“Amor pleno” usufrui da mesma estrutura de “A árvore da vida”, mas com assunto diferente. O problema é que o diretor Terrence Malick, que conduziu ambos os filmes, dosou em excesso as inserções poéticas nas cenas. Tais inspirações funcionaram em seu longa anterior, porém não foi tão eficiente aqui. Assim como em “A árvore da vida”, há belíssimas imagens, poucos diálogos, religiosidade presente na trama e ritmo lento para que o espectador absorva, ou tente absorver, todos os sinais que levam a reflexão temática. Isso acontece, mas de forma confusa e, às vezes, cansativa. É uma pena que o roteiro peque ao exibir uma narrativa inconsistente, principalmente ao deixar em segundo plano a curiosa história sobre um padre com fé abalada que merecia mais atenção. http://cinetrixfilmes.blogspot.com.br
"As bem armadas" lembra a pegada burlesca de "Bad Boys", mas com confusões protagonizadas por policiais mulheres que tem métodos pouco comuns de combater a criminalidade. A história é boba, previsível e com argumentos pouco convincentes, no entanto, não é isso que realmente importa. A trama policial só serve de cenário para que Melissa McCarthy (Sandra Bullock nem tanto) destile todo seu arsenal cômico. O roteiro, apesar de todas as falhas, se destaca pelas ótimas gags ao mesclar piadas inteligentes com besteirol que aparecem de forma pontual na narrativa. E são muitas as situações hilárias, principalmente quando Melissa aparece em cena (as discussões com um policial albino são as melhores). Entretenimento despretencioso! http://www.cinetrixfilmes.blogspot.com.br/
"Invasão à Casa Branca" é um "Duro de Matar" sem o Bruce Willis. Inclusive, a narrativa tem praticamente as mesmas situações de perigo, só muda o cenário. A trama sobre terrorismo é convencional, mas tem alguns argumentos convincentes e clichês, bem executados pelo diretor Antoine Fuqua, que divertem o espectador. Para quem curte filmes no estilo 'exército de um só homem', o longa cumpre o que promete com boas doses de ação, ritmo ágil e atuações eficientes, principalmente de Morgan Freeman e de Gerard Butler, que está a vontade no papel do heroi. http://www.cinetrixfilmes.blogspot.com.br/
Mais uma vez, o diretor Neill Blomkamp nos surpreende com mais uma ficção científica de boa pegada política. O foco aqui é a desigualdade social e o sistema de saúde precário de uma Terra que virou reduto da miséria e da pobreza controlada pelos ricos que moram em uma gigantesca base espacial que se chama Elysium. O visual e o ritmo são parecidos com “Distrito 9”; o roteiro é eficiente em sua crítica e apresenta trama consistente; as cenas de ação são pontuais e repletas de ótimos efeitos visuais e interessantes câmeras lentas e a inventividade das engenhocas futurísticas ajudam a prender a atenção do espectador. “Elysium” é um excelente entretenimento com boas atuações (destaque para Wagner Moura) e que merece ser apreciado por seu conteúdo de qualidade. http://cinetrixfilmes.blogspot.com.br/
Filmes de terror baseados em fatos reais ganham contornos mais assustadores e isso se aplica em “Invocação do mal”, uma produção cuja narrativa é inspirada nos trabalhos de um casal que estudava a paranormalidade e possessões demoníacas nos anos 70. Aqui, eles são chamados para investigarem o caso de uma família recém mudada para uma velha casa que se vê aterrorizada por um espírito.
No ponto de vista cinematográfico, “Invocação do mal” não traz nada de novo. Tudo o que se vê já foi mostrado pela sétima arte. Entretanto, o diferencial em relação a outros semelhantes é o enredo interessante e sua realização eficiente. É difícil de ver um exemplar de terror conseguir um equilíbrio ímpar ao mesclar estilos e clichês do gênero.
A direção de James Wan (“Jogos Mortais”) e a criatividade na interação de elementos convencionais como exorcismo, casa antiga mal-assombrada, espíritos malignos, paranormalidade e tomadas em primeira pessoa (como “A Bruxa de Blair”) são as grandes virtudes da produção. Wan conduz a trama com segurança, trabalha o ‘lugar-comum’ com inteligência e valoriza a dramaticidade dos eventos até culminar em situações consideravelmente assustadoras sem apelar para a sanguinolência.
As cenas de suspense são muito bem montadas e a fotografia fria de poucas cores, aliada a boa direção de arte, ajuda a proporcionar tensão ao criar uma atmosfera amedrontadora. Isso, claro, intensifica as inúmeras sequências de imprevisíveis sustos. O roteiro também se destaca ao minuciar o trabalho do casal de investigadores paranormais e evita o enfoque no mérito religioso, ainda que tenha de utilizar deste argumento no arrepiante clímax.
Vale lembrar, também, da atuação do ótimo elenco encabeçado por Vera Farmiga, Patrick Wilson, Lili Taylor e Ron Livingston que estão convincentes em seus papéis. “Invocação do mal” é, sem dúvida, um dos melhores exemplares de terror dos últimos anos. Se não fosse a falta de originalidade (que não compromete em nada no resultado final), diria que o filme seria um marco do gênero. http://www.cinetrixfilmes.blogspot.com.br/
Decepcionante a nova animação da Disney. "Aviões", que não tem selo Pixar, tem narrativa parecida com a de "Carros", mas tudo contado por aviões. O enredo também é praticamente uma cópia ao apresentar um personagem que quer se tornar campeão de corrida e enfrenta todas as adversidades para conquistar seus objetivos. O universo é todo inspirado no longa da Pixar e trás inúmeras e tradicionais referências moralistas das produções Disney. A falta de originalidade, o humor pouco criativo e o roteiro turbinado, que desenvolve mal os protagonistas e as situações, comprometem o longa. Há algumas cenas aéreas legais e só, infelizmente! http://www.cinetrixfilmes.blogspot.com.br/
O diretor Roland Emmerich é o maior destruidor dos Estados Unidos no cinema. Ele destruiu o país com invasão alienígena em "Independence Day", fez estragos em Nova Iorque com o lagarto gigante "Godzilla", devastou o território norte-americano com forças da natureza em "O dia depois de amanhã" e "2012" e, agora, desmoralizou Washington com ações terroristas que põe o presidente e a Casa Branca em perigo no longa "O ataque".
O argumento é o mais batido possível, o roteiro é hiper manjado com clichês aos montes e as cenas de ação são convencionais e previsíveis. Isso tudo faz com que qualquer filme fracasse de todas as formas possíveis. No entanto, estamos falando de Roland Emmerich, um dos melhores diretores do 'cinema pipoca' e que não deixa a bola cair mesmo não tendo nada original nas mãos, ainda que tenha contextos que se interagem com a realidade.
Emmerich é daquelas pessoas que quando veem um quebra cabeça pronto ele desmonta para remontar à sua maneira. Assim é "O ataque", todos imaginam o cenário de ameaça vivida pela casa mais 'visada' do mundo, mas ninguém ousou em destruí-la. Se a Casa Branca ainda não foi atacada por terroristas, a pauta para o cinema e para o diretor alemão está montada. Emmerich adora desvirtuar valores e acertar esses ponteiros com patriotismo e assim ele faz aqui com a ajuda do roteiro bem humorado repleto de sacadinhas e coincidências divertidíssimas.
Por mais chula ou ruim seja a premissa, Emmerich consegue nos divertir. Ele procura desenvolver bem o primeiro ato para situar o espectador para, no segundo ato, surpreendê-lo com muita ação e com efeitos visuais espetaculares. Aqui, todo o sistema de segurança da Casa Branca é 'revelado' e os argumentos que levaram ao tal ataque são exposto (ao mesmo tempo que isso é uma crítica ao governo norte-americano também é algo inverossímil). A partir daí é pura correria, pancadaria, destruição, reviravoltas aos montes e inúmeras referências ("ID4", Obama, entre outras), tudo com qualidade técnica para que o entretenimento funcione.
"O ataque" não é o melhor filme sobre terrorismo, mas é uma referência desse subgênero no que diz respeito a invasão em uma das casas mais conhecidas do mundo. Falando nisso, "Invasão a Casa Branca", filme com mesma temática e também lançado recentemente, tem enredo mais consistente e é mais "Duro de matar" que este. http://www.cinetrixfilmes.blogspot.com.br/
"Os Amantes passageiros", novo filme de Pedro Almodóvar, é uma mistura de "Apertem os cintos... o piloto sumiu" (no sentido de que há um problema a bordo e pelo hilariante descontrole da tripulação) e "Gaiola das loucas" (vide temática) com pitadas de perversão. Apesar da premissa e algumas ações inconvincentes, o longa tem roteiro esperto com alguns bons diálogos, gags 'homoeróticas' e atmosfera loucamente provocante. O problema é que o humor beira o besteirol e isso faz com que a comédia fique desequilibrada ocilando bons e mals momentos. http://www.cinetrixfilmes.blogspot.com.br/
"O som ao Redor" é uma excelente crônica que envolve relações sociais e a segurança de moradores em uma rua de Recife. A estória se destrincha lentamente e algumas ações dos personagens são movidas pelos sons do dia-a-dia. O cotidiano, diga-se de passagem, é retratado de forma realista e sonoramente contagiante, fazendo com que o espectador se sinta dentro do filme. O trunfo desta produção brasileira não é apenas o curioso conteúdo narrativo, mas a maneira como tudo é exposto, o que faz do roteiro e da direção, ambos de Kleber Mendonça Filho, serem os destaques. Para quem perceber, o ritmo lento e a câmera estática que observa as ações de todos tem uma pegada Tarantinesca (não é atoa que ele ganha uma referência no longa). A conclusão, que pode parecer vaga, faz refletir não apenas pelo conexto antropológico, mas pelo som ao redor de todos. www.cinetrixfilmes.blogspot.com
Esqueça o trailer de “A busca”, o filme não tem ritmo de “Busca implacável” e muito menos promove ações com pancadaria. Essa produção nacional, bem conduzida por Luciano Moura, é um drama que traz temas atuais para discutir questões familiares cujos valores estão cada vez mais desequilibrados com brigas, separações e desrespeitos.
O roteiro apresenta bem esses argumentos com atmosfera densa e com show de interpretação de Wagner Moura. Quando o filme justifica seu título, em que um filho de um casal em crise foge de casa e desaparece pela pelo Brasil adentro, o longa se torna um tenso e misterioso Road Movie sobre a desesperada procura de um pai por seu menino.
À medida que o pai intensifica a busca, sua jornada ganha elementos poéticos e o excesso dessas poesias pode comprometer a verossimilhança da trama. Apesar de o clímax não justificar totalmente as ações do protagonista, “A busca” cumpre o que promete e se mostra dramaticamente e antropologicamente eficientes.
“A missão” (1986) é um dos épicos mais importantes produzidos pelo cinema, principalmente por seu contexto histórico que traz um enredo religioso e que interessa diretamente a nós, brasileiros. O filme fala sobre o trabalho de padres jesuítas na América do Sul no final do século XVIII que tentam pregar o cristianismo aos índios, contrapondo a corte espanhola que invade a região na intenção de escravizá-los. Diante disso, ocorre um imbróglio político entre os religiosos e colonizadores na disputa de seus interesses. A trilha sonora marcante de Ennio Morricone, a bela fotografia de Chris Menges (vencedora de Oscar), o bom roteiro de Robert Bolt, a direção firme de Roland Joffé e o elenco de primeira (Robert De Niro, Jeremy Irons, Liam Neeson entre outros) fazem de “A missão” um dos mais aclamados longas da década de 80. Um clássico emocionante que, merecidamente, faturou a Palma de Ouro no Festival de Cannes além de ser indicado ao Oscar em várias categorias, incluindo melhor filme. http://cinetrixfilmes.blogspot.com.br/
Baseado nos quadrinhos de Mike Mignola, criado em 1994, Hellboy é uma espécie de ‘HQ alternativa’ que fala sobre um anti-herói, um monstrengo vermelho com aparência diabólica, que foi criado e adotado por um professor no final da Segunda Guerra. Ele acaba se tornando um defensor dos humanos e ajuda na luta contra todos os tipos de ameaças sobrenaturais. Usando e abusando do cinismo, o personagem no cinema se torna divertido e curioso por seu universo. A fantástica trama é intrigante e bem conduzida por Guillermo Del Toro, que equilibra os clichês com harmonia e proporciona ritmo contagiante. Destaques para o visual bizarro e pouco convencional (incluindo maquiagens e direção de arte), para as boas cenas de ação regadas com efeitos digitais eficientes e para a atuação do carismático Ron Perlman, que dá vida ao protagonista colorado. http://cinetrixfilmes.blogspot.com.br/
“Jumanji” (1995) foi um ícone da aventura na década de 90. Sua originalidade conquistou fãs ao redor do mundo ao contar a história de um tabuleiro mágico que transforma a realidade de seus participantes em um perigoso jogo com elementos da natureza africana. O filme contagia o espectador com a criatividade na fantasia, com o bom humor e com as empolgantes, e as vezes tensas, cenas que utilizam efeitos especiais impressionantes. A produção é conduzida de forma segura pelo diretor Joe Johnston que não deixa o ritmo cair um só momento. http://cinetrixfilmes.blogspot.com.br/
Bom filme que mistura ilusionismo com a temática de grandes roubos. Muitas reviravoltas, engenhosidades nas ações, roteiro eficiente e ritmo ágil garantem a diversão. "Truque de mestre" é o contra-filé vendido como filé mignon, tem tempero no ponto, mas com sabor convencional. É uma pena que o longa tenha inspiração durante toda a projeção e falte originalidade na reviravolta final. No geral, é uma ótima pedida de entretenimento. www.cinetrixfilmes.blogspot.com
Impossível não se lembrar das clássicas séries japonesas (Jaspion, Changerman, entre outros) que traziam heroicos soldados que controlavam enormes robôs para digladiarem com monstros gigantes. Como não recordar de Godzilla, o enorme lagarto que destruía cidades? A tecnologia que combate criaturas alienígenas pode ser a principal atração dos jovens de hoje em dia, mas o maior trunfo de "Círculo de fogo", o novo longa do competente Guillermo Del Toro, é trazer nostalgia dos anos 80 aos trintões.
A trama mostra uma invasão de enormes alienígenas (Kaiju) à Terra, mas, ao invés dos bichões virem do espaço, como na maioria dos filmes desse tipo, eles surgem do fundo do mar por meio de um portal que se abre numa fenda no Oceano Pacífico, o famoso círculo de fogo. Para combater as criaturas que emergem da água salgada, a população mundial se uniu para criar uma organização, que fabrica robôs gigantes de alta tecnologia nomeados de Jaegers, para combater essas ameaças.
"Círculo de fogo" é convencional, previsível, repleto de clichês da ficção científica no que diz respeito as invasões alienígenas à Terra e, mesmo assim, o filme é uma das produções mais legais de 2013. Por mais que o produto seja 'mais do mesmo', a exigência do conteúdo frente a proposta do longa se abranda quando a seriedade dá lugar ao entretenimento despretensioso, o que me faz avaliar mais a performance técnica da realização do que o grau de criatividade dramática.
Quando se trata de entretimento, Guillermo Del Toro é especialista no assunto, vide sua boa filmografia: "Mutação", "Hellboy" (1 e 2), "Blade 2" e a fantástica crônica sobre a Segunda Guerra Mundial "O labirinto do fauno". O diretor tem demonstrado vigor para esse tipo de cinema e com "Círculo de fogo" ele se firma como um dos melhores cineasta nesse segmento na atualidade. Seus filmes podem aspirar algum tipo de convencionalismo, mas é nítido o esforço para que o trabalho fique bem feito e isso deve-se levar em consideração.
O que Del Toro fez não foi apenas brincar com engenhocas tecnológicas e manipular grandes cenas de ação com efeitos visuais impressionantes, mas homenagear àquela ideia dos animes e seriados orientais que profetizaram pautas fantásticas para o cinema norte-americano. O diretor não só trouxe nostalgia como soube equilibrar todos os ingredientes do gênero e trabalhou os clichês de maneira inteligentemente divertida.
O roteiro tem lá seus furos e absurdos, mas percebe-se que há uma preocupação em expor uma narrativa coesa ao desenvolver bem as situações (para quase tudo existe explicação).
Se há um equívoco em "Círculo de fogo" é o de detalhar demais os robôs, algo semelhante ao que aconteceu em "Transformers". São tantas engrenagens, peças e informações que ficamos, em certos momentos, com o olhar cansado de tanto deslumbre
. No entanto, isso não influencia no resultado final e não tira os méritos da produção que é uma das mais cools de 2013.
'Nada se cria, tudo se copia'. A expressão coloca em cheque tudo que chamamos de originalidade na atualidade e isso reflete no cinema, principalmente no gênero da ficção científica que exige muita criatividade para que determinado trabalho fique convincente na tela. "Oblivion" é um exemplo disso, não de originalidade, mas de criatividade na interatividade de inspirações e na direção eficiente de Joseph Kosinski ("Tron, o legado") que expõe clichês de maneira contagiante.
Depois que a Terra foi invadida por alienígenas e destruída após uma grande guerra, os terráqueos passaram a habitar Titã, uma das luas do planeta Saturno. Para garantir a sobrevivência dessa população, uma energia vinda da água do mar é extraída por gigantescas máquinas que enviam o tal recurso para Titã. Um dos objetivos de Jack Harper (interpretado pelo sempre competente Tom Cruise) é proteger as tais máquinas dos rebeldes Scavs. A realidade de Jack começa a ser questionada ao resgatar uma mulher com quem sonha todas as noites.
"Oblivion" parece se basear em outros longas para criar sua atmosfera. Tem um pouco de "2001 - Uma odisseia no espaço", "O exterminador do futuro", "Lunar", "Matrix", entre outros. Essas inspirações, aliada ao atrativo tom futurista apocalíptico, não incomodam, pelo contrário, surpreendem pela condução precisa de Kosinski, que evita a frenesi, investe em um ritmo mais lento e é pontual no desenvolvimento do drama e da ação.
Se a criatividade sobressai a falta de originalidade, "Oblivion" se destaca, também, pelo interessante roteiro que trás didatismo bem encaixados, uma narrativa que procura não se distanciar da lógica proposta e uma intrigante trama que provoca reflexões em seu clímax. O que pode ser um ponto negativo aos olhos dos mais exigentes é o enredo trivial travestido de complexidade, uma conclusão politicamente correta e a convencional 'rebeldia contra o sistema', argumentos que têm sido incansavelmente trabalhado no cinema.
A parte técnica é um deslumbre a parte. Ainda que a direção de arte tenha economizado no aspecto 'apocalíptico' - mas não deixa de ser chamativo, o design futurístico tem visual modernamente clean com traços poucos rebuscados e com tecnologias, aliadas aos efeitos gráficos de primeira, que ajudam na espetacularização de diversas cenas. "Oblivion" pode não ser a melhor ficção do ano, mas é uma das mais bem conduzidas.
Cinema é entretenimento, emoção, reflexão e, com o perdão do trocadilho, é que nem a pirataria, se você não se rendeu com o original, divirta-se com a cópia ou 'oblivion'. http://cinetrixfilmes.blogspot.com.br/2013/08/oblivion.html
Filmes com tramas convencionais bem realizadas podem render entretenimentos de primeira, ainda que sejam norteados de clichês. O difícil é fazer com que o fator 'lugar comum' fique equilibrado durante toda a projeção. Talvez esse seja o maior desafio de se trabalhar com estórias manjadas. "Chamada de emergência" é um exemplo de desequilíbrio: tem tema batido, começa bem e surpreende pela eficiência do suspense, mas termina de maneira insatisfatória.
A competente Halley Berry interpreta Jordan, uma atendente do serviço de emergência norte-americano 911. Após cometer um erro durante uma chamada em que a vitima de um sequestro em andamento morre, ela é afastada da função e passa a ser uma instrutora de onde trabalha. Em uma aula expositiva no setor de atendimento, ela é obrigada a voltar a ativa para tentar salvar outra vitima de sequestro.
Tudo em "Chamada de emergência" parece se inspirar em outras produções do gênero, inclusive o vilão tem personalidade semelhante com aquele em "O silêncio dos inocentes". Diante de tanta trivialidade, o filme se destaca por sua atmosfera de suspense. A tensão e o ritmo ágil, muito bem trabalhados pelo diretor Brad Anderson ("O operário"), são contagiantes e esse são os fatores que valem a diversão proporcionados pelo longa.
Trabalhar com tantos clichês exige criatividade e muita atenção dos realizadores para que o produto fique mais aceitável, sem tantos erros. Entretanto, se algum detalhe for mal desenvolvido a possibilidade de pequenos furos se tornar um imenso buraco é grande e aqui não é diferente. A impressão é que gastaram tempo demais na construção da primeira parte do suspense e se esqueceram da coerência das particularidades que norteiam as ações e situações da segunda metade.
Mesmo tendo um clímax vingativamente forçado e um desfecho inverossímil que atiçou a ira dos críticos mais exigentes, a produção merecia melhor sorte nas telonas. http://cinetrixfilmes.blogspot.com.br/2013/07/chamada-de-emergencia.html
A primeira metade é legal, esboça estilo nas cenas de ação e a trama, embora convencional e repleta de clichês, é divertida e digerível. A segunda metade parece ser comandada por outro diretor. O ritmo acelerado e as soluções fáceis da narrativa para se chegar ao clímax dão a impressão de forçar um final e isso prejudica, não só o fraco roteiro, como a ação e o conteúdo dramático que pouco se desenvolve. No mais, é uma sessão da tarde longe de ser uma tela quente!
Desenhos de computação gráfica são uma das melhores áreas para roteiristas e diretores exercitarem a criatividade, a fantasia e as belas mensagens moralistas. Exemplo é o que não falta no gênero e, às vezes, vale mais a pena ver uma animação ao invés de ‘filmes reais’, regra que se encaixa em “Ta chovendo hambúrguer”.
Baseada no livro de Judi e Ron Barrett, a história fala de Flint Lockwood, um fracassado cientista de uma pequena cidade pesqueira que desenvolve um sintetizador que faz qualquer tipo de alimento. Depois que um acidente coloca a tal máquina na estratosfera, Flint consegue enviar mensagens para a engenhoca que, consequentemente, faz chover comida, atendendo a ganância do prefeito e os desejos da população.
As cores vibrantes, o ótimo gráfico com traços caricaturados, a criatividade, o bom humor (detalhes alheios divertidos e bichinhos engraçados) e as referências do roteiro fazem de “Ta chovendo hambúrguer” um filme atraente e encantador. O longa amarra bem os dramas convencionais infantis e o ritmo, sempre agradável, prende a atenção do espectador do início ao fim.
As referências, diga-se de passagem, são os destaques do longa.
Quando o próprio alimento sofre mutações, o espectador deslumbra cenas espetaculares de catástrofe, em que o ‘desequilíbrio ambiental da comida’ se torna o grande vilão, momentos que nos fazem lembrar de algumas produções do estilo, como "Twister", "O inferno de Dante", entre inúmeras outras.
Além disso, as mensagens são de grande valia, como a crítica à obesidade, à crise econômica norte-americana e a exposição emocionante de amor paterno e de seus valores morais. Talvez, o único equivoco do roteiro seja o tratamento irregular sobre o ‘absurdo’, que, em certos momentos, traz exagero até demais e algumas cenas bobas (que sempre agradam as crianças, mas nem tanto aos adultos). Contudo, isso não atrapalha a diversão que é sempre bem-vinda! http://cinetrixfilmes.blogspot.com.br/2012/05/ta-chovendo-hamburguer.html
Indiscutivelmente, Robert Rodriguez é um “Tarantino trash”. Seu lado frenético, pitoresco, exagerado e ácido são as qualidades do diretor que está à vontade conduzindo sua cartilha em “Planeta Terror”, longa que faz parte do projeto Grindhouse, em parceria com seu ilustre amigo Quentin Tarantino, que homenageia as sessões duplas de cinema dos anos 70.
Na história, um misterioso experimento vaza um gás tóxico e transforma as pessoas em monstros ou em uma espécie de zumbi. Diante deste quadro apocalíptico, o filme aborda diversos personagens que se juntam em um determinado momento da narrativa para combater um exército de ‘inválidos assassinos’.
Rodriguez se entregou de corpo e alma ao projeto. Sua brincadeira de homenagear a sétima arte setentista (inclusive há reproduções de erros de edição e defeitos de película) aliada ao seu ‘jeito de fazer cinema’ fez de “Planeta Terror” um dos produtos mais cools, estilosos e instantaneamente cult dos anos 2000.
A ação frenética, o exagero, a caricatura, a reciclagem de clichês e o ‘terror zumbi’ com imagens cruas, maquiagem realista, cenas repugnantes e sanguinolência são os elementos que fazem do filme uma ‘pérola trash’. Tudo isso está numa linha paródica, com sacadas impagáveis (a ideia da mulher perneta que usa uma metralhadora como prótese é genial), que investe no humor negro para entreter o espectador.
Comparando os ‘longas Grindhouse’, “Planeta Terror” não tem a genialidade e muito menos o glamour que “À prova de morte” ganhou de Tarantino, entretanto, diverte pela ‘tosquice’ que encantou os diretores do projeto. http://cinetrixfilmes.blogspot.com.br/2012/05/planeta-terror.html
Recentemente, o cinema tem 'reinventado' estórias clássicas que fizeram sucesso na literatura infantil e em desenhos animados. Os exemplares que tiveram versões 'undergrounds' incluem "Branca de neve e os sete anões", "Chapeuzinho Vermelho" e "João e Maria". No entanto, nenhuma das novas produções conseguiu um equilíbrio ímpar como "Jack, o caçador de gigantes", adaptação do conto "João e o pé de feijão" que é o melhor dessa safra.
Depois que Jack (interpretado pelo carismático Nicholas Hoult) recebe feijões de um monge, uma das sementes brota um enorme pé que vai dar em um mundo de gigantes. O problema é que filha do Rei, Isabelle (Eleanor Tomlinson), é sequestrada pelos gigantes e Jack é escalado pela realeza para se juntar aos soldados numa perigosa jornada a fim de salvar a jovem princesa.
No ponto de vista cinematográfico, falta originalidade em "Jack, o caçador de gigantes". Claro, suas reviravoltas e seu universo fantástico se assemelham a tantos outros filmes do gênero, mas como se trata de um entretenimento, o longa é um dos bons exemplos de qualidade neste quesito e tudo está harmonicamente equilibrado e sem grandes distorções do famoso conto – impossível não mudar detalhes para que o conteúdo fique convincente na sétima arte.
O ponto forte é a direção de Brian Singer que, como sempre, demonstra segurança na dramatização de cenas (evita extravagâncias fora do contexto), inteligência em trabalhar com clichês aventurescos e habilidade em proporcionar ritmos contagiantes, principalmente na espetacularização das sequências de ação, que são bem executadas. Além disso, o roteiro aposta em premissa trivial, se mostra coeso em relação ao conto original com bons diálogos e encaixa bem o humor rasteiro na trama.
"Jack, o caçador de gigantes" também se destaca nos aspectos técnicos ao apresentar figurinos convincentes e efeitos visuais de qualidade (ficam ainda melhores em 3D). Somente a direção de arte ficou tímida e se limita basicamente no castelo real. Enfim, o filme é uma aventura despretensiosa e que merece ser vista com muita pipoca. http://cinetrixfilmes.blogspot.com.br/2013/08/jack-o-cacador-de-gigantes.html
Em seu lançamento no início dos anos 2000, “Pearl Harbor” foi considerado o ‘novo Titanic’. De fato, tinha tudo para ser, já que reciclou quase todos os clichês utilizados por James Cameron: tragédias, heroísmo, situações melodramáticas, romances entre outros. O resultado ficou esteticamente belo, porém romanticamente bobo e vazio.
O filme, que trazia os badalados Michael Bay na direção, Jerry Bruckheimer na produção e seus 140 milhões de dólares no orçamento, foi fracasso de criticas e de bilheteria nos EUA. O desastroso roteiro com muitos diálogos esdrúxulos, o romance ‘triplamente’ piegas e a escolha de protagonistas sem carisma (Ben Affleck e Josh Hartnett) condenaram “Pearl Harbor” ao insucesso.
É nítido que Michael Bay não tem habilidade para conduzir esse tipo de história amorosa. Contudo, o diretor é especialista no gênero ação e aqui ele não decepciona ao refilmar o fato histórico, já mostrado em “Tora tora tora!”, sobre o ataque japonês à base de Pearl Harbor, no Havaí, ponto chave para os Estados Unidos entrarem de vez na 2ª Guerra Mundial.
São as paisagens magníficas, as boas e longas cenas de guerra e explosões espetaculares que interessam em “Pearl Harbor”. Tecnicamente, a produção é bastante eficiente ao trazer realismo nas destruições com efeitos visuais de primeira, bela fotografia, trilha sonora caprichada de Hans Zimmer, engenharia de som impecável e perseguições aéreas sensacionais.
Apesar das intermináveis 3 horas de duração, do romance ‘mela-cueca’ e de não entrar muito na análise política sobre o acontecimento, são o caos e o cenário ‘militar’ que nos entretêm em “Pearl Harbor”. Só de ver como os japoneses afundaram 21 navios, destruíram 188 aviões e mataram 2409 soldados americanos já vale uma espiada. http://cinetrixfilmes.blogspot.com.br/2012/05/pearl-harbor.html
A ficção científica “Repomen – O resgate de órgãos” passou despercebida em 2010. O longa, que é uma adaptação da obra “The Repossession Mambo” de Eric Garcia, que também é o roteirista, tem uma temática curiosa e nada convencional, porém tem uma direção burocrática e pouco 'artística'.
O filme retrata o descaso do sistema capitalista para com a população em um futuro sobre a conquista da longevidade humana por meio de órgãos artificiais. Ele ajuda os necessitados e também pode destruir a vida de quem não estiver em dia com suas obrigações financeiras na compra dos caríssimos órgãos.
Em caso de inadimplência, a empresa The Union envia seus coletores para resgatar os tais órgãos que são retirados a sangue frio pelos agentes que não se importam se o indivíduo irá sobreviver ou não. A história fala sobre um desses agentes que, após um acidente numa missão, ele ganha um coração artificial e acaba sofrendo com as cobranças de seu novo órgão, o que o faz rebelar contra o sistema.
“Repomen” é o tipo de filme que tinha de tudo para se tornar um clássico do gênero, mas sua condução não o permitiu tal façanha. Ao invés de investir na sensibilidade e de explorar a fundo o tema de maneira mais científica e reflexiva, o diretor optou por uma linha narrativa batida que traz trama clichê de ação/vingança ‘gato-e-rato’ e dramas que não convencem, o que comprometem no resultado ‘artístico’ do longa.
Apesar do frágil roteiro, da conclusão absurda (e ao mesmo tempo interessante) e do elenco carismático que poderia ter sido mais bem aproveitado (Forest Whitaker, Jude Law e Alice Braga), o filme não é ruim e não deixa a desejar no quesito aventura, que pode divertir os menos exigentes com o visual underground, a violência crua e com bons momentos de ação e suspense. http://cinetrixfilmes.blogspot.com.br/2012/05/repomen-o-resgate-de-orgaos.html
“King Kong”, um dos maiores personagens trágicos do cinema, ganhou uma releitura espetacular em 2005 pelas mãos de Peter Jackson. O filme merece ser visto por seu apuro visual e pelo cuidado do diretor ao recontar a história do gorilão baseada no clássico literário de Edgard Wallace, o mesmo que ajudou a criar o filme de 1933.
A alma e a sensibilidade de “King Kong” se devem a Peter Jackson, que realiza um trabalho autêntico e elegante. O diretor, a todo o momento, faz referências cinematográficas, homenagens ao cinema das décadas de 30 e 40 e executa com perfeição a parte técnica, que vai desde a charmosa reconstituição de época de Nova Iorque nos anos 30 (em plena Grande Depressão) até os impressionantes efeitos visuais, que incorporam na fotografia e ajudam a criar cenas belíssimas.
A aventura ganha dimensões ‘monstruosas’ quando a história passa a focar no fantástico ‘mundo perdido’ com criaturas assustadoras, como insetos gigantes e dinossauros. A partir daí, o filme embala ao valorizar a imagem de Kong (sempre em ângulos contra-plongée) e sua interação com Ann (Naomi Watts), além de proporcionar suspenses agonizantes e empolgantes seqüências de ação de tirar o fôlego.
A grandiosidade é tão deslumbrante que os absurdos narrativos e furos de roteiro não incomodam. Além de imprimir uma contagiante atmosfera dramática e ao desenvolver Kong de maneira atraente, outro personagem que tem um tratamento diferenciado pelo roteiro é o ganancioso diretor de cinema Carl Denham, muito bem interpretado por Jack Black, que, inclusive, tem trejeitos parecidos com os de Orson Welles.
O tom trágico no belo e emocionante clímax no Empire State Building não só dá verossimilhança à paixão do primata pela mocinha, mas finaliza a produção de forma arrebatadora. Enfim, “King Kong” é, sem dúvida, um dos maiores filmes-pipocas do cinema e uma obra-prima visual que deve ser revista de tempos em tempos, principalmente em HD. http://cinetrixfilmes.blogspot.com.br/2012/04/king-kong.html
Amor Pleno
3.0 558“Amor pleno” usufrui da mesma estrutura de “A árvore da vida”, mas com assunto diferente. O problema é que o diretor Terrence Malick, que conduziu ambos os filmes, dosou em excesso as inserções poéticas nas cenas. Tais inspirações funcionaram em seu longa anterior, porém não foi tão eficiente aqui. Assim como em “A árvore da vida”, há belíssimas imagens, poucos diálogos, religiosidade presente na trama e ritmo lento para que o espectador absorva, ou tente absorver, todos os sinais que levam a reflexão temática. Isso acontece, mas de forma confusa e, às vezes, cansativa. É uma pena que o roteiro peque ao exibir uma narrativa inconsistente, principalmente ao deixar em segundo plano a curiosa história sobre um padre com fé abalada que merecia mais atenção.
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As Bem Armadas
3.5 873 Assista Agora"As bem armadas" lembra a pegada burlesca de "Bad Boys", mas com confusões protagonizadas por policiais mulheres que tem métodos pouco comuns de combater a criminalidade. A história é boba, previsível e com argumentos pouco convincentes, no entanto, não é isso que realmente importa. A trama policial só serve de cenário para que Melissa McCarthy (Sandra Bullock nem tanto) destile todo seu arsenal cômico. O roteiro, apesar de todas as falhas, se destaca pelas ótimas gags ao mesclar piadas inteligentes com besteirol que aparecem de forma pontual na narrativa. E são muitas as situações hilárias, principalmente quando Melissa aparece em cena (as discussões com um policial albino são as melhores). Entretenimento despretencioso!
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Invasão à Casa Branca
3.3 786 Assista Agora"Invasão à Casa Branca" é um "Duro de Matar" sem o Bruce Willis. Inclusive, a narrativa tem praticamente as mesmas situações de perigo, só muda o cenário. A trama sobre terrorismo é convencional, mas tem alguns argumentos convincentes e clichês, bem executados pelo diretor Antoine Fuqua, que divertem o espectador. Para quem curte filmes no estilo 'exército de um só homem', o longa cumpre o que promete com boas doses de ação, ritmo ágil e atuações eficientes, principalmente de Morgan Freeman e de Gerard Butler, que está a vontade no papel do heroi.
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Elysium
3.3 2,0K Assista AgoraMais uma vez, o diretor Neill Blomkamp nos surpreende com mais uma ficção científica de boa pegada política. O foco aqui é a desigualdade social e o sistema de saúde precário de uma Terra que virou reduto da miséria e da pobreza controlada pelos ricos que moram em uma gigantesca base espacial que se chama Elysium. O visual e o ritmo são parecidos com “Distrito 9”; o roteiro é eficiente em sua crítica e apresenta trama consistente; as cenas de ação são pontuais e repletas de ótimos efeitos visuais e interessantes câmeras lentas e a inventividade das engenhocas futurísticas ajudam a prender a atenção do espectador. “Elysium” é um excelente entretenimento com boas atuações (destaque para Wagner Moura) e que merece ser apreciado por seu conteúdo de qualidade.
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Invocação do Mal
3.8 3,9K Assista AgoraFilmes de terror baseados em fatos reais ganham contornos mais assustadores e isso se aplica em “Invocação do mal”, uma produção cuja narrativa é inspirada nos trabalhos de um casal que estudava a paranormalidade e possessões demoníacas nos anos 70. Aqui, eles são chamados para investigarem o caso de uma família recém mudada para uma velha casa que se vê aterrorizada por um espírito.
No ponto de vista cinematográfico, “Invocação do mal” não traz nada de novo. Tudo o que se vê já foi mostrado pela sétima arte. Entretanto, o diferencial em relação a outros semelhantes é o enredo interessante e sua realização eficiente. É difícil de ver um exemplar de terror conseguir um equilíbrio ímpar ao mesclar estilos e clichês do gênero.
A direção de James Wan (“Jogos Mortais”) e a criatividade na interação de elementos convencionais como exorcismo, casa antiga mal-assombrada, espíritos malignos, paranormalidade e tomadas em primeira pessoa (como “A Bruxa de Blair”) são as grandes virtudes da produção. Wan conduz a trama com segurança, trabalha o ‘lugar-comum’ com inteligência e valoriza a dramaticidade dos eventos até culminar em situações consideravelmente assustadoras sem apelar para a sanguinolência.
As cenas de suspense são muito bem montadas e a fotografia fria de poucas cores, aliada a boa direção de arte, ajuda a proporcionar tensão ao criar uma atmosfera amedrontadora. Isso, claro, intensifica as inúmeras sequências de imprevisíveis sustos. O roteiro também se destaca ao minuciar o trabalho do casal de investigadores paranormais e evita o enfoque no mérito religioso, ainda que tenha de utilizar deste argumento no arrepiante clímax.
Vale lembrar, também, da atuação do ótimo elenco encabeçado por Vera Farmiga, Patrick Wilson, Lili Taylor e Ron Livingston que estão convincentes em seus papéis. “Invocação do mal” é, sem dúvida, um dos melhores exemplares de terror dos últimos anos. Se não fosse a falta de originalidade (que não compromete em nada no resultado final), diria que o filme seria um marco do gênero.
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Aviões
2.8 175 Assista AgoraDecepcionante a nova animação da Disney. "Aviões", que não tem selo Pixar, tem narrativa parecida com a de "Carros", mas tudo contado por aviões. O enredo também é praticamente uma cópia ao apresentar um personagem que quer se tornar campeão de corrida e enfrenta todas as adversidades para conquistar seus objetivos. O universo é todo inspirado no longa da Pixar e trás inúmeras e tradicionais referências moralistas das produções Disney. A falta de originalidade, o humor pouco criativo e o roteiro turbinado, que desenvolve mal os protagonistas e as situações, comprometem o longa. Há algumas cenas aéreas legais e só, infelizmente!
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O Ataque
3.4 739 Assista AgoraO diretor Roland Emmerich é o maior destruidor dos Estados Unidos no cinema. Ele destruiu o país com invasão alienígena em "Independence Day", fez estragos em Nova Iorque com o lagarto gigante "Godzilla", devastou o território norte-americano com forças da natureza em "O dia depois de amanhã" e "2012" e, agora, desmoralizou Washington com ações terroristas que põe o presidente e a Casa Branca em perigo no longa "O ataque".
O argumento é o mais batido possível, o roteiro é hiper manjado com clichês aos montes e as cenas de ação são convencionais e previsíveis. Isso tudo faz com que qualquer filme fracasse de todas as formas possíveis. No entanto, estamos falando de Roland Emmerich, um dos melhores diretores do 'cinema pipoca' e que não deixa a bola cair mesmo não tendo nada original nas mãos, ainda que tenha contextos que se interagem com a realidade.
Emmerich é daquelas pessoas que quando veem um quebra cabeça pronto ele desmonta para remontar à sua maneira. Assim é "O ataque", todos imaginam o cenário de ameaça vivida pela casa mais 'visada' do mundo, mas ninguém ousou em destruí-la. Se a Casa Branca ainda não foi atacada por terroristas, a pauta para o cinema e para o diretor alemão está montada. Emmerich adora desvirtuar valores e acertar esses ponteiros com patriotismo e assim ele faz aqui com a ajuda do roteiro bem humorado repleto de sacadinhas e coincidências divertidíssimas.
Por mais chula ou ruim seja a premissa, Emmerich consegue nos divertir. Ele procura desenvolver bem o primeiro ato para situar o espectador para, no segundo ato, surpreendê-lo com muita ação e com efeitos visuais espetaculares. Aqui, todo o sistema de segurança da Casa Branca é 'revelado' e os argumentos que levaram ao tal ataque são exposto (ao mesmo tempo que isso é uma crítica ao governo norte-americano também é algo inverossímil). A partir daí é pura correria, pancadaria, destruição, reviravoltas aos montes e inúmeras referências ("ID4", Obama, entre outras), tudo com qualidade técnica para que o entretenimento funcione.
"O ataque" não é o melhor filme sobre terrorismo, mas é uma referência desse subgênero no que diz respeito a invasão em uma das casas mais conhecidas do mundo. Falando nisso, "Invasão a Casa Branca", filme com mesma temática e também lançado recentemente, tem enredo mais consistente e é mais "Duro de matar" que este.
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Os Amantes Passageiros
3.1 646 Assista Agora"Os Amantes passageiros", novo filme de Pedro Almodóvar, é uma mistura de "Apertem os cintos... o piloto sumiu" (no sentido de que há um problema a bordo e pelo hilariante descontrole da tripulação) e "Gaiola das loucas" (vide temática) com pitadas de perversão. Apesar da premissa e algumas ações inconvincentes, o longa tem roteiro esperto com alguns bons diálogos, gags 'homoeróticas' e atmosfera loucamente provocante. O problema é que o humor beira o besteirol e isso faz com que a comédia fique desequilibrada ocilando bons e mals momentos.
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O Som ao Redor
3.8 1,1K Assista Agora"O som ao Redor" é uma excelente crônica que envolve relações sociais e a segurança de moradores em uma rua de Recife. A estória se destrincha lentamente e algumas ações dos personagens são movidas pelos sons do dia-a-dia. O cotidiano, diga-se de passagem, é retratado de forma realista e sonoramente contagiante, fazendo com que o espectador se sinta dentro do filme. O trunfo desta produção brasileira não é apenas o curioso conteúdo narrativo, mas a maneira como tudo é exposto, o que faz do roteiro e da direção, ambos de Kleber Mendonça Filho, serem os destaques. Para quem perceber, o ritmo lento e a câmera estática que observa as ações de todos tem uma pegada Tarantinesca (não é atoa que ele ganha uma referência no longa). A conclusão, que pode parecer vaga, faz refletir não apenas pelo conexto antropológico, mas pelo som ao redor de todos.
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A Busca
3.4 714 Assista AgoraEsqueça o trailer de “A busca”, o filme não tem ritmo de “Busca implacável” e muito menos promove ações com pancadaria. Essa produção nacional, bem conduzida por Luciano Moura, é um drama que traz temas atuais para discutir questões familiares cujos valores estão cada vez mais desequilibrados com brigas, separações e desrespeitos.
O roteiro apresenta bem esses argumentos com atmosfera densa e com show de interpretação de Wagner Moura. Quando o filme justifica seu título, em que um filho de um casal em crise foge de casa e desaparece pela pelo Brasil adentro, o longa se torna um tenso e misterioso Road Movie sobre a desesperada procura de um pai por seu menino.
À medida que o pai intensifica a busca, sua jornada ganha elementos poéticos e o excesso dessas poesias pode comprometer a verossimilhança da trama. Apesar de o clímax não justificar totalmente as ações do protagonista, “A busca” cumpre o que promete e se mostra dramaticamente e antropologicamente eficientes.
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A Missão
3.8 226“A missão” (1986) é um dos épicos mais importantes produzidos pelo cinema, principalmente por seu contexto histórico que traz um enredo religioso e que interessa diretamente a nós, brasileiros. O filme fala sobre o trabalho de padres jesuítas na América do Sul no final do século XVIII que tentam pregar o cristianismo aos índios, contrapondo a corte espanhola que invade a região na intenção de escravizá-los. Diante disso, ocorre um imbróglio político entre os religiosos e colonizadores na disputa de seus interesses. A trilha sonora marcante de Ennio Morricone, a bela fotografia de Chris Menges (vencedora de Oscar), o bom roteiro de Robert Bolt, a direção firme de Roland Joffé e o elenco de primeira (Robert De Niro, Jeremy Irons, Liam Neeson entre outros) fazem de “A missão” um dos mais aclamados longas da década de 80. Um clássico emocionante que, merecidamente, faturou a Palma de Ouro no Festival de Cannes além de ser indicado ao Oscar em várias categorias, incluindo melhor filme.
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Hellboy
3.3 393 Assista AgoraBaseado nos quadrinhos de Mike Mignola, criado em 1994, Hellboy é uma espécie de ‘HQ alternativa’ que fala sobre um anti-herói, um monstrengo vermelho com aparência diabólica, que foi criado e adotado por um professor no final da Segunda Guerra. Ele acaba se tornando um defensor dos humanos e ajuda na luta contra todos os tipos de ameaças sobrenaturais. Usando e abusando do cinismo, o personagem no cinema se torna divertido e curioso por seu universo. A fantástica trama é intrigante e bem conduzida por Guillermo Del Toro, que equilibra os clichês com harmonia e proporciona ritmo contagiante. Destaques para o visual bizarro e pouco convencional (incluindo maquiagens e direção de arte), para as boas cenas de ação regadas com efeitos digitais eficientes e para a atuação do carismático Ron Perlman, que dá vida ao protagonista colorado.
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Jumanji
3.7 1,5K Assista Agora“Jumanji” (1995) foi um ícone da aventura na década de 90. Sua originalidade conquistou fãs ao redor do mundo ao contar a história de um tabuleiro mágico que transforma a realidade de seus participantes em um perigoso jogo com elementos da natureza africana. O filme contagia o espectador com a criatividade na fantasia, com o bom humor e com as empolgantes, e as vezes tensas, cenas que utilizam efeitos especiais impressionantes. A produção é conduzida de forma segura pelo diretor Joe Johnston que não deixa o ritmo cair um só momento.
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Truque de Mestre
3.8 2,5K Assista AgoraBom filme que mistura ilusionismo com a temática de grandes roubos. Muitas reviravoltas, engenhosidades nas ações, roteiro eficiente e ritmo ágil garantem a diversão. "Truque de mestre" é o contra-filé vendido como filé mignon, tem tempero no ponto, mas com sabor convencional. É uma pena que o longa tenha inspiração durante toda a projeção e falte originalidade na reviravolta final. No geral, é uma ótima pedida de entretenimento.
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Círculo de Fogo
3.8 2,6K Assista AgoraImpossível não se lembrar das clássicas séries japonesas (Jaspion, Changerman, entre outros) que traziam heroicos soldados que controlavam enormes robôs para digladiarem com monstros gigantes. Como não recordar de Godzilla, o enorme lagarto que destruía cidades? A tecnologia que combate criaturas alienígenas pode ser a principal atração dos jovens de hoje em dia, mas o maior trunfo de "Círculo de fogo", o novo longa do competente Guillermo Del Toro, é trazer nostalgia dos anos 80 aos trintões.
A trama mostra uma invasão de enormes alienígenas (Kaiju) à Terra, mas, ao invés dos bichões virem do espaço, como na maioria dos filmes desse tipo, eles surgem do fundo do mar por meio de um portal que se abre numa fenda no Oceano Pacífico, o famoso círculo de fogo. Para combater as criaturas que emergem da água salgada, a população mundial se uniu para criar uma organização, que fabrica robôs gigantes de alta tecnologia nomeados de Jaegers, para combater essas ameaças.
"Círculo de fogo" é convencional, previsível, repleto de clichês da ficção científica no que diz respeito as invasões alienígenas à Terra e, mesmo assim, o filme é uma das produções mais legais de 2013. Por mais que o produto seja 'mais do mesmo', a exigência do conteúdo frente a proposta do longa se abranda quando a seriedade dá lugar ao entretenimento despretensioso, o que me faz avaliar mais a performance técnica da realização do que o grau de criatividade dramática.
Quando se trata de entretimento, Guillermo Del Toro é especialista no assunto, vide sua boa filmografia: "Mutação", "Hellboy" (1 e 2), "Blade 2" e a fantástica crônica sobre a Segunda Guerra Mundial "O labirinto do fauno". O diretor tem demonstrado vigor para esse tipo de cinema e com "Círculo de fogo" ele se firma como um dos melhores cineasta nesse segmento na atualidade. Seus filmes podem aspirar algum tipo de convencionalismo, mas é nítido o esforço para que o trabalho fique bem feito e isso deve-se levar em consideração.
O que Del Toro fez não foi apenas brincar com engenhocas tecnológicas e manipular grandes cenas de ação com efeitos visuais impressionantes, mas homenagear àquela ideia dos animes e seriados orientais que profetizaram pautas fantásticas para o cinema norte-americano. O diretor não só trouxe nostalgia como soube equilibrar todos os ingredientes do gênero e trabalhou os clichês de maneira inteligentemente divertida.
O roteiro tem lá seus furos e absurdos, mas percebe-se que há uma preocupação em expor uma narrativa coesa ao desenvolver bem as situações (para quase tudo existe explicação).
Se há um equívoco em "Círculo de fogo" é o de detalhar demais os robôs, algo semelhante ao que aconteceu em "Transformers". São tantas engrenagens, peças e informações que ficamos, em certos momentos, com o olhar cansado de tanto deslumbre
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Oblivion
3.2 1,7K Assista Agora'Nada se cria, tudo se copia'. A expressão coloca em cheque tudo que chamamos de originalidade na atualidade e isso reflete no cinema, principalmente no gênero da ficção científica que exige muita criatividade para que determinado trabalho fique convincente na tela. "Oblivion" é um exemplo disso, não de originalidade, mas de criatividade na interatividade de inspirações e na direção eficiente de Joseph Kosinski ("Tron, o legado") que expõe clichês de maneira contagiante.
Depois que a Terra foi invadida por alienígenas e destruída após uma grande guerra, os terráqueos passaram a habitar Titã, uma das luas do planeta Saturno. Para garantir a sobrevivência dessa população, uma energia vinda da água do mar é extraída por gigantescas máquinas que enviam o tal recurso para Titã. Um dos objetivos de Jack Harper (interpretado pelo sempre competente Tom Cruise) é proteger as tais máquinas dos rebeldes Scavs. A realidade de Jack começa a ser questionada ao resgatar uma mulher com quem sonha todas as noites.
"Oblivion" parece se basear em outros longas para criar sua atmosfera. Tem um pouco de "2001 - Uma odisseia no espaço", "O exterminador do futuro", "Lunar", "Matrix", entre outros. Essas inspirações, aliada ao atrativo tom futurista apocalíptico, não incomodam, pelo contrário, surpreendem pela condução precisa de Kosinski, que evita a frenesi, investe em um ritmo mais lento e é pontual no desenvolvimento do drama e da ação.
Se a criatividade sobressai a falta de originalidade, "Oblivion" se destaca, também, pelo interessante roteiro que trás didatismo bem encaixados, uma narrativa que procura não se distanciar da lógica proposta e uma intrigante trama que provoca reflexões em seu clímax. O que pode ser um ponto negativo aos olhos dos mais exigentes é o enredo trivial travestido de complexidade, uma conclusão politicamente correta e a convencional 'rebeldia contra o sistema', argumentos que têm sido incansavelmente trabalhado no cinema.
A parte técnica é um deslumbre a parte. Ainda que a direção de arte tenha economizado no aspecto 'apocalíptico' - mas não deixa de ser chamativo, o design futurístico tem visual modernamente clean com traços poucos rebuscados e com tecnologias, aliadas aos efeitos gráficos de primeira, que ajudam na espetacularização de diversas cenas. "Oblivion" pode não ser a melhor ficção do ano, mas é uma das mais bem conduzidas.
Cinema é entretenimento, emoção, reflexão e, com o perdão do trocadilho, é que nem a pirataria, se você não se rendeu com o original, divirta-se com a cópia ou 'oblivion'.
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Chamada de Emergência
3.7 1,5K Assista AgoraFilmes com tramas convencionais bem realizadas podem render entretenimentos de primeira, ainda que sejam norteados de clichês. O difícil é fazer com que o fator 'lugar comum' fique equilibrado durante toda a projeção. Talvez esse seja o maior desafio de se trabalhar com estórias manjadas. "Chamada de emergência" é um exemplo de desequilíbrio: tem tema batido, começa bem e surpreende pela eficiência do suspense, mas termina de maneira insatisfatória.
A competente Halley Berry interpreta Jordan, uma atendente do serviço de emergência norte-americano 911. Após cometer um erro durante uma chamada em que a vitima de um sequestro em andamento morre, ela é afastada da função e passa a ser uma instrutora de onde trabalha. Em uma aula expositiva no setor de atendimento, ela é obrigada a voltar a ativa para tentar salvar outra vitima de sequestro.
Tudo em "Chamada de emergência" parece se inspirar em outras produções do gênero, inclusive o vilão tem personalidade semelhante com aquele em "O silêncio dos inocentes". Diante de tanta trivialidade, o filme se destaca por sua atmosfera de suspense. A tensão e o ritmo ágil, muito bem trabalhados pelo diretor Brad Anderson ("O operário"), são contagiantes e esse são os fatores que valem a diversão proporcionados pelo longa.
Trabalhar com tantos clichês exige criatividade e muita atenção dos realizadores para que o produto fique mais aceitável, sem tantos erros. Entretanto, se algum detalhe for mal desenvolvido a possibilidade de pequenos furos se tornar um imenso buraco é grande e aqui não é diferente. A impressão é que gastaram tempo demais na construção da primeira parte do suspense e se esqueceram da coerência das particularidades que norteiam as ações e situações da segunda metade.
Mesmo tendo um clímax vingativamente forçado e um desfecho inverossímil que atiçou a ira dos críticos mais exigentes, a produção merecia melhor sorte nas telonas.
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João e Maria: Caçadores de Bruxas
3.2 2,8K Assista AgoraA primeira metade é legal, esboça estilo nas cenas de ação e a trama, embora convencional e repleta de clichês, é divertida e digerível. A segunda metade parece ser comandada por outro diretor. O ritmo acelerado e as soluções fáceis da narrativa para se chegar ao clímax dão a impressão de forçar um final e isso prejudica, não só o fraco roteiro, como a ação e o conteúdo dramático que pouco se desenvolve. No mais, é uma sessão da tarde longe de ser uma tela quente!
Tá Chovendo Hambúrguer
3.3 830 Assista AgoraDesenhos de computação gráfica são uma das melhores áreas para roteiristas e diretores exercitarem a criatividade, a fantasia e as belas mensagens moralistas. Exemplo é o que não falta no gênero e, às vezes, vale mais a pena ver uma animação ao invés de ‘filmes reais’, regra que se encaixa em “Ta chovendo hambúrguer”.
Baseada no livro de Judi e Ron Barrett, a história fala de Flint Lockwood, um fracassado cientista de uma pequena cidade pesqueira que desenvolve um sintetizador que faz qualquer tipo de alimento. Depois que um acidente coloca a tal máquina na estratosfera, Flint consegue enviar mensagens para a engenhoca que, consequentemente, faz chover comida, atendendo a ganância do prefeito e os desejos da população.
As cores vibrantes, o ótimo gráfico com traços caricaturados, a criatividade, o bom humor (detalhes alheios divertidos e bichinhos engraçados) e as referências do roteiro fazem de “Ta chovendo hambúrguer” um filme atraente e encantador. O longa amarra bem os dramas convencionais infantis e o ritmo, sempre agradável, prende a atenção do espectador do início ao fim.
As referências, diga-se de passagem, são os destaques do longa.
Quando o próprio alimento sofre mutações, o espectador deslumbra cenas espetaculares de catástrofe, em que o ‘desequilíbrio ambiental da comida’ se torna o grande vilão, momentos que nos fazem lembrar de algumas produções do estilo, como "Twister", "O inferno de Dante", entre inúmeras outras.
Além disso, as mensagens são de grande valia, como a crítica à obesidade, à crise econômica norte-americana e a exposição emocionante de amor paterno e de seus valores morais. Talvez, o único equivoco do roteiro seja o tratamento irregular sobre o ‘absurdo’, que, em certos momentos, traz exagero até demais e algumas cenas bobas (que sempre agradam as crianças, mas nem tanto aos adultos). Contudo, isso não atrapalha a diversão que é sempre bem-vinda!
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Planeta Terror
3.7 1,1KIndiscutivelmente, Robert Rodriguez é um “Tarantino trash”. Seu lado frenético, pitoresco, exagerado e ácido são as qualidades do diretor que está à vontade conduzindo sua cartilha em “Planeta Terror”, longa que faz parte do projeto Grindhouse, em parceria com seu ilustre amigo Quentin Tarantino, que homenageia as sessões duplas de cinema dos anos 70.
Na história, um misterioso experimento vaza um gás tóxico e transforma as pessoas em monstros ou em uma espécie de zumbi. Diante deste quadro apocalíptico, o filme aborda diversos personagens que se juntam em um determinado momento da narrativa para combater um exército de ‘inválidos assassinos’.
Rodriguez se entregou de corpo e alma ao projeto. Sua brincadeira de homenagear a sétima arte setentista (inclusive há reproduções de erros de edição e defeitos de película) aliada ao seu ‘jeito de fazer cinema’ fez de “Planeta Terror” um dos produtos mais cools, estilosos e instantaneamente cult dos anos 2000.
A ação frenética, o exagero, a caricatura, a reciclagem de clichês e o ‘terror zumbi’ com imagens cruas, maquiagem realista, cenas repugnantes e sanguinolência são os elementos que fazem do filme uma ‘pérola trash’. Tudo isso está numa linha paródica, com sacadas impagáveis (a ideia da mulher perneta que usa uma metralhadora como prótese é genial), que investe no humor negro para entreter o espectador.
Comparando os ‘longas Grindhouse’, “Planeta Terror” não tem a genialidade e muito menos o glamour que “À prova de morte” ganhou de Tarantino, entretanto, diverte pela ‘tosquice’ que encantou os diretores do projeto.
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Jack, o Caçador de Gigantes
3.0 892 Assista AgoraRecentemente, o cinema tem 'reinventado' estórias clássicas que fizeram sucesso na literatura infantil e em desenhos animados. Os exemplares que tiveram versões 'undergrounds' incluem "Branca de neve e os sete anões", "Chapeuzinho Vermelho" e "João e Maria". No entanto, nenhuma das novas produções conseguiu um equilíbrio ímpar como "Jack, o caçador de gigantes", adaptação do conto "João e o pé de feijão" que é o melhor dessa safra.
Depois que Jack (interpretado pelo carismático Nicholas Hoult) recebe feijões de um monge, uma das sementes brota um enorme pé que vai dar em um mundo de gigantes. O problema é que filha do Rei, Isabelle (Eleanor Tomlinson), é sequestrada pelos gigantes e Jack é escalado pela realeza para se juntar aos soldados numa perigosa jornada a fim de salvar a jovem princesa.
No ponto de vista cinematográfico, falta originalidade em "Jack, o caçador de gigantes". Claro, suas reviravoltas e seu universo fantástico se assemelham a tantos outros filmes do gênero, mas como se trata de um entretenimento, o longa é um dos bons exemplos de qualidade neste quesito e tudo está harmonicamente equilibrado e sem grandes distorções do famoso conto – impossível não mudar detalhes para que o conteúdo fique convincente na sétima arte.
O ponto forte é a direção de Brian Singer que, como sempre, demonstra segurança na dramatização de cenas (evita extravagâncias fora do contexto), inteligência em trabalhar com clichês aventurescos e habilidade em proporcionar ritmos contagiantes, principalmente na espetacularização das sequências de ação, que são bem executadas. Além disso, o roteiro aposta em premissa trivial, se mostra coeso em relação ao conto original com bons diálogos e encaixa bem o humor rasteiro na trama.
"Jack, o caçador de gigantes" também se destaca nos aspectos técnicos ao apresentar figurinos convincentes e efeitos visuais de qualidade (ficam ainda melhores em 3D). Somente a direção de arte ficou tímida e se limita basicamente no castelo real. Enfim, o filme é uma aventura despretensiosa e que merece ser vista com muita pipoca.
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Pearl Harbor
3.6 1,2K Assista AgoraEm seu lançamento no início dos anos 2000, “Pearl Harbor” foi considerado o ‘novo Titanic’. De fato, tinha tudo para ser, já que reciclou quase todos os clichês utilizados por James Cameron: tragédias, heroísmo, situações melodramáticas, romances entre outros. O resultado ficou esteticamente belo, porém romanticamente bobo e vazio.
O filme, que trazia os badalados Michael Bay na direção, Jerry Bruckheimer na produção e seus 140 milhões de dólares no orçamento, foi fracasso de criticas e de bilheteria nos EUA. O desastroso roteiro com muitos diálogos esdrúxulos, o romance ‘triplamente’ piegas e a escolha de protagonistas sem carisma (Ben Affleck e Josh Hartnett) condenaram “Pearl Harbor” ao insucesso.
É nítido que Michael Bay não tem habilidade para conduzir esse tipo de história amorosa. Contudo, o diretor é especialista no gênero ação e aqui ele não decepciona ao refilmar o fato histórico, já mostrado em “Tora tora tora!”, sobre o ataque japonês à base de Pearl Harbor, no Havaí, ponto chave para os Estados Unidos entrarem de vez na 2ª Guerra Mundial.
São as paisagens magníficas, as boas e longas cenas de guerra e explosões espetaculares que interessam em “Pearl Harbor”. Tecnicamente, a produção é bastante eficiente ao trazer realismo nas destruições com efeitos visuais de primeira, bela fotografia, trilha sonora caprichada de Hans Zimmer, engenharia de som impecável e perseguições aéreas sensacionais.
Apesar das intermináveis 3 horas de duração, do romance ‘mela-cueca’ e de não entrar muito na análise política sobre o acontecimento, são o caos e o cenário ‘militar’ que nos entretêm em “Pearl Harbor”. Só de ver como os japoneses afundaram 21 navios, destruíram 188 aviões e mataram 2409 soldados americanos já vale uma espiada.
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Repo Men: O Resgate de Órgãos
3.4 658 Assista AgoraA ficção científica “Repomen – O resgate de órgãos” passou despercebida em 2010. O longa, que é uma adaptação da obra “The Repossession Mambo” de Eric Garcia, que também é o roteirista, tem uma temática curiosa e nada convencional, porém tem uma direção burocrática e pouco 'artística'.
O filme retrata o descaso do sistema capitalista para com a população em um futuro sobre a conquista da longevidade humana por meio de órgãos artificiais. Ele ajuda os necessitados e também pode destruir a vida de quem não estiver em dia com suas obrigações financeiras na compra dos caríssimos órgãos.
Em caso de inadimplência, a empresa The Union envia seus coletores para resgatar os tais órgãos que são retirados a sangue frio pelos agentes que não se importam se o indivíduo irá sobreviver ou não. A história fala sobre um desses agentes que, após um acidente numa missão, ele ganha um coração artificial e acaba sofrendo com as cobranças de seu novo órgão, o que o faz rebelar contra o sistema.
“Repomen” é o tipo de filme que tinha de tudo para se tornar um clássico do gênero, mas sua condução não o permitiu tal façanha. Ao invés de investir na sensibilidade e de explorar a fundo o tema de maneira mais científica e reflexiva, o diretor optou por uma linha narrativa batida que traz trama clichê de ação/vingança ‘gato-e-rato’ e dramas que não convencem, o que comprometem no resultado ‘artístico’ do longa.
Apesar do frágil roteiro, da conclusão absurda (e ao mesmo tempo interessante) e do elenco carismático que poderia ter sido mais bem aproveitado (Forest Whitaker, Jude Law e Alice Braga), o filme não é ruim e não deixa a desejar no quesito aventura, que pode divertir os menos exigentes com o visual underground, a violência crua e com bons momentos de ação e suspense.
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King Kong
3.3 1,0K Assista Agora“King Kong”, um dos maiores personagens trágicos do cinema, ganhou uma releitura espetacular em 2005 pelas mãos de Peter Jackson. O filme merece ser visto por seu apuro visual e pelo cuidado do diretor ao recontar a história do gorilão baseada no clássico literário de Edgard Wallace, o mesmo que ajudou a criar o filme de 1933.
A alma e a sensibilidade de “King Kong” se devem a Peter Jackson, que realiza um trabalho autêntico e elegante. O diretor, a todo o momento, faz referências cinematográficas, homenagens ao cinema das décadas de 30 e 40 e executa com perfeição a parte técnica, que vai desde a charmosa reconstituição de época de Nova Iorque nos anos 30 (em plena Grande Depressão) até os impressionantes efeitos visuais, que incorporam na fotografia e ajudam a criar cenas belíssimas.
A aventura ganha dimensões ‘monstruosas’ quando a história passa a focar no fantástico ‘mundo perdido’ com criaturas assustadoras, como insetos gigantes e dinossauros. A partir daí, o filme embala ao valorizar a imagem de Kong (sempre em ângulos contra-plongée) e sua interação com Ann (Naomi Watts), além de proporcionar suspenses agonizantes e empolgantes seqüências de ação de tirar o fôlego.
A grandiosidade é tão deslumbrante que os absurdos narrativos e furos de roteiro não incomodam. Além de imprimir uma contagiante atmosfera dramática e ao desenvolver Kong de maneira atraente, outro personagem que tem um tratamento diferenciado pelo roteiro é o ganancioso diretor de cinema Carl Denham, muito bem interpretado por Jack Black, que, inclusive, tem trejeitos parecidos com os de Orson Welles.
O tom trágico no belo e emocionante clímax no Empire State Building não só dá verossimilhança à paixão do primata pela mocinha, mas finaliza a produção de forma arrebatadora. Enfim, “King Kong” é, sem dúvida, um dos maiores filmes-pipocas do cinema e uma obra-prima visual que deve ser revista de tempos em tempos, principalmente em HD.
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