Dose desmedida, inconsequente, que nesse caso do filme é exagerada, grotesca e até vergonhosa.
Já estamos acostumados com a ideia dos “zumbis clássicos”, aqueles que se rastejam, agem lento e devoram carne, em alguns casos não só a humana. Porém, como tudo envelhece, então qual é o problema de “inovar”? Nenhum! Contanto que saiba como fazê-lo. No momento não saberia dizer o que daria certo nessa transmutação, também nem sei com segurança se essa foi a intenção do diretor Zack Snyder, mas vejo que se seguir esse caminho que ele percorreu, o resultado será uma bomba. O filme todo é construído em uma dinâmica descarada que não convence, tenta de maneira forçada ser mais ficção do que é. Levantar depois de morto e sair por aí devorando seres humanos já é difícil de acreditar que algum dia isso venha acontecer em nossa realidade, no entanto, se mantém em níveis de tolerância.
O absurdo mesmo é ver em tela que um vírus transforme os mortos em “corredores profissionais”, a infecção se alastra à velocidade da luz e a vítima “desperta” como se tivesse levado um Doping no rabo, ficam tão ou mais velozes que Usain Bolt. Absurdo! Nessa condição fica ainda pior já que não existe um trato prévio, mesmo uma “enrolação” que convença que aquilo é válido. As montagens da dinâmica das cenas também são desagradáveis, soam muito pretensiosas, com bastante “impactos” dispensáveis, até conseguem ser fortes no visual, mas permanecem incrivelmente vazias em sua mensagem.
É desanimador ver que uma fita como essa esteja na lista dos melhores filmes sobre zumbis. Muito é comentado sobre a crítica social presente tanto na refilmagem como na obra original de George A. Romero, todavia, não vejo essas abordagens como sendo o foco, como um plano a ser levado a sério, pois tanto em um como em outro, não me inspiram um mínimo de respeito, talvez pelo mau desenvolvimento do percurso. Porque se for pensar assim, estender o que estiver nas extremidades, qualquer filme, por menor que seja, terá muito conteúdo desvendado pela interpretação do espectador, mesmo que não seja o tema central da película.
O que faríamos se acontecesse um apocalipse zumbi? É lógico que procuraríamos refúgio nos lugares mais aconchegantes, seguros e com muitos suprimentos alimentícios. Qualquer pessoa que por mais que tivesse inclinação filosófica para causas humanas, em uma situação assim procuraria primeiro se estabelecer, se habituar ao caos, ser egoísta quando preciso, tudo em prol da sobrevivência de si e (ou) de seu grupo, para depois quando tudo tivesse organizado, começar a cogitar sobre como “corrigir” o mundo. A evidência mesmo é que os homens, diante da polêmica da catástrofe, ainda possuem a assustadora mania de se confrontarem, por orgulho e domínio.
Esse remake foi um dos piores filmes que já vi. Tentei encontrar algo de bom nele e, infelizmente, nada encontrei. Podem até me perguntar: Por que você se incomodou com os zumbis corredores, sendo que zumbis nem existem de verdade? Respondo: Zumbi é um tema clássico, assim como os vampiros. Se for mudar alguma coisa envolvendo a ideia original, que tenha extremo cuidado ao fazer, algo que não notei nesse filme medíocre, além do mais, não foi só por causa disso que a fita ficou ruim, também por outros motivos que acredito ter explicado nesse comentário. Enfim, se podem aceitar zumbis dinâmicos, também podem tolerar facilmente vampiros que brilham. Esses zumbis do Snyder são umas bichonas loucas! http://diariofilmes.blogspot.com.br/
Em dias atuais, “Dawn of the Dead” (1978) necessita de moderada consideração e alcance por parte do espectador, pois a sua verdadeira tese está escondida por trás da cortina da aparência. Entretanto, mesmo depois de entender a crítica do luxo e consumismo norte-americano (ocidental, para ser mais abrangente), ainda assim, a obra não me conquistou muito respeito. Há algo no ritmo que desagrada, que desfoca, incluindo a trilha sonora que descaracteriza cenas que deveriam ser levadas a sério. Concordo que o filme trate sobre um tipo de “vazio”, mas nem por isso o mesmo deve ser. http://diariofilmes.blogspot.com.br/
“It – Uma Obra-prima do Medo” é muito mais que um filme de terror, tem também muito conteúdo sobre infância, sobre sentimento de grupo, de amizade. A identificação do espectador com a obra é muito próxima devido a isso, independente de sua cultura, pois ironicamente, fazer parte do “clube dos fracassados” seria uma das melhores condições de felicidade que existe. Além do mais, o tipo de medo apresentado (não especificamente sobre palhaços) é muito íntimo, consegue mexer com alguma “coisa” adormecida. Uma pena que nesse quesito, não tenha conseguido ir além do que foi. Embora eu ainda não tenha lido o livro do Stephen King que deu origem a fita, acredito que o filme poderia ser bem melhor, mais abrangente e muito mais harmonioso. O interessante é que o roteiro tentou dá um trato particular a cada personagem, no entanto, isso acabou por se tornar enfadonho e previsível (por culpa da direção). Percebemos que todos os integrantes do “clube dos fracassados” tomaram rumos diferentes, mas guardavam neles algo em comum, e isso se caracterizava cada vez mais quando recebiam a notícia que “a coisa voltou”, sendo chamativo até certo ponto. Talvez a condução da história ficasse mil vezes melhor se fosse mais imparcial nos períodos das personagens, havendo a infância e a fase adulta de maneira bem separada, não como uma onda de flashbacks, assim conseguiríamos entender melhor os seus rumos. Apesar das desvantagens, é um bom filme, com um toque especial de nostalgia sobre a amizade na infância, e o medo adormecido que carregamos, que a qualquer momento podemos ser obrigados a reviver.
Como não se elevar ao assistir um filme dessa condição? É preciso estar "morto" para isso. Obra que nos motiva a pensar sobre nossa vida, sobre nossas decisões e experiências, e finalmente perceber de uma vez por todas que tudo isso é só a "ponta do Iceberg", que existe muito mais por trás da cortina da existência. O filme é bem sucedido em exibir que até mesmo o "erro" é só uma opinião humana, pois na concepção do universo ele não existe, embora o homem também faça parte do universo e o mesmo possa se manifestar através dele , então enxergar algo como "certo" ou "errado" também é necessário, a fragmentação é tão relevante como a totalidade. A seguinte frase tem um significado especial e confortador: "Tem coisas que devemos 'desaprender' para podermos aprendê-las. E tem coisas que precisamos possuir para poder renunciar a elas." Desaprendemos para aprendermos de outras formas e possuímos certas coisas só para depois termos o poder de abdicá-las. Quem entende a raiz disso sabe que tudo que fez, que experimentou, viveu, mesmo as situações mais vergonhosas, foram indispensáveis para alcançar o patamar atual. Impossível não se deliciar com as cenas de sexo, são quase impossíveis de encontrar mais belas, conseguem o impressionante efeito de serem extremamente eróticas, mas nem um pouco vulgar, aliás, essa palavra nem se arrisca em aparecer na mente do espectador. As cenas são tão bem feitas que ficamos com "água na boca", causando um misterioso efeito de mesclar excitação com contemplação espiritual. Maravilhosamente mostrado que o sexo não é apenas uma atração carnal, porém, também uma necessidade do espírito. Lindo filme!
Como sempre, as lutas dos filmes de Jackie Chan são impecáveis, dinâmicas e muito divertidas. A gente só assiste mesmo para analisar isso, quando tentamos ver um filme como esse com outra intenção, nos decepcionamos. Percebemos como romance, comédia e até mesmo ação são mal encaixados. Tudo é uma desculpa sem nexo para lutar. Se o tom de voz muda, é um tapa na cara; se uma caneta cai no chão, isso já dá consequência para uma rasteira e por aí vai. Ou seja, não é para levar a sério mesmo. Algo que posso afirmar com segurança sobre esses filmes de luta, principalmente os de Jackie Chan, que sempre saio da sessão muito motivado a praticar artes marciais e manter uma rotina saudável. Isso já vale muito.
“É a vida começando na mais fria estação do ano. A chuva o molha, o vento o resseca, é amassado pelos pés das pessoas, mas ainda assim o trigo nasce, se enraíza e cresce. Ele sobrevive.” – Daikichi Nakaoka.
Interessante como uma metáfora tem a eloquência de dialogar com convicção e graça, sendo verdadeira e abundante em seus detalhes e desdobramentos, ampliando a visão de mundo, mesmo ela estando desgastada e funesta. “Hadashi no Gen” soube fazer uso dessa figura de linguagem, embora não se limite a uma história tipicamente de lição de vida, tal como é a essência da frase citada, mas também possui a função de denúncia patriótica (dependendo do ponto de vista do espectador), assim como conteúdo histórico imprescindível, cujos personagens principais e figurantes não são meramente ensaiados ao sacrifício, mas demonstrações verídicas de um fato, talvez nunca tão bem construído em uma animação ou em um filme “live-action” de guerra, tanto no aspecto físico como no psicológico, porém, nem sempre ambos em mesma coluna. O efeito arrasador se hospeda na alma de quem assiste a essa obra, forçando-o a emprestar seu tempo para esquecer tudo e se sentir parte da história, partilhando da daquele incidente terrível.
O filme é audacioso nessa abordagem de não ser fisicamente implícito sobre os fatídicos acontecimentos que marcaram a história da humanidade, ocorridos em 1945 durante o fim da Segunda Guerra Mundial, nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão. É espantoso! Pois o anime até então não dá sinais preparatórios que irá transitar subitamente de um caminho a outro, opostos ao máximo (assemelha-se em mudança de gênero); a não ser o desenrolar crível que a fita se baseia, sendo o desfecho de conhecimento de todos. O contraste referido nesse sentido não é sobre tudo está bem para em seguida tudo estar mal, porque a precariedade de vida dos japoneses naqueles tempos de guerra é patente logo no início, todavia, a maneira de tratar nas telas o dia trágico e suas consequências, evidencia-se e muito o surrealismo nefasto. Isso de algum modo tem muita força expressionista e se converte em qualidade dentro da animação, a mesclagem do contexto histórico com a contundente representação visual têm boas chances de ativar, além do normal, os sentidos do espectador e assim ter uma experiência inesquecível durante a exibição, podendo ser boa ou ruim. Ambos os resultados estão direcionados em uma causa, de fazer aquele que assiste a testemunha mais próxima possível, mas isso vai do subjetivo de cada um.
Em “Gen – Pés Descalços”, anime baseado no mangá de mesmo nome, criado por Keiji Nakazawa, temos a presença da perspectiva pueril como protagonista, podemos ter certeza de que essa é uma das razões seguras sobre o filme não perder a leveza, mesmo contando uma história tão triste e densa, pois a criança não obscurece sua visão de mundo, ela vê a vida em sua simplicidade adornada por seus desejos pessoais. Apesar de todo cataclismo e perca de entes queridos, a película tenta manter viva a esperança de um mundo melhor, não importa quantas vezes somos pisoteados, devemos ser como o trigo que continua crescendo em meio ao conflito. Somente algo me desagradou, que defino como uma das falhas mais relevantes da obra, de tentar compensar a melancolia com a adição de um elemento na história, isso meio que agride a inteligência do espectador por tamanha inocência, e pior, sem a mínima necessidade. Não dá para falar muito sobre esse ponto sem soltar Spoiler, mas quem já assistiu sabe do que se trata.
Mesmo assim continua sendo um ótimo filme dirigido por Mori Masaki, desconheço o restante de seus trabalhos, parece que Gen foi seu único filme de destaque. Filme singelo, histórico, real e impactante, que apesar de toda miséria, deixa um considerável sinal de esperança. Crescer firme em terra, com raízes profundas, apesar de toda maldade, é a única coisa que realmente temos em mão.
Destaque para algumas frases que achei interessantes, tanto no contexto do filme como na vida em geral:
"Para comandar a natureza, é preciso aprender a obedecê-la." - William de Baskerville
"Na sabedoria há tristeza. Quem aprofunda seu conhecimento, amplia também o seu pesar."
"O riso é um evento demoníaco que deforma as linhas do rosto e faz os homens parecerem macacos."
"Os macacos não riem. O riso é próprio do homem." - William de Baskerville
"O riso mata o temor, e sem temor não pode haver fé. Se não há temor ao demônio, não é necessário haver Deus."
"Eu não tenho o benefício da sua experiência, mas acho difícil me convencer de que Deus teria criado um ser tão nocivo sem lhe conceber virtudes." - William de Baskerville
Considero essa continuação tão digna quanto ao primeiro filme, tendo alguns tons mais densos e realistas de uma geração bem diferente e mais violenta. Dá aquela sensação de que dessa vez o professor Thackeray vai se ferrar. Peca em algumas passagens, mas mesmo assim continua sendo muito boa.
Já esperava um filmaço, mas não tanto. Este filme ultrapassou o zênite de minha expectativa. Antes de conhecer esta grande obra, fui assaltado por uma curiosidade de como se relacionariam os cegos, surdos e mudos de nascença. Só de imaginar a dimensão psicológica dos que, além de não enxergar, também não ouve, é aterrorizante. A obstinação de Anne Sullivan em ajudar Helen é, no mínimo, inspiradora! A cena do primeiro contato com a garota é repleta de sutilezas, tanto no conteúdo como na atuação de ambas; daí em diante é só Show de desempenho que não acaba mais, fica marcante nas lembranças. Anne Bancroft e Patty Duke, apoteóticas!
Finalmente vi esse grande clássico e estou maravilhado com toda essa jornada romântica. Dizer que a reviravolta é plausível não é suficiente, é o grande zênite que infelizmente o filme não faz questão de prolongar, pois encerra nos deixando com aquele gostinho de quero mais.
Apesar de muito antigo, não segue aquele moralismo padrão de Hollywood com uma heróica história de superação, com personagens “ideais”, sem defeitos. Achei isso um bom diferencial, a protagonista não se transformou em um ideal revolucionário, continuou sendo tão mulher apaixonada como sempre foi. E mesmo que tivesse se convertido em um ideal, não teria problema, pois preparou muito bem o terreno para que pudesse germinar essa grande árvore, logo poderia ser uma obra essencialmente idealista em todos os parâmetros sem perder o senso de realidade comum, algo raro de se ver. Filme que tem todo um clima bucólico, mágico, reconfortante, capaz de atingir o íntimo da contemplação pessoal como a histórica. Achei arrepiante a cena em que a Scarlett O’Hara se ergue das cinzas e pronuncia as seguintes palavras:
“Com Deus por testemunha, com Deus por testemunha, não vão me derrotar. Vou sobreviver a isso. E, quando passar nunca mais sentirei fome! Nem eu nem minha família. Mesmo que eu minta, roube, trapaceie ou mate. Com Deus por testemunha, nunca mais passarei fome!”
É um caso difícil comentar Kill Bill: Vol. 2, devido a inevitável comparação com o Vol. 1. Sinto que em alguns tópicos houve uma decadência e já em outros se mantiveram no mais alto nível. Uma das questões que mais me incomodou no Vol.2 foi que não satisfez tanto a grande expectativa que se cria ao final do Vol. 1 a ponto de considerar que seria tão marcante ou mais eufórico que foi. Infelizmente o ritmo e a estrutura não foram tão dinâmicos quanto no primeiro episódio, esse é o problema incômodo, causando uma considerável decepção, embora não seja suficiente para desgostar da obra. Entretanto, o vilão deste caso é só o seu antecessor mesmo, porque como filme em si, o segundo episódio continua sendo um filmaço, com momentos de tirar literalmente o fôlego, argumentos inteligentíssimos e enquadramentos para lá de perfeitos, tudo muito bem filmado. Fiquei sabendo que as duas partes são, na verdade, um único filme; apesar disso, não existe restrição para que sejam avaliados separadamente, já que cada um apresenta de forma patente um ritmo distinto. Gostaria muito de não fazer parte da massiva estatística de comparar os dois Volumes, mas se tratando de Kill Bill é algo impossível. Enfim, trata-se de um filmão por si só.
Não dou muita importância que “Ilha do Medo” apresente um desfecho meio desgastado, essa fantasia de segunda personalidade e a grande reviravolta no final. Acredito que no caso deste filme isso tem pouca relevância, porque ele justifica muito bem o que está fazendo a ponto de ser considerado genial. De toda forma, só me lembro de três obras com essa temática: O clássico “Clube da Luta” (desse ninguém “pode” reclamar), “Psicopata Americano” e “O Operário”.
Pelo que entendi, o protagonista (Leonardo DiCaprio) sempre foi Andrew Laeddis, o psicopata que ele tanto tinha obsessão de encontrar para assim realizar a sua vingança. Ele criou a fantasia de Teddy Daniels, o agente federal, para se livrar da culpa que sentia por ter sido o “responsável” pela morte de sua família, ele não suportava o fato da própria esposa com tendências suicidas ter afogado os seus filhos e em seguida ter a matado por razão disso. O acontecido é revelado no final e o espectador finalmente entende a dimensão de seu trauma. Ele se sentia o principal responsável pela tragédia porque não deu a devida atenção que Dolores necessitava, não buscou ajuda para tirar o tal “inseto que vivia dentro de seu cérebro, puxando todos os fios por diversão”, segundo ela contou após sua primeira tentativa de suicídio. Então, por esse motivo, ele se sentia o próprio assassino de seus filhos. De nenhum modo achei que esse filme é previsível lá no começo, mesmo que o Daniels já se mostrasse abalado, com náuseas, enxaquecas e sonhos estranhos, não eram provas suficientes que ele seria o “louco da história” no sentido que é exibido, entretanto, apenas como um profissional com problemas sérios. Evidentemente que nós fazemos essa ligação quando completamos o desfecho, mas sem isso, “Ilha do Medo” seguia a trajetória de um ótimo filme de suspense normal, com muitas conspirações e complexos psicológicos. É interessante como a película muda a nossa perspectiva sobre as personagens em geral, o que antes eram vilões mafiosos, cientistas loucos com objetivos extremistas, passam a serem os “mocinhos” que sempre se preocuparam de verdade com seus pacientes. Durante a grande revelação, a obra ainda tem a maestria de nos implantar a enorme dúvida em quem acreditar, não só faz uma “lavagem cerebral” em Andrew, mas também no espectador.
Desfecho genial, pois a fita é bem sucedida em desconstruir a confiança que depositamos em Teddy Daniels, mesmo um protagonista tão perturbado. O que comentei aqui foi só o básico da história, pois “Ilha do Medo” tem muito mais detalhes e indiretas que só poderei reparar melhor em uma segunda vez. Ótimo filme, de muito bom gosto!
Reconheço que o filme pode ter alguns lances exagerados ou pedantes em seu proceder, destacando-se a cronologia alternada entre a fase infantil, adolescente e adulta das personagens principais. Isso gera uma incompreensão curiosa no início, depois o espectador se adapta a fórmula proposta e passa a interagir com bom entendimento e sensibilidade, mormente por encontrar um sentido considerável à distinção ou perto disso, contando de maneira simultânea algumas etapas do passado e presente, para em seguida concluir num caminho linear. Porém, esse efeito agradável também depende muito do nível de tolerância de cada indivíduo.
A fita fala de traumas com certa sutileza e profundidade, mesmo forçando algumas situações primordiais para causar um efeito dramático mais intenso. Não que isso seja grave na avaliação, pois a obra consegue compensar em outros quesitos, como se sair bem no trato da emoção sem extrapolar, sem deixar com um perfil excessivamente meloso e a metáfora dos números primos gêmeos é relacionada de forma magnífica, não que seja generalizada em todos os casos. Um dos momentos mais fortes da obra é o cuidadoso trabalho das cenas que revelam as motivações dos protagonistas, tudo em ordem intercalada, e repetindo, o que era estranho antes se torna familiar e de bom grado quando finalmente sabemos a base dos problemas deles, criando uma ótima oportunidade de pleno envolvimento.
O desfecho é inusitado. É um daqueles finais que nos deixa o dinâmico ponto de exclamação, pois tem a audácia de encerrar a trama ainda em andamento, dá uma sensação vital que o filme terminou incompleto. Pode ser que isso tenha a ver com o livro que a película foi baseada, como desconheço a literatura, não me sinto muito no direito de qualificar o final. Só acho que poderia ter ido mais longe, estando prestes a construir uma das melhores cenas até então.
“A Solidão dos Números Primos” possui grandes chances de se tornar um filme inesquecível na lista de qualquer cinéfilo que esteja em um bom momento receptivo. A abordagem e o tema não são banais, ao contrário, têm um toque especial que conquista o carinho. Também não descarto a possibilidade do oposto ocorrer por razão disso. Em todo caso, é uma obra que só recomendaria a pouquíssimos.
Se o primeiro já não perde tempo, o segundo dá trilogia mostra o que é ser ágil ao extremo. Logo nos 6 minutos as coisas já estão pegando fogo, sem enrolação. Essa faceta de “não perder tempo” está presente em “The Evil Dead”, mas neste o clima toma um rumo totalmente diferente, a tensão sombria já não é a mesma, a comédia excêntrica é tão exagerada que não dá para levar a sério a tensão que desenvolve. Aliás, nem devemos, porque pelo visto, esse propósito passa muito longe do ideal aqui, está mais para uma perturbadora brincadeira. Essa despadronização que faz o filme ser tão chamativo naquilo que promete. Modelos clássicos de crítica não funcionam nesses tipos de filmes, pois eles estão pouco se lixando para isso, só querem agradar um público bem exclusivo, sem fórmula convencional.
“The Evil Dead” executa muito bem aquilo em que se propõe fazer: tensão, medo e diversão. Apesar de o roteiro ser simples e direto, dando uma falsa impressão de que é propositalmente negligenciado nesse quesito com o intuito de atingir o mais rápido possível o ápice. Mas o bom é que o filme não perde tempo com o pseudo-profundo, apenas trabalha o necessário, dando uma aura esotérica ao que está porvir. Mesmo com algumas desculpas visíveis para se adentrar, de fato, na tensão e no medo, a história se mantém coesa e nem um pouco ridícula. A diversão do filme não é propriamente a comédia típica, porém, a satisfação de corresponder com um enredo singelo e sedutor, junto com cenas para lá de esdrúxulas, sufocantes e inesquecíveis, além da atmosfera de bom grado que envolve toda a película. É interessante saber que um filme como esse foi produzido com um orçamento super baixo, a parte técnica é muito boa e criativa, assim como as curiosidades sobre a obra. Ótimo para assistir em uma madrugada fria ou naqueles momentos climáticos. Clássico!
É interessante como Cronenberg utiliza as imagens, com um tom mórbido e severo, combinando perfeitamente com as excentricidades cuidadosamente apresentadas. Essa qualidade ou característica é notável mesmo antes das aparições daquilo que nós já esperamos; talvez uma maneira de expressar que não será uma fita fácil. O diretor cumpre muito bem o que promete em “A Mosca”, esquisitices chocantes unidas a uma história simples e envolvente. É tão esperto que se aproveita do romance para criar um clima de identificação mais profunda no que se refere ao êxtase de viver e posteriormente o triste abandono de tudo. A degradação patente, assim como a interna; a decepção e a perda absoluta de toda a esperança. Além do fator visível, também tem seu efeito devastador em questões psicológicas. Ainda assim, Cronenberg consegue ser um tanto piedoso com os espectadores de seu filme, no sentido de encontrar um pretexto aceitável para se desfazer de seu protagonista carismático, para que assim possamos tolerar sem muito peso a sua paulatina transformação abominável e a consequente condenação. Passando mais alguns momentos de Spider-Man em fase de autodescoberta, o personagem finalmente cai na real e um dos grandes ápices do filme tem início. “A Mosca” é uma ótima película, a sua abordagem vai além das cenas gore ou de sua aparente intenção de chocar.
Será que dá para saber sobre a vida pessoal do cineasta pelos seus filmes? Às vezes. Im Sang-soo parece ainda possuir um pensamento um tanto amador em produzir películas, nenhuma crítica a qualidade técnica, pois tudo é muito bem filmado, atuado e seus trabalhos geralmente têm uma fotografia linda. Embora o diretor ainda não esteja no patamar do cinema do seu país, “The Old Garden” mesmo de longe, não é uma obra ruim, porém, também não é excelente. Tem uma ótima intenção humanista, onde Sang-soo demonstra em querer melhorar, abandonando o sexo grátis e trazendo mais conteúdo às telas; o problema é que tudo parece bastante vago ou desnecessário, diálogos em que nada acrescentam e dão a compreender que são apenas recursos de um falso conteúdo que o diretor tenta passar. Mas ele está melhorando, sim. Kim Ki-duk também não começou tão bem e se tornou um dos maiores nomes do cinema da Coreia do Sul.
Não esperava que esse filme fosse tão excelente, tão perfeito! O drama e a crise de Jake LaMotta mostrada na fita é bastante tensa e compreensível. O temperamento explosivo do pugilista não fica apenas no ringue, mas em toda sua vida, faz parte de sua natureza. O filme consegue criar de maneira magnífica e comedida essa impressão. Robert De Niro parecia ser um boxeador de verdade, fiquei também admirado com as cenas das lutas, as pancadas eram tão bem feitas, com belos closes. A mudança corporal de De Niro é espantosa, ele superou limites nessa atuação. Deve ser muito, mais muito incômodo para um ator abandonar seu físico sarado para representar um papel. Emagrecer, até vai; mas engordar, a história é completamente diferente e segundo curiosidades, ele conseguiu ganhar 25 KG em apenas dois meses. Uma façanha! Por isso e outras, que Robert De Niro é um dos maiores atores da história!
Sempre pensei que um filme como esse não existia e teria que ser “eu” para fazer. Quanta pretensão. Funny Games me ofereceu tudo aquilo que exigentemente quis ver em um filme de violência, envolvendo mocinhos e vilões. Michael Haneke vai além, pois brinca com a metalinguagem justamente para tornar o espectador “sádico” cônscio de seus anseios nada convencionais. Joga tudo na cara e com um sorriso cínico diz: “Não era isso que você queria?” Uma boa prova disso é a cena do controle remoto:
Teve gente que não gostou, mas deve-se considerar que a cena é genial. Dá para notar que foi propositalmente mal feita na parte que Anna pega a arma e atira em Peter. Como pode uma mulher com as mãos amarradas conseguir um feito desses? Também dava para perceber que Paul meio que deixou Anna realizar aquilo. Depois o autor “usa” o controle remoto e regressa com a intenção de corrigir o erro, como se estivesse dizendo: “Calma! Não te decepcionarei, querido espectador. Ainda não acabou.” Com isso Haneke quebra o clichê tão previsível, tipo: alguma coisa positiva tem que ocorrer com os mocinhos.
“Violência Gratuita” é um dos filmes mais originais, inteligentes e chocantes que já vi. Parece ser feito exclusivamente ao cinéfilo que não quer ver limites moralistas nas telas. Mesmo assim o diretor consegue ser um tanto piedoso nesse tópico.
Como sempre, abusa da mesma fórmula do pior gênero cinematográfico do mundo: comédia romântica. Se você é como eu que tem alergia crônica a esse estilo, a recomendação é que fique longe desse filme, pois talvez ele estrague parte de seu dia. Primeiro temos aquela decrépita apresentação, seguida de romantização barata, ousadia emocionante em desafiar situações difíceis em nome do suposto amor, equilíbrio dos momentos, primeira crise do casal motivada por uma revelação bombástica, reflexão superficial dos fatos, tentativa de reconciliação, superação das crises e por fim, o velho clichê do final feliz. Pode ser até bonitinho, no entanto, não consigo mais levar a sério um filme como esse. Peço desculpas a um amigo que me emprestou e disse que adorou essa coisa.
Juro que pensava que “Kill Bill” fosse a maior besteira do mundo, meio lá “As Panteras”. Não levava muito a sério um filme cujo pôster e imagens eram de uma mulher que usava macacão de Bruce Lee em “O Jogo da Morte”, embora eu seja muito fã do Bruce. Até que um dia vi “Kill Bill” num TOP 10 de uns cinéfilos que considero de muito bom gosto. Fiquei intrigado e fui assistir. Resultado: Levei uma surra e minha ficha caiu. FILMAÇO DO CARAIO!
Madrugada dos Mortos
3.5 1,4K Assista AgoraDose desmedida, inconsequente, que nesse caso do filme é exagerada, grotesca e até vergonhosa.
Já estamos acostumados com a ideia dos “zumbis clássicos”, aqueles que se rastejam, agem lento e devoram carne, em alguns casos não só a humana. Porém, como tudo envelhece, então qual é o problema de “inovar”? Nenhum! Contanto que saiba como fazê-lo. No momento não saberia dizer o que daria certo nessa transmutação, também nem sei com segurança se essa foi a intenção do diretor Zack Snyder, mas vejo que se seguir esse caminho que ele percorreu, o resultado será uma bomba. O filme todo é construído em uma dinâmica descarada que não convence, tenta de maneira forçada ser mais ficção do que é. Levantar depois de morto e sair por aí devorando seres humanos já é difícil de acreditar que algum dia isso venha acontecer em nossa realidade, no entanto, se mantém em níveis de tolerância.
O absurdo mesmo é ver em tela que um vírus transforme os mortos em “corredores profissionais”, a infecção se alastra à velocidade da luz e a vítima “desperta” como se tivesse levado um Doping no rabo, ficam tão ou mais velozes que Usain Bolt. Absurdo! Nessa condição fica ainda pior já que não existe um trato prévio, mesmo uma “enrolação” que convença que aquilo é válido. As montagens da dinâmica das cenas também são desagradáveis, soam muito pretensiosas, com bastante “impactos” dispensáveis, até conseguem ser fortes no visual, mas permanecem incrivelmente vazias em sua mensagem.
É desanimador ver que uma fita como essa esteja na lista dos melhores filmes sobre zumbis. Muito é comentado sobre a crítica social presente tanto na refilmagem como na obra original de George A. Romero, todavia, não vejo essas abordagens como sendo o foco, como um plano a ser levado a sério, pois tanto em um como em outro, não me inspiram um mínimo de respeito, talvez pelo mau desenvolvimento do percurso. Porque se for pensar assim, estender o que estiver nas extremidades, qualquer filme, por menor que seja, terá muito conteúdo desvendado pela interpretação do espectador, mesmo que não seja o tema central da película.
O que faríamos se acontecesse um apocalipse zumbi? É lógico que procuraríamos refúgio nos lugares mais aconchegantes, seguros e com muitos suprimentos alimentícios. Qualquer pessoa que por mais que tivesse inclinação filosófica para causas humanas, em uma situação assim procuraria primeiro se estabelecer, se habituar ao caos, ser egoísta quando preciso, tudo em prol da sobrevivência de si e (ou) de seu grupo, para depois quando tudo tivesse organizado, começar a cogitar sobre como “corrigir” o mundo. A evidência mesmo é que os homens, diante da polêmica da catástrofe, ainda possuem a assustadora mania de se confrontarem, por orgulho e domínio.
Esse remake foi um dos piores filmes que já vi. Tentei encontrar algo de bom nele e, infelizmente, nada encontrei. Podem até me perguntar: Por que você se incomodou com os zumbis corredores, sendo que zumbis nem existem de verdade? Respondo: Zumbi é um tema clássico, assim como os vampiros. Se for mudar alguma coisa envolvendo a ideia original, que tenha extremo cuidado ao fazer, algo que não notei nesse filme medíocre, além do mais, não foi só por causa disso que a fita ficou ruim, também por outros motivos que acredito ter explicado nesse comentário. Enfim, se podem aceitar zumbis dinâmicos, também podem tolerar facilmente vampiros que brilham. Esses zumbis do Snyder são umas bichonas loucas!
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Despertar dos Mortos
3.9 319 Assista AgoraEm dias atuais, “Dawn of the Dead” (1978) necessita de moderada consideração e alcance por parte do espectador, pois a sua verdadeira tese está escondida por trás da cortina da aparência. Entretanto, mesmo depois de entender a crítica do luxo e consumismo norte-americano (ocidental, para ser mais abrangente), ainda assim, a obra não me conquistou muito respeito. Há algo no ritmo que desagrada, que desfoca, incluindo a trilha sonora que descaracteriza cenas que deveriam ser levadas a sério. Concordo que o filme trate sobre um tipo de “vazio”, mas nem por isso o mesmo deve ser.
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It: Uma Obra Prima do Medo
3.5 1,3K“It – Uma Obra-prima do Medo” é muito mais que um filme de terror, tem também muito conteúdo sobre infância, sobre sentimento de grupo, de amizade. A identificação do espectador com a obra é muito próxima devido a isso, independente de sua cultura, pois ironicamente, fazer parte do “clube dos fracassados” seria uma das melhores condições de felicidade que existe. Além do mais, o tipo de medo apresentado (não especificamente sobre palhaços) é muito íntimo, consegue mexer com alguma “coisa” adormecida. Uma pena que nesse quesito, não tenha conseguido ir além do que foi. Embora eu ainda não tenha lido o livro do Stephen King que deu origem a fita, acredito que o filme poderia ser bem melhor, mais abrangente e muito mais harmonioso. O interessante é que o roteiro tentou dá um trato particular a cada personagem, no entanto, isso acabou por se tornar enfadonho e previsível (por culpa da direção). Percebemos que todos os integrantes do “clube dos fracassados” tomaram rumos diferentes, mas guardavam neles algo em comum, e isso se caracterizava cada vez mais quando recebiam a notícia que “a coisa voltou”, sendo chamativo até certo ponto. Talvez a condução da história ficasse mil vezes melhor se fosse mais imparcial nos períodos das personagens, havendo a infância e a fase adulta de maneira bem separada, não como uma onda de flashbacks, assim conseguiríamos entender melhor os seus rumos. Apesar das desvantagens, é um bom filme, com um toque especial de nostalgia sobre a amizade na infância, e o medo adormecido que carregamos, que a qualquer momento podemos ser obrigados a reviver.
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Samsara
4.2 44Como não se elevar ao assistir um filme dessa condição? É preciso estar "morto" para isso. Obra que nos motiva a pensar sobre nossa vida, sobre nossas decisões e experiências, e finalmente perceber de uma vez por todas que tudo isso é só a "ponta do Iceberg", que existe muito mais por trás da cortina da existência.
O filme é bem sucedido em exibir que até mesmo o "erro" é só uma opinião humana, pois na concepção do universo ele não existe, embora o homem também faça parte do universo e o mesmo possa se manifestar através dele , então enxergar algo como "certo" ou "errado" também é necessário, a fragmentação é tão relevante como a totalidade. A seguinte frase tem um significado especial e confortador: "Tem coisas que devemos 'desaprender' para podermos aprendê-las. E tem coisas que precisamos possuir para poder renunciar a elas." Desaprendemos para aprendermos de outras formas e possuímos certas coisas só para depois termos o poder de abdicá-las. Quem entende a raiz disso sabe que tudo que fez, que experimentou, viveu, mesmo as situações mais vergonhosas, foram indispensáveis para alcançar o patamar atual.
Impossível não se deliciar com as cenas de sexo, são quase impossíveis de encontrar mais belas, conseguem o impressionante efeito de serem extremamente eróticas, mas nem um pouco vulgar, aliás, essa palavra nem se arrisca em aparecer na mente do espectador. As cenas são tão bem feitas que ficamos com "água na boca", causando um misterioso efeito de mesclar excitação com contemplação espiritual. Maravilhosamente mostrado que o sexo não é apenas uma atração carnal, porém, também uma necessidade do espírito. Lindo filme!
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Dragões para Sempre
3.7 63 Assista AgoraComo sempre, as lutas dos filmes de Jackie Chan são impecáveis, dinâmicas e muito divertidas. A gente só assiste mesmo para analisar isso, quando tentamos ver um filme como esse com outra intenção, nos decepcionamos. Percebemos como romance, comédia e até mesmo ação são mal encaixados. Tudo é uma desculpa sem nexo para lutar. Se o tom de voz muda, é um tapa na cara; se uma caneta cai no chão, isso já dá consequência para uma rasteira e por aí vai. Ou seja, não é para levar a sério mesmo. Algo que posso afirmar com segurança sobre esses filmes de luta, principalmente os de Jackie Chan, que sempre saio da sessão muito motivado a praticar artes marciais e manter uma rotina saudável. Isso já vale muito.
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Gen Pés Descalços
4.4 143“É a vida começando na mais fria estação do ano. A chuva o molha, o vento o resseca, é amassado pelos pés das pessoas, mas ainda assim o trigo nasce, se enraíza e cresce. Ele sobrevive.” – Daikichi Nakaoka.
Interessante como uma metáfora tem a eloquência de dialogar com convicção e graça, sendo verdadeira e abundante em seus detalhes e desdobramentos, ampliando a visão de mundo, mesmo ela estando desgastada e funesta. “Hadashi no Gen” soube fazer uso dessa figura de linguagem, embora não se limite a uma história tipicamente de lição de vida, tal como é a essência da frase citada, mas também possui a função de denúncia patriótica (dependendo do ponto de vista do espectador), assim como conteúdo histórico imprescindível, cujos personagens principais e figurantes não são meramente ensaiados ao sacrifício, mas demonstrações verídicas de um fato, talvez nunca tão bem construído em uma animação ou em um filme “live-action” de guerra, tanto no aspecto físico como no psicológico, porém, nem sempre ambos em mesma coluna. O efeito arrasador se hospeda na alma de quem assiste a essa obra, forçando-o a emprestar seu tempo para esquecer tudo e se sentir parte da história, partilhando da daquele incidente terrível.
O filme é audacioso nessa abordagem de não ser fisicamente implícito sobre os fatídicos acontecimentos que marcaram a história da humanidade, ocorridos em 1945 durante o fim da Segunda Guerra Mundial, nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão. É espantoso! Pois o anime até então não dá sinais preparatórios que irá transitar subitamente de um caminho a outro, opostos ao máximo (assemelha-se em mudança de gênero); a não ser o desenrolar crível que a fita se baseia, sendo o desfecho de conhecimento de todos. O contraste referido nesse sentido não é sobre tudo está bem para em seguida tudo estar mal, porque a precariedade de vida dos japoneses naqueles tempos de guerra é patente logo no início, todavia, a maneira de tratar nas telas o dia trágico e suas consequências, evidencia-se e muito o surrealismo nefasto. Isso de algum modo tem muita força expressionista e se converte em qualidade dentro da animação, a mesclagem do contexto histórico com a contundente representação visual têm boas chances de ativar, além do normal, os sentidos do espectador e assim ter uma experiência inesquecível durante a exibição, podendo ser boa ou ruim. Ambos os resultados estão direcionados em uma causa, de fazer aquele que assiste a testemunha mais próxima possível, mas isso vai do subjetivo de cada um.
Em “Gen – Pés Descalços”, anime baseado no mangá de mesmo nome, criado por Keiji Nakazawa, temos a presença da perspectiva pueril como protagonista, podemos ter certeza de que essa é uma das razões seguras sobre o filme não perder a leveza, mesmo contando uma história tão triste e densa, pois a criança não obscurece sua visão de mundo, ela vê a vida em sua simplicidade adornada por seus desejos pessoais. Apesar de todo cataclismo e perca de entes queridos, a película tenta manter viva a esperança de um mundo melhor, não importa quantas vezes somos pisoteados, devemos ser como o trigo que continua crescendo em meio ao conflito. Somente algo me desagradou, que defino como uma das falhas mais relevantes da obra, de tentar compensar a melancolia com a adição de um elemento na história, isso meio que agride a inteligência do espectador por tamanha inocência, e pior, sem a mínima necessidade. Não dá para falar muito sobre esse ponto sem soltar Spoiler, mas quem já assistiu sabe do que se trata.
Mesmo assim continua sendo um ótimo filme dirigido por Mori Masaki, desconheço o restante de seus trabalhos, parece que Gen foi seu único filme de destaque. Filme singelo, histórico, real e impactante, que apesar de toda miséria, deixa um considerável sinal de esperança. Crescer firme em terra, com raízes profundas, apesar de toda maldade, é a única coisa que realmente temos em mão.
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O Nome da Rosa
3.9 775 Assista AgoraDestaque para algumas frases que achei interessantes, tanto no contexto do filme como na vida em geral:
"Para comandar a natureza, é preciso aprender a obedecê-la." - William de Baskerville
"Na sabedoria há tristeza. Quem aprofunda seu conhecimento, amplia também o seu pesar."
"O riso é um evento demoníaco que deforma as linhas do rosto e faz os homens parecerem macacos."
"Os macacos não riem. O riso é próprio do homem." - William de Baskerville
"O riso mata o temor, e sem temor não pode haver fé. Se não há temor ao demônio, não é necessário haver Deus."
"Eu não tenho o benefício da sua experiência, mas acho difícil me convencer de que Deus teria criado um ser tão nocivo sem lhe conceber virtudes." - William de Baskerville
Ao Mestre, Com Carinho 2
3.8 44Considero essa continuação tão digna quanto ao primeiro filme, tendo alguns tons mais densos e realistas de uma geração bem diferente e mais violenta. Dá aquela sensação de que dessa vez o professor Thackeray vai se ferrar. Peca em algumas passagens, mas mesmo assim continua sendo muito boa.
O Milagre de Anne Sullivan
4.4 217 Assista AgoraJá esperava um filmaço, mas não tanto. Este filme ultrapassou o zênite de minha expectativa. Antes de conhecer esta grande obra, fui assaltado por uma curiosidade de como se relacionariam os cegos, surdos e mudos de nascença. Só de imaginar a dimensão psicológica dos que, além de não enxergar, também não ouve, é aterrorizante. A obstinação de Anne Sullivan em ajudar Helen é, no mínimo, inspiradora! A cena do primeiro contato com a garota é repleta de sutilezas, tanto no conteúdo como na atuação de ambas; daí em diante é só Show de desempenho que não acaba mais, fica marcante nas lembranças. Anne Bancroft e Patty Duke, apoteóticas!
...E o Vento Levou
4.3 1,4K Assista AgoraFinalmente vi esse grande clássico e estou maravilhado com toda essa jornada romântica. Dizer que a reviravolta é plausível não é suficiente, é o grande zênite que infelizmente o filme não faz questão de prolongar, pois encerra nos deixando com aquele gostinho de quero mais.
Apesar de muito antigo, não segue aquele moralismo padrão de Hollywood com uma heróica história de superação, com personagens “ideais”, sem defeitos. Achei isso um bom diferencial, a protagonista não se transformou em um ideal revolucionário, continuou sendo tão mulher apaixonada como sempre foi. E mesmo que tivesse se convertido em um ideal, não teria problema, pois preparou muito bem o terreno para que pudesse germinar essa grande árvore, logo poderia ser uma obra essencialmente idealista em todos os parâmetros sem perder o senso de realidade comum, algo raro de se ver. Filme que tem todo um clima bucólico, mágico, reconfortante, capaz de atingir o íntimo da contemplação pessoal como a histórica. Achei arrepiante a cena em que a Scarlett O’Hara se ergue das cinzas e pronuncia as seguintes palavras:
“Com Deus por testemunha, com Deus por testemunha, não vão me derrotar. Vou sobreviver a isso. E, quando passar nunca mais sentirei fome! Nem eu nem minha família. Mesmo que eu minta, roube, trapaceie ou mate. Com Deus por testemunha, nunca mais passarei fome!”
Apoteótica!
Kill Bill: Volume 2
4.2 1,5K Assista AgoraÉ um caso difícil comentar Kill Bill: Vol. 2, devido a inevitável comparação com o Vol. 1. Sinto que em alguns tópicos houve uma decadência e já em outros se mantiveram no mais alto nível. Uma das questões que mais me incomodou no Vol.2 foi que não satisfez tanto a grande expectativa que se cria ao final do Vol. 1 a ponto de considerar que seria tão marcante ou mais eufórico que foi. Infelizmente o ritmo e a estrutura não foram tão dinâmicos quanto no primeiro episódio, esse é o problema incômodo, causando uma considerável decepção, embora não seja suficiente para desgostar da obra. Entretanto, o vilão deste caso é só o seu antecessor mesmo, porque como filme em si, o segundo episódio continua sendo um filmaço, com momentos de tirar literalmente o fôlego, argumentos inteligentíssimos e enquadramentos para lá de perfeitos, tudo muito bem filmado. Fiquei sabendo que as duas partes são, na verdade, um único filme; apesar disso, não existe restrição para que sejam avaliados separadamente, já que cada um apresenta de forma patente um ritmo distinto. Gostaria muito de não fazer parte da massiva estatística de comparar os dois Volumes, mas se tratando de Kill Bill é algo impossível. Enfim, trata-se de um filmão por si só.
Ilha do Medo
4.2 4,0K Assista AgoraNão dou muita importância que “Ilha do Medo” apresente um desfecho meio desgastado, essa fantasia de segunda personalidade e a grande reviravolta no final. Acredito que no caso deste filme isso tem pouca relevância, porque ele justifica muito bem o que está fazendo a ponto de ser considerado genial. De toda forma, só me lembro de três obras com essa temática: O clássico “Clube da Luta” (desse ninguém “pode” reclamar), “Psicopata Americano” e “O Operário”.
Pelo que entendi, o protagonista (Leonardo DiCaprio) sempre foi Andrew Laeddis, o psicopata que ele tanto tinha obsessão de encontrar para assim realizar a sua vingança. Ele criou a fantasia de Teddy Daniels, o agente federal, para se livrar da culpa que sentia por ter sido o “responsável” pela morte de sua família, ele não suportava o fato da própria esposa com tendências suicidas ter afogado os seus filhos e em seguida ter a matado por razão disso. O acontecido é revelado no final e o espectador finalmente entende a dimensão de seu trauma. Ele se sentia o principal responsável pela tragédia porque não deu a devida atenção que Dolores necessitava, não buscou ajuda para tirar o tal “inseto que vivia dentro de seu cérebro, puxando todos os fios por diversão”, segundo ela contou após sua primeira tentativa de suicídio. Então, por esse motivo, ele se sentia o próprio assassino de seus filhos. De nenhum modo achei que esse filme é previsível lá no começo, mesmo que o Daniels já se mostrasse abalado, com náuseas, enxaquecas e sonhos estranhos, não eram provas suficientes que ele seria o “louco da história” no sentido que é exibido, entretanto, apenas como um profissional com problemas sérios. Evidentemente que nós fazemos essa ligação quando completamos o desfecho, mas sem isso, “Ilha do Medo” seguia a trajetória de um ótimo filme de suspense normal, com muitas conspirações e complexos psicológicos. É interessante como a película muda a nossa perspectiva sobre as personagens em geral, o que antes eram vilões mafiosos, cientistas loucos com objetivos extremistas, passam a serem os “mocinhos” que sempre se preocuparam de verdade com seus pacientes. Durante a grande revelação, a obra ainda tem a maestria de nos implantar a enorme dúvida em quem acreditar, não só faz uma “lavagem cerebral” em Andrew, mas também no espectador.
Desfecho genial, pois a fita é bem sucedida em desconstruir a confiança que depositamos em Teddy Daniels, mesmo um protagonista tão perturbado. O que comentei aqui foi só o básico da história, pois “Ilha do Medo” tem muito mais detalhes e indiretas que só poderei reparar melhor em uma segunda vez. Ótimo filme, de muito bom gosto!
A Solidão dos Números Primos
3.9 145Reconheço que o filme pode ter alguns lances exagerados ou pedantes em seu proceder, destacando-se a cronologia alternada entre a fase infantil, adolescente e adulta das personagens principais. Isso gera uma incompreensão curiosa no início, depois o espectador se adapta a fórmula proposta e passa a interagir com bom entendimento e sensibilidade, mormente por encontrar um sentido considerável à distinção ou perto disso, contando de maneira simultânea algumas etapas do passado e presente, para em seguida concluir num caminho linear. Porém, esse efeito agradável também depende muito do nível de tolerância de cada indivíduo.
A fita fala de traumas com certa sutileza e profundidade, mesmo forçando algumas situações primordiais para causar um efeito dramático mais intenso. Não que isso seja grave na avaliação, pois a obra consegue compensar em outros quesitos, como se sair bem no trato da emoção sem extrapolar, sem deixar com um perfil excessivamente meloso e a metáfora dos números primos gêmeos é relacionada de forma magnífica, não que seja generalizada em todos os casos. Um dos momentos mais fortes da obra é o cuidadoso trabalho das cenas que revelam as motivações dos protagonistas, tudo em ordem intercalada, e repetindo, o que era estranho antes se torna familiar e de bom grado quando finalmente sabemos a base dos problemas deles, criando uma ótima oportunidade de pleno envolvimento.
O desfecho é inusitado. É um daqueles finais que nos deixa o dinâmico ponto de exclamação, pois tem a audácia de encerrar a trama ainda em andamento, dá uma sensação vital que o filme terminou incompleto. Pode ser que isso tenha a ver com o livro que a película foi baseada, como desconheço a literatura, não me sinto muito no direito de qualificar o final. Só acho que poderia ter ido mais longe, estando prestes a construir uma das melhores cenas até então.
“A Solidão dos Números Primos” possui grandes chances de se tornar um filme inesquecível na lista de qualquer cinéfilo que esteja em um bom momento receptivo. A abordagem e o tema não são banais, ao contrário, têm um toque especial que conquista o carinho. Também não descarto a possibilidade do oposto ocorrer por razão disso. Em todo caso, é uma obra que só recomendaria a pouquíssimos.
Uma Noite Alucinante 2
3.8 712 Assista AgoraSe o primeiro já não perde tempo, o segundo dá trilogia mostra o que é ser ágil ao extremo. Logo nos 6 minutos as coisas já estão pegando fogo, sem enrolação. Essa faceta de “não perder tempo” está presente em “The Evil Dead”, mas neste o clima toma um rumo totalmente diferente, a tensão sombria já não é a mesma, a comédia excêntrica é tão exagerada que não dá para levar a sério a tensão que desenvolve. Aliás, nem devemos, porque pelo visto, esse propósito passa muito longe do ideal aqui, está mais para uma perturbadora brincadeira. Essa despadronização que faz o filme ser tão chamativo naquilo que promete. Modelos clássicos de crítica não funcionam nesses tipos de filmes, pois eles estão pouco se lixando para isso, só querem agradar um público bem exclusivo, sem fórmula convencional.
Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio
3.8 1,4K Assista Agora“The Evil Dead” executa muito bem aquilo em que se propõe fazer: tensão, medo e diversão. Apesar de o roteiro ser simples e direto, dando uma falsa impressão de que é propositalmente negligenciado nesse quesito com o intuito de atingir o mais rápido possível o ápice. Mas o bom é que o filme não perde tempo com o pseudo-profundo, apenas trabalha o necessário, dando uma aura esotérica ao que está porvir. Mesmo com algumas desculpas visíveis para se adentrar, de fato, na tensão e no medo, a história se mantém coesa e nem um pouco ridícula. A diversão do filme não é propriamente a comédia típica, porém, a satisfação de corresponder com um enredo singelo e sedutor, junto com cenas para lá de esdrúxulas, sufocantes e inesquecíveis, além da atmosfera de bom grado que envolve toda a película. É interessante saber que um filme como esse foi produzido com um orçamento super baixo, a parte técnica é muito boa e criativa, assim como as curiosidades sobre a obra. Ótimo para assistir em uma madrugada fria ou naqueles momentos climáticos. Clássico!
A Mosca
3.7 1,1KÉ interessante como Cronenberg utiliza as imagens, com um tom mórbido e severo, combinando perfeitamente com as excentricidades cuidadosamente apresentadas. Essa qualidade ou característica é notável mesmo antes das aparições daquilo que nós já esperamos; talvez uma maneira de expressar que não será uma fita fácil. O diretor cumpre muito bem o que promete em “A Mosca”, esquisitices chocantes unidas a uma história simples e envolvente. É tão esperto que se aproveita do romance para criar um clima de identificação mais profunda no que se refere ao êxtase de viver e posteriormente o triste abandono de tudo. A degradação patente, assim como a interna; a decepção e a perda absoluta de toda a esperança. Além do fator visível, também tem seu efeito devastador em questões psicológicas. Ainda assim, Cronenberg consegue ser um tanto piedoso com os espectadores de seu filme, no sentido de encontrar um pretexto aceitável para se desfazer de seu protagonista carismático, para que assim possamos tolerar sem muito peso a sua paulatina transformação abominável e a consequente condenação. Passando mais alguns momentos de Spider-Man em fase de autodescoberta, o personagem finalmente cai na real e um dos grandes ápices do filme tem início. “A Mosca” é uma ótima película, a sua abordagem vai além das cenas gore ou de sua aparente intenção de chocar.
The Old Garden
3.6 1Será que dá para saber sobre a vida pessoal do cineasta pelos seus filmes? Às vezes. Im Sang-soo parece ainda possuir um pensamento um tanto amador em produzir películas, nenhuma crítica a qualidade técnica, pois tudo é muito bem filmado, atuado e seus trabalhos geralmente têm uma fotografia linda. Embora o diretor ainda não esteja no patamar do cinema do seu país, “The Old Garden” mesmo de longe, não é uma obra ruim, porém, também não é excelente. Tem uma ótima intenção humanista, onde Sang-soo demonstra em querer melhorar, abandonando o sexo grátis e trazendo mais conteúdo às telas; o problema é que tudo parece bastante vago ou desnecessário, diálogos em que nada acrescentam e dão a compreender que são apenas recursos de um falso conteúdo que o diretor tenta passar. Mas ele está melhorando, sim. Kim Ki-duk também não começou tão bem e se tornou um dos maiores nomes do cinema da Coreia do Sul.
Touro Indomável
4.2 708 Assista AgoraNão esperava que esse filme fosse tão excelente, tão perfeito! O drama e a crise de Jake LaMotta mostrada na fita é bastante tensa e compreensível. O temperamento explosivo do pugilista não fica apenas no ringue, mas em toda sua vida, faz parte de sua natureza. O filme consegue criar de maneira magnífica e comedida essa impressão. Robert De Niro parecia ser um boxeador de verdade, fiquei também admirado com as cenas das lutas, as pancadas eram tão bem feitas, com belos closes. A mudança corporal de De Niro é espantosa, ele superou limites nessa atuação. Deve ser muito, mais muito incômodo para um ator abandonar seu físico sarado para representar um papel. Emagrecer, até vai; mas engordar, a história é completamente diferente e segundo curiosidades, ele conseguiu ganhar 25 KG em apenas dois meses. Uma façanha! Por isso e outras, que Robert De Niro é um dos maiores atores da história!
Violência Gratuita
3.8 739 Assista AgoraSempre pensei que um filme como esse não existia e teria que ser “eu” para fazer. Quanta pretensão. Funny Games me ofereceu tudo aquilo que exigentemente quis ver em um filme de violência, envolvendo mocinhos e vilões. Michael Haneke vai além, pois brinca com a metalinguagem justamente para tornar o espectador “sádico” cônscio de seus anseios nada convencionais. Joga tudo na cara e com um sorriso cínico diz: “Não era isso que você queria?” Uma boa prova disso é a cena do controle remoto:
Teve gente que não gostou, mas deve-se considerar que a cena é genial. Dá para notar que foi propositalmente mal feita na parte que Anna pega a arma e atira em Peter. Como pode uma mulher com as mãos amarradas conseguir um feito desses? Também dava para perceber que Paul meio que deixou Anna realizar aquilo. Depois o autor “usa” o controle remoto e regressa com a intenção de corrigir o erro, como se estivesse dizendo: “Calma! Não te decepcionarei, querido espectador. Ainda não acabou.” Com isso Haneke quebra o clichê tão previsível, tipo: alguma coisa positiva tem que ocorrer com os mocinhos.
“Violência Gratuita” é um dos filmes mais originais, inteligentes e chocantes que já vi. Parece ser feito exclusivamente ao cinéfilo que não quer ver limites moralistas nas telas. Mesmo assim o diretor consegue ser um tanto piedoso nesse tópico.
Do Outro Lado da Linha
3.2 112Como sempre, abusa da mesma fórmula do pior gênero cinematográfico do mundo: comédia romântica. Se você é como eu que tem alergia crônica a esse estilo, a recomendação é que fique longe desse filme, pois talvez ele estrague parte de seu dia. Primeiro temos aquela decrépita apresentação, seguida de romantização barata, ousadia emocionante em desafiar situações difíceis em nome do suposto amor, equilíbrio dos momentos, primeira crise do casal motivada por uma revelação bombástica, reflexão superficial dos fatos, tentativa de reconciliação, superação das crises e por fim, o velho clichê do final feliz. Pode ser até bonitinho, no entanto, não consigo mais levar a sério um filme como esse. Peço desculpas a um amigo que me emprestou e disse que adorou essa coisa.
Kill Bill: Volume 1
4.2 2,3K Assista AgoraJuro que pensava que “Kill Bill” fosse a maior besteira do mundo, meio lá “As Panteras”. Não levava muito a sério um filme cujo pôster e imagens eram de uma mulher que usava macacão de Bruce Lee em “O Jogo da Morte”, embora eu seja muito fã do Bruce. Até que um dia vi “Kill Bill” num TOP 10 de uns cinéfilos que considero de muito bom gosto. Fiquei intrigado e fui assistir. Resultado: Levei uma surra e minha ficha caiu. FILMAÇO DO CARAIO!
Joe e as Baratas
2.7 751Como tenho Catsaridafobia (fobia de baratas), ver esse filme faria muito sentido pra mim. ¬¬
=)
Juntos Pelo Acaso
3.6 1,7K Assista AgoraUm dos poucos filmes de comédia romântica que desejo ver. Esse parece ser superior aos outros. Confio na opinião dos Filmowres. :)
Homem-Aranha 3
3.1 1,5K Assista AgoraA Globo estava dando altos cortes bruscos no filme.