6.9 - Um filme algo enigmático, característico da forma de filmar de Teresa Villaverde, sobre o tráfico humano na Europa. Nele, seguimos Sónia (Ana Moreira), uma rapariga a viver em São Petersburgo, Rússia, que desiludida (e desesperada) com a vida de miséria e sem perspectivas na sociedade russa, emigra para o Ocidente, onde arranja trabalho na Alemanha. Mas após uma rusga dos Serviços de Estrangeiros Alemão, acaba por cair nas mãos da prostituição, onde acabamos por assistir à sua degradação física e mental. Em parte, é uma película interessante devido ao assunto retratado, por outro é algo secante e demasiado enigmático na sua leitura/visualização.
7.1 - Um filme algo insípido, entre a comédia e o filme policial, sem convencer em nenhum dos dois estilos cinematográficos. Nem Anna Kendrick, nem Blake Lively (as principais protagonistas da película), parecem inspiradoras ou convincentes, neste argumento algo rebuscado. A história, em si, gira à volta de duas mães, uma simples e contida (Stephanie Smothers/Anna Kendrick) e outra uma empoderada executiva, de carácter selvagem e livre de preconceitos (Emily Nelson/Blake Lively). Esta última desaparece e é Stephanie que toma as rédeas da investigação, com desenvolvimentos que até à própria surpreendem...
7.7 - Uma história baseada em factos reais, de um refugiado afegão gay, que conta os acontecimentos passados numa espécie de entrevista, sendo a estrutura do filme em forma de documentário, de animação e imagem real. Ao drama de se fugir ao seu próprio país (neste caso, o Afeganistão) e ao que já se "conhece", soma-se o drama pessoal de ter de esconder algo mais: a sua homossexualidade; ainda mais sendo de origem de uma sociedade fechada e mais conservadora, como o é a afegã. Interessante como "retrato" puro e duro da realidade vivida por muitos refugiados, a viverem num mundo "desconhecido" e até opressivo e, por vezes, perigoso.
7.8 - Uma história relativamente interessante, filmada por Carlos Saboga, com uma estrutura narrativa e visual, parecida com um álbum fotográfico, na apresentação dos personagens envolvidos na trama. De resto, à excepção deste ponto, nada ou pouco mais se destaca nesta criação cinematográfica, que até se vê bem, mas que acaba meio sem sentido. A história gira à volta de uma jovem, cuja mãe (uma renomada jornalista fotográfica) morreu, e cujo legado são várias fotografias pessoais, de exilados portugueses, em França, com os quais viveu em tempos idos; existindo a possibilidade de um deles ser o seu verdadeiro pai, o que leva esta jovem a fazer essa busca, digamos, por conhecimento da história passada de sua própria mãe.
7.5 - Uma película algo palavrosa, centrada no diálogo entre as personagens, mais do que em acontecimentos visuais. Trata-se de uma comédia dramática, recheada de um certo cinismo nos diálogos entre os personagens, com questões interpessoais na base do argumento, que gira à volta de traições e desistências (ou não) das mesmas. Isto tudo, no meio de uma pandemia, uma crise económica e uma sublevação popular (uma espécie, portanto, de "fim do mundo"). Um filme actual no discurso, com referências às redes sociais e à já referida pandemia (a que não será alheio a data da sua própria realização), e de certa forma, em como todos os últimos acontecimentos mundiais alteraram ou transformaram as pessoas e o seu modo de agir/estar; mas demasiado teatral na sua essência (desde o número reduzido de personagens ao espaço cénico diminuto), e só a espaços divertido.
7.8 - Um mero filme de acção, realizado por Jaume-Collet Serra, e veículo para Liam Neeson (Taken) "despachar" mais uns bandidos. Desta feita, Bill Marks (Liam Neeson), um agente federal, caído em desgraça e alcoólico, é ameaçado de ser o culpado da morte de um passageiro a cada 20 minutos, se não fôr feita uma transferência de 150 milhões para uma conta bancária. Basicamente, seguimos Bill/Neeson a tentar descobrir e impedir quem ameaça a sua própria vida e a dos restantes passageiros desse vôo, sem grande brilho cinematográfico ou até alarido de efeitos especiais. Uma daquelas películas que, meramente se vê, mas fácilmente se esquece!
8.2 - Um filme de fantasia, sobre a capacidade de uma criança "imaginar" mundos fantasiosos e mágicos. Nesta película, uma rapariga orfã, mas mimada, é enviada e acolhida, numa velha mansão do seu tio, em Inglaterra, após a morte de ambos os pais. Mas, a mansão, assim como o seu tio, escondem alguns segredos, ligados ao passado. A curiosidade e a "imaginação" de Mary (a rapariga orfã) vão fazer o resto, abrindo-lhe todo um mundo mágico, na forma de um jardim secreto. Uma película que se vê bem, que mesmo sem ser espectacular, tem uma história/argumento interessante. O único defeito será faltar-lhe um pouco mais de emoção.
8.3 - Uma ternurenta comédia romântica, em que o principal elo de ligação, entre os seres amados (e os personagens do filme), são os cães - esse animal, já de si, originador de afectos e carinhos quer de crianças, quer de graúdos. De facto, dir-se-ia que o(s) personagen(s) principai(s) deste filme, são da espécie canina, sendo eles o fio condutor desta divertida trama. Além de serem, eles, os cães, o elo de união das personagens humanas. Uma agradável surpresa, esta divertida q.b. comédia de Ken Marino, e com as babes Vanessa Hudgens e Eva Longoria.
8.4 - Um filme surpreendente de João Nuno Pinto, que tinha tudo para se tornar numa daquelas películas de carácter pretensioso e, de certa forma, entediante, tão característico de alguma cinematografia portuguesa, "dita" de qualidade. Mas a edição das imagens, e a sua junção com a banda sonora, aliada a uma impressionante interpretação de João Nunes Monteiro, como Zacarias, um jovem soldado português enviado, na Primeira Guerra Mundial, para combater, em solo africano, nomeadamente em Moçambique, o exército alemão. Mas mais do que vermos um retrato da guerra, puro e duro, vemos uma Viagem e uma espécie de "coming of age", ou seja, uma transformação de um jovem imaturo e pouco experiente, num verdadeiro Homem feito, com a consequente (ou inata) "perda de inocência", perante um cenário abrasador (e opressivo) da natureza e sol africanos. De certa forma, João Nuno Pinto consegue que o espectador "torça" pelo sucesso de Zacarias, perante as peripécias e dificuldades da sua viagem, que o leva, inclusíve, ao limite da sanidade mental. Uma agradável surpresa!
5.0 - Um filme de suposto terror, pretensioso e lento, recheado de uma espécie de esoterismo cinematográfico bacoco, através do desfilar de imagens, planos e até banda sonora a condizer, tudo para criar um terror superficial e pouco convincente. A evitar!
8.1 - Um filme sobre o amor e a fonte de inspiração de John Keats, escritor e poeta inglês, que morreria arruinado e ainda jovem de idade, mas cuja obra se tornaria imortal. Nesta película, seguimos os últimos dias de John Keats e o amor crescente para com Fanny Brawnee, e como este contribuiu para a sua obra literária. Trata-se, enfim, de um filme romântico, de Jane Campion (realizadora, mais conhecida por "O Piano"), que falha na intensidade desse amor retratado, faltando-lhe a "chama da paixão". Embora se veja bem, e seja eficaz como entretenimento, apenas não se torna "apaixonante"!
5.5 - Um daqueles filmes só possíveis na filmografia portuguesa, com "tudo à mistura", temas meio esotéricos ou dúbios, e diálogos ou argumentos estranhos. Neste "ovni" da cinematografia portuguesa, realizado por Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, começamos com a linguagem açoriana ao longo de toda a película, um personagem com clara inspiração em Cristiano Ronaldo, passando por temas sociais muito actuais, como a crise dos refugiados, as modificações genéticas, até à ganância desmedida, à ignorância (pessoal) grassante e neo-fascismos, e até um pouco de ficção científica. Uma "salganhada" que acaba por não ser mais do que isso: uma "salganhada"!
8.4 - Um multi-premiado filme do mestre Bong Joon-Ho, aqui numa espécie de homenagem a todas as verdadeiras mães, com o seu amor incondicional pelos seus filhos, façam ou sejam, o que eles querem/são. A história gira à volta de uma mãe super-protectora, que tudo faz para proteger o seu querido filho, mentalmente deficiente/atrasado, que foi acusado da morte de uma jovem. Assim, e face a um sistema judicial, com caso encerrado, esta mãe enceta a sua própria investigação policial, disposta a tudo... até matar... pela inocência do filho. Um drama em tom policial/criminal, com o tradicional humor inteligente e bem doseado de Bong Joon-Ho, num argumento forte, interessante e, por vezes, polémico.
8.4 - Mais um filme com a mestria cinematográfica de Bong Joon-Ho, relevante em pequenas cenas marcantes da película e da história retratada (baseada em factos reais), e pelo seu desenvolvimento geral seguro e eficaz, no que concerne o interesse do espectador na película. A história é a de uma investigação policial de uma série de assassinatos violentos de mulheres (que além de mortas, são violadas), por dois detectives locais, detentores de métodos pouco legais e/ou duvidosos e por um polícia vindo da capital, mais cerebral e cumpridor das normas, o que irá provocar alguns atritos entre ambos, embora o objetivo comum. Mais uma vez, uma película entre a comédia e o drama, com um desenvolvimento forte e pincelada com pequenos toques de mestria na manipulação das imagens fílmicas, nesta que é a 2ª longa-metragem de Bong Joon-Ho.
7.0 - Um filme, de Adriano Mendes, sobre a vivência urbana, de uma jovem, à procura de emprego, numa Lisboa recheada de estrangeiros e turistas. Vivencia-se, aqui, uma realidade depressiva, num filme que não fornece respostas imediatas, mas antes põe questões e dúvidas ao espectador, com as eventuais respostas a serem dadas pela reflexão deste, sobre o que é visionado. Interessante, mas algo arrastado.
8.4 - Um filme de Bong Joon-Ho, entre a comédia e o drama, sobre um professor desempregado e irritado com o ladrar constante de um cão de um vizinho, ao ponto de pensar em esganá-lo. De outro lado, uma jovem e entediada rapariga, entre a depressão e o alheamento e um homem das limpezas do prédio, com comportamentos estranhos. Uma película cheia de reviravoltas e enganos entre os personagens, mas filmada já com alguma mestria por Bong Joon-Ho, nesta que é a sua primeira longa-metragem. Divertido e escorreito na narrativa e cenografia, de um típico ambiente urbano moderno.
7.1 - Uma comédia ligeira, a espaços divertida, realizada por Hugo Diogo, e com Rui Unas, Leonor Seixas, Carlos Areia e Melânia Gomes como principais protagonistas. A história em si, segue um par de vigaristas e ladrões, que pensam em dar o último golpe das suas vidas, a um veterano da Guerra Colonial, que ganhou a Lotaria. Para isso, fazem-se passar por filho perdido do alvo e sua respectiva mulher/namorada. Vê-se, mas sem grande brilho.
7.3 - Uma película realizada por José Fonseca e Costa, algo arrastada, que faz alusão a uma espécie de libertinagem recente face aos chamados "bons costumes" da ditadura salazarista, ao contrapôr uma suposta "disciplina" e austeridade militar a ambientes mais vulgares e luxuriantes. A esta alusão, não será estranha a origem do argumento numa história, precisamente, chamada "E Aos Costumes Disse Nada...", de Mário de Carvalho e David Mourão Ferreira. A história segue um jovem militar recém-formado, que se "apaixona" por uma jovem mulher esquiva, durante uma chamada da mesma para o quartel, por aparente engano.
7.5 - Um filme baseado em factos reais, e realizado por Jay Roach, sobre um escândalo de cariz sexual na Fox News, canal de televisão norte-americano, que foi filmado de uma forma algo inovadora, onde uma das personagens principais como que relata o "caso" directamente para as câmaras. Embora essa inovação, a película acaba por falhar na sua intensidade psicológica, embora o tema forte e pesado, talvez até devido a essa vontade de inovar, que lhe fornece alguma ligeireza no "tratar" do assunto focado. A história, em si, centra-se num processo judicial de assédio sexual movido a Roger Ailes, fundador e director da Fox News, por Gretchen Carlson, uma ex-pivô da operadora de TV. De destaque, claro está, a beleza (e talento) das 3 actrizes principais: Charlize Theron, Nicole Kidman e Margot Robbie e o desempenho, igualmente talentoso, do "asqueroso" John Lithgow (como o já referido Roger Ailes).
8.2 - Um filme simples, realizado por Rita Nunes, mas de desenvolvimento coerente e "bem arrumadinho", sobre uma relação através de uma rede social, onde o anonimato pode ter consequências inesperadas. Luísa, uma actriz, e António, um velho escritor e jornalista, cansado e insatisfeito com a vida, tal como Luísa, nomeadamente no que diz respeito aos seus anteriores relacionamentos amorosos, começam a trocar mensagens no Twitter, e essa relação cresce ao ponto de decidirem se encontrar na vida real, mas no dia em que combinaram isso, António sofre um acidente, que mudará tudo na vida de ambos. Uma película de visionamento tranquilo e interessante, sem grandes alaridos, mas eficaz.
7.8 - Uma co-produção luso-espanhola, baseada num conto homónimo de José Cardoso Pires, e realizada por José Fonseca e Costa, cuja história segue uma investigação policial, nos anos 60 do século passado, à morte de um militar evadido da prisão, onde esteve detido devido a motivos políticos. Destaque para uma curiosa justaposição do tempo actual (ou seja, o da investigação retratada na história), com os "flashbacks" do protagonista principal e da história em si, como se este "estivesse" a presenciar ou reviver, in loco, os acontecimentos passados. Destaque também para Raul Solnado (como Elias Santana - o chefe ou investigador policial), protagonista aqui em tom dramático; para Assumpta Serna como a sensualíssima Mena, e para Patrick Bauchau, o "morto" Capitão Dantas, numa interpretação forte e pesada, mas crucial na história do filme, que tem por característica principal o ser algo arrastado, mas que se vê bem, no entanto.
8.0 - Uma película sobre um chulo, a viver à custa de uma artista de boate e da sua madrinha, que se vê envolvido numa trama de um Major, em clara alusão às FP-25 e ao Major Otelo Saraiva de Carvalho, que o "engaja" para vigiar uma casa e um outro grupo de personagens. Um filme de notório sucesso, à altura da sua estreia, não sendo alheias as cenas de nudez ousadas (incluíndo um "nú frontal"), de Mário Viegas e de uma atrevida e sensualíssima Lia Gama. De referir também, a presença de artistas brasileiros como Lima Duarte e Natália do Vale, da "antiga" celebridade Milú e da estreante (tal como o foi, Natália do Vale) Adelaide Ferreira, e ainda, para uma quota parte do argumento (e a parte musical da película), da autoria do cantor português de renome, Sérgio Godinho.
5.5 - Uma película algo absurda, devido talvez a alguma etnicidade, que confere à mesma, um carácter enigmático, de muito difícil leitura/entendimento. Passado em Cabo Verde, nomeadamente na ilha do Fogo (com o seu aspecto árido e vulcânico), seguimos a história de uma enfermeira (Mariana - Inês de Medeiros), que viaja de Lisboa, para acompanhar um imigrante, em estado comatoso, de volta às suas origens. Um filme sem "ponta que se pegue". Não aconselhável.
3.9 - Um filme de difícil digestão, que faz alusões a questões inerentes à juventude ou adolescência, como o(s) desejo(s) sexua(l)is, a depressão, a violência, o "abandono" parental e até o papel da religião (neste caso, das novas "igrejas"/seitas), tudo mesclado numa linguagem visual mal-alinhavada e arrastada, com tendências estéticas e cinematográficas do género suspense ou terror. Muito fraco, não aconselhável.
Transe
3.2 46.9 - Um filme algo enigmático, característico da forma de filmar de Teresa Villaverde, sobre o tráfico humano na Europa. Nele, seguimos Sónia (Ana Moreira), uma rapariga a viver em São Petersburgo, Rússia, que desiludida (e desesperada) com a vida de miséria e sem perspectivas na sociedade russa, emigra para o Ocidente, onde arranja trabalho na Alemanha. Mas após uma rusga dos Serviços de Estrangeiros Alemão, acaba por cair nas mãos da prostituição, onde acabamos por assistir à sua degradação física e mental.
Em parte, é uma película interessante devido ao assunto retratado, por outro é algo secante e demasiado enigmático na sua leitura/visualização.
Um Pequeno Favor
3.3 690 Assista Agora7.1 - Um filme algo insípido, entre a comédia e o filme policial, sem convencer em nenhum dos dois estilos cinematográficos. Nem Anna Kendrick, nem Blake Lively (as principais protagonistas da película), parecem inspiradoras ou convincentes, neste argumento algo rebuscado. A história, em si, gira à volta de duas mães, uma simples e contida (Stephanie Smothers/Anna Kendrick) e outra uma empoderada executiva, de carácter selvagem e livre de preconceitos (Emily Nelson/Blake Lively). Esta última desaparece e é Stephanie que toma as rédeas da investigação, com desenvolvimentos que até à própria surpreendem...
Flee: Nenhum Lugar Para Chamar de Lar
4.3 129 Assista Agora7.7 - Uma história baseada em factos reais, de um refugiado afegão gay, que conta os acontecimentos passados numa espécie de entrevista, sendo a estrutura do filme em forma de documentário, de animação e imagem real.
Ao drama de se fugir ao seu próprio país (neste caso, o Afeganistão) e ao que já se "conhece", soma-se o drama pessoal de ter de esconder algo mais: a sua homossexualidade; ainda mais sendo de origem de uma sociedade fechada e mais conservadora, como o é a afegã. Interessante como "retrato" puro e duro da realidade vivida por muitos refugiados, a viverem num mundo "desconhecido" e até opressivo e, por vezes, perigoso.
Photo
3.5 17.8 - Uma história relativamente interessante, filmada por Carlos Saboga, com uma estrutura narrativa e visual, parecida com um álbum fotográfico, na apresentação dos personagens envolvidos na trama. De resto, à excepção deste ponto, nada ou pouco mais se destaca nesta criação cinematográfica, que até se vê bem, mas que acaba meio sem sentido. A história gira à volta de uma jovem, cuja mãe (uma renomada jornalista fotográfica) morreu, e cujo legado são várias fotografias pessoais, de exilados portugueses, em França, com os quais viveu em tempos idos; existindo a possibilidade de um deles ser o seu verdadeiro pai, o que leva esta jovem a fazer essa busca, digamos, por conhecimento da história passada de sua própria mãe.
Revolta
4.2 17.5 - Uma película algo palavrosa, centrada no diálogo entre as personagens, mais do que em acontecimentos visuais. Trata-se de uma comédia dramática, recheada de um certo cinismo nos diálogos entre os personagens, com questões interpessoais na base do argumento, que gira à volta de traições e desistências (ou não) das mesmas. Isto tudo, no meio de uma pandemia, uma crise económica e uma sublevação popular (uma espécie, portanto, de "fim do mundo"). Um filme actual no discurso, com referências às redes sociais e à já referida pandemia (a que não será alheio a data da sua própria realização), e de certa forma, em como todos os últimos acontecimentos mundiais alteraram ou transformaram as pessoas e o seu modo de agir/estar; mas demasiado teatral na sua essência (desde o número reduzido de personagens ao espaço cénico diminuto), e só a espaços divertido.
Sem Escalas
3.5 902 Assista Agora7.8 - Um mero filme de acção, realizado por Jaume-Collet Serra, e veículo para Liam Neeson (Taken) "despachar" mais uns bandidos. Desta feita, Bill Marks (Liam Neeson), um agente federal, caído em desgraça e alcoólico, é ameaçado de ser o culpado da morte de um passageiro a cada 20 minutos, se não fôr feita uma transferência de 150 milhões para uma conta bancária. Basicamente, seguimos Bill/Neeson a tentar descobrir e impedir quem ameaça a sua própria vida e a dos restantes passageiros desse vôo, sem grande brilho cinematográfico ou até alarido de efeitos especiais. Uma daquelas películas que, meramente se vê, mas fácilmente se esquece!
O Jardim Secreto
3.0 91 Assista Agora8.2 - Um filme de fantasia, sobre a capacidade de uma criança "imaginar" mundos fantasiosos e mágicos. Nesta película, uma rapariga orfã, mas mimada, é enviada e acolhida, numa velha mansão do seu tio, em Inglaterra, após a morte de ambos os pais. Mas, a mansão, assim como o seu tio, escondem alguns segredos, ligados ao passado. A curiosidade e a "imaginação" de Mary (a rapariga orfã) vão fazer o resto, abrindo-lhe todo um mundo mágico, na forma de um jardim secreto.
Uma película que se vê bem, que mesmo sem ser espectacular, tem uma história/argumento interessante. O único defeito será faltar-lhe um pouco mais de emoção.
Nossa Vida com Cães
3.5 438.3 - Uma ternurenta comédia romântica, em que o principal elo de ligação, entre os seres amados (e os personagens do filme), são os cães - esse animal, já de si, originador de afectos e carinhos quer de crianças, quer de graúdos. De facto, dir-se-ia que o(s) personagen(s) principai(s) deste filme, são da espécie canina, sendo eles o fio condutor desta divertida trama. Além de serem, eles, os cães, o elo de união das personagens humanas. Uma agradável surpresa, esta divertida q.b. comédia de Ken Marino, e com as babes Vanessa Hudgens e Eva Longoria.
Mosquito
3.7 58.4 - Um filme surpreendente de João Nuno Pinto, que tinha tudo para se tornar numa daquelas películas de carácter pretensioso e, de certa forma, entediante, tão característico de alguma cinematografia portuguesa, "dita" de qualidade. Mas a edição das imagens, e a sua junção com a banda sonora, aliada a uma impressionante interpretação de João Nunes Monteiro, como Zacarias, um jovem soldado português enviado, na Primeira Guerra Mundial, para combater, em solo africano, nomeadamente em Moçambique, o exército alemão.
Mas mais do que vermos um retrato da guerra, puro e duro, vemos uma Viagem e uma espécie de "coming of age", ou seja, uma transformação de um jovem imaturo e pouco experiente, num verdadeiro Homem feito, com a consequente (ou inata) "perda de inocência", perante um cenário abrasador (e opressivo) da natureza e sol africanos. De certa forma, João Nuno Pinto consegue que o espectador "torça" pelo sucesso de Zacarias, perante as peripécias e dificuldades da sua viagem, que o leva, inclusíve, ao limite da sanidade mental. Uma agradável surpresa!
Faz-me Companhia
2.5 15.0 - Um filme de suposto terror, pretensioso e lento, recheado de uma espécie de esoterismo cinematográfico bacoco, através do desfilar de imagens, planos e até banda sonora a condizer, tudo para criar um terror superficial e pouco convincente. A evitar!
Brilho de uma Paixão
3.7 383 Assista Agora8.1 - Um filme sobre o amor e a fonte de inspiração de John Keats, escritor e poeta inglês, que morreria arruinado e ainda jovem de idade, mas cuja obra se tornaria imortal. Nesta película, seguimos os últimos dias de John Keats e o amor crescente para com Fanny Brawnee, e como este contribuiu para a sua obra literária.
Trata-se, enfim, de um filme romântico, de Jane Campion (realizadora, mais conhecida por "O Piano"), que falha na intensidade desse amor retratado, faltando-lhe a "chama da paixão". Embora se veja bem, e seja eficaz como entretenimento, apenas não se torna "apaixonante"!
Diamantino
3.2 335.5 - Um daqueles filmes só possíveis na filmografia portuguesa, com "tudo à mistura", temas meio esotéricos ou dúbios, e diálogos ou argumentos estranhos. Neste "ovni" da cinematografia portuguesa, realizado por Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, começamos com a linguagem açoriana ao longo de toda a película, um personagem com clara inspiração em Cristiano Ronaldo, passando por temas sociais muito actuais, como a crise dos refugiados, as modificações genéticas, até à ganância desmedida, à ignorância (pessoal) grassante e neo-fascismos, e até um pouco de ficção científica. Uma "salganhada" que acaba por não ser mais do que isso: uma "salganhada"!
Mother - A Busca Pela Verdade
4.1 2798.4 - Um multi-premiado filme do mestre Bong Joon-Ho, aqui numa espécie de homenagem a todas as verdadeiras mães, com o seu amor incondicional pelos seus filhos, façam ou sejam, o que eles querem/são. A história gira à volta de uma mãe super-protectora, que tudo faz para proteger o seu querido filho, mentalmente deficiente/atrasado, que foi acusado da morte de uma jovem. Assim, e face a um sistema judicial, com caso encerrado, esta mãe enceta a sua própria investigação policial, disposta a tudo... até matar... pela inocência do filho. Um drama em tom policial/criminal, com o tradicional humor inteligente e bem doseado de Bong Joon-Ho, num argumento forte, interessante e, por vezes, polémico.
Memórias de um Assassino
4.2 366 Assista Agora8.4 - Mais um filme com a mestria cinematográfica de Bong Joon-Ho, relevante em pequenas cenas marcantes da película e da história retratada (baseada em factos reais), e pelo seu desenvolvimento geral seguro e eficaz, no que concerne o interesse do espectador na película. A história é a de uma investigação policial de uma série de assassinatos violentos de mulheres (que além de mortas, são violadas), por dois detectives locais, detentores de métodos pouco legais e/ou duvidosos e por um polícia vindo da capital, mais cerebral e cumpridor das normas, o que irá provocar alguns atritos entre ambos, embora o objetivo comum.
Mais uma vez, uma película entre a comédia e o drama, com um desenvolvimento forte e pincelada com pequenos toques de mestria na manipulação das imagens fílmicas, nesta que é a 2ª longa-metragem de Bong Joon-Ho.
28 1/2 (Vinte e Oito e Meio)
3.5 17.0 - Um filme, de Adriano Mendes, sobre a vivência urbana, de uma jovem, à procura de emprego, numa Lisboa recheada de estrangeiros e turistas. Vivencia-se, aqui, uma realidade depressiva, num filme que não fornece respostas imediatas, mas antes põe questões e dúvidas ao espectador, com as eventuais respostas a serem dadas pela reflexão deste, sobre o que é visionado. Interessante, mas algo arrastado.
Cão que Ladra não Morde
3.6 318.4 - Um filme de Bong Joon-Ho, entre a comédia e o drama, sobre um professor desempregado e irritado com o ladrar constante de um cão de um vizinho, ao ponto de pensar em esganá-lo. De outro lado, uma jovem e entediada rapariga, entre a depressão e o alheamento e um homem das limpezas do prédio, com comportamentos estranhos.
Uma película cheia de reviravoltas e enganos entre os personagens, mas filmada já com alguma mestria por Bong Joon-Ho, nesta que é a sua primeira longa-metragem. Divertido e escorreito na narrativa e cenografia, de um típico ambiente urbano moderno.
Ladrões de Tuta e Meia
3.5 17.1 - Uma comédia ligeira, a espaços divertida, realizada por Hugo Diogo, e com Rui Unas, Leonor Seixas, Carlos Areia e Melânia Gomes como principais protagonistas. A história em si, segue um par de vigaristas e ladrões, que pensam em dar o último golpe das suas vidas, a um veterano da Guerra Colonial, que ganhou a Lotaria. Para isso, fazem-se passar por filho perdido do alvo e sua respectiva mulher/namorada. Vê-se, mas sem grande brilho.
Sem Sombra de Pecado
3.5 17.3 - Uma película realizada por José Fonseca e Costa, algo arrastada, que faz alusão a uma espécie de libertinagem recente face aos chamados "bons costumes" da ditadura salazarista, ao contrapôr uma suposta "disciplina" e austeridade militar a ambientes mais vulgares e luxuriantes. A esta alusão, não será estranha a origem do argumento numa história, precisamente, chamada "E Aos Costumes Disse Nada...", de Mário de Carvalho e David Mourão Ferreira.
A história segue um jovem militar recém-formado, que se "apaixona" por uma jovem mulher esquiva, durante uma chamada da mesma para o quartel, por aparente engano.
O Escândalo
3.6 459 Assista Agora7.5 - Um filme baseado em factos reais, e realizado por Jay Roach, sobre um escândalo de cariz sexual na Fox News, canal de televisão norte-americano, que foi filmado de uma forma algo inovadora, onde uma das personagens principais como que relata o "caso" directamente para as câmaras. Embora essa inovação, a película acaba por falhar na sua intensidade psicológica, embora o tema forte e pesado, talvez até devido a essa vontade de inovar, que lhe fornece alguma ligeireza no "tratar" do assunto focado.
A história, em si, centra-se num processo judicial de assédio sexual movido a Roger Ailes, fundador e director da Fox News, por Gretchen Carlson, uma ex-pivô da operadora de TV. De destaque, claro está, a beleza (e talento) das 3 actrizes principais: Charlize Theron, Nicole Kidman e Margot Robbie e o desempenho, igualmente talentoso, do "asqueroso" John Lithgow (como o já referido Roger Ailes).
Linhas Tortas
3.5 18.2 - Um filme simples, realizado por Rita Nunes, mas de desenvolvimento coerente e "bem arrumadinho", sobre uma relação através de uma rede social, onde o anonimato pode ter consequências inesperadas. Luísa, uma actriz, e António, um velho escritor e jornalista, cansado e insatisfeito com a vida, tal como Luísa, nomeadamente no que diz respeito aos seus anteriores relacionamentos amorosos, começam a trocar mensagens no Twitter, e essa relação cresce ao ponto de decidirem se encontrar na vida real, mas no dia em que combinaram isso, António sofre um acidente, que mudará tudo na vida de ambos. Uma película de visionamento tranquilo e interessante, sem grandes alaridos, mas eficaz.
Balada da Praia dos Cães
2.8 17.8 - Uma co-produção luso-espanhola, baseada num conto homónimo de José Cardoso Pires, e realizada por José Fonseca e Costa, cuja história segue uma investigação policial, nos anos 60 do século passado, à morte de um militar evadido da prisão, onde esteve detido devido a motivos políticos. Destaque para uma curiosa justaposição do tempo actual (ou seja, o da investigação retratada na história), com os "flashbacks" do protagonista principal e da história em si, como se este "estivesse" a presenciar ou reviver, in loco, os acontecimentos passados.
Destaque também para Raul Solnado (como Elias Santana - o chefe ou investigador policial), protagonista aqui em tom dramático; para Assumpta Serna como a sensualíssima Mena, e para Patrick Bauchau, o "morto" Capitão Dantas, numa interpretação forte e pesada, mas crucial na história do filme, que tem por característica principal o ser algo arrastado, mas que se vê bem, no entanto.
Kilas, O Mau da Fita
3.2 28.0 - Uma película sobre um chulo, a viver à custa de uma artista de boate e da sua madrinha, que se vê envolvido numa trama de um Major, em clara alusão às FP-25 e ao Major Otelo Saraiva de Carvalho, que o "engaja" para vigiar uma casa e um outro grupo de personagens.
Um filme de notório sucesso, à altura da sua estreia, não sendo alheias as cenas de nudez ousadas (incluíndo um "nú frontal"), de Mário Viegas e de uma atrevida e sensualíssima Lia Gama. De referir também, a presença de artistas brasileiros como Lima Duarte e Natália do Vale, da "antiga" celebridade Milú e da estreante (tal como o foi, Natália do Vale) Adelaide Ferreira, e ainda, para uma quota parte do argumento (e a parte musical da película), da autoria do cantor português de renome, Sérgio Godinho.
Casa de Lava
3.7 115.5 - Uma película algo absurda, devido talvez a alguma etnicidade, que confere à mesma, um carácter enigmático, de muito difícil leitura/entendimento. Passado em Cabo Verde, nomeadamente na ilha do Fogo (com o seu aspecto árido e vulcânico), seguimos a história de uma enfermeira (Mariana - Inês de Medeiros), que viaja de Lisboa, para acompanhar um imigrante, em estado comatoso, de volta às suas origens. Um filme sem "ponta que se pegue". Não aconselhável.
Mate-me Por Favor
3.0 231 Assista Agora3.9 - Um filme de difícil digestão, que faz alusões a questões inerentes à juventude ou adolescência, como o(s) desejo(s) sexua(l)is, a depressão, a violência, o "abandono" parental e até o papel da religião (neste caso, das novas "igrejas"/seitas), tudo mesclado numa linguagem visual mal-alinhavada e arrastada, com tendências estéticas e cinematográficas do género suspense ou terror. Muito fraco, não aconselhável.