de Ironside por Quincy Jones. Outros temas, como Don't Let Me Be Misunderstood (Santa Esmeralda), Bang Bang My Baby Shot Me Down (Nancy Sinatra), Battle Without Honor or Humanity (Tomoyasu Hotei) e Woo Hoo (The 5,6,7,8's - que participam no filme) marcam presença.
Com quase duas horas, Kill Bill - Volume Um é um filme para ser levado à... diversão. Está certo que algumas cenas de violência, como corpos esquartejados, sangue, frases inadequadas e linguagem imprópria não são recomendados à menores, mas, para quem trabalhou em uma locadora, o ideal é vê-lo na seção de comédias.
Anteriormente, postei sobre o primeiro volume do épico tarantinesco Kill Bill, protagonizado por Uma Thurman, que dá vida À Noiva/Mamba Negra, que quer se vingar de Bill (David Carradine) e o Esquadrão Mortal das Víboras Assassinas, que mataram sua família no dia do seu casamento e a deixaram em coma, após ser alvejada por uma bala na cabeça.
Se no filme anterior foi ao estilo kung-fu e espadachim, com direito a litros de sangue e pedaços de corpos mutilados; nesse segundo volume, a coisa muda de ares, mas de faroeste e uma trilha sonora tirada de alguns temas compostos por Ennio Morricone.
Após matar Venita Green (Vivica A. Fox) e O-Ren Ishii (Lucy Liu), A Noiva segue sua jornada vingativa para eliminar Budd (Michael Madsen), irmão de Bill, e Ellen Driver/Cobra Californiana (Darryl Hannah), sua principal inimiga, que tentou matá-la no hospital quando a protagonista estava em coma.
Tudo começa como foi que começou o massacre em Two Pines, quando a família da Noiva ensaia o matrimônio. Há uma participação de Samuel L. Jackson, que faz o organista Rufus. Algumas sequencias merecem destaques, como quando Budd alveja a Noiva com tiros de espingarda, e a enterra viva em um cemitério.
Outra sequencia é quando Bill leva sua amada para ser treinada pelo implacável mestre de artes maciais, Pai Mei (Gordon Liu). Sem sombra de dúvida, as cenas em que ela tenta quebrar a madeira com as mãos, quando ela tenta atacar seu mestre são impagáveis. Uma curiosidade: Quentin Tarantino seria o intérprete de Pai Mei, mas, por falta de tempo, indicou Gordon Liu para interpretá-lo, já que fez Johnny Mo, líder dos Crazy 88.
Ao lembrar do seu treinamento, A Noiva resolve se soltar e quebra o caixão com a sua mão. Ao vê-la saindo do caixão e a terra caindo dá calafrios. É aí que começa a sua luta contra Ellen Driver, com os sangue saindo em seus olhos. Vale ressaltar que Tarantino ressuscitou a carreira de Darryl, como sempre ocorre em seus filmes.
O encontro dela com Bill é um dos mais esperados, inclusive quando descobre que sua filha está viva e que sabemos o seu verdadeiro nome. Outro personagem que aparece no filme é o padrinho de Bill, Esteban Vihaio (Michael Parks), que diga à noiva onde está Bill. Parks também esteve no primeiro volume, ao interpretar o xerife Earl McGraw.
Mesmo não sendo tão violento quanto foi o primeiro volume, Kill Bill volume 2 ainda sim é um prato cheio para quem gosta de um filme bem escrito, diálogos bem elaborados e trilha sonora eclética, sob o auxílio de seu parceiro Robert Rodriguez e RZA.
Harry Callahan (Clint Eastwood) é um policial que não obedece regras, não gosta de ninguém, é chamado de Harry Sujo. Quando vê um bandido fugindo, ele ataca com seu olhar sangrento e sua Magnum 44, ele bota pra foder de vez.
Ao enfrentar um serial killer, conhecido como Scorpio, Harry não perdoa nem mesmo suas autoridades maiores. MESMO sob as ordens dos chefões da polícia, Harry dá uma bicuda e faz a lei do cão cuspir fogo.
Numa das cenas iniciais, Harry diz ao bandido: "Eu sei o que está pensando: ele atirou só seis tiros ou cinco? Pra falar a verdade, fiquei tão animado que eu perdi a conta. Mas como é uma Magnum 44, a arma mais poderosa do mundo, capaz de estourar seus miolos, você tem que se perguntar: hoje é meu dia de sorte, vagabundo?"
Só por essa frase, você tem motivos de não perder esse filme e ver Clint Eastwood fazendo o que faz de melhor: papel de durão.
Esse filme marcou a parceria histórica do Mestre Quentin Tarantino e Robert Rodriguez, pois a produção em si merece aplausos efusivos.
O próprio Tarantino atua com George Clooney essa epopeia cheia de sangue. Seth (Clonney) e Richard Gecko (Tarantino) são procurados pela polícia por 16 mortes. Lá no meio do caminho, sequestra uma família de religiosos, um ex-pastor Jacob Fuller (Harvey Keitel) e seu casal de filhos (Juliette Lewis e Ernest Liu), com um único objetivo: cruzar a fronteira entre EUA e México, para não serem pegos pelas autoridades. Porém, eles se instalam em um bar chamado Titty Twister, uma mistura de saloon com prostíbulo.
Como sempre, o filme tem aquilo que todo fã de Tarantino espera: um roteiro bem escrito. Seth é o mais calmo, porém cruel e frio. Richard é pirado, tarado e sádico (como são nos seus filmes que dirige!). Em todo o filme, ele só quer pegar a filha do pastor (já que ela fez a assustada menina em Cabo do Medo e a boca-suja Mallory em Assassinos Por Natureza).
Mas, o destaque fica mesmo para a cena em que o Pandemônio Satânico (Salma Hayek) aparece, de um micro-biquini, enrolada em uma cobra, enfeitiçando o próprio Mestre, em sua dança de acasalamento. Essa cena marca até mesmo um senhor de idade, sem forças para o abatimento.
O que não esperavam é que o bar inteiro se transforma em vampiros, causando pânico e desespero. Será que os personagens se salvarão dessa devastação demoníaca?
Trash até o talo, o filme possui uma trilha sonora, que casou muito bem com a trama. Sem falar da fotografia, méritos de Guilhermo Navarro.
Realmente, uma bela peça cinematográfica de Robert Rodriguez, com a escrita fora-de-série de Tarantino.
Grande filme desse, que é O discípulo legítimo de Alfred Hitchcock. Do mesmo jeito que filmou a vida de Tony Montana em Scarface, De Palma focou totalmente a vida do maior gângster de todos os tempos nessa adaptação da série televisiva. Vale uma curiosidade: o remake de Scarface foi baseado no filme dos anos 30, sobre a ascensão e queda de Al Capone.
Ennio Morricone mais uma vez brilha com sua trilha sonora, repleta de suspense e um retrato do submundo de Chicago. Giorgio Armani dá seu crédito ao desenhar o figurino exato, para que Robert De Niro incorpore o gângster. Detalhe é que os figurinistas fizeram as medidas exatas, incluindo as cuecas do próprio Capone.
Kevin Costner e Sean Connery dão um show de interpretação. Connery foi agraciado com um Oscar de Melhor Ator coadjuvante, por seu papel como Malone.
Algumas das cenas dessa peça marcaram a história, como a cena em que Al Capone nocauteia um dos capos com um bastão de beisebol, durante um jantar. Outra cena é quando o carrinho de bebê desce as escadas durante o tiroteio, na qual foi inspirada no filme Encouraçado Potemkin, de 1925.
Stephen King é, sem menor dúvida, um escritor de muito sucesso. Sempre escreveu histórias para todos os gostos; seja de suspense, drama, ficção científica. Nem sabemos se foi ele que escreveu, ou foi seu alter-ego Richard Bachman.
Quando o assunto é cinema, lembramos de adaptações como Carrie A Estranha, O Iluminado, O Sobrevivente, À Espera de um Milagre e Um Sonho de Liberdade.
Este último é perfeito e tocante do começo ao fim. Tim Robbins é um advogado condenado à prisão perpétua por assassinato, e enviado à uma prisão de segurança máxima. Lá, ele enfrenta o inferno, mas conhece um outro condenado, interpretado por Morgan Freeman, que narra toda a história.
Andy Dufresne passa a tomar conta dos impostos dos guardas, participa da lavagem de dinheiro do diretor do presídio, constrói uma biblioteca. Porem nunca deixou de acreditar que o seu maior sonho é a liberdade. Mesmo encarcerado e tratado como rato, Andy é um símbolo de que a esperança de ser livre ainda existe.
"Espero que o Pacifico seja tão azul quanto nos meus sonhos".
Encerrando a saga de O Poderoso Chefão, o estúdio Paramount queria botar um desfecho ainda mais dramático. Desde que assumiu o taco do primeiro longa, Francis Ford Coppola foi visto com desconfiança, mas, com suas ideias, se consagrou e a Paramount deu a ele carta branca para filmar as sequencias.
Depois de filmar as duas partes de O Poderoso Chefão e Apocalypse Now, Coppola enfrentou sucessivos fracassos de bilheteria e a falência de seu estúdio Zoetrope. Quase 20 anos depois, o estúdio lhe ofereceu US$ 6 milhões e liberdade total de criação, inclusive escalar sua filha Sofia para um dos papéis principais, seu pai Carmine para compor a trilha sonora e seu sobrinho Nicholas Cage para a produção.
O filme se passa em 1979, em Nova York, quando Michael Corleone (Al Pacino) é condecorado por ordem do Vaticano. Como em todas as películas, o início é introduzido por festas. O patriarca tenta legalizar os negócios da família ao se associar a uma empresa ligada à igreja católica. Enquanto seu sobrinho Vincent Mancini (Andy Garcia) pede para trabalhar, mesmo enfrentando os inimigos, como Joe Zaza (Joe Mantegna); numa das cenas antológicas, Vincent morde a orelha de Joe. Nas palavras de Garcia: "Fiquei tão entusiasmado que arranquei até um pedaço do cabelo".
Todos esses tropeços são compensados pela meia hora final, na ópera, quando adquira ares de tragédia. O filme se tornou uma reflexão de Michael. No primeiro filme, ele era a ovelha negra da família que, mais tarde, assumiria os negócios dados por Don Vito. Agora o terceiro, Michael busca redenção por seus pecados.
Logo após a estreia, O Poderoso Chefão 3 deu inúmeras dores-de-cabeça à Coppola. A crítica não perdoou a atuação (fraquíssima) de Sofia Coppola, e o filme estourou no orçamento (em torno de US$ 55 milhões).
Algumas curiosidades merecem ser mencionadas: antes de escalar Sofia, Winona Ryder foi cogitada para o papel de Mary, mas desistiu. Se no primeiro longa a Paramount teve de aceitar Al Pacino, o mesmo estúdio sugeriu Andy Garcia, apesar dos protestos do diretor. Palavras de Andy: "Acho que Francis não sabia quem eu era".
Mesmo com todos os problemas que enfrentou, Coppola se mostrou realizado. "Quando reunimos todo mundo para a terceira parte, teve um sabor especial. Éramos uma família". E defendeu a atuação da filha: "Por que não colocar minha filha no filme? Assim terei uma lembrança".
O Poderoso Chefão 3 é ótimo. Embora inferior aos dois primeiros longas, merece status de clássico.
Que Jogos Mortais que nada! Essa franquia é pra crianças fracas e sem miolo na jaca. Quem sabe mais sobre a arte de pôr medo em nossas almas é Josefel Zanatas. Ou melhor, Zé do Caixão.
O coveiro sai da cadeia após 40 anos em Encarnação do Demônio. Junto com Bruno (Rui Rezende), ele retorna para aquilo que mais deseja: encontrar a mulher superior, para gerar o filho perfeito. Mas, para que isso seja realidade, Coffin Joe terá que enfrentar os espectros que o dominarão sua mente sádica; e a ira da polícia que não aceita sua soltura.
Algumas das cenas são de chocar a mais fraca célula do corpo, como aquela em que uma das mulheres sai de dentro de um porco. Outra é quando um policial é pendurado por ganchos cravados nas costas. A descida para o purgatório é antológica. Mesma coisa vale para a atuação do genial José Celso Martinez Corrêa.
Se ainda acham que Jogos Mortais tem cenas sádicas, é bom saberem que Encarnação do Demônio tem mais que isso: baratas corroendo rostos lindos; mulheres entrando num balde cheio de tripas; um rato sendo introduzido na vagina de uma mulher; até mesmo o olhar sádico e macabro do Zé do Caixão arrepia.
Maldito mesmo é uma curiosidade que merece ser mencionado: três produtores morreram antes da concepção dessa peça, que sofreu nove modificações.
José Mojica Marins se superou. Após três décadas, desde Esta Noite Encarnarei No Teu Cadáver (1967), ele conseguir verba suficiente e um elenco de primeira para realizar sua última película.
Uma pena que este seja o último filme de Jece Valadão, que, assim como Bruce Lee, morreu durante as filmagens.
Aclamado no Exterior e cultuado aqui em solo tupiniquim, Zé do Caixão fez escola quando o assunto é assombrar nossas almas.
Na minha opinião, o cineasta Brian De Palma é O discípulo do mestre Alfred Hitchcock. Seus filmes, consagrados ou não, marcaram por cenas de ação, sexo, erotismo, assassinato e muito suspense, herdado pelo célebre parrudo careca, aficionado por pássaros pretos e pela escuridão que o influenciou na criação de suas peças cinematográficas.
Filmes como Scarface, Os Intocáveis e Carrie A Estranha são obrigatórias para quem quer entender a concepção de De Palma. Mas a película que mais aproxima das obras de Hitchcock é Vestida Para Matar, que pelo título remete à Disque M para Matar.
Michael Caine é Dr. Elliott, um psiquiatra que se vê envolvido num misterioso assassinato de sua paciente Kate Miller (Angie Dickinson), causado por um psicopata vestido de mulher empunhando uma navalha. Cena bem semelhante à do Psicose (vcs sabem de quem!). Quem também aparece na trama é a prostituta Liz Baker (Nancy Allen), principal suspeita do crime.
Uma verdadeira trama que envolve sexo, perseguição e morte. Liz tenta desvendar que o psicopata. Mas, para isso, conta com a ajuda do filho de Kate. Por trás de uma mente insana, há uma verdade surpreendente.
Francis Ford Coppola colheu os frutos de O Poderoso Chefão parte 1 e a Paramount deu a ele a oportunidade de filmar e produzir a segunda parte. novamente com a parceria do escritor Mário Puzo, O Poderoso Chefão parte 2 é mais ousado, criativo e com roteiro inspirado. com mais de 3 horas de duração, ganhou 6 estatuetas (incluindo Melhor filme e Diretor).
Michael Corleone (Al Paccino) assume, definitivamente, os negócios da família. Mas terá uma tarefa difícil: proteger sua mulher e filhos, seus negócios, enfrentar as acusações do governo e eliminar os seus inimigos. Em uma de suas frases mais famosas: "Mantenha os amigos mais perto, e os inimigos mais perto ainda". A película mostra o paralelo entre Michael e seu pai, agora interpretado por Robert DeNiro (rendeu um Oscar por Ator coadjuvante), em que Don Vito é retratado no passado.
Sua infância sofrida na Sicília, os anos turbulentos em Nova York, sua associação com um mafioso, até a construção de seu império familiar. Enquanto Michael mostra-se um homem consumido pelo poder, menosprezando seu irmão Fredo e descobrir que sua mulher Kay (Diane Keaton) abortou o próprio filho.
Uma curiosidade: Marlon Brando faria uma participação nesse filme, mas não apareceu. O diretor fez uma alusão ao personagem ao criar uma festa surpresa. Sem que o público veja, todos gritam e o espectador pensa que Don Vito está na casa.
Por mim, Coppola teria parado no segundo. Assim já estava valendo. Mas, isso fica para a próxima. e quem não ler, vai dormir com os peixes!
Em toda conversa sobre cinema, qualquer um faz uma lista dos melhores filmes de todos os tempos. Se eu pudesse listar os 10 melhores, com toda a certeza, O Poderoso Chefão I e II estaria entre os 4, na minha opinião. Por quê, meu caro? eu lhes respondo com um clique.
Anteriormente, postei sobre o Apocalypse Now, e eu havia colocado, entre parênteses, que não comentaria sobre a trilogia dos Corleone porque não assisti. Conferi o porque desses filmes são considerados clássicos. Mas... por trás das três películas, existem inúmeras curiosidades. Quando foi escalado para dirigir o primeiro filme, Francis Ford Coppola estava apreensivo e com medo de ser demitido; o estúdio Paramount NÃO queria Marlon Brando no papel de Don Vito Corleone; antes de Al Paccino aceitar fazer Michael, Paramount queria Robert Redford, porém após ler o romance de Mario Puzo (que co-escreveu os três filmes com Coppola), o diretor visualizou Michael na pele de Al.
A saga da família Corleone começou seis anos antes do lançamento do 1º filme, em 1966 o estúdio encomendou um livro a Mário Puzo.
Mesmo sob os protestos da Paramount, Coppola foi corretíssimo e a primeira parte de O Poderoso Chefão é um marco do cinema. Não é só um filme sobre a máfia, é sobre o Capitalismo americano envolvendo negócios e família. E não é só isso. Há também assassinatos, religião, interesses entre as famílias rivais, corrupção. Coppola e Puzo criaram um roteiro pra lá de inspirado. As falas, os diálogos, a construção da obra renderam o homenzinho dourado de Melhor roteiro Adaptado, além de Melhor Filme. As cenas iniciais (o casamento da filha), a cabeça do cavalo na cama, a viagem de Michael à Sicília, são os destaques. Na película, Don Corleone passa o comando dos negócios ao Michael, que sempre foi a ovelha negra da família.
Marlon Brando criou um personagem tão marcante na história da sétima arte. Don Vito Corleone foi imitado e satirizado por todas as mídias e lhe rendeu o seu segundo Oscar, na qual recusou, por protestar contra a discriminação dos índios em Hollywood. Uma moça indígena recebeu em seu lugar. Mesmo assim, Don Corleone, com suas bochechas e seu sotaque ganhou fama.
Outro destaque é a trilha sonora, conduzida pelo maestro Nino Rota, cujo tema é marcante até hoje.
Aclamado pela crítica e público, O Poderoso Chefão Parte 1 conseguiu status de clássico do filme gângster. E Francis Ford Coppola foi visto com excelentes olhos pelo estúdio, que resolveu fazer o que poucos grandes filmes conseguiram: filmar a sequencia e superá-lo.
Quentin Tarantino é um Gênio. Sim, seus filmes são históricos, bem feitos, detalhados, divertidos, clássicos e imperdíveis pra qualquer um que é alucinado por cinema (como este que vos escreve!).
Cães de Aluguel, Pulp Fiction, Kill Bill, Jackie Brown e Bastardos Inglórios são peças indispensáveis pra qualquer coleção cinematográfica.
Junto com Robert Rodriguez, Tarantino realizou o projeto Grindhouse. Esse termo é como é chamado os mais podres e fedorentos cinemas americanos, aqueles que exibem filmes B da pior qualidade, repleto de zumbis, assassinos, pornografia com roteiros pra lá de inspirados.
E foram esses filmes que invadiram as mentes doentes dos diretores. Primeiro foi lançado e exibido Planeta Terror, de Rodriguez, com direito a trailer do Machete (que mais tarde foi realizado). Com o sucesso do primeiro longa, foi a vez do Tarantino exibir (mesmo que tardio) À Prova de Morte.
Inspirado por filmes do John Carpenter e do clássico Faster Pussycat Kill! Kill!, o filme mostra Kurt Russel como o Dublê Mike, um corredor que possui um carro pra lá de assustador, perseguindo as mais gatas que cruzarem seu caminho. Bebedeira, rock clássico e sangue a rodo são os ingredientes básicos deste longa, sem falar das sanguinolentas cenas de morte, de deixar enjoado o espectador.
Destaque para as cenas, em que uma das moças dança para o Dublê Mike, ao som de Down in Mexico, e na outra parte em que um grupo de moças preparam um arriscado racha.
Perguntaram para o Lemmy: "Se a sua vida fosse um filme, qual seria o final?" Ele respondeu: "Eu dando tchau no topo de uma montanha, com os dizeres 'Enganei vocês, seus trouxas!'". O líder do Motörhead poderia ser um coadjuvante do Monty Python, ou sua história seria uma continuação do Spinal Tap, mas não é o caso do "49% Motherfucker, 51% Son Of A Bitch", o documentário mais bem feito dessa lenda do Rock ´N Roll.
Todos sabem que Lemmy sempre foi a alma do Motörhead, mas o que ninguém sabe mesmo é como ele vive fora dos holofotes. Quem imaginou ele em uma mansão cara, cheia de frescuras que só os rockstars sabem agir, saiba que o senhor de 65 anos mora em um apê alugado, em LA, e não sai com seguranças, nem com carros importados. Nesse documentário, Lemmy mostra a cara e as perebas o que ele realmente é: somente Lemmy Kilmister, o cara tímido, que quase não fala muito, mas quando ele empunha seu baixo Rickenbacker, seu microfone no canto da boca, aquelas roupas tipo cowboy motoqueiro, aí é que a história muda de figura.
Vários artistas rasgam seda pra falar desse ícone, como Alice Cooper, Ozzy, Slash, Kat Von D, Dee Snider, Billy Bob Thorton, Triple H, Dave Ghrol, até mesmo os caras do Metallica, que o tiraram de LA para tocar Damage Case. Fantástico! Lemmy também dá sua canja no projeto HeadCat, um Rockabilly mais pesado. Até mesmo o filho dele, Paul Inder, aparece na bagunça.
Lemmy possui uma coleção com o que existe de mais impossível de se conseguir: armas, acessórios, cartazes, tanques de guerra, canhões, até mesmo acessórios nazistas. E mais, ele chegou até mesmo a dirigir um tanque de verdade. E depois dizem que ele é nazista. Como ele diz: ¨Tem museus com mais merda que aqui!¨.
Mas o mais interessante é que ele viu os Beatles em início de carreira, foi roadie do Jimi Hendrix (isso todos já sabemos!), foi expulso do Hawkwind por abuso de drogas...
Dave Grohl tinha razão. Foda-se Keith Richards, enquanto os rockstars se sentem mais rockstars com seus jatinhos particulares, Lemmy anda por aí, bebendo sua Jack com Coca e grava seu próximo disco do Motörhead.
Tarantino é o Motörhead dos diretores... Todos amam, mas poucos realmente conhecem!
Essa frase acima foi escrita por um rapaz na sua página no Facebook. Bom, como sou fã do Motörhead e do diretor, tenho a OBRIGAÇÃO e o PRAZER de CONCORDAR com essa afirmação. Embora a crítica não dê a devida atenção à genialidade de Quentin Tarantino, por seu excesso de criatividade complexa e pelas cenas brutais que incluem violência e sangue, é inegável que ele é bastante cultuado por cinéfilos de plantão. Sim, assim como a música do imortal Lemmy Kilmister, que sempre foi (e continua sendo) condenada pelos pais sem noção, a filmografia de Tarantino é reverenciada até hoje.
O mesmo diz para seu mais recente magnus opus Django Livre. Abordando a América no tempo em que os homens de cor não tinham direitos de viver em sociedade, Django (Jamie Foxx) é um escravo com a faca nos dentes, que se junta com o caçador de recompensas Dr. King Schultz (Christoph Waltz) para procurar bandidos e entregá-los às autoridades. Claro que o povoado não aceita muito a companhia de homens com duas cores, porém não sabem das consequências que irão enfrentar quando esses mocinhos vão causar.
Enquanto ajuda Schultz na sua caça aos fora-da-lei infiltrados nas fazendas, Django tem como único objetivo encontrar e salvar sua mulher Broomhilda (Kerry Washington), ainda escrava.
É aí que que chegam ao Dr Calvin Candle (Leonardo DiCaprio), um implacável senhor do engenho, que trata seus escravos como peças de museu, incluindo o caquético lacaio Stephen (Samuel L. Jackson), sempre com sua vista grossa.
O que não falta no filme são os diálogos sempre bem escritos por Tarantino, sob a interpretação magistral de Waltz, que pela segunda vez, levou seu segundo Oscar. Falta alguma coisa? Ah, sim. Em um filme de Tarantino, sempre há tiros, sangue e cenas de deixar qualquer senhor de óculos que se passa por crítico de cabelo em pé. Um faroeste de deixar os saudosos John Wayne e Steve MacQueen orgulhosos. A sequencia de tiros ao som de rap é de arrepiar.
Mas aquela cena dos capangas de Big Daddy (Don Johnson) com máscaras da Ku-Klux-Klan dialogando sem sentido algum é hilária. Só mesmo o Tarantino para balançar sua obra.
Bom, se for refletir a frase acima, tire suas conclusões e aprecie a obra prima de Quentin Tarantino ao som da banda mais imunda do Rock And Roll.
Alguns pirados insistem que Brian De Palma é um picareta, um parasita, cineasta de araque. Tudo isso porque ele foi influenciado pela obra de Alfred Hitchcock. Seus filmes já valem pela sua genialidade. Se ele é tudo isso que dizem, eu mesmo posso afirmar que De Palma é um discípulo fiel desse grande mestre do suspense.
Um Tiro na Noite conta a história de Jack Terri (John Travolta), um sonoplasta de filmes B que, ao gravar um acidente de carro, ele salva Sally (Nancy Allen, a mesma que fez a policial de Robocop e atuou em Vestida para Matar) e soube, na hora, que ela estava acompanhada do Governador e candidato à presidência, que morre.
Daí, Jack se vê em um suspense de verdade, assim como nos filmes que ele ajuda a produzir. Uma grande trama se espalha quando um estrangulador passa a persegui-los. Tudo por causa de uma conspiração política que corrompe o caso.
De Palma homenageia seu mentor ao reproduzir a cena de Psicose, no começo da peça; Um Corpo que Cai e Disque M para Matar.
Já assisti mais de trocentas vezes, não esqueço dos dialogos, das cenas e de uma brilhante interpretação do Kevin Spacey. Os Suspeitos, do diretor Bryan Singer (X-Men e Superman), conta sobre o caso de uma chacina no cais na California, na qual 27 pessoas morreram em uma explosão. Restaram 2 sobreviventes, entre eles o "manco" vigarista Verbal Kint (Spacey). O personagem depõe tudo o que aconteceu ha seis semanas, antes da tragédia. O roubo do caminhão em Nova York; o reconhecimento dos suspeitos; o interrogatório; um plano de assaltar policiais corruptos.
No elenco, Chaz Palmiteri (o agente Dave Kujan), Gabriel Byrne (Dean Keaton), Stephen Baldwin (MacMannus), Kevin Pollack (Todd Rocney) e Benicio Del Toro (Fenster). Mas quem roubou a cena mesmo foi o Spacey, que lhe rendeu um homenzinho dourado como coadjuvante.
Ainda sobre o filme, que rendeu um Oscar por seu roteiro original, um mistério paira no ar: quem está por trás dessa chacina? E quem é Keiser Söze?
Essas e outras questões só serão resolvidas quando assistirem a este suspense policial. Preparem suas lupas e atentem bem para cada cena de Os Suspeitos.
O dia 10 de Dezembro de 2007 foi um marco na história do Rock And Roll e da música em geral, quando ocorreu O Show do Led Zeppelin. Muitos questionaram como estavam os integrantes, após fazerem duas apresentações, depois do fim da banda, em 1980, quando o baterista John Bonham morreu após uma overdose acidental de Hi-Fis. Suas performances no festival Live-Aid (1985) e o da comemoração dos 40 anos da Atlantic Records (1988) – com o então jovem Jason Bonham no lugar do pai – deixaram a desejar, pois nem pareciam àquela banda que dominou os anos 70. A dúvida só foi respondida quando chegou o dia.
O intuito dessa apresentação, realizado no O2 Arena, em Londres, era para homenagear o fundador da Atlantic Records, Ahmet Ertegun, que faleceu no ano anterior, quando se acidentou durante o show dos Rolling Stones (ocasião que virou o filme Shine A Light, de Martin Scorsese). Para que esse evento acontecesse, foram vendidos mais de 18 mil ingressos, extremamente disputados à tapa por mais de vinte milhões de fãs ardorosos. Com isso, entrou para o Livro dos Recordes, na categoria de “Maior Procura por ingressos de um Show Musical”.
Antes, a banda relutou em lançar o material, porém, cinco anos depois, eis que colocaram Celebration Day em cartaz nos cinemas de todo o mundo e, agora, disponível em DVD+CD duplo e Blu Ray. Quem viu o show (ou pra quem não teve a oportunidade de ver) se espantaram com a arena lotada, quando Good Times Bad Times explodiu os autofalantes. Nunca uma banda foi tão bem entrosada e ensaiada nesse evento.
Alguns fãs sentiram falta de algumas peças, como Moby Dick, Heartbreaker, Immigrant Song e Communication Breakdown, mas ninguém reclamou com o set bem escolhido. No Quarter, Ramble On (com um slide de primeira), For Your Love (adorei essa pegada!), Black Dog, Since I’ve Been Loving You, Misty Mountain Top, Dazed And Confused (sensacional!), Stairway to Heaven e The Song Remains The Same.
O momento mais intenso foi quando Kashmir soltou fogo, para delírio da plateia. Destaque absoluto. Jason Bonham massacrou seu kit, parece que incorporou o espírito do seu pai, com direito a gongo. E pra quem achavam que acabou, Whole Lotta Love e Rock And Roll fecharam o concerto, que entrou na história do Rock.
Comentar o desempenho dos integrantes é totalmente desnecessário. Jason Bonham foi a escolha certa para o posto, como também canta nas faixas Good Times Bad Times e Misty Mountain Top. No encarte, ele diz que ficou emocionado quando foi chamado para tocar, mais uma vez, no lugar de John. Robert Plant manteve sua classe e cantou muito, embora ele não alcance seus agudos. Jimmy Page é um daqueles caras que sabe o que faz com sua guitarra, seja tocando com dois braços, com slide, com arco (em Dazed And Confused) ou com pedais, além de cuidar da parte sonora, deixando tudo tinindo.
John Paul Jones parece que ele fica mais jovem a cada ano. Sempre discreto e seguro com seu baixo, ele também detona em seu teclado. Simplesmente um termômetro para o Led Zeppelin. Outro destaque fica para o diretor Dick Carruthers, que deixou Celebration Day com cara de filme para assistir em qualquer cinema.
Contudo, após essa experiência de ver e ouvir o Led Zeppelin fica a sensação de desconfiança de que, talvez, essa seja a última vez que os veremos em ação. Apesar dos boatos de que Steven Tyler, Paul Rodgers ou Chris Cornell substituíssem Plant, o que não podemos negar é que o legado da banda está escrito.
Woody Allen tem suas musas. A Musa do Tarantino é Samuel L. Jackson
Em seu oitavo filme, o Mestre Quentin Tarantino mais uma vez se inspira nas magníficas obras de Sergio Leone para realizar Os Oito Odiados. Se você é fã do cineasta, vai esperar por diálogos elaborados, fotografia soberba e, é claro, muito sangue derramado.
A história começa em Wyoming, com direito a trilha sonora mais que espetacular de Ennio Morricone, quando o caçador de recompensas e Major Marquis Warren (Samuel L. Jackson) pede carona ao O.B. (James Parks), que estava transportando o outro caçador de recompensas John Ruth (Kurt Russel), no qual estava acorrentado da bandida Daisy Domergue (Jennifer Jason Leigh, que fez Sepultado Vivo). Numa nevasca alastrando a América, em época de Guerra Civil, os três viajam cujo único propósito de Ruth era botar a Daisy para a forca. No meio do caminho estava Chris Mannix (Walton Goggins), que viraria xerife.
De lá para cá, eles param em um armazém abandonado, conhecido como "Armarinhos da Minnie". Quando entram, encontram com outros elementos: o carrasco Oswaldo Mobray (Tim Roth), General Sanford Smithers (Bruce Dern), o mexicano Bob (Demián Bichir) e o caubói Joe Gage (Michael Madsen). É aí que as coisas começam a acontecer, quando os oito se encontram e acabam descobrindo quem realmente são, na verdade. Uma espécie de Cães de Aluguel do século passado.
Como destaques nesse filme, estão o Samuel L. Jackson dando um show de interpretação, sempre com tons de sarcasmo. Foi uma injustiça a Academia não lembrá-lo, pois ele mereceria uma estatueta. Mas, pelo menos, quem rouba a cena é a Jennifer Jason Leigh, com direito a uma canja no meio do filme. Essa, sim, valeria um Oscar.
Mais uma vez, o maestro Ennio Morricone brilhou ao realizar a trilha sonora, que levou o homenzinho dourado. Assim como Robert Richardson e sua fantástica cinematografia. São mais de três horas, que nem parece perceber quando está assistindo.
Tarantino anunciou que irá parar sua carreira após de fazer dez filmes. Se isso acontecer, queremos que ele encerre sua trajetória com sucesso.
O único ponto negativo é a não-exibição da overture inicial, que não foi exibida nos cinemas brasileiros.
O que era impossível, para a maioria dos mortais, concretizou-se quando, em 2009, foi oficializado que as quatro principais bandas de Thrash Metal reuniriam suas forças e fizessem a maior turnê que se tem notícia. Embora os fãs tenham se questionado o que iria acontecer se Metallica, Slayer, Megadeth e Anthrax encontrassem e causassem alguma confusão, nada mais foi impedido e, em 2010, o mercado do Metal movimentou-se e, finalmente, o BIG 4 virou realidade.
O que iria acontecer se as bandas se reunissem? Será que as picuinhas entre eles acabaram? Pois saibam que as bandas tiveram rixas uma entre a outra. a principal delas é a briga entre Dave Mustaine e o Metallica (quem acompanhou sabe do que estou falando!). Outra banda desafeta do líder do Megadeth foi o Slayer (Kerry King tocou no Megadeth no início da carreira).
A expectativa para a realização desse evento era enorme, apesar das polêmicas sobre a não inclusão de outras bandas do Thrash Metal, como Exodus, Testament e/ou Overkill (compartilho na mesma opinião!). Mesmo assim, o dia 22 de junho de 2010 prometia em Sofia (Bulgária).
Antecipando o lançamento, foi exibido nos cinemas de todo o globo (Brasil incluso) um resumo da apresentação, realizado nesse data e local mencionado. E no DVD, tem mais de 5 horas, em som digital e imagem de cinema, tudo o que ocorreu no Sonisphere Festival.
O primeiro disco é o que seria o Clash Of Titans 2010: Anthrax, Megadeth e Slayer, com uma hora cada. A primeira sobe ao palco com a formação quase clássica: Scott Ian (g/bv) e Rob Caggiano (g), Frank Bello (bx/bv), Charlie Benante (bt) e Joey Belladonna (v). A expectativa era alta, pois o vocalista voltou após uma série de polêmicas que custavam o futuro do Anthrax.
Foi só soar os acordes de Caught In A Mosh que o público foi à loucura. Comentar a performance dos músicos é desnecessário, mas Charlie mostrou-se preciso e técnico como sempre. Frank é um alucinado no palco. Scott é uma figura com seu cavanhaque grisalho, mas continua furioso com sua rifferama. Belladonna parece mais o Roberto Carlos saindo do manicômio. Aproveitando o momento, durante a Indians, eles homenageiam Ronnie James Dio (falecido naquele mesmo ano) com um trecho de Heaven And Hell.
Quando o Megadeth entrou em cena, uma chuva forte lavou a alma dos headbangers. Contando com o parceiro David Ellefson (bx) de volta, Mustaine e cia despejam seus riffs com Holy Wars. Baseando nos vinte anos de Rust In Peace, o Megadeth deu continuidade com Hangar 18 e, a partir daí, foi só um desfile de clássicos (a então nova Headcrusher merece destaque).
Shawn Drover parece um relógio suíço, pois sua pegada merece destaque. Já Chris Broderick não deve nada à Marty Friedman (sem falar que ele se parece com Pepeu Gomes!). Ao tocarem Symphony Of Destruction, o público gritou o nome da banda inúmeras vezes.
Quando a fumaça vermelha se espalhou, a banda mais maldita da história surge do inferno para maltratar os mais cálidos mortais. O Slayer provou que não mostrou piedade e, mesmo sem se mexer devido à uma cirurgia na coluna, Tom Araya (v/bx) segurou o público na mão com seu carisma e classe de sempre, trajando a camisa da seleção chilena.
Kerry King e Jeff Hanneman (g) possuem a mesma ligação quando tocam suas notas. Agora, uma coisa tenho certeza: Dave Lombardo (bt) só pode ser de outra encarnação. Sua técnica apurada e presença de palco é um caso para os irmãos Winchester, do Sobrenatural.
O segundo disco mereceria um capítulo à parte. Quando as cenas de O Bom, O Mau e O Feio entrou no ar, com o som de The Ectasy Of Gold, a plateia fez coro para Lars Ulrich (bt) subir no seu kit e executar Creeping Death para a alegria dos presentes.
Não tem jeito, o Metallica tomou conta de todo o palco, com direito a vários microfones instalados em suas rampas, para que James Hetfield (v/g) possa cantar em toda parte. E, em se tratando de voz, presença de palco e uma habilidade ímpar de tocar sua guitarra, ele é nota 1000. Outro que também possui uma interação com o público é o baixista Rob Trujillo (bx), remetendo aos tempos em que tocava no Suicidal Tendencies e Infectious Grooves. O palco virou uma pista de fogo, ao som de One, com direito a chuvas de fogos de artifício.
Mas o melhor estava por vir, quando Hetfield chamou todas as bandas (Só o Lombardo participou) para homenagearem Diamond Head, ao som de Am I Evil?, emocionando até mesmo o mais radical fã. Isso, sim, foi uma noite para entrar na história do Metal.
O bônus do segundo disco contém um documentário sobre os bastidores da apresentação, além dos diálogos entre os integrantes, o encontro com os fãs, a montagem e o local da apresentação.
Se todos acham que Desejo de Matar, Taxi Driver e Pulp Fiction são sinônimos de "estética da violência", é porque, na nova década, uma nova película irá bater de frente contra essas obras.
Sob a batuta de Robert Rodriguez, Machete é o novo clássico dos filmes de ação. Após decepcionar-me com Stallone e seus Mercenários, Danny Trejo passa uma peixeira nesses anciãos e arranca todos com seu facão e olhar de coiote com fome de vingança.
Realmente, Machete e Charles Bronson são idênticos. Enquanto o arquiteto limpa Nova York sob a mira de um 38, o chicano atravessa a fronteira americana para vingar as mortes de sua mulher e filha.
Com um elenco de arrepiar, do calibre de Steven Seagal, Robert DeNiro, Lindsey Lohan (em seu melhor papel), Jessica Alba e Michele Rodriguez (ambas gostosíssimas), Machete é um banho de sangue, cabeças estouradas, tiros, pancadaria e a cena mais gore de todas: após arrancar o estômago de um capanga, Machete salta da janela sob as tripas do infeliz. Quer coisa mais nojenta que essa?
Parabens ao Robert Rodriguez. quem diria que esse trailer viraria um filme de verdade. Machete é o arrasa-quarteirão. Tomara que esse clássico desgraçado vire uma franquia do horror.
Não é a toa que o diretor Sergio Leone se tornou famoso por seus westerns spaghetti. Sua Trilogia dos Dólares virou uma franquia de encher os olhos d'água. Agora é a vez de, mais uma vez, fazer sua trilogia: O Era Uma Vez.
Contando com um time de estrelas da época, Leone realizou o Era Uma Vez no Oeste. O solo da Harmônica é de causar arrepios e a cena do duelo entre quatro homens é de surpreender os mais céticos.
A história começa com a América se tornando uma civilização ferroviária, depois do pós-guerra. A trama envolve quatro personagens hipnóticos: o bandido (Jason Robards), o pistoleiro com sangue nos olhos (Henry Fonda), a prostituta (Claudia Cardinale) e um homem misterioso com uma gaita (Charles Bronson).
As belas paisagens, a cinematografia, a edição, o roteiro (co-escrito por Dario Argento e Bernardo Bertolucci) são destacados com louvor, sem falar das atuações. Cardinale e seu olhar hipnótico, Fonda estava diabólico e Bronson em seu melhor papel.
Mas a trilha sonora, mais uma vez escrita por Ennio Morricone, é de aplaudir de tão bela. Roberto Bolaños usou vários trechos dessa trilha para fazer seus faroestes do Chapolim Colorado.
Assassinos por Natureza
4.0 1,1K Assista AgoraUm filme para ficar cravado na sua memória. Se fosse lançado atualmente, nenhum estúdio gostaria de divulgá-lo, devido à tudo que foi filmado.
Oliver Stone consagrou-se ao realizar esse calidoscópio de violência extrema e gratuita, cuja história foi escrita pelo mestre Quentin Tarantino. Tem fã que gostaria que o 1º roteiro fosse escrito por ele, que é muito melhor que o do Stone. Sendo assim, foi lançado um livro com o primeiro roteiro, sob a batuta do Mestre Tarantino.
Esqueça os filmes que Stone ficou famoso (mesmo ele ter ganhado três Oscars com Platoon, Expresso para a Meia-noite e Nascido em 4 de Julho), pois ele deve ter ficado chapado de tanta droga ilícita, no melhor estilo Peckinpah, ao filmar Assassinos Por Natureza.
Woody Harrelson e Juliette Lewis estão impecáveis nessa epopeia, ao darem suas vidas amaldiçoadas para interpretarem Mickey e Mallory Knox. Esse casal herdou de Bonnie & Clyde o desejo de fazer justiça (ou injustiça?), ao rodarem os Estados Unidos com um único objetivo: matar, matar e matar tudo e todos.
Vendo esse filme dá para sacar que nada mudou em nossa cultura, em pleno século XXI. Porém, não podemos culpar Stone por sua crítica à banalização da mídia, ao abordar a violência. Dá pra ver a cara de nóia dos americanos, tratando o casal como popstars, chegando na calçada da fama, para uma premiére. Bando de ovelhas cegas! Aqui no Brasil não é diferente, pois vemos isso todos os dias em programas, como o do Datena e do Marcelo Rezende. Sempre glorificando os bandidos e culpando a justiça.
Várias cenas nos faz ficar sentados em suas poltronas e deliciar a história dos dois pombinhos, desde a satírica comédia sobre como se encontraram, até imagens de desenhos animados, em que Mickey corre para salvar a sua amada, até a parte em que eles matam os pais da Mallory. Rodney Dangerfield faz o pai cafajeste dela. Dá vontade de cortar o pau desse velho safado!
Michael Madsen e Brad Pitt recusaram o papel de viver Mickey, que foi muito bem representado por Woody. Ótima atuação, que deixaria Malcolm McDowell e Jack Nicholson orgulhosos. Já Juliette enterrou aquela menina assustada em Cabo do Medo, para se firmar na sétima arte, como a boca suja e xiliquenta Mallory. Parece a Tetê Espíndola!
Tom Sizemore é o tira Jack Scargnetti, especialista em psicóticos. Desprezível, sarcástico e nojento. sua maior ambição é trepar a Mallory. Juliette quebrou o nariz de Tom na cena da cela. Tommy Lee Jones mantém seu jeito durão como o tira implacável de O Fugitivo, para dar corpo como o diretor Dwight McClusky, com aquele bigodinho fino, cabelo feito com gel e terninho. Simplesmente insuportável e sem senso de justiça.
MAS... quem rouba a cena mesmo é Wayne Gale, um repórter de TV que aproveita da sede de sangue do casal para conquistar a audiência americana. Ao realizar a entrevista de Mickey na prisão, teve que interromper o Super Bowl! Fala sério, belíssima interpretação de Robert Downey Jr. Com certeza, o melhor papel de sua carreira, antes de se tornar o Homem de Ferro e Sherlock Holmes, anos depois.
São duas de horas de podridão, mais de 50 mortes, 56 dias de filmagens, 150 cenas cortadas ou refeitas, onze meses de edição, orçado em US$ 50 milhões.
Várias imagens fazem menções ao clássico Laranja Mecânica, como a mãe de Mallory, que possui o cabelo azul. O irmãozinho dela (que é filho do diretor) sai do quarto após o massacre, com o olho esquerdo tatuado, em homenagem ao Alex DeLarge. Já a entrevista de Mickey na prisão foi inspirada na famosa e verídica conversa de Charles Manson à uma TV norte-americana.
Teve parlamentar que proibiu a exibição do filme, pela violência explícita, mesmo sem ter visto o filme. Na Irlanda, foi exibido sem divulgação prévia.
Realmente, o épico coberto de sangue, um dos melhores filmes dos anos 90. Juntamente com o magnus opus Pulp Fiction, Assassinos Por Natureza deveria esta na prateleira da seção de comédia. Mesmo que a crítica não dê atenção.
Jackie Brown
3.8 739 Assista AgoraCom Pulp Fiction, o nome de Quentin Tarantino foi cravado no cinema mundial. Sua história não-linear, os diálogos intermináveis, os personagens enigmáticos e cultuados e a trilha sonora recheada de surf music viraram marcas registradas para todos os cinéfilos de plantão. E não é só isso: a Academia reconheceu o talento de Tarantino, ao presenteá-lo com um Oscar por seu roteiro muito bem escrito.
Desde então, o mestre do cinema contemporâneo resolveu homenagear mais um gênero cult, conhecido como Blaxploitation, filmes protagonizados por negros. Para isso, se inspirou no cult Foxy Brown, e resolveu criar Jackie Brown. Tarantino baseou-se no best seller Rum Punch, do escritor Elmore Leonard (falecido em agosto de 2013) para escrever seu filme, contando a história de Jackie Brown (Pam Grier, a estrela de Foxy Brown), uma comissária de bordo que, mesmo com seu baixo salário, faz contrabando de dinheiro para um traficante de armas Ordell Robbie (Samuel L. Jackson), que a ATF está de olho.
Tudo parecia estar bem, até o momento em que os policiais Ray (Michael Keaton) e Mark (Michael Bowen) abordam a pobre aeromoça, confiscam a grana e prendam-na por posse ilegal de cocaína. Sob pressão, ela aceita o acordo da polícia para tocaiar Ordell, que, com a ajuda do agente de fiança Max Cherry (Robert Forster), a soltam do xilindró.
Como toda negra que se preze, Jackie Brown decide, com a ajuda do seu novo aliado, enganar o traficante e os policiais para ficar com a grana do contrabando, fingindo para Ordell que irá ser a informante. Nessa trama toda, estão a surfista cuca-fresca Melaine (Bridget Fonda) e o ex-assaltante de banco Louis Gara (Robert DeNiro).
Tarantino mudou o nome da protagonista, pois no livro Rum Punch ela se chamava Jackie Burke. Como sempre acontece em seus filmes, ele é mestre em resgatar artistas do ostracismo, como Harvey Keitel (Cães de Aluguel) e John Travolta (Pulp Fiction). Nesta peça, Pam Grier e Robert Forster foram ressuscitados. Este último, foi indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, enquanto Pam e Samuel foram indicados ao Globo de Ouro.
Sua trilha sonora é recheada do melhor da soul music, funk, rock e disco da melhor qualidade. Seu destaque é Across the 110th Street, de Bobby Womack, que abre e fecha o filme, no melhor estilo Shaft, até de Deltonics, Guess Who, Slash's Snakepit, The Meters, entre outros.
Vale a pena ver um curta, chamado Chicks Who Love Guns, em que garotas de biquini testam armas de fogo.
Apesar da crítica elogiar o filme, o público não correspondeu as expectativas do diretor, que se retirou em um hiato que durou até 2003, quando escreveu o quarto filme, chamado Kill Bill. Mas, essa é uma outra história!
Pulp Fiction: Tempo de Violência
4.4 3,7K Assista AgoraEzequiel 25:17: "O caminho do homem justo é rodeado por todos os lados pelas desigualdades do egoísmo e da tirania dos homens maus. Bem-aventurado aquele que, em nome da caridade e da boa vontade, pastoreia os fracos pelo vale das trevas, pois ele é verdadeiramente o guardião do seu irmão e o descobridor das crianças perdidas. E derrubarei sobre ti, com grande vingança e furiosa raiva, aqueles que tentam envenenar e destruir meus irmãos. E você saberá que o meu nome é Senhor quando eu derramar minha vingança sobre você."
(Recitação de Ezequiel 25:17, por Jules Winnfield)
Pronto, se você leu este trecho, saiba que sua vida vai mudar quando assistir esse, que é o melhor filme de Quentin Tarantino (falo com todo o louvor!), e um dos clássicos do cinema. São mais de duas horas de puro sangue, violência gratuita, trilha sonora eclética, drogas ilícitas, diálogos intermináveis, tiros e mais tiros e uma busca por redenção.
Três histórias não-lineares envolvendo um casal de assaltantes (Tim Roth e Amanda Plummer) que só se interessam em roubar restaurantes; dois capangas (John Travolta e Samuel L. Jackson) que resolvem invadir um apê para pegar uma pasta que pertence ao seu chefe, Marsellus Wallace (Ving Rhames); um pugilista (Bruce Willis) que se recusa a perder uma luta, mesmo que lhe ofereçam uma grana gorda; e a esposa de Marsellus (Uma Thurman) que sai com Vincent Vega (Travolta) para curtir a noite.
Baseada nos poeirentos livros, chamados de Ficção de Polpa, o filme possui as mais famosas cenas que entraram para a história da sétima arte, que se recusa a dar-lhe reconhecimento, por seu conteúdo violento.
Quem nunca se embalou com a cena em que os dois dançam twist, com o V dos dedos em seus olhos, assim como a cena de Mia se entupindo de cocaína ao som de Girl, you'll Be A Woman, Soon do Urge Overkill. Outro destaque fica para a cena do porão quando Butch (Bruce) e Marsellus são amarrados para um ritual sodomita, encabeçado por Zed (Peter Greene), que não poupa o chefão.
Poderia fazer um capítulo sobre esse filme, mas faltam muitas palavras sobre o quanto Tarantino é um GÊNIO! Ele é o Motörhead dos que apreciam um bom filme! E a Academia deu-lhe o que merecia por seu roteiro bem escrito. Até o Festival de Cannes rendeu-se à genialidade, dando-lhe a Palma de Ouro.
Bom, se você chegou de um foguete em Marte e não sabe do que estou falando, vá a uma locadora, veja o filme e tira suas conclusões.
Kill Bill: Volume 1
4.2 2,3K Assista AgoraEm 2003, o Mestre Quentin Tarantino resolveu escrever aquele, que é o seu épico cinematográfico mais ousado e bem feito da sua história.
Depois da sua malsucedida homenagem ao blaxploitation Jackie Brown (1997), ele ficou extremamente ocupado ao criar, junto com a atriz Uma Thurman, uma história que envolve artes maciais, faroeste e vingança, cuja protagonista tem o mistério do Homem Sem Nome de Clint Eastwood, mas com a faca nos dentes de um Bruce Lee.
Durante a concepção de Kill Bill, Uma estava grávida (assim como sua protagonista) e Tarantino esperou-a para dar continuidade. Com o auxílio do Shaw Brothers (Hong Kong), ele filmou tanto que a duração passou de quatro horas (acredita nisso?). Para que seus fãs não se enjoam, dividiu em duas partes.
Como acontece sempre em suas obras, a história da Noiva/Mamba Negra, que se vinga do Esquadrão Mortal das Víboras Assassinas, que massacrou toda a sua família no dia do seu casamento, é não-linear (como ocorreu em Pulp Fiction), com vários flashbacks, roteiro bem escrito e diálogos intermináveis.
O primeiro volume começa com um provérbio Klingon (do Star Trek) "A vingança é um prato que se come frio", ao ouvir a noiva (cujo nome não foi revelado) respirando depois de seu extremamente espancada. Bill (David Carradine) caminha em direção à ela, e atira em sua cabeça.
Após quatro anos, ela acorda do coma, descobre que sua filha que carregava em seu ventre está morta. É aí que ela se fode de raiva, mata os necrófilos no hospital, pega a PickUp das Gostosas e tenta mexer seus dedos, enquanto recorda da O-Ren Ishii/Bola de Algodão (Lucy Liu), cuja sua história é mostrada em uma sensacional animação, ancorada por uma música-tema de Luiz Bacalov. Sua família foi morta por seus capangas de Matsumoto, um dos chefões da Yakuza. O-Ren se vinga, matando-o em sua cama e se transforma em uma matadora profissional.
Outra parte do filme é quando encontra a Venita Green/Cabeça de Cobra (Vivica A. Fox), disfarçada de dona de casa, enquanto sua filha chega da escola, e encontra as duas ensanguentadas e a sala de estar quebrada.
Ao se recuperar, A Noiva viaja ao Japão para ver Hattori Hanzo (Sonny Chiba), um antigo fabricante de espadas de samurai, disfarçado de chef de cozinha, ex-mestre de Bill, que cria a espada perfeita para ela.
Durante todo o filme, ela enfrenta uma gangue de Crazy 88, liderado por Johnny Mo (Gordon Liu), numa sequencia pra lá de impagável, com direito a cabeças decepadas, braços cortados, olhos arrancados e sangue jorrando, até obter seu embate com sua rival, num jardim recheado de neve.
Vale destacar que a intenção do diretor é APENAS homenagear os clássicos filmes de Kung fu, Western spaghetti e blaxploitation. Kill Bill - Volume Um é uma adaptação de Lady Snowblood, de 1973, cuja história é quase similar ao da Noiva (e o da O-Ren Ishii). Na versão japonesa, a protagonista se vinga dos assassinos de sua família. Outro filme com enredo semelhante é A Noiva Estava de Preto (1968), em que uma mulher se vinga de cinco homens, que mataram seu noivo no dia do seu casamento.
Outras referências também são encontradas, como o figurino da Noiva, tirado do filme O Jogo da Morte, de Bruce Lee, além dos filmes O Besouro Verde (cuja música tema é tocada), Gone in 60 Seconds, o citado Star Trek e Era Uma Vez No Oeste.
A trilha sonora eclética é recheada de temas que entraram em nosso cotidiano, como o famoso assobio de Elle Driver/Cobra Californiana (Darryl Hannah), tirado do filme Twisted Nerve, composto por Bernard Herrmann, além de Ironside por Quincy Jones. Outros temas, como Don't Let Me Be Misunderstood (Santa Esmeralda), Bang Bang My Baby Shot Me Down (Nancy Sinatra), Battle Without Honor or Humanity (Tomoyasu Hotei) e Woo Hoo (The 5,6,7,8's - que participam no filme) marcam presença.
Com quase duas horas, Kill Bill - Volume Um é um filme para ser levado à... diversão. Está certo que algumas cenas de violência, como corpos esquartejados, sangue, frases inadequadas e linguagem imprópria não são recomendados à menores, mas, para quem trabalhou em uma locadora, o ideal é vê-lo na seção de comédias.
Kill Bill: Volume 2
4.2 1,5K Assista AgoraAnteriormente, postei sobre o primeiro volume do épico tarantinesco Kill Bill, protagonizado por Uma Thurman, que dá vida À Noiva/Mamba Negra, que quer se vingar de Bill (David Carradine) e o Esquadrão Mortal das Víboras Assassinas, que mataram sua família no dia do seu casamento e a deixaram em coma, após ser alvejada por uma bala na cabeça.
Se no filme anterior foi ao estilo kung-fu e espadachim, com direito a litros de sangue e pedaços de corpos mutilados; nesse segundo volume, a coisa muda de ares, mas de faroeste e uma trilha sonora tirada de alguns temas compostos por Ennio Morricone.
Após matar Venita Green (Vivica A. Fox) e O-Ren Ishii (Lucy Liu), A Noiva segue sua jornada vingativa para eliminar Budd (Michael Madsen), irmão de Bill, e Ellen Driver/Cobra Californiana (Darryl Hannah), sua principal inimiga, que tentou matá-la no hospital quando a protagonista estava em coma.
Tudo começa como foi que começou o massacre em Two Pines, quando a família da Noiva ensaia o matrimônio. Há uma participação de Samuel L. Jackson, que faz o organista Rufus. Algumas sequencias merecem destaques, como quando Budd alveja a Noiva com tiros de espingarda, e a enterra viva em um cemitério.
Outra sequencia é quando Bill leva sua amada para ser treinada pelo implacável mestre de artes maciais, Pai Mei (Gordon Liu). Sem sombra de dúvida, as cenas em que ela tenta quebrar a madeira com as mãos, quando ela tenta atacar seu mestre são impagáveis. Uma curiosidade: Quentin Tarantino seria o intérprete de Pai Mei, mas, por falta de tempo, indicou Gordon Liu para interpretá-lo, já que fez Johnny Mo, líder dos Crazy 88.
Ao lembrar do seu treinamento, A Noiva resolve se soltar e quebra o caixão com a sua mão. Ao vê-la saindo do caixão e a terra caindo dá calafrios. É aí que começa a sua luta contra Ellen Driver, com os sangue saindo em seus olhos. Vale ressaltar que Tarantino ressuscitou a carreira de Darryl, como sempre ocorre em seus filmes.
O encontro dela com Bill é um dos mais esperados, inclusive quando descobre que sua filha está viva e que sabemos o seu verdadeiro nome. Outro personagem que aparece no filme é o padrinho de Bill, Esteban Vihaio (Michael Parks), que diga à noiva onde está Bill. Parks também esteve no primeiro volume, ao interpretar o xerife Earl McGraw.
Mesmo não sendo tão violento quanto foi o primeiro volume, Kill Bill volume 2 ainda sim é um prato cheio para quem gosta de um filme bem escrito, diálogos bem elaborados e trilha sonora eclética, sob o auxílio de seu parceiro Robert Rodriguez e RZA.
Perseguidor Implacável
3.9 266 Assista AgoraHarry Callahan (Clint Eastwood) é um policial que não obedece regras, não gosta de ninguém, é chamado de Harry Sujo. Quando vê um bandido fugindo, ele ataca com seu olhar sangrento e sua Magnum 44, ele bota pra foder de vez.
Ao enfrentar um serial killer, conhecido como Scorpio, Harry não perdoa nem mesmo suas autoridades maiores. MESMO sob as ordens dos chefões da polícia, Harry dá uma bicuda e faz a lei do cão cuspir fogo.
Numa das cenas iniciais, Harry diz ao bandido: "Eu sei o que está pensando: ele atirou só seis tiros ou cinco? Pra falar a verdade, fiquei tão animado que eu perdi a conta. Mas como é uma Magnum 44, a arma mais poderosa do mundo, capaz de estourar seus miolos, você tem que se perguntar: hoje é meu dia de sorte, vagabundo?"
Só por essa frase, você tem motivos de não perder esse filme e ver Clint Eastwood fazendo o que faz de melhor: papel de durão.
Um Drink no Inferno
3.7 1,4K Assista AgoraEsse filme marcou a parceria histórica do Mestre Quentin Tarantino e Robert Rodriguez, pois a produção em si merece aplausos efusivos.
O próprio Tarantino atua com George Clooney essa epopeia cheia de sangue. Seth (Clonney) e Richard Gecko (Tarantino) são procurados pela polícia por 16 mortes. Lá no meio do caminho, sequestra uma família de religiosos, um ex-pastor Jacob Fuller (Harvey Keitel) e seu casal de filhos (Juliette Lewis e Ernest Liu), com um único objetivo: cruzar a fronteira entre EUA e México, para não serem pegos pelas autoridades. Porém, eles se instalam em um bar chamado Titty Twister, uma mistura de saloon com prostíbulo.
Como sempre, o filme tem aquilo que todo fã de Tarantino espera: um roteiro bem escrito. Seth é o mais calmo, porém cruel e frio. Richard é pirado, tarado e sádico (como são nos seus filmes que dirige!). Em todo o filme, ele só quer pegar a filha do pastor (já que ela fez a assustada menina em Cabo do Medo e a boca-suja Mallory em Assassinos Por Natureza).
Mas, o destaque fica mesmo para a cena em que o Pandemônio Satânico (Salma Hayek) aparece, de um micro-biquini, enrolada em uma cobra, enfeitiçando o próprio Mestre, em sua dança de acasalamento. Essa cena marca até mesmo um senhor de idade, sem forças para o abatimento.
O que não esperavam é que o bar inteiro se transforma em vampiros, causando pânico e desespero. Será que os personagens se salvarão dessa devastação demoníaca?
Trash até o talo, o filme possui uma trilha sonora, que casou muito bem com a trama. Sem falar da fotografia, méritos de Guilhermo Navarro.
Realmente, uma bela peça cinematográfica de Robert Rodriguez, com a escrita fora-de-série de Tarantino.
Os Intocáveis
4.2 841 Assista AgoraGrande filme desse, que é O discípulo legítimo de Alfred Hitchcock. Do mesmo jeito que filmou a vida de Tony Montana em Scarface, De Palma focou totalmente a vida do maior gângster de todos os tempos nessa adaptação da série televisiva. Vale uma curiosidade: o remake de Scarface foi baseado no filme dos anos 30, sobre a ascensão e queda de Al Capone.
Ennio Morricone mais uma vez brilha com sua trilha sonora, repleta de suspense e um retrato do submundo de Chicago. Giorgio Armani dá seu crédito ao desenhar o figurino exato, para que Robert De Niro incorpore o gângster. Detalhe é que os figurinistas fizeram as medidas exatas, incluindo as cuecas do próprio Capone.
Kevin Costner e Sean Connery dão um show de interpretação. Connery foi agraciado com um Oscar de Melhor Ator coadjuvante, por seu papel como Malone.
Algumas das cenas dessa peça marcaram a história, como a cena em que Al Capone nocauteia um dos capos com um bastão de beisebol, durante um jantar. Outra cena é quando o carrinho de bebê desce as escadas durante o tiroteio, na qual foi inspirada no filme Encouraçado Potemkin, de 1925.
Um Sonho de Liberdade
4.6 2,4K Assista AgoraStephen King é, sem menor dúvida, um escritor de muito sucesso. Sempre escreveu histórias para todos os gostos; seja de suspense, drama, ficção científica. Nem sabemos se foi ele que escreveu, ou foi seu alter-ego Richard Bachman.
Quando o assunto é cinema, lembramos de adaptações como Carrie A Estranha, O Iluminado, O Sobrevivente, À Espera de um Milagre e Um Sonho de Liberdade.
Este último é perfeito e tocante do começo ao fim. Tim Robbins é um advogado condenado à prisão perpétua por assassinato, e enviado à uma prisão de segurança máxima. Lá, ele enfrenta o inferno, mas conhece um outro condenado, interpretado por Morgan Freeman, que narra toda a história.
Andy Dufresne passa a tomar conta dos impostos dos guardas, participa da lavagem de dinheiro do diretor do presídio, constrói uma biblioteca. Porem nunca deixou de acreditar que o seu maior sonho é a liberdade. Mesmo encarcerado e tratado como rato, Andy é um símbolo de que a esperança de ser livre ainda existe.
"Espero que o Pacifico seja tão azul quanto nos meus sonhos".
O Poderoso Chefão: Parte III
4.2 1,1K Assista AgoraEncerrando a saga de O Poderoso Chefão, o estúdio Paramount queria botar um desfecho ainda mais dramático. Desde que assumiu o taco do primeiro longa, Francis Ford Coppola foi visto com desconfiança, mas, com suas ideias, se consagrou e a Paramount deu a ele carta branca para filmar as sequencias.
Depois de filmar as duas partes de O Poderoso Chefão e Apocalypse Now, Coppola enfrentou sucessivos fracassos de bilheteria e a falência de seu estúdio Zoetrope. Quase 20 anos depois, o estúdio lhe ofereceu US$ 6 milhões e liberdade total de criação, inclusive escalar sua filha Sofia para um dos papéis principais, seu pai Carmine para compor a trilha sonora e seu sobrinho Nicholas Cage para a produção.
O filme se passa em 1979, em Nova York, quando Michael Corleone (Al Pacino) é condecorado por ordem do Vaticano. Como em todas as películas, o início é introduzido por festas. O patriarca tenta legalizar os negócios da família ao se associar a uma empresa ligada à igreja católica. Enquanto seu sobrinho Vincent Mancini (Andy Garcia) pede para trabalhar, mesmo enfrentando os inimigos, como Joe Zaza (Joe Mantegna); numa das cenas antológicas, Vincent morde a orelha de Joe. Nas palavras de Garcia: "Fiquei tão entusiasmado que arranquei até um pedaço do cabelo".
Todos esses tropeços são compensados pela meia hora final, na ópera, quando adquira ares de tragédia. O filme se tornou uma reflexão de Michael. No primeiro filme, ele era a ovelha negra da família que, mais tarde, assumiria os negócios dados por Don Vito. Agora o terceiro, Michael busca redenção por seus pecados.
Logo após a estreia, O Poderoso Chefão 3 deu inúmeras dores-de-cabeça à Coppola. A crítica não perdoou a atuação (fraquíssima) de Sofia Coppola, e o filme estourou no orçamento (em torno de US$ 55 milhões).
Algumas curiosidades merecem ser mencionadas: antes de escalar Sofia, Winona Ryder foi cogitada para o papel de Mary, mas desistiu. Se no primeiro longa a Paramount teve de aceitar Al Pacino, o mesmo estúdio sugeriu Andy Garcia, apesar dos protestos do diretor. Palavras de Andy: "Acho que Francis não sabia quem eu era".
Mesmo com todos os problemas que enfrentou, Coppola se mostrou realizado. "Quando reunimos todo mundo para a terceira parte, teve um sabor especial. Éramos uma família". E defendeu a atuação da filha: "Por que não colocar minha filha no filme? Assim terei uma lembrança".
O Poderoso Chefão 3 é ótimo. Embora inferior aos dois primeiros longas, merece status de clássico.
Encarnação do Demônio
3.3 168Que Jogos Mortais que nada! Essa franquia é pra crianças fracas e sem miolo na jaca. Quem sabe mais sobre a arte de pôr medo em nossas almas é Josefel Zanatas. Ou melhor, Zé do Caixão.
O coveiro sai da cadeia após 40 anos em Encarnação do Demônio. Junto com Bruno (Rui Rezende), ele retorna para aquilo que mais deseja: encontrar a mulher superior, para gerar o filho perfeito. Mas, para que isso seja realidade, Coffin Joe terá que enfrentar os espectros que o dominarão sua mente sádica; e a ira da polícia que não aceita sua soltura.
Algumas das cenas são de chocar a mais fraca célula do corpo, como aquela em que uma das mulheres sai de dentro de um porco. Outra é quando um policial é pendurado por ganchos cravados nas costas. A descida para o purgatório é antológica. Mesma coisa vale para a atuação do genial José Celso Martinez Corrêa.
Se ainda acham que Jogos Mortais tem cenas sádicas, é bom saberem que Encarnação do Demônio tem mais que isso: baratas corroendo rostos lindos; mulheres entrando num balde cheio de tripas; um rato sendo introduzido na vagina de uma mulher; até mesmo o olhar sádico e macabro do Zé do Caixão arrepia.
Maldito mesmo é uma curiosidade que merece ser mencionado: três produtores morreram antes da concepção dessa peça, que sofreu nove modificações.
José Mojica Marins se superou. Após três décadas, desde Esta Noite Encarnarei No Teu Cadáver (1967), ele conseguir verba suficiente e um elenco de primeira para realizar sua última película.
Uma pena que este seja o último filme de Jece Valadão, que, assim como Bruce Lee, morreu durante as filmagens.
Aclamado no Exterior e cultuado aqui em solo tupiniquim, Zé do Caixão fez escola quando o assunto é assombrar nossas almas.
Vestida Para Matar
3.8 252 Assista AgoraNa minha opinião, o cineasta Brian De Palma é O discípulo do mestre Alfred Hitchcock. Seus filmes, consagrados ou não, marcaram por cenas de ação, sexo, erotismo, assassinato e muito suspense, herdado pelo célebre parrudo careca, aficionado por pássaros pretos e pela escuridão que o influenciou na criação de suas peças cinematográficas.
Filmes como Scarface, Os Intocáveis e Carrie A Estranha são obrigatórias para quem quer entender a concepção de De Palma. Mas a película que mais aproxima das obras de Hitchcock é Vestida Para Matar, que pelo título remete à Disque M para Matar.
Michael Caine é Dr. Elliott, um psiquiatra que se vê envolvido num misterioso assassinato de sua paciente Kate Miller (Angie Dickinson), causado por um psicopata vestido de mulher empunhando uma navalha. Cena bem semelhante à do Psicose (vcs sabem de quem!). Quem também aparece na trama é a prostituta Liz Baker (Nancy Allen), principal suspeita do crime.
Uma verdadeira trama que envolve sexo, perseguição e morte. Liz tenta desvendar que o psicopata. Mas, para isso, conta com a ajuda do filho de Kate. Por trás de uma mente insana, há uma verdade surpreendente.
O Poderoso Chefão: Parte II
4.6 1,2K Assista AgoraFrancis Ford Coppola colheu os frutos de O Poderoso Chefão parte 1 e a Paramount deu a ele a oportunidade de filmar e produzir a segunda parte. novamente com a parceria do escritor Mário Puzo, O Poderoso Chefão parte 2 é mais ousado, criativo e com roteiro inspirado. com mais de 3 horas de duração, ganhou 6 estatuetas (incluindo Melhor filme e Diretor).
Michael Corleone (Al Paccino) assume, definitivamente, os negócios da família. Mas terá uma tarefa difícil: proteger sua mulher e filhos, seus negócios, enfrentar as acusações do governo e eliminar os seus inimigos. Em uma de suas frases mais famosas: "Mantenha os amigos mais perto, e os inimigos mais perto ainda". A película mostra o paralelo entre Michael e seu pai, agora interpretado por Robert DeNiro (rendeu um Oscar por Ator coadjuvante), em que Don Vito é retratado no passado.
Sua infância sofrida na Sicília, os anos turbulentos em Nova York, sua associação com um mafioso, até a construção de seu império familiar. Enquanto Michael mostra-se um homem consumido pelo poder, menosprezando seu irmão Fredo e descobrir que sua mulher Kay (Diane Keaton) abortou o próprio filho.
Uma curiosidade: Marlon Brando faria uma participação nesse filme, mas não apareceu. O diretor fez uma alusão ao personagem ao criar uma festa surpresa. Sem que o público veja, todos gritam e o espectador pensa que Don Vito está na casa.
Por mim, Coppola teria parado no segundo. Assim já estava valendo. Mas, isso fica para a próxima. e quem não ler, vai dormir com os peixes!
O Poderoso Chefão
4.7 2,9K Assista AgoraEm toda conversa sobre cinema, qualquer um faz uma lista dos melhores filmes de todos os tempos. Se eu pudesse listar os 10 melhores, com toda a certeza, O Poderoso Chefão I e II estaria entre os 4, na minha opinião. Por quê, meu caro? eu lhes respondo com um clique.
Anteriormente, postei sobre o Apocalypse Now, e eu havia colocado, entre parênteses, que não comentaria sobre a trilogia dos Corleone porque não assisti. Conferi o porque desses filmes são considerados clássicos. Mas... por trás das três películas, existem inúmeras curiosidades. Quando foi escalado para dirigir o primeiro filme, Francis Ford Coppola estava apreensivo e com medo de ser demitido; o estúdio Paramount NÃO queria Marlon Brando no papel de Don Vito Corleone; antes de Al Paccino aceitar fazer Michael, Paramount queria Robert Redford, porém após ler o romance de Mario Puzo (que co-escreveu os três filmes com Coppola), o diretor visualizou Michael na pele de Al.
A saga da família Corleone começou seis anos antes do lançamento do 1º filme, em 1966 o estúdio encomendou um livro a Mário Puzo.
Mesmo sob os protestos da Paramount, Coppola foi corretíssimo e a primeira parte de O Poderoso Chefão é um marco do cinema. Não é só um filme sobre a máfia, é sobre o Capitalismo americano envolvendo negócios e família. E não é só isso. Há também assassinatos, religião, interesses entre as famílias rivais, corrupção. Coppola e Puzo criaram um roteiro pra lá de inspirado. As falas, os diálogos, a construção da obra renderam o homenzinho dourado de Melhor roteiro Adaptado, além de Melhor Filme. As cenas iniciais (o casamento da filha), a cabeça do cavalo na cama, a viagem de Michael à Sicília, são os destaques. Na película, Don Corleone passa o comando dos negócios ao Michael, que sempre foi a ovelha negra da família.
Marlon Brando criou um personagem tão marcante na história da sétima arte. Don Vito Corleone foi imitado e satirizado por todas as mídias e lhe rendeu o seu segundo Oscar, na qual recusou, por protestar contra a discriminação dos índios em Hollywood. Uma moça indígena recebeu em seu lugar. Mesmo assim, Don Corleone, com suas bochechas e seu sotaque ganhou fama.
Outro destaque é a trilha sonora, conduzida pelo maestro Nino Rota, cujo tema é marcante até hoje.
Aclamado pela crítica e público, O Poderoso Chefão Parte 1 conseguiu status de clássico do filme gângster. E Francis Ford Coppola foi visto com excelentes olhos pelo estúdio, que resolveu fazer o que poucos grandes filmes conseguiram: filmar a sequencia e superá-lo.
À Prova de Morte
3.9 2,0K Assista AgoraQuentin Tarantino é um Gênio. Sim, seus filmes são históricos, bem feitos, detalhados, divertidos, clássicos e imperdíveis pra qualquer um que é alucinado por cinema (como este que vos escreve!).
Cães de Aluguel, Pulp Fiction, Kill Bill, Jackie Brown e Bastardos Inglórios são peças indispensáveis pra qualquer coleção cinematográfica.
Junto com Robert Rodriguez, Tarantino realizou o projeto Grindhouse. Esse termo é como é chamado os mais podres e fedorentos cinemas americanos, aqueles que exibem filmes B da pior qualidade, repleto de zumbis, assassinos, pornografia com roteiros pra lá de inspirados.
E foram esses filmes que invadiram as mentes doentes dos diretores. Primeiro foi lançado e exibido Planeta Terror, de Rodriguez, com direito a trailer do Machete (que mais tarde foi realizado). Com o sucesso do primeiro longa, foi a vez do Tarantino exibir (mesmo que tardio) À Prova de Morte.
Inspirado por filmes do John Carpenter e do clássico Faster Pussycat Kill! Kill!, o filme mostra Kurt Russel como o Dublê Mike, um corredor que possui um carro pra lá de assustador, perseguindo as mais gatas que cruzarem seu caminho. Bebedeira, rock clássico e sangue a rodo são os ingredientes básicos deste longa, sem falar das sanguinolentas cenas de morte, de deixar enjoado o espectador.
Destaque para as cenas, em que uma das moças dança para o Dublê Mike, ao som de Down in Mexico, e na outra parte em que um grupo de moças preparam um arriscado racha.
Quer ir mais rápido, gatinha?
Lemmy
4.5 95Perguntaram para o Lemmy: "Se a sua vida fosse um filme, qual seria o final?" Ele respondeu: "Eu dando tchau no topo de uma montanha, com os dizeres 'Enganei vocês, seus trouxas!'". O líder do Motörhead poderia ser um coadjuvante do Monty Python, ou sua história seria uma continuação do Spinal Tap, mas não é o caso do "49% Motherfucker, 51% Son Of A Bitch", o documentário mais bem feito dessa lenda do Rock ´N Roll.
Todos sabem que Lemmy sempre foi a alma do Motörhead, mas o que ninguém sabe mesmo é como ele vive fora dos holofotes. Quem imaginou ele em uma mansão cara, cheia de frescuras que só os rockstars sabem agir, saiba que o senhor de 65 anos mora em um apê alugado, em LA, e não sai com seguranças, nem com carros importados. Nesse documentário, Lemmy mostra a cara e as perebas o que ele realmente é: somente Lemmy Kilmister, o cara tímido, que quase não fala muito, mas quando ele empunha seu baixo Rickenbacker, seu microfone no canto da boca, aquelas roupas tipo cowboy motoqueiro, aí é que a história muda de figura.
Vários artistas rasgam seda pra falar desse ícone, como Alice Cooper, Ozzy, Slash, Kat Von D, Dee Snider, Billy Bob Thorton, Triple H, Dave Ghrol, até mesmo os caras do Metallica, que o tiraram de LA para tocar Damage Case. Fantástico! Lemmy também dá sua canja no projeto HeadCat, um Rockabilly mais pesado. Até mesmo o filho dele, Paul Inder, aparece na bagunça.
Lemmy possui uma coleção com o que existe de mais impossível de se conseguir: armas, acessórios, cartazes, tanques de guerra, canhões, até mesmo acessórios nazistas. E mais, ele chegou até mesmo a dirigir um tanque de verdade. E depois dizem que ele é nazista. Como ele diz: ¨Tem museus com mais merda que aqui!¨.
Mas o mais interessante é que ele viu os Beatles em início de carreira, foi roadie do Jimi Hendrix (isso todos já sabemos!), foi expulso do Hawkwind por abuso de drogas...
Dave Grohl tinha razão. Foda-se Keith Richards, enquanto os rockstars se sentem mais rockstars com seus jatinhos particulares, Lemmy anda por aí, bebendo sua Jack com Coca e grava seu próximo disco do Motörhead.
Django Livre
4.4 5,8K Assista AgoraTarantino é o Motörhead dos diretores... Todos amam, mas poucos realmente conhecem!
Essa frase acima foi escrita por um rapaz na sua página no Facebook. Bom, como sou fã do Motörhead e do diretor, tenho a OBRIGAÇÃO e o PRAZER de CONCORDAR com essa afirmação. Embora a crítica não dê a devida atenção à genialidade de Quentin Tarantino, por seu excesso de criatividade complexa e pelas cenas brutais que incluem violência e sangue, é inegável que ele é bastante cultuado por cinéfilos de plantão. Sim, assim como a música do imortal Lemmy Kilmister, que sempre foi (e continua sendo) condenada pelos pais sem noção, a filmografia de Tarantino é reverenciada até hoje.
O mesmo diz para seu mais recente magnus opus Django Livre. Abordando a América no tempo em que os homens de cor não tinham direitos de viver em sociedade, Django (Jamie Foxx) é um escravo com a faca nos dentes, que se junta com o caçador de recompensas Dr. King Schultz (Christoph Waltz) para procurar bandidos e entregá-los às autoridades. Claro que o povoado não aceita muito a companhia de homens com duas cores, porém não sabem das consequências que irão enfrentar quando esses mocinhos vão causar.
Enquanto ajuda Schultz na sua caça aos fora-da-lei infiltrados nas fazendas, Django tem como único objetivo encontrar e salvar sua mulher Broomhilda (Kerry Washington), ainda escrava.
É aí que que chegam ao Dr Calvin Candle (Leonardo DiCaprio), um implacável senhor do engenho, que trata seus escravos como peças de museu, incluindo o caquético lacaio Stephen (Samuel L. Jackson), sempre com sua vista grossa.
O que não falta no filme são os diálogos sempre bem escritos por Tarantino, sob a interpretação magistral de Waltz, que pela segunda vez, levou seu segundo Oscar. Falta alguma coisa? Ah, sim. Em um filme de Tarantino, sempre há tiros, sangue e cenas de deixar qualquer senhor de óculos que se passa por crítico de cabelo em pé. Um faroeste de deixar os saudosos John Wayne e Steve MacQueen orgulhosos. A sequencia de tiros ao som de rap é de arrepiar.
Mas aquela cena dos capangas de Big Daddy (Don Johnson) com máscaras da Ku-Klux-Klan dialogando sem sentido algum é hilária. Só mesmo o Tarantino para balançar sua obra.
Bom, se for refletir a frase acima, tire suas conclusões e aprecie a obra prima de Quentin Tarantino ao som da banda mais imunda do Rock And Roll.
Um Tiro na Noite
3.9 236 Assista AgoraAlguns pirados insistem que Brian De Palma é um picareta, um parasita, cineasta de araque. Tudo isso porque ele foi influenciado pela obra de Alfred Hitchcock. Seus filmes já valem pela sua genialidade. Se ele é tudo isso que dizem, eu mesmo posso afirmar que De Palma é um discípulo fiel desse grande mestre do suspense.
Um Tiro na Noite conta a história de Jack Terri (John Travolta), um sonoplasta de filmes B que, ao gravar um acidente de carro, ele salva Sally (Nancy Allen, a mesma que fez a policial de Robocop e atuou em Vestida para Matar) e soube, na hora, que ela estava acompanhada do Governador e candidato à presidência, que morre.
Daí, Jack se vê em um suspense de verdade, assim como nos filmes que ele ajuda a produzir. Uma grande trama se espalha quando um estrangulador passa a persegui-los. Tudo por causa de uma conspiração política que corrompe o caso.
De Palma homenageia seu mentor ao reproduzir a cena de Psicose, no começo da peça; Um Corpo que Cai e Disque M para Matar.
Pra você brincar de detetive sem morder!
Os Suspeitos
4.1 782 Assista AgoraJá assisti mais de trocentas vezes, não esqueço dos dialogos, das cenas e de uma brilhante interpretação do Kevin Spacey. Os Suspeitos, do diretor Bryan Singer (X-Men e Superman), conta sobre o caso de uma chacina no cais na California, na qual 27 pessoas morreram em uma explosão. Restaram 2 sobreviventes, entre eles o "manco" vigarista Verbal Kint (Spacey). O personagem depõe tudo o que aconteceu ha seis semanas, antes da tragédia. O roubo do caminhão em Nova York; o reconhecimento dos suspeitos; o interrogatório; um plano de assaltar policiais corruptos.
No elenco, Chaz Palmiteri (o agente Dave Kujan), Gabriel Byrne (Dean Keaton), Stephen Baldwin (MacMannus), Kevin Pollack (Todd Rocney) e Benicio Del Toro (Fenster). Mas quem roubou a cena mesmo foi o Spacey, que lhe rendeu um homenzinho dourado como coadjuvante.
Ainda sobre o filme, que rendeu um Oscar por seu roteiro original, um mistério paira no ar: quem está por trás dessa chacina? E quem é Keiser Söze?
Essas e outras questões só serão resolvidas quando assistirem a este suspense policial. Preparem suas lupas e atentem bem para cada cena de Os Suspeitos.
Led Zeppelin: Celebration Day
4.7 40O dia 10 de Dezembro de 2007 foi um marco na história do Rock And Roll e da música em geral, quando ocorreu O Show do Led Zeppelin. Muitos questionaram como estavam os integrantes, após fazerem duas apresentações, depois do fim da banda, em 1980, quando o baterista John Bonham morreu após uma overdose acidental de Hi-Fis. Suas performances no festival Live-Aid (1985) e o da comemoração dos 40 anos da Atlantic Records (1988) – com o então jovem Jason Bonham no lugar do pai – deixaram a desejar, pois nem pareciam àquela banda que dominou os anos 70. A dúvida só foi respondida quando chegou o dia.
O intuito dessa apresentação, realizado no O2 Arena, em Londres, era para homenagear o fundador da Atlantic Records, Ahmet Ertegun, que faleceu no ano anterior, quando se acidentou durante o show dos Rolling Stones (ocasião que virou o filme Shine A Light, de Martin Scorsese). Para que esse evento acontecesse, foram vendidos mais de 18 mil ingressos, extremamente disputados à tapa por mais de vinte milhões de fãs ardorosos. Com isso, entrou para o Livro dos Recordes, na categoria de “Maior Procura por ingressos de um Show Musical”.
Antes, a banda relutou em lançar o material, porém, cinco anos depois, eis que colocaram Celebration Day em cartaz nos cinemas de todo o mundo e, agora, disponível em DVD+CD duplo e Blu Ray. Quem viu o show (ou pra quem não teve a oportunidade de ver) se espantaram com a arena lotada, quando Good Times Bad Times explodiu os autofalantes. Nunca uma banda foi tão bem entrosada e ensaiada nesse evento.
Alguns fãs sentiram falta de algumas peças, como Moby Dick, Heartbreaker, Immigrant Song e Communication Breakdown, mas ninguém reclamou com o set bem escolhido. No Quarter, Ramble On (com um slide de primeira), For Your Love (adorei essa pegada!), Black Dog, Since I’ve Been Loving You, Misty Mountain Top, Dazed And Confused (sensacional!), Stairway to Heaven e The Song Remains The Same.
O momento mais intenso foi quando Kashmir soltou fogo, para delírio da plateia. Destaque absoluto. Jason Bonham massacrou seu kit, parece que incorporou o espírito do seu pai, com direito a gongo. E pra quem achavam que acabou, Whole Lotta Love e Rock And Roll fecharam o concerto, que entrou na história do Rock.
Comentar o desempenho dos integrantes é totalmente desnecessário. Jason Bonham foi a escolha certa para o posto, como também canta nas faixas Good Times Bad Times e Misty Mountain Top. No encarte, ele diz que ficou emocionado quando foi chamado para tocar, mais uma vez, no lugar de John. Robert Plant manteve sua classe e cantou muito, embora ele não alcance seus agudos. Jimmy Page é um daqueles caras que sabe o que faz com sua guitarra, seja tocando com dois braços, com slide, com arco (em Dazed And Confused) ou com pedais, além de cuidar da parte sonora, deixando tudo tinindo.
John Paul Jones parece que ele fica mais jovem a cada ano. Sempre discreto e seguro com seu baixo, ele também detona em seu teclado. Simplesmente um termômetro para o Led Zeppelin. Outro destaque fica para o diretor Dick Carruthers, que deixou Celebration Day com cara de filme para assistir em qualquer cinema.
Contudo, após essa experiência de ver e ouvir o Led Zeppelin fica a sensação de desconfiança de que, talvez, essa seja a última vez que os veremos em ação. Apesar dos boatos de que Steven Tyler, Paul Rodgers ou Chris Cornell substituíssem Plant, o que não podemos negar é que o legado da banda está escrito.
Os Oito Odiados
4.1 2,4K Assista AgoraWoody Allen tem suas musas. A Musa do Tarantino é Samuel L. Jackson
Em seu oitavo filme, o Mestre Quentin Tarantino mais uma vez se inspira nas magníficas obras de Sergio Leone para realizar Os Oito Odiados. Se você é fã do cineasta, vai esperar por diálogos elaborados, fotografia soberba e, é claro, muito sangue derramado.
A história começa em Wyoming, com direito a trilha sonora mais que espetacular de Ennio Morricone, quando o caçador de recompensas e Major Marquis Warren (Samuel L. Jackson) pede carona ao O.B. (James Parks), que estava transportando o outro caçador de recompensas John Ruth (Kurt Russel), no qual estava acorrentado da bandida Daisy Domergue (Jennifer Jason Leigh, que fez Sepultado Vivo). Numa nevasca alastrando a América, em época de Guerra Civil, os três viajam cujo único propósito de Ruth era botar a Daisy para a forca. No meio do caminho estava Chris Mannix (Walton Goggins), que viraria xerife.
De lá para cá, eles param em um armazém abandonado, conhecido como "Armarinhos da Minnie". Quando entram, encontram com outros elementos: o carrasco Oswaldo Mobray (Tim Roth), General Sanford Smithers (Bruce Dern), o mexicano Bob (Demián Bichir) e o caubói Joe Gage (Michael Madsen). É aí que as coisas começam a acontecer, quando os oito se encontram e acabam descobrindo quem realmente são, na verdade. Uma espécie de Cães de Aluguel do século passado.
Como destaques nesse filme, estão o Samuel L. Jackson dando um show de interpretação, sempre com tons de sarcasmo. Foi uma injustiça a Academia não lembrá-lo, pois ele mereceria uma estatueta. Mas, pelo menos, quem rouba a cena é a Jennifer Jason Leigh, com direito a uma canja no meio do filme. Essa, sim, valeria um Oscar.
Mais uma vez, o maestro Ennio Morricone brilhou ao realizar a trilha sonora, que levou o homenzinho dourado. Assim como Robert Richardson e sua fantástica cinematografia. São mais de três horas, que nem parece perceber quando está assistindo.
Tarantino anunciou que irá parar sua carreira após de fazer dez filmes. Se isso acontecer, queremos que ele encerre sua trajetória com sucesso.
O único ponto negativo é a não-exibição da overture inicial, que não foi exibida nos cinemas brasileiros.
The Big 4 Live from Sofia, Bulgaria
4.6 9O que era impossível, para a maioria dos mortais, concretizou-se quando, em 2009, foi oficializado que as quatro principais bandas de Thrash Metal reuniriam suas forças e fizessem a maior turnê que se tem notícia. Embora os fãs tenham se questionado o que iria acontecer se Metallica, Slayer, Megadeth e Anthrax encontrassem e causassem alguma confusão, nada mais foi impedido e, em 2010, o mercado do Metal movimentou-se e, finalmente, o BIG 4 virou realidade.
O que iria acontecer se as bandas se reunissem? Será que as picuinhas entre eles acabaram? Pois saibam que as bandas tiveram rixas uma entre a outra. a principal delas é a briga entre Dave Mustaine e o Metallica (quem acompanhou sabe do que estou falando!). Outra banda desafeta do líder do Megadeth foi o Slayer (Kerry King tocou no Megadeth no início da carreira).
A expectativa para a realização desse evento era enorme, apesar das polêmicas sobre a não inclusão de outras bandas do Thrash Metal, como Exodus, Testament e/ou Overkill (compartilho na mesma opinião!). Mesmo assim, o dia 22 de junho de 2010 prometia em Sofia (Bulgária).
Antecipando o lançamento, foi exibido nos cinemas de todo o globo (Brasil incluso) um resumo da apresentação, realizado nesse data e local mencionado. E no DVD, tem mais de 5 horas, em som digital e imagem de cinema, tudo o que ocorreu no Sonisphere Festival.
O primeiro disco é o que seria o Clash Of Titans 2010: Anthrax, Megadeth e Slayer, com uma hora cada. A primeira sobe ao palco com a formação quase clássica: Scott Ian (g/bv) e Rob Caggiano (g), Frank Bello (bx/bv), Charlie Benante (bt) e Joey Belladonna (v). A expectativa era alta, pois o vocalista voltou após uma série de polêmicas que custavam o futuro do Anthrax.
Foi só soar os acordes de Caught In A Mosh que o público foi à loucura. Comentar a performance dos músicos é desnecessário, mas Charlie mostrou-se preciso e técnico como sempre. Frank é um alucinado no palco. Scott é uma figura com seu cavanhaque grisalho, mas continua furioso com sua rifferama. Belladonna parece mais o Roberto Carlos saindo do manicômio. Aproveitando o momento, durante a Indians, eles homenageiam Ronnie James Dio (falecido naquele mesmo ano) com um trecho de Heaven And Hell.
Quando o Megadeth entrou em cena, uma chuva forte lavou a alma dos headbangers. Contando com o parceiro David Ellefson (bx) de volta, Mustaine e cia despejam seus riffs com Holy Wars. Baseando nos vinte anos de Rust In Peace, o Megadeth deu continuidade com Hangar 18 e, a partir daí, foi só um desfile de clássicos (a então nova Headcrusher merece destaque).
Shawn Drover parece um relógio suíço, pois sua pegada merece destaque. Já Chris Broderick não deve nada à Marty Friedman (sem falar que ele se parece com Pepeu Gomes!). Ao tocarem Symphony Of Destruction, o público gritou o nome da banda inúmeras vezes.
Quando a fumaça vermelha se espalhou, a banda mais maldita da história surge do inferno para maltratar os mais cálidos mortais. O Slayer provou que não mostrou piedade e, mesmo sem se mexer devido à uma cirurgia na coluna, Tom Araya (v/bx) segurou o público na mão com seu carisma e classe de sempre, trajando a camisa da seleção chilena.
Kerry King e Jeff Hanneman (g) possuem a mesma ligação quando tocam suas notas. Agora, uma coisa tenho certeza: Dave Lombardo (bt) só pode ser de outra encarnação. Sua técnica apurada e presença de palco é um caso para os irmãos Winchester, do Sobrenatural.
O segundo disco mereceria um capítulo à parte. Quando as cenas de O Bom, O Mau e O Feio entrou no ar, com o som de The Ectasy Of Gold, a plateia fez coro para Lars Ulrich (bt) subir no seu kit e executar Creeping Death para a alegria dos presentes.
Não tem jeito, o Metallica tomou conta de todo o palco, com direito a vários microfones instalados em suas rampas, para que James Hetfield (v/g) possa cantar em toda parte. E, em se tratando de voz, presença de palco e uma habilidade ímpar de tocar sua guitarra, ele é nota 1000. Outro que também possui uma interação com o público é o baixista Rob Trujillo (bx), remetendo aos tempos em que tocava no Suicidal Tendencies e Infectious Grooves. O palco virou uma pista de fogo, ao som de One, com direito a chuvas de fogos de artifício.
Mas o melhor estava por vir, quando Hetfield chamou todas as bandas (Só o Lombardo participou) para homenagearem Diamond Head, ao som de Am I Evil?, emocionando até mesmo o mais radical fã. Isso, sim, foi uma noite para entrar na história do Metal.
O bônus do segundo disco contém um documentário sobre os bastidores da apresentação, além dos diálogos entre os integrantes, o encontro com os fãs, a montagem e o local da apresentação.
Machete
3.6 1,5K Assista AgoraSe todos acham que Desejo de Matar, Taxi Driver e Pulp Fiction são sinônimos de "estética da violência", é porque, na nova década, uma nova película irá bater de frente contra essas obras.
Sob a batuta de Robert Rodriguez, Machete é o novo clássico dos filmes de ação. Após decepcionar-me com Stallone e seus Mercenários, Danny Trejo passa uma peixeira nesses anciãos e arranca todos com seu facão e olhar de coiote com fome de vingança.
Realmente, Machete e Charles Bronson são idênticos. Enquanto o arquiteto limpa Nova York sob a mira de um 38, o chicano atravessa a fronteira americana para vingar as mortes de sua mulher e filha.
Com um elenco de arrepiar, do calibre de Steven Seagal, Robert DeNiro, Lindsey Lohan (em seu melhor papel), Jessica Alba e Michele Rodriguez (ambas gostosíssimas), Machete é um banho de sangue, cabeças estouradas, tiros, pancadaria e a cena mais gore de todas: após arrancar o estômago de um capanga, Machete salta da janela sob as tripas do infeliz. Quer coisa mais nojenta que essa?
Parabens ao Robert Rodriguez. quem diria que esse trailer viraria um filme de verdade. Machete é o arrasa-quarteirão. Tomara que esse clássico desgraçado vire uma franquia do horror.
Era uma Vez no Oeste
4.4 730 Assista AgoraNão é a toa que o diretor Sergio Leone se tornou famoso por seus westerns spaghetti. Sua Trilogia dos Dólares virou uma franquia de encher os olhos d'água. Agora é a vez de, mais uma vez, fazer sua trilogia: O Era Uma Vez.
Contando com um time de estrelas da época, Leone realizou o Era Uma Vez no Oeste. O solo da Harmônica é de causar arrepios e a cena do duelo entre quatro homens é de surpreender os mais céticos.
A história começa com a América se tornando uma civilização ferroviária, depois do pós-guerra. A trama envolve quatro personagens hipnóticos: o bandido (Jason Robards), o pistoleiro com sangue nos olhos (Henry Fonda), a prostituta (Claudia Cardinale) e um homem misterioso com uma gaita (Charles Bronson).
As belas paisagens, a cinematografia, a edição, o roteiro (co-escrito por Dario Argento e Bernardo Bertolucci) são destacados com louvor, sem falar das atuações. Cardinale e seu olhar hipnótico, Fonda estava diabólico e Bronson em seu melhor papel.
Mas a trilha sonora, mais uma vez escrita por Ennio Morricone, é de aplaudir de tão bela. Roberto Bolaños usou vários trechos dessa trilha para fazer seus faroestes do Chapolim Colorado.
Era Uma vez no Oeste continua atual hoje em dia.