8.3 - Um filme, realizado por João Leitão, em tom de sátira aos tempos da Ditadura do Estado Novo e da governação de António de Oliveira Salazar. Seguimos, aqui, as aventuras do ultra-patriótico Capitão Falcão, uma espécie de super-herói português, que segue, cegamente, as ideias vinculadas por Salazar, na sua luta contra os comunistas, feministas e outros de índole duvidosa para o Estado Novo. Uma película divertida, que não se leva muito a sério (nem é para levar!...), e que junta elementos retro com coisas mais futuristas, como Power-Rangers e Rambo, só para mencionar duas alusões claras. Divertido q.b., com acção escorreita e banda sonora, de Pedro Marques, de excelente qualidade. Recomendado!
7.3 - Uma sequela do franchise Halloween, realizada por Dwight H. Little, com pouco mais a acrescentar aos outros anteriores. Assistimos à tradicional matança de personagens secundárias e ao foge-foge das principais, sem grande chama, brilhantismo ou até gore. Nesta película, Michael Myers desperta de um longo período de reclusão num sanatório mental, para voltar a Haddonfield em busca da sua jovem sobrinha, de 7 anos. E quem se atravessa no seu caminho acaba, geralmente, morto. Um filme com vários buracos no argumento, com pouco ou nenhum suspense ou até terror verdadeiro, de poucos meios e efeitos a condizer com essa penúria. Facilmente esquecível...
9.1 - Um western diferente, realizado pelo mestre Sergio Leone, onde não se sabe bem quem são os vilões e os bons, pelo menos de princípio. Uma película recheada de bons planos e excelentes sequências cénicas, uma história escorreita e uma banda sonora perfeita para o que se vê no grande ecrã, fazem desta uma obra-prima como só Sergio Leone poderia realizar. Seguimos aqui a história de uma viúva recente, e de dois homens à procura de vingança e cujos caminhos se vão entrecruzar, contra um inimigo comum, e isto tudo num Mundo Novo, a surgir com a construção de uma ferrovia. Um daqueles filmes que simplesmente já não se fazem actualmente!
8.3 - Uma comédia romântica, de Gary Winick (naquele que seria o seu último filme, antes da sua morte), de qualidade bastante razoável, que entretém sem encantar... Seguimos Sophie (Amanda Seyfried), em pré-lua de mel, em Itália com o seu ocupado noivo e a história de um amor antigo, o de Claire (Vanessa Redgrave) e de Lorenzo Bartolini (Franco Nero - que, na realidade, é casado com Vanessa Redgrave), mas cujos caminhos de vida se separaram à longo tempo. Uma película que se vê razoávelmente bem, sem deslumbrar e um entretenimento apropriado para um qualquer dia soalheiro, com romance q.b. e uma história que até é cativante.
6.4 - Um filme de Ivo M. Ferreira, baseado numa obra de António Lobo Antunes, baseada em factos reais: a correspondência dos soldados na Guerra do Ultramar com as suas esposas ou namoradas em Portugal, através de cartas manuscritas. Nesta película assistimos à devassidão da guerra, às angústias e terror que traz a quem a vive, entrecruzada com a leitura ou citação das cartas que os soldados trocavam com suas esposas, de conteúdo amoroso ou até lírico, como que justapondo duas realidades díspares. No entanto, o filme não é de fácil digestão, talvez pelo seu tom lento e arrastado, embora as "imagens da guerra" não estejam mal conseguidas.
8.6 - Um filme de ficção científica, realizado por Andrew Niccol, onde assistimos a um futuro onde as pessoas não envelhecem passado os 25 anos e onde o tempo é a nova moeda de troca económica. Mas aqui, as diferenças entre "ricos" e "pobres" continuam a se fazer notar, tal como em qualquer sistema capitalista, os ricos vivem anos e anos, e os pobres não passam dos 25, no máximo 26 anos de vida, pois o relógio de cada pessoa é diferente conforme o estrato social: os primeiros tem séculos de vida pela frente, e os segundos contam cada segundo, cada minuto de vida. Mas Will Salas (Justin Timberlake) tem uma oportunidade inesperada de mudar tudo, quando lhe é atribuído, inesperadamente, anos de vida, e quando conhece Sylvia Weis (Amanda Seyfried), filha de um magnata. Pelo caminho, uma acusação de assassínio, um rapto e vários perseguidores, entre os quais um polícia do Tempo, obstinado e implacável (Raymond Leon - Cillian Murphy). Uma película escorreita, que se vê bem, com acção q.b. e um fundo de justiça social, num mundo injusto e fragmentado.
8.5 - Um filme de terror, realizado por McG, com ênfase na comédia mais do que no terror puro e duro. De facto, a película encontra-se a meio caminho entre um filme como "A Miúda do Lado" e filmes como "Gritos/Scream" que não se levam muito a sério. Seguimos a história de Cole, um pré-adolescente, que ainda tem uma babysitter por companhia, quando os pais se ausentam. Cole começa a sonhar eroticamente com Bee, a sua belíssima babysitter (aqui, uma fabulosa Samara Weaving, a fazer lembrar Elisha Cuthbert, de A Miúda do Lado), mas descobre numa noite, que esta e seus amigos constituem um verdadeiro culto satânico. Divertido q.b., e com uma linguagem jovem e dinâmica, característica do realizador McG, e ainda com uma acção trepidante, num entretenimento despretensioso nos seus objectivos, ou seja, que não quer ser mais do que isso mesmo, entretenimento.
8.5 - Um divertido filme de animação, realizado por Pierre Coffin e Kyle Balda, sobre as ternurentas mas desastradas criaturinhas amarelas, que procuram incessantemente o maior vilão de toda a história, de modo a poderem servi-lo... Nesta película, dotada de doses de humor q.b., pequenas (e boas) referências cinematográficas, e uma animação digital de óptima qualidade, seguimos as criaturas amarelas na sua demanda pelo próximo "maior vilão da história", que aqui é encontrado por Kevin, Stuart e Bob, que tinham partido da sua comunidade nessa busca e que encontram em Scarlett Overkill, uma supervilã, o mestre a seguir.
8.4 - Mais um episódio divertido q.b. da série Contado Por Mulheres, com desta vez, realização de Laura Seixas. Acompanhamos o processo criativo complicado de um argumentista de cinema, que se vê aflito com a sua última obra, mediante uma momentânea falha de inspiração, um actor falhado a querer entrar no filme à força, e pelo meio para complicar ainda mais, um dinheiro de gangsters escondido e procurado por esses mesmos gangsters, mas que pode fazer a diferença na realização ou não da película. Um filme com doses de acção e comédia q.b., realizado de forma competente e escorreita, sem deslumbrar no entanto.
8.4 - Mais um episódio da série Contado Por Mulheres, realizado desta feita por Daniela Ruah, numa película bastante cómica que junta futebol, famílias e um morto pelo meio. Seguimos aqui, Jota e Mina, que aproveitam a distracção de um jogo de futebol entre Portugal e Angola, no Campeonato do Mundo 2006, para contarem à sua família do seu noivado, mas nem tudo corre como planeado... Muito divertido e bem construído, e claro, de agradável visionamento.
5.5 - Um filme sem explicações, sobre uma comunidade e projecto de reinserção social de jovens alemães problemáticos, no Alentejo. Propositadamente ou não, o filme é dotado de uma aridez e falta de perspectivas que levam a crer numa simetria com a situação destes jovens problemáticos, sem futuro, sem perspectivas, sem objectivos... como se sós e sem ideias, vivendo numa completa letargia. À aridez e isolamento das planícies alentejanas justapõe-se a aridez de visão de futuro para estes jovens, que se limitam a viver como uma espécie de "zombies" sociais. Devido a esta linguagem e justaposição, a película torna-se de difícil leitura e de árduo visionamento.
6.0 - Um verdadeiro mar de "tédio", esta película de Carlos Amaral, sobre um homem que deseja participar numa espécie de êxodo interplanetário a partir da moribunda Terra. Trata-se de um filme arrastado como tudo, com imagens praticamente desinteressantes, quase esotéricas e desprovidas elas também de conteúdo, diálogos fracos e deprimentes, e uma montagem no geral decepcionante. A evitar.
7.9 - A ascensão a estrela da música mundial, de Elton John, desde miúdo tímido a estouvado e excessivo artista, em forma de musical. A película, realizada por Dexter Fletcher, apresenta os primeiros anos da carreira de Elton John, desde jovem prodígio do piano, a artista de renome, com os seus próprios "fantasmas", como a relação difícil com um pai "ausente" ou desinteressado e uma mãe liberal, a sua homossexualidade e problemas com managers. Entrecortado entre a história de vida de Elton John e suas canções, apresentadas em actos musicais sobretudo, o filme não me parece agarrar bem o espectador, não criando grande empatia, sendo esta a sua principal lacuna.
6.5 - Uma película, de Manuel Pureza, que pretende ser cómica, mas que falha em toda a linha... Seguimos aqui a história de uma família, a dos Bourbon de Linhaça, que têm em sua posse um antiquíssimo colar com poderes especiais, que data do tempo dos celtiberos, e que caso seja retirado da família, uma maldição se abaterá sobre a mesma, de carácter cataclísmico. Apesar da presença de nomes conhecidíssimos da nossa praça, como Diogo Amaral, Gabriela Barros, Marco Delgado, Diogo Infante, José Raposo, Manuel Cavaco, Luís Aleluia, Carla Andrino, entre outros, o filme recorre ao tipo de comédia forçada, que acaba por lhe tirar a graça toda, ou a pouca que poderia existir, com piadas sem inteligência ou pretensiosas. A evitar o visionamento, pois existe muito, muito melhor!
6.5 - Uma película, realizada por Diogo Morgado, entre o drama e o thriller de acção, sobre um homem que vê a sua vida virada do avesso, quando raptam a sua filha. Seguimos aqui, Gabriel (Pedro Teixeira), um homem "feliz" com a sua mulher e com a sua filha, ou seja, com a sua família, mas, contudo, tudo se transforma quando a sua filha é raptada numa estação de gasolina e a sua família "trocada" por outra mulher e um filho, que afirmam ser os seus legítimos familiares. Um filme que pouco ou nada adianta ao bom cinema, desde o seu argumento já visto, até ao desenvolvimento pouco emocionante e até ser relacionável para o espectador.
7.5 - Mais uma película de Wong Kar-Wai, onde seguimos um rapaz, Yuddy (Leslie Cheung), indeciso entre um velho amor e um novo, ou seja, entre duas raparigas, e que ao mesmo tempo, descobre que é adoptado e parte em busca da sua mãe verdadeira. Um filme algo desconexo, que embora interessante, não tem uma leitura fácil, devido a essa desconexão existente entre algumas cenas, quase como saltos na narrativa, que fazem o espectador ficar um pouco, digamos, "à nora". Talvez o facto de ter sido pensado como uma dupla produção (seria dividido em dois filmes), que não se concretizaria, tenha contribuído para esta "estranha" montagem da trama.
8.3 - Um filme bastante interessante, entre a violência extrema e o poder do amor. Trata-se da primeira película realizada por Wong Kar-Wai, onde assistimos à vida de Wah, um pequeno rufia a viver na cidade grande, e que se movimenta com alguma inteligência nos meandros das tríades orientais, e que conhece e se apaixona por uma prima (a sensual Maggie Cheung), isto enquanto protege um temperamental amigo e parceiro de crime, que trata como pequeno irmão. Um filme com alguma violência estilizada, e ao mesmo tempo, com uma história de amor dramática, conjugadas de forma eficaz.
6.6 - Uma película algo surrealista, realizada por João Nicolau, onde seguimos a vida ambulante de um vendedor/instalador de sistemas de alarme. O surrealismo do filme reside no facto, de entre diálogos normais, temos intercalados, diálogos em forma de canções, numa história de um homem à beira da reforma, que nas suas andanças profissionais, se depara com uma antiga paixão, que há muito não via, tudo fazendo para se manter presente junto desta, inclusíve, descurando ou desvirtuando o seu trabalho profissional. Interessante, mas de consumo difícil, embora alguma comicidade.
8.4 - Mais uma película de Pedro Almodóvar, focada nas mulheres e nas mães, essa figura quase omnipresente em toda a filmografia deste realizador. De facto, seguimos aqui a história de duas mulheres que têm os seus filhos exactamente na mesma altura e no mesmo hospital, sendo que uma se encontra receosa e a outra confiante com a sua gravidez. Depois, assistimos a um entrecruzar de histórias e da trama, aliada, neste filme, a uma espécie de homenagem ou referência solene à memória dos desaparecidos na Guerra Espanhola, à mão dos franquistas. Um filme agradável, bem construído, que mesmo sem o brilhantismo de outras obras de Almodóvar, demonstra que este não sabe fazer mal, na sua elaboração cinematográfica!
6.0 - Uma película, realizada por Hugo Vieira da Silva, e baseada num texto de Joseph Conrad, onde assistimos à chegada de dois colonizadores portugueses a um entreposto perto do Rio Congo. Ambos pretendem, apesar da inexperiência, fazer negócio (e enriquecerem) com o comércio de marfim com os locais e a metrópole, mas nem tudo é assim tão fácil. De facto, verifica-se uma espécie de atmosfera opressiva, com a estranheza de um mundo a desbravar, aliada ao estio do calor africano, que leva inclusíve, os seres humanos à degradação e ao delírio psicológico. É toda esta ambiência que perpassa todo o filme e que constitui o seu ponto mais forte, numa película algo lenta e extensa.
7.5 - Uma versão da clássica história da Cinderela, desta vez realizada por Kenneth Branagh para a Disney, e protagonizada pela bela (sem ser deslumbrante) Lily James e Cate Blanchett, no papel da vilã madrasta. Uma versão algo insípida apesar de todo o glamour dos endereços e vestuário, e dos efeitos especiais, que não traz nada de novo à conhecidíssima história da pobre Cinderela, espezinhada e humilhada pela sua madrasta e pelas filhas desta. Sendo assim, resta-nos uma película que se vê, agradável mas pouco mais, e fácilmente esquecível, não fosse a sua história intemporal.
8.4 - Uma película de animação, realizada por Zabou Breitman e Eléa Gobbé-Mévellec, de forma muito competente, sobre a vida em Cabul sob domínio dos Taliban. Nesta, presenciamos a todas as condicionantes da liberdade, da cultura e até do modo de viver, que advêm com o regime Taliban, mas também assistimos à hipocrisia e contradições deste regime, através dos olhos de um jovem casal e de um guarda prisional, cujos destinos se cruzarão. Um filme muito interessante e com uma história, ao mesmo tempo, dramática e enternecedora.
8.6 - Um filme de Michael Radford e Massimo Troisi (não creditado), que nos apresenta o desenrolar de uma amizade improvável e (afinal) duradoura, entre o consagrado e famoso poeta Pablo Neruda (interpretado por Philippe Noiret), exilado numa pequena ilha italiana, e o seu carteiro (Massimo Troisi), alguém quase analfabeto e simples, mas cuja convivência com este mesmo poeta, permite-lhe ganhar confiança e até seduzir a mulher mais bela daquelas paragens. Trata-se de um filme, que embora com algum ritmo lento, nos conquista aos poucos, assim à semelhança da amizade entre o carteiro e o poeta, e que se torna verdadeiramente lírico, assim como a boa poesia deve ser! De destacar, também, a premiada banda sonora de Luis Bacalov (que ganharia, inclusíve, um Óscar).
5.3 - Uma espécie de "Sin City" à portuguesa, sem o fulgor ou a espectacularidade do original referido. A película recorre à estética Noir, sendo a preto e branco, mas a história/argumento também, sendo que seguimos aqui um detective privado a tentar resolver um crime, e ao mesmo tempo, a "fazer pela vida", ou pelo menos, a tentar. Nem o cliché da mulher endinheirada e bonita, mas com uma faceta negra e pervertida escapa, mas é tudo filmado, por Rodrigo Areias, sem rigor na acção, cuja ausência nota-se e bem!
Capitão Falcão
3.7 58.3 - Um filme, realizado por João Leitão, em tom de sátira aos tempos da Ditadura do Estado Novo e da governação de António de Oliveira Salazar.
Seguimos, aqui, as aventuras do ultra-patriótico Capitão Falcão, uma espécie de super-herói português, que segue, cegamente, as ideias vinculadas por Salazar, na sua luta contra os comunistas, feministas e outros de índole duvidosa para o Estado Novo.
Uma película divertida, que não se leva muito a sério (nem é para levar!...), e que junta elementos retro com coisas mais futuristas, como Power-Rangers e Rambo, só para mencionar duas alusões claras. Divertido q.b., com acção escorreita e banda sonora, de Pedro Marques, de excelente qualidade. Recomendado!
Halloween 4: O Retorno de Michael Myers
3.1 373 Assista Agora7.3 - Uma sequela do franchise Halloween, realizada por Dwight H. Little, com pouco mais a acrescentar aos outros anteriores. Assistimos à tradicional matança de personagens secundárias e ao foge-foge das principais, sem grande chama, brilhantismo ou até gore. Nesta película, Michael Myers desperta de um longo período de reclusão num sanatório mental, para voltar a Haddonfield em busca da sua jovem sobrinha, de 7 anos. E quem se atravessa no seu caminho acaba, geralmente, morto.
Um filme com vários buracos no argumento, com pouco ou nenhum suspense ou até terror verdadeiro, de poucos meios e efeitos a condizer com essa penúria. Facilmente esquecível...
Era uma Vez no Oeste
4.4 729 Assista Agora9.1 - Um western diferente, realizado pelo mestre Sergio Leone, onde não se sabe bem quem são os vilões e os bons, pelo menos de princípio. Uma película recheada de bons planos e excelentes sequências cénicas, uma história escorreita e uma banda sonora perfeita para o que se vê no grande ecrã, fazem desta uma obra-prima como só Sergio Leone poderia realizar.
Seguimos aqui a história de uma viúva recente, e de dois homens à procura de vingança e cujos caminhos se vão entrecruzar, contra um inimigo comum, e isto tudo num Mundo Novo, a surgir com a construção de uma ferrovia.
Um daqueles filmes que simplesmente já não se fazem actualmente!
Cartas Para Julieta
3.5 2,4K Assista Agora8.3 - Uma comédia romântica, de Gary Winick (naquele que seria o seu último filme, antes da sua morte), de qualidade bastante razoável, que entretém sem encantar...
Seguimos Sophie (Amanda Seyfried), em pré-lua de mel, em Itália com o seu ocupado noivo e a história de um amor antigo, o de Claire (Vanessa Redgrave) e de Lorenzo Bartolini (Franco Nero - que, na realidade, é casado com Vanessa Redgrave), mas cujos caminhos de vida se separaram à longo tempo.
Uma película que se vê razoávelmente bem, sem deslumbrar e um entretenimento apropriado para um qualquer dia soalheiro, com romance q.b. e uma história que até é cativante.
Cartas da Guerra
3.2 56.4 - Um filme de Ivo M. Ferreira, baseado numa obra de António Lobo Antunes, baseada em factos reais: a correspondência dos soldados na Guerra do Ultramar com as suas esposas ou namoradas em Portugal, através de cartas manuscritas.
Nesta película assistimos à devassidão da guerra, às angústias e terror que traz a quem a vive, entrecruzada com a leitura ou citação das cartas que os soldados trocavam com suas esposas, de conteúdo amoroso ou até lírico, como que justapondo duas realidades díspares.
No entanto, o filme não é de fácil digestão, talvez pelo seu tom lento e arrastado, embora as "imagens da guerra" não estejam mal conseguidas.
O Preço do Amanhã
3.6 2,9K Assista Agora8.6 - Um filme de ficção científica, realizado por Andrew Niccol, onde assistimos a um futuro onde as pessoas não envelhecem passado os 25 anos e onde o tempo é a nova moeda de troca económica. Mas aqui, as diferenças entre "ricos" e "pobres" continuam a se fazer notar, tal como em qualquer sistema capitalista, os ricos vivem anos e anos, e os pobres não passam dos 25, no máximo 26 anos de vida, pois o relógio de cada pessoa é diferente conforme o estrato social: os primeiros tem séculos de vida pela frente, e os segundos contam cada segundo, cada minuto de vida.
Mas Will Salas (Justin Timberlake) tem uma oportunidade inesperada de mudar tudo, quando lhe é atribuído, inesperadamente, anos de vida, e quando conhece Sylvia Weis (Amanda Seyfried), filha de um magnata. Pelo caminho, uma acusação de assassínio, um rapto e vários perseguidores, entre os quais um polícia do Tempo, obstinado e implacável (Raymond Leon - Cillian Murphy).
Uma película escorreita, que se vê bem, com acção q.b. e um fundo de justiça social, num mundo injusto e fragmentado.
A Babá
3.1 960 Assista Agora8.5 - Um filme de terror, realizado por McG, com ênfase na comédia mais do que no terror puro e duro. De facto, a película encontra-se a meio caminho entre um filme como "A Miúda do Lado" e filmes como "Gritos/Scream" que não se levam muito a sério.
Seguimos a história de Cole, um pré-adolescente, que ainda tem uma babysitter por companhia, quando os pais se ausentam. Cole começa a sonhar eroticamente com Bee, a sua belíssima babysitter (aqui, uma fabulosa Samara Weaving, a fazer lembrar Elisha Cuthbert, de A Miúda do Lado), mas descobre numa noite, que esta e seus amigos constituem um verdadeiro culto satânico.
Divertido q.b., e com uma linguagem jovem e dinâmica, característica do realizador McG, e ainda com uma acção trepidante, num entretenimento despretensioso nos seus objectivos, ou seja, que não quer ser mais do que isso mesmo, entretenimento.
Minions
3.3 994 Assista Agora8.5 - Um divertido filme de animação, realizado por Pierre Coffin e Kyle Balda, sobre as ternurentas mas desastradas criaturinhas amarelas, que procuram incessantemente o maior vilão de toda a história, de modo a poderem servi-lo...
Nesta película, dotada de doses de humor q.b., pequenas (e boas) referências cinematográficas, e uma animação digital de óptima qualidade, seguimos as criaturas amarelas na sua demanda pelo próximo "maior vilão da história", que aqui é encontrado por Kevin, Stuart e Bob, que tinham partido da sua comunidade nessa busca e que encontram em Scarlett Overkill, uma supervilã, o mestre a seguir.
Serpentina
4.0 18.4 - Mais um episódio divertido q.b. da série Contado Por Mulheres, com desta vez, realização de Laura Seixas. Acompanhamos o processo criativo complicado de um argumentista de cinema, que se vê aflito com a sua última obra, mediante uma momentânea falha de inspiração, um actor falhado a querer entrar no filme à força, e pelo meio para complicar ainda mais, um dinheiro de gangsters escondido e procurado por esses mesmos gangsters, mas que pode fazer a diferença na realização ou não da película.
Um filme com doses de acção e comédia q.b., realizado de forma competente e escorreita, sem deslumbrar no entanto.
Os Vivos, o Morto e o Peixe Frito
4.0 18.4 - Mais um episódio da série Contado Por Mulheres, realizado desta feita por Daniela Ruah, numa película bastante cómica que junta futebol, famílias e um morto pelo meio. Seguimos aqui, Jota e Mina, que aproveitam a distracção de um jogo de futebol entre Portugal e Angola, no Campeonato do Mundo 2006, para contarem à sua família do seu noivado, mas nem tudo corre como planeado...
Muito divertido e bem construído, e claro, de agradável visionamento.
Body Rice
2.9 35.5 - Um filme sem explicações, sobre uma comunidade e projecto de reinserção social de jovens alemães problemáticos, no Alentejo.
Propositadamente ou não, o filme é dotado de uma aridez e falta de perspectivas que levam a crer numa simetria com a situação destes jovens problemáticos, sem futuro, sem perspectivas, sem objectivos... como se sós e sem ideias, vivendo numa completa letargia. À aridez e isolamento das planícies alentejanas justapõe-se a aridez de visão de futuro para estes jovens, que se limitam a viver como uma espécie de "zombies" sociais.
Devido a esta linguagem e justaposição, a película torna-se de difícil leitura e de árduo visionamento.
Mar Infinito
2.7 26.0 - Um verdadeiro mar de "tédio", esta película de Carlos Amaral, sobre um homem que deseja participar numa espécie de êxodo interplanetário a partir da moribunda Terra.
Trata-se de um filme arrastado como tudo, com imagens praticamente desinteressantes, quase esotéricas e desprovidas elas também de conteúdo, diálogos fracos e deprimentes, e uma montagem no geral decepcionante. A evitar.
Rocketman
4.0 922 Assista Agora7.9 - A ascensão a estrela da música mundial, de Elton John, desde miúdo tímido a estouvado e excessivo artista, em forma de musical.
A película, realizada por Dexter Fletcher, apresenta os primeiros anos da carreira de Elton John, desde jovem prodígio do piano, a artista de renome, com os seus próprios "fantasmas", como a relação difícil com um pai "ausente" ou desinteressado e uma mãe liberal, a sua homossexualidade e problemas com managers.
Entrecortado entre a história de vida de Elton John e suas canções, apresentadas em actos musicais sobretudo, o filme não me parece agarrar bem o espectador, não criando grande empatia, sendo esta a sua principal lacuna.
Pôr do Sol - O Mistério do Colar de São …
4.2 16.5 - Uma película, de Manuel Pureza, que pretende ser cómica, mas que falha em toda a linha... Seguimos aqui a história de uma família, a dos Bourbon de Linhaça, que têm em sua posse um antiquíssimo colar com poderes especiais, que data do tempo dos celtiberos, e que caso seja retirado da família, uma maldição se abaterá sobre a mesma, de carácter cataclísmico.
Apesar da presença de nomes conhecidíssimos da nossa praça, como Diogo Amaral, Gabriela Barros, Marco Delgado, Diogo Infante, José Raposo, Manuel Cavaco, Luís Aleluia, Carla Andrino, entre outros, o filme recorre ao tipo de comédia forçada, que acaba por lhe tirar a graça toda, ou a pouca que poderia existir, com piadas sem inteligência ou pretensiosas. A evitar o visionamento, pois existe muito, muito melhor!
Irregular
4.0 16.5 - Uma película, realizada por Diogo Morgado, entre o drama e o thriller de acção, sobre um homem que vê a sua vida virada do avesso, quando raptam a sua filha. Seguimos aqui, Gabriel (Pedro Teixeira), um homem "feliz" com a sua mulher e com a sua filha, ou seja, com a sua família, mas, contudo, tudo se transforma quando a sua filha é raptada numa estação de gasolina e a sua família "trocada" por outra mulher e um filho, que afirmam ser os seus legítimos familiares.
Um filme que pouco ou nada adianta ao bom cinema, desde o seu argumento já visto, até ao desenvolvimento pouco emocionante e até ser relacionável para o espectador.
Dias Selvagens
3.8 727.5 - Mais uma película de Wong Kar-Wai, onde seguimos um rapaz, Yuddy (Leslie Cheung), indeciso entre um velho amor e um novo, ou seja, entre duas raparigas, e que ao mesmo tempo, descobre que é adoptado e parte em busca da sua mãe verdadeira.
Um filme algo desconexo, que embora interessante, não tem uma leitura fácil, devido a essa desconexão existente entre algumas cenas, quase como saltos na narrativa, que fazem o espectador ficar um pouco, digamos, "à nora".
Talvez o facto de ter sido pensado como uma dupla produção (seria dividido em dois filmes), que não se concretizaria, tenha contribuído para esta "estranha" montagem da trama.
Conflito Mortal
3.6 32 Assista Agora8.3 - Um filme bastante interessante, entre a violência extrema e o poder do amor. Trata-se da primeira película realizada por Wong Kar-Wai, onde assistimos à vida de Wah, um pequeno rufia a viver na cidade grande, e que se movimenta com alguma inteligência nos meandros das tríades orientais, e que conhece e se apaixona por uma prima (a sensual Maggie Cheung), isto enquanto protege um temperamental amigo e parceiro de crime, que trata como pequeno irmão.
Um filme com alguma violência estilizada, e ao mesmo tempo, com uma história de amor dramática, conjugadas de forma eficaz.
Technoboss
3.2 4 Assista Agora6.6 - Uma película algo surrealista, realizada por João Nicolau, onde seguimos a vida ambulante de um vendedor/instalador de sistemas de alarme.
O surrealismo do filme reside no facto, de entre diálogos normais, temos intercalados, diálogos em forma de canções, numa história de um homem à beira da reforma, que nas suas andanças profissionais, se depara com uma antiga paixão, que há muito não via, tudo fazendo para se manter presente junto desta, inclusíve, descurando ou desvirtuando o seu trabalho profissional.
Interessante, mas de consumo difícil, embora alguma comicidade.
Mães Paralelas
3.7 4118.4 - Mais uma película de Pedro Almodóvar, focada nas mulheres e nas mães, essa figura quase omnipresente em toda a filmografia deste realizador. De facto, seguimos aqui a história de duas mulheres que têm os seus filhos exactamente na mesma altura e no mesmo hospital, sendo que uma se encontra receosa e a outra confiante com a sua gravidez. Depois, assistimos a um entrecruzar de histórias e da trama, aliada, neste filme, a uma espécie de homenagem ou referência solene à memória dos desaparecidos na Guerra Espanhola, à mão dos franquistas.
Um filme agradável, bem construído, que mesmo sem o brilhantismo de outras obras de Almodóvar, demonstra que este não sabe fazer mal, na sua elaboração cinematográfica!
Posto-Avançado do Progresso
3.4 16.0 - Uma película, realizada por Hugo Vieira da Silva, e baseada num texto de Joseph Conrad, onde assistimos à chegada de dois colonizadores portugueses a um entreposto perto do Rio Congo.
Ambos pretendem, apesar da inexperiência, fazer negócio (e enriquecerem) com o comércio de marfim com os locais e a metrópole, mas nem tudo é assim tão fácil. De facto, verifica-se uma espécie de atmosfera opressiva, com a estranheza de um mundo a desbravar, aliada ao estio do calor africano, que leva inclusíve, os seres humanos à degradação e ao delírio psicológico.
É toda esta ambiência que perpassa todo o filme e que constitui o seu ponto mais forte, numa película algo lenta e extensa.
Cinderela
3.4 1,4K Assista Agora7.5 - Uma versão da clássica história da Cinderela, desta vez realizada por Kenneth Branagh para a Disney, e protagonizada pela bela (sem ser deslumbrante) Lily James e Cate Blanchett, no papel da vilã madrasta. Uma versão algo insípida apesar de todo o glamour dos endereços e vestuário, e dos efeitos especiais, que não traz nada de novo à conhecidíssima história da pobre Cinderela, espezinhada e humilhada pela sua madrasta e pelas filhas desta.
Sendo assim, resta-nos uma película que se vê, agradável mas pouco mais, e fácilmente esquecível, não fosse a sua história intemporal.
Os Olhos de Cabul
4.1 19 Assista Agora8.4 - Uma película de animação, realizada por Zabou Breitman e Eléa Gobbé-Mévellec, de forma muito competente, sobre a vida em Cabul sob domínio dos Taliban. Nesta, presenciamos a todas as condicionantes da liberdade, da cultura e até do modo de viver, que advêm com o regime Taliban, mas também assistimos à hipocrisia e contradições deste regime, através dos olhos de um jovem casal e de um guarda prisional, cujos destinos se cruzarão.
Um filme muito interessante e com uma história, ao mesmo tempo, dramática e enternecedora.
O Carteiro e o Poeta
4.2 3008.6 - Um filme de Michael Radford e Massimo Troisi (não creditado), que nos apresenta o desenrolar de uma amizade improvável e (afinal) duradoura, entre o consagrado e famoso poeta Pablo Neruda (interpretado por Philippe Noiret), exilado numa pequena ilha italiana, e o seu carteiro (Massimo Troisi), alguém quase analfabeto e simples, mas cuja convivência com este mesmo poeta, permite-lhe ganhar confiança e até seduzir a mulher mais bela daquelas paragens. Trata-se de um filme, que embora com algum ritmo lento, nos conquista aos poucos, assim à semelhança da amizade entre o carteiro e o poeta, e que se torna verdadeiramente lírico, assim como a boa poesia deve ser! De destacar, também, a premiada banda sonora de Luis Bacalov (que ganharia, inclusíve, um Óscar).
Ornamento e Crime
2.2 25.3 - Uma espécie de "Sin City" à portuguesa, sem o fulgor ou a espectacularidade do original referido. A película recorre à estética Noir, sendo a preto e branco, mas a história/argumento também, sendo que seguimos aqui um detective privado a tentar resolver um crime, e ao mesmo tempo, a "fazer pela vida", ou pelo menos, a tentar. Nem o cliché da mulher endinheirada e bonita, mas com uma faceta negra e pervertida escapa, mas é tudo filmado, por Rodrigo Areias, sem rigor na acção, cuja ausência nota-se e bem!