Confio muito na avaliação da galera do Filmow. "Faroeste..." é quase 5 Estrelas completas. Deve ser um baita filmaço mesmo! Pelo visto o filme deu bem certo.
Segundo filme do Jack Clayton que vejo e já estou quase me tornando fã do diretor, fico cada vez mais atônito com a segurança de sua condução, beira firme o magistral, de um equilíbrio cinematográfico de dá inveja a muitos do ramo. Ainda é cedo demais para aclamá-lo, mas dessa vez me precipitarei: é um dos poucos cineastas que iniciam sua carreira como um mestre, em “Os Inocentes” o autor conversa a opípara muito bem cravada em “Almas em Leilão”, com passagens perspicazes e dinâmicas, tratando de mensagens bem além de diálogos inteligentes, como por exemplo, o clima paulatinamente aquecido assume voz própria; sentimos no fundo o desdém da “enrolação” que as citadas obras parecem dizer; seus filmes nunca param de respirar, pelo contrário, somos nós que paramos. O final é um dos mais fortes que já vi em filmes! Sem dúvidas: uma poderosa obra-prima!
Filme magnífico em tudo e fico bastante surpreso por nunca ter ouvido falar dele, pois a tamanha perfeição que é merecia estar na lista dos mais indicados. Entretanto, é uma obra modesta, dinâmica, direta, não perdendo tempo com passagens que tem sentido nenhum com a proposta. Foi o primeiro filme que tive a consciência do que é ter uma direção segura e é o primeiro trabalho do Jack Clayton que vejo, me pareceu ser um cineasta com mão firme. Acompanhamos paulatinamente a genial construção do dilema amoroso, uma película que é romance autêntico mas passa muito longe de ser piegas, chegando no auge que se torna impossível não ficar emocionado, cujo momento entendemos e sentimos o significado de “almas em leilão”. É um dos filmes mais bem sucedidos da história do cinema que conheço em tratar tão bem os contrastes entre os desejos do tipo “8 ou 800”, ficamos perplexos com a narrativa precisa e cheia de vida. Maravilhoso! Nota 10!
É um desafio produzir um comentário sobre essa obra-prima de Coppola, porque as qualidades são tantas que existe um grande risco de nos perdermos entre várias coisas dignas em Cinema que o filme apresenta. Em minha opinião, uma delas é o ritmo que a fita segue; nunca leio sobre os filmes que assisto para não criar ideias antes do tempo, porém, logo nos primeiros segundos de duração há um forte elemento percebido imediatamente pelo subconsciente de que se tratará de um filme de veemente pompa e relevância, elemento esse que não sei explicar. É um mistério. Maravilhoso! Esse filme é perfeito em tudo!
“Através do trabalho dos tempos. É a pompa e as ciladas da guerra. Combati, lutei e pereci. Inúmeras vezes sob a estrela. Como se através de vidro e sombriamente. A discórdia antiquíssima vejo. Onde combati com muitas caras e muitos nomes. Mas sempre eu.” - Sabe quem poeta era? Eu.
Patton, o guerreiro lírico, o homem que parece que nasceu unicamente destinado a combater, demonstra uma sensibilidade contagiante quando fala de sua paixão, seu projeto de vida. O filme é muito bem sucedido em tratar do espírito de um homem que enxerga com olhos de águia a “beleza” da guerra, não se limitando apenas na narração lógica de fatos históricos, mas tendo uma atmosfera espirituosa acompanhando esses fatos, fazendo da película uma comedida existencial que faz o filme ser realmente importante (o que em geral quase não tem nesses gêneros de filmes), ligando o espectador aos temas de honra e disciplina, dando o que lucubrar.
“O campo de batalha foi aqui. Os cartagineses que defendiam a cidade, foram atacados por três legiões romanas. Eram corajosos, mas não resistiram. Foram massacrados. As mulheres árabes arrancaram-lhes as túnicas, as espadas e as lanças. Os soldados ficaram nus ao Sol... Há 2000 anos. Eu estava lá. Não acredita, não é? (Risos!)”
Há somente um momento em que Patton me causou repulsa, quando ele mata os burros que estavam impedindo a passagem. Os animais não têm culpa sobre os conflitos humanos, depois de tanto nos servirem, fazemos isso com eles? Foi uma cena cruel, e convincente. Será que alguns animais foram sacrificados por causa do filme?
A pomposa introdução já mostra bem que se tratará de um filme de muita importância e entretenimento garantido, nos inserindo no mundo fantástico da ficção científica ou propriamente na realidade desconhecida em tal momento da história humana. Não que eu queira dizer que existem macacos que falam, mas afirmar que nesse desconhecido existem coisas que nem imaginamos e tudo é possível, figurada ou literalmente. Embora a obra não tenha pretensão intensa de fazer um tratado profundo em responder todas as dúvidas, por mais básicas que sejam, como se existe vida fora da terra; mesmo assim achei que faltou maior tom crítico sobre acontecimentos que não temos e talvez nem mesmo os grandes cientistas têm familiaridade. Porém dá para aceitar devido a cáustica que a trama se envolve, bloqueando o tempo de pensar das personagens. A evidência marcante mesmo é a ironia que o filme faz com a Igreja e a Humanidade. O final é pitoresco e surpreendente, para mim foi um dos mais impressionantes que já vi! Ótima película!
Interessante! O filme prende do início ao fim, quando finalmente entende a proposta, fica impossível deixar de assisti-lo. O enredo é de um suspense intrigante, o ator principal tem um carisma tétrico em tela, fazendo um papel frio e racional, a própria fisionomia ajuda bem nessa representação. Apesar na confusão gerada perto do final, confundindo o espectador sobre a verdade dos fatos, como o genuíno motivo do assassinato etc. Dá a entender que o filme não deseja deixar barato, porém exigir um pouco de esforço a quem assiste; mesmo assim, no geral, não chega a ser um filme complexo, mas complicado em alguns detalhes. Ótima fita e bastante desconhecida na filmografia de Franklin J. Schaffner.
Filme ótimo para quem gosta de épicos dos anos 60. O enredo é bem interessante por saber envolver de maneira agradável a luta por poder, romance e dilema. Uma representação digna da Idade Média ocidental. Essas obras antigas têm uma estranha magia de nos descolar da nossa era e respirarmos virtualmente a época remota. A única crítica negativa que faço é, que apesar da chegada perto do final ter muitas batalhas, perde ritmo por nos tirar temporariamente do dilema do lorde, embora a cena seja inevitável, se os combates fossem mais curtos o filme seria perfeito. Gostei muito da fita e pretendo rever passado alguns anos.
Não tem jeito, filmes com esse ritmo político não me agradam nem um pouco. Nada tem de interessante que me prenda. Acho maravilhosa a estética cinematográfica, a fotografia incolor e as ótimas atuações. Mas os diálogos políticos me causam repulsa. Para quem gosta deve ser muito bom mesmo.
Tentei com força gostar desse filme, mas Coppola não me agradou pela primeira vez. O trabalho de arte é impecável e passa perfeitamente a fantasia que deseja, no entanto, a eloquência pretensiosa Hollywoodiana, a utopia forçada do mundo maravilha, deixa a fita sem algum sentimento que nos ligue, ou seja, em alguma realidade emocional. Tudo é raso demais, parece filme feito para crianças. Isso talvez seja característica marcante dos musicais, mas alguns conseguem manter algum nível de interesse. Em minha opinião, “O Caminho do Arco-Íris” é uma película totalmente desgastante e foi uma luta terrível chegar pelo menos em sua metade.
Esse filme é tudo de bom, de uma cadência leve, tendo momentos de muita comicidade e emoção, algumas cenas são capazes de marejar lágrimas, a sensibilidade do Sensei toca fundo em alguns momentos. O professor possui um humor ácido e apaixonante, à medida que o tempo percorre compreendemos melhor o motivo de sua grande popularidade entre os seus alunos; de um carisma envolvente e traços de comportamento pra lá de incomuns (Risos!), também conquista a todos que entram em seu território de interação. Isso é fantástico!
E mais uma vez Kurosawa toca nas consequências negativas da guerra, principalmente envolvendo cidadãos inocentes. O autor faz de uma maneira inteligente para que o espectador sinta o impacto do anticlímax, cortando a empolgação que foi muito bem construída para depois nos fazermos sussurrar com espanto: “Mas que droga!” Nesse momento compreendemos patentemente a mensagem do diretor e elogiamos a sua inteligência por esse feito, que apesar de não ser de uma “engenharia” complexa, é bem sucedido em sua singeleza.
Gostei muito dessa película e minha emoção foi além do que via em tela, porém sobre o que também imaginava por trás dela. Isso é entendível para qualquer admirador do Akira que já assistiu a todas suas obras, conhecendo seus sucessos e fracassos. “Madadayo” soa claro como uma despedida. Um fim de uma era que inspirou todo o cinema. Isso é muito emocionante para qualquer cinéfilo e ainda mais para os fãs de Akira Kurosawa.
Filme delicado. Parece um desabafo de um povo que sofreu com a cáustica da guerra. Expressa uma revolta sofrida e intensa contra o ataque ao Japão em 1945, acabando com milhares de vidas. Duas gerações frente a frente que procuram esquecer o inesquecível, a película é bem sucedida nesse ponto, embora tenha ficado algo do tipo “martelo até quando puder ou quiser”, reforçando várias vezes a mesma mensagem. Akira Kurosawa têm muitos filmes que criticam a guerra, mas sem dúvida, em minha análise, “Rapsódia em Agosto” é o mais contundente e desconcertante de sua filmografia em tocar no assunto. Para mim ficou límpida a mágoa que Kurosawa tem dos Estados Unidos ou talvez isso seja um engano de minha interpretação, pois seguindo o filme ele culpa a “guerra”, não as nações.
Amei o clima sereno que reina em toda a extensão da obra, a vida simples e as conversas sob o céu estrelado, que infelizmente foram substituídas pela tecnologia, principalmente a televisão. As pessoas não contemplam mais o belo. Quanta magia tinha no tempo dos antigos! O filme é bem atual, inclusive o primeiro trabalho do Akira com um retrato contemporâneo, porém a respiração continua comedida e saudável. Fita exemplar, consegue divertir com o singelo e emociona com a profundeza do sofrimento causada pela destruição.
Aqui Kurosawa realiza algo de cunho muito pessoal, é agradável acompanhar parte das viagens do mundo onírico do mestre, embora as sensações possam não ser as mesmas do autor, porque acredito que é quase impossível de traduzir as emoções de um sonho. Lá tudo é mais sensível e grandioso! Fiquei impressionado com a dimensão dos sonhos que ele tinha quando era um garoto, simples e enigmático, de nível bem metafórico! Alias, gostei de todos os episódios, principalmente o último!
Sou bastante suspeito para comentar filmes com essa temática, pois curto muito essas teorias científicas e mistérios do universo, me deixam atônito e com a imaginação transbordante, me fazendo ficar horas e mais horas (até o dia inteiro) delirando sobre esses recônditos assuntos, tendo um poder assombroso em arguir sobre a realidade em que vivo. “Donnie Darko” conseguiu ter esse efeito legal em mim e acredito que essa seja a principal razão de ser super valorizado. Acho que ajudou o fato de não ter criado muita expectativa sobre a fita, aliás, nenhuma.
Mas a verdade seja dita, o filme apresenta alguns elementos que não são respeitáveis (chegam até ser constrangedores), poderia definí-lo como mediano, mas com uma ideia poderosa e genial. Imaginem a primorosa proposta de “Donnie Darko” nas mãos de diretores competentes, como Darren Aronofsky, Christopher Nolan ou Park Chan-wook. Minha bagagem cinematográfica não é grande, mas são os três melhores cineastas que conheço que lidam plausivelmente com as artimanhas de roteiros complexos; também poderia citar David Lynch. Todos os elementos “Teens” exibidos na obra não condizem ou pelo menos não foram congruentes com o tema sério e profundo mostrado, isso para mim refletiu de maneira patente a direção jovial de Richard Kelly. Evidentemente que a película gira em torno de um adolescente e o autor deixou claro em ambientar esse mundo rebelde e frívolo, entretanto, perde respeito em criar algo asquerosamente duvidoso (talvez na pura inocência mesmo) em enfatizar esse clima de forma desnecessária, soando como uma estratégia de fazer uma ligação com o público mais entretido, possivelmente o alvo prioritário, inspirando uma posterior fase de transição. Infelizmente, em minha opinião, a fórmula usada não foi bem sucedida por essas razões que citei, criando uma edição superficial (embora a temática não seja), amadora e pouco convincente. Esses desprazeres comecei a perceber logo nos primeiros 10 minutos, daí ficam nítidas as alternâncias entre o objetivo e a brincadeira.
Apesar dos negativos, permiti que o filme me conquistasse, fui debelado pelo final, conseguindo fazer um elo interessante com tudo que foi mostrado, uma cadeia de acontecimentos que estimulam a lucubração. Há quem diga que possa ser pretensioso com a intenção de cobrir os furos e dá um sentido aparente, no entanto, gostei. Repetindo: “Donnie Darko” tem uma ideia genial, mas é mediano como filme.
Spoiler: Bem interessante aquela cena em que o D. Darko via a projeção do futuro para onde as pessoas caminhavam segundos depois, isso ilustrou bem o que penso sobre “forças invisíveis que nos movem”. Não impetuosa, mas a estimulação da vontade inconsciente.
Nossa! Que obra de arte! Kurosawa é Mestre mesmo! Da gosto de ver um filme como esse, bastante inspirante! O que um cineasta deve sentir ao ver essa obra-prima, heim!? Primeiramente me deixou extasiado foi aquilo que acompanha todo o filme, a sublime fotografia e os ótimos ângulos que o diretor genialmente utiliza. É de bradar jubilosamente!! A construção da trama também vai junto paulatinamente, lado a lado, são muitas qualidades marcantes para nos prender! Enalteço a performance do velho chefe, o Tatsuya Nakadai, um único filme que vi sua presença em destaque foi em “Yojimbo”, bem jovem e trabalhou como rival do personagem de Toshirô Mifune, fiquei surpreso em saber no elenco que era o mesmo ator, bem irreconhecível. Em Ran ele brilha e “usurpa” a cena de todos, sua atuação é tão profunda que parece magia, aliás, o filme como o todo não fica nem um pouco longe disso, que apesar das quase 3 horas, passa demasiado rápido, basta deixar que a grande onda leve e o resultado final é só contemplação e favorito na certa!
Gostei bastante do filme!! Recheado de imagens pitorescas e com uma trilha musical opípara, fundindo-se perfeitamente com o seu gênero, até me arriscaria em afirmar que foi uma das melhores trilhas que já ouvi. Evidentemente que não é um dos melhores trabalhos do Kurosawa, entretanto, “Kagemusha” tem um charme especial e merece ser ovacionado pelas ótimas construções na trama, só para citar algumas, o respeito e o desdém para com a Sombra (não é Spoiler, quem viu o filme sabe sobre o que me refiro), que entre uma e outra, gera uma “burlesquidade” contagiante, nesses momentos os japoneses mostram o seu humor peculiar, mas também uma frieza e desprezo que nos deixam atônitos e com sentimento de pena quando o vínculo se rompe, muda toda a condução até onde foi vista. As cenas “pintadas” do Akira são mágicas, parecem um sonho, e são em um feixe da obra, a arte foi impecável nesse quesito. Agora uma das melhores partes da película é o seu final, com certeza, mesmo excessivamente repetitivo, é tão lindo de tão trágico!
Dersu Uzala é apaixonante! Uma linda história de amizade, de uma grande emoção, mas nem por isso deixa de ser moderada. Achei intrigante que o desenrolar não se preocupa em ser “redondinho”, fechando um ciclo perfeito de um sentimento mais apurado, entretanto, dentro do filme existem alguns oportunos anticlímax que, ao meu ver, representam um desafio ao espectador, além de dramatizar e desfocalizar legal alguns clichês bem batidos. Pelo meu senso crítico, admito que existem algumas coisas que considero como “erros”, talvez influenciados por uma pequena falta de tolerância minha, mas todo o meu coração está do lado dessa grandiosa obra e as 5 Estrelas são bem merecidas. Maravilhoso filme!
“E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música.” – Friedrich Nietzsche.
Vendo este filme a frase citada me surgiu naturalmente em meus pensamentos, pois acho ela bem contundente com essa obra do Kurosawa. A sensação é tétrica ao acompanhar a vida dura e super interessante (por incrível que pareça) dessas personagens tão incomuns, elas vivem em outra dimensão, que por si só é uma fonte inesgotável de descobertas. O filme todo não se fixa unicamente na vida de uma das pessoas, mas alterna, tratando pouco a pouco de todos. Acredito que essa maneira que a película corre pode atrapalhar muito a paciência do espectador, criando o clichê do “arrastado”, pois de alguma forma somos obrigados esperar a chegada do clímax. Confesso que eu fui vítima dessa situação, porém, felizmente o filme conseguiu me conquistar.
Spoiler: O arquivo do filme que baixei termina brutamente em 02:07:16, a parte que o “garoto do trem” arruma a sua boina invisível. Poderiam me confirmar se aquele é o final mesmo ou tem mais adiante?
Esplêndido! De um envolvimento e emoção contagiantes! As qualidades são tantas neste filme que se comparariam em contar grão por grão mesmo em um punhado de areia. Só para dizer mais, o diretor consegue o mesmo feito de “Os Sete Samurais” no que se refere ao filme correr tão rápido mesmo tendo três horas de duração.
Até hoje fico impressionado e tento desvendar essa técnica misteriosa do Kurosawa, compreender bem as causas dessa passagem tão leve e envolvente que ocorre em algumas de suas películas, e contraditoriamente isso acontece em seus filmes mais longos. “Os Homens que Pisaram na Cauda do Tigre”, para a surpresa geral, foi a fita que achei mais extensa e cansativa do cineasta japonês, mesmo sendo o filme mais curto de sua filmografia, podemos até chamar de “média-metragem”; achei oportuno citar isso só para reforçar o meu ponto de vista sobre essa característica fantástica patentemente exibida em alguns de seus filmes. Tenho certeza que muitos que conhecem bem o cinema do Akira têm uma impressão semelhante.
Também não poderia deixar de elogiar a atuação do Toshirô Mifune como o “Barba Ruiva”, amadureceu demais e para mim foi o melhor e mais carismático papel que vi o ator interpretar, parece ter dado um salto quilométrico em talento. Os olhos dele chegavam até brilhar de tão intensos e penetrantes que estavam. Lamentável que aqui acaba a grande parceria entre diretor e ator, por um desentendimento entre eles, cujo motivo nunca foi revelado.
“O Barba Ruiva” representa um cinema da mais pura competência e para mim já é uma Obra-Prima!
Spoiler: Aquele combate que o Barba Ruiva dá porrada num bando de vagabundos humilha muitos filmes de ação marcial! Até nisso Kurosawa é SHOW! Aquela cena é perfeita! Dá de 10 x 0 em vários filmes de Kung Fu por aí!
Um dos filmes mais estranhos e marcantes que já vi, realmente não é para qualquer um. O trato contundente que a obra faz do sexo é de chocar aos olhos e sentimentos mais íntimos de qualquer espectador. Um convite a um mundo de autoconhecimento sem repressões e sem fronteiras. Em “Shortbus” não há lugar para preconceitos. Tudo vai além.
É uma experiência incomum assistir “Katakuri-ke no Kofuku”, esse singular filme alterna entre a comédia, horror, suspense, drama, musical e até animação “Stop-Motion” vai junto, tornando um trabalho totalmente fora dos arquétipos, indefinível. O cinema asiático com mais uma de suas excentricidades e o que impressiona também é a forma como a história é tratada, uma obra que consegue ser feia e bonita ao mesmo tempo, feia pelo seu horror “gore” e sinistro, a animação no começo já é a prova, porém, o efeito é paradoxal, pois elevou a qualidade do filme. A beleza dela é a mais patente, com toda certeza, a sua maravilhosa apologia a felicidade, pois o filme é alegria pura, mesmo nos momentos mais difíceis.
Bastante agradável e revigorante conhecer esse filme, tanto pela sua bizarrice, comicidade (põe humor nisso), mordibez e também, o que não pode ser esquecido, sua parte musical contagiante; as canções são tão persuasivas que sentimos vontade de rever várias vezes durante a exibição, parecem aqueles desenhos da Disney que as personagens começam a cantar durante as situações do dia-a-dia, só que com uma graça propositalmente tosca e sarcástica, outro grande mérito, funcionando muito bem.
Um filme que com certeza merece ser conferido, mormente por aquele que busca por coisas inconvencionais e criativas.
Faroeste Caboclo
3.2 2,4KConfio muito na avaliação da galera do Filmow. "Faroeste..." é quase 5 Estrelas completas. Deve ser um baita filmaço mesmo! Pelo visto o filme deu bem certo.
Os Inocentes
4.1 396Segundo filme do Jack Clayton que vejo e já estou quase me tornando fã do diretor, fico cada vez mais atônito com a segurança de sua condução, beira firme o magistral, de um equilíbrio cinematográfico de dá inveja a muitos do ramo. Ainda é cedo demais para aclamá-lo, mas dessa vez me precipitarei: é um dos poucos cineastas que iniciam sua carreira como um mestre, em “Os Inocentes” o autor conversa a opípara muito bem cravada em “Almas em Leilão”, com passagens perspicazes e dinâmicas, tratando de mensagens bem além de diálogos inteligentes, como por exemplo, o clima paulatinamente aquecido assume voz própria; sentimos no fundo o desdém da “enrolação” que as citadas obras parecem dizer; seus filmes nunca param de respirar, pelo contrário, somos nós que paramos. O final é um dos mais fortes que já vi em filmes! Sem dúvidas: uma poderosa obra-prima!
Quem não ficou perplexo quando Miles e Miss Giddens se beijam? Até imagino a polêmico que deve ter causado na época!
O Poderoso Chefão
4.7 2,9K Assista AgoraTem uns 4 dias que vi Godfather. Mas já estou com vontade de rever. Isso é quase inédito no meu caso.
Almas em Leilão
4.0 22Filme magnífico em tudo e fico bastante surpreso por nunca ter ouvido falar dele, pois a tamanha perfeição que é merecia estar na lista dos mais indicados. Entretanto, é uma obra modesta, dinâmica, direta, não perdendo tempo com passagens que tem sentido nenhum com a proposta. Foi o primeiro filme que tive a consciência do que é ter uma direção segura e é o primeiro trabalho do Jack Clayton que vejo, me pareceu ser um cineasta com mão firme. Acompanhamos paulatinamente a genial construção do dilema amoroso, uma película que é romance autêntico mas passa muito longe de ser piegas, chegando no auge que se torna impossível não ficar emocionado, cujo momento entendemos e sentimos o significado de “almas em leilão”. É um dos filmes mais bem sucedidos da história do cinema que conheço em tratar tão bem os contrastes entre os desejos do tipo “8 ou 800”, ficamos perplexos com a narrativa precisa e cheia de vida. Maravilhoso! Nota 10!
O Poderoso Chefão
4.7 2,9K Assista AgoraÉ um desafio produzir um comentário sobre essa obra-prima de Coppola, porque as qualidades são tantas que existe um grande risco de nos perdermos entre várias coisas dignas em Cinema que o filme apresenta. Em minha opinião, uma delas é o ritmo que a fita segue; nunca leio sobre os filmes que assisto para não criar ideias antes do tempo, porém, logo nos primeiros segundos de duração há um forte elemento percebido imediatamente pelo subconsciente de que se tratará de um filme de veemente pompa e relevância, elemento esse que não sei explicar. É um mistério. Maravilhoso! Esse filme é perfeito em tudo!
Patton, Rebelde ou Herói?
3.9 133 Assista Agora“Através do trabalho dos tempos. É a pompa e as ciladas da guerra. Combati, lutei e pereci. Inúmeras vezes sob a estrela. Como se através de vidro e sombriamente. A discórdia antiquíssima vejo. Onde combati com muitas caras e muitos nomes. Mas sempre eu.” - Sabe quem poeta era? Eu.
Patton, o guerreiro lírico, o homem que parece que nasceu unicamente destinado a combater, demonstra uma sensibilidade contagiante quando fala de sua paixão, seu projeto de vida. O filme é muito bem sucedido em tratar do espírito de um homem que enxerga com olhos de águia a “beleza” da guerra, não se limitando apenas na narração lógica de fatos históricos, mas tendo uma atmosfera espirituosa acompanhando esses fatos, fazendo da película uma comedida existencial que faz o filme ser realmente importante (o que em geral quase não tem nesses gêneros de filmes), ligando o espectador aos temas de honra e disciplina, dando o que lucubrar.
“O campo de batalha foi aqui. Os cartagineses que defendiam a cidade, foram atacados por três legiões romanas. Eram corajosos, mas não resistiram. Foram massacrados. As mulheres árabes arrancaram-lhes as túnicas, as espadas e as lanças. Os soldados ficaram nus ao Sol... Há 2000 anos. Eu estava lá. Não acredita, não é? (Risos!)”
Há somente um momento em que Patton me causou repulsa, quando ele mata os burros que estavam impedindo a passagem. Os animais não têm culpa sobre os conflitos humanos, depois de tanto nos servirem, fazemos isso com eles? Foi uma cena cruel, e convincente. Será que alguns animais foram sacrificados por causa do filme?
O Planeta dos Macacos
4.0 683 Assista AgoraA pomposa introdução já mostra bem que se tratará de um filme de muita importância e entretenimento garantido, nos inserindo no mundo fantástico da ficção científica ou propriamente na realidade desconhecida em tal momento da história humana. Não que eu queira dizer que existem macacos que falam, mas afirmar que nesse desconhecido existem coisas que nem imaginamos e tudo é possível, figurada ou literalmente. Embora a obra não tenha pretensão intensa de fazer um tratado profundo em responder todas as dúvidas, por mais básicas que sejam, como se existe vida fora da terra; mesmo assim achei que faltou maior tom crítico sobre acontecimentos que não temos e talvez nem mesmo os grandes cientistas têm familiaridade. Porém dá para aceitar devido a cáustica que a trama se envolve, bloqueando o tempo de pensar das personagens. A evidência marcante mesmo é a ironia que o filme faz com a Igreja e a Humanidade. O final é pitoresco e surpreendente, para mim foi um dos mais impressionantes que já vi! Ótima película!
Dois Homens Iguais
3.2 3Interessante! O filme prende do início ao fim, quando finalmente entende a proposta, fica impossível deixar de assisti-lo. O enredo é de um suspense intrigante, o ator principal tem um carisma tétrico em tela, fazendo um papel frio e racional, a própria fisionomia ajuda bem nessa representação. Apesar na confusão gerada perto do final, confundindo o espectador sobre a verdade dos fatos, como o genuíno motivo do assassinato etc. Dá a entender que o filme não deseja deixar barato, porém exigir um pouco de esforço a quem assiste; mesmo assim, no geral, não chega a ser um filme complexo, mas complicado em alguns detalhes. Ótima fita e bastante desconhecida na filmografia de Franklin J. Schaffner.
O Senhor da Guerra
3.6 22 Assista AgoraFilme ótimo para quem gosta de épicos dos anos 60. O enredo é bem interessante por saber envolver de maneira agradável a luta por poder, romance e dilema. Uma representação digna da Idade Média ocidental. Essas obras antigas têm uma estranha magia de nos descolar da nossa era e respirarmos virtualmente a época remota. A única crítica negativa que faço é, que apesar da chegada perto do final ter muitas batalhas, perde ritmo por nos tirar temporariamente do dilema do lorde, embora a cena seja inevitável, se os combates fossem mais curtos o filme seria perfeito. Gostei muito da fita e pretendo rever passado alguns anos.
Vassalos da Ambição
3.5 4Não tem jeito, filmes com esse ritmo político não me agradam nem um pouco. Nada tem de interessante que me prenda. Acho maravilhosa a estética cinematográfica, a fotografia incolor e as ótimas atuações. Mas os diálogos políticos me causam repulsa. Para quem gosta deve ser muito bom mesmo.
O Caminho do Arco-Íris
3.1 9Tentei com força gostar desse filme, mas Coppola não me agradou pela primeira vez. O trabalho de arte é impecável e passa perfeitamente a fantasia que deseja, no entanto, a eloquência pretensiosa Hollywoodiana, a utopia forçada do mundo maravilha, deixa a fita sem algum sentimento que nos ligue, ou seja, em alguma realidade emocional. Tudo é raso demais, parece filme feito para crianças. Isso talvez seja característica marcante dos musicais, mas alguns conseguem manter algum nível de interesse. Em minha opinião, “O Caminho do Arco-Íris” é uma película totalmente desgastante e foi uma luta terrível chegar pelo menos em sua metade.
Madadayo
4.1 42Esse filme é tudo de bom, de uma cadência leve, tendo momentos de muita comicidade e emoção, algumas cenas são capazes de marejar lágrimas, a sensibilidade do Sensei toca fundo em alguns momentos. O professor possui um humor ácido e apaixonante, à medida que o tempo percorre compreendemos melhor o motivo de sua grande popularidade entre os seus alunos; de um carisma envolvente e traços de comportamento pra lá de incomuns (Risos!), também conquista a todos que entram em seu território de interação. Isso é fantástico!
E mais uma vez Kurosawa toca nas consequências negativas da guerra, principalmente envolvendo cidadãos inocentes. O autor faz de uma maneira inteligente para que o espectador sinta o impacto do anticlímax, cortando a empolgação que foi muito bem construída para depois nos fazermos sussurrar com espanto: “Mas que droga!” Nesse momento compreendemos patentemente a mensagem do diretor e elogiamos a sua inteligência por esse feito, que apesar de não ser de uma “engenharia” complexa, é bem sucedido em sua singeleza.
Gostei muito dessa película e minha emoção foi além do que via em tela, porém sobre o que também imaginava por trás dela. Isso é entendível para qualquer admirador do Akira que já assistiu a todas suas obras, conhecendo seus sucessos e fracassos. “Madadayo” soa claro como uma despedida. Um fim de uma era que inspirou todo o cinema. Isso é muito emocionante para qualquer cinéfilo e ainda mais para os fãs de Akira Kurosawa.
Rapsódia em Agosto
4.0 85Filme delicado. Parece um desabafo de um povo que sofreu com a cáustica da guerra. Expressa uma revolta sofrida e intensa contra o ataque ao Japão em 1945, acabando com milhares de vidas. Duas gerações frente a frente que procuram esquecer o inesquecível, a película é bem sucedida nesse ponto, embora tenha ficado algo do tipo “martelo até quando puder ou quiser”, reforçando várias vezes a mesma mensagem. Akira Kurosawa têm muitos filmes que criticam a guerra, mas sem dúvida, em minha análise, “Rapsódia em Agosto” é o mais contundente e desconcertante de sua filmografia em tocar no assunto. Para mim ficou límpida a mágoa que Kurosawa tem dos Estados Unidos ou talvez isso seja um engano de minha interpretação, pois seguindo o filme ele culpa a “guerra”, não as nações.
Amei o clima sereno que reina em toda a extensão da obra, a vida simples e as conversas sob o céu estrelado, que infelizmente foram substituídas pela tecnologia, principalmente a televisão. As pessoas não contemplam mais o belo. Quanta magia tinha no tempo dos antigos! O filme é bem atual, inclusive o primeiro trabalho do Akira com um retrato contemporâneo, porém a respiração continua comedida e saudável. Fita exemplar, consegue divertir com o singelo e emociona com a profundeza do sofrimento causada pela destruição.
Aquele “olho” me deu um baita susto! Fiquei arrepiado com aquela cena. Também achei super legal o Richard Gere falando japonês.
Sonhos
4.4 381 Assista AgoraAqui Kurosawa realiza algo de cunho muito pessoal, é agradável acompanhar parte das viagens do mundo onírico do mestre, embora as sensações possam não ser as mesmas do autor, porque acredito que é quase impossível de traduzir as emoções de um sonho. Lá tudo é mais sensível e grandioso! Fiquei impressionado com a dimensão dos sonhos que ele tinha quando era um garoto, simples e enigmático, de nível bem metafórico! Alias, gostei de todos os episódios, principalmente o último!
Donnie Darko
4.2 3,8K Assista AgoraSou bastante suspeito para comentar filmes com essa temática, pois curto muito essas teorias científicas e mistérios do universo, me deixam atônito e com a imaginação transbordante, me fazendo ficar horas e mais horas (até o dia inteiro) delirando sobre esses recônditos assuntos, tendo um poder assombroso em arguir sobre a realidade em que vivo. “Donnie Darko” conseguiu ter esse efeito legal em mim e acredito que essa seja a principal razão de ser super valorizado. Acho que ajudou o fato de não ter criado muita expectativa sobre a fita, aliás, nenhuma.
Mas a verdade seja dita, o filme apresenta alguns elementos que não são respeitáveis (chegam até ser constrangedores), poderia definí-lo como mediano, mas com uma ideia poderosa e genial. Imaginem a primorosa proposta de “Donnie Darko” nas mãos de diretores competentes, como Darren Aronofsky, Christopher Nolan ou Park Chan-wook. Minha bagagem cinematográfica não é grande, mas são os três melhores cineastas que conheço que lidam plausivelmente com as artimanhas de roteiros complexos; também poderia citar David Lynch. Todos os elementos “Teens” exibidos na obra não condizem ou pelo menos não foram congruentes com o tema sério e profundo mostrado, isso para mim refletiu de maneira patente a direção jovial de Richard Kelly. Evidentemente que a película gira em torno de um adolescente e o autor deixou claro em ambientar esse mundo rebelde e frívolo, entretanto, perde respeito em criar algo asquerosamente duvidoso (talvez na pura inocência mesmo) em enfatizar esse clima de forma desnecessária, soando como uma estratégia de fazer uma ligação com o público mais entretido, possivelmente o alvo prioritário, inspirando uma posterior fase de transição. Infelizmente, em minha opinião, a fórmula usada não foi bem sucedida por essas razões que citei, criando uma edição superficial (embora a temática não seja), amadora e pouco convincente. Esses desprazeres comecei a perceber logo nos primeiros 10 minutos, daí ficam nítidas as alternâncias entre o objetivo e a brincadeira.
Apesar dos negativos, permiti que o filme me conquistasse, fui debelado pelo final, conseguindo fazer um elo interessante com tudo que foi mostrado, uma cadeia de acontecimentos que estimulam a lucubração. Há quem diga que possa ser pretensioso com a intenção de cobrir os furos e dá um sentido aparente, no entanto, gostei. Repetindo: “Donnie Darko” tem uma ideia genial, mas é mediano como filme.
É só minha opinião (que pode mudar com o tempo).
Spoiler: Bem interessante aquela cena em que o D. Darko via a projeção do futuro para onde as pessoas caminhavam segundos depois, isso ilustrou bem o que penso sobre “forças invisíveis que nos movem”. Não impetuosa, mas a estimulação da vontade inconsciente.
Ran
4.5 265 Assista AgoraNossa! Que obra de arte! Kurosawa é Mestre mesmo! Da gosto de ver um filme como esse, bastante inspirante! O que um cineasta deve sentir ao ver essa obra-prima, heim!? Primeiramente me deixou extasiado foi aquilo que acompanha todo o filme, a sublime fotografia e os ótimos ângulos que o diretor genialmente utiliza. É de bradar jubilosamente!! A construção da trama também vai junto paulatinamente, lado a lado, são muitas qualidades marcantes para nos prender! Enalteço a performance do velho chefe, o Tatsuya Nakadai, um único filme que vi sua presença em destaque foi em “Yojimbo”, bem jovem e trabalhou como rival do personagem de Toshirô Mifune, fiquei surpreso em saber no elenco que era o mesmo ator, bem irreconhecível. Em Ran ele brilha e “usurpa” a cena de todos, sua atuação é tão profunda que parece magia, aliás, o filme como o todo não fica nem um pouco longe disso, que apesar das quase 3 horas, passa demasiado rápido, basta deixar que a grande onda leve e o resultado final é só contemplação e favorito na certa!
Kagemusha, a Sombra do Samurai
4.2 100 Assista AgoraGostei bastante do filme!! Recheado de imagens pitorescas e com uma trilha musical opípara, fundindo-se perfeitamente com o seu gênero, até me arriscaria em afirmar que foi uma das melhores trilhas que já ouvi. Evidentemente que não é um dos melhores trabalhos do Kurosawa, entretanto, “Kagemusha” tem um charme especial e merece ser ovacionado pelas ótimas construções na trama, só para citar algumas, o respeito e o desdém para com a Sombra (não é Spoiler, quem viu o filme sabe sobre o que me refiro), que entre uma e outra, gera uma “burlesquidade” contagiante, nesses momentos os japoneses mostram o seu humor peculiar, mas também uma frieza e desprezo que nos deixam atônitos e com sentimento de pena quando o vínculo se rompe, muda toda a condução até onde foi vista. As cenas “pintadas” do Akira são mágicas, parecem um sonho, e são em um feixe da obra, a arte foi impecável nesse quesito. Agora uma das melhores partes da película é o seu final, com certeza, mesmo excessivamente repetitivo, é tão lindo de tão trágico!
Spoiler: O final com os cavalos moribundos é dantesco! Será que eles foram machucados de verdade? Pois eles atuam de forma tão convincente!
Benji, o Filme
3.2 52Benji merecia mais de 3 Estrelas :(
Police Story: A Guerra das Drogas
3.8 130 Assista AgoraAs cenas de luta são tão dinâmicas que sempre fico de BESTA quando assisto!
Dersu Uzala
4.4 153 Assista AgoraDersu Uzala é apaixonante! Uma linda história de amizade, de uma grande emoção, mas nem por isso deixa de ser moderada. Achei intrigante que o desenrolar não se preocupa em ser “redondinho”, fechando um ciclo perfeito de um sentimento mais apurado, entretanto, dentro do filme existem alguns oportunos anticlímax que, ao meu ver, representam um desafio ao espectador, além de dramatizar e desfocalizar legal alguns clichês bem batidos. Pelo meu senso crítico, admito que existem algumas coisas que considero como “erros”, talvez influenciados por uma pequena falta de tolerância minha, mas todo o meu coração está do lado dessa grandiosa obra e as 5 Estrelas são bem merecidas. Maravilhoso filme!
Dodeskaden - O Caminho da Vida
4.3 45“E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música.” – Friedrich Nietzsche.
Vendo este filme a frase citada me surgiu naturalmente em meus pensamentos, pois acho ela bem contundente com essa obra do Kurosawa. A sensação é tétrica ao acompanhar a vida dura e super interessante (por incrível que pareça) dessas personagens tão incomuns, elas vivem em outra dimensão, que por si só é uma fonte inesgotável de descobertas. O filme todo não se fixa unicamente na vida de uma das pessoas, mas alterna, tratando pouco a pouco de todos. Acredito que essa maneira que a película corre pode atrapalhar muito a paciência do espectador, criando o clichê do “arrastado”, pois de alguma forma somos obrigados esperar a chegada do clímax. Confesso que eu fui vítima dessa situação, porém, felizmente o filme conseguiu me conquistar.
Spoiler: O arquivo do filme que baixei termina brutamente em 02:07:16, a parte que o “garoto do trem” arruma a sua boina invisível. Poderiam me confirmar se aquele é o final mesmo ou tem mais adiante?
O Barba Ruiva
4.4 26Esplêndido! De um envolvimento e emoção contagiantes! As qualidades são tantas neste filme que se comparariam em contar grão por grão mesmo em um punhado de areia. Só para dizer mais, o diretor consegue o mesmo feito de “Os Sete Samurais” no que se refere ao filme correr tão rápido mesmo tendo três horas de duração.
Até hoje fico impressionado e tento desvendar essa técnica misteriosa do Kurosawa, compreender bem as causas dessa passagem tão leve e envolvente que ocorre em algumas de suas películas, e contraditoriamente isso acontece em seus filmes mais longos. “Os Homens que Pisaram na Cauda do Tigre”, para a surpresa geral, foi a fita que achei mais extensa e cansativa do cineasta japonês, mesmo sendo o filme mais curto de sua filmografia, podemos até chamar de “média-metragem”; achei oportuno citar isso só para reforçar o meu ponto de vista sobre essa característica fantástica patentemente exibida em alguns de seus filmes. Tenho certeza que muitos que conhecem bem o cinema do Akira têm uma impressão semelhante.
Também não poderia deixar de elogiar a atuação do Toshirô Mifune como o “Barba Ruiva”, amadureceu demais e para mim foi o melhor e mais carismático papel que vi o ator interpretar, parece ter dado um salto quilométrico em talento. Os olhos dele chegavam até brilhar de tão intensos e penetrantes que estavam. Lamentável que aqui acaba a grande parceria entre diretor e ator, por um desentendimento entre eles, cujo motivo nunca foi revelado.
“O Barba Ruiva” representa um cinema da mais pura competência e para mim já é uma Obra-Prima!
Spoiler: Aquele combate que o Barba Ruiva dá porrada num bando de vagabundos humilha muitos filmes de ação marcial! Até nisso Kurosawa é SHOW! Aquela cena é perfeita! Dá de 10 x 0 em vários filmes de Kung Fu por aí!
Shortbus
3.7 548Um dos filmes mais estranhos e marcantes que já vi, realmente não é para qualquer um. O trato contundente que a obra faz do sexo é de chocar aos olhos e sentimentos mais íntimos de qualquer espectador. Um convite a um mundo de autoconhecimento sem repressões e sem fronteiras. Em “Shortbus” não há lugar para preconceitos. Tudo vai além.
A Felicidade dos Katakuris
3.5 25É uma experiência incomum assistir “Katakuri-ke no Kofuku”, esse singular filme alterna entre a comédia, horror, suspense, drama, musical e até animação “Stop-Motion” vai junto, tornando um trabalho totalmente fora dos arquétipos, indefinível. O cinema asiático com mais uma de suas excentricidades e o que impressiona também é a forma como a história é tratada, uma obra que consegue ser feia e bonita ao mesmo tempo, feia pelo seu horror “gore” e sinistro, a animação no começo já é a prova, porém, o efeito é paradoxal, pois elevou a qualidade do filme. A beleza dela é a mais patente, com toda certeza, a sua maravilhosa apologia a felicidade, pois o filme é alegria pura, mesmo nos momentos mais difíceis.
Bastante agradável e revigorante conhecer esse filme, tanto pela sua bizarrice, comicidade (põe humor nisso), mordibez e também, o que não pode ser esquecido, sua parte musical contagiante; as canções são tão persuasivas que sentimos vontade de rever várias vezes durante a exibição, parecem aqueles desenhos da Disney que as personagens começam a cantar durante as situações do dia-a-dia, só que com uma graça propositalmente tosca e sarcástica, outro grande mérito, funcionando muito bem.
Um filme que com certeza merece ser conferido, mormente por aquele que busca por coisas inconvencionais e criativas.