O filme é bom, mas dos cinco que vi, não o elegeria como o melhor de Rohmer - como a nota alta aqui pode sugerir. Amor à tarde sem dúvida foi o melhor que vi, seguido por A Colecionadora.
Ainda me impressiona ver como o cinema brasileiro no século XX era ruim. Só chanchadas, literalmente: umas frases espirituosas aqui e ali, uns nudes, atuações meia-boca da maioria do elenco e a velha exploração da Miséria S.A. que é este país. Verdade seja dita, Zé Wilker e Betty Faria mandaram bem em seus papéis, mas enredo e roteiro são tão confusos quanto a América Central. Mas se eu tivesse algum compromisso com a crítica, reconheceria o valor histórico e a fotografia bonita do país. Alguns filmes de que gosto tiveram clara inspiração no filme e nas suas personagens. Impossível, por exemplo, não ver que Seziom d'O Homem que Desafiou o Diabo é inspirado em Zé da Luz.
Enredo e fotografia muito bons, mas o roteiro deixou a desejar. O filme realmente tem uma trama de mistério e suspense muito bem tecida, mas o roteiro é um quebra-cabeça quase hermético - até pra quem curte o estilo, como eu.
Excelente filme. Só mesmo uma direção magistral para tornar um "drama familiar" algo mais, e é o que temos aqui. Gosto muito dos jogos de câmera que são bem utilizados aqui: é como um lembrete que nos relembra de que há outras perspectivas em cena, nunca apenas a que está defronte de nós. Também fico feliz quando exploram as neuras e paranóias que nos fazem tão humanos: medos ridículos, apegos exacerbados a outras pessoas e crenças variadas...que criaturinha o ser humano é!
Um pornô softcore com um enredo bem mais ou menos. Pareceu-me uma miscelânea de conceitos e de referências, sem dizer muito. Incrível como a fotografia pareceu a dos filmes de Sean Baker (Projeto Flórida e Tangerine).
É esse o tipo de filme que quero ver na véspera de um feriado, à noite, com quem escolhi compartilhar a vida. Drama na medida certa, aquele tempero de utopia/distopia high tech, trilha sonora memorável e uma linda fotografia, tudo em perfeita sintonia. Estou grato, pois nem sempre é fácil achar filmes tão palatáveis como esse.
Ok, esse não é o primeiro filme "viajado" que eu vejo na vida, então não preciso me prolongar nesse quesito. O que gostei: as poucas e marcantes músicas e a linda fotografia. O que não gostei: da história.
Olha, não é um filme ruim...mas é como se fosse um filme incompleto. Fiquei pensando em Titane (2022) e no que eles se parecem e se distanciam. Aquele é completo, tem história, profundidade, fotografia e trilha sonora. Não são exatamente sobre a mesma coisa, mas comungam de algumas questões e da estética "body horror". Crimes do Futuro, pra mim já começou errando pelo título: cadê os crimes? Sei lá... Eu gostei de Kristen Stewart aqui...achei as atuações boas, de modo geral. "Cirurgia é o novo sexo", ok, talvez seja mesmo. Manipular o corpo parece que se tornou uma compulsão da sociedade contemporânea, a começar pela profusão de tatuagens, piercings e procedimentos estéticos, enquanto há estudos que dizem que nunca se fez tão pouco sexo (algo contrário do que se garganteia no twitter). Confesso que gostei da história de que a evolução levaria os humanos a se alimentarem de plásticos, esses despojos não biodegradáveis. Mas senti falta de certa sofisticação ou elegância, algo que está presente no filme de Julia Ducournau.
Chungking Express é um dos meus filmes favoritos da vida e In the Mood for Love é inesquecível, porém desse eu não gostei muito. Acho que foi o roteiro que me desagradou um pouco, assim como a fotografia (as imagens do futuro me causaram real incômodo).
O filme não é ruim...só não é bom. Os primeiros 30min quase me fizeram desistir; tudo muito apressado. A história é espetacular, por sua vez. Ah se fizessem uma série com isso...
Filmão jurídico pra inspirar pessoas a serem advogados criminais. Eu caí nessa lá atrás, com Advogado do Diabo e outros. Deu ruim. Porém o caso do filme é muito interessante, tanto de uma perspectiva teórica, quanto de uma prática, pois a Justiça deve servir para que as pessoas sintam a sua eficácia, caso contrário podemos nos sentir estimulados a "fazermos justiça" por conta própria, custe o que custar. E aí descambamos para a barbárie.
Fui tranquilo e me deparei com um dos melhores filmes que já vi na vida. Antes de mais nada, essa foi a melhor atuação que já testemunhei: Liv Ullmann é um acontecimento. Ainda estou impactado e me faltam as palavras, pois vi há cerca de uma hora, mas os retratos dos sonhos (eu que sou fã de Lynch) foi uma das coisas mais magníficas que já vi no cinema. Algo digno de ser chamado de arte! Não me lembro de ter ficado em transe de concentração por nada nos últimos dez anos. Esse filme me deixou assim da metade em diante. Eu queria absorver tudo aquilo que via na tela. Tantas questões abordadas que dizem respeito à nossa humanidade...acho que esse filme revela a grandeza de um cineasta e de uma atriz. É o que posso dizer por ora.
É uma bomba, galera. Na boa mesmo. Mas acho que as partes envolvidas não tiveram a pretensão de fazer algo além de um suspensezinho padrão "Supercine" - exceto pela inspiração em Black Mirror, que em nada melhorou o quadro geral, credo. Fiquei me perguntando quanto os atores recebem para atuar nesses filmes. Certamente o suficiente para aceitarem, porém não tanto para entregarem boas atuações (Anne Hathaway está sofrível).
Esses nórdicos sabem como ninguém abordar a moral em seus filmes. Mais uma pérola esse aqui. O grande fardo de ser humano é que, inevitavelmente, somos seres morais: quer nossa conduta seja escusável ou não (e um perigo iminente que ponha em risco a nossa vida é uma dessas hipóteses), as consequências sempre virão, seja de fora seja de dentro. Nossa consciência sempre nos fará pagar, mas a sociedade também não deixará por menos. O que é pior? Filme excelente!
Filme icônico. Sempre lembro de uma frase de Kléber Mendonça Filho, desde que a li: cinema é foto. E, acrescento, é som. Pois algumas cenas, frases e música desse filme estão ecoando em minha mente desde que o vi, no sábado passado. Muita beleza! Sem dúvida alguns dos memoráveis sucessos contemporâneos do Ocidente beberam dessa obra. Vim de In the Mood for Love e já anseio por ver Fallen Angels.
Só pela fotografia esse filme já mereceria um Óscar. A vontade que tive foi a de mergulhar na tela da tv para viver aquelas lindas paisagens nipônicas. Que localidades bonitas, aquelas.
Adorei o enredo: como o casal desenvolveu uma linguagem para tentar superar seu maior trauma; como Yusuke renunciou a si mesmo e à relação deles ao ignorar deliberadamente o ato de sua companheira que o magoou; e como uma motorista de poucas palavras conseguiu conduzi-lo à reflexão essencial: não se pode renegar à própria humanidade sob qualquer pretexto.
Ao escolher fechar os olhos e ser indiferente, Yusuke acabou se retirando da relação, apesar do corpo presente, perdendo, assim, o fio da trama tecido por sua companheira.
É preciso ser demasiadamente humano para aceitar o outro, que é sempre imperfeito, para perdoá-lo e poder seguir em frente.
Queria ser mais indulgente com esse filme...mas ele é ruim de enredo, não tem jeito. A fotografia é linda, e o roteiro é bom. Mas de história mesmo, é pobre. Num esforço eu até poderia traçar alguns paralelos com filmes como Titane e A Bruxa (como bem lembrado pelo comentarista abaixo). Mas naqueles há um enredo primoroso, o que os torna marcantes. Lamb, por sua vez, é um filme absolutamente esquecível. Queria que fosse algo além de uma caricatura ou do paroxismo das relações entre humanos e bichos, mas não enxerguei nada.
Seguirei assistindo aos filmes de Almodóvar: ele tem crédito. Porém esse foi o mais fraco que ele já fez (que eu tenha visto). Faltou enredo e o roteiro parece que foi feito a facão. Todavia, lindas cores, utensílios domésticos e mulheres. Gosto!
O Raio Verde
4.1 87O filme é bom, mas dos cinco que vi, não o elegeria como o melhor de Rohmer - como a nota alta aqui pode sugerir.
Amor à tarde sem dúvida foi o melhor que vi, seguido por A Colecionadora.
Bye Bye Brasil
3.9 145 Assista AgoraAinda me impressiona ver como o cinema brasileiro no século XX era ruim. Só chanchadas, literalmente: umas frases espirituosas aqui e ali, uns nudes, atuações meia-boca da maioria do elenco e a velha exploração da Miséria S.A. que é este país.
Verdade seja dita, Zé Wilker e Betty Faria mandaram bem em seus papéis, mas enredo e roteiro são tão confusos quanto a América Central.
Mas se eu tivesse algum compromisso com a crítica, reconheceria o valor histórico e a fotografia bonita do país. Alguns filmes de que gosto tiveram clara inspiração no filme e nas suas personagens. Impossível, por exemplo, não ver que Seziom d'O Homem que Desafiou o Diabo é inspirado em Zé da Luz.
Cidadão Klein
4.0 22Enredo e fotografia muito bons, mas o roteiro deixou a desejar.
O filme realmente tem uma trama de mistério e suspense muito bem tecida, mas o roteiro é um quebra-cabeça quase hermético - até pra quem curte o estilo, como eu.
The Humans
3.4 44 Assista AgoraExcelente filme.
Só mesmo uma direção magistral para tornar um "drama familiar" algo mais, e é o que temos aqui.
Gosto muito dos jogos de câmera que são bem utilizados aqui: é como um lembrete que nos relembra de que há outras perspectivas em cena, nunca apenas a que está defronte de nós.
Também fico feliz quando exploram as neuras e paranóias que nos fazem tão humanos: medos ridículos, apegos exacerbados a outras pessoas e crenças variadas...que criaturinha o ser humano é!
Pleasure
3.4 113 Assista AgoraUm pornô softcore com um enredo bem mais ou menos.
Pareceu-me uma miscelânea de conceitos e de referências, sem dizer muito.
Incrível como a fotografia pareceu a dos filmes de Sean Baker (Projeto Flórida e Tangerine).
Estradeiros
3.3 3Ruim.
Não via a hora de acabar.
Apesar de ser um tema intrigante, o filme é ruim mesmo.
É isso.
Marjorie Prime
3.4 43 Assista AgoraÉ esse o tipo de filme que quero ver na véspera de um feriado, à noite, com quem escolhi compartilhar a vida.
Drama na medida certa, aquele tempero de utopia/distopia high tech, trilha sonora memorável e uma linda fotografia, tudo em perfeita sintonia.
Estou grato, pois nem sempre é fácil achar filmes tão palatáveis como esse.
Memória
3.5 64 Assista AgoraOk, esse não é o primeiro filme "viajado" que eu vejo na vida, então não preciso me prolongar nesse quesito.
O que gostei: as poucas e marcantes músicas e a linda fotografia.
O que não gostei: da história.
Continência ao Amor
3.2 322 Assista AgoraPor que esse filme tem capa e título que me remetem àqueles clipes deploráveis do Kwai?
Crimes do Futuro
3.2 265 Assista AgoraOlha, não é um filme ruim...mas é como se fosse um filme incompleto.
Fiquei pensando em Titane (2022) e no que eles se parecem e se distanciam.
Aquele é completo, tem história, profundidade, fotografia e trilha sonora.
Não são exatamente sobre a mesma coisa, mas comungam de algumas questões e da estética "body horror".
Crimes do Futuro, pra mim já começou errando pelo título: cadê os crimes? Sei lá...
Eu gostei de Kristen Stewart aqui...achei as atuações boas, de modo geral.
"Cirurgia é o novo sexo", ok, talvez seja mesmo. Manipular o corpo parece que se tornou uma compulsão da sociedade contemporânea, a começar pela profusão de tatuagens, piercings e procedimentos estéticos, enquanto há estudos que dizem que nunca se fez tão pouco sexo (algo contrário do que se garganteia no twitter).
Confesso que gostei da história de que a evolução levaria os humanos a se alimentarem de plásticos, esses despojos não biodegradáveis.
Mas senti falta de certa sofisticação ou elegância, algo que está presente no filme de Julia Ducournau.
2046: Os Segredos do Amor
4.0 151 Assista AgoraChungking Express é um dos meus filmes favoritos da vida e In the Mood for Love é inesquecível, porém desse eu não gostei muito.
Acho que foi o roteiro que me desagradou um pouco, assim como a fotografia (as imagens do futuro me causaram real incômodo).
Todo o Dinheiro do Mundo
3.3 229 Assista AgoraO filme tem umas boas sacadas do velho Getty sobre dinheiro, poder e liberdade...e só.
Enredo e roteiro são meio mixurucas.
Em Ritmo de Fuga
4.0 1,9K Assista AgoraNão é ruim, mas passa longe de ser bom.
Mentiroso, cheio de clichês, romance bobo...boa trilha sonora, Jamie Foxx, Jon Hamm.
Padrão Tela Quente.
O Soldado que Não Existiu
3.4 72 Assista AgoraO filme não é ruim...só não é bom. Os primeiros 30min quase me fizeram desistir; tudo muito apressado.
A história é espetacular, por sua vez.
Ah se fizessem uma série com isso...
O Caso Collini
3.7 59 Assista AgoraFilmão jurídico pra inspirar pessoas a serem advogados criminais.
Eu caí nessa lá atrás, com Advogado do Diabo e outros. Deu ruim.
Porém o caso do filme é muito interessante, tanto de uma perspectiva teórica, quanto de uma prática, pois a Justiça deve servir para que as pessoas sintam a sua eficácia, caso contrário podemos nos sentir estimulados a "fazermos justiça" por conta própria, custe o que custar. E aí descambamos para a barbárie.
Face a Face
4.2 131Fui tranquilo e me deparei com um dos melhores filmes que já vi na vida.
Antes de mais nada, essa foi a melhor atuação que já testemunhei: Liv Ullmann é um acontecimento.
Ainda estou impactado e me faltam as palavras, pois vi há cerca de uma hora, mas os retratos dos sonhos (eu que sou fã de Lynch) foi uma das coisas mais magníficas que já vi no cinema. Algo digno de ser chamado de arte!
Não me lembro de ter ficado em transe de concentração por nada nos últimos dez anos. Esse filme me deixou assim da metade em diante. Eu queria absorver tudo aquilo que via na tela.
Tantas questões abordadas que dizem respeito à nossa humanidade...acho que esse filme revela a grandeza de um cineasta e de uma atriz.
É o que posso dizer por ora.
Calmaria
2.5 242 Assista AgoraÉ uma bomba, galera. Na boa mesmo.
Mas acho que as partes envolvidas não tiveram a pretensão de fazer algo além de um suspensezinho padrão "Supercine" - exceto pela inspiração em Black Mirror, que em nada melhorou o quadro geral, credo.
Fiquei me perguntando quanto os atores recebem para atuar nesses filmes. Certamente o suficiente para aceitarem, porém não tanto para entregarem boas atuações (Anne Hathaway está sofrível).
Força Maior
3.6 241Esses nórdicos sabem como ninguém abordar a moral em seus filmes. Mais uma pérola esse aqui.
O grande fardo de ser humano é que, inevitavelmente, somos seres morais: quer nossa conduta seja escusável ou não (e um perigo iminente que ponha em risco a nossa vida é uma dessas hipóteses), as consequências sempre virão, seja de fora seja de dentro.
Nossa consciência sempre nos fará pagar, mas a sociedade também não deixará por menos. O que é pior?
Filme excelente!
Amores Expressos
4.2 357 Assista AgoraFilme icônico.
Sempre lembro de uma frase de Kléber Mendonça Filho, desde que a li: cinema é foto. E, acrescento, é som.
Pois algumas cenas, frases e música desse filme estão ecoando em minha mente desde que o vi, no sábado passado. Muita beleza!
Sem dúvida alguns dos memoráveis sucessos contemporâneos do Ocidente beberam dessa obra.
Vim de In the Mood for Love e já anseio por ver Fallen Angels.
A Lenda do Cavaleiro Verde
3.6 475 Assista AgoraSe tiver um livro dessa porra (parece que tem) acho que vale a pena ler, pois do filme mesmo eu não entendi quase nada.
In Natura
3.5 40Assista com sua conje e ela lhe perguntará se "essas coisas" passam por sua cabeça.
Filme muito bom.
Drive My Car
3.8 386 Assista AgoraNão vi o tempo passar.
Só pela fotografia esse filme já mereceria um Óscar. A vontade que tive foi a de mergulhar na tela da tv para viver aquelas lindas paisagens nipônicas. Que localidades bonitas, aquelas.
Adorei o enredo: como o casal desenvolveu uma linguagem para tentar superar seu maior trauma; como Yusuke renunciou a si mesmo e à relação deles ao ignorar deliberadamente o ato de sua companheira que o magoou; e como uma motorista de poucas palavras conseguiu conduzi-lo à reflexão essencial: não se pode renegar à própria humanidade sob qualquer pretexto.
Ao escolher fechar os olhos e ser indiferente, Yusuke acabou se retirando da relação, apesar do corpo presente, perdendo, assim, o fio da trama tecido por sua companheira.
É preciso ser demasiadamente humano para aceitar o outro, que é sempre imperfeito, para perdoá-lo e poder seguir em frente.
Cordeiro
3.3 556 Assista AgoraQueria ser mais indulgente com esse filme...mas ele é ruim de enredo, não tem jeito.
A fotografia é linda, e o roteiro é bom. Mas de história mesmo, é pobre.
Num esforço eu até poderia traçar alguns paralelos com filmes como Titane e A Bruxa (como bem lembrado pelo comentarista abaixo). Mas naqueles há um enredo primoroso, o que os torna marcantes.
Lamb, por sua vez, é um filme absolutamente esquecível.
Queria que fosse algo além de uma caricatura ou do paroxismo das relações entre humanos e bichos, mas não enxerguei nada.
Mães Paralelas
3.7 411Seguirei assistindo aos filmes de Almodóvar: ele tem crédito.
Porém esse foi o mais fraco que ele já fez (que eu tenha visto).
Faltou enredo e o roteiro parece que foi feito a facão.
Todavia, lindas cores, utensílios domésticos e mulheres. Gosto!