6.9 - Filme realizado (e musicado) por Luciano Ligabue, com uma história que no seu aparente retratar da vida de um homem simples e sua família, foca o "seu assunto principal", no sentir italiano dos nossos dias, no peso das dificuldades económicas e no crescimento do desemprego e, como ponto final, na emigração. Uma película algo pesada e algo arrastada e sem grande brilho, que acaba por desperdiçar algumas interpretações de certa qualidade.
7.8 - Um filme, de Manuel Mozos, relativamente interessante, com personagens "normais" ou corriqueiras, e ao mesmo tempo, estranhas e com idiossincrasias pessoais. A um argumento simples, junta-se um desenrolar de imagens de boa qualidade, apesar de um tom algo arrastado, mas que "agarra o espectador", devido a uma certa comicidade implícita (ou seja, não tão óbvia ou explícita). Seguimos, na película, a história de um alfarrabista, também escritor, deprimido e com, claro, um bloqueio criativo duradouro, no seu dia-a-dia. Ponto negativo: talvez uma conclusão algo "insonsa" e sem grande sentido, não explicando, assim, a razão de ser da própria película.
8.4 - Uma película sobre a amizade de 4 amigos, reunidos subitamente pela morte de um deles, com enfoque num verão passado em conjunto no Algarve. É revisto, esse verão, numa sequência de "flashbacks", intercalados com breves cenas da linha temporal actual, onde é mostrado como esse "pequeno" período de tempo foi determinante na formação e estrutura daquilo que cada um dos amigos é nos dias de hoje, em particular, devido a essa mesma amizade e a uma "rivalidade" com um grupo semelhante, formado neste caso de "betinhos" ou "meninos-ricos". Um filme, realizado por Tiago Guedes e recheado de nomes conhecidos da nossa praça: Marco D`Almeida, Fátima Lopes, Margarida Marinho, Cristina Cavalinhos, Pêpê Rapazote, Dalila Carmo, João Lagarto, José Eduardo, Maria João Bastos, com alguns destes, ainda, com um aspecto de "novinhos" (como é o caso desta última e também de Fátima Lopes); e que se vê bem, sem ser algo de muito especial, mas para um telefilme, como é o caso, é de notória qualidade.
8.5 - Uma película, realizada por Tom Harper, sobre uma mulher (interpretada por Jessie Buckley, uma actriz irlandesa) ex-presidiária, com dois filhos muito jovens ainda, de fracas posses, mas com muita garra e um forte desejo pessoal: o de se tornar uma cantora "country" como os seus ídolos musicais de Nashville, Tennessee, USA. O único problema, além do óbvio factor monetário, é o de: ser escocesa, de Glasgow! E estar dividida entre o seu eterno sonho e o "dever" de mãe (ou maternal, se quiserem), ou seja, o de criar da melhor forma os seus filhos. Um filme, com alguma ternura, com algum drama, mas também com alguma alegria, "vontade de viver" e desejo de sonhar, de concretizar (N.R. - Assim ao jeito da própria vida humana, pois claro). Destaque, também, para a música escolhida por Jack Arnold, e a maioria, cantada pela própria Jessie Buckley (que, inclusíve, realizaria posteriormente à estreia deste filme, uma tournée pelo Reino Unido e Irlanda). Aconselhável visualização!
8.5 - Um telefilme de qualidade, que foi o 1º de uma série de produções cinematográficas, de uma televisão portuguesa independente, na altura também ela recém formada (a SIC), que apesar da "juventude", teve um assinalável êxito de audiências. Para tal terá contribuído, além da história simples e bem desenvolvida, da inclusão de actores/actrizes já com "nome feito" da nossa praça (António Capelo, José Wallenstein, Noémia Costa, Maria Emília Correia, Almeno Gonçalves), do "toque" (já conhecedor do "métier") do realizador e produtor António da Cunha Telles, da realização eficiente e segura de Cristina Boavida e Ricardo Espírito Santo, e do desempenho dos actores/actrizes principais, desde (o "ainda imberbe") Diogo Morgado (como Miguel - um rapaz de 15 anos), passando por Marcantonio Del Carlo (Mário), Maria João Abreu (Paula - a mãe de Miguel) e uma sensualíssima e cativante Ana Padrão (como Teresa, uma médica de 35 anos, que volta da capital para a sua "terrinha" de nascimento). Como motivos de interesse adicionais na película, encontramos a "relativa química" entre os dois protagonistas principais, uma ou outra cena mais ousada (ao que o público português, da altura, não estava habituado), à polémica dicotomia retratada de amor/paixão/pedofilia, à questão da diferença grande de idades no amor, mas também, à "pequenez" das mentalidades existentes (ainda nos dias de hoje) nas pequenas comunidades do nosso país. Além disso, de destacar, a banda sonora sabiamente constituída com música dos GNR, de Rui Reininho.
8.6 - Uma biografia das DOCE, uma das primeiras "girls band" em Portugal, e muito provavelmente, a de maior sucesso no mundo discográfico português, desde o seu nascimento, até ao seu clímax (musical!) no Festival da Canção e consequente ida ao Festival da Eurovisão, passando por algumas dificuldades iniciais, do seu próprio crescimento, e da sua própria "influência" num meio social, ainda então, retrógrado e paternalista. Trata-se de uma obra, realizada por Patrícia Sequeira, em forma de verdadeira "hommage" (ou homenagem, se preferirem) ao grupo DOCE, à coragem e garra das mulheres que o constituíram, e à prolífica (mas breve) obra musical, ainda hoje cantarolada por aí... Menos centrado nas polémicas e problemas, dentro e no exterior imediato da banda, e mais na própria biografia e obra musical do grupo Pop, ao contrário da série televisiva, realizada (ao mesmo tempo) por Patrícia Sequeira.
8.0 - Uma película, realizada por Caroline Link, sobre a fuga de uma família judia, ao surgimento de Hitler e do partido Nazi, no poder, na Alemanha, antes da que viria a ser a 2ª Guerra Mundial. Um tema recorrente na cinematografia mundial, mas desta vez, na perspectiva de uma criança (numa excelente interpretação de Riva Krymalowski), de forma não infantilizada (N. R. - o que acontece um pouco, no bem mais conhecido e popular "A Vida É Bela", de Roberto Benigni), mas de forma mais dramática, mais incisiva no que concerne aos efeitos de tal acontecimento, numa criança e na sua própria interpretação dos mesmos, com a "perda de amigos e colegas", com novas realidades linguísticas e sociais, e até económicas; tudo isto junto com uma certa indefinição do futuro (que os próprios pais/adultos partilham de) Um filme ternurento por vezes, outras vezes mais pesado, outras até cómico ou mais leve, baseado na obra homónima (e autobiográfica), que dá título à película, da escritora Judith Kerr. Apesar da temática dramática, uma película que se vê bem, bem construída e interessante. Uma surpresa agradável, emotiva até!
8.3 - Um filme, realizado por Henry Joost e Ariel Schulman, com uma temática interessante e actual, sobre os perigos das redes sociais, e mais concretamente, dos "desafios digitais" nas mesmas, um pouco a apontar a mira a "apps" como o TikTok. Na película, seguimos uma colegial (Vee/Emma Roberts), normalmente de carácter pouco aventureiro, algo introvertida e pouco amiga da "ribalta" social, embora inteligente, mas que se deixa enredar por uma rede social massiva, que dá nome ao filme, e cujos desafios a levam a arriscar a própria vida. Enfim, uma película que se vê bem, cheio de acção e com um bom ritmo, onde o único "ponto fraco" será, provavelmente a falta de carisma dos principais protagonistas (a já referida Emma Roberts e Dave Franco - Ian, o par de Vee). De salientar também, a boa escolha musical de Rob Simonsen na banda sonora, que vai de Roy Orbinson, até temas mais actuais de M0, Wu-Tang Clan, Halsey, Icona Pop e Alex Winston.
5.0 - Um retrato do dia-a-dia de um casal viciado e "dominado" pela droga, onde vemos todos (ou quase todos) os "esquemas" para arranjarem dinheiro, de forma a satisfazerem o seu vício, quer através da violência sobre familiares, quer através de roubos ou até da própria prostituição. Um drama sem grande brilhantismo cinematográfico, protagonizado pela própria realizadora, Cláudia Tomaz.
8.4 - Uma multipremiada película (ínclusive com um BAFTA), do sempre subversivo, intenso e surpreendente realizador sul-coreano Park Chan-Wook, com uma história cativante, algo excêntrica até (assim como alguns dos seus personagens), que a meio se torna algo incompreensível, mudando o ângulo da história já visualizada até aí, para depois se tornar totalmente reveladora, numa espécie de êxtase narrativo (N.R. - a escolha de palavras neste texto é claramente intencional - se visualizarem o filme vão compreender melhor de certeza) A acompanhar, uma banda sonora de qualidade elevada, seleccionada por Jo Yeong-Wook, que vai de composições próprias, a Mozart, e até a música coreana actual, passando por, também, interpretações convincentes das actrizes principais. Além da música, temos uma excelente cinematografia, com uma óptima escolha dos cenários naturais. A história, em si, gira à volta de uma criada (Sook-Hee), que afinal não o é, contratada para convencer uma herdeira japonesa (Lady Hideko) a casar com um suposto conde japonês (Count Fujiwara), um vigarista coreano (ou seja, nem japonês é), que quer dar o "golpe do baú". Muito recomendável visualização!
4.9 - Um filme que recorre, de forma excessiva, ao onirismo, lirismo e poesia, esquecendo (ou deixando de lado), completamente, o lado atractivo da arte cinematográfica, tornando-se um filme arrastado, lento e pouco interessante, sobre uma simples história de um amor jovem e proibido.
8.5 - Uma película recheada de vários actores e actrizes de renome da nossa praça: Jorge Corrula, Soraia Chaves, Nicolau Breyner, Ana Bustorff, Cláudia Semedo, Nuno Melo, João Lagarto, José Wallenstein, Ruy de Carvalho, Rogério Samora e Lourdes Norberto, entre outros; realizada por Carlos Coelho da Silva, e baseada, muito livremente, na obra homónima de Eça de Queirós. Trata-se, assim, de um retrato tórrido e quente (a que não são alheias as cenas de sexo), sobre a hipocrisia existente na Igreja Católica (portuguesa, e não só) e na sociedade em geral, em que as ditas "entidades idóneas" apregam algo que depois não seguem ou que não praticam, ao estilo "faz o que te digo, não faças o que eu faço"! Um filme escorreito, bem desenvolvido, com um argumento que junta comunidades desfavorecidas, a traficantes, amor e paixão, traições e violências, ambições desmedidas e vinganças.
8.8 - Um verdadeiro "flop" cinematográfico, sobretudo nos EUA e um filme subvalorizado pela crítica (e também pelo público), mas trata-se afinal de uma divertidíssima comédia de acção, realizada por David Koepp (conhecido argumentista de Hollywood) e protagonizada por Johnny Depp (com mais uma das suas camaleónicas personagens/interpretações), Gwyneth Paltrow (sensual como sempre...), Ewan McGregor e Paul Bettany, com um humor entre o sofisticado (dir-se-ia "à inglesa") e o brejeiro (talvez se possa dizer "à americana"). A história segue um negociante de arte, Charlie Mortdecai, falido e trapalhão, entre o negócio de Arte legal e o seu "submundo" ilegal, que acaba perseguido por Russos, uma organização de terroristas e até pelas autoridades britânicas, nomeadamente, pelo MI5, enquanto tenta a sua recuperação financeira, e até, matrimonial. Uma película que, apesar da aparência "silly", é uma película de argumento "inteligente", talvez não ao alcance de muitos, daí a razão do seu insucesso nas bilheteiras por esse mundo fora... (N.R. - não se esqueçam que a comédia e o "fazer rir" são das artes mais difíceis de concretizar, o que a torna alvo de possíveis não-compreensões por parte de alguns ou muitos espectadores, mas a mim fez-me rir... e bem!!!).
6.5 - Uma história de relações homossexuais, bissexuais e heterossexuais, contadas em vários "flashbacks" e de pontos de vista diferentes, nomeadamente de 4 amigos, durante um retiro sabático dos mesmos, enquanto aguardam a vinda de um 5º elemento, ausente da vida "física" destes, durante muito tempo (10 anos). A simples notícia ou conhecimento dessa, em breve, chegada, vem perturbar e avivar à memória dos 4 amigos, e trazer à tona um "passado", ainda não totalmente resolvido e directamente ligado às vivências de cada um deles a esse 5º elemento. Relativamente interessante, com uma ambiência quase a resvalar para o thriller (que afinal não se concretiza), mas algo arrastado. O melhor ainda é a música, que se ouve nalgumas cenas da película (e no trailer), de tom tropical (assim ao jeito de "fazer pandã" com o título do filme), na voz brasileira de Johnny Hooker. Já agora a realização ficou a cargo de Vicente Alves do Ó, e a interpretação por parte de Oceana Basílio, Ricardo Pereira, Nuno Pardal e Ricardo Barbosa (nos papéis dos 4 amigos referidos).
8.4 - Um original filme musical, com temática cómica e de terror. Embora agradável de visualizar e com alguma comicidade, relativamente comedida, com muito "gore" à mistura, a película falha na tentativa de dar alguma intensidade psicológica à história e às relações familiares ou colegiais. Contudo a parte puramente musical é boa, sem deslumbrar, no seu todo, e a ambiência de terror (trata-se de um apocalipse Zombie) é bem realizada (por parte de John McPhail), eficaz, mas não (e sem) se levar a sério. Aconselhável visualização!
6.8 - Uma película dos anos 40, realizada por José Leitão de Barros, sobre a figura maior da poesia e da literatura Portuguesa: Camões, em jeito de biografia clássica, quase teatral, e em tom de enaltecimento patriótico (a fazer jus a um dos pilares da sociedade e da política da altura: a Pátria). Interessante meramente pela crónica histórica e biográfica e, igualmente, pela presença de actores e actrizes sobejamente conhecidos da nossa praça: Vasco Santana, António Silva, Eunice Munõz e Carmen Dolores (na altura, ainda muito jovens).
7.9 - Uma mulher, como tantas outras, com o marido a lutar no Ultramar, sem notícias do mesmo e a criar dois filhos, decide fazer algo, quer por si própria, quer por outras na mesma situação (e com a oposição dos seus próprios pais), e ao mesmo tempo, dar alento aos militares, a vivenciarem a dura realidade de uma guerra longe do seu país e dos seus, fazendo mensagens gravadas por familiares dos mesmos e destinados a estes. Um filme, realizado por Sérgio Graciano, tipo "murro no estômago", sobre o sofrimento e angústia, quer dos que ficaram (os familiares), quer dos intervenientes (os militares) na Guerra Colonial, mas também sobre a dúvida/incerteza pessoal sobre como proceder ou o que fazer face aos acontecimentos vivenciados. Muito interessante e com uma óptima interpretação, no papel principal, de Gabriela Barros (no papel de Maria da Luz, baseado em acontecimentos reais).
6.9 - Uma película, realizada por Leonardo António, com uma ambiência e desenvolvimento no campo do suspense e/ou thriller, algo confusa e arrastada, mas com uma parte final intensa. A história segue uma enfermeira de uma unidade de cuidados a pessoas queimadas, com os seus problemas matrimoniais e emotivos próprios, que se envolve com o principal suspeito de uma série de crimes, em que as vítimas são, precisamente, queimadas. Um filme algo "fora-da-caixa", com imagens fortes e duras, acompanhadas por alguns efeitos de câmara também eles algo incomuns (e que reforçam a tensão da trama visualizada), e uma banda sonora, também ela muito adequada às imagens e tensão que percorre o ecrã, da autoria de Rodrigo Leão (N.R. - talvez o elemento de maior qualidade da película - que aparece num "cameo", com a sua actual banda, a interpretar a sua própria música). Destaque, além da banda sonora, para o argumento interessante e a intensidade de algumas imagens e da parte final do filme.
6.9 - Uma pequena curta-metragem, realizada por Jean-Martin Gagnon, que segue um grupo de homens em convívio, num local isolado pela neve do Inverno, e que em tom cómico, e na sequência de um "acontecimento" durante essa estadia, alude aos efeitos negativos do uso de drogas e à consequente "alienação".
8.5 - Uma versão "diferente" da clássica história da Cinderela! Nesta animação, de origem italiana, realizada a 4 mãos por Alessandro Rak, Ivan Cappiello, Marino Guarnieri e Dario Sansone, assistimos à junção do tradicional conto da Cinderela, com elementos futuristas e elementos "tipicamente" italianos, com a história a desenvolver-se num navio ancorado no porto de uma futura e decadente Nápoles, e com uma trama que envolve tráfico de drogas, criminosos/mafiosos e traições amorosas. Apesar do traço, menos bem definido (face à anime japonesa), desta animação, o desenvolvimento e a conjugação da ambiência retro-futurista, aliada à excelente banda sonora original de Antonio Fresa e Luigi Scialdone, tornam esta película muito interessante de visualizar e de notável e surpreendente qualidade!
7.0 - Uma película, realizada por Susanne Bier, que apesar de protagonizada por um par de sucesso, já confirmado anteriormente, no cinema norte-americano, nomeadamente, Bradley Cooper e Jennifer Lawrence (em "Guia Para Um Final Feliz"), foi um tremendo "flop" nas bilheteiras (N.R. - de um orçamento de 30 milhões de dólares, só fez 5 milhões, mundialmente). Apesar da história com algum potencial, e das cenas mais apimentadas ao longo do filme, o seu desenvolvimento é lento, algo "sereno" e pouco movimentado, e até as interpretações deste par e ainda de Rhys Ifans, não "alavancam" a película, que demonstra alguma superficialidade. A história em si, gira à volta de George Pemberton, um madeireiro, cujo casamento com uma mulher loira e bonita, e de carácter forte, ameaça a amizade com o seu sócio, com os seus empregados e até a vida de um filho ilegítimo. O típico filme "não aquece, nem arrefece".
7.9 - Um interessante filme, realizado por Manoel de Oliveira, que se apresenta como uma espécie de retrato da História Mundial, de tempos longínquos aos dias de Hoje, apresentado como uma aula de História de uma mãe (professora universitária, precisamente, desta mesma disciplina) a uma filha pequena, enquanto viajam num cruzeiro pelo Mediterrâneo, a caminho de Bombaim, onde se encontrarão com o marido/pai, respectivamente. Pelo caminho, visitamos velhos monumentos históricos e marcos da Antiguidade, desde Lisboa a Atenas, Istambul e Cairo (entre outras), sempre acompanhados pelo diálogo de explanação histórica, quer entre mãe e filha, quer com encontros com os "locais" dessas geografias. Para finalizar, e sem querer revelar muito das cenas finais (ou seja, sem ser "spoiler"), assistimos a uma talvez "visão pessimista" dos dias de hoje (ou do que estes poderão trazer no futuro!). Além de Leonor Silveira, presença habitual em filmes de Manoel de Oliveira, contamos também com actores de renome internacional, como John Malkovich, Catherine Deneuve, Stefania Sandrelli e Irene Pappas.
6.9 - Uma película, realizada por Francisco Ferreira e protagonizada por um dos próprios argumentistas (Carlos Soto), para TV, que começa num tom de comédia, cheia de calão e linguagem vernácula, sem grande graça ou comicidade, mas que termina em forma de drama pesado e psicológicamente forte (N. R. - assim ao jeito da vida humana, da inocência, à consciência pesada dos próprios fracassos, falhas ou culpas). A história em si, segue dois amigos que trabalham num videoclube, mas que à parte gerem (ou tentam gerir) um negócio pessoal de estupefacientes, o que tem tudo para correr mal. O melhor do filme será a presença, sempre sensual, de Victoria Guerra, e de uma inesperada personagem, desempenhada por Filomena Cautela.
6.7 - Um filme de Manoel de Oliveira, baseado na obra "Jóia de Família", da escritora e poetisa Agustina Bessa-Luís, que mistura temas contemporâneos com cenários e um ambiente "tradicionalista" das antigas quintas ou solares do Douro de outras épocas. A história em si, gira à volta de amores desencontrados e casamentos de conveniência/"arranjados", traições e também crimes. Pelo meio, diálogos com críticas subjacentes ou implícitas sobre temas actuais e também muito simbolismo. Não sendo um filme fácil, destacam-se as interpretações de Leonor Baldaque e Leonor Silveira e os "violinos" de Shlomo Mintz (N. R. - para mim o melhor da película).
Made in Italy
3.1 66.9 - Filme realizado (e musicado) por Luciano Ligabue, com uma história que no seu aparente retratar da vida de um homem simples e sua família, foca o "seu assunto principal", no sentir italiano dos nossos dias, no peso das dificuldades económicas e no crescimento do desemprego e, como ponto final, na emigração. Uma película algo pesada e algo arrastada e sem grande brilho, que acaba por desperdiçar algumas interpretações de certa qualidade.
Ramiro
3.1 27.8 - Um filme, de Manuel Mozos, relativamente interessante, com personagens "normais" ou corriqueiras, e ao mesmo tempo, estranhas e com idiossincrasias pessoais. A um argumento simples, junta-se um desenrolar de imagens de boa qualidade, apesar de um tom algo arrastado, mas que "agarra o espectador", devido a uma certa comicidade implícita (ou seja, não tão óbvia ou explícita). Seguimos, na película, a história de um alfarrabista, também escritor, deprimido e com, claro, um bloqueio criativo duradouro, no seu dia-a-dia.
Ponto negativo: talvez uma conclusão algo "insonsa" e sem grande sentido, não explicando, assim, a razão de ser da própria película.
Cavaleiros de Água Doce
4.0 18.4 - Uma película sobre a amizade de 4 amigos, reunidos subitamente pela morte de um deles, com enfoque num verão passado em conjunto no Algarve. É revisto, esse verão, numa sequência de "flashbacks", intercalados com breves cenas da linha temporal actual, onde é mostrado como esse "pequeno" período de tempo foi determinante na formação e estrutura daquilo que cada um dos amigos é nos dias de hoje, em particular, devido a essa mesma amizade e a uma "rivalidade" com um grupo semelhante, formado neste caso de "betinhos" ou "meninos-ricos".
Um filme, realizado por Tiago Guedes e recheado de nomes conhecidos da nossa praça: Marco D`Almeida, Fátima Lopes, Margarida Marinho, Cristina Cavalinhos, Pêpê Rapazote, Dalila Carmo, João Lagarto, José Eduardo, Maria João Bastos, com alguns destes, ainda, com um aspecto de "novinhos" (como é o caso desta última e também de Fátima Lopes); e que se vê bem, sem ser algo de muito especial, mas para um telefilme, como é o caso, é de notória qualidade.
As Loucuras de Rose
3.5 468.5 - Uma película, realizada por Tom Harper, sobre uma mulher (interpretada por Jessie Buckley, uma actriz irlandesa) ex-presidiária, com dois filhos muito jovens ainda, de fracas posses, mas com muita garra e um forte desejo pessoal: o de se tornar uma cantora "country" como os seus ídolos musicais de Nashville, Tennessee, USA. O único problema, além do óbvio factor monetário, é o de: ser escocesa, de Glasgow! E estar dividida entre o seu eterno sonho e o "dever" de mãe (ou maternal, se quiserem), ou seja, o de criar da melhor forma os seus filhos.
Um filme, com alguma ternura, com algum drama, mas também com alguma alegria, "vontade de viver" e desejo de sonhar, de concretizar (N.R. - Assim ao jeito da própria vida humana, pois claro). Destaque, também, para a música escolhida por Jack Arnold, e a maioria, cantada pela própria Jessie Buckley (que, inclusíve, realizaria posteriormente à estreia deste filme, uma tournée pelo Reino Unido e Irlanda). Aconselhável visualização!
Amo-te Teresa
4.1 58.5 - Um telefilme de qualidade, que foi o 1º de uma série de produções cinematográficas, de uma televisão portuguesa independente, na altura também ela recém formada (a SIC), que apesar da "juventude", teve um assinalável êxito de audiências. Para tal terá contribuído, além da história simples e bem desenvolvida, da inclusão de actores/actrizes já com "nome feito" da nossa praça (António Capelo, José Wallenstein, Noémia Costa, Maria Emília Correia, Almeno Gonçalves), do "toque" (já conhecedor do "métier") do realizador e produtor António da Cunha Telles, da realização eficiente e segura de Cristina Boavida e Ricardo Espírito Santo, e do desempenho dos actores/actrizes principais, desde (o "ainda imberbe") Diogo Morgado (como Miguel - um rapaz de 15 anos), passando por Marcantonio Del Carlo (Mário), Maria João Abreu (Paula - a mãe de Miguel) e uma sensualíssima e cativante Ana Padrão (como Teresa, uma médica de 35 anos, que volta da capital para a sua "terrinha" de nascimento).
Como motivos de interesse adicionais na película, encontramos a "relativa química" entre os dois protagonistas principais, uma ou outra cena mais ousada (ao que o público português, da altura, não estava habituado), à polémica dicotomia retratada de amor/paixão/pedofilia, à questão da diferença grande de idades no amor, mas também, à "pequenez" das mentalidades existentes (ainda nos dias de hoje) nas pequenas comunidades do nosso país. Além disso, de destacar, a banda sonora sabiamente constituída com música dos GNR, de Rui Reininho.
Bem Bom
3.7 38.6 - Uma biografia das DOCE, uma das primeiras "girls band" em Portugal, e muito provavelmente, a de maior sucesso no mundo discográfico português, desde o seu nascimento, até ao seu clímax (musical!) no Festival da Canção e consequente ida ao Festival da Eurovisão, passando por algumas dificuldades iniciais, do seu próprio crescimento, e da sua própria "influência" num meio social, ainda então, retrógrado e paternalista.
Trata-se de uma obra, realizada por Patrícia Sequeira, em forma de verdadeira "hommage" (ou homenagem, se preferirem) ao grupo DOCE, à coragem e garra das mulheres que o constituíram, e à prolífica (mas breve) obra musical, ainda hoje cantarolada por aí...
Menos centrado nas polémicas e problemas, dentro e no exterior imediato da banda, e mais na própria biografia e obra musical do grupo Pop, ao contrário da série televisiva, realizada (ao mesmo tempo) por Patrícia Sequeira.
Quando Hitler Roubou o Coelho Cor-de-rosa
3.4 9 Assista Agora8.0 - Uma película, realizada por Caroline Link, sobre a fuga de uma família judia, ao surgimento de Hitler e do partido Nazi, no poder, na Alemanha, antes da que viria a ser a 2ª Guerra Mundial. Um tema recorrente na cinematografia mundial, mas desta vez, na perspectiva de uma criança (numa excelente interpretação de Riva Krymalowski), de forma não infantilizada (N. R. - o que acontece um pouco, no bem mais conhecido e popular "A Vida É Bela", de Roberto Benigni), mas de forma mais dramática, mais incisiva no que concerne aos efeitos de tal acontecimento, numa criança e na sua própria interpretação dos mesmos, com a "perda de amigos e colegas", com novas realidades linguísticas e sociais, e até económicas; tudo isto junto com uma certa indefinição do futuro (que os próprios pais/adultos partilham de)
Um filme ternurento por vezes, outras vezes mais pesado, outras até cómico ou mais leve, baseado na obra homónima (e autobiográfica), que dá título à película, da escritora Judith Kerr. Apesar da temática dramática, uma película que se vê bem, bem construída e interessante. Uma surpresa agradável, emotiva até!
Nerve: Um Jogo Sem Regras
3.3 1,2K Assista Agora8.3 - Um filme, realizado por Henry Joost e Ariel Schulman, com uma temática interessante e actual, sobre os perigos das redes sociais, e mais concretamente, dos "desafios digitais" nas mesmas, um pouco a apontar a mira a "apps" como o TikTok. Na película, seguimos uma colegial (Vee/Emma Roberts), normalmente de carácter pouco aventureiro, algo introvertida e pouco amiga da "ribalta" social, embora inteligente, mas que se deixa enredar por uma rede social massiva, que dá nome ao filme, e cujos desafios a levam a arriscar a própria vida.
Enfim, uma película que se vê bem, cheio de acção e com um bom ritmo, onde o único "ponto fraco" será, provavelmente a falta de carisma dos principais protagonistas (a já referida Emma Roberts e Dave Franco - Ian, o par de Vee). De salientar também, a boa escolha musical de Rob Simonsen na banda sonora, que vai de Roy Orbinson, até temas mais actuais de M0, Wu-Tang Clan, Halsey, Icona Pop e Alex Winston.
Noites
2.5 15.0 - Um retrato do dia-a-dia de um casal viciado e "dominado" pela droga, onde vemos todos (ou quase todos) os "esquemas" para arranjarem dinheiro, de forma a satisfazerem o seu vício, quer através da violência sobre familiares, quer através de roubos ou até da própria prostituição. Um drama sem grande brilhantismo cinematográfico, protagonizado pela própria realizadora, Cláudia Tomaz.
A Criada
4.4 1,3K Assista Agora8.4 - Uma multipremiada película (ínclusive com um BAFTA), do sempre subversivo, intenso e surpreendente realizador sul-coreano Park Chan-Wook, com uma história cativante, algo excêntrica até (assim como alguns dos seus personagens), que a meio se torna algo incompreensível, mudando o ângulo da história já visualizada até aí, para depois se tornar totalmente reveladora, numa espécie de êxtase narrativo (N.R. - a escolha de palavras neste texto é claramente intencional - se visualizarem o filme vão compreender melhor de certeza)
A acompanhar, uma banda sonora de qualidade elevada, seleccionada por Jo Yeong-Wook, que vai de composições próprias, a Mozart, e até a música coreana actual, passando por, também, interpretações convincentes das actrizes principais. Além da música, temos uma excelente cinematografia, com uma óptima escolha dos cenários naturais. A história, em si, gira à volta de uma criada (Sook-Hee), que afinal não o é, contratada para convencer uma herdeira japonesa (Lady Hideko) a casar com um suposto conde japonês (Count Fujiwara), um vigarista coreano (ou seja, nem japonês é), que quer dar o "golpe do baú". Muito recomendável visualização!
Frágil Como o Mundo
4.1 94.9 - Um filme que recorre, de forma excessiva, ao onirismo, lirismo e poesia, esquecendo (ou deixando de lado), completamente, o lado atractivo da arte cinematográfica, tornando-se um filme arrastado, lento e pouco interessante, sobre uma simples história de um amor jovem e proibido.
O Crime do Padre Amaro
2.5 258.5 - Uma película recheada de vários actores e actrizes de renome da nossa praça: Jorge Corrula, Soraia Chaves, Nicolau Breyner, Ana Bustorff, Cláudia Semedo, Nuno Melo, João Lagarto, José Wallenstein, Ruy de Carvalho, Rogério Samora e Lourdes Norberto, entre outros; realizada por Carlos Coelho da Silva, e baseada, muito livremente, na obra homónima de Eça de Queirós. Trata-se, assim, de um retrato tórrido e quente (a que não são alheias as cenas de sexo), sobre a hipocrisia existente na Igreja Católica (portuguesa, e não só) e na sociedade em geral, em que as ditas "entidades idóneas" apregam algo que depois não seguem ou que não praticam, ao estilo "faz o que te digo, não faças o que eu faço"! Um filme escorreito, bem desenvolvido, com um argumento que junta comunidades desfavorecidas, a traficantes, amor e paixão, traições e violências, ambições desmedidas e vinganças.
Mortdecai – A Arte da Trapaça
2.8 319 Assista Agora8.8 - Um verdadeiro "flop" cinematográfico, sobretudo nos EUA e um filme subvalorizado pela crítica (e também pelo público), mas trata-se afinal de uma divertidíssima comédia de acção, realizada por David Koepp (conhecido argumentista de Hollywood) e protagonizada por Johnny Depp (com mais uma das suas camaleónicas personagens/interpretações), Gwyneth Paltrow (sensual como sempre...), Ewan McGregor e Paul Bettany, com um humor entre o sofisticado (dir-se-ia "à inglesa") e o brejeiro (talvez se possa dizer "à americana"). A história segue um negociante de arte, Charlie Mortdecai, falido e trapalhão, entre o negócio de Arte legal e o seu "submundo" ilegal, que acaba perseguido por Russos, uma organização de terroristas e até pelas autoridades britânicas, nomeadamente, pelo MI5, enquanto tenta a sua recuperação financeira, e até, matrimonial. Uma película que, apesar da aparência "silly", é uma película de argumento "inteligente", talvez não ao alcance de muitos, daí a razão do seu insucesso nas bilheteiras por esse mundo fora... (N.R. - não se esqueçam que a comédia e o "fazer rir" são das artes mais difíceis de concretizar, o que a torna alvo de possíveis não-compreensões por parte de alguns ou muitos espectadores, mas a mim fez-me rir... e bem!!!).
Insolação
2.5 76.5 - Uma história de relações homossexuais, bissexuais e heterossexuais, contadas em vários "flashbacks" e de pontos de vista diferentes, nomeadamente de 4 amigos, durante um retiro sabático dos mesmos, enquanto aguardam a vinda de um 5º elemento, ausente da vida "física" destes, durante muito tempo (10 anos). A simples notícia ou conhecimento dessa, em breve, chegada, vem perturbar e avivar à memória dos 4 amigos, e trazer à tona um "passado", ainda não totalmente resolvido e directamente ligado às vivências de cada um deles a esse 5º elemento. Relativamente interessante, com uma ambiência quase a resvalar para o thriller (que afinal não se concretiza), mas algo arrastado. O melhor ainda é a música, que se ouve nalgumas cenas da película (e no trailer), de tom tropical (assim ao jeito de "fazer pandã" com o título do filme), na voz brasileira de Johnny Hooker. Já agora a realização ficou a cargo de Vicente Alves do Ó, e a interpretação por parte de Oceana Basílio, Ricardo Pereira, Nuno Pardal e Ricardo Barbosa (nos papéis dos 4 amigos referidos).
Anna e o Apocalipse
2.7 64 Assista Agora8.4 - Um original filme musical, com temática cómica e de terror. Embora agradável de visualizar e com alguma comicidade, relativamente comedida, com muito "gore" à mistura, a película falha na tentativa de dar alguma intensidade psicológica à história e às relações familiares ou colegiais. Contudo a parte puramente musical é boa, sem deslumbrar, no seu todo, e a ambiência de terror (trata-se de um apocalipse Zombie) é bem realizada (por parte de John McPhail), eficaz, mas não (e sem) se levar a sério. Aconselhável visualização!
Camões: Erros Meus, Má Fortuna, Amor Ardente
3.4 26.8 - Uma película dos anos 40, realizada por José Leitão de Barros, sobre a figura maior da poesia e da literatura Portuguesa: Camões, em jeito de biografia clássica, quase teatral, e em tom de enaltecimento patriótico (a fazer jus a um dos pilares da sociedade e da política da altura: a Pátria). Interessante meramente pela crónica histórica e biográfica e, igualmente, pela presença de actores e actrizes sobejamente conhecidos da nossa praça: Vasco Santana, António Silva, Eunice Munõz e Carmen Dolores (na altura, ainda muito jovens).
O Som que Desce na Terra
4.5 17.9 - Uma mulher, como tantas outras, com o marido a lutar no Ultramar, sem notícias do mesmo e a criar dois filhos, decide fazer algo, quer por si própria, quer por outras na mesma situação (e com a oposição dos seus próprios pais), e ao mesmo tempo, dar alento aos militares, a vivenciarem a dura realidade de uma guerra longe do seu país e dos seus, fazendo mensagens gravadas por familiares dos mesmos e destinados a estes. Um filme, realizado por Sérgio Graciano, tipo "murro no estômago", sobre o sofrimento e angústia, quer dos que ficaram (os familiares), quer dos intervenientes (os militares) na Guerra Colonial, mas também sobre a dúvida/incerteza pessoal sobre como proceder ou o que fazer face aos acontecimentos vivenciados. Muito interessante e com uma óptima interpretação, no papel principal, de Gabriela Barros (no papel de Maria da Luz, baseado em acontecimentos reais).
O Frágil Som do Meu Motor
2.8 16.9 - Uma película, realizada por Leonardo António, com uma ambiência e desenvolvimento no campo do suspense e/ou thriller, algo confusa e arrastada, mas com uma parte final intensa. A história segue uma enfermeira de uma unidade de cuidados a pessoas queimadas, com os seus problemas matrimoniais e emotivos próprios, que se envolve com o principal suspeito de uma série de crimes, em que as vítimas são, precisamente, queimadas. Um filme algo "fora-da-caixa", com imagens fortes e duras, acompanhadas por alguns efeitos de câmara também eles algo incomuns (e que reforçam a tensão da trama visualizada), e uma banda sonora, também ela muito adequada às imagens e tensão que percorre o ecrã, da autoria de Rodrigo Leão (N.R. - talvez o elemento de maior qualidade da película - que aparece num "cameo", com a sua actual banda, a interpretar a sua própria música). Destaque, além da banda sonora, para o argumento interessante e a intensidade de algumas imagens e da parte final do filme.
Pharmakon
3.0 16.9 - Uma pequena curta-metragem, realizada por Jean-Martin Gagnon, que segue um grupo de homens em convívio, num local isolado pela neve do Inverno, e que em tom cómico, e na sequência de um "acontecimento" durante essa estadia, alude aos efeitos negativos do uso de drogas e à consequente "alienação".
A Gata Cinderela
2.8 48.5 - Uma versão "diferente" da clássica história da Cinderela! Nesta animação, de origem italiana, realizada a 4 mãos por Alessandro Rak, Ivan Cappiello, Marino Guarnieri e Dario Sansone, assistimos à junção do tradicional conto da Cinderela, com elementos futuristas e elementos "tipicamente" italianos, com a história a desenvolver-se num navio ancorado no porto de uma futura e decadente Nápoles, e com uma trama que envolve tráfico de drogas, criminosos/mafiosos e traições amorosas. Apesar do traço, menos bem definido (face à anime japonesa), desta animação, o desenvolvimento e a conjugação da ambiência retro-futurista, aliada à excelente banda sonora original de Antonio Fresa e Luigi Scialdone, tornam esta película muito interessante de visualizar e de notável e surpreendente qualidade!
Serena
2.7 293 Assista Agora7.0 - Uma película, realizada por Susanne Bier, que apesar de protagonizada por um par de sucesso, já confirmado anteriormente, no cinema norte-americano, nomeadamente, Bradley Cooper e Jennifer Lawrence (em "Guia Para Um Final Feliz"), foi um tremendo "flop" nas bilheteiras (N.R. - de um orçamento de 30 milhões de dólares, só fez 5 milhões, mundialmente). Apesar da história com algum potencial, e das cenas mais apimentadas ao longo do filme, o seu desenvolvimento é lento, algo "sereno" e pouco movimentado, e até as interpretações deste par e ainda de Rhys Ifans, não "alavancam" a película, que demonstra alguma superficialidade. A história em si, gira à volta de George Pemberton, um madeireiro, cujo casamento com uma mulher loira e bonita, e de carácter forte, ameaça a amizade com o seu sócio, com os seus empregados e até a vida de um filho ilegítimo. O típico filme "não aquece, nem arrefece".
Um Filme Falado
3.6 387.9 - Um interessante filme, realizado por Manoel de Oliveira, que se apresenta como uma espécie de retrato da História Mundial, de tempos longínquos aos dias de Hoje, apresentado como uma aula de História de uma mãe (professora universitária, precisamente, desta mesma disciplina) a uma filha pequena, enquanto viajam num cruzeiro pelo Mediterrâneo, a caminho de Bombaim, onde se encontrarão com o marido/pai, respectivamente. Pelo caminho, visitamos velhos monumentos históricos e marcos da Antiguidade, desde Lisboa a Atenas, Istambul e Cairo (entre outras), sempre acompanhados pelo diálogo de explanação histórica, quer entre mãe e filha, quer com encontros com os "locais" dessas geografias. Para finalizar, e sem querer revelar muito das cenas finais (ou seja, sem ser "spoiler"), assistimos a uma talvez "visão pessimista" dos dias de hoje (ou do que estes poderão trazer no futuro!). Além de Leonor Silveira, presença habitual em filmes de Manoel de Oliveira, contamos também com actores de renome internacional, como John Malkovich, Catherine Deneuve, Stefania Sandrelli e Irene Pappas.
Videovigilância
3.0 16.9 - Uma película, realizada por Francisco Ferreira e protagonizada por um dos próprios argumentistas (Carlos Soto), para TV, que começa num tom de comédia, cheia de calão e linguagem vernácula, sem grande graça ou comicidade, mas que termina em forma de drama pesado e psicológicamente forte (N. R. - assim ao jeito da vida humana, da inocência, à consciência pesada dos próprios fracassos, falhas ou culpas). A história em si, segue dois amigos que trabalham num videoclube, mas que à parte gerem (ou tentam gerir) um negócio pessoal de estupefacientes, o que tem tudo para correr mal. O melhor do filme será a presença, sempre sensual, de Victoria Guerra, e de uma inesperada personagem, desempenhada por Filomena Cautela.
O Princípio da Incerteza
3.9 26.7 - Um filme de Manoel de Oliveira, baseado na obra "Jóia de Família", da escritora e poetisa Agustina Bessa-Luís, que mistura temas contemporâneos com cenários e um ambiente "tradicionalista" das antigas quintas ou solares do Douro de outras épocas. A história em si, gira à volta de amores desencontrados e casamentos de conveniência/"arranjados", traições e também crimes. Pelo meio, diálogos com críticas subjacentes ou implícitas sobre temas actuais e também muito simbolismo. Não sendo um filme fácil, destacam-se as interpretações de Leonor Baldaque e Leonor Silveira e os "violinos" de Shlomo Mintz (N. R. - para mim o melhor da película).