Começa lento, lento, quase não se faz ideia do que virá, nesse momento é importante confiar em Susanne Bier. Senti que Depois do casamento é uma avalanche de acontecimentos profundos e complexos sobre a relação humana em diferentes níveis, a cada novo acontecimento e revelação eu ficava boquiaberta e confesso que no 3º ato me encontrei à beira das lágrimas. Trampo incrível e ao mesmo tempo simples, bem executado e de elenco maravilhoso, é mesmo como assistir a uma novela muito boa, boa até demais. E eu não consigo acreditar que conseguiram enfiar um remake desse filme, não quero nem ver, haha.
Uma delicia de filme pra passar o tempo e lembrar daquele fase da vida que se está bem entre infância e adolescência, onde tudo significa algo maior e as preocupações são de origem ingênua. Bom que em meio de tudo isso há uma trama familiar maior que eu nem consegui identificar com trágica ou cômica mas que segue entretendo e preenchendo o filme com elementos da vida adulta também. Um verdadeiro chuchuzinho oitentista por aqui.
É realmente evidente algumas semelhanças com o Garota sombria caminha pela noite, mas também é bastante evidente uma certa diferença incomoda em relação ao filme persa, a protagonista. Fui cheia de expectativa conferir esse, o título é instigante, charmoso e o assunto dos meus favoritos, ainda mais nesse viés vampiras mulheres deslocadas de sua sociedade vampiresca. De todos elementos do filme a personagem protagonista é o menos interessante, suas questões impostas sim, a personagem em si não, Sasha é chata, mimada e conformada, um tanto chantagista e nada tem de humanista, e para além disso o roteiro é adolescente demais pra mim, e costuma recorrer até demais a soluções de filmes bobinhos de terror dos Estados Unidos. Felizmente quando Sasha conhece Paul temos alguns momentos um pouquinho mais interessantes e as coisas avançam, não muito, mas o filme encontra seu terreno mais firme.
Só precisaram do Alan Rickman e Madeleine Stowe numa salinha a meia luz e eu não dormi por uma semana. "You can break my body, but you can't break my mind"
Doido é quem leva esse filme a sério, mas é inegável que ele faz um retrato caricato muito engraçado da geração tik tok. Outra coisa igualmente legal de apontar são as referencias do cinema de terror slasher, onde muito possivelmente o espectador levado a acreditar nesse tom inicial do filme compra a proposta e tenta já a partir dos primeiros minutos adivinhar quem seria o assassino, a formula da qual já estamos tão acostumados nos leva a preguiça de pensar em alguma outra possibilidade, partindo dessa ideia a conclusão pode bater diferente para cada espectador. Enfim, apesar da nota baixa o filme tem lá seu entretenimento e alguma critica em sua superficialidade, e a gente sabe, se ele fez o barulho que fez é porque cutucou alguém.
Os Safdie são ótimos e de uma humanidade que encanta, e bom, eu amo mumblecore, pretendo gabaritar um dia. Esse só não bateu muito para mim por questões tão pessoais que me bloqueiam, toda vez que me deparo com essa abordagem tento mas a identificação nunca vem fácil.
Assistindo a trilogia de Oslo totalmente fora de ordem, me convém enfatizar que Trier é um diretor a se prestar atenção, tem seus altos e baixos mas até os baixos são bons. Senti profunda empatia por Philip, digo que até uma certa identificação, assim como senti por Julie em A pior pessoa do mundo, me parece que nos filmes de Trier encontramos pessoas reais e comuns, "gente como a gente" em suas trajetórias meio desconcertadas. Em reprise não gostei muito da montagem, apesar de ser o tipo que eu adoro acompanhar cinematograficamente, mas me atrapalhou um pouco em desenvolver uma conexão ainda mais profunda com o enredo.
A proposta em si é interessante, algumas sacadas embalam, como a dinâmica dos aviões ou vocabulário, são exemplos muito bem executados de como se alienar o indivíduo em sua criação, mas tem bastante coisa desnecessária aí, alguns eventos não encontrei o que justificasse o desenvolvimento, então, fiquei naquelas. Do diretor ainda gosto imensamente mais (?) de outros filmes, como A lagosta e o sacrifício do cervo sagrado.
Edição impecável, fiquei vidrada nas animações feitas com as paginas do diário do Kurt, dentre outras animações narrando fatos de sua vida, produção linda mesmo, e eu como fã de Nirvana desde a pré adolescência me vi surpresa com a quantidade de detalhes, fotografias da infância do musico, testemunho de parentes, filmagens de sua vida privada quando adulto, mas aí é claro, já avançamos para uma super exposição, o que beira o incomodo, mas ao mesmo tempo auxilia uma leitura mais aprofundada de todas questões e consequências em sua vida. Mas daí uma questão extremamente chata, em certo ponto o documentário faz apologia demais a Courtney Love, tanta que nem temos Dave Grohl, ele mal existe no documentário. Sei que é um documentário sobre o Kurt e não sobre o Nirvana mas o Nirvana é parte de quem o Kurt foi, enfim. E eu digo isso como fã da Courtney, do Hole e de todo o movimento do rock feminista, que eu amo de paixão, mas até mesmo no documentário da baterista da própria banda ela dá declarações meio complicadas, e eu não acredito que de fato é o que ela seja mas o que tenta passar. Essa questão me deixou com uma pulga atrás da orelha e amargou um pouco algo que eu tava apreciando demais.
Mais conhecido como o filme que serviu ASMR do Paul Dano, brincadeiras a parte, fiquei interessada pelo livro, a premissa apesar de batida é interessante e esse parece mais um caso de: "Netflix não soube executar direito". Aquele desserviço que eles costumam e teimam em seguir fazendo. Até uma Isabella Rossellini eles fizeram questão de desperdiçar.
Eu chorei nesse caraiooo, ou melhor, nessa bucetaaa hahahaha e ai mulheres, cês são Thelma ou Louise? Eu me vi como Louise, preciso me reconectar com a minha Thelma do coração.
Saber o que esperar eu não sabia mesmo, mas fato é que tinha muita abertura para pouco filme, muita tensão para pouco roteiro. Me pareceu ter muito potencial e tanto Neil Patrick Harris quanto Matt Lillard estavam ótimos, principalmente Lillard que sempre me deixa com impressão que poderia ter sido tão melhor aproveitado ao longo dos anos 90.
Grata surpresa. O enredo não é nada bobo, figurino e ambientação 10/10, só as atuações que são bastante superficiais, porém isso não chega nem a incomodar, fiquei feliz em descobrir esse filme, um exemplar vivo de que o Brasil manja muito sim.
Dentre as adaptações de Willy Wonka esse aqui é o mais fraquinho, claro ele é mais infantil e mais inocente em aspectos mais abrangentes, não busca tanto aquela acidez que as outras adaptações possuem. É para crianças e é isso. Dois pontos bem positivos são as canções e a beleza dos chocolates que são muito mais sutis que os outros e reais em sua maioria. E tem um pouco fraco de matar que vou me questionar por um bom tempo " Por que logo o Hugh Grant para Oompa Loompa?" Eu hein.
Se o Araki não me pegou (tanto) com Doom Generation me pegou aqui. Ele é realmente a voz de uma geração, hã? Queria ter visto esses filmes na minha adolescência, pois com certeza iria pirar em outros níveis, mas de qualquer forma ainda tá valendo. Meu primeiro filme do Araki foi Mistérios da carne, excepcional mas diferente dessa loucura borbulhante e desesperadora retratada na trilogia do Apocalipse adolescente. Já aqui um comentário não tão agregador: James Duval é um muso, lindo, fofo, solitário, confuso, perdido, da vontade de cuidar.
A sutileza visceral do cinema do Koreeda faz a gente querer chorar e se indignar. Transporta sem pedir licença para uma vivencia que achávamos que não poderíamos. É empatia pura.
Villeneuve teve uma sacada ótima, soube usar muito bem os elementos que ele cuidadosamente introduziu no primeiro filme, assim não precisou se repetir ou perder tempo, entrou de cabeça na ação e seguiu adiante com o enredo magistralmente. Até mesmo as coisas que modificou ou retirou da história é notável o cuidado com que o fez. Não desagradou quem leu, o que seria fácil de acontecer, e não entediou ou confundiu que não leu a saga. Espero de verdade que venha pelo menos mais um e nesse nível porque está sendo um deleite viver esse cinema.
Tô buscando me aprofundar na obra da Triet, e aqui já fica evidente alguns elementos do seu estilo. Assim como em Anatomia de uma queda, Batalha de Solferino possui muitos pontos de vista, muito debate, é claro mas ao mesmo tempo ruidoso, mas aqui senti que ela escorregou em algumas escolhas, talvez nessa dúvida em querer ou não apaziguar questões próximo ao desfecho do longa. Tenho pra mim que ela está refinando seu trampo, mesmo que aqui tenhamos aproximadamente uma década de diferença já da pra enxergar seu caminho.
Sou o tipo de pessoa que gosta tanto do Wenders a ponto de chorar no cinema e em casa vendo o mesmo filme, tenho com certeza mais de dois filmes dele nos meus favoritos. Definitivamente é daqueles diretores que carrego no coração, pois ele sabe alcançar o âmago das relações humanas e melhor, ele usa o silencio como poucos e através dele expressa tudo. Apesar de tudo isso, aqui infelizmente não consegui me conectar como gostaria, então me pego pensando e repensando até agora, o que me faltou?
De certa forma senti que tinha muito de mim no personagem do Hirayama e isso me deixou um tanto inquieta, logo, desejei ter visto ao menos um dedinho dos conflitos todos que culminaram nessa atual existência. Ou talvez, não sei, seja bobagem da minha parte, ter um diretor alemão dirigindo como um japonês trouxe uma leve diferença de tom que me causou algum estranhamento inicial, apesar de não existir qualquer absurda interferência nas sensações causada. Definitivamente terei que revistar para ver o que sinto. Incrível saber que a ideia inicial aqui era apenas retratar os banheiros super tecnologicamente avançados de Tóquio e como a população se relaciona com esses ambientes, algo que é absolutamente diferente da nossa relação, a evolução para um drama contemplativo desse nível é embasbacante de fato. Alias, a trilha sonora é sensacional, realmente perfeita, apesar de alguns sons ali já estarem bem batidos no universo do cinema. Mas super destaque para a versão em japonês de house of rising sun.
Engraçado que muitos apontaram Zona de interesse como filme chato, monótono, pra dormir, acho que isso diz muito sobre a maneira que encaramos o mundo hoje em dia, indiferentes, apáticos a toda representação de nossa experiencia humana, insensíveis e de tão acostumados ao sensacionalismo intolerantes a reflexão. Glazer acabou trazendo uma experiencia que é quase uma prova de empatia que nem todos conseguem passar.
Depois do Casamento
3.8 82Começa lento, lento, quase não se faz ideia do que virá, nesse momento é importante confiar em Susanne Bier. Senti que Depois do casamento é uma avalanche de acontecimentos profundos e complexos sobre a relação humana em diferentes níveis, a cada novo acontecimento e revelação eu ficava boquiaberta e confesso que no 3º ato me encontrei à beira das lágrimas. Trampo incrível e ao mesmo tempo simples, bem executado e de elenco maravilhoso, é mesmo como assistir a uma novela muito boa, boa até demais. E eu não consigo acreditar que conseguiram enfiar um remake desse filme, não quero nem ver, haha.
La Boum - No Tempo Dos Namorados
3.3 7Uma delicia de filme pra passar o tempo e lembrar daquele fase da vida que se está bem entre infância e adolescência, onde tudo significa algo maior e as preocupações são de origem ingênua. Bom que em meio de tudo isso há uma trama familiar maior que eu nem consegui identificar com trágica ou cômica mas que segue entretendo e preenchendo o filme com elementos da vida adulta também. Um verdadeiro chuchuzinho oitentista por aqui.
Totally Fucked Up
3.9 42Bom, agora a gente já sabe de onde o Araki saiu. O ponto de partida foi bem aqui e dou graças.
Vampira Humanista Procura Suicida Voluntário
3.7 13É realmente evidente algumas semelhanças com o Garota sombria caminha pela noite, mas também é bastante evidente uma certa diferença incomoda em relação ao filme persa, a protagonista. Fui cheia de expectativa conferir esse, o título é instigante, charmoso e o assunto dos meus favoritos, ainda mais nesse viés vampiras mulheres deslocadas de sua sociedade vampiresca. De todos elementos do filme a personagem protagonista é o menos interessante, suas questões impostas sim, a personagem em si não, Sasha é chata, mimada e conformada, um tanto chantagista e nada tem de humanista, e para além disso o roteiro é adolescente demais pra mim, e costuma recorrer até demais a soluções de filmes bobinhos de terror dos Estados Unidos. Felizmente quando Sasha conhece Paul temos alguns momentos um pouquinho mais interessantes e as coisas avançam, não muito, mas o filme encontra seu terreno mais firme.
Closet Land
3.9 30Só precisaram do Alan Rickman e Madeleine Stowe numa salinha a meia luz e eu não dormi por uma semana. "You can break my body, but you can't break my mind"
Morte Morte Morte
3.1 638 Assista AgoraDoido é quem leva esse filme a sério, mas é inegável que ele faz um retrato caricato muito engraçado da geração tik tok. Outra coisa igualmente legal de apontar são as referencias do cinema de terror slasher, onde muito possivelmente o espectador levado a acreditar nesse tom inicial do filme compra a proposta e tenta já a partir dos primeiros minutos adivinhar quem seria o assassino, a formula da qual já estamos tão acostumados nos leva a preguiça de pensar em alguma outra possibilidade, partindo dessa ideia a conclusão pode bater diferente para cada espectador. Enfim, apesar da nota baixa o filme tem lá seu entretenimento e alguma critica em sua superficialidade, e a gente sabe, se ele fez o barulho que fez é porque cutucou alguém.
Traga-me Alecrim
3.7 6Os Safdie são ótimos e de uma humanidade que encanta, e bom, eu amo mumblecore, pretendo gabaritar um dia. Esse só não bateu muito para mim por questões tão pessoais que me bloqueiam, toda vez que me deparo com essa abordagem tento mas a identificação nunca vem fácil.
Começar de Novo
3.6 54Assistindo a trilogia de Oslo totalmente fora de ordem, me convém enfatizar que Trier é um diretor a se prestar atenção, tem seus altos e baixos mas até os baixos são bons. Senti profunda empatia por Philip, digo que até uma certa identificação, assim como senti por Julie em A pior pessoa do mundo, me parece que nos filmes de Trier encontramos pessoas reais e comuns, "gente como a gente" em suas trajetórias meio desconcertadas. Em reprise não gostei muito da montagem, apesar de ser o tipo que eu adoro acompanhar cinematograficamente, mas me atrapalhou um pouco em desenvolver uma conexão ainda mais profunda com o enredo.
Dente Canino
3.8 1,2K Assista AgoraA proposta em si é interessante, algumas sacadas embalam, como a dinâmica dos aviões ou vocabulário, são exemplos muito bem executados de como se alienar o indivíduo em sua criação, mas tem bastante coisa desnecessária aí, alguns eventos não encontrei o que justificasse o desenvolvimento, então, fiquei naquelas. Do diretor ainda gosto imensamente mais (?) de outros filmes, como A lagosta e o sacrifício do cervo sagrado.
Cobain: Montage of Heck
4.2 344 Assista AgoraEdição impecável, fiquei vidrada nas animações feitas com as paginas do diário do Kurt, dentre outras animações narrando fatos de sua vida, produção linda mesmo, e eu como fã de Nirvana desde a pré adolescência me vi surpresa com a quantidade de detalhes, fotografias da infância do musico, testemunho de parentes, filmagens de sua vida privada quando adulto, mas aí é claro, já avançamos para uma super exposição, o que beira o incomodo, mas ao mesmo tempo auxilia uma leitura mais aprofundada de todas questões e consequências em sua vida. Mas daí uma questão extremamente chata, em certo ponto o documentário faz apologia demais a Courtney Love, tanta que nem temos Dave Grohl, ele mal existe no documentário. Sei que é um documentário sobre o Kurt e não sobre o Nirvana mas o Nirvana é parte de quem o Kurt foi, enfim. E eu digo isso como fã da Courtney, do Hole e de todo o movimento do rock feminista, que eu amo de paixão, mas até mesmo no documentário da baterista da própria banda ela dá declarações meio complicadas, e eu não acredito que de fato é o que ela seja mas o que tenta passar. Essa questão me deixou com uma pulga atrás da orelha e amargou um pouco algo que eu tava apreciando demais.
Eu, Christiane F.,13 Anos, Drogada e Prostituída
3.6 1,2K Assista AgoraEsse traumatiza mais que o PROERD.
O Astronauta
2.9 118 Assista AgoraMais conhecido como o filme que serviu ASMR do Paul Dano, brincadeiras a parte, fiquei interessada pelo livro, a premissa apesar de batida é interessante e esse parece mais um caso de: "Netflix não soube executar direito". Aquele desserviço que eles costumam e teimam em seguir fazendo. Até uma Isabella Rossellini eles fizeram questão de desperdiçar.
Janis & John
3.6 40Durval Discos.
Thelma & Louise
4.2 967 Assista AgoraEu chorei nesse caraiooo, ou melhor, nessa bucetaaa hahahaha e ai mulheres, cês são Thelma ou Louise? Eu me vi como Louise, preciso me reconectar com a minha Thelma do coração.
Animal Room
3.4 3Saber o que esperar eu não sabia mesmo, mas fato é que tinha muita abertura para pouco filme, muita tensão para pouco roteiro. Me pareceu ter muito potencial e tanto Neil Patrick Harris quanto Matt Lillard estavam ótimos, principalmente Lillard que sempre me deixa com impressão que poderia ter sido tão melhor aproveitado ao longo dos anos 90.
Abrigo Nuclear
3.4 23 Assista AgoraGrata surpresa. O enredo não é nada bobo, figurino e ambientação 10/10, só as atuações que são bastante superficiais, porém isso não chega nem a incomodar, fiquei feliz em descobrir esse filme, um exemplar vivo de que o Brasil manja muito sim.
Wonka
3.4 387 Assista AgoraDentre as adaptações de Willy Wonka esse aqui é o mais fraquinho, claro ele é mais infantil e mais inocente em aspectos mais abrangentes, não busca tanto aquela acidez que as outras adaptações possuem. É para crianças e é isso. Dois pontos bem positivos são as canções e a beleza dos chocolates que são muito mais sutis que os outros e reais em sua maioria. E tem um pouco fraco de matar que vou me questionar por um bom tempo " Por que logo o Hugh Grant para Oompa Loompa?" Eu hein.
Estrada para Lugar Nenhum
3.8 96Se o Araki não me pegou (tanto) com Doom Generation me pegou aqui. Ele é realmente a voz de uma geração, hã? Queria ter visto esses filmes na minha adolescência, pois com certeza iria pirar em outros níveis, mas de qualquer forma ainda tá valendo. Meu primeiro filme do Araki foi Mistérios da carne, excepcional mas diferente dessa loucura borbulhante e desesperadora retratada na trilogia do Apocalipse adolescente. Já aqui um comentário não tão agregador: James Duval é um muso, lindo, fofo, solitário, confuso, perdido, da vontade de cuidar.
Monstro
4.3 263 Assista AgoraA sutileza visceral do cinema do Koreeda faz a gente querer chorar e se indignar. Transporta sem pedir licença para uma vivencia que achávamos que não poderíamos. É empatia pura.
Duna: Parte 2
4.4 613Villeneuve teve uma sacada ótima, soube usar muito bem os elementos que ele cuidadosamente introduziu no primeiro filme, assim não precisou se repetir ou perder tempo, entrou de cabeça na ação e seguiu adiante com o enredo magistralmente. Até mesmo as coisas que modificou ou retirou da história é notável o cuidado com que o fez. Não desagradou quem leu, o que seria fácil de acontecer, e não entediou ou confundiu que não leu a saga. Espero de verdade que venha pelo menos mais um e nesse nível porque está sendo um deleite viver esse cinema.
Amor
4.2 2,2K Assista AgoraSe envelhecer sozinho é foda, já pensou ver a única pessoa que você tem minguar? Olha, mexeu com meus medos mais profundos.
A Batalha de Solferino
3.4 4 Assista AgoraTô buscando me aprofundar na obra da Triet, e aqui já fica evidente alguns elementos do seu estilo. Assim como em Anatomia de uma queda, Batalha de Solferino possui muitos pontos de vista, muito debate, é claro mas ao mesmo tempo ruidoso, mas aqui senti que ela escorregou em algumas escolhas, talvez nessa dúvida em querer ou não apaziguar questões próximo ao desfecho do longa. Tenho pra mim que ela está refinando seu trampo, mesmo que aqui tenhamos aproximadamente uma década de diferença já da pra enxergar seu caminho.
Dias Perfeitos
4.2 264 Assista AgoraSou o tipo de pessoa que gosta tanto do Wenders a ponto de chorar no cinema e em casa vendo o mesmo filme, tenho com certeza mais de dois filmes dele nos meus favoritos. Definitivamente é daqueles diretores que carrego no coração, pois ele sabe alcançar o âmago das relações humanas e melhor, ele usa o silencio como poucos e através dele expressa tudo. Apesar de tudo isso, aqui infelizmente não consegui me conectar como gostaria, então me pego pensando e repensando até agora, o que me faltou?
De certa forma senti que tinha muito de mim no personagem do Hirayama e isso me deixou um tanto inquieta, logo, desejei ter visto ao menos um dedinho dos conflitos todos que culminaram nessa atual existência. Ou talvez, não sei, seja bobagem da minha parte, ter um diretor alemão dirigindo como um japonês trouxe uma leve diferença de tom que me causou algum estranhamento inicial, apesar de não existir qualquer absurda interferência nas sensações causada. Definitivamente terei que revistar para ver o que sinto. Incrível saber que a ideia inicial aqui era apenas retratar os banheiros super tecnologicamente avançados de Tóquio e como a população se relaciona com esses ambientes, algo que é absolutamente diferente da nossa relação, a evolução para um drama contemplativo desse nível é embasbacante de fato. Alias, a trilha sonora é sensacional, realmente perfeita, apesar de alguns sons ali já estarem bem batidos no universo do cinema. Mas super destaque para a versão em japonês de house of rising sun.
Zona de Interesse
3.6 587 Assista AgoraEngraçado que muitos apontaram Zona de interesse como filme chato, monótono, pra dormir, acho que isso diz muito sobre a maneira que encaramos o mundo hoje em dia, indiferentes, apáticos a toda representação de nossa experiencia humana, insensíveis e de tão acostumados ao sensacionalismo intolerantes a reflexão. Glazer acabou trazendo uma experiencia que é quase uma prova de empatia que nem todos conseguem passar.