8.6 - Um filme de Michael Radford e Massimo Troisi (não creditado), que nos apresenta o desenrolar de uma amizade improvável e (afinal) duradoura, entre o consagrado e famoso poeta Pablo Neruda (interpretado por Philippe Noiret), exilado numa pequena ilha italiana, e o seu carteiro (Massimo Troisi), alguém quase analfabeto e simples, mas cuja convivência com este mesmo poeta, permite-lhe ganhar confiança e até seduzir a mulher mais bela daquelas paragens. Trata-se de um filme, que embora com algum ritmo lento, nos conquista aos poucos, assim à semelhança da amizade entre o carteiro e o poeta, e que se torna verdadeiramente lírico, assim como a boa poesia deve ser! De destacar, também, a premiada banda sonora de Luis Bacalov (que ganharia, inclusíve, um Óscar).
5.3 - Uma espécie de "Sin City" à portuguesa, sem o fulgor ou a espectacularidade do original referido. A película recorre à estética Noir, sendo a preto e branco, mas a história/argumento também, sendo que seguimos aqui um detective privado a tentar resolver um crime, e ao mesmo tempo, a "fazer pela vida", ou pelo menos, a tentar. Nem o cliché da mulher endinheirada e bonita, mas com uma faceta negra e pervertida escapa, mas é tudo filmado, por Rodrigo Areias, sem rigor na acção, cuja ausência nota-se e bem!
8.3 - Um filme visceral, anatómico (como é apanágio do realizador), de David Cronenberg, onde vemos toda uma subcultura que se move à volta do prazer sexual, retirado de, imagine-se, acidentes de viação. A película é intensa, e recheada de uma enorme tensão sexual, que motiva e guia todas as acções dos personagens, que arriscam a própria vida, de modo a satisfazerem os seus impulsos, assim como se se tratasse de uma qualquer droga. Entre os protagonistas, além de James Spader (no papel masculino principal), encontramos uma sensualíssima Deborah Kara Unger, uma quente Holly Hunter e uma fogosa Rosanna Arquette. Um filme forte e não aconselhável a todos, outro apanágio de Cronenberg!
7.5 - Uma comédia romântica ligeira, realizada por Peter Hutchings, com material suficiente para uma boa película, mas que se revela algo insonsa e sem brilho, ou mais apropriadamente, sem "chama". Seguimos aqui, um par, ambos a trabalharem na mesma empresa, onde existe uma rivalidade entre duas facções, ela fazendo parte da intelectual/cultural, ele da secção económico-financeira, e que se agudiza com um concurso para uma nova vaga de importância dentro da dita empresa. Apesar disso, e de todo o potencial cómico e de contraste antagónico, que poderia daí surgir, assistimos a uma película previsível e sem verdadeira química, onde apenas sobressai a protagonista, Lucy Hale, que no entanto, não consegue salvar a mesma da sua mediocridade.
8.1 - Uma película cómica sobre um rapaz que se vê obrigado a alistar-se no exército, em plena II Guerra Mundial, de modo a pedir a mão em casamento, ao pai da sua noiva, e de forma a evitar, que entretanto, esta se veja obrigada a casar com um filho de um mafioso. Mas, o pior é que o pai da noiva vive na Sicília, que o exército aliado vai invadir. De facto, trata-se de um filme em tom de comédia ligeira, mas com um fundo de história real, ao retratar como os Aliados se aliaram à Máfia local, de forma a manterem o poder militar na Sicília. Divertido q.b. e com uma face séria também eficaz e interessante.
8.5 - Uma película, de Ingmar Bergman, em tom de comédia ligeira, sobre Amor, mais precisamente sobre os amores de Verão. Mais do que isso, Ingmar Bergman, reflecte aqui algumas considerações sobre o Amor, fazendo uma analogia deste, com a estação de Verão, com os seus amores fugazes, com as ilusões de amor e até com a sua intensidade, abrasadora e quente. Seguimos a história de um advogado e sua jovem mulher, de outro casal e de uma mulher de "aparente" vida fácil, uma actriz; numa película onde nem tudo é o que parece. O filme em si, é de tom ligeiro e cómico, não tanto nas situações mas através de alguns diálogos deliciosos, e termina num sabor algo melodramático e amargo, sem perder nunca a sua ligeireza, assim e tal qual os chamados amores de Verão. Aconselhável visionamento!
6.0 - Um filme praticamente documental, de Cláudia Varejão, sobre relações inter-familiares, entre mãe-filha, irmãos ou irmãs, ou entre homem e seu animal de estimação, seguindo apenas cenas do dia-a-dia. Uma película sem argumento próprio, apenas com o já referido "leitmotiv", numa montagem relativamente bem conseguida.
5.7 - Uma película teatral, de Tiago Durão, baseada em textos de Lorca, Camões e George Buchner, protagonizada por jovens e com uma imagética poética, mas pretensiosa. A história gira em volta de um casal, em que a mulher luta para ter um filho, mas a que o seu homem recusa-se, ou não pode, dar-lho. O triângulo preenche-se com uma antiga paixão dela e a tragédia está subjacente ou iminente.
6.9 - Uma película algo insonsa de Christophe Honoré, com base num conto da Condessa de Ségur, sobre uma menina "demasiado" mal-comportada. Seguimos aqui uma jovem, Sophie (Sofia), que frequentemente se mete em apuros e trapalhadas, em tom algo cómico, mas a película falha, quer por falta de empatia para com as personagens (Caroline Grant, que faz de Sofia, até é engraçada, mas pouco mais se obtém), quer por uma dúbia direcção do filme, que se encontra indeciso, entre a comédia e o melodrama, sem saber qual seguir primeiramente, quer por uma montagem débil ou quer por escolhas cénicas deficientes na sua qualidade.
8.6 - Uma jovem inglesa é enviada para o colégio feminino, dirigido por sua tia, mas este é um colégio "diferente", onde reina a indisciplina e o livre arbítrio dos alunos, sendo eles mesmos uns rebeldes inadaptados. É esta a premissa desta comédia, realizada por Oliver Parker e Barnaby Thompson, tipicamente britânica, com o seu humor refinado, inteligente, mas por vezes também, muito selvagem. Um película onde despontam várias beldades, como: Gemma Arterton, Talulah Riley, Lily Cole, Tamsin Egerton, Lena Headey e Cloi McKee, entre outras, aqui todas com um look muito rebelde e acompanhadas pelo sempre estouvado Russell Brand, e pelo "direitinho" ou "beto" Colin Firth.
8.3 - Um filme de animação belo e onírico sobre a viagem de um rapaz perseguido por um espírito malévolo. Animação, da autoria de Gints Zilbalodis, simples, mas recheada de simbolismo e imagens oníricas, aliada a uma banda sonora de excelência, criada pelo próprio realizador desta película. Aconselhável visionamento!
7.6 - Um filme interessante, sobre a vida das mulheres dos pescadores de Caxinas e em particular, de uma mestra na doca, Sónia Nunes. Realizado por João Canijo e protagonizado por Anabela Moreira, que aqui assina também o argumento e que intercala ou justapõe as suas reflexões pessoais, com a vida das senhoras a que a película se propõe retratar. Podia resvalar para o arrastado, mas acaba por se deixar ver bem!
7.8 - Um filme de José Nascimento, talvez um pouco arrastado, mas que consegue ter um certo encanto e até agarrar o espectador. A história segue Araci, uma mulher indígena que casou com um português e que traz uma neta, de sua filha assassinada por rancheiros no Brasil, para Mértola, mas que não esquece, de todo, a cultura e os rituais da floresta amazônica. Interessante pela temática "verde", de preservação da Amazônia e suas gentes indígenas.
7.5 - Uma película sobre o atentado falhado a Adolf Hitler, por parte de Georg Elser, um homem simples, um artista, um músico, que sozinho desafiou a loucura nazi, ainda antes do seu auge, que daria origem à II Guerra Mundial. Realizado por Oliver Hirschbiegel, este filme, embora interessante, sobretudo pela sua temática, parece falhar em algo, não evidenciando a habitual mestria na realização deste realizador. Até no dramatismo (ou neste caso, na sua falta), esta película falha, não sei se na interpretação ou na montagem das imagens, que resultam em algo insípido e esquecível.
8.6 - Uma história, realizada com a habitual mestria de Oliver Stone, sobre traficantes, uns mais citadinos e outros, digamos, mais rurais, mas ambos, como o título indica, "selvagens". Num elenco com algumas figuras de destaque, como Benicio del Toro, Salma Hayek, John Travolta e Blake Lively, e ainda Aaron Taylor-Johnson e Taylor Kitsch, assistimos a uma espécie de guerra entre "gangs", com policiais e políticos corruptos à mistura. Aliada a uma história escorreita e com acção q.b., temos a música escolhida por Adam Peters para banda sonora do filme, de bom gosto.
6.5 - Uma película, dirigida por Carlos Saboga, algo estranha e insonsa, onde assistimos a uma espécie de amor doentio, de uma filha para com o seu pai, inspector de polícia, num ambiente de época salazarista. Embora com alguns actores/actrizes de renome, como Paulo Pires, Paulo Lima e Ana Padrão, além das jovens Joana Ribeiro, Joana de Verona e Filipa Areosa, o filme é algo arrastado e sem sentido, sendo até o final, dúbio (mas aqui, talvez propositadamente).
7.0 - Um musical brasileiro, baseado em duas obras: Ópera dos Mendigos, de John Gay, e a Ópera dos Três Vinténs, de Bertolt Brecht, a partir de uma peça musical de Chico Buarque, famoso músico brasileiro. Algo teatral, esta adaptação cinematográfica, realizada por Ruy Guerra, onde assistimos à vida de um pequeno galã e malandro, Max Overseas (Edson Celulari), que acaba seduzido pela jovem Ludmila (Cláudia Ohana), filha do seu maior inimigo (Otto Struedel); isto tudo num cenário de vielas e bares, casas de prostitutas e contrabando, e tendo como pano de fundo a II Guerra Mundial e as duas facções antagónicas que dividiam o Brasil, face ao conflicto: por um lado, o apoio popular aos aliados e aos EUA, por outro, o apoio institucional do governo brasileiro da altura, ao regime nazi alemão. Destaque sobretudo, para os actos musicais da autoria de Chico Buarque e para a presença de outro grande nome da música brasileira: Elba Ramalho (aqui no papel de Margot, uma prostituta mulher/amante de Max).
8.0 - Uma película de Pedro Almodóvar, um pouco mais melodramática do que o habitual neste realizador. A história em si, segue duas irmãs, Raimunda (Penélope Cruz) e Sole (Lola Dueñas), cuja mãe Irene (Carmen Maura) falece, mas de repente, começa a "aparecer-lhes" novamente, como um fantasma ou alguém que morreu e volta à vida para lhe realizarem um último desejo. Trata-se de um filme mais introspectivo, e não tanto cómico como habitual em Almodóvar, com a música de Alberto Iglesias, a ajudar na ambiência da fita.
6.9 - Uma película de difícil leitura, realizada por Nanni Moretti, onde seguimos um homem amnésico (após um acidente de viação), num jogo de pólo aquático, numa espécie de reflexão sobre o Partido Comunista Italiano, e seus respectivos objectivos e desejos para a sociedade, suas hesitações e dúvidas (existenciais?) e seus problemas e esperanças para o futuro. Apesar de a espaços divertido e também surreal, perde-se um bocado na semântica dos seus diálogos, sem deixar de ser interessante!
8.0 - Um filme de terror como já não se faz, onde se notam as limitações do orçamento, mas com um desenvolvimento escorreito. Apesar de não ter grandes figuras, nem grandes interpretações, a história é bem construída e sem pretensiosismos, ou não fosse Clive Barker, o argumentista de serviço. Pode-se dizer que não existe aqui grande intensidade psicológica das personagens, mas a realização de George Pavlou é eficaz, e o filme demonstra logo ao que vem: puro "slasher", com muito sangue e tripas... Pode-se lá pedir melhor...
8.1 - Retrato de uma típica adolescente, filha de imigrantes portugueses, em França, dividida entre um mundo cosmopolita, e um mundo rural, entre França e Portugal, mas também entre o mundo desconhecido, do futuro que a espera no mundo dos adultos, algo próprio da adolescência. Uma película muito interessante, realizada por Laurence Ferreira Barbosa, com bom ritmo e bem desenvolvida, com a excelente interpretação de Paméla Constantino Ramos (Paméla), no papel da adolescente indecisa e dividida, entre as suas raízes e o mundo/sociedade que a acolheu, a si e aos seus familiares. Aconselhável visionamento!
7.9 - Nesta película, realizada por Francisco Manso, entre o drama e a comédia, assistimos ao retorno de um imigrante (André/Flávio Hamilton), à sua comunidade de origem (Cabo Verde), para "limpar" a honra da sua família, manchada pelo próprio irmão e sua própria mulher, que deixou no local, e que se envolveram sexualmente. Da dúvida inicial, à estranheza do retorno às origens, presenciamos aqui, ao condicionamento social local, daquela pequena comunidade, que se sobrepõe ao indivíduo e seu pensamento livre, levando-o a proceder conforme o esperado/desejado por esta, e não pelo bom senso individual. Um filme que se vê relativamente bem, com uma boa interpretação, sobretudo de Flávio Hamilton e do "miúdo" Sandro Gomes, entre o drama, a comédia e o filme de tribunal, mas também com um pouco de crítica social acutilante.
6.5 - Uma mera reconstituição histórica, realizada por Bruno de Almeida, do assassinato de Humberto Delgado, pela PIDE, em Espanha e posterior julgamento dos principais intervenientes, já após o 25 de Abril de 1974. Sem grande brilho, Humberto Delgado merecia mais, do que este mero "fait-divers"!
5.9 - Um aparente filme cómico, de José Fonseca e Costa, que falha redondamente na sua comicidade, talvez devido ao seu argumento rebuscado, apesar de alguns nomes de renome, no seu elenco. Seguimos aqui, a vida do estouvado Lázaro de Jesus (Pedro Lacerda), que apesar da educação rígida e religiosa da sua mãe (Júlia/Elisa Lisboa), faz tudo para transgredir e gozar a vida. Apesar do eventual potencial da história, assistimos aqui a um desolador falhanço nas piadas, que, além de forçadas, chegam ao extremo do mau gosto; ao talento desperdiçado dos actores e actrizes, como os já referidos e também: José Raposo, Rui Morisson, Paula Guedes e Margarida Marinho; mas igualmente a um cenário cinematográfico pobre. A evitar!
O Carteiro e o Poeta
4.2 3008.6 - Um filme de Michael Radford e Massimo Troisi (não creditado), que nos apresenta o desenrolar de uma amizade improvável e (afinal) duradoura, entre o consagrado e famoso poeta Pablo Neruda (interpretado por Philippe Noiret), exilado numa pequena ilha italiana, e o seu carteiro (Massimo Troisi), alguém quase analfabeto e simples, mas cuja convivência com este mesmo poeta, permite-lhe ganhar confiança e até seduzir a mulher mais bela daquelas paragens. Trata-se de um filme, que embora com algum ritmo lento, nos conquista aos poucos, assim à semelhança da amizade entre o carteiro e o poeta, e que se torna verdadeiramente lírico, assim como a boa poesia deve ser! De destacar, também, a premiada banda sonora de Luis Bacalov (que ganharia, inclusíve, um Óscar).
Ornamento e Crime
2.2 25.3 - Uma espécie de "Sin City" à portuguesa, sem o fulgor ou a espectacularidade do original referido. A película recorre à estética Noir, sendo a preto e branco, mas a história/argumento também, sendo que seguimos aqui um detective privado a tentar resolver um crime, e ao mesmo tempo, a "fazer pela vida", ou pelo menos, a tentar. Nem o cliché da mulher endinheirada e bonita, mas com uma faceta negra e pervertida escapa, mas é tudo filmado, por Rodrigo Areias, sem rigor na acção, cuja ausência nota-se e bem!
Crash: Estranhos Prazeres
3.6 328 Assista Agora8.3 - Um filme visceral, anatómico (como é apanágio do realizador), de David Cronenberg, onde vemos toda uma subcultura que se move à volta do prazer sexual, retirado de, imagine-se, acidentes de viação. A película é intensa, e recheada de uma enorme tensão sexual, que motiva e guia todas as acções dos personagens, que arriscam a própria vida, de modo a satisfazerem os seus impulsos, assim como se se tratasse de uma qualquer droga.
Entre os protagonistas, além de James Spader (no papel masculino principal), encontramos uma sensualíssima Deborah Kara Unger, uma quente Holly Hunter e uma fogosa Rosanna Arquette.
Um filme forte e não aconselhável a todos, outro apanágio de Cronenberg!
O Jogo do Amor - Ódio
3.1 113 Assista Agora7.5 - Uma comédia romântica ligeira, realizada por Peter Hutchings, com material suficiente para uma boa película, mas que se revela algo insonsa e sem brilho, ou mais apropriadamente, sem "chama".
Seguimos aqui, um par, ambos a trabalharem na mesma empresa, onde existe uma rivalidade entre duas facções, ela fazendo parte da intelectual/cultural, ele da secção económico-financeira, e que se agudiza com um concurso para uma nova vaga de importância dentro da dita empresa.
Apesar disso, e de todo o potencial cómico e de contraste antagónico, que poderia daí surgir, assistimos a uma película previsível e sem verdadeira química, onde apenas sobressai a protagonista, Lucy Hale, que no entanto, não consegue salvar a mesma da sua mediocridade.
Em Guerra Por Amor
3.7 28.1 - Uma película cómica sobre um rapaz que se vê obrigado a alistar-se no exército, em plena II Guerra Mundial, de modo a pedir a mão em casamento, ao pai da sua noiva, e de forma a evitar, que entretanto, esta se veja obrigada a casar com um filho de um mafioso. Mas, o pior é que o pai da noiva vive na Sicília, que o exército aliado vai invadir. De facto, trata-se de um filme em tom de comédia ligeira, mas com um fundo de história real, ao retratar como os Aliados se aliaram à Máfia local, de forma a manterem o poder militar na Sicília. Divertido q.b. e com uma face séria também eficaz e interessante.
Sorrisos de uma Noite de Amor
4.0 588.5 - Uma película, de Ingmar Bergman, em tom de comédia ligeira, sobre Amor, mais precisamente sobre os amores de Verão. Mais do que isso, Ingmar Bergman, reflecte aqui algumas considerações sobre o Amor, fazendo uma analogia deste, com a estação de Verão, com os seus amores fugazes, com as ilusões de amor e até com a sua intensidade, abrasadora e quente.
Seguimos a história de um advogado e sua jovem mulher, de outro casal e de uma mulher de "aparente" vida fácil, uma actriz; numa película onde nem tudo é o que parece.
O filme em si, é de tom ligeiro e cómico, não tanto nas situações mas através de alguns diálogos deliciosos, e termina num sabor algo melodramático e amargo, sem perder nunca a sua ligeireza, assim e tal qual os chamados amores de Verão. Aconselhável visionamento!
Amor Fati
3.3 1 Assista Agora6.0 - Um filme praticamente documental, de Cláudia Varejão, sobre relações inter-familiares, entre mãe-filha, irmãos ou irmãs, ou entre homem e seu animal de estimação, seguindo apenas cenas do dia-a-dia. Uma película sem argumento próprio, apenas com o já referido "leitmotiv", numa montagem relativamente bem conseguida.
Erros Meus, Má Fortuna, Amor Ardente
2.5 15.7 - Uma película teatral, de Tiago Durão, baseada em textos de Lorca, Camões e George Buchner, protagonizada por jovens e com uma imagética poética, mas pretensiosa. A história gira em volta de um casal, em que a mulher luta para ter um filho, mas a que o seu homem recusa-se, ou não pode, dar-lho. O triângulo preenche-se com uma antiga paixão dela e a tragédia está subjacente ou iminente.
Les malheurs de Sophie
2.8 26.9 - Uma película algo insonsa de Christophe Honoré, com base num conto da Condessa de Ségur, sobre uma menina "demasiado" mal-comportada. Seguimos aqui uma jovem, Sophie (Sofia), que frequentemente se mete em apuros e trapalhadas, em tom algo cómico, mas a película falha, quer por falta de empatia para com as personagens (Caroline Grant, que faz de Sofia, até é engraçada, mas pouco mais se obtém), quer por uma dúbia direcção do filme, que se encontra indeciso, entre a comédia e o melodrama, sem saber qual seguir primeiramente, quer por uma montagem débil ou quer por escolhas cénicas deficientes na sua qualidade.
Escola Para Garotas Bonitas e Piradas
3.0 1368.6 - Uma jovem inglesa é enviada para o colégio feminino, dirigido por sua tia, mas este é um colégio "diferente", onde reina a indisciplina e o livre arbítrio dos alunos, sendo eles mesmos uns rebeldes inadaptados. É esta a premissa desta comédia, realizada por Oliver Parker e Barnaby Thompson, tipicamente britânica, com o seu humor refinado, inteligente, mas por vezes também, muito selvagem.
Um película onde despontam várias beldades, como: Gemma Arterton, Talulah Riley, Lily Cole, Tamsin Egerton, Lena Headey e Cloi McKee, entre outras, aqui todas com um look muito rebelde e acompanhadas pelo sempre estouvado Russell Brand, e pelo "direitinho" ou "beto" Colin Firth.
Longe
3.6 38.3 - Um filme de animação belo e onírico sobre a viagem de um rapaz perseguido por um espírito malévolo. Animação, da autoria de Gints Zilbalodis, simples, mas recheada de simbolismo e imagens oníricas, aliada a uma banda sonora de excelência, criada pelo próprio realizador desta película. Aconselhável visionamento!
É o Amor
3.5 17.6 - Um filme interessante, sobre a vida das mulheres dos pescadores de Caxinas e em particular, de uma mestra na doca, Sónia Nunes. Realizado por João Canijo e protagonizado por Anabela Moreira, que aqui assina também o argumento e que intercala ou justapõe as suas reflexões pessoais, com a vida das senhoras a que a película se propõe retratar. Podia resvalar para o arrastado, mas acaba por se deixar ver bem!
Casa Flutuante
3.5 17.8 - Um filme de José Nascimento, talvez um pouco arrastado, mas que consegue ter um certo encanto e até agarrar o espectador. A história segue Araci, uma mulher indígena que casou com um português e que traz uma neta, de sua filha assassinada por rancheiros no Brasil, para Mértola, mas que não esquece, de todo, a cultura e os rituais da floresta amazônica. Interessante pela temática "verde", de preservação da Amazônia e suas gentes indígenas.
13 Minutos
3.6 50 Assista Agora7.5 - Uma película sobre o atentado falhado a Adolf Hitler, por parte de Georg Elser, um homem simples, um artista, um músico, que sozinho desafiou a loucura nazi, ainda antes do seu auge, que daria origem à II Guerra Mundial. Realizado por Oliver Hirschbiegel, este filme, embora interessante, sobretudo pela sua temática, parece falhar em algo, não evidenciando a habitual mestria na realização deste realizador. Até no dramatismo (ou neste caso, na sua falta), esta película falha, não sei se na interpretação ou na montagem das imagens, que resultam em algo insípido e esquecível.
Selvagens
3.4 743 Assista Agora8.6 - Uma história, realizada com a habitual mestria de Oliver Stone, sobre traficantes, uns mais citadinos e outros, digamos, mais rurais, mas ambos, como o título indica, "selvagens".
Num elenco com algumas figuras de destaque, como Benicio del Toro, Salma Hayek, John Travolta e Blake Lively, e ainda Aaron Taylor-Johnson e Taylor Kitsch, assistimos a uma espécie de guerra entre "gangs", com policiais e políticos corruptos à mistura.
Aliada a uma história escorreita e com acção q.b., temos a música escolhida por Adam Peters para banda sonora do filme, de bom gosto.
A Uma Hora Incerta
2.3 26.5 - Uma película, dirigida por Carlos Saboga, algo estranha e insonsa, onde assistimos a uma espécie de amor doentio, de uma filha para com o seu pai, inspector de polícia, num ambiente de época salazarista. Embora com alguns actores/actrizes de renome, como Paulo Pires, Paulo Lima e Ana Padrão, além das jovens Joana Ribeiro, Joana de Verona e Filipa Areosa, o filme é algo arrastado e sem sentido, sendo até o final, dúbio (mas aqui, talvez propositadamente).
Ópera do Malandro
3.6 517.0 - Um musical brasileiro, baseado em duas obras: Ópera dos Mendigos, de John Gay, e a Ópera dos Três Vinténs, de Bertolt Brecht, a partir de uma peça musical de Chico Buarque, famoso músico brasileiro.
Algo teatral, esta adaptação cinematográfica, realizada por Ruy Guerra, onde assistimos à vida de um pequeno galã e malandro, Max Overseas (Edson Celulari), que acaba seduzido pela jovem Ludmila (Cláudia Ohana), filha do seu maior inimigo (Otto Struedel); isto tudo num cenário de vielas e bares, casas de prostitutas e contrabando, e tendo como pano de fundo a II Guerra Mundial e as duas facções antagónicas que dividiam o Brasil, face ao conflicto: por um lado, o apoio popular aos aliados e aos EUA, por outro, o apoio institucional do governo brasileiro da altura, ao regime nazi alemão.
Destaque sobretudo, para os actos musicais da autoria de Chico Buarque e para a presença de outro grande nome da música brasileira: Elba Ramalho (aqui no papel de Margot, uma prostituta mulher/amante de Max).
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4.1 1,1K Assista Agora8.0 - Uma película de Pedro Almodóvar, um pouco mais melodramática do que o habitual neste realizador. A história em si, segue duas irmãs, Raimunda (Penélope Cruz) e Sole (Lola Dueñas), cuja mãe Irene (Carmen Maura) falece, mas de repente, começa a "aparecer-lhes" novamente, como um fantasma ou alguém que morreu e volta à vida para lhe realizarem um último desejo.
Trata-se de um filme mais introspectivo, e não tanto cómico como habitual em Almodóvar, com a música de Alberto Iglesias, a ajudar na ambiência da fita.
Palombella Rossa
4.0 46.9 - Uma película de difícil leitura, realizada por Nanni Moretti, onde seguimos um homem amnésico (após um acidente de viação), num jogo de pólo aquático, numa espécie de reflexão sobre o Partido Comunista Italiano, e seus respectivos objectivos e desejos para a sociedade, suas hesitações e dúvidas (existenciais?) e seus problemas e esperanças para o futuro. Apesar de a espaços divertido e também surreal, perde-se um bocado na semântica dos seus diálogos, sem deixar de ser interessante!
Monster: A Ressurreição do Mal
2.7 448.0 - Um filme de terror como já não se faz, onde se notam as limitações do orçamento, mas com um desenvolvimento escorreito. Apesar de não ter grandes figuras, nem grandes interpretações, a história é bem construída e sem pretensiosismos, ou não fosse Clive Barker, o argumentista de serviço. Pode-se dizer que não existe aqui grande intensidade psicológica das personagens, mas a realização de George Pavlou é eficaz, e o filme demonstra logo ao que vem: puro "slasher", com muito sangue e tripas... Pode-se lá pedir melhor...
Todos os Sonhos do Mundo
3.6 18.1 - Retrato de uma típica adolescente, filha de imigrantes portugueses, em França, dividida entre um mundo cosmopolita, e um mundo rural, entre França e Portugal, mas também entre o mundo desconhecido, do futuro que a espera no mundo dos adultos, algo próprio da adolescência.
Uma película muito interessante, realizada por Laurence Ferreira Barbosa, com bom ritmo e bem desenvolvida, com a excelente interpretação de Paméla Constantino Ramos (Paméla), no papel da adolescente indecisa e dividida, entre as suas raízes e o mundo/sociedade que a acolheu, a si e aos seus familiares. Aconselhável visionamento!
Os Dois Irmãos
3.5 17.9 - Nesta película, realizada por Francisco Manso, entre o drama e a comédia, assistimos ao retorno de um imigrante (André/Flávio Hamilton), à sua comunidade de origem (Cabo Verde), para "limpar" a honra da sua família, manchada pelo próprio irmão e sua própria mulher, que deixou no local, e que se envolveram sexualmente. Da dúvida inicial, à estranheza do retorno às origens, presenciamos aqui, ao condicionamento social local, daquela pequena comunidade, que se sobrepõe ao indivíduo e seu pensamento livre, levando-o a proceder conforme o esperado/desejado por esta, e não pelo bom senso individual.
Um filme que se vê relativamente bem, com uma boa interpretação, sobretudo de Flávio Hamilton e do "miúdo" Sandro Gomes, entre o drama, a comédia e o filme de tribunal, mas também com um pouco de crítica social acutilante.
Operação Outono
4.0 16.5 - Uma mera reconstituição histórica, realizada por Bruno de Almeida, do assassinato de Humberto Delgado, pela PIDE, em Espanha e posterior julgamento dos principais intervenientes, já após o 25 de Abril de 1974.
Sem grande brilho, Humberto Delgado merecia mais, do que este mero "fait-divers"!
Axilas
1.9 25.9 - Um aparente filme cómico, de José Fonseca e Costa, que falha redondamente na sua comicidade, talvez devido ao seu argumento rebuscado, apesar de alguns nomes de renome, no seu elenco.
Seguimos aqui, a vida do estouvado Lázaro de Jesus (Pedro Lacerda), que apesar da educação rígida e religiosa da sua mãe (Júlia/Elisa Lisboa), faz tudo para transgredir e gozar a vida.
Apesar do eventual potencial da história, assistimos aqui a um desolador falhanço nas piadas, que, além de forçadas, chegam ao extremo do mau gosto; ao talento desperdiçado dos actores e actrizes, como os já referidos e também: José Raposo, Rui Morisson, Paula Guedes e Margarida Marinho; mas igualmente a um cenário cinematográfico pobre. A evitar!