"Annie: Oh, Paul, what a poet you are." Eu: Oooown, essa Annie não é uma fofa? Tão carinhos... "Annie: You murdered my Misery!" Eu: *silêncio boquiaberto de 5 segundos* Ok...vou ali comprar cigarros e já volto.
"- Does this look like "gub" or "gun"? - Gun. See? But what does "abt" mean? - It's "act". A-C-T. Act natural. Please put fifty thousand dollars into this bag and act natural. - Oh, I see. This is a holdup?"
É claro que fiquei enojado com o grotesco presente no filme, afinal a intenção do diretor em incluir esses momentos é justamente a de chocar, porém confesso que não fiquei tão abalado assim (quem já viu Saló consegue ver qualquer porra, acredito eu) e inclusive fiquei encantado com o filme devido à direção do húngaro Gyorgy Palfi, que faz transições entre uma cena e outra sensacionais e movimentos de câmera interessantes de se analisar. O grande problema do filme para mim sem dúvidas é a temática. É possível perceber algumas críticas à natureza humana, principalmente no segundo segmento, porém sinto que o filme é um pouco vazio ao se apoiar demais no grotesco e na montagem impressionante. Ainda assim, Taxidermia é um exemplar que vale ser conferido do bom e velho cinema pensado fora da caixa.
E Sua Mãe Também é mais do que um road movie, mais do que um triângulo amoroso, é uma poesia cinematográfica que tem a coragem de abraçar interpretações diversas: desde crítica social à situação política mexicana à estudo filosófico sobre aspectos da vida humana como amizade, sexualidade e liberdade. Isso sob a belíssima fotografia de Emmanuel Lubezki e atuações inspiradas do trio principal, dando vida à três dos personagens mais humanos a serem vistos em tela; três personagens que entre acertos e erros em sua jornada (não apenas literal, mas também espiritual) buscam a felicidade em um relacionamento que oscila entre o egoísmo e a empatia, entre o sensual e o impotente, entre o cada vez mais impossível eterno e o cada vez mais próximo efêmero.
Um filme que transborda adrenalina graças à direção de John Woo permeada por cenas de ação que usam e abusam do slow motion e um plano-sequência (no hospital) que certamente é bastante estudado em escolas de cinema, ou deveria, pelo menos. Destaque também para a atuação da dupla de protagonistas interpretados por Chow Yun Fat e Tony Leug, cujo carisma de ambos permite que o espectador não apenas se importe com eles como seguram a trama em momentos que Woo peca na direção, além do fato do entrosamento entre os atores renderem momentos de humor que funcionam durante boa parte da projeção. Em suma, Hard Boiled é uma obra recomendadíssima para quem procura um filme de ação simples, mas bem realizado e com os devidos méritos cinematográficos.
Vencedor do prêmio de direção no Festival de Cannes, O Dragão da Maldade... é mais uma típica obra hermética da filmografia de Glauber Rocha, desta vez acompanhada por uma belíssima fotografia colorida (substituindo o P&B de filmes anteriores igualmente belo) à serviço de uma narrativa indigesta aos espectadores mais impacientes, mas recompensadora àqueles sempre dispostos a experiências que fogem do universo cinematográfico convencional. A conclusão da jornada do lendário cangaceiro Antônio das Mortes (anteriormente estabelecida em Deus e o Diabo na Terra do Sol) é carregada de alegorias e simbolismos religiosos, críticas políticas ácidas, personagens de estado de espírito caótico e manifestações da típica cultura brasileira que só corroboram para criar a atmosfera "glauberiana" tradicional. Junte à equação os enquadramentos e composições de alto valor estético e assim teremos em mãos, como o próprio diretor descreve: "uma espécie assim de se cruzar John Ford com Jean Vigo e com Eisenstein." Cruzamento que mudou para sempre a história de nosso cinema.
Agora que estou com meu ingresso garantido, passarei bem longe dessa página. Vejo vocês novamente depois de assistir o melhor filme de super-heróis do ano (ou não). #TeamCap
O ser humano é moralmente complexo, podendo cometer atos de bondade, maldade e ainda atos impossíveis de serem encaixados em rótulos tão limitadores quanto bom e mau. E é sobre essa impossibilidade de rotular nossos atos que Biutiful trata. Acompanhamos a trajetória de Uxbal, pai de família que ganha a vida como um criminoso de baixo escalão intermediando negociações envolvendo mão-de-obra escrava oferecida por um bandido chinês de igual insignificância. Então o protagonista recebe a notícia de um câncer, que o faz repensar suas atitudes. Isso nas ruas de uma Barcelona suja e fria, mas que ganha um aspecto belo graças ao trabalho de fotografia de Rodrigo Prieto, que só tem a colaborar para a construção temática e narrativa da obra, cuja proposta artística (refletida no próprio título escrito erroneamente, mas da maneira como se fala) é mostrar o que existe de mais belo naqueles que se localizam à margem da sociedade por mais que suas vidas sejam permeadas por um estado de espírito melancólico e raivoso à espera de um colapso redentor. Javier Bardem dispensa elogios encarando um homem bom em suas intenções e em seu interior, mas que é incapaz de fazer boas ações por conta das circunstâncias e do violento contexto que desde cedo foi inserido. A entrega do ator aqui é algo exemplar: sempre com os ombros curvados, andar pesado e um olhar que deixa transparecer um sofrimento que só se equipara ao de sua ex-esposa bipolar (interpretada por Maricel Álvarez) que se prostitui não como uma forma de se sustentar financeiramente, mas como uma forma de tornar sua existência suportável. Se Iñárritu consegue desenvolver muito bem Uxbal e sua família, o mesmo não pode ser dito sobre os personagens periféricos, como os imigrantes chineses e senegaleses, deslocados em relação ao resto do filme. Deslocada também é a mediunidade do protagonista, que serve como ponte para estabelecer uma espécie de espiritualidade, que mesmo rendendo planos interessantes de se apreciar, também é responsável por uma artificialidade preocupantemente presente na filmografia do cineasta mexicano. Biutiful está longe de ser a obra pela qual Alejandro G. Iñárritu será lembrado, mas ainda assim é uma surpresa agradável em sua filmografia, ou melhor dizendo, uma "bunita" surpresa.
Às vezes eu esqueço como o Bruce Willis consegue atuar bem nas mãos de um diretor competente. Obrigado por me lembrar disso, Terry Gilliam. Fora o supracitado carequinha, destaco Brad Pitt, naquela que talvez seja a primeira grande atuação da carreira e a direção de Gilliam é outro show a parte, sempre preocupada com o primor visual e estético, mas nunca descartando o conteúdo por completo. Aliás, esse talvez seja o filme em que o conteúdo mais sobressai em toda a filmografia do ex-Monty Python, com uma narrativa que disserta acerca do fim da humanidade e de como estamos fadados a nos autodestruirmos através da alienação, utilizando da ficção científica como pano de fundo para fazer tal crítica social, aspecto que vêm desde a tradição literária e que aqui é brilhantemente honrado pelo mais azarado dos cineastas (procure informações sobre os bastidores dos filmes dele que você vai entender porque ele merece essa alcunha). 12 Macacos é um filme realmente difícil de se racionalizar em diversos momentos, mas também deveras recompensador para os espectadores mais pacientes e com intenções de vislumbrar algum material mais desafiador intelectualmente falando do que o padrão hollywoodiano.
Imagine um filme com a violência utilizada como estética de Tarantino (De Palma também serve) e os planos sutis e detalhistas de Wong Kar-Wai. Assim pode ser descrito Fogos de Artifício, obra máxima de Takeshi Kitano. Nela, conhecemos a história de Nishi, detetive que larga a polícia após seu parceiro ser baleado. Sendo que anteriormente o protagonista havia recebido a notícia de que sua esposa tem uma doença terminal. É aí que entram as sutilezas. Takeshi consegue construir uma obra sobre renascimento fugindo completamente do clichê; a começar pela fotografia, que opta pelo uso de uma palheta de cores mais frias e azuladas, não tendo de depender inteiramente de recursos como atuações melodramáticas, algo completamente ausente aqui, e trilha sonora carregada de emoções artificiais para construir o estado de espírito da obra. Falando na trilha, ela merece destaque. Joe Hisaishi faz aqui um trabalho tão competente quanto aqueles da sua parceria com Miyazaki nos entregando alguns dos temas mais belo da sua carreira. Sobre a temática, vale reforçar que apesar do filme falar sobre pessoas aprendendo e reaprendendo a ver de novo beleza na vida, Hanabi não é um livro de auto-ajuda em forma de audiovisual, mas sim uma pintura melancólica e consequentemente dolorosa de se apreciar, muito por conta das situações vividas pelos personagens, culminando na última cena, talvez a mais devastadora de toda a projeção ainda que minimalista como o restante da película.
Se obras como Closer e Vicky Cristina Barcelona são "quadradas" demais, até pelo fato de contarem com veteranos na direção, Amores Imaginários vai na direção contrária, se tornando o grande filme sobre triângulos amorosos da geração atual, com todos os trejeitos e vícios das relações amorosas contemporâneas encaixando perfeitamente com os trejeitos e vícios de um cineasta contemporâneo, ainda em início de carreira, vale notar. Acompanhamos a trajetória de Francis e Marie, dois amigos que após o entrar de uma terceira pessoa em suas vidas, iniciam uma disputa por ela em meio a devaneios e fantasias sexuais acompanhadas frequentemente por uma câmera lenta que peca por ser excessiva, já que o uso da técnica não é apenas exaustivo como também anestesia o expectador de conseguir se envolver emocionalmente com os personagens e seus dilemas, tal como Dolan provavelmente pretendia. Esses tropeços, porém, não tiram o brilhantismo do canadense no que diz respeito à escolha de planos, figurino, palheta de cores e do roteiro muito bem decupado que trabalha com conceitos que retomam o interesse do expectador pelos personagens quase perdido pela já citada câmera lenta. E para finalizar, vale deixar registrado que a trilha sonora me deixou com vontade de comprar o CD da mesma; se tem um diretor que sabe escolher muito bem trilha para os filmes, esse diretor é Xavier Dolan.
Fale com Ela
4.2 1,0K*no meio do filme*
Acho que depois vou comentar algo no Filmow do tipo "na vida, eu sou o Benigno".
*acaba o filme*
Hã...deixa pra lá.
Violência Gratuita
3.8 739Não pisca pra mim, seu psicopata filho da puta!
Rebeldia Indomável
4.1 106"Liberdade: palavra que o sonho humano alimenta
Não há ninguém que explique, nem ninguém que não entenda".
Cecília Meireles
Fausto
4.3 129"Liebe."
O Tango de Satã
4.3 139Só segura na mão do Béla Tarr e vai.
Louca Obsessão
4.1 1,3K"Annie: Oh, Paul, what a poet you are."
Eu: Oooown, essa Annie não é uma fofa? Tão carinhos...
"Annie: You murdered my Misery!"
Eu: *silêncio boquiaberto de 5 segundos* Ok...vou ali comprar cigarros e já volto.
Mulan
4.2 1,1K Assista AgoraMoldou o caráter de muita feminista por aí.
Um Assaltante Bem Trapalhão
3.7 93"- Does this look like "gub" or "gun"?
- Gun. See? But what does "abt" mean?
- It's "act". A-C-T. Act natural. Please put fifty thousand dollars into this bag and act natural.
- Oh, I see. This is a holdup?"
Taxidermia: Histórias Grotescas
3.4 345 Assista AgoraÉ claro que fiquei enojado com o grotesco presente no filme, afinal a intenção do diretor em incluir esses momentos é justamente a de chocar, porém confesso que não fiquei tão abalado assim (quem já viu Saló consegue ver qualquer porra, acredito eu) e inclusive fiquei encantado com o filme devido à direção do húngaro Gyorgy Palfi, que faz transições entre uma cena e outra sensacionais e movimentos de câmera interessantes de se analisar.
O grande problema do filme para mim sem dúvidas é a temática. É possível perceber algumas críticas à natureza humana, principalmente no segundo segmento, porém sinto que o filme é um pouco vazio ao se apoiar demais no grotesco e na montagem impressionante.
Ainda assim, Taxidermia é um exemplar que vale ser conferido do bom e velho cinema pensado fora da caixa.
E Sua Mãe Também
4.0 519E Sua Mãe Também é mais do que um road movie, mais do que um triângulo amoroso, é uma poesia cinematográfica que tem a coragem de abraçar interpretações diversas: desde crítica social à situação política mexicana à estudo filosófico sobre aspectos da vida humana como amizade, sexualidade e liberdade. Isso sob a belíssima fotografia de Emmanuel Lubezki e atuações inspiradas do trio principal, dando vida à três dos personagens mais humanos a serem vistos em tela; três personagens que entre acertos e erros em sua jornada (não apenas literal, mas também espiritual) buscam a felicidade em um relacionamento que oscila entre o egoísmo e a empatia, entre o sensual e o impotente, entre o cada vez mais impossível eterno e o cada vez mais próximo efêmero.
Fervura Máxima
4.1 111Um filme que transborda adrenalina graças à direção de John Woo permeada por cenas de ação que usam e abusam do slow motion e um plano-sequência (no hospital) que certamente é bastante estudado em escolas de cinema, ou deveria, pelo menos.
Destaque também para a atuação da dupla de protagonistas interpretados por Chow Yun Fat e Tony Leug, cujo carisma de ambos permite que o espectador não apenas se importe com eles como seguram a trama em momentos que Woo peca na direção, além do fato do entrosamento entre os atores renderem momentos de humor que funcionam durante boa parte da projeção. Em suma, Hard Boiled é uma obra recomendadíssima para quem procura um filme de ação simples, mas bem realizado e com os devidos méritos cinematográficos.
Aquarius
4.2 1,9KBoicotar filme do Michael Bay ninguém quer, né?
O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro
4.1 135 Assista AgoraVencedor do prêmio de direção no Festival de Cannes, O Dragão da Maldade... é mais uma típica obra hermética da filmografia de Glauber Rocha, desta vez acompanhada por uma belíssima fotografia colorida (substituindo o P&B de filmes anteriores igualmente belo) à serviço de uma narrativa indigesta aos espectadores mais impacientes, mas recompensadora àqueles sempre dispostos a experiências que fogem do universo cinematográfico convencional.
A conclusão da jornada do lendário cangaceiro Antônio das Mortes (anteriormente estabelecida em Deus e o Diabo na Terra do Sol) é carregada de alegorias e simbolismos religiosos, críticas políticas ácidas, personagens de estado de espírito caótico e manifestações da típica cultura brasileira que só corroboram para criar a atmosfera "glauberiana" tradicional. Junte à equação os enquadramentos e composições de alto valor estético e assim teremos em mãos, como o próprio diretor descreve: "uma espécie assim de se cruzar John Ford com Jean Vigo e com Eisenstein." Cruzamento que mudou para sempre a história de nosso cinema.
Vidas sem Destino
3.7 659Harmony Korine provando que não é só David Lynch que sabe usar Roy Orbison a seu favor.
Capitão América: Guerra Civil
3.9 2,4KAgora que estou com meu ingresso garantido, passarei bem longe dessa página. Vejo vocês novamente depois de assistir o melhor filme de super-heróis do ano (ou não).
#TeamCap
Gladiador
4.2 1,7K Assista Agora"O que fazemos na vida ecoa na eternidade."
- Máximus Décimus Meridius
"Eu não sou piedoso?"
-Commodus
"É assim que meu fusca anda!"
- Bárbaro anônimo boladão
Biutiful
4.0 1,1KO ser humano é moralmente complexo, podendo cometer atos de bondade, maldade e ainda atos impossíveis de serem encaixados em rótulos tão limitadores quanto bom e mau. E é sobre essa impossibilidade de rotular nossos atos que Biutiful trata.
Acompanhamos a trajetória de Uxbal, pai de família que ganha a vida como um criminoso de baixo escalão intermediando negociações envolvendo mão-de-obra escrava oferecida por um bandido chinês de igual insignificância. Então o protagonista recebe a notícia de um câncer, que o faz repensar suas atitudes. Isso nas ruas de uma Barcelona suja e fria, mas que ganha um aspecto belo graças ao trabalho de fotografia de Rodrigo Prieto, que só tem a colaborar para a construção temática e narrativa da obra, cuja proposta artística (refletida no próprio título escrito erroneamente, mas da maneira como se fala) é mostrar o que existe de mais belo naqueles que se localizam à margem da sociedade por mais que suas vidas sejam permeadas por um estado de espírito melancólico e raivoso à espera de um colapso redentor.
Javier Bardem dispensa elogios encarando um homem bom em suas intenções e em seu interior, mas que é incapaz de fazer boas ações por conta das circunstâncias e do violento contexto que desde cedo foi inserido. A entrega do ator aqui é algo exemplar: sempre com os ombros curvados, andar pesado e um olhar que deixa transparecer um sofrimento que só se equipara ao de sua ex-esposa bipolar (interpretada por Maricel Álvarez) que se prostitui não como uma forma de se sustentar financeiramente, mas como uma forma de tornar sua existência suportável.
Se Iñárritu consegue desenvolver muito bem Uxbal e sua família, o mesmo não pode ser dito sobre os personagens periféricos, como os imigrantes chineses e senegaleses, deslocados em relação ao resto do filme. Deslocada também é a mediunidade do protagonista, que serve como ponte para estabelecer uma espécie de espiritualidade, que mesmo rendendo planos interessantes de se apreciar, também é responsável por uma artificialidade preocupantemente presente na filmografia do cineasta mexicano.
Biutiful está longe de ser a obra pela qual Alejandro G. Iñárritu será lembrado, mas ainda assim é uma surpresa agradável em sua filmografia, ou melhor dizendo, uma "bunita" surpresa.
Os 12 Macacos
3.9 1,1K Assista AgoraÀs vezes eu esqueço como o Bruce Willis consegue atuar bem nas mãos de um diretor competente. Obrigado por me lembrar disso, Terry Gilliam.
Fora o supracitado carequinha, destaco Brad Pitt, naquela que talvez seja a primeira grande atuação da carreira e a direção de Gilliam é outro show a parte, sempre preocupada com o primor visual e estético, mas nunca descartando o conteúdo por completo. Aliás, esse talvez seja o filme em que o conteúdo mais sobressai em toda a filmografia do ex-Monty Python, com uma narrativa que disserta acerca do fim da humanidade e de como estamos fadados a nos autodestruirmos através da alienação, utilizando da ficção científica como pano de fundo para fazer tal crítica social, aspecto que vêm desde a tradição literária e que aqui é brilhantemente honrado pelo mais azarado dos cineastas (procure informações sobre os bastidores dos filmes dele que você vai entender porque ele merece essa alcunha).
12 Macacos é um filme realmente difícil de se racionalizar em diversos momentos, mas também deveras recompensador para os espectadores mais pacientes e com intenções de vislumbrar algum material mais desafiador intelectualmente falando do que o padrão hollywoodiano.
Carrie, a Estranha
3.7 1,4K Assista AgoraHm...o nome da escola da Carrie é Bates High School. De Palma, De Palma, seu cinéfilo danadinho.
Precisamos Falar Sobre o Kevin
4.1 4,2KEntão é assim que seria o bebê de Rosemary se tivéssemos visto ele crescer...
Fogos de Artifício
4.0 77Imagine um filme com a violência utilizada como estética de Tarantino (De Palma também serve) e os planos sutis e detalhistas de Wong Kar-Wai. Assim pode ser descrito Fogos de Artifício, obra máxima de Takeshi Kitano.
Nela, conhecemos a história de Nishi, detetive que larga a polícia após seu parceiro ser baleado. Sendo que anteriormente o protagonista havia recebido a notícia de que sua esposa tem uma doença terminal.
É aí que entram as sutilezas. Takeshi consegue construir uma obra sobre renascimento fugindo completamente do clichê; a começar pela fotografia, que opta pelo uso de uma palheta de cores mais frias e azuladas, não tendo de depender inteiramente de recursos como atuações melodramáticas, algo completamente ausente aqui, e trilha sonora carregada de emoções artificiais para construir o estado de espírito da obra. Falando na trilha, ela merece destaque. Joe Hisaishi faz aqui um trabalho tão competente quanto aqueles da sua parceria com Miyazaki nos entregando alguns dos temas mais belo da sua carreira.
Sobre a temática, vale reforçar que apesar do filme falar sobre pessoas aprendendo e reaprendendo a ver de novo beleza na vida, Hanabi não é um livro de auto-ajuda em forma de audiovisual, mas sim uma pintura melancólica e consequentemente dolorosa de se apreciar, muito por conta das situações vividas pelos personagens, culminando na última cena, talvez a mais devastadora de toda a projeção ainda que minimalista como o restante da película.
Amores Imaginários
3.8 1,5KSe obras como Closer e Vicky Cristina Barcelona são "quadradas" demais, até pelo fato de contarem com veteranos na direção, Amores Imaginários vai na direção contrária, se tornando o grande filme sobre triângulos amorosos da geração atual, com todos os trejeitos e vícios das relações amorosas contemporâneas encaixando perfeitamente com os trejeitos e vícios de um cineasta contemporâneo, ainda em início de carreira, vale notar.
Acompanhamos a trajetória de Francis e Marie, dois amigos que após o entrar de uma terceira pessoa em suas vidas, iniciam uma disputa por ela em meio a devaneios e fantasias sexuais acompanhadas frequentemente por uma câmera lenta que peca por ser excessiva, já que o uso da técnica não é apenas exaustivo como também anestesia o expectador de conseguir se envolver emocionalmente com os personagens e seus dilemas, tal como Dolan provavelmente pretendia.
Esses tropeços, porém, não tiram o brilhantismo do canadense no que diz respeito à escolha de planos, figurino, palheta de cores e do roteiro muito bem decupado que trabalha com conceitos que retomam o interesse do expectador pelos personagens quase perdido pela já citada câmera lenta. E para finalizar, vale deixar registrado que a trilha sonora me deixou com vontade de comprar o CD da mesma; se tem um diretor que sabe escolher muito bem trilha para os filmes, esse diretor é Xavier Dolan.
Elena
4.2 1,3KTalvez o filme mais pessoal da história do cinema brasileiro.
Deadpool
4.0 3,0KRyan Reynolds comprovando que todo mundo merece uma segunda chance.