não, esse documentário não vale a pena. não só porque se diz mais do que é (vide os depoimentos do shane salerno dizendo que o ‘salinger’ dele é o melhor e closer-to-reality que há); não só porque joga um punhado de dados sobre sua vida pessoal que não vêm ao caso ou não possuem nenhum propósito além de agregar mais dados e mais minutos ao doc.; não só porque se aproveita da propaganda e publicidade advinda da agregação de nomes como danny devito, john cusack, philip seymour hoffman e, o pior de todos [depoimentos], edward norton (e que deve agregar mais ainda, agora com a morte do philip seymour) com depoimentos que nem isso são, mais apenas leituras de outras opiniões ou análises bastante rasas e sem sentido. não só porque chega a ser brega ao forçar encenações de um salinger barbado andando pelo bosque com tocos de madeira ou derrubando papéis num auditório vazio ou pelo drama excessivo antes de apresentar, oh, meu deus, imagens inéditas. e nem porque mostra (provavelmente sem ter intencionado) o quão creepy são essas pessoas que iam em busca – ou seria muito explícito dizer caça? – do “verdadeiro salinger”, verdadeiros stalkers que iam na casa dele só para ter “contato com o seu herói” e depois escrever bilhetinhos dizendo do desapontamento das suas expectativas. pessoas tão bizarras quanto o depoimento do gore vidal dizendo, de forma implícita, que a culpa de terem usado o “catcher in the rye” para assassinatos ser do próprio salinger. mas porque, em si, faz-se um produto daquilo que salinger mais fugia: de uma sociedade invasiva, que dava tudo pela fama. talvez o melhor depoimento que salinger deu foi quando vociferou contra a, agora invasiva, joyce maynard, que ela deveria amar o mundo [enquanto ele não; não do jeito que ele era/é]. e isso me faz pensar na filosofia de vida dele: o trabalho, não pela fama, mas pelo trabalho. e quem se relacionou com ele não entendeu isso, e dizia que ele era recluso. não quero entrar aqui profundamente em minha opinião sobre a conduta da maynard, mas, tento vivido com o salinger, mesmo tendo sido culpa dele a ter seduzido ou dela por se deixar seduzir pela imagem e pelo nome dele (porque, por mais criança que ela fora na época, ela sabia quem ele era e se deixou encantar por isso, não podendo ser vista como completa inocente no seu envolvimento), ela sabia que ele sentia repulsa por esse jeito sensacionalista do jornalismo norte-americano de ser (ou, pra ser bastante sincero, da cultura e sociedade como um todo), de tudo pelos 15 minutos de fama. no final das contas, ela pode ter se machucado bastante emocionalmente com ele (não li o texto dela, então não sei direito o que aconteceu segundo sua visão), mas, ainda assim, tirou proveito disso para vender livros, que, sim, serviram como alguma forma de libertação e depoimento contra o comportamento do salinger, mas que não deixa de ser um depoimento (ou material literário, vá lá) remunerado, numa sociedade que não se importa com o que ela sofreu devidamente, mas com o que de ruim o salinger, só o salinger, a persona famosa, fez. e ela sabia disso, com certeza. o mesmo vale para o documentário como um todo, pois tira proveito da morte dele para fazer uma “remembrança” de sua vida de uma forma sensacionalista – por conta das pessoas contactadas, por conta do formato (filme é mais lucrativo e traz mais visibilidade do que livro, convenhamos, ainda mais quando a pessoa morreu recentemente) –, para dar “notícias quentíssimas” da publicação do trabalho póstumo dele (que é bem claro que ocorreria, já que ele não se importava, segundo sua religião, com a fama proveniente do trabalho, mas pela qualidade de trabalho em si), para explorar, invadir e agir cada vez mais da forma norte-americana de ser (ou ocidental, ou global mesmo) que o salinger tanto tentou fugir de em vida. mas o cúmulo da cara de pau for ter terminado o documentário com aquela última invasão (demonstradamente desnecessária pela conversa que o a. scott berg tem com a irmã do maxwell perkins), mostrando “as últimas imagens em vida” do salinger. posso falar da trilha sonora ainda? melhor não.
essa (trans)adaptação do frankenstein de mary shelley é um pouco menos do que eu esperava do paul morrissey depois de ter visto 'sangue para drácula'. talvez por conta de orçamento e a contratação de atores extremamente exagerados (até o udo kier se passou) (e isso quando conseguiam atuar), ou talvez pelo próprio exagero estético do filme. mas não dá para negar que é uma boa obra de terror. ela começa bem, o meio vai lhe deixando cada vez mais ansioso para o final, mas... (uêm-uêm-uêeeem). provavelmente, meu maior problema é essa mania de quererem deixar o joe dallesandro como o herói ou mocinho da história - o que, para mim, não condiz, absolutamente. bom, pelo menos no final as crianças me fazem, implicitamente, um favor.
com uma premissa dessas, a gente nem cogita se decepcionar. mas é justamente isso que acontece, não só porque o filme fica na mesma lenga-lenga durante toda a sua duração, mas também porque existem vários problemas com a câmera (viva os mãos-de-manteiga!), roteiro - nisso incluo as não-conclusões - e submissão à fórmula comédia-romântica. mas, talvez, o que mais decepciona é ver que o cara só deu umas duas falas à brie larson. mas, tudo bem, porque as cenas em que ela aparecia dando aqueles olhares sintetizam mais ou menos o que eu comecei a sentir em relação ao filme da metade para o final.
o filme tem um ponto de partida interessante mas que, infelizmente - e desde o começo -, não se propõe a fazer análises muito profundas ou qualquer coisa. é uma comédia romântica com alguma coisinha a mais, mas nada demais (por isso, acho um tanto infundados os comentários falando que é mal-resolvida a história). entretanto, apesar de não ter criado expectativas, a história não chega a emocionar porque as personagens não são cativantes - aliás, irritantes. irrita muito a tamanha hipocrisia de todas as personagens e, por incrível que pareça, a única que é apontada nisso é a que é, digamos, a menos hipócrita de todas. outras pontos não resolvidos na história também deixam o filme para trás, como a resolução das
estranho é que o detalhe que é o ponto-chave da sinopse é, na verdade, apenas um detalhe dos últimos minutos do filme. ou seja, todo o conflito, pelo menos o mais explícito, não é visto na tela.
bom, como muita gente disse, é um pouco difícil você ver uma pessoa que você idolatra desconstruída, principalmente da forma como expõem o hitchcock nesse filme. porém, é algo muito importante. mas, mesmo assim, deve ser um trabalho cuidadoso, porque, se não, mostra apenas o que o filme consegue passar: um hitch mesquinho, egoísta, pervertido, manipulador e solitário. é uma visão muito unidimensional das personagens, com ele como esse vilão e a tippi como a mocinha indefesa mas corajosa. não estou querendo dizer com isso que é tudo mentira, não só porque a própria tippi hedren já trouxe alguns desses aspectos à tona, mas porque quem já leu alguma coisa sobre ou do hitch, sabe que ele enxergava os atores como marionetes, como máquinas e ferramentas para contar uma história, para produzir uma idéia dele (mesmo que nem sempre as idéias do roteiro tenham sido dele, claro). dessa forma, o roteiro fica sendo muito maniqueísta e não chega a empolgar, mas apenas criar ou reforçar uma imagem negativa de um mestre do cinema. digo, não que ele tivesse o direito de agir dessa forma com suas atrizes e musas, mas isso também não dá o direito aos outros de passar essa imagem tão negativa dele. porque fica muito fácil apontar os defeitos e desvios de caráter dos outros, principalmente quando a pessoa está morta, é famosa etc. porque as pessoas têm essa mania de julgar e querer mandar à forca outros com comportamentos e sentimentos pelos quais não passaram por, que não entendem em essência. isso não é questão de ter piedade de "comedor de criancinha", veja bem, mas de lembrar que somos todos humanos e tudo se resume à uma idéia de normalidade que temos. não quero entrar aqui em méritos de crueldades e desvios de comportamento, mas, de forma objetiva, o animal menos normal na natureza somos nós, seres humanos. de qualquer forma, já que as pessoas também têm um grande receio em desconstruir mártires, o filme acaba se tornando bem importante, principalmente dentro desse recente quadro de cine-biografias do hitch.
o documentário serve como um bom apanhado das teorias sobre o filme do kubrick, tanto as bobagens quanto as ditas "sérias" (se é que, de alguma forma não subjetiva, possa haver alguma teoria séria sobre qualquer coisa - não que com isso eu esteja dizendo que todas são válidas). de forma geral, não apresenta nada de novo para aqueles que, não como eu, são obcecados ou super-fãs do diretor e já varreram o youtube e a internet inteira à procura de análises - por isso, acho que os comentários falando que o documentário se torna ruim por não ser tão bom quanto outras análises não é válido, já que ele não se propõe a ser "a análise definitiva", "a melhor" ou "a correta". mas, enfim, com isso em mente, é interessante ver o fundamento de algumas delas baseadas em observações e análises cinematográficas, algo mais acadêmico mesmo, que é uma ferramenta importante para o cinema, mostrando que em qualquer obra existe uma diversidade de significados, mesmo que, em minha opinião, algumas sejam muito específicas ao contexto da pessoa que fez a análise, bastante subjetivas, e ultrapassem certo limites racionais, não só porque não têm muito sentido dentro do filme, mas porque relacionam o que está na tela com uma coisa muito aleatória da vida do kubrick, como se a vida toda dele fosse fundamentada nesse objetivo e ele fosse realmente vidrado em conspirações, como
a maluquice da ereção na cena da contratação do jack (esse cara aliás, no final, ainda se mostra mais louco ao começar a ver semelhanças entre ele e o jack torrence).
no mais, o documentário mostra o porquê do kubrick ser tido como gênio -
e, com gênio, eu quero dizer também filho da puta, porque nenhum teste de QI com 200 pontos justifica pegar uma história pessoal (e sentimental) de outra pessoa e criar a sua própria em cima disso, não porque isso seja, oh, condenável, mas porque é um certo desrespeito, ainda mais dando uma clara mensagem de "foda-se" na no início da projeção.
muito desperdício - não exatamente dos atores e atrizes, mas do meu tempo. e quando parecia ter chegado, enfim, num momento em que algo mais substancial poderia ser desenvolvido, o filme acaba. saí do cinema com uma cara gigante de "jura que era só isso?".
não que seja ruim, mas o filme tem reviravoltas em cima de reviravoltas em cima de... mas só não entendo como tentaram mesmo convencer a gente de que um ator nos seus quase trinta anos pudesse interpretar um garoto de 18 anos.
mas como é que alguém pode achar que convenceria que uma pessoa, após se distanciar cinco passos de duas outras, dar diversos tiros numa fazenda e gritar loucamente, pode ser morta por ser engolida por terra-movediça? aliás, de onde surgiu essa idéia de que terra pode ser movediça como areia? eu, hein... e quando tocam a fita da solange e a música-de-tensão toca junto também, como se tivesse tocado de verdade na hora? e a cena "de amor" entre o fred e a lina? e a morte por pele queimada da lina (onde já se viu alguém morrer por água quente)?
acho que só continuei assistindo para saber qual seria a tão misteriosa explicação lógica, que foi uma das coisas mais idiotas que ouvi. lucio fulci sabe fazer muito melhor que isso!
realmente, filmes assim me fazem sentir mais nojo das atitudes humanas do que dos próprios efeitos de gore, porque as justificativas que eles utilizavam para se aproveitar dos bens dos outros, dos corpos das mulheres e a fim do próprio sadismo, utilizando o nome de alguém que é (supostamente) benevolente é... demais para definir em uma palavra só. e mesmo que o filme não seja uma maravilha, consegue misturar o gore sem ser trash até o pescoço, desenvolver uma narrativa envolvente (não só três histórias segmentadas como aquele aviso no início do filme faz a gente esperar) e até um romancezinho brega, meloso e dramático (que, diga-se de passagem, é a pior coisa do filme). o que eu achei mais interessante ainda foi que eles conseguiram adicionar os dois lados da moeda (mesmo que isso tenha sido uma conseqüência impensada de uma apelada para o drama), pois, na mesma medida em que
a igreja/chefes do poder torturavam por motivos fúteis/infundados, a própria população se vingava executando pessoas "menos culpadas" (porque o christian não pode ser completamente considerado nenhum santinho ao ficar vendo aquelas torturas todas e mortes de inocentes aceitando como "ossos do ofício" só porque é aprendiz - o próprio fato dele ser aprendiz de caçador de bruxas já diz muita coisa) só por eles fazerem parte da nobreza ou relacionado às pessoas que faziam aquelas atrocidades. talvez uma jogada do filme seja justamente pôr ele como bonzinho no final para sentirmos pena do drama(lhão) da vanessa no fim, mas, desculpa, a cara do udo kier não combina com personagem "mocinho".
meu deus, as caras que o jeremy davies faz, que eram, claro, caras e expressões faciais do manson... como alguém poderia se deixar acreditar naquilo? como alguém não enxergava a loucura naqueles olhos de lunático? como conseguiram um pouco de sanidade para escapar de toda aquela verdade retorcida?
mas a coleção da simone lo vale muito a pena, especialmente por ser nesse segmento que a personagem da chiara mastroianni ganha, finalmente, destaque, mesmo sendo aquela coisinha de nada. e, ah, ver o marcello mastroianni "uivando de tesão" para a sophia loren não foi engraçado: foi deprimente.
não que eu tenha achado o filme uma porcaria nem nada, mas que ele é muito sem sal, é sim. o filme acaba soando muito como uma tentativa de aplicar o método do hitchcock, tendo um macguffin (mas um de definição muito generalizada, porque...) e forçando o espectador a ter um pouco de simpatia pelo vilão, o que falha completamente, porque tudo é muito apático, especialmente os atores principais (fiquei muito mais interessado no problema do percurso de trem toulouse-orleans - juro que parei o filme para fazer a conta, já que pareceu mais proveitoso).
a metáfora do botão do elevador no hospital é realmente muito boa, como disse a amanda aqui em baixo, mas a única coisa perturbadora nesse filme é ela ficar dando sorrisinhos para o popaul completamente pálido na maca antes dele morrer.
- Corie, I gotta tell you something. - Well, later. - No, now. I got all the way down the stairs and, suddenly, it hit me. Suddenly, I saw everything clearlier for the first time. I said to myself: this is crazy... this is crazy! It's all wrong from me to run away like this. There's only one right thing to do. - Really, Paul? What? - You get out! Hahahaha!
- It couldn’t have been all your fault. - No...? No? Because of me you’re running around without your clothes and Paul is out there on the streets with a cold looking for a place to sleep. Whose fault is that? - Yours!... But do you want to know something that may shock you? I still love you. - You do? - Yes, and Paul loves you too.
realmente, o filme chama atenção ao ser descrito com uma espécie de juno david-lyncheano ou um donnie darko mais alegrinho, mas, no fim, é uma malhaçãozinha recheada de subtramas muito nonsenses e pitadas generosas de egocentrismo da personagem principal. mas pelo menos dá para aproveitar a cena em que
ela faz um discurso muito bom contra o slutshamming que fazem com ela.
no fim, é menos um filme "indie-cult" do que um amontoado de metáforas que soam como clichês e frases de efeito mal ditas que tem cara de hit de tumblr. ou será que esses são sinônimos?
no final, o filme acaba sendo só mais uma comédia romântica com o diferencial de um drama mais acentuado pelos problemas psicológicos dos personagens principais, mas nada muito extraordinário.
e eu me senti muito enganado quando, do nada, explode na sua cara que a carta foi escrita pela tiffany e que tudo tinha sido planejado junto com os pais dele, ou seja, você começa a crer que tudo aquilo que aconteceu com o pat foi muito bem planejado pela família toda, o que é muito estranho, uma vez que eles não expressam nenhuma conexão positiva entre si - muito pelo contrário - e, na verdade, as coisas começam a perder o sentido, uma vez que não se esclarece até que ponto foi armação, além do envolvimento da tiffany não ser desenvolvido ou explicitado (fazendo com que aparente ser uma coisa muito repentina, muito escondida), sem esquecer de que, do nada, o pai dele fala desse sentimento dela.
não sei se o problema é da história original, mas, pelo que falaram do filme (esqueça oscar, porque isso já deixou de ser mérito ou padrão de qualidade há muito tempo), achei o filme com uma premissa bastante interessante mas muito mal desenvolvida, principalmente para um filme de duas horas de duração.
parece que o título do filme só se justifica por causa de uma música de uma cena de um musical dentro do filme, o que, por favor, né? as cenas do musical são lindas, bem estruturadas e bastante inovadoras para a época, mas, mesmo assim, a história se perde quando chega o momento do musical e fica naquela enrolação de músicas que não acabam mais só para explorar efeitos visuais. mas, acima de tudo, as personagens não tem carisma alguma. pelo amor de deus, o que esse pessoal via no dick powell?
Memórias de Salinger
3.4 26não, esse documentário não vale a pena.
não só porque se diz mais do que é (vide os depoimentos do shane salerno dizendo que o ‘salinger’ dele é o melhor e closer-to-reality que há); não só porque joga um punhado de dados sobre sua vida pessoal que não vêm ao caso ou não possuem nenhum propósito além de agregar mais dados e mais minutos ao doc.; não só porque se aproveita da propaganda e publicidade advinda da agregação de nomes como danny devito, john cusack, philip seymour hoffman e, o pior de todos [depoimentos], edward norton (e que deve agregar mais ainda, agora com a morte do philip seymour) com depoimentos que nem isso são, mais apenas leituras de outras opiniões ou análises bastante rasas e sem sentido.
não só porque chega a ser brega ao forçar encenações de um salinger barbado andando pelo bosque com tocos de madeira ou derrubando papéis num auditório vazio ou pelo drama excessivo antes de apresentar, oh, meu deus, imagens inéditas. e nem porque mostra (provavelmente sem ter intencionado) o quão creepy são essas pessoas que iam em busca – ou seria muito explícito dizer caça? – do “verdadeiro salinger”, verdadeiros stalkers que iam na casa dele só para ter “contato com o seu herói” e depois escrever bilhetinhos dizendo do desapontamento das suas expectativas. pessoas tão bizarras quanto o depoimento do gore vidal dizendo, de forma implícita, que a culpa de terem usado o “catcher in the rye” para assassinatos ser do próprio salinger.
mas porque, em si, faz-se um produto daquilo que salinger mais fugia: de uma sociedade invasiva, que dava tudo pela fama.
talvez o melhor depoimento que salinger deu foi quando vociferou contra a, agora invasiva, joyce maynard, que ela deveria amar o mundo [enquanto ele não; não do jeito que ele era/é]. e isso me faz pensar na filosofia de vida dele: o trabalho, não pela fama, mas pelo trabalho. e quem se relacionou com ele não entendeu isso, e dizia que ele era recluso.
não quero entrar aqui profundamente em minha opinião sobre a conduta da maynard, mas, tento vivido com o salinger, mesmo tendo sido culpa dele a ter seduzido ou dela por se deixar seduzir pela imagem e pelo nome dele (porque, por mais criança que ela fora na época, ela sabia quem ele era e se deixou encantar por isso, não podendo ser vista como completa inocente no seu envolvimento), ela sabia que ele sentia repulsa por esse jeito sensacionalista do jornalismo norte-americano de ser (ou, pra ser bastante sincero, da cultura e sociedade como um todo), de tudo pelos 15 minutos de fama. no final das contas, ela pode ter se machucado bastante emocionalmente com ele (não li o texto dela, então não sei direito o que aconteceu segundo sua visão), mas, ainda assim, tirou proveito disso para vender livros, que, sim, serviram como alguma forma de libertação e depoimento contra o comportamento do salinger, mas que não deixa de ser um depoimento (ou material literário, vá lá) remunerado, numa sociedade que não se importa com o que ela sofreu devidamente, mas com o que de ruim o salinger, só o salinger, a persona famosa, fez. e ela sabia disso, com certeza.
o mesmo vale para o documentário como um todo, pois tira proveito da morte dele para fazer uma “remembrança” de sua vida de uma forma sensacionalista – por conta das pessoas contactadas, por conta do formato (filme é mais lucrativo e traz mais visibilidade do que livro, convenhamos, ainda mais quando a pessoa morreu recentemente) –, para dar “notícias quentíssimas” da publicação do trabalho póstumo dele (que é bem claro que ocorreria, já que ele não se importava, segundo sua religião, com a fama proveniente do trabalho, mas pela qualidade de trabalho em si), para explorar, invadir e agir cada vez mais da forma norte-americana de ser (ou ocidental, ou global mesmo) que o salinger tanto tentou fugir de em vida.
mas o cúmulo da cara de pau for ter terminado o documentário com aquela última invasão (demonstradamente desnecessária pela conversa que o a. scott berg tem com a irmã do maxwell perkins), mostrando “as últimas imagens em vida” do salinger.
posso falar da trilha sonora ainda? melhor não.
Carne para Frankenstein
3.4 32essa (trans)adaptação do frankenstein de mary shelley é um pouco menos do que eu esperava do paul morrissey depois de ter visto 'sangue para drácula'. talvez por conta de orçamento e a contratação de atores extremamente exagerados (até o udo kier se passou) (e isso quando conseguiam atuar), ou talvez pelo próprio exagero estético do filme. mas não dá para negar que é uma boa obra de terror. ela começa bem, o meio vai lhe deixando cada vez mais ansioso para o final, mas... (uêm-uêm-uêeeem).
provavelmente, meu maior problema é essa mania de quererem deixar o joe dallesandro como o herói ou mocinho da história - o que, para mim, não condiz, absolutamente. bom, pelo menos no final as crianças me fazem, implicitamente, um favor.
A Arte da Paixão
2.8 45 Assista Agorapiss-casso.
Lovelace
3.4 548 Assista Agoraagora, james franco como hugh hefner? fala sério...
Como Não Perder Essa Mulher
3.0 1,4K Assista Agoracom uma premissa dessas, a gente nem cogita se decepcionar. mas é justamente isso que acontece, não só porque o filme fica na mesma lenga-lenga durante toda a sua duração, mas também porque existem vários problemas com a câmera (viva os mãos-de-manteiga!), roteiro - nisso incluo as não-conclusões - e submissão à fórmula comédia-romântica.
mas, talvez, o que mais decepciona é ver que o cara só deu umas duas falas à brie larson. mas, tudo bem, porque as cenas em que ela aparecia dando aqueles olhares sintetizam mais ou menos o que eu comecei a sentir em relação ao filme da metade para o final.
Adorável Professora
2.9 103o filme tem um ponto de partida interessante mas que, infelizmente - e desde o começo -, não se propõe a fazer análises muito profundas ou qualquer coisa. é uma comédia romântica com alguma coisinha a mais, mas nada demais (por isso, acho um tanto infundados os comentários falando que é mal-resolvida a história). entretanto, apesar de não ter criado expectativas, a história não chega a emocionar porque as personagens não são cativantes - aliás, irritantes. irrita muito a tamanha hipocrisia de todas as personagens e, por incrível que pareça, a única que é apontada nisso é a que é, digamos, a menos hipócrita de todas.
outras pontos não resolvidos na história também deixam o filme para trás, como a resolução das
mentiras inventadas pelo jason - mesmo que nem tudo tenha sido falado por ele, mas completado pela mente da linda.
no final, talvez a referência ao próprio
novo final da peça
Minha Vida Dava um Filme
2.6 136pelo ralph e a concha humana ♡
Como um Irmão
2.2 15estranho é que o detalhe que é o ponto-chave da sinopse é, na verdade, apenas um detalhe dos últimos minutos do filme. ou seja, todo o conflito, pelo menos o mais explícito, não é visto na tela.
A Garota
3.4 118bom, como muita gente disse, é um pouco difícil você ver uma pessoa que você idolatra desconstruída, principalmente da forma como expõem o hitchcock nesse filme. porém, é algo muito importante. mas, mesmo assim, deve ser um trabalho cuidadoso, porque, se não, mostra apenas o que o filme consegue passar: um hitch mesquinho, egoísta, pervertido, manipulador e solitário. é uma visão muito unidimensional das personagens, com ele como esse vilão e a tippi como a mocinha indefesa mas corajosa. não estou querendo dizer com isso que é tudo mentira, não só porque a própria tippi hedren já trouxe alguns desses aspectos à tona, mas porque quem já leu alguma coisa sobre ou do hitch, sabe que ele enxergava os atores como marionetes, como máquinas e ferramentas para contar uma história, para produzir uma idéia dele (mesmo que nem sempre as idéias do roteiro tenham sido dele, claro).
dessa forma, o roteiro fica sendo muito maniqueísta e não chega a empolgar, mas apenas criar ou reforçar uma imagem negativa de um mestre do cinema. digo, não que ele tivesse o direito de agir dessa forma com suas atrizes e musas, mas isso também não dá o direito aos outros de passar essa imagem tão negativa dele. porque fica muito fácil apontar os defeitos e desvios de caráter dos outros, principalmente quando a pessoa está morta, é famosa etc. porque as pessoas têm essa mania de julgar e querer mandar à forca outros com comportamentos e sentimentos pelos quais não passaram por, que não entendem em essência. isso não é questão de ter piedade de "comedor de criancinha", veja bem, mas de lembrar que somos todos humanos e tudo se resume à uma idéia de normalidade que temos. não quero entrar aqui em méritos de crueldades e desvios de comportamento, mas, de forma objetiva, o animal menos normal na natureza somos nós, seres humanos.
de qualquer forma, já que as pessoas também têm um grande receio em desconstruir mártires, o filme acaba se tornando bem importante, principalmente dentro desse recente quadro de cine-biografias do hitch.
O Labirinto de Kubrick
3.4 181o documentário serve como um bom apanhado das teorias sobre o filme do kubrick, tanto as bobagens quanto as ditas "sérias" (se é que, de alguma forma não subjetiva, possa haver alguma teoria séria sobre qualquer coisa - não que com isso eu esteja dizendo que todas são válidas).
de forma geral, não apresenta nada de novo para aqueles que, não como eu, são obcecados ou super-fãs do diretor e já varreram o youtube e a internet inteira à procura de análises - por isso, acho que os comentários falando que o documentário se torna ruim por não ser tão bom quanto outras análises não é válido, já que ele não se propõe a ser "a análise definitiva", "a melhor" ou "a correta".
mas, enfim, com isso em mente, é interessante ver o fundamento de algumas delas baseadas em observações e análises cinematográficas, algo mais acadêmico mesmo, que é uma ferramenta importante para o cinema, mostrando que em qualquer obra existe uma diversidade de significados, mesmo que, em minha opinião, algumas sejam muito específicas ao contexto da pessoa que fez a análise, bastante subjetivas, e ultrapassem certo limites racionais, não só porque não têm muito sentido dentro do filme, mas porque relacionam o que está na tela com uma coisa muito aleatória da vida do kubrick, como se a vida toda dele fosse fundamentada nesse objetivo e ele fosse realmente vidrado em conspirações, como
a maluquice da ereção na cena da contratação do jack (esse cara aliás, no final, ainda se mostra mais louco ao começar a ver semelhanças entre ele e o jack torrence).
no mais, o documentário mostra o porquê do kubrick ser tido como gênio -
e, com gênio, eu quero dizer também filho da puta, porque nenhum teste de QI com 200 pontos justifica pegar uma história pessoal (e sentimental) de outra pessoa e criar a sua própria em cima disso, não porque isso seja, oh, condenável, mas porque é um certo desrespeito, ainda mais dando uma clara mensagem de "foda-se" na no início da projeção.
O Conselheiro do Crime
2.4 584muito desperdício - não exatamente dos atores e atrizes, mas do meu tempo. e quando parecia ter chegado, enfim, num momento em que algo mais substancial poderia ser desenvolvido, o filme acaba. saí do cinema com uma cara gigante de "jura que era só isso?".
bom, pelo menos a parte do brad pitt morrendo é super engraçada.
Homicídio Por Vocação
3.8 1não que seja ruim, mas o filme tem reviravoltas em cima de reviravoltas em cima de...
mas só não entendo como tentaram mesmo convencer a gente de que um ator nos seus quase trinta anos pudesse interpretar um garoto de 18 anos.
O Alerta Vermelho da Loucura
3.7 24creepy mildred.
Hansel e Gretel
2.5 9é sério isso?
e não é nem pelas péssimas atuações, pelo cameraman com mão de manteiga ou pelo tratamento ruim da imagem,
mas como é que alguém pode achar que convenceria que uma pessoa, após se distanciar cinco passos de duas outras, dar diversos tiros numa fazenda e gritar loucamente, pode ser morta por ser engolida por terra-movediça? aliás, de onde surgiu essa idéia de que terra pode ser movediça como areia? eu, hein... e quando tocam a fita da solange e a música-de-tensão toca junto também, como se tivesse tocado de verdade na hora? e a cena "de amor" entre o fred e a lina? e a morte por pele queimada da lina (onde já se viu alguém morrer por água quente)?
acho que só continuei assistindo para saber qual seria a tão misteriosa explicação lógica, que foi uma das coisas mais idiotas que ouvi. lucio fulci sabe fazer muito melhor que isso!
Eclipse de uma Paixão
3.6 221 Assista Agoraa partir de agora, vou mudar sempre "go, rimbaud" para "ugh, rimbaud" na canção 'land' da patti smith.
Lil Bub & Friendz
3.2 4:')
A Marca do Diabo
3.5 14realmente, filmes assim me fazem sentir mais nojo das atitudes humanas do que dos próprios efeitos de gore, porque as justificativas que eles utilizavam para se aproveitar dos bens dos outros, dos corpos das mulheres e a fim do próprio sadismo, utilizando o nome de alguém que é (supostamente) benevolente é... demais para definir em uma palavra só.
e mesmo que o filme não seja uma maravilha, consegue misturar o gore sem ser trash até o pescoço, desenvolver uma narrativa envolvente (não só três histórias segmentadas como aquele aviso no início do filme faz a gente esperar) e até um romancezinho brega, meloso e dramático (que, diga-se de passagem, é a pior coisa do filme).
o que eu achei mais interessante ainda foi que eles conseguiram adicionar os dois lados da moeda (mesmo que isso tenha sido uma conseqüência impensada de uma apelada para o drama), pois, na mesma medida em que
a igreja/chefes do poder torturavam por motivos fúteis/infundados, a própria população se vingava executando pessoas "menos culpadas" (porque o christian não pode ser completamente considerado nenhum santinho ao ficar vendo aquelas torturas todas e mortes de inocentes aceitando como "ossos do ofício" só porque é aprendiz - o próprio fato dele ser aprendiz de caçador de bruxas já diz muita coisa) só por eles fazerem parte da nobreza ou relacionado às pessoas que faziam aquelas atrocidades. talvez uma jogada do filme seja justamente pôr ele como bonzinho no final para sentirmos pena do drama(lhão) da vanessa no fim, mas, desculpa, a cara do udo kier não combina com personagem "mocinho".
Helter Skelter
3.5 209meu deus, as caras que o jeremy davies faz, que eram, claro, caras e expressões faciais do manson... como alguém poderia se deixar acreditar naquilo? como alguém não enxergava a loucura naqueles olhos de lunático? como conseguiram um pouco de sanidade para escapar de toda aquela verdade retorcida?
Prêt-à-Porter
3.4 44 Assista Agoramuitas estrelas, muitas histórias, muito tempo...
mas a coleção da simone lo vale muito a pena, especialmente por ser nesse segmento que a personagem da chiara mastroianni ganha, finalmente, destaque, mesmo sendo aquela coisinha de nada.
e, ah, ver o marcello mastroianni "uivando de tesão" para a sophia loren não foi engraçado: foi deprimente.
O Açougueiro
3.6 38 Assista Agoranão que eu tenha achado o filme uma porcaria nem nada, mas que ele é muito sem sal, é sim. o filme acaba soando muito como uma tentativa de aplicar o método do hitchcock, tendo um macguffin (mas um de definição muito generalizada, porque...) e forçando o espectador a ter um pouco de simpatia pelo vilão, o que falha completamente, porque tudo é muito apático, especialmente os atores principais (fiquei muito mais interessado no problema do percurso de trem toulouse-orleans - juro que parei o filme para fazer a conta, já que pareceu mais proveitoso).
a metáfora do botão do elevador no hospital é realmente muito boa, como disse a amanda aqui em baixo, mas a única coisa perturbadora nesse filme é ela ficar dando sorrisinhos para o popaul completamente pálido na maca antes dele morrer.
Descalços no Parque
3.6 97- Corie, I gotta tell you something.
- Well, later.
- No, now. I got all the way down the stairs and, suddenly, it hit me. Suddenly, I saw everything clearlier for the first time. I said to myself: this is crazy... this is crazy! It's all wrong from me to run away like this. There's only one right thing to do.
- Really, Paul? What?
- You get out! Hahahaha!
- It couldn’t have been all your fault.
- No...? No? Because of me you’re running around without your clothes and Paul is out there on the streets with a cold looking for a place to sleep. Whose fault is that?
- Yours!... But do you want to know something that may shock you? I still love you.
- You do?
- Yes, and Paul loves you too.
Nação dos Sonhos
3.5 191 Assista Agorarealmente, o filme chama atenção ao ser descrito com uma espécie de juno david-lyncheano ou um donnie darko mais alegrinho, mas, no fim, é uma malhaçãozinha recheada de subtramas muito nonsenses e pitadas generosas de egocentrismo da personagem principal. mas pelo menos dá para aproveitar a cena em que
ela faz um discurso muito bom contra o slutshamming que fazem com ela.
no fim, é menos um filme "indie-cult" do que um amontoado de metáforas que soam como clichês e frases de efeito mal ditas que tem cara de hit de tumblr. ou será que esses são sinônimos?
O Lado Bom da Vida
3.7 4,7K Assista Agorano final, o filme acaba sendo só mais uma comédia romântica com o diferencial de um drama mais acentuado pelos problemas psicológicos dos personagens principais, mas nada muito extraordinário.
e eu me senti muito enganado quando, do nada, explode na sua cara que a carta foi escrita pela tiffany e que tudo tinha sido planejado junto com os pais dele, ou seja, você começa a crer que tudo aquilo que aconteceu com o pat foi muito bem planejado pela família toda, o que é muito estranho, uma vez que eles não expressam nenhuma conexão positiva entre si - muito pelo contrário - e, na verdade, as coisas começam a perder o sentido, uma vez que não se esclarece até que ponto foi armação, além do envolvimento da tiffany não ser desenvolvido ou explicitado (fazendo com que aparente ser uma coisa muito repentina, muito escondida), sem esquecer de que, do nada, o pai dele fala desse sentimento dela.
não sei se o problema é da história original, mas, pelo que falaram do filme (esqueça oscar, porque isso já deixou de ser mérito ou padrão de qualidade há muito tempo), achei o filme com uma premissa bastante interessante mas muito mal desenvolvida, principalmente para um filme de duas horas de duração.
Mulheres e Música
3.4 2parece que o título do filme só se justifica por causa de uma música de uma cena de um musical dentro do filme, o que, por favor, né? as cenas do musical são lindas, bem estruturadas e bastante inovadoras para a época, mas, mesmo assim, a história se perde quando chega o momento do musical e fica naquela enrolação de músicas que não acabam mais só para explorar efeitos visuais. mas, acima de tudo, as personagens não tem carisma alguma. pelo amor de deus, o que esse pessoal via no dick powell?