Continuações tendem a ser piores do que os originais. Mas não tanto. Essa é uma das piores sequências da história, realmente uma aula de tudo o que um filme não deve ser. Acho que um filme tão ruim só pode ter sido feito assim de propósito, porque ninguém é capaz de ser tão incompetente.
ÓTIMO FILME! Com que tipo de pessoa você se envolveria, se restasse apenas uma pessoa no mundo para se envolver? Será que seus critérios de escolha seriam tão rígidos quanto num mundo de infinitas possibilidades? Normalmente, quando eu discordo da opinião da maioria dos usuários, eu discordo pra pior, como é o caso de "Na natureza selvagem" e "2001 - Uma odisseia no espaço", filmes que não acho tão excepcionais assim... Mas, nesse caso, vou discordar pra melhor: acho que "Os últimos dias na Terra" é um excelente filme, inteligente, sem ser pretensioso. É claro que o filme é incrivelmente parado, mas isso faz parte da construção de sua atmosfera. Muitos usuários já falaram sobre as alegorias do filme às questões religiosas, mas acho que o filme entrega muito mais do que isso: nos faz refletir, não apenas sobre quem somos, mas, sobretudo, a respeito do que nos faz ser como somos. Tire de um ser humano aquilo que o faz humano e veja o que ele fará! O que você faria num mundo sem leis, sem moralidade, sem um grupo social? O que você faria se tivesse o poder de decidir quem vive e quem morre, sem ser punido por isso? Como você reagiria se não se sentisse mais parte de nada e o que você estaria disposto a fazer, a aceitar, para poder voltar a se sentir parte de algo? E é disso que esse filme fala. Muitos filmes já mostraram pessoas em situação de isolamento e suas reações diante disso: normalmente começam a pirar, como em "O Senhor das moscas", "Náufrago" e tantos outros. Mas aqui vemos um tipo diferente de corrupção da moralidade, não no se sentido de tornar-se megalomaníaco, mas, pelo contrário: no sentido de tornar-se menos exigente consigo e com os outros, justamente para não ficar sozinho. Filme para quem curte histórias profundas, cheias de mensagens subliminares. E, pra quem curtiu, recomendo o também excelente "Procura-se um amigo para o fim do mundo", que tem essa mesma vibe.
Quando um filme faz tudo certinho, a primeira coisa que o povo vem dizer é que "é clichê"; daí vem algum maluco que faz um filme todo zuado, sem pé e sem cabeça e os pretensos intelectuais vão lá e dizem que é uma obra-prima, um "retrato cru" e todo esse tipo de asneira supostamente cult. Aqui temos um belo exemplo de filme bem executado e que foi salvo pelo direção e pelas excelentes atuações, que não deixaram o filme cair na vala comum do dramalhão, mas, nem por isso, tentaram transformá-lo em algo pretensioso. Os protagonistas são carismáticas e bem construídos, demonstrando emoção na medida certa. Sem dúvidas o filme merece um lugar de destaque junto a outras obras que abordam o mesmo tema, como Ensina-me a viver, Tudo por amor, Minha vida sem mim e Inquietos. Só não leva 5 estrelas porque faltou aquela coisa que te faz lembrar de um filme pelo resto da vida, faltou aquela parte que vai além, mas isso está longe de tirar o mérito da obra, que só pode ser chamada de clichê se clichê for sinônimo de qualidade.
Eita roteirinho chinfrim, pagando de cult. Está cheio de filminhos assim por aí: mal-feitos, confusos, displicentes e pretensiosamente profundos. O roteiro é uma piada: não tem pé e nem cabeça:
Sem dúvidas, um dos argumentos mais fantásticos que eu já vi ser usado para contar uma história! Muitos filmes já retrataram o fim - ou quase fim - do mundo, mas realmente não lembro de nenhum que tenha usado isso para falar sobre o fim das coisas, o fim das pessoas, o fim dos relacionamentos, o fim de tudo aquilo que consideramos inesgotável. Embora eu sempre tenha achado Steve Carrell um ator insosso, acho que não poderiam ter escolhido alguém melhor para o papel: a fleuma que lhe é inerente criou um excelente personagem, que evita que a trama caia no dramalhão. O roteiro parece se perder nalguns momentos, mas, afinal de contas, qual seria o roteiro certo para o fim do mundo? Muito legal que tenham colocado diversos personagens, com diversas reações ao longo da história: os que resolveram passar os últimos dias letárgicos, os que resolveram passar fazendo sexo, os que se libertaram de medos, os que quiseram se reunir com a família, os que buscaram alguma espiritualidade, os que resolveram continuar trabalhando, os que decidiram lutar para sobreviver, o cão impassível diante da tragédia humana... Não tem como assistir a esse filme e não ficar se perguntando o que gente faria se soubesse que o mundo fosse mesmo acabar. Ter dia e hora marcada para morrer e saber que ninguém vai chorar por nós, porque todos irão padecer. Caramba, esse filme tem muito mais a oferecer do que um expectador desatento pode perceber com um olhar displicente. Embora muitos tenham destacado a cena final (que realmente é muito boa), eu prefiro a cena da praia, em que a humanidade faz o Paraíso, ainda que sem perceber. Uma das coisas mais legais desse filme é que não tem excesso de drama, apenas na medida exata para provocar alguma nostalgia na cabeça do expectador. Ao contrário do que muitos disseram, não acho que, no fim, as pessoas começaram a se focar nas "coisas que são realmente importantes"; pelo contrário: no fim, passaram a focar nas pequenas coisas, nas coisas desimportantes da vida, porque são essas que realmente nos fazem felizes! Acho que é um simplismo dizer que trabalhar não é importante, que as coisas que fazemos corriqueiramente são perda de tempo etc. Se não tivéssemos nos organizado como sociedade, até hoje viveríamos nas cavernas - e parece que pouca gente se dá conta disso... Muito legal tomar um sorvete vendo o por-do-sol no parque, mas o sorvete não se fez sozinho... Não acho que nosso estilo de vida seja uma completa perda de tempo e o próprio filme sequer insinua isso. Entretanto, quando o fim se torna inevitável, a humanidade, de repente, se volta para dentro e passa a se concentrar nas pequenas coisas, nas desimportâncias da vida... E, ao fazerem isso, surpreendentemente, as pessoas deixam de sentir medo, inclusive da morte. Romances improváveis, personagens que não têm química, reações inesperadas, decisões estúpidas, diálogos rasos, todas essas coisas são perfeitamente factíveis diante do fim de todas as outras coisas que sempre pareceram lógicas. E essa capacidade, de acertar quando parece que está errando, só se encontra num filme verdadeiramente excelente.
Eu nem acredito que eu consegui dar boas gargalhadas assistindo a um filme europeu! Esses caras tendem ao drama, mesmo quando tentam fazer comédias e esse filme não é exceção, mas com um detalhe importante: funcionou muito bem! Pode-se dizer que é um filme tragicômico, o que é uma excelente alternativa às insossas comédias românticas. Um filme, como toda obra de arte, só se completa no expectador. Assim, inclusive pelos inúmeros comentários que li aqui, fica evidente que as experiências que cada um de nós já viveu acabam influenciando a percepção que temos, não só deste, mas de qualquer outro filme. Há quem tenha se focado na questão do preconceito, outros, na questão da família, outros na sexualidade e ainda aqueles que se focaram no amor. Eu, entretanto, trabalhei durante 13 anos num abrigo para adolescentes, então, é claro, essa questão teve um peso diferente para mim. O que mais me chama a atenção é um aspecto que pouca gente percebe quando o assunto é adoção ou famílias não-tradicionais: ser escolhido. A família biológica não é uma escolha: a gente tem de se conformar com ela e ela tem de se conformar conosco. Já a família adotiva (assim como os amigos, que constituem a família estendida) são fruto de uma escolha - e isso pode significar mais do que as pessoas imaginam. "Ser escolhido", voluntariamente, em meio a tantos... estar num lugar, numa casa, num grupo, não porque simplesmente nasceu ali, mas porque foi escolhido para fazer parte daquilo. Saber-se desejado, querido, bem-vindo, pode valer mais do que ter um laço sanguíneo. No fim das contas, não é isso que todos queremos? Nos sentir amados, desejados e aceitos? Quando se pensa em família, a gente não pensa "Uau, aquela pessoa é importante, porque nós temos cromossomos em comum!". A gente pensa "Uau, aquela pessoa é importante, porque ela se preocupa comigo e eu me preocupo com ela...". E quando se tem isso, então se tem família! Filme com excelente argumento e bem trabalhado, embora o personagem Patrik pudesse ser mais lapidado, já que houve uma transição muito rápida. Como adolescente problemático, vi outros mais convincentes, como em Transamérica ou Skins. Mas isso não tira o mérito do filme e nem das boas atuações. Aprovadíssimo.
O assunto é interessantíssimo, mas a montagem não cooperou e acabou deixando o roteiro confuso. Os caras tentaram fazer firula com a montagem e acabaram deixando o filme lento demais. Um roteiro mais linear e uma montagem mais convencional teriam rendido um resultado final bem melhor. Espero que um dia façam um remake sem toda essa purpurina de ficar colocando depoimentos, citações e explicações no meio da história. Não chega aos pés do clássico Wall Street, que ainda é o melhor filme que já fizeram sobre o mercado financeiro. Destaque para a excelente atuação de Christian Bale.
Começou bem, inclusive com uns efeitos especiais interessantes, mas, aos poucos, foi ruindo. Esse tipo de filme catástrofe (um dos meus estilos preferidos, aliás), pode funcionar de 2 formas: focando nos acontecimentos e impressionando visualmente (como em O dia depois de amanhã) ou focando nos personagens e desenvolvendo-os, (como em O abrigo). Não é o caso deste, que acaba não fazendo nem uma coisa, nem outra; fica num limbo que não consegue prender a atenção.
Um dos filmes mais mal-feitos que eu já vi sobre o tema, consegue ser ruim do começo ao fim. Os personagens não são convincentes, as atuações são horríveis, nem dá pra dizer se tem mesmo um roteiro e as situações são totalmente desconectadas da realidade. Realmente péssimo. O problema não é o filme ser raso; há excelentes filmes que não se propõem a ser profundos e eu não vejo problema nisso. O problema é que o filme não consegue capturar absolutamente nada do mundo real e nem consegue arrancar uma boa risada do expectador. Pura perda de tempo.
Embora a atuação do Leonardo DiCaprio seja mesmo digna de Oscar, o filme, em si, passa longe de ser uma obra-prima: é arrastado, lento e repetitivo. Sei que sou voto vencido, tudo bem, mas é filme pra ver durante o dia, porque, senão, a gente dorme mesmo. Vai na linha de O náufrago e A paixão de Cristo e é tão chato quanto esses.
Quase dormi assistindo, mas tudo bem: para quem curte cine pipoca é um prato cheio; para quem prefere filmes mais realistas, será pouco crível; e, para quem curte filmes mais densos, será uma decepção. Fotografia legalzinha, trilha sonora legalzinha, atuações ok. Vale como entretenimento; como arte cinematográfica não é relevante.
Não há como não pensar que é uma versão marciana de Robinson Crusoé. E é tão bom quanto! Poderiam ter cedido à tentação de construir um personagem introspectivo, profundo e melodramático; em vez disso, preferiram construir um personagem resiliente, resoluto e, sobretudo, edificante. Pra quem curte ficção científica e filmes de sobrevivência, é um prato cheio, sem falar na trilha sonora de primeira. Matt Damon impecável em sua atuação, num filme que prende a atenção, sem precisar de excessos de pirotecnia. Assista sem medo, porque é entretenimento garantido.
Acabo de reassisti-lo, 8 anos depois de tê-lo visto pela primeira vez, na esperança de entender, dessa vez, porque a maioria dos espectadores acha esse filme tão sensacional. Humildemente cogitei que eu pudesse ter perdido algo, que talvez o tivesse visto no dia errado ou coisa assim. Entretanto, minha impressão continuou a mesma. Não que seja um filme ruim, mas realmente não vejo essa coisa fabulosa que a maioria do pessoal diz a respeito dessa produção. Não gosto da montagem com todas aquelas idas e vindas e acho o personagem um tanto quanto prepotente, pretensioso, muito metido a diferentão - e acho que é por isso que acabo não gostando tanto do filme. Assim como acontece com Laranja Mecânica, esse é outro filme do qual eu tenho que, respeitosamente, discordar da maioria.
Pra quem curte o personagem Sheldon Cooper, de The Big Bang Theory, esse filme será um bálsamo: o Adam é um Sheldon menos caricato. Embora não possa ser considerado como um grande romance, a sacada do filme é justamente mostrar a diferença entre o real e o idealizado, mostrar como é doce amar a mentira e como é difícil lidar com a verdade. A cena que cita a história da roupa invisível do imperador e a toda a situação com o pai de Beth dão a tônica da coisa toda. Rende uma tremenda discussão sobre as reais vantagens de ser sincero e de saber a verdade. E a cena final rende uma discussão à parte, a respeito da transitoriedade das coisas. Destaque para a canção de Joshua Radin - Someone Else's Life. https://www.youtube.com/watch?v=X_VAVvQeFyE
É mais do que um filme; é realmente uma obra-prima e uma aula de interpretação. Tudo na medida certa, sem exageros, sem dramalhões, mas incrivelmente carregado de emoção e de sensibilidade. Filme pra quem curte cinema mesmo.
Normalmente não gosto de histórias entrecortadas, mas esse filme é uma feliz exceção! Infância, juventude, idade adulta e velhice foram apresentadas de uma forma bastante verossímil, cada uma com suas peculiaridades. Nem sei dizer de qual das 4 histórias eu gostei mais, mas acho que a do escritor é a mais profunda - e a menos compreendida dessa bela produção. Na história do escritor, a grande sacada é o "não-dito"; é a que deixa mais espaço para o expectador explorar e perceber o que não é despejado na tela. De toda forma, todas as histórias são excelentes e o filme passa voando! Destaque também para a excelente trilha sonora, ao som de "I know you", interpretada por The Passersby.
Embora o argumento seja bastante surreal, o filme tem lá seus encantos, em que pese a interpretação de Blake Lively, que parece ser quase uma unanimidade entre as avaliações aqui. Acho que o pessoal tá pegando meio pesado nas críticas: o filme não é nenhuma obra-prima, mas também não é um desastre. Filme ideal para um fim de tarde de domingo, que suscita uma interessante discussão sobre as reais vantagens de ser imune ao tempo, quando todos os outros não são. O tema foi tratado de forma rasa, ainda assim é bem melhor do que assistir a uma comédia romântica.
S-U-R-P-R-E-E-N-D-E-N-T-E-M-E-N-T-E F-A-N-T-Á-S-T-I-C-O!!! Primeiramente acho importante dizer que há muita gente (sobretudo dentre aqueles que dizem ter gostado do filme) que está tendo uma visão simplista demais sobre essa obra. Termos como "fofo", "lindinho", "gostoso" e "simples" estão longe de descrever com justiça o valor dessa incrível produção. Podem ter certeza: esse filme não tem nada de "simples"; é preciso muito talento, dedicação e sensibilidade para produzir um filme que seja capaz de encantar desde os adolescentes até os mais exigentes cinéfilos. A aparente "simplicidade" é o resultado final de um trabalho exaustivo e extremamente competente. "Simples" é um filme como Mad Max, isso, sim, é um filme bem simples: coloque um monte de carros sendo destruídos, uma boa dose de violência e mande para os cinemas... Pronto! Temos um filme simples! Dizer que Flipped é um filme simples é como dizer que uma formiga é um ser simples, embora você não seja capaz, sequer, de desenhar uma formiga, que dirá fazê-la... Mas vamos à obra: uma das grandes sacadas desse filme é contar os mesmos fatos sob 2 perspectivas distintas - e mostrar, assim, o quanto as coisas podem ter significados completamente diferentes para diferentes pessoas (simplesmente genial!). Outro aspecto interessante, embora apenas sutilmente explorado, é mostrar que todas as pessoas, até mesmo as mais intragáveis, carregam, cada uma, a sua dor - e a dor parece nos moldar mais do que imaginamos... E se tem uma coisa que ninguém pode dizer é que esse filme é clichê - e os minutos finais são a maior prova disso. Conseguir contar uma história de amor, sem cair nos velhos clichês, é uma demonstração de talento e criatividade. E as virtudes dessa obra não param por aí: roteiro perfeito, fotografia linda, trilha sonora de primeira, personagens muito bem construídos e interpretações impecáveis. Está pronto o caldeirão para produzir um filme cujo único predicado justo é: perfeito. A despeito da infeliz escolha do título brasileiro (que já dá um indicativo errado para expectadores incautos), Flipped é muito mais do que um romance adolescente ou um filme fofo; é uma das melhores produções dos últimos anos. Ironicamente o filme guarda traços de semelhança com muitas outras obras das quais gostei muito: um narrador-personagem, como se vê em Três Formas de Amar; a música de abertura de Dirty Dancing; o clima nostálgico de A Vida Secreta das Abelhas; a psiqué infanto-juvenil que se vê em Conta Comigo e uma personagem pungente, vívida, radiante, idealista, como se vê em Ensina-me a Viver. Uma curiosidade: repararam no quanto Callan McAuliffe é parecido com Robert Redford? Enfim, comecei a assistir sem esperar muito e mais uma vez fui traído pelo meu preconceito. O filme é excelente, feito para quem, ao assistir a um filme, espera ver mais do que carros sendo destruídos, mas que, no entanto, compreende que um filme não precisa ser pretensioso para ser cult e que para ser cinéfilo não é preciso gostar apenas de esquisitices: está ok ser cinéfilo e humano ao mesmo tempo.
Misturar documentário com ficção é uma escolha ousada e que foi muito bem conduzida nessa produção. É um enfoque bastante inusitado para o tema e o idioma alemão deixa tudo naturalmente mais denso. Os depoimentos ajudam a dar naturalidade para a situação e nos fazem lembrar que, no fim das contas, todos os seres humanos querem exatamente a mesma coisa. Talvez um dos aspectos mais interessantes seja justamente mostrar os efeitos do tempo sobre as convenções sociais e sobre as próprias pessoas, inclusive no que tange à sua aparência. A despeito dos grilhões que a vida em sociedade nos impõe, o fato é que vivemos num mundo em que, cada vez mais, ainda que lentamente, as pessoas se voltam para essa busca pessoal da felicidade, deixando de lado a vigilância da vida alheia. Quem sabe, num futuro não muito distante, o mundo será um lugar onde ser feliz não será mais visto como um pecado.
Típico filme Sessão da Tarde: roteiro previsível, tratamento leve, tudo como tem de ser. Não surpreende, mas também não decepciona; simplesmente cumpre o seu papel - e isso também tem seu valor. Ainda assim, acho que 4 estrelas é um pouco de exagero, mas vá lá... E eu não poderia deixar de destacar a incrível beleza andrógina de Genevieve Buechner, que acaba de entrar para o meu rol de atrizes lindas.
Estava indo muito bem: boas interpretações, trilha sonora legal, flashback funcionando perfeitamente para prender a atenção do expectador, ótima fotografia (e esses pontos positivos até neutralizavam as pequenas falhas, tipo o Dawson ter ficado com os olhos azuis depois de mais velho, de estar usando sempre a mesma regata e tals...). Tem aqueles clichês aqui e ali, mas isso não é um mal do filme; isso é um mal do amor. Entretanto, a parte final é realmente muito forçada. O filme vai na mesma linha de Diário de uma paixão, mas pega mais pesado no drama e isso compromete bastante o resultado final. Já tava pronto pra dar 5 estrelas e favoritar, mas em 10 minutos o filme despencou no meu conceito. De toda forma, não estou dizendo que seja um filme ruim; pelo contrário: é um excelente romance, mas pecou pelo excesso.
Embora a história como um todo seja pouco convincente, sobretudo pela velocidade com que a coisa toda se desenrola, o filme levanta uma discussão interessantíssima sobre os movimentos fascistas, o radicalismo, o vazio existencial, a necessidade de se sentir parte de algo e sobre como o grupo a que pertencemos é capaz de influenciar o nosso comportamento. Numa época em que as pessoas estão cada vez mais solitárias e que vivem suas vidas no piloto automático, qualquer um que seja capaz de dar algum sentido para tudo isso é capaz de arrastar multidões. Somos a geração das redes sociais, da comunicação em massa, a geração em que todos têm uma opinião para dar a respeito de tudo, numa época em que é extremamente fácil se fazer ouvir. Diz o ditado que um tolo sempre tem outro tolo que o admira. Acontece que hoje um tolo pode ser admirado não por um, mas por milhões de outros tolos - e isso é um perigo para a sociedade. Filme provocativo, com excelente atuação de Jürgen Vogel e ideal para servir como mote para trabalhos acadêmicos e escolares.
Independence Day: O Ressurgimento
2.7 868 Assista AgoraContinuações tendem a ser piores do que os originais. Mas não tanto. Essa é uma das piores sequências da história, realmente uma aula de tudo o que um filme não deve ser. Acho que um filme tão ruim só pode ter sido feito assim de propósito, porque ninguém é capaz de ser tão incompetente.
Os Últimos na Terra
2.7 191ÓTIMO FILME! Com que tipo de pessoa você se envolveria, se restasse apenas uma pessoa no mundo para se envolver? Será que seus critérios de escolha seriam tão rígidos quanto num mundo de infinitas possibilidades? Normalmente, quando eu discordo da opinião da maioria dos usuários, eu discordo pra pior, como é o caso de "Na natureza selvagem" e "2001 - Uma odisseia no espaço", filmes que não acho tão excepcionais assim... Mas, nesse caso, vou discordar pra melhor: acho que "Os últimos dias na Terra" é um excelente filme, inteligente, sem ser pretensioso. É claro que o filme é incrivelmente parado, mas isso faz parte da construção de sua atmosfera. Muitos usuários já falaram sobre as alegorias do filme às questões religiosas, mas acho que o filme entrega muito mais do que isso: nos faz refletir, não apenas sobre quem somos, mas, sobretudo, a respeito do que nos faz ser como somos. Tire de um ser humano aquilo que o faz humano e veja o que ele fará! O que você faria num mundo sem leis, sem moralidade, sem um grupo social? O que você faria se tivesse o poder de decidir quem vive e quem morre, sem ser punido por isso? Como você reagiria se não se sentisse mais parte de nada e o que você estaria disposto a fazer, a aceitar, para poder voltar a se sentir parte de algo? E é disso que esse filme fala. Muitos filmes já mostraram pessoas em situação de isolamento e suas reações diante disso: normalmente começam a pirar, como em "O Senhor das moscas", "Náufrago" e tantos outros. Mas aqui vemos um tipo diferente de corrupção da moralidade, não no se sentido de tornar-se megalomaníaco, mas, pelo contrário: no sentido de tornar-se menos exigente consigo e com os outros, justamente para não ficar sozinho. Filme para quem curte histórias profundas, cheias de mensagens subliminares. E, pra quem curtiu, recomendo o também excelente "Procura-se um amigo para o fim do mundo", que tem essa mesma vibe.
A Culpa é das Estrelas
3.7 4,0K Assista AgoraQuando um filme faz tudo certinho, a primeira coisa que o povo vem dizer é que "é clichê"; daí vem algum maluco que faz um filme todo zuado, sem pé e sem cabeça e os pretensos intelectuais vão lá e dizem que é uma obra-prima, um "retrato cru" e todo esse tipo de asneira supostamente cult. Aqui temos um belo exemplo de filme bem executado e que foi salvo pelo direção e pelas excelentes atuações, que não deixaram o filme cair na vala comum do dramalhão, mas, nem por isso, tentaram transformá-lo em algo pretensioso. Os protagonistas são carismáticas e bem construídos, demonstrando emoção na medida certa. Sem dúvidas o filme merece um lugar de destaque junto a outras obras que abordam o mesmo tema, como Ensina-me a viver, Tudo por amor, Minha vida sem mim e Inquietos. Só não leva 5 estrelas porque faltou aquela coisa que te faz lembrar de um filme pelo resto da vida, faltou aquela parte que vai além, mas isso está longe de tirar o mérito da obra, que só pode ser chamada de clichê se clichê for sinônimo de qualidade.
Tempos de Tormenta
3.2 55Eita roteirinho chinfrim, pagando de cult. Está cheio de filminhos assim por aí: mal-feitos, confusos, displicentes e pretensiosamente profundos. O roteiro é uma piada: não tem pé e nem cabeça:
numa hora tá roubando a moto, no instante seguinte já tá trabalhando pro cara, dali a pouco tá dando piti de ciúme....kkkk
threesome gay
Procura-se um Amigo para o Fim do Mundo
3.5 1,8K Assista AgoraSem dúvidas, um dos argumentos mais fantásticos que eu já vi ser usado para contar uma história! Muitos filmes já retrataram o fim - ou quase fim - do mundo, mas realmente não lembro de nenhum que tenha usado isso para falar sobre o fim das coisas, o fim das pessoas, o fim dos relacionamentos, o fim de tudo aquilo que consideramos inesgotável. Embora eu sempre tenha achado Steve Carrell um ator insosso, acho que não poderiam ter escolhido alguém melhor para o papel: a fleuma que lhe é inerente criou um excelente personagem, que evita que a trama caia no dramalhão. O roteiro parece se perder nalguns momentos, mas, afinal de contas, qual seria o roteiro certo para o fim do mundo? Muito legal que tenham colocado diversos personagens, com diversas reações ao longo da história: os que resolveram passar os últimos dias letárgicos, os que resolveram passar fazendo sexo, os que se libertaram de medos, os que quiseram se reunir com a família, os que buscaram alguma espiritualidade, os que resolveram continuar trabalhando, os que decidiram lutar para sobreviver, o cão impassível diante da tragédia humana... Não tem como assistir a esse filme e não ficar se perguntando o que gente faria se soubesse que o mundo fosse mesmo acabar. Ter dia e hora marcada para morrer e saber que ninguém vai chorar por nós, porque todos irão padecer. Caramba, esse filme tem muito mais a oferecer do que um expectador desatento pode perceber com um olhar displicente. Embora muitos tenham destacado a cena final (que realmente é muito boa), eu prefiro a cena da praia, em que a humanidade faz o Paraíso, ainda que sem perceber. Uma das coisas mais legais desse filme é que não tem excesso de drama, apenas na medida exata para provocar alguma nostalgia na cabeça do expectador. Ao contrário do que muitos disseram, não acho que, no fim, as pessoas começaram a se focar nas "coisas que são realmente importantes"; pelo contrário: no fim, passaram a focar nas pequenas coisas, nas coisas desimportantes da vida, porque são essas que realmente nos fazem felizes! Acho que é um simplismo dizer que trabalhar não é importante, que as coisas que fazemos corriqueiramente são perda de tempo etc. Se não tivéssemos nos organizado como sociedade, até hoje viveríamos nas cavernas - e parece que pouca gente se dá conta disso... Muito legal tomar um sorvete vendo o por-do-sol no parque, mas o sorvete não se fez sozinho... Não acho que nosso estilo de vida seja uma completa perda de tempo e o próprio filme sequer insinua isso. Entretanto, quando o fim se torna inevitável, a humanidade, de repente, se volta para dentro e passa a se concentrar nas pequenas coisas, nas desimportâncias da vida... E, ao fazerem isso, surpreendentemente, as pessoas deixam de sentir medo, inclusive da morte. Romances improváveis, personagens que não têm química, reações inesperadas, decisões estúpidas, diálogos rasos, todas essas coisas são perfeitamente factíveis diante do fim de todas as outras coisas que sempre pareceram lógicas. E essa capacidade, de acertar quando parece que está errando, só se encontra num filme verdadeiramente excelente.
Patrick, Idade 1,5
4.0 492Eu nem acredito que eu consegui dar boas gargalhadas assistindo a um filme europeu! Esses caras tendem ao drama, mesmo quando tentam fazer comédias e esse filme não é exceção, mas com um detalhe importante: funcionou muito bem! Pode-se dizer que é um filme tragicômico, o que é uma excelente alternativa às insossas comédias românticas. Um filme, como toda obra de arte, só se completa no expectador. Assim, inclusive pelos inúmeros comentários que li aqui, fica evidente que as experiências que cada um de nós já viveu acabam influenciando a percepção que temos, não só deste, mas de qualquer outro filme. Há quem tenha se focado na questão do preconceito, outros, na questão da família, outros na sexualidade e ainda aqueles que se focaram no amor. Eu, entretanto, trabalhei durante 13 anos num abrigo para adolescentes, então, é claro, essa questão teve um peso diferente para mim. O que mais me chama a atenção é um aspecto que pouca gente percebe quando o assunto é adoção ou famílias não-tradicionais: ser escolhido. A família biológica não é uma escolha: a gente tem de se conformar com ela e ela tem de se conformar conosco. Já a família adotiva (assim como os amigos, que constituem a família estendida) são fruto de uma escolha - e isso pode significar mais do que as pessoas imaginam. "Ser escolhido", voluntariamente, em meio a tantos... estar num lugar, numa casa, num grupo, não porque simplesmente nasceu ali, mas porque foi escolhido para fazer parte daquilo. Saber-se desejado, querido, bem-vindo, pode valer mais do que ter um laço sanguíneo. No fim das contas, não é isso que todos queremos? Nos sentir amados, desejados e aceitos? Quando se pensa em família, a gente não pensa "Uau, aquela pessoa é importante, porque nós temos cromossomos em comum!". A gente pensa "Uau, aquela pessoa é importante, porque ela se preocupa comigo e eu me preocupo com ela...". E quando se tem isso, então se tem família! Filme com excelente argumento e bem trabalhado, embora o personagem Patrik pudesse ser mais lapidado, já que houve uma transição muito rápida. Como adolescente problemático, vi outros mais convincentes, como em Transamérica ou Skins. Mas isso não tira o mérito do filme e nem das boas atuações. Aprovadíssimo.
A Grande Aposta
3.7 1,3KO assunto é interessantíssimo, mas a montagem não cooperou e acabou deixando o roteiro confuso. Os caras tentaram fazer firula com a montagem e acabaram deixando o filme lento demais. Um roteiro mais linear e uma montagem mais convencional teriam rendido um resultado final bem melhor. Espero que um dia façam um remake sem toda essa purpurina de ficar colocando depoimentos, citações e explicações no meio da história. Não chega aos pés do clássico Wall Street, que ainda é o melhor filme que já fizeram sobre o mercado financeiro. Destaque para a excelente atuação de Christian Bale.
A 5ª Onda
2.6 1,4K Assista AgoraComeçou bem, inclusive com uns efeitos especiais interessantes, mas, aos poucos, foi ruindo. Esse tipo de filme catástrofe (um dos meus estilos preferidos, aliás), pode funcionar de 2 formas: focando nos acontecimentos e impressionando visualmente (como em O dia depois de amanhã) ou focando nos personagens e desenvolvendo-os, (como em O abrigo). Não é o caso deste, que acaba não fazendo nem uma coisa, nem outra; fica num limbo que não consegue prender a atenção.
Fourth Man Out
3.3 227Um dos filmes mais mal-feitos que eu já vi sobre o tema, consegue ser ruim do começo ao fim. Os personagens não são convincentes, as atuações são horríveis, nem dá pra dizer se tem mesmo um roteiro e as situações são totalmente desconectadas da realidade. Realmente péssimo. O problema não é o filme ser raso; há excelentes filmes que não se propõem a ser profundos e eu não vejo problema nisso. O problema é que o filme não consegue capturar absolutamente nada do mundo real e nem consegue arrancar uma boa risada do expectador. Pura perda de tempo.
O Regresso
4.0 3,5K Assista AgoraEmbora a atuação do Leonardo DiCaprio seja mesmo digna de Oscar, o filme, em si, passa longe de ser uma obra-prima: é arrastado, lento e repetitivo. Sei que sou voto vencido, tudo bem, mas é filme pra ver durante o dia, porque, senão, a gente dorme mesmo. Vai na linha de O náufrago e A paixão de Cristo e é tão chato quanto esses.
De Repente, Califórnia
4.0 822 Assista AgoraAcabei de reassistir; E confirmei: é meu filme favorito - e já assisti mais de 30 mil.
Garotos
3.8 604 Assista AgoraQuase dormi assistindo, mas tudo bem: para quem curte cine pipoca é um prato cheio; para quem prefere filmes mais realistas, será pouco crível; e, para quem curte filmes mais densos, será uma decepção. Fotografia legalzinha, trilha sonora legalzinha, atuações ok. Vale como entretenimento; como arte cinematográfica não é relevante.
Perdido em Marte
4.0 2,3K Assista AgoraNão há como não pensar que é uma versão marciana de Robinson Crusoé. E é tão bom quanto! Poderiam ter cedido à tentação de construir um personagem introspectivo, profundo e melodramático; em vez disso, preferiram construir um personagem resiliente, resoluto e, sobretudo, edificante. Pra quem curte ficção científica e filmes de sobrevivência, é um prato cheio, sem falar na trilha sonora de primeira. Matt Damon impecável em sua atuação, num filme que prende a atenção, sem precisar de excessos de pirotecnia. Assista sem medo, porque é entretenimento garantido.
Na Natureza Selvagem
4.3 4,5K Assista AgoraAcabo de reassisti-lo, 8 anos depois de tê-lo visto pela primeira vez, na esperança de entender, dessa vez, porque a maioria dos espectadores acha esse filme tão sensacional. Humildemente cogitei que eu pudesse ter perdido algo, que talvez o tivesse visto no dia errado ou coisa assim. Entretanto, minha impressão continuou a mesma. Não que seja um filme ruim, mas realmente não vejo essa coisa fabulosa que a maioria do pessoal diz a respeito dessa produção. Não gosto da montagem com todas aquelas idas e vindas e acho o personagem um tanto quanto prepotente, pretensioso, muito metido a diferentão - e acho que é por isso que acabo não gostando tanto do filme. Assim como acontece com Laranja Mecânica, esse é outro filme do qual eu tenho que, respeitosamente, discordar da maioria.
Adam
3.9 825Pra quem curte o personagem Sheldon Cooper, de The Big Bang Theory, esse filme será um bálsamo: o Adam é um Sheldon menos caricato. Embora não possa ser considerado como um grande romance, a sacada do filme é justamente mostrar a diferença entre o real e o idealizado, mostrar como é doce amar a mentira e como é difícil lidar com a verdade. A cena que cita a história da roupa invisível do imperador e a toda a situação com o pai de Beth dão a tônica da coisa toda. Rende uma tremenda discussão sobre as reais vantagens de ser sincero e de saber a verdade. E a cena final rende uma discussão à parte, a respeito da transitoriedade das coisas. Destaque para a canção de Joshua Radin - Someone Else's Life.
https://www.youtube.com/watch?v=X_VAVvQeFyE
Spare Parts
3.9 22Daqueles filmes que parece ser bem sessão da tarde, mas que vai te ganhando silenciosamente e, quando você se dá conta, já foi fisgado. Edificante.
O Mordomo da Casa Branca
4.0 595 Assista AgoraÉ mais do que um filme; é realmente uma obra-prima e uma aula de interpretação. Tudo na medida certa, sem exageros, sem dramalhões, mas incrivelmente carregado de emoção e de sensibilidade. Filme pra quem curte cinema mesmo.
4 Luas
3.8 286Normalmente não gosto de histórias entrecortadas, mas esse filme é uma feliz exceção! Infância, juventude, idade adulta e velhice foram apresentadas de uma forma bastante verossímil, cada uma com suas peculiaridades. Nem sei dizer de qual das 4 histórias eu gostei mais, mas acho que a do escritor é a mais profunda - e a menos compreendida dessa bela produção. Na história do escritor, a grande sacada é o "não-dito"; é a que deixa mais espaço para o expectador explorar e perceber o que não é despejado na tela. De toda forma, todas as histórias são excelentes e o filme passa voando! Destaque também para a excelente trilha sonora, ao som de "I know you", interpretada por The Passersby.
A Incrível História de Adaline
3.7 1,5K Assista AgoraEmbora o argumento seja bastante surreal, o filme tem lá seus encantos, em que pese a interpretação de Blake Lively, que parece ser quase uma unanimidade entre as avaliações aqui. Acho que o pessoal tá pegando meio pesado nas críticas: o filme não é nenhuma obra-prima, mas também não é um desastre. Filme ideal para um fim de tarde de domingo, que suscita uma interessante discussão sobre as reais vantagens de ser imune ao tempo, quando todos os outros não são. O tema foi tratado de forma rasa, ainda assim é bem melhor do que assistir a uma comédia romântica.
O Primeiro Amor
4.1 1,3K Assista AgoraS-U-R-P-R-E-E-N-D-E-N-T-E-M-E-N-T-E F-A-N-T-Á-S-T-I-C-O!!! Primeiramente acho importante dizer que há muita gente (sobretudo dentre aqueles que dizem ter gostado do filme) que está tendo uma visão simplista demais sobre essa obra. Termos como "fofo", "lindinho", "gostoso" e "simples" estão longe de descrever com justiça o valor dessa incrível produção. Podem ter certeza: esse filme não tem nada de "simples"; é preciso muito talento, dedicação e sensibilidade para produzir um filme que seja capaz de encantar desde os adolescentes até os mais exigentes cinéfilos. A aparente "simplicidade" é o resultado final de um trabalho exaustivo e extremamente competente. "Simples" é um filme como Mad Max, isso, sim, é um filme bem simples: coloque um monte de carros sendo destruídos, uma boa dose de violência e mande para os cinemas... Pronto! Temos um filme simples! Dizer que Flipped é um filme simples é como dizer que uma formiga é um ser simples, embora você não seja capaz, sequer, de desenhar uma formiga, que dirá fazê-la... Mas vamos à obra: uma das grandes sacadas desse filme é contar os mesmos fatos sob 2 perspectivas distintas - e mostrar, assim, o quanto as coisas podem ter significados completamente diferentes para diferentes pessoas (simplesmente genial!). Outro aspecto interessante, embora apenas sutilmente explorado, é mostrar que todas as pessoas, até mesmo as mais intragáveis, carregam, cada uma, a sua dor - e a dor parece nos moldar mais do que imaginamos... E se tem uma coisa que ninguém pode dizer é que esse filme é clichê - e os minutos finais são a maior prova disso. Conseguir contar uma história de amor, sem cair nos velhos clichês, é uma demonstração de talento e criatividade. E as virtudes dessa obra não param por aí: roteiro perfeito, fotografia linda, trilha sonora de primeira, personagens muito bem construídos e interpretações impecáveis. Está pronto o caldeirão para produzir um filme cujo único predicado justo é: perfeito. A despeito da infeliz escolha do título brasileiro (que já dá um indicativo errado para expectadores incautos), Flipped é muito mais do que um romance adolescente ou um filme fofo; é uma das melhores produções dos últimos anos. Ironicamente o filme guarda traços de semelhança com muitas outras obras das quais gostei muito: um narrador-personagem, como se vê em Três Formas de Amar; a música de abertura de Dirty Dancing; o clima nostálgico de A Vida Secreta das Abelhas; a psiqué infanto-juvenil que se vê em Conta Comigo e uma personagem pungente, vívida, radiante, idealista, como se vê em Ensina-me a Viver. Uma curiosidade: repararam no quanto Callan McAuliffe é parecido com Robert Redford? Enfim, comecei a assistir sem esperar muito e mais uma vez fui traído pelo meu preconceito. O filme é excelente, feito para quem, ao assistir a um filme, espera ver mais do que carros sendo destruídos, mas que, no entanto, compreende que um filme não precisa ser pretensioso para ser cult e que para ser cinéfilo não é preciso gostar apenas de esquisitices: está ok ser cinéfilo e humano ao mesmo tempo.
O Círculo
4.1 42 Assista AgoraMisturar documentário com ficção é uma escolha ousada e que foi muito bem conduzida nessa produção. É um enfoque bastante inusitado para o tema e o idioma alemão deixa tudo naturalmente mais denso. Os depoimentos ajudam a dar naturalidade para a situação e nos fazem lembrar que, no fim das contas, todos os seres humanos querem exatamente a mesma coisa. Talvez um dos aspectos mais interessantes seja justamente mostrar os efeitos do tempo sobre as convenções sociais e sobre as próprias pessoas, inclusive no que tange à sua aparência. A despeito dos grilhões que a vida em sociedade nos impõe, o fato é que vivemos num mundo em que, cada vez mais, ainda que lentamente, as pessoas se voltam para essa busca pessoal da felicidade, deixando de lado a vigilância da vida alheia. Quem sabe, num futuro não muito distante, o mundo será um lugar onde ser feliz não será mais visto como um pecado.
Se Eu Tivesse Asas
3.5 33Típico filme Sessão da Tarde: roteiro previsível, tratamento leve, tudo como tem de ser. Não surpreende, mas também não decepciona; simplesmente cumpre o seu papel - e isso também tem seu valor. Ainda assim, acho que 4 estrelas é um pouco de exagero, mas vá lá... E eu não poderia deixar de destacar a incrível beleza andrógina de Genevieve Buechner, que acaba de entrar para o meu rol de atrizes lindas.
O Melhor de Mim
3.5 769 Assista AgoraEstava indo muito bem: boas interpretações, trilha sonora legal, flashback funcionando perfeitamente para prender a atenção do expectador, ótima fotografia (e esses pontos positivos até neutralizavam as pequenas falhas, tipo o Dawson ter ficado com os olhos azuis depois de mais velho, de estar usando sempre a mesma regata e tals...). Tem aqueles clichês aqui e ali, mas isso não é um mal do filme; isso é um mal do amor. Entretanto, a parte final é realmente muito forçada. O filme vai na mesma linha de Diário de uma paixão, mas pega mais pesado no drama e isso compromete bastante o resultado final. Já tava pronto pra dar 5 estrelas e favoritar, mas em 10 minutos o filme despencou no meu conceito. De toda forma, não estou dizendo que seja um filme ruim; pelo contrário: é um excelente romance, mas pecou pelo excesso.
A Onda
4.2 1,9KEmbora a história como um todo seja pouco convincente, sobretudo pela velocidade com que a coisa toda se desenrola, o filme levanta uma discussão interessantíssima sobre os movimentos fascistas, o radicalismo, o vazio existencial, a necessidade de se sentir parte de algo e sobre como o grupo a que pertencemos é capaz de influenciar o nosso comportamento. Numa época em que as pessoas estão cada vez mais solitárias e que vivem suas vidas no piloto automático, qualquer um que seja capaz de dar algum sentido para tudo isso é capaz de arrastar multidões. Somos a geração das redes sociais, da comunicação em massa, a geração em que todos têm uma opinião para dar a respeito de tudo, numa época em que é extremamente fácil se fazer ouvir. Diz o ditado que um tolo sempre tem outro tolo que o admira. Acontece que hoje um tolo pode ser admirado não por um, mas por milhões de outros tolos - e isso é um perigo para a sociedade. Filme provocativo, com excelente atuação de Jürgen Vogel e ideal para servir como mote para trabalhos acadêmicos e escolares.