A exemplo do que se viu em About Time, mais uma vez os britânicos surpreendem, com um filme leve e divertido. Apesar de todos os clichês típicos do gênero Comédia Romântica e de percebermos a presença de algumas personas que já foram desenhadas em Um lugar chamado Notting Hill ou no icônico Quatro casamentos e um funeral, ainda assim esse filme nos brinda com uma visão menos fatalista da vida e ajuda a manter vivo o sonho de que tudo o que acontece acontece por um bom motivo. Cumpre o papel de ser um filme para o fim do domingo. Destaque para a cena da primeira
Este é um daqueles filmes, com um roteiro simples, mas extremamente eficiente. Personagens magistralmente construídos (que me lembram os de O Mágico de Oz), trilha sonora perfeita, fotografia naturalmente linda, maravilhoso trabalho de montagem e Martin Sheen soberano em sua atuação. Embora eu temesse que o filme fosse ter um apelo excessivamente espiritual, isso é o que menos se vê nessa produção singela e despretensiosa, que nos lembra de que todos carregam uma dor, ainda que seja a dor de não ter dor nenhuma. Acho que poucas obras foram capazes de capturar com tamanha sensibilidade a essência da jornada humana. Filme excelente. Então, keep walking e bon camino!
Como entretenimento, o filme cumpre o seu papel: tem muita ação, efeitos convincentes e uma trama simples, na mesma esteira (e do mesmo nível) de 2012. Ideal para quando você está com preguiça de pensar.
A-V-A-S-S-A-L-A-D-O-R. Não consigo pensar numa palavra que melhor descreva esse filme. Atuações fantásticas, com destaque para Matt Bomer, no papel de Felix. Muitos outros filmes já foram muito bem-sucedidos ao abordar a questão da AIDS, tais como "Meu querido companheiro", "Filadélfia" e "Clube de compras de Dallas", mas The Normal Heart consegue trazer uma abordagem mais social da doença, sem descuidar de toda a dramaticidade inerente ao tema. Hoje é Dia das Mães, uma data triste pra mim, já que essa é a primeira vez que passo essa data sem minha mãe, que faleceu no ano passado. E, ao assistir esse filme, compreendi o motivo pelo qual consideramos o amor de mãe tão especial: porque "amor" é, sobretudo, cuidado. Sim, mais do que romance e flores pela manhã, o amor é limpar a diarreia da pessoa que você ama, aparar seu vômito e enxugar seu pranto. E é disso que esse filme fala: de gente que ama, de gente que cuida, quando o resto do mundo dá de ombros para a sua tragédia. The Normal Heart é um filme cujo pano de fundo é a AIDS, mas o verdadeiro tema é o amor. Simplesmente perfeito.
Fraquíssimo. O roteiro não tem pé nem cabeça, as atitudes dos personagens não têm a menor conexão com a realidade. Filme chato, metido a cult. A parte técnica é outro desastre: nalguns momentos eu gostaria que houvesse legendas das falas em português, porque o áudio é péssimo. Muitas cenas escuras e outras tantas gravadas na contra-luz. Talvez tenha sido uma tentativa de criar uma fotografia "cult", mas, na prática, deixou um efeito de filme caseiro, de produção amadora mesmo. O própria Wagner Moura não está lá essas coisas. Não perca seu tempo.
E esse meu 100º comentário aqui no Filmow não poderia ser sobre um filme mais especial do que esse! Que atuação esplendorosa de Julianne Moore, certamente uma das atuações mais impressionantes que eu já vi na vida. E Kristen Stewart se superou, mostrando uma interpretação madura e impecável também. Filme excelente, que mostra a questão do Alzheimer de forma sensível e inteligente. Filmaço para quem curte roteiros sóbrios e atuações perfeitas. Tudo na medida certa, sem os exageros típicos desse tipo de drama, mas nem por isso um filme superficial ou frio; pelo contrário: cada detalhe, cada olhar, cada imagem e cada música são carregados de significados. E a polêmica cena das pílulas foi tratada de forma extremamente elegante e inteligente, revelando uma personagem que perdeu a si mesma, mas que, de certa forma, refez-se em outra. Se somos feitos de memórias, que melhor forma de nos reinventarmos, senão perdendo-as todas? E se, ao termos nossas memórias forçosamente resetadas, deixamos de ser um e passamos a ser outro, que direito teria o primeiro de decidir sobre a vida do segundo? Grande filme, para expectadores exigentes. Pode acreditar: vale cada segundo!
Um grande filme, que conseguiu não ceder à tentação de ser excessivamente melodramático, embora a história de Stephen Hawking tenha tudo para render um dramalhão. Emoções na medida certa, grandes interpretações e um filme que encanta contando a história de um dos seres humanos mais fantásticos que já viveu. Uma verdadeira lição de vida sobre não ter limites.
Há 7 meses eu não via um filme que me impressionasse... Que atuações, que direção, que construção de personagens! É de filmes com esse nível de qualidade que o cinema precisa.
A história é uma mistura de A Metamorfose, Twin Peaks e mais alguma coisa a la Johnny Depp... Na verdade, o argumento é muito legal, mas o roteiro ficou oscilando entre o drama, o fantástico e o humor negro, então faltou que decidissem, afinal de contas, que tipo de filme queriam fazer. Já a atuação de Daniel Radcliffe não foi das melhores. Ele é um bom ator, mas se sai melhor em papéis que não exijam uma dramaticidade mais pungente. É o tipo de ator que fica melhor em papéis mais comedidos, como o que ele encarnou em A mulher de preto. Na verdade, acho que o papel ideal para o Daniel Radcliffe seria interpretar Geraldo Alckmin numa cinebiografia chamada "Picolé de chuchu"....kkkkk. Mas o filme é entretenimento garantido, ideal para um domingo preguiçoso.
Tenho de ser humilde: este é mais um filme que vai para o rol de filmes que eu terei de ver uma 2ª vez para ver se compreendo melhor. Ao lado de filmes como Na natureza selvagem, Pulp Fiction, Noordzee Texas, Lost in translation, 2001, dentre tantos outros, esse é mais um filme cuja minha reação final foi: "hein?". Por experiência, quando revejo filmes do tipo "hein?", a tendência é eu gostar menos ainda e acabar confirmando minha impressão inicial de que o filme foi bajulado por alguns críticos e acabou gerando um efeito manada, a exemplo do que penso, até hoje, sobre Laranja Mecânica - um filme que é apenas bom, mas não é isso tudo que pessoal costuma dizer. Vi boas atuações, um mote interessante sobre os bastidores do teatro, algumas cenas muito legais e também muita coisa nonsense. Gostei do clima não-glamouroso, mas não vi ali um filme digno de Oscar. Gostaria de lembrar do nome de um filme bem antigo a que assisti, sobre um ator em fim de carreira, que uma última vez interpretará Rei Lear, do qual gostei muito, mas minha memória me trai...
Tenho uma teoria sobre o flashback: esse recurso funciona quando ele se liga à história no tempo presente completando lacunas do enredo propriamente dito. Quando é usado simplesmente como uma memória visual do personagem, lembrando de seus próprios dramas, torna-se enfadonho. É o que se viu em Wild: quem assiste a esse filme está interessado mais na jornada solitária da personagem, do que nos recalques que a levaram a isso. O uso excessivo do flashback quebra o ritmo do filme em seus melhores momentos. Teria sido melhor se tivessem dedicado o primeiro quarto ou quinto do filme para contar a história da personagem e depois mantivessem o foco na jornada, que é o grande apelo da produção, a exemplo do que se vê em Thelma e Louise e Somente Elas, sem todos esses flashbacks. A falha foi na montagem e isso prejudicou bastante o resultado final. No mais, o filme garante um bom entretenimento, sem maiores surpresas. Pra quem espera um filme com alto teor filosófico, busca pelo autoconhecimento, descoberta de um novo eu etc, lamento dizer que dificilmente essa produção atenderá esse tipo de expectativa. Pra quem curte essa pira de jornada solitária e se aventura pela literatura, sugiro o excelente "Os vagabundos iluminados", de Jack Kerouac, que também escreveu o clássico On the road, que já foi adaptado para as telas.
Fraquíssimo. A narrativa é arrastada e desnecessariamente longa. Toda a parte que envolve o trabalho dela como "cobradora", incluindo a interação com P. é absolutamente desnecessária e fora de propósito. O filme ficaria muito mais dinâmico se não fosse dividido em 2 partes. 120 minutos é tempo mais do que suficiente para contar essa história. Essa montagem, tentando contar o filme em forma de livro, deixa tudo mais chato ainda. Há várias cenas de sexo real que são de um INCRÍVEL MAU GOSTO, sempre mostrando o sexo de uma forma suja e grotesca, desde o início. Seria muito mais convincente, se se assemelhasse ao processo real de adicção: o vício começa com o prazer - e só depois vai se tornando decadente e envolvendo o dependente numa espiral de autodestruição (algo muito bem retratado em Christiane F. e no remake Aos 13, por exemplo). Sei que a proposta do filme não é ser erótico, mas mostrar a patologia, só que não convence, não convence nem um pouco. Leva 2 estrelinhas pelo único mérito que vejo nessa produção: a honestidade de mostrar a excitação masculina em seu aspecto mais contumaz: a ereção. Fico doido com esses filmes que mostram cenas de sexo em que o homem deveria estar no maior tesão e, de repente, a câmera mostra, en passant, aquele pinto mole! Não sei de onde tiraram esse absurdo de que a ereção masculina é algo feio e agressivo de se mostrar. Daí ficam mostrando bundas e pintos moles... Ora, se não têm coragem de retratar a verdade, porque se metem a fazer cenas pretensamente eróticas? A não ser que o cara tenha uma disfunção erétil, a ereção é a consequência natural da excitação masculina e eu não vejo - e acho que a maioria das mulheres também não vê - nada de feio ou agressivo nisso. Até onde eu saiba, uma mulher se sente muito mais ultrajada por um pinto mole do que por uma ereção sadia. Pena que o filme mostra isso num contexto doentio e asqueroso, dando-lhe ares de uma pornochanchada e reforçando ainda mais esse tabu. E, pra quem curte filmes sobre transtornos sexuais, uma opção bem melhor é o francês La Pianiste.
Acabo de liberar 4GB de espaço no meu HD.... Que filme ruim! Essa 1ª parte é tão excitante, que cheguei a cochilar 2 vezes assistindo a esse troço. Assisti à parte 2 também, então faço uma análise mais detalhada lá.
Ok, vamos lá: lamento dizer que, quem só vê pontos positivos nesse filme - e acha que está diante de uma obra-prima, está errado. Da mesma forma, tem muita gente dizendo que adorou o filme e, no entanto, não consegue ir além dos elogios às atuações da dupla central e à trilha sonora. Bem, amigos, esse filme é mais do que isso, sem, no entanto, ser tudo o que alguns estão dizendo. Dentre os aspectos positivos, podemos destacar, obviamente, as atuações de J. K. Simmons e Miles Teller, que são realmente excelentes. Da mesma forma, além da ótima trilha sonora, temos também uma fotografia muito bonita e algumas cenas muito impactantes. Em termos de riqueza de diálogos, as melhores cenas são a do jantar em família e a conversa memorável entre Fletcher e Andrew no bar. Um aspecto que não vi nenhum usuário perceber foi o quanto o roteiro se assemelha à dissonância característica do jazz (e é por isso que é tão difícil aprender a apreciar o jazz). No jazz, a gente espera uma nota, e vem outra! Para quem não é habituado com o estilo, parece até que o músico desafinou! Essa é a riqueza do jazz! O roteiro do filme tenta fazer a mesma coisa (e aposto que não é coincidência) e, em alguns momentos, até consegue: a gente espera que os personagens reajam de uma maneira e eles reagem de outra; a gente espera que aconteça uma coisa e acontece outra. Foi uma sacada genial, que acho que poucas pessoas perceberam. Entretanto, nem tudo nesse filme é tão perfeito... A construção dos personagens é débil: embora o Fletcher seja um personagem fortíssimo, faltou-lhe identidade. Às vezes ele é o gênio excêntrico, às vezes um sentimental que se culpa (e por isso mente) por uma morte, às vezes ele é apenas um sádico psicopata. O roteiro também se perde, estavam indo bem, na medida em que o Andrew, gradativamente, começava a absorver traços da personalidade do Fletcher (vejam a forma como ele trata a namorada, as coisas que ele diz no jantar em família...), deixando de ser o garoto sonhador para se transformar numa espécie de gênio torturado. Mas faltou foco do roteiro, faltou construir os personagens de maneira mais convincente e mais verossímil, porque, às vezes, menos é mais. Sempre fiz uma distinção entre os gêneros "terror" e "horror": os filmes de terror mexem com a nossa cabeça, com nosso imaginário, com nossos medos soterrados pelo racionalismo. Já os filmes de horror nos assustam pelo choque, pelo grotesco, pelo susto mesmo. Ou seja: os filmes de horror usam e abusam de cenas impactantes para encobrir um roteiro vazio. Foi isso o que eu vi em Whiplash: uma sequência de cenas de impacto (muito bem feitas aliás), que maquiam um roteiro que, essencialmente, não diz muita coisa. E parece que funcionou, porque o pessoal se deixou seduzir pelas "cenas incríveis", mas, afinal de contas, qual é a história? Whiplash é uma versão dark de Glee, que usa uma fórmula conhecida, JOVEM + FAMÍLIA HUMILDE + SONHOS + CARREIRA ARTÍSTICA + DIFICULDADES + MELHOR ESCOLA DO MUNDO (que é sempre nos EUA né...). A gente já viu isso em dezenas de filmes, embora, reconheço, Whiplash tenha ousado - e muito - ao focar na bateria do jazz. O baterista já é um relegado por natureza (a gente tem que ser muito fã de uma banda pra saber o nome do baterista...kkkk), imagina um baterista de jazz, estilo célebre pelos instrumentos de sopro. Whiplash é uma versão dark de Glee, para quem consegue assistir a essa filme sem o olhar tendenciosa de tiete. Nem por isso é tempo perdido. O filme é bom, só não é isso tudo.
Documentário com depoimentos emocionantes, que traz à memória o que foi o início da epidemia do HIV. Muito bem feito e também nos dá uma ideia da força e do nível de organização da comunidade LGBT em Frisco. Vale muito a pena assistir.
É a porra de um filme gospel!!!! Que droga, deveria haver um alerta no Filmow para esse tipo de palhaçada! É, disparado, um dos filmes mais ridículos que eu já vi. Até já assisti a outros filmes de propaganda cristã que eram razoáveis, como Prova de fogo, por exemplo. Mas esse é caricato, patético mesmo. Também, o que esperar de um filme cujo antagonista, que deveria ser uma espécie de gênio ateu da filosofia, é interpretado pelo Hércules???? kkkkkk.... Essencialmente, o filme retrata os ateus e os adeptos de religiões não-cristãs como pessoas malignas e egoístas, que perseguem os cristãos, tentando impedi-los de viverem sua fé... E o que é aquele redneck matador de patos como arauto da fé cristã??? Gente, que filme absurdo, aliás, nem dá pra chamar isso de filme, é uma peça publicitária fundamentalista, repleta do radicalismo puritano do sul dos EUA. Até quem acredita em deus deve sentir ânsia de vômito assistindo a uma bobagem dessas. Se você gosta de cinema, por favor, não perca seu tempo assistindo a esse lixo. Se você curte filmes questionadores, que abordem a questão da fé, há opções muito melhores, como o clássico Sob o sol de Satã.
Depois do péssimo Noé, agora vem essa outra decepção, que não se compara, nem de longe, com o clássico Os dez mandamentos (1957). Se eu tivesse visto nos cinemas, talvez me impressionasse com os efeitos visuais, mas, na telinha, sem toda a pirotecnia, esse filme revela toda a sua fraqueza. É uma releitura da fábula, que tenta dar algum cientificismo aos milagres descritos na bíblia e, com isso, perde o charme da magia, sem conseguir ter real credibilidade científica em suas proposições. E mostra um deus sádico, manifesto na imagem de uma criança psicopata.Se você ainda não viu, não perca os eu tempo.
Posso discordar, só um pouquinho? É tanta gente elogiando e dando nota máxima, que a gente até se constrange por não ter achado o filme tudo isso...kkkk. Olha, acho que pra se fazer uma justa avaliação dessa obra, é necessário dividi-la em diversos aspectos e analisar um a um. O problema é o que pessoal continua fazendo a mesma coisa: pegam um aspecto do filme e julgam a obra inteira a partir dele. Daí não é análise; é apenas tietagem. Tá, sob o aspecto de fundamentação científica, o filme é realmente excelente, porque leva em consideração tudo o que já está cientificamente comprovado e explora as mais modernas teorias sobre o espaço-tempo. Pra quem curte o tema e costuma assistir a documentários a respeito, é um prato cheio. Pra quem não está antenado no que os cientistas (e não os roteiristas) têm dito sobre o tema, há uma boa chance de a pessoa ter entendido tudo errado...kkkkk. Muito bacanas as cenas silenciosas no espaço sideral, já que o som não se propaga na vácuo e também há uma série de outros detalhes que fazem jus à verdadeira ciência e às teorias quânticas e da relatividade. O aspecto filosófico sobre a passagem do tempo, sobre o quanto pode ser difícil ser virtualmente imortal, enquanto a vida das pessoas que você ama continua sendo efêmera é outro ponto alto do filme (que também já foi bem explorado em filmes como O homem bicentenário e Entrevista com o vampiro). Mas não exagerem: os méritos do filme param por aí. As atuações, até mesmo a de Michael Caine, não têm nada de espetacular, são apenas medianas. O personagem de Matt Damon não é apenas clichê, mas ridículo mesmo. Mas o ponto mais fraco é, sem dúvidas, o roteiro: superconfuso e cheio de coisas mal explicadas: 1) A humanidade esgotou seus recursos e estava voltando à era das cavernas, mas todo mundo continuava
a Brand era apaixonada por um cientista que não aparece no filme, de repente o Cooper resolve atravessar o universo para ir resgatá-la, no melhor estilo príncipe-donzela.
Talvez o filme fosse mais eficiente se tivesse sido concebido em forma de franquia, dividido talvez em 3 sequências. De toda forma, o filme é bem criativo e interessante e vale a pena assistir, só que não é essa maravilha toda que o pessoal tem dito e só é mindfucker pra quem não entende os aspectos mais fundamentais da física moderna.
Volta e meia o cinema nacional tem nos surpreendido com algumas produções de altíssimo nível, como esta daqui. Pra começar, eu assisti ao filme achando que Guilherme Lobo fosse mesmo deficiente visual...kkkk. O garoto mandou muito bem, muito bem mesmo. O trio central funciona muito bem, embora eu considere a atuação de Tess Amorim um pouco abaixo da de seus colegas de elenco. Por medo de spoilers, eu nunca leio sinopses antes de assistir aos filmes, então eu estava achando que o longa seria a continuação da história do curta, do ponto em que havia parado. Entretanto, é uma versão estendida daquela mesma história (mas eu ainda espero por uma continuação, embora eu saiba que não vai rolar...kkk). Um aspecto muito interessante é o fato de que o filme, nem de longe, passa por um filme com temática homossexual - na verdade, a gente quase esquece desse aspecto. Não há como não comparar com "As vantagens de ser invisível" e eu fico com a produção nacional, talvez por ser menos pretensiosa. Há ainda a excelente trilha sonora. Destaque também para o personagem Fábio e a interpretação de Pedro Carvalho, que encarna um perfeito bullyer, com quem a gente quase consegue simpatizar...kkk. Outro aspecto interessante são as hot scenes, que foram trabalhadas com ousadia, mas sem apelação. Acho que faltou apenas um pouco mais de realismo na ambientação da escola, que realmente pareceu muito americanizada. Talvez justamente para poder tornar o filme um pouco mais internacional. De toda forma, é uma excelente produção, que vale cada minuto. Uma curiosidade: por incrível que pareça, quando fez o filme, Fabio Audi já estava com inacreditáveis 25 anos!
Parece que há uma sina com os blockbusters que retratam um mundo tomado pelas águas: depois do fiasco de Waterworld, vem esse Noé, que consegue a proeza de ser ainda pior do que aquele. Pegaram uma história que já é fantasiosa por natureza e, ao invés de acrescentarem-lhe elementos que lhe conferissem um pouco mais verossimilhança, fizeram exatamente o contrário: criaram um filme que é uma mistura de Transformers com Harry Potter e Percy Jackson, inclusive na escolha do elenco e na construção dos personagens. Quase tudo no filme é ruim, desde os defeitos especiais até o roteiro, mas nada é tão bizarro quanto o próprio personagem Noé, que é uma mistura de fanático religioso, ninja e psicopata beberrão. A história dos anjos caídos enclausurados na rocha é uma das ideias mais idiotas de todos os tempos! Chega a ser cômico! A única coisa que se salva é a montagem sobre a criação do mundo, claramente inspirada no documentário Cosmos, de Carl Sagan. Vi alguns usuários elogiando a montagem "bem diferente", mas, nesse caso, teria tido um resultado melhor se tivessem se baseado na epopeia de Gilgamesh ou no mito de Atrahasis, que são as verdadeiras fontes de inspiração para o mito bíblico do dilúvio, que nada mais é do que um dos maiores plágios da história da humanidade, revestido da doutrina cristã. Entretanto, não foram fiéis nem ao mito bíblico, nem aos mitos originais; pelo contrário: inventaram uma história absurda e tomaram emprestado o nome de uma história conhecida. Se queriam fazer cinema experimental, acho que um orçamento de 170 milhões de dólares é um grande desperdício: 3 universitários com uma câmera VHS seriam capazes de produzir obra semelhante, em troca de uma pepsi e um pastel. Não perca seu tempo com esse filme, nem tente ficar enxergando "arte" onde só existe incompetência: gostar do que a maioria das pessoas detesta não faz de você um cara cult.
Diálogos sagazes, personagens muito bem construídos e interpretações impecáveis, num roteiro surreal demais para ser convincente - e que precisa ser dissecado para ser compreendido. Podemos dizer que o filme é uma grande metáfora, uma alegoria sobre tudo o que os relacionamentos são - e sobre tudo o que gostaríamos que fossem. Há muito para ser lido nas entrelinhas e, nesse sentido, a música tema é fundamental: "E então é isso / A história mais curta /Sem amor, sem glória". E o fantasma do ciúme, da insegurança, lembra muito o que se viu em Proposta Indecente, ao passo que os diálogos, forçosamente filosóficos, lembram o que se vê no pretensioso Sunset Limited. A produção pode render boas discussões sobre diversos temas, como a natureza do amor, os reais desejos humanos, o mecanismo da libido, as máscaras sociais, a importância da mentira nos relacionamentos e até mesmo sobre o alter ego. Apesar desses méritos, o filme está mais para "exercício de virtuosismo cinematográfico" do que para "obra-prima". Destaque para os diálogos de separação, muito distintos entre si, mas igualmente incisivos.
Nem que humanidade inteira passe os próximos mil anos tentando, ninguém vai conseguir fazer um filme tão clichê e estereotipado quanto esse. É uma espécie de versão gay de As Pontes de Madison, só que bem pior. A única coisa que salva o filme é que, pelo menos, os atores conseguem chorar. Não dá nem pra elogiar a fotografia, porque, num lugar como aquele, até eu filmaria lindas tomadas. Talvez pessoas bem jovens possam até gostar dessa produção, que alimenta a síndrome de Cinderela. No mais, não percam seu tempo.
Simplesmente Acontece
3.8 1,8K Assista AgoraA exemplo do que se viu em About Time, mais uma vez os britânicos surpreendem, com um filme leve e divertido. Apesar de todos os clichês típicos do gênero Comédia Romântica e de percebermos a presença de algumas personas que já foram desenhadas em Um lugar chamado Notting Hill ou no icônico Quatro casamentos e um funeral, ainda assim esse filme nos brinda com uma visão menos fatalista da vida e ajuda a manter vivo o sonho de que tudo o que acontece acontece por um bom motivo. Cumpre o papel de ser um filme para o fim do domingo. Destaque para a cena da primeira
despedida no aeroporto, que mostra o mais bonito beijo não-dado
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O Caminho
3.9 138 Assista AgoraEste é um daqueles filmes, com um roteiro simples, mas extremamente eficiente. Personagens magistralmente construídos (que me lembram os de O Mágico de Oz), trilha sonora perfeita, fotografia naturalmente linda, maravilhoso trabalho de montagem e Martin Sheen soberano em sua atuação. Embora eu temesse que o filme fosse ter um apelo excessivamente espiritual, isso é o que menos se vê nessa produção singela e despretensiosa, que nos lembra de que todos carregam uma dor, ainda que seja a dor de não ter dor nenhuma. Acho que poucas obras foram capazes de capturar com tamanha sensibilidade a essência da jornada humana. Filme excelente. Então, keep walking e bon camino!
Terremoto: A Falha de San Andreas
3.0 1,0K Assista AgoraComo entretenimento, o filme cumpre o seu papel: tem muita ação, efeitos convincentes e uma trama simples, na mesma esteira (e do mesmo nível) de 2012. Ideal para quando você está com preguiça de pensar.
The Normal Heart
4.3 1,0K Assista AgoraA-V-A-S-S-A-L-A-D-O-R. Não consigo pensar numa palavra que melhor descreva esse filme. Atuações fantásticas, com destaque para Matt Bomer, no papel de Felix. Muitos outros filmes já foram muito bem-sucedidos ao abordar a questão da AIDS, tais como "Meu querido companheiro", "Filadélfia" e "Clube de compras de Dallas", mas The Normal Heart consegue trazer uma abordagem mais social da doença, sem descuidar de toda a dramaticidade inerente ao tema. Hoje é Dia das Mães, uma data triste pra mim, já que essa é a primeira vez que passo essa data sem minha mãe, que faleceu no ano passado. E, ao assistir esse filme, compreendi o motivo pelo qual consideramos o amor de mãe tão especial: porque "amor" é, sobretudo, cuidado. Sim, mais do que romance e flores pela manhã, o amor é limpar a diarreia da pessoa que você ama, aparar seu vômito e enxugar seu pranto. E é disso que esse filme fala: de gente que ama, de gente que cuida, quando o resto do mundo dá de ombros para a sua tragédia. The Normal Heart é um filme cujo pano de fundo é a AIDS, mas o verdadeiro tema é o amor. Simplesmente perfeito.
Praia do Futuro
3.4 934 Assista AgoraFraquíssimo. O roteiro não tem pé nem cabeça, as atitudes dos personagens não têm a menor conexão com a realidade. Filme chato, metido a cult. A parte técnica é outro desastre: nalguns momentos eu gostaria que houvesse legendas das falas em português, porque o áudio é péssimo. Muitas cenas escuras e outras tantas gravadas na contra-luz. Talvez tenha sido uma tentativa de criar uma fotografia "cult", mas, na prática, deixou um efeito de filme caseiro, de produção amadora mesmo. O própria Wagner Moura não está lá essas coisas. Não perca seu tempo.
Para Sempre Alice
4.1 2,3K Assista AgoraE esse meu 100º comentário aqui no Filmow não poderia ser sobre um filme mais especial do que esse! Que atuação esplendorosa de Julianne Moore, certamente uma das atuações mais impressionantes que eu já vi na vida. E Kristen Stewart se superou, mostrando uma interpretação madura e impecável também. Filme excelente, que mostra a questão do Alzheimer de forma sensível e inteligente. Filmaço para quem curte roteiros sóbrios e atuações perfeitas. Tudo na medida certa, sem os exageros típicos desse tipo de drama, mas nem por isso um filme superficial ou frio; pelo contrário: cada detalhe, cada olhar, cada imagem e cada música são carregados de significados. E a polêmica cena das pílulas foi tratada de forma extremamente elegante e inteligente, revelando uma personagem que perdeu a si mesma, mas que, de certa forma, refez-se em outra. Se somos feitos de memórias, que melhor forma de nos reinventarmos, senão perdendo-as todas? E se, ao termos nossas memórias forçosamente resetadas, deixamos de ser um e passamos a ser outro, que direito teria o primeiro de decidir sobre a vida do segundo? Grande filme, para expectadores exigentes. Pode acreditar: vale cada segundo!
A Teoria de Tudo
4.1 3,4K Assista AgoraUm grande filme, que conseguiu não ceder à tentação de ser excessivamente melodramático, embora a história de Stephen Hawking tenha tudo para render um dramalhão. Emoções na medida certa, grandes interpretações e um filme que encanta contando a história de um dos seres humanos mais fantásticos que já viveu. Uma verdadeira lição de vida sobre não ter limites.
Clube de Compras Dallas
4.3 2,8K Assista AgoraHá 7 meses eu não via um filme que me impressionasse... Que atuações, que direção, que construção de personagens! É de filmes com esse nível de qualidade que o cinema precisa.
Amaldiçoado
3.0 1,2K Assista AgoraA história é uma mistura de A Metamorfose, Twin Peaks e mais alguma coisa a la Johnny Depp... Na verdade, o argumento é muito legal, mas o roteiro ficou oscilando entre o drama, o fantástico e o humor negro, então faltou que decidissem, afinal de contas, que tipo de filme queriam fazer. Já a atuação de Daniel Radcliffe não foi das melhores. Ele é um bom ator, mas se sai melhor em papéis que não exijam uma dramaticidade mais pungente. É o tipo de ator que fica melhor em papéis mais comedidos, como o que ele encarnou em A mulher de preto. Na verdade, acho que o papel ideal para o Daniel Radcliffe seria interpretar Geraldo Alckmin numa cinebiografia chamada "Picolé de chuchu"....kkkkk. Mas o filme é entretenimento garantido, ideal para um domingo preguiçoso.
Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
3.8 3,4K Assista AgoraTenho de ser humilde: este é mais um filme que vai para o rol de filmes que eu terei de ver uma 2ª vez para ver se compreendo melhor. Ao lado de filmes como Na natureza selvagem, Pulp Fiction, Noordzee Texas, Lost in translation, 2001, dentre tantos outros, esse é mais um filme cuja minha reação final foi: "hein?". Por experiência, quando revejo filmes do tipo "hein?", a tendência é eu gostar menos ainda e acabar confirmando minha impressão inicial de que o filme foi bajulado por alguns críticos e acabou gerando um efeito manada, a exemplo do que penso, até hoje, sobre Laranja Mecânica - um filme que é apenas bom, mas não é isso tudo que pessoal costuma dizer. Vi boas atuações, um mote interessante sobre os bastidores do teatro, algumas cenas muito legais e também muita coisa nonsense. Gostei do clima não-glamouroso, mas não vi ali um filme digno de Oscar. Gostaria de lembrar do nome de um filme bem antigo a que assisti, sobre um ator em fim de carreira, que uma última vez interpretará Rei Lear, do qual gostei muito, mas minha memória me trai...
Livre
3.8 1,2K Assista AgoraTenho uma teoria sobre o flashback: esse recurso funciona quando ele se liga à história no tempo presente completando lacunas do enredo propriamente dito. Quando é usado simplesmente como uma memória visual do personagem, lembrando de seus próprios dramas, torna-se enfadonho. É o que se viu em Wild: quem assiste a esse filme está interessado mais na jornada solitária da personagem, do que nos recalques que a levaram a isso. O uso excessivo do flashback quebra o ritmo do filme em seus melhores momentos. Teria sido melhor se tivessem dedicado o primeiro quarto ou quinto do filme para contar a história da personagem e depois mantivessem o foco na jornada, que é o grande apelo da produção, a exemplo do que se vê em Thelma e Louise e Somente Elas, sem todos esses flashbacks. A falha foi na montagem e isso prejudicou bastante o resultado final. No mais, o filme garante um bom entretenimento, sem maiores surpresas. Pra quem espera um filme com alto teor filosófico, busca pelo autoconhecimento, descoberta de um novo eu etc, lamento dizer que dificilmente essa produção atenderá esse tipo de expectativa. Pra quem curte essa pira de jornada solitária e se aventura pela literatura, sugiro o excelente "Os vagabundos iluminados", de Jack Kerouac, que também escreveu o clássico On the road, que já foi adaptado para as telas.
Ninfomaníaca: Volume 2
3.6 1,6K Assista AgoraFraquíssimo. A narrativa é arrastada e desnecessariamente longa. Toda a parte que envolve o trabalho dela como "cobradora", incluindo a interação com P. é absolutamente desnecessária e fora de propósito. O filme ficaria muito mais dinâmico se não fosse dividido em 2 partes. 120 minutos é tempo mais do que suficiente para contar essa história. Essa montagem, tentando contar o filme em forma de livro, deixa tudo mais chato ainda. Há várias cenas de sexo real que são de um INCRÍVEL MAU GOSTO, sempre mostrando o sexo de uma forma suja e grotesca, desde o início. Seria muito mais convincente, se se assemelhasse ao processo real de adicção: o vício começa com o prazer - e só depois vai se tornando decadente e envolvendo o dependente numa espiral de autodestruição (algo muito bem retratado em Christiane F. e no remake Aos 13, por exemplo). Sei que a proposta do filme não é ser erótico, mas mostrar a patologia, só que não convence, não convence nem um pouco. Leva 2 estrelinhas pelo único mérito que vejo nessa produção: a honestidade de mostrar a excitação masculina em seu aspecto mais contumaz: a ereção. Fico doido com esses filmes que mostram cenas de sexo em que o homem deveria estar no maior tesão e, de repente, a câmera mostra, en passant, aquele pinto mole! Não sei de onde tiraram esse absurdo de que a ereção masculina é algo feio e agressivo de se mostrar. Daí ficam mostrando bundas e pintos moles... Ora, se não têm coragem de retratar a verdade, porque se metem a fazer cenas pretensamente eróticas? A não ser que o cara tenha uma disfunção erétil, a ereção é a consequência natural da excitação masculina e eu não vejo - e acho que a maioria das mulheres também não vê - nada de feio ou agressivo nisso. Até onde eu saiba, uma mulher se sente muito mais ultrajada por um pinto mole do que por uma ereção sadia. Pena que o filme mostra isso num contexto doentio e asqueroso, dando-lhe ares de uma pornochanchada e reforçando ainda mais esse tabu. E, pra quem curte filmes sobre transtornos sexuais, uma opção bem melhor é o francês La Pianiste.
Ninfomaníaca: Volume 1
3.7 2,7K Assista AgoraAcabo de liberar 4GB de espaço no meu HD.... Que filme ruim! Essa 1ª parte é tão excitante, que cheguei a cochilar 2 vezes assistindo a esse troço. Assisti à parte 2 também, então faço uma análise mais detalhada lá.
Whiplash: Em Busca da Perfeição
4.4 4,1K Assista AgoraOk, vamos lá: lamento dizer que, quem só vê pontos positivos nesse filme - e acha que está diante de uma obra-prima, está errado. Da mesma forma, tem muita gente dizendo que adorou o filme e, no entanto, não consegue ir além dos elogios às atuações da dupla central e à trilha sonora. Bem, amigos, esse filme é mais do que isso, sem, no entanto, ser tudo o que alguns estão dizendo. Dentre os aspectos positivos, podemos destacar, obviamente, as atuações de J. K. Simmons e Miles Teller, que são realmente excelentes. Da mesma forma, além da ótima trilha sonora, temos também uma fotografia muito bonita e algumas cenas muito impactantes. Em termos de riqueza de diálogos, as melhores cenas são a do jantar em família e a conversa memorável entre Fletcher e Andrew no bar. Um aspecto que não vi nenhum usuário perceber foi o quanto o roteiro se assemelha à dissonância característica do jazz (e é por isso que é tão difícil aprender a apreciar o jazz). No jazz, a gente espera uma nota, e vem outra! Para quem não é habituado com o estilo, parece até que o músico desafinou! Essa é a riqueza do jazz! O roteiro do filme tenta fazer a mesma coisa (e aposto que não é coincidência) e, em alguns momentos, até consegue: a gente espera que os personagens reajam de uma maneira e eles reagem de outra; a gente espera que aconteça uma coisa e acontece outra. Foi uma sacada genial, que acho que poucas pessoas perceberam. Entretanto, nem tudo nesse filme é tão perfeito... A construção dos personagens é débil: embora o Fletcher seja um personagem fortíssimo, faltou-lhe identidade. Às vezes ele é o gênio excêntrico, às vezes um sentimental que se culpa (e por isso mente) por uma morte, às vezes ele é apenas um sádico psicopata. O roteiro também se perde, estavam indo bem, na medida em que o Andrew, gradativamente, começava a absorver traços da personalidade do Fletcher (vejam a forma como ele trata a namorada, as coisas que ele diz no jantar em família...), deixando de ser o garoto sonhador para se transformar numa espécie de gênio torturado. Mas faltou foco do roteiro, faltou construir os personagens de maneira mais convincente e mais verossímil, porque, às vezes, menos é mais. Sempre fiz uma distinção entre os gêneros "terror" e "horror": os filmes de terror mexem com a nossa cabeça, com nosso imaginário, com nossos medos soterrados pelo racionalismo. Já os filmes de horror nos assustam pelo choque, pelo grotesco, pelo susto mesmo. Ou seja: os filmes de horror usam e abusam de cenas impactantes para encobrir um roteiro vazio. Foi isso o que eu vi em Whiplash: uma sequência de cenas de impacto (muito bem feitas aliás), que maquiam um roteiro que, essencialmente, não diz muita coisa. E parece que funcionou, porque o pessoal se deixou seduzir pelas "cenas incríveis", mas, afinal de contas, qual é a história? Whiplash é uma versão dark de Glee, que usa uma fórmula conhecida, JOVEM + FAMÍLIA HUMILDE + SONHOS + CARREIRA ARTÍSTICA + DIFICULDADES + MELHOR ESCOLA DO MUNDO (que é sempre nos EUA né...). A gente já viu isso em dezenas de filmes, embora, reconheço, Whiplash tenha ousado - e muito - ao focar na bateria do jazz. O baterista já é um relegado por natureza (a gente tem que ser muito fã de uma banda pra saber o nome do baterista...kkkk), imagina um baterista de jazz, estilo célebre pelos instrumentos de sopro. Whiplash é uma versão dark de Glee, para quem consegue assistir a essa filme sem o olhar tendenciosa de tiete. Nem por isso é tempo perdido. O filme é bom, só não é isso tudo.
Estávamos Aqui
4.3 13Documentário com depoimentos emocionantes, que traz à memória o que foi o início da epidemia do HIV. Muito bem feito e também nos dá uma ideia da força e do nível de organização da comunidade LGBT em Frisco. Vale muito a pena assistir.
Deus Não Está Morto
2.8 1,4K Assista AgoraÉ a porra de um filme gospel!!!! Que droga, deveria haver um alerta no Filmow para esse tipo de palhaçada! É, disparado, um dos filmes mais ridículos que eu já vi. Até já assisti a outros filmes de propaganda cristã que eram razoáveis, como Prova de fogo, por exemplo. Mas esse é caricato, patético mesmo. Também, o que esperar de um filme cujo antagonista, que deveria ser uma espécie de gênio ateu da filosofia, é interpretado pelo Hércules???? kkkkkk.... Essencialmente, o filme retrata os ateus e os adeptos de religiões não-cristãs como pessoas malignas e egoístas, que perseguem os cristãos, tentando impedi-los de viverem sua fé... E o que é aquele redneck matador de patos como arauto da fé cristã??? Gente, que filme absurdo, aliás, nem dá pra chamar isso de filme, é uma peça publicitária fundamentalista, repleta do radicalismo puritano do sul dos EUA. Até quem acredita em deus deve sentir ânsia de vômito assistindo a uma bobagem dessas. Se você gosta de cinema, por favor, não perca seu tempo assistindo a esse lixo. Se você curte filmes questionadores, que abordem a questão da fé, há opções muito melhores, como o clássico Sob o sol de Satã.
John Wick: De Volta ao Jogo
3.8 1,8K Assista AgoraNem em GOT morre tanta gente....kkkk. O filme é ação. Só.
Êxodo: Deuses e Reis
3.1 1,2K Assista AgoraDepois do péssimo Noé, agora vem essa outra decepção, que não se compara, nem de longe, com o clássico Os dez mandamentos (1957). Se eu tivesse visto nos cinemas, talvez me impressionasse com os efeitos visuais, mas, na telinha, sem toda a pirotecnia, esse filme revela toda a sua fraqueza. É uma releitura da fábula, que tenta dar algum cientificismo aos milagres descritos na bíblia e, com isso, perde o charme da magia, sem conseguir ter real credibilidade científica em suas proposições. E mostra um deus sádico, manifesto na imagem de uma criança psicopata.Se você ainda não viu, não perca os eu tempo.
Interestelar
4.3 5,7K Assista AgoraPosso discordar, só um pouquinho? É tanta gente elogiando e dando nota máxima, que a gente até se constrange por não ter achado o filme tudo isso...kkkk. Olha, acho que pra se fazer uma justa avaliação dessa obra, é necessário dividi-la em diversos aspectos e analisar um a um. O problema é o que pessoal continua fazendo a mesma coisa: pegam um aspecto do filme e julgam a obra inteira a partir dele. Daí não é análise; é apenas tietagem. Tá, sob o aspecto de fundamentação científica, o filme é realmente excelente, porque leva em consideração tudo o que já está cientificamente comprovado e explora as mais modernas teorias sobre o espaço-tempo. Pra quem curte o tema e costuma assistir a documentários a respeito, é um prato cheio. Pra quem não está antenado no que os cientistas (e não os roteiristas) têm dito sobre o tema, há uma boa chance de a pessoa ter entendido tudo errado...kkkkk. Muito bacanas as cenas silenciosas no espaço sideral, já que o som não se propaga na vácuo e também há uma série de outros detalhes que fazem jus à verdadeira ciência e às teorias quânticas e da relatividade. O aspecto filosófico sobre a passagem do tempo, sobre o quanto pode ser difícil ser virtualmente imortal, enquanto a vida das pessoas que você ama continua sendo efêmera é outro ponto alto do filme (que também já foi bem explorado em filmes como O homem bicentenário e Entrevista com o vampiro). Mas não exagerem: os méritos do filme param por aí. As atuações, até mesmo a de Michael Caine, não têm nada de espetacular, são apenas medianas. O personagem de Matt Damon não é apenas clichê, mas ridículo mesmo. Mas o ponto mais fraco é, sem dúvidas, o roteiro: superconfuso e cheio de coisas mal explicadas: 1) A humanidade esgotou seus recursos e estava voltando à era das cavernas, mas todo mundo continuava
desfilando com pick ups enormes, movidas ao bom e velho combustível fóssil, embora houvesse naves de alta tecnologia;
da gravidade. Daí resolveram construir estações giratórias, que era exatamente o que o nave exploratória já fazia!
a Brand era apaixonada por um cientista que não aparece no filme, de repente o Cooper resolve atravessar o universo para ir resgatá-la, no melhor estilo príncipe-donzela.
Hoje Eu Quero Voltar Sozinho
4.1 3,2K Assista AgoraVolta e meia o cinema nacional tem nos surpreendido com algumas produções de altíssimo nível, como esta daqui. Pra começar, eu assisti ao filme achando que Guilherme Lobo fosse mesmo deficiente visual...kkkk. O garoto mandou muito bem, muito bem mesmo. O trio central funciona muito bem, embora eu considere a atuação de Tess Amorim um pouco abaixo da de seus colegas de elenco. Por medo de spoilers, eu nunca leio sinopses antes de assistir aos filmes, então eu estava achando que o longa seria a continuação da história do curta, do ponto em que havia parado. Entretanto, é uma versão estendida daquela mesma história (mas eu ainda espero por uma continuação, embora eu saiba que não vai rolar...kkk). Um aspecto muito interessante é o fato de que o filme, nem de longe, passa por um filme com temática homossexual - na verdade, a gente quase esquece desse aspecto. Não há como não comparar com "As vantagens de ser invisível" e eu fico com a produção nacional, talvez por ser menos pretensiosa. Há ainda a excelente trilha sonora. Destaque também para o personagem Fábio e a interpretação de Pedro Carvalho, que encarna um perfeito bullyer, com quem a gente quase consegue simpatizar...kkk. Outro aspecto interessante são as hot scenes, que foram trabalhadas com ousadia, mas sem apelação. Acho que faltou apenas um pouco mais de realismo na ambientação da escola, que realmente pareceu muito americanizada. Talvez justamente para poder tornar o filme um pouco mais internacional. De toda forma, é uma excelente produção, que vale cada minuto. Uma curiosidade: por incrível que pareça, quando fez o filme, Fabio Audi já estava com inacreditáveis 25 anos!
Noé
3.0 2,6K Assista AgoraParece que há uma sina com os blockbusters que retratam um mundo tomado pelas águas: depois do fiasco de Waterworld, vem esse Noé, que consegue a proeza de ser ainda pior do que aquele. Pegaram uma história que já é fantasiosa por natureza e, ao invés de acrescentarem-lhe elementos que lhe conferissem um pouco mais verossimilhança, fizeram exatamente o contrário: criaram um filme que é uma mistura de Transformers com Harry Potter e Percy Jackson, inclusive na escolha do elenco e na construção dos personagens. Quase tudo no filme é ruim, desde os defeitos especiais até o roteiro, mas nada é tão bizarro quanto o próprio personagem Noé, que é uma mistura de fanático religioso, ninja e psicopata beberrão. A história dos anjos caídos enclausurados na rocha é uma das ideias mais idiotas de todos os tempos! Chega a ser cômico! A única coisa que se salva é a montagem sobre a criação do mundo, claramente inspirada no documentário Cosmos, de Carl Sagan. Vi alguns usuários elogiando a montagem "bem diferente", mas, nesse caso, teria tido um resultado melhor se tivessem se baseado na epopeia de Gilgamesh ou no mito de Atrahasis, que são as verdadeiras fontes de inspiração para o mito bíblico do dilúvio, que nada mais é do que um dos maiores plágios da história da humanidade, revestido da doutrina cristã. Entretanto, não foram fiéis nem ao mito bíblico, nem aos mitos originais; pelo contrário: inventaram uma história absurda e tomaram emprestado o nome de uma história conhecida. Se queriam fazer cinema experimental, acho que um orçamento de 170 milhões de dólares é um grande desperdício: 3 universitários com uma câmera VHS seriam capazes de produzir obra semelhante, em troca de uma pepsi e um pastel. Não perca seu tempo com esse filme, nem tente ficar enxergando "arte" onde só existe incompetência: gostar do que a maioria das pessoas detesta não faz de você um cara cult.
Closer: Perto Demais
3.9 3,3K Assista AgoraDiálogos sagazes, personagens muito bem construídos e interpretações impecáveis, num roteiro surreal demais para ser convincente - e que precisa ser dissecado para ser compreendido. Podemos dizer que o filme é uma grande metáfora, uma alegoria sobre tudo o que os relacionamentos são - e sobre tudo o que gostaríamos que fossem. Há muito para ser lido nas entrelinhas e, nesse sentido, a música tema é fundamental: "E então é isso / A história mais curta /Sem amor, sem glória". E o fantasma do ciúme, da insegurança, lembra muito o que se viu em Proposta Indecente, ao passo que os diálogos, forçosamente filosóficos, lembram o que se vê no pretensioso Sunset Limited. A produção pode render boas discussões sobre diversos temas, como a natureza do amor, os reais desejos humanos, o mecanismo da libido, as máscaras sociais, a importância da mentira nos relacionamentos e até mesmo sobre o alter ego. Apesar desses méritos, o filme está mais para "exercício de virtuosismo cinematográfico" do que para "obra-prima". Destaque para os diálogos de separação, muito distintos entre si, mas igualmente incisivos.
Redwoods
2.9 17 Assista AgoraNem que humanidade inteira passe os próximos mil anos tentando, ninguém vai conseguir fazer um filme tão clichê e estereotipado quanto esse. É uma espécie de versão gay de As Pontes de Madison, só que bem pior. A única coisa que salva o filme é que, pelo menos, os atores conseguem chorar. Não dá nem pra elogiar a fotografia, porque, num lugar como aquele, até eu filmaria lindas tomadas. Talvez pessoas bem jovens possam até gostar dessa produção, que alimenta a síndrome de Cinderela. No mais, não percam seu tempo.
Naked As We Came
2.9 34Roteiro superconfuso, numa produção pretensiosa. Não perca seu tempo.