É muito interessante como X e Pearl têm uma camada metanarrativa, sobre o Cinema enquanto um meio de ascensão social, ainda que em contextos diferentes.
Além disso, o sentimento de inconformismo e recusa de pertencimento à vida é simétrico e se reproduz tanto em Pearl (personagem) quanto em Maxine.
História de um Casamento Banshees de Inisherin O desprezo
A maior tristeza do mundo é ver que alguém prefere se mutilar - literal ou metaforicamente - do que ver o outro novamente. Dói mais quando ainda existem conversas sobre uma mínima intimidade, mas essas conversas são metódicas, formais e frias. Tudo é só uma sombra daquilo que um dia foi.
"Você terminou sua música?" "Sim e pensei em tocá-la no seu velório".
Persiga o que te persegue e aquilo que busca acabará por te encontrar.
Achei um filme MUITO sólido e rápido, o que é um mérito nestes tempos em que todo lançamento precisar ser longo e pretender à profundidade. Na minha opinião faltou UM POUQUINHO de suspense, mas confesso que, como vim d'O telefone preto, minha percepção de tensão pode estar alterada.
Há muita coisa pra ser falada desse filme. Mas acho que tudo sobre RED já está sendo discutido em "tudo em todo lugar ao mesmo tempo".
Digo mais, Red é o filme que "tudo em tudo lugar ao mesmo tempo" queria ser. Porém, os asseclas da A24 talvez ainda não estejam prontos pra essa conversa.
"Não querer nada de diferente do que é, nem no futuro, nem no passado, nem por toda a eternidade. Não só suportar o que é necessário, mas amá-lo" - Nietzsche.
Creio que o conceito de "amor fati" exposto na frase acima resume bem este filme. Não se trata de tentar modificar nossas escolhas passadas ou sofrer por um futuro que nunca teremos, mas de aceitar cruel e cruamente o presente, amando aquilo que se é, em nós e nos outros.
Enfim, um bom filme e minha única crítica fica ao hype, já que fui assistir achando que viveria mais intensamente as emoções expostas, riria muito com as cenas de comédia, choraria litros com as lições sentimentais e daí por diante. No fim, não ri tanto e nem chorei (tanto), mas fiquei pensando nele por algumas horas e, acho que assim são as boas obras, não? Elas não precisam mudar o rumo das nossas vidas, basta que nos façam sentir. Ainda que seja um pouco. Ainda que seja a realidade.
Não achei um filme bom e, tampouco, um filme ruim. É apenas um filme mais voltado pras crianças de hoje do que pros velhos fãs de Toy Story. Ao contrário do que estão dizendo, Lightyear NÃO é um atentado hediondo ao legado do Buzz. Além disso, a cena do beijo é SÓ um beijo, eu realmente não entendo qual a glória (ou terror) disso, capaz de gerar tanto bafafá.
Enfim, Lightyear não cria laços afetivos como criou Toy Story, não emociona como Divertidamente emocionou e não subverte - em termos de storytelling - como Wall-E subverteu.
É mediano e divertido, aliás, não acho que dê pra esperar muito mais de um cosmonauta bonachão eivado de militarismo, patriotismo e senso de dever.
PS: creio que o jogo Ratchet & Clank (remake do PS4) tem uma história de patrulheiro espacial anos-luz mais bem contada e divertida do que a desse filme.
--------------------------------------------------------------- EDIT: assisti esse filme tem três meses e tenho pensado nele constantemente. Acho que "traumatizado" não tenha sido uma boa palavra, porém, o filme mudou completamente minha percepção - não sobre cinema - mas sobre relações de prazer. Pergunto: existe prazer FORA da dor? Não digo apenas a dor física, incluo também a psicológica.
Todo amor é um pequeno trauma. Todo amor é uma cicatriz. Ainda que seja bom. Ainda que seja leve.
"Estou triste porque não sou livre ou não tenho liberdade porque sou triste?"
"–O fato de eu ser tão má com você significa que eu não te amo. –Não. Significa que não existem amores felizes."
Michel é o estrangeiro de Camus, insosso, indiferente. Nada o atrai e nada lhe faz sentido. Em sua vida não há prazer, tudo é cinza, como a fumaça do cigarro que compulsivamente fuma. Já Patricia sente, sofre e sangra. Carrega em si toda a ansiedade e incerteza da metade final do século. Não se preocupa com a guerra finda ou com as marcas por ela deixadas, importa-se mais com o humano em uma perspectiva egoiga, procura seu próprio lugar em um mundo fragmentado. Isso fica muito claro quando atua na coletiva de imprensa, mais lhe importa saber das ambições do autor em detrimento do conteúdo da obra por ele escrita. O amor entre esses dois seres distintos em sua essência é um amor de extremo conflito, inconciliável.
Então a disney quis fazer seu próprio Cem Anos de Solidão?
Acho que alguém do departamento de roteiros precisa resolver os próprios traumas, porque, assim como Moana, Raya e Brothers, é mais um filme cujo tema é ancestralidade e dilemas inter (ou intra) familiares.
O filme é bem redondinho e bom em tudo que faz, mas está longe de ser essa obra-prima que estão vendendo.
Aliás, quando nos voltamos pro relacionamento interpessoal das personagens, vemos que Melancolia - do Lars Von Trier - já tratou de TODOS esses dilemas, em uma época em que a pauta da catástrofe planetária ainda estava fria. Enfim, é bom, só não impressiona.
"Eu te amo e você me faz mal. Deforma-me, até que eu fique feia"
"A única coisa que eu lembro é seu nome e eu o chamo"
Acho que o ponto mais sensível é a relação indivíduo/cidade e como o local que você vive molda PROFUNDAMENTE seus sentimentos. Só quem cresceu (e amou) longe de mais das capitais - como muitos de nós - entende como são dolorosas as partidas e como são asfixiantes, e ao mesmo tempo paradoxalmente imensas, as pequenas cidades.
Se tornou um dos meus filmes preferidos, mas não pretendo revê-lo nunca.
Acho que o filme emociona tanto porque lida com dois sentimentos extremamente doloridos pra qualquer um de nós: permitir se esquecer e aceitar ser esquecido.
De qualquer forma, um blockbuster digno de fim de ano e de ser visto no cinema. Tem ação, aventura, comédia. Um acerto tão grande da Marvel que você até esquece que está assistindo um filme do MCU.
Pearl
3.9 989Terror com sentimento é o melhor tipo de terror.
É muito interessante como X e Pearl têm uma camada metanarrativa, sobre o Cinema enquanto um meio de ascensão social, ainda que em contextos diferentes.
Além disso, o sentimento de inconformismo e recusa de pertencimento à vida é simétrico e se reproduz tanto em Pearl (personagem) quanto em Maxine.
Filmaço.
Renfield - Dando o Sangue Pelo Chefe
3.2 248 Assista AgoraIsso é uma comédia macabra ou um terrir? Não sei, mas seu eu pudesse comparar, compararia com Um Drink no Inferno.
Ótimo filme pra uma noite de sábado fria ou um finzinho de tarde no domingo.
Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes
3.6 507 Assista AgoraEu diria que é um filme sem defeitos para o que ele se propõe a fazer.
Uma história fluída, divertida, emocionante e fechada em si mesmo,
Seria ótimo se a indústria voltasse à tendência de filmes únicos ou com pouca continuação.
É claro que eu amaria outros filmes no universo D&D, mas ficaria mais feliz se fossem histórias autônomas e desvinculadas desta.
Super Mario Bros.: O Filme
3.9 781 Assista AgoraAs referências são ótimas, mas são MUITAS. Parece um tapete de retalhos de TUDO que envolve Mario, inclusive o filme dos anos 90.
Dito isto, e apesar de, é um filme bem divertido, gostoso de assistir, engraçado e com boas cenas de aventura animada.
A Vida Secreta de Walter Mitty
3.8 2,0K Assista AgoraSobre ser quem se é e viver o que se tem.
"As coisas belas não clamam por atenção."
Os Banshees de Inisherin
3.9 568 Assista AgoraTop 3 filmes de término:
História de um Casamento
Banshees de Inisherin
O desprezo
A maior tristeza do mundo é ver que alguém prefere se mutilar - literal ou metaforicamente - do que ver o outro novamente. Dói mais quando ainda existem conversas sobre uma mínima intimidade, mas essas conversas são metódicas, formais e frias. Tudo é só uma sombra daquilo que um dia foi.
"Você terminou sua música?"
"Sim e pensei em tocá-la no seu velório".
Não Se Preocupe, Querida
3.3 554 Assista AgoraQuerida, se preocupe sim, pois
este homem é LOUCO
O Predador: A Caçada
3.6 663Persiga o que te persegue e aquilo que busca acabará por te encontrar.
Achei um filme MUITO sólido e rápido, o que é um mérito nestes tempos em que todo lançamento precisar ser longo e pretender à profundidade. Na minha opinião faltou UM POUQUINHO de suspense, mas confesso que, como vim d'O telefone preto, minha percepção de tensão pode estar alterada.
Princesa Mononoke
4.4 944 Assista Agoraa mulher que LITERALMENTE corre com lobos
Red: Crescer é uma Fera
3.9 554 Assista AgoraHá muita coisa pra ser falada desse filme. Mas acho que tudo sobre RED já está sendo discutido em "tudo em todo lugar ao mesmo tempo".
Digo mais, Red é o filme que "tudo em tudo lugar ao mesmo tempo" queria ser. Porém, os asseclas da A24 talvez ainda não estejam prontos pra essa conversa.
Tudo em Todo O Lugar ao Mesmo Tempo
4.0 2,1K Assista Agora"Não querer nada de diferente do que é, nem no futuro, nem no passado, nem por toda a eternidade. Não só suportar o que é necessário, mas amá-lo" - Nietzsche.
Creio que o conceito de "amor fati" exposto na frase acima resume bem este filme. Não se trata de tentar modificar nossas escolhas passadas ou sofrer por um futuro que nunca teremos, mas de aceitar cruel e cruamente o presente, amando aquilo que se é, em nós e nos outros.
Enfim, um bom filme e minha única crítica fica ao hype, já que fui assistir achando que viveria mais intensamente as emoções expostas, riria muito com as cenas de comédia, choraria litros com as lições sentimentais e daí por diante. No fim, não ri tanto e nem chorei (tanto), mas fiquei pensando nele por algumas horas e, acho que assim são as boas obras, não? Elas não precisam mudar o rumo das nossas vidas, basta que nos façam sentir. Ainda que seja um pouco. Ainda que seja a realidade.
Lightyear
3.3 391 Assista AgoraNão achei um filme bom e, tampouco, um filme ruim. É apenas um filme mais voltado pras crianças de hoje do que pros velhos fãs de Toy Story. Ao contrário do que estão dizendo, Lightyear NÃO é um atentado hediondo ao legado do Buzz. Além disso, a cena do beijo é SÓ um beijo, eu realmente não entendo qual a glória (ou terror) disso, capaz de gerar tanto bafafá.
Enfim, Lightyear não cria laços afetivos como criou Toy Story, não emociona como Divertidamente emocionou e não subverte - em termos de storytelling - como Wall-E subverteu.
É mediano e divertido, aliás, não acho que dê pra esperar muito mais de um cosmonauta bonachão eivado de militarismo, patriotismo e senso de dever.
PS: creio que o jogo Ratchet & Clank (remake do PS4) tem uma história de patrulheiro espacial anos-luz mais bem contada e divertida do que a desse filme.
As Virgens Suicidas
3.8 1,4K Assista AgoraEu trocaria alguns dos momentos mais felizes da minha vida pra viver dentro de uma tarde melancólica num filme da Sofia Coppola.
O Homem do Norte
3.7 940 Assista AgoraO filme mais palatável do Robert Eggers até agora. Aliás, O Homem do Norte já consolida a carreira dele como um grande diretor folclórico.
A Professora de Piano
4.0 685 Assista AgoraEstou traumatizado pelo resto da minha vida.
---------------------------------------------------------------
EDIT: assisti esse filme tem três meses e tenho pensado nele constantemente. Acho que "traumatizado" não tenha sido uma boa palavra, porém, o filme mudou completamente minha percepção - não sobre cinema - mas sobre relações de prazer. Pergunto: existe prazer FORA da dor? Não digo apenas a dor física, incluo também a psicológica.
Todo amor é um pequeno trauma. Todo amor é uma cicatriz. Ainda que seja bom. Ainda que seja leve.
Anjos Caídos
4.0 260 Assista Agora"Eu o encontrei quando precisava de uma capa de chuva... e eu queria que chovesse todos os dias."
tick, tick... BOOM!
3.8 450Andrew Garfield parece que a todo momento está a beira de um surto.
Acossado
4.1 510 Assista Agora"Estou triste porque não sou livre ou não tenho liberdade porque sou triste?"
"–O fato de eu ser tão má com você significa que eu não te amo.
–Não. Significa que não existem amores felizes."
Michel é o estrangeiro de Camus, insosso, indiferente. Nada o atrai e nada lhe faz sentido. Em sua vida não há prazer, tudo é cinza, como a fumaça do cigarro que compulsivamente fuma.
Já Patricia sente, sofre e sangra. Carrega em si toda a ansiedade e incerteza da metade final do século. Não se preocupa com a guerra finda ou com as marcas por ela deixadas, importa-se mais com o humano em uma perspectiva egoiga, procura seu próprio lugar em um mundo fragmentado. Isso fica muito claro quando atua na coletiva de imprensa, mais lhe importa saber das ambições do autor em detrimento do conteúdo da obra por ele escrita.
O amor entre esses dois seres distintos em sua essência é um amor de extremo conflito, inconciliável.
Encanto
3.8 804Então a disney quis fazer seu próprio Cem Anos de Solidão?
Acho que alguém do departamento de roteiros precisa resolver os próprios traumas, porque, assim como Moana, Raya e Brothers, é mais um filme cujo tema é ancestralidade e dilemas inter (ou intra) familiares.
Não Olhe para Cima
3.7 1,9K Assista AgoraO filme é bem redondinho e bom em tudo que faz, mas está longe de ser essa obra-prima que estão vendendo.
Aliás, quando nos voltamos pro relacionamento interpessoal das personagens, vemos que Melancolia - do Lars Von Trier - já tratou de TODOS esses dilemas, em uma época em que a pauta da catástrofe planetária ainda estava fria. Enfim, é bom, só não impressiona.
O Estranho Mundo de Jack
4.1 1,3K Assista AgoraHalloween o ano todo
Hiroshima, Meu Amor
4.2 315 Assista Agora"Eu te amo e você me faz mal. Deforma-me, até que eu fique feia"
"A única coisa que eu lembro é seu nome e eu o chamo"
Acho que o ponto mais sensível é a relação indivíduo/cidade e como o local que você vive molda PROFUNDAMENTE seus sentimentos. Só quem cresceu (e amou) longe de mais das capitais - como muitos de nós - entende como são dolorosas as partidas e como são asfixiantes, e ao mesmo tempo paradoxalmente imensas, as pequenas cidades.
Se tornou um dos meus filmes preferidos, mas não pretendo revê-lo nunca.
A Crônica Francesa
3.5 287 Assista AgoraExcepcional. Uma fina joia da montagem e fotografia. Além disso, não dá pra negar a profundidade extremamente sensível do trivial.
Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa
4.2 1,8K Assista AgoraAcho que o filme emociona tanto porque lida com dois sentimentos extremamente doloridos pra qualquer um de nós: permitir se esquecer e aceitar ser esquecido.
De qualquer forma, um blockbuster digno de fim de ano e de ser visto no cinema. Tem ação, aventura, comédia. Um acerto tão grande da Marvel que você até esquece que está assistindo um filme do MCU.
Por fim, qual o problema com Andrew Garfield? Gosto muito desse spider homem descolado kkkkkkkkkkkk