Ao longo do tempo, eu tenho tentado separar as obras literárias das adaptações audiovisuais, avaliando cada uma no seu mundo, sem me deixar influenciar. Mas confesso que é um exercício que requer bastante empenho, e ainda assim, a chance de sair derrotado é grande. E em On The Road a minha derrota se torna evidente. Não consegui fugir das comparações, principalmente por ser um livro que me marcou muito.
Achei péssima a escolha de atores tanto do Sal como do Dean. A sexualização exacerbada da Marylou (bem no auge da Kristen Stewart) e a falta de poesia no contexto geral do filme. Outro ponto são as cenas jogadas em tela, em pequenos recortes que ficam vagos e superficiais, faltando mais profundidade, e as escolhas de Voice-Over. Eu não sou muito adepto a essa técnica, mas neste filme, nesta obra em especial, deveria ser muito mais explorada. Sal Paradise tem tanto a dizer, ao mesmo tempo a adaptação quase o cala.
Por fim, esse livro deveria ser transformado em série (mesmo que de uma temporada), e não ser exprimida numa produção de 139 minutos. Foi frustrante, tanto quando o vi no cinema, quando o revi agora, na HBO Max.
Legítimo filme que o cara torce pro vilão estripar todos os "mocinhos" de tão chatos e sem carismas que são (mesmo eu gostando muito quando filmes resgatam personagens antigos, com os mesmos atores).
Mas depois de tanto filme ruim que fizeram na franquia, acho que esta Trilogia dá pro gasto, um bom entretenimento.
Recomendo o episódio sobre a produção do Halloween (1978) da série Filmes que Marcam Época, na Netflix. É show saber como este clássico foi criado.
Depois de assistir duas vezes o filme, pude chegar a seguinte conclusão:
1) O beijo na Mary foi pura imaginação do Reverendo. A cena anterior quando Jeffers tenta abrir a porta e ela está trancada, não tá lá por acaso.
2) Dentro dos muitos diálogos do filme, há dois que engatilham a explicação da cena final: sobre a esperança e o desespero estarem ligadas, e sobre o questionamento do último pensamento de Michael antes de tirar a própria vida.
Ou seja, interpretei o final sendo um último pensamento de Toller antes da morte (depois de ter tomado o "veneno") e uma analogia à esperança (Mary) e o desespero (Toller) estarem juntos.
Dito isto, Paul Schrader se aproxima de sua maior criação, Taxi Driver, com um roteiro cheio de questionamentos, conflitos e de uma angústia tocante. Vai para minha galeria de filmes indispensáveis.
Filme bom pra quem é insone e esqueceu de comprar o Rivotril. Fora isso, a mise en scene do filme é belíssima e muito bem dirigida. Entretanto, discordo de boa parte dos comentários do pessoal aqui no Filmow. A necessidade é tanta de lacrar, estão tão acostumados com produções brasileiras onde o conflito de classe é obrigação, que quando alguém põe em tela, duas mulheres, uma patroa e uma empregada, cultura e condições diferentes, mas ambas carregando sua cruz e buscando apoiar-se uma na outra, o pessoal não consegue digerir e fazem comparações descabidas como com o filme Que Horas que Ela Volta. Roma foge completamente deste esteriótipo de rico opressor, empregado vítima. A película de Cuarón opta em mostrar que a vida pode ser cruel com qualquer um, independentemente de sua classe social, cor ou etnia. E não é proibido você buscar se amparar em alguém que está "acima" ou "abaixo" de você.
Obviamente, a voz ativa (mesmo que calada) é de Cleo. É em torno dela que o filme se "equilibra". Cuerón deu protagonismo ao trabalhador comum, silencioso, que passaria, praticamente, despercebido no dia a dia.
Não pesquisei sobre a vida de Cuarón, mas parece uma homenagem sua a duas mulheres que amou na infância, foram importantes para si, souberam superar as adversidades e seguiram em frente. Quase um agradecendo a vida por ter lhe dado duas mães.
O filme está bem feito, não apenas pros padrões nacionais, e sim, para os padrões internacionais do gênero. Boa parte deste tipo de filme, mesmo fora do Brasil, são bem ruins, inclusive com poder de investimento maior. Entretanto, nem tudo são flores. Teve momentos que me incomodaram bastante. Vou listar alguns:
1) Moralismo verbalizado. Quer fazer uma crítica ao racismo, homofobia etc, deixa no subtexto. Não precisa ser falado. Em diversas ocasiões isso ficou explícito baseado em atitudes. Sempre pego o exemplo de Corra, um filme que põe o racismo em pauta, fugindo dos clichês convencionais e sem precisar verbalizar sobre isso.
2) O jeito que o policial se soltou, assim como o Djair, achei bem preguiçoso pensando em termos de roteiro.
3) A pauta de quem viveria já ficou MUITO clara desde o começo do filme. Não causando, minimamente, nenhuma surpresa.
4) Verônica, uma das personagens mais complexas, com melhor subtexto, foi tirada muito rápida do filme. Tanto o marido dela, como o próprio policial, poderiam ter saído antes e ter dado mais tempo de tela pra ela. Um desperdício de personagem.
Fora isso, achei bem dirigido, com bons momentos psicológicos e belas atuações (um dos maiores problemas no cinema nacional).
Espero que o cinema brasileiro invista mais nesse tipo de gênero. Porque essas dezenas de comédias retardadas que investem todo ano, não dá mais pra aguentar.
Legal mesmo é o método Paulo Freire, onde a lógica de hierarquia se inverteu e transformou a Educação brasileira nessa vergonha que é hoje. Onde quem não é analfabeto, é analfabeto funcional. Fora as agressões sofridas por professores e a obrigatoriedade de aprovar alunos que não sabem fazer uma simples conta de 5 x 5.
Vi esse filme em 1995, VHS, colocado por um professor que seguia os moldes do Freeman no filme, e que pôs em ordem uma turma onde professores não duravam dois dias.
Enfim... espero que a educação do Brasil volte para os trilhos ao invés da inoperância que a transformaram.
O primeiro ato é muito acelerado, quase brincando com a inteligência do expectador. Mas depois quando focam na ascensão e queda dos personagens o filme ganha muito.
Um filme que transforma nossos sentimentos num eletrocardiograma. Entretanto, muito espichado. Acaba deixando o filme moroso. 1h30 seria mais que o suficiente.
Na Estrada
3.3 1,9KAo longo do tempo, eu tenho tentado separar as obras literárias das adaptações audiovisuais, avaliando cada uma no seu mundo, sem me deixar influenciar. Mas confesso que é um exercício que requer bastante empenho, e ainda assim, a chance de sair derrotado é grande. E em On The Road a minha derrota se torna evidente. Não consegui fugir das comparações, principalmente por ser um livro que me marcou muito.
Achei péssima a escolha de atores tanto do Sal como do Dean. A sexualização exacerbada da Marylou (bem no auge da Kristen Stewart) e a falta de poesia no contexto geral do filme. Outro ponto são as cenas jogadas em tela, em pequenos recortes que ficam vagos e superficiais, faltando mais profundidade, e as escolhas de Voice-Over. Eu não sou muito adepto a essa técnica, mas neste filme, nesta obra em especial, deveria ser muito mais explorada. Sal Paradise tem tanto a dizer, ao mesmo tempo a adaptação quase o cala.
Por fim, esse livro deveria ser transformado em série (mesmo que de uma temporada), e não ser exprimida numa produção de 139 minutos. Foi frustrante, tanto quando o vi no cinema, quando o revi agora, na HBO Max.
Halloween Kills: O Terror Continua
3.0 683 Assista AgoraLegítimo filme que o cara torce pro vilão estripar todos os "mocinhos" de tão chatos e sem carismas que são (mesmo eu gostando muito quando filmes resgatam personagens antigos, com os mesmos atores).
Mas depois de tanto filme ruim que fizeram na franquia, acho que esta Trilogia dá pro gasto, um bom entretenimento.
Recomendo o episódio sobre a produção do Halloween (1978) da série Filmes que Marcam Época, na Netflix. É show saber como este clássico foi criado.
Lucky
4.1 193 Assista AgoraEra o filme com a temática e ritmo que eu estava procurando. Introspectivo, reflexivo... Perfeito.
Coringa
4.4 4,1K Assista AgoraUm estudo de personagem magnífico. E uma atmosfera que bebeu na fonte de Taxi Driver.
Oh Boy
3.7 92Estou refletindo...
Democracia em Vertigem
4.1 1,3KTive que assistir com um balde do lado. Pois a cada 10 minutos vomitava dentro dele.
Agora, mais do que nunca, a esquerda utiliza-se destes novos dispositivos "popular" para tentar reescrever a história (outra vez).
Vindo de produções brasileiras, não me surpreende. Um setor esquerdopático quase em sua totalidade.
Dor e Glória
4.2 619 Assista AgoraSem elevação de voz. Sem gestos espalhafatosos. Banderas atua pelo olhar, e de maneira grandiosa. Excepcional!
Fé Corrompida
3.7 376 Assista AgoraSobre o final:
Depois de assistir duas vezes o filme, pude chegar a seguinte conclusão:
1) O beijo na Mary foi pura imaginação do Reverendo. A cena anterior quando Jeffers tenta abrir a porta e ela está trancada, não tá lá por acaso.
2) Dentro dos muitos diálogos do filme, há dois que engatilham a explicação da cena final: sobre a esperança e o desespero estarem ligadas, e sobre o questionamento do último pensamento de Michael antes de tirar a própria vida.
Ou seja, interpretei o final sendo um último pensamento de Toller antes da morte (depois de ter tomado o "veneno") e uma analogia à esperança (Mary) e o desespero (Toller) estarem juntos.
Dito isto, Paul Schrader se aproxima de sua maior criação, Taxi Driver, com um roteiro cheio de questionamentos, conflitos e de uma angústia tocante. Vai para minha galeria de filmes indispensáveis.
Que Raio de Saúde
3.9 143Esse documentário faz um tremendo desfavor à sociedade.
Quando no começo do documentário um dos especialistas diz que os carboidratos, amido e açúcar são os mocinhos, quase caí para trás.
Recomendo Pílula Mágica, sobre a dieta cetogênica, também tem na Netflix.
Nós
3.8 2,3K Assista AgoraTrilha sonora foda, mas não gostei do filme.
Aquele Plot Twist achei bem fraco, pra mim deu na mesma, já que minha simpatia tava toda na protagonista, independente
de quem ela fosse.
E as inúmeras metáforas que o filme aborda, criou apenas confusão em mim.
Fora isso, ver aquela galerinha de mãos dadas e pensar: "Ninguém solta a mão de ninguém", me divertiu bastante hehehe.
Vidro
3.5 1,3K Assista AgoraUm tanto quanto bobo.
Roma
4.1 1,4K Assista AgoraFilme bom pra quem é insone e esqueceu de comprar o Rivotril. Fora isso, a mise en scene do filme é belíssima e muito bem dirigida. Entretanto, discordo de boa parte dos comentários do pessoal aqui no Filmow. A necessidade é tanta de lacrar, estão tão acostumados com produções brasileiras onde o conflito de classe é obrigação, que quando alguém põe em tela, duas mulheres, uma patroa e uma empregada, cultura e condições diferentes, mas ambas carregando sua cruz e buscando apoiar-se uma na outra, o pessoal não consegue digerir e fazem comparações descabidas como com o filme Que Horas que Ela Volta. Roma foge completamente deste esteriótipo de rico opressor, empregado vítima. A película de Cuarón opta em mostrar que a vida pode ser cruel com qualquer um, independentemente de sua classe social, cor ou etnia. E não é proibido você buscar se amparar em alguém que está "acima" ou "abaixo" de você.
Obviamente, a voz ativa (mesmo que calada) é de Cleo. É em torno dela que o filme se "equilibra". Cuerón deu protagonismo ao trabalhador comum, silencioso, que passaria, praticamente, despercebido no dia a dia.
Não pesquisei sobre a vida de Cuarón, mas parece uma homenagem sua a duas mulheres que amou na infância, foram importantes para si, souberam superar as adversidades e seguiram em frente. Quase um agradecendo a vida por ter lhe dado duas mães.
Anon
2.8 268 Assista AgoraÉ um legítimo Noir Tecnológico.
Detetive fumante. Assassinatos. Femme Fatale. Plot Twist.
Bom passatempo. Nada mais que isso.
O Animal Cordial
3.4 618 Assista AgoraO filme está bem feito, não apenas pros padrões nacionais, e sim, para os padrões internacionais do gênero. Boa parte deste tipo de filme, mesmo fora do Brasil, são bem ruins, inclusive com poder de investimento maior. Entretanto, nem tudo são flores. Teve momentos que me incomodaram bastante. Vou listar alguns:
1) Moralismo verbalizado. Quer fazer uma crítica ao racismo, homofobia etc, deixa no subtexto. Não precisa ser falado. Em diversas ocasiões isso ficou explícito baseado em atitudes. Sempre pego o exemplo de Corra, um filme que põe o racismo em pauta, fugindo dos clichês convencionais e sem precisar verbalizar sobre isso.
2) O jeito que o policial se soltou, assim como o Djair, achei bem preguiçoso pensando em termos de roteiro.
3) A pauta de quem viveria já ficou MUITO clara desde o começo do filme. Não causando, minimamente, nenhuma surpresa.
4) Verônica, uma das personagens mais complexas, com melhor subtexto, foi tirada muito rápida do filme. Tanto o marido dela, como o próprio policial, poderiam ter saído antes e ter dado mais tempo de tela pra ela. Um desperdício de personagem.
Fora isso, achei bem dirigido, com bons momentos psicológicos e belas atuações (um dos maiores problemas no cinema nacional).
Espero que o cinema brasileiro invista mais nesse tipo de gênero. Porque essas dezenas de comédias retardadas que investem todo ano, não dá mais pra aguentar.
Terra Estrangeira
4.1 182 Assista AgoraBoa trama, alguns exageros dramáticos — quase novelescos — mas, num todo, uma bela produção brasuca. Direção muito segura.
Homem Morto
3.8 203 Assista AgoraFilme um pouco cansativo, mas muito bem filmado. Desperdício de alguns personagens. Não me prendeu, mesmo reconhecendo que tem uma boa Mise en scène.
Meu Mestre, Minha Vida
4.0 111 Assista AgoraLegal mesmo é o método Paulo Freire, onde a lógica de hierarquia se inverteu e transformou a Educação brasileira nessa vergonha que é hoje. Onde quem não é analfabeto, é analfabeto funcional. Fora as agressões sofridas por professores e a obrigatoriedade de aprovar alunos que não sabem fazer uma simples conta de 5 x 5.
Vi esse filme em 1995, VHS, colocado por um professor que seguia os moldes do Freeman no filme, e que pôs em ordem uma turma onde professores não duravam dois dias.
Enfim... espero que a educação do Brasil volte para os trilhos ao invés da inoperância que a transformaram.
Nasce Uma Estrela
4.0 2,4K Assista AgoraO primeiro ato é muito acelerado, quase brincando com a inteligência do expectador. Mas depois quando focam na ascensão e queda dos personagens o filme ganha muito.
Praça Paris
3.7 66 Assista AgoraCom essa sinopse aí, o cara já quase não precisa ver o filme. Puta merda.
Magnólia
4.1 1,3K Assista AgoraUma obra-prima que deveria ser o filme escolhido para apresentar aos alienígenas quando visitassem a Terra.
Resume bem as complexidades humanas.
Lavoura Arcaica
4.2 381 Assista AgoraBléééé. Chatíssimo! Filme pro pessoal cult-alternativo-intelectual. Que são tão chatos quanto.
Rainha do Mundo
3.2 90 Assista Agoraótimo filme... pra dormir.
ZzZzZzZzZzZzZzZzZzZzZzZzZzZzZzZzZzZzZzZzZzZzZzZzZzZzZzZzZzZzZzZzZzZzZzZz
1922
3.2 798 Assista AgoraUm filme bem trabalhado, cuidadoso, que joga pelo empate. Não corre riscos. Uma bela adaptação.
Namorados para Sempre
3.6 2,5K Assista AgoraUm filme que transforma nossos sentimentos num eletrocardiograma. Entretanto, muito espichado. Acaba deixando o filme moroso. 1h30 seria mais que o suficiente.