Sem moralismo, mas também sem idealizar a prostituição, o filme é meio triste algumas vezes e em outras bem-humorado, com algumas necessárias e um tanto incômodas cenas de sexo explícito. As três atrizes trabalham bem e é especialmente agradável ver Juliette Binoche. Elles é sobre como a personagem dela se deixa afetar pelo trabalho de entrevistar estudantes que se prostituem, sobre a visão que ela desenvolve, e não sobre o cotidiano das prostitutas. Cumpre bem, mas não excepcionalmente, sua proposta.
Costumo me irritar quando falam demais em filmes e normalmente a narração de acontecimentos que eu estou vendo me faz fugir, mas o rapaz escritor adiciona sua própria visão, tão deliciosamente ácida, que eu fiquei ansiosa por cada novo capítulo. Ozon faz um filme bem divertido sobre como pessoas comuns podem ser patéticas, a construção da arte e o efeito que ela provoca.
É um filme elegante, ainda que traga um assunto espinhoso, triste e que tem a sempre perfeita Nicole Kidman (o close-up dela no teatro é uma das melhores cenas), mas eu não consegui sentir tanto quanto poderia a angústia de desejar alguém que está absolutamente fora do alcance.
Na época do lançamento, eu lembro de ter lido uma crítica comparando Birth a Morte em Veneza e favorecendo este (não posso opinar porque ainda não vi Morte em Veneza, nem sei se a comparação deveria ser feita). A crítica dizia também que Birth é forçado e apelativo, um ponto em que eu discordo.
Um grande de filme pouco famoso de um diretor muito famoso. Muitas vezes eu tive sonhos em que eu tentava voltar pra casa e tudo dava errado, então eu me vi no personagem. Pra mim não é comédia, é quase terror. Transmite uma sensação esquisita desde o início, mesmo que inicialmente as coisas pareçam normais, uma sensação sutil de pesadelo.
Claramente um filme feito para chocar, e conseguiu. Odiado por alguns e adorado por outros, basicamente pelo mesmo motivo. É um filme detestável, mas, na minha opinião, detestável como um filme de terror deve ser. O cinema de terror não pode fazer concessões, não pode querer nos poupar, deve ser cruel (e se tiver a grande atuação da carreira de Charlotte Gainsbourg, melhor ainda).
Detestei ver todos com cor de mijo no casamento, muito feio aquilo. Mas adoro Melancholia, pouca vezes eu senti com tanta força a depressão numa obra de arte e nunca a ideia de fim do mundo foi tão impactante. Melancholia, Antichrist e Dogville são os melhores dele, difícil escolher o melhor. Coincidentemente, ou nem tanto, os três têm atuações femininas marcantes (provavelmente a melhor atuação de Kirsten Dunst desde Entrevista com o vampiro).
Excelente história doentia, Almodóvar meio que dando uma de Mary Shelley. A primeira metade fica no nível apenas bom em que ele costuma se manter (não é um diretor genial). Depois, surpreendentemente, vira um entretenimento acima da média, por causa das revelações bizarras. Incorpora a esquisitice de Almodóvar, só que de forma contida, o que pode ou não ser melhor que o estilo escrachado. Provavelmente não funciona muito bem a partir da segunda vez, quando já não há mais surpresas.
Infelizmente eu achei as cenas de sexo engraçadas... Mas o filme é ótimo, por causa da estranheza da situação. O interesse deles parece vir do nada; quando eles se encontram pela primeira vez parecem fazer um acordo tácito de iniciar um caso e depois a relação continua sem desenvolvimento, o que não faz sentido e deveria enfraquecer o filme, mas tem o efeito oposto. Também é ótimo pela atuação de Juliette Binoche, como uma pessoa fria, cínica e triste, mas capaz de sentir afeto. A tragédia no final é um exagero que encerra o filme com perfeição.
Apesar da ideia aparentemente idiota, é um filme forte, no qual o terror está em perder o controle sobre o próprio corpo e o direito a exercer vontade própria. O pior que pode acontecer a um ser humano certamente não é a morte, e em situações assim tem sorte quem morre primeiro.
Acho engraçado o quanto as pessoas odeiam o filme por causa de sua premissa...
Irregular, o segundo ato não está no nível dos outros dois. A atuação de Saoirse Ronan e a trilha sonora são ótimas. Pelo menos é um pouco melhor que Orgulho e Preconceito.
Kristin Kreuk é linda, mas não é branca. Encheram a cara dela de maquiagem e lógico que não convence. Não é só o rosto dela, o filme é todo falso. Vale como curiosidade.
Adaptação sombria de um contos de fadas (que não é nada fofo) e sem um exagero de efeitos especiais. Bom filme, com destaque para Sigourney Weaver no papel da madrasta. Gostaria que fizessem mais filmes assim.
Assim como a versão de Kubrick, não aproveita toda a força da história, que é chocante demais para a maioria das pessoas. O resultando é um filme que poderia ser, que é só um pouco perturbador (foi o que eu pensei muito antes de ler o livro; eu assisti ao filme no cinema e o livro eu li ano passado). Será que um dia alguém terá coragem de realmente adaptar Lolita?
Lembro de ter adorado, mas foi há muito tempo. Pretendo rever. Guy Ritchie prometia muito, parecia que se tornaria um dos grandes, mas depois... O que aconteceu? Os últimos filmes dele que eu vi foram os terríveis Destino Insólito e Sherlock Holmes.
Começa engraçadinho. Se fosse assim até o fim, seria uma comédia boba, razoável e esquecível. Mas a partir do segundo ato, Guy Ritchie começa a se confundir com o tom do filme e se ele torna grotesco (no mau sentido). O terceiro ato me deixou atordoada (novamente no mau sentido), por causa da sua seriedade. Terminei me sentindo enganada.
Lembro que foi criticado por ser uma repetição do trabalho anterior dele. Também lembro de ter gostado bastante, ao mesmo tempo em que me incomodei um pouco com a repetição. Mas foi há muito tempo. Eu teria que rever os dois...
O trailer diz algo como "não acredito que adaptaram Lolita". Na verdade, NÃO adaptaram Lolita. O filme passa longe de ser igualmente subversivo, contundente e devastador (e um dos motivos é a escolha de uma atriz velha demais para interpretar Lo). Antes mesmo de ler o livro eu achei o filme apenas vagamente perturbador, uma versão diluída daquilo que pretendia ser.
Jovens fazem coisas como andar de bicicleta e se pesar, enquanto a história não parece ter proposta alguma. Depois de mais ou menos uma hora de tédio, eles têm uma experiência sexual fora do comum, que teria rendido bons conflitos, mas o filme continua sem justificar sua existência. Perto do fim o casal enfrenta um desentendimento, mas é tarde demais. O discurso sobre como as pessoas mudam aparece como conclusão e soa ridículo, porque as transformações e os relacionamentos não são desenvolvidos direito ao longo do filme.
Elas
3.2 162Sem moralismo, mas também sem idealizar a prostituição, o filme é meio triste algumas vezes e em outras bem-humorado, com algumas necessárias e um tanto incômodas cenas de sexo explícito. As três atrizes trabalham bem e é especialmente agradável ver Juliette Binoche. Elles é sobre como a personagem dela se deixa afetar pelo trabalho de entrevistar estudantes que se prostituem, sobre a visão que ela desenvolve, e não sobre o cotidiano das prostitutas. Cumpre bem, mas não excepcionalmente, sua proposta.
Dentro da Casa
4.1 554 Assista AgoraCostumo me irritar quando falam demais em filmes e normalmente a narração de acontecimentos que eu estou vendo me faz fugir, mas o rapaz escritor adiciona sua própria visão, tão deliciosamente ácida, que eu fiquei ansiosa por cada novo capítulo. Ozon faz um filme bem divertido sobre como pessoas comuns podem ser patéticas, a construção da arte e o efeito que ela provoca.
Reencarnação
2.4 387É um filme elegante, ainda que traga um assunto espinhoso, triste e que tem a sempre perfeita Nicole Kidman (o close-up dela no teatro é uma das melhores cenas), mas eu não consegui sentir tanto quanto poderia a angústia de desejar alguém que está absolutamente fora do alcance.
Na época do lançamento, eu lembro de ter lido uma crítica comparando Birth a Morte em Veneza e favorecendo este (não posso opinar porque ainda não vi Morte em Veneza, nem sei se a comparação deveria ser feita). A crítica dizia também que Birth é forçado e apelativo, um ponto em que eu discordo.
Depois de Horas
4.0 457 Assista AgoraUm grande de filme pouco famoso de um diretor muito famoso. Muitas vezes eu tive sonhos em que eu tentava voltar pra casa e tudo dava errado, então eu me vi no personagem. Pra mim não é comédia, é quase terror. Transmite uma sensação esquisita desde o início, mesmo que inicialmente as coisas pareçam normais, uma sensação sutil de pesadelo.
Anticristo
3.5 2,2K Assista AgoraClaramente um filme feito para chocar, e conseguiu. Odiado por alguns e adorado por outros, basicamente pelo mesmo motivo. É um filme detestável, mas, na minha opinião, detestável como um filme de terror deve ser. O cinema de terror não pode fazer concessões, não pode querer nos poupar, deve ser cruel (e se tiver a grande atuação da carreira de Charlotte Gainsbourg, melhor ainda).
Melancolia
3.8 3,1K Assista AgoraDetestei ver todos com cor de mijo no casamento, muito feio aquilo. Mas adoro Melancholia, pouca vezes eu senti com tanta força a depressão numa obra de arte e nunca a ideia de fim do mundo foi tão impactante. Melancholia, Antichrist e Dogville são os melhores dele, difícil escolher o melhor. Coincidentemente, ou nem tanto, os três têm atuações femininas marcantes (provavelmente a melhor atuação de Kirsten Dunst desde Entrevista com o vampiro).
Sedução
3.6 567Eva Green exagerada, mas interessante. Belo drama para ser levado a sério, ainda que o diretor não adote um tom pesado. Foge muito bem do clichê.
O Gabinete do Dr. Caligari
4.3 524 Assista AgoraVale assistir só para conferir o visual.
A Pele que Habito
4.2 5,1K Assista AgoraExcelente história doentia, Almodóvar meio que dando uma de Mary Shelley. A primeira metade fica no nível apenas bom em que ele costuma se manter (não é um diretor genial). Depois, surpreendentemente, vira um entretenimento acima da média, por causa das revelações bizarras. Incorpora a esquisitice de Almodóvar, só que de forma contida, o que pode ou não ser melhor que o estilo escrachado. Provavelmente não funciona muito bem a partir da segunda vez, quando já não há mais surpresas.
Perdas e Danos
3.4 288 Assista AgoraInfelizmente eu achei as cenas de sexo engraçadas... Mas o filme é ótimo, por causa da estranheza da situação. O interesse deles parece vir do nada; quando eles se encontram pela primeira vez parecem fazer um acordo tácito de iniciar um caso e depois a relação continua sem desenvolvimento, o que não faz sentido e deveria enfraquecer o filme, mas tem o efeito oposto. Também é ótimo pela atuação de Juliette Binoche, como uma pessoa fria, cínica e triste, mas capaz de sentir afeto. A tragédia no final é um exagero que encerra o filme com perfeição.
A Centopéia Humana
2.6 1,8KAs melhores centopeias são as humanas.
Apesar da ideia aparentemente idiota, é um filme forte, no qual o terror está em perder o controle sobre o próprio corpo e o direito a exercer vontade própria. O pior que pode acontecer a um ser humano certamente não é a morte, e em situações assim tem sorte quem morre primeiro.
Acho engraçado o quanto as pessoas odeiam o filme por causa de sua premissa...
A Garota da Capa Vermelha
3.0 2,5K Assista AgoraBobagem adolescente. E todos usam roupas de verão no meio da neve, porque figurino de inverno não é sexy.
Orgulho e Preconceito
4.2 2,8K Assista AgoraProvavelmente a pior Lizzy Bennet.
Desejo e Reparação
4.1 1,5K Assista AgoraIrregular, o segundo ato não está no nível dos outros dois. A atuação de Saoirse Ronan e a trilha sonora são ótimas. Pelo menos é um pouco melhor que Orgulho e Preconceito.
Branca de Neve
2.8 207Kristin Kreuk é linda, mas não é branca. Encheram a cara dela de maquiagem e lógico que não convence. Não é só o rosto dela, o filme é todo falso. Vale como curiosidade.
Floresta Negra
3.4 111 Assista AgoraAdaptação sombria de um contos de fadas (que não é nada fofo) e sem um exagero de efeitos especiais. Bom filme, com destaque para Sigourney Weaver no papel da madrasta. Gostaria que fizessem mais filmes assim.
Lolita
3.7 823 Assista AgoraAssim como a versão de Kubrick, não aproveita toda a força da história, que é chocante demais para a maioria das pessoas. O resultando é um filme que poderia ser, que é só um pouco perturbador (foi o que eu pensei muito antes de ler o livro; eu assisti ao filme no cinema e o livro eu li ano passado). Será que um dia alguém terá coragem de realmente adaptar Lolita?
Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes
4.2 580 Assista AgoraLembro de ter adorado, mas foi há muito tempo. Pretendo rever. Guy Ritchie prometia muito, parecia que se tornaria um dos grandes, mas depois... O que aconteceu? Os últimos filmes dele que eu vi foram os terríveis Destino Insólito e Sherlock Holmes.
Destino Insólito
2.5 147 Assista AgoraComeça engraçadinho. Se fosse assim até o fim, seria uma comédia boba, razoável e esquecível. Mas a partir do segundo ato, Guy Ritchie começa a se confundir com o tom do filme e se ele torna grotesco (no mau sentido). O terceiro ato me deixou atordoada (novamente no mau sentido), por causa da sua seriedade. Terminei me sentindo enganada.
Snatch: Porcos e Diamantes
4.2 1,1K Assista AgoraLembro que foi criticado por ser uma repetição do trabalho anterior dele. Também lembro de ter gostado bastante, ao mesmo tempo em que me incomodei um pouco com a repetição. Mas foi há muito tempo. Eu teria que rever os dois...
Lolita
3.7 632 Assista AgoraO trailer diz algo como "não acredito que adaptaram Lolita". Na verdade, NÃO adaptaram Lolita. O filme passa longe de ser igualmente subversivo, contundente e devastador (e um dos motivos é a escolha de uma atriz velha demais para interpretar Lo). Antes mesmo de ler o livro eu achei o filme apenas vagamente perturbador, uma versão diluída daquilo que pretendia ser.
O Quarteto Fantástico
2.3 86Péssimo e obrigatório. Felizmente existe internet, pra nos permitir conhecer filmes legendários que de outra forma quase ninguém poderia ver.
Liga da Justiça da América
1.4 106Humor involuntário.
À Flor Da Pele
2.8 94Jovens fazem coisas como andar de bicicleta e se pesar, enquanto a história não parece ter proposta alguma. Depois de mais ou menos uma hora de tédio, eles têm uma experiência sexual fora do comum, que teria rendido bons conflitos, mas o filme continua sem justificar sua existência. Perto do fim o casal enfrenta um desentendimento, mas é tarde demais. O discurso sobre como as pessoas mudam aparece como conclusão e soa ridículo, porque as transformações e os relacionamentos não são desenvolvidos direito ao longo do filme.