Interessante filme da fase "crepuscular" do noir. É fiel aos elementos característicos do subgênero, tais como: anti-herói como protagonista, femme fatale como contraponto, primorosa fotografia em PB, etc; no entanto, inova ao flertar c\ a ficção científica. Aliás, muito se especula, até hoje, sobre o que o filme estaria de fato falando: ameaça nuclear? guerra fria? paranóia anticomunista?
Sem sombra de dúvida, um dos mais "nouvelle vagueanos" filmes já produzidos em terras nipônicas. Aliás, é interessante observar que Suzuki (que sempre se orgulhou de "fazer filmes p\ a massa") em "A Marca do Assassino", utilizou uma série de recursos vanguardistas, tais como: narrativa não-linear, corte seco, montagem paralela (com cenas desconectadas), etc. Embora não possua o apuro estético de "Tóquio Violenta"(1964), o filme em questão é válido enquanto ousado experimento; ousadia esta que custou a Suzuki, sua demissão da famosa produtora Nikkatsu.
É, sem dúvida, um dos mais belos filmes do grande Jean Garrett, com estética e temática claramente influenciadas pelos "giallos" italianos (Mario Bava, Lucio Fulci, etc). Aliás, a ambientação "litorânea" da trama, chega a lembrar um belíssimo filme de Mario Bava: "Cinco Bonecas para a Lua de Agosto". Merecem destaque aqui a linda fotografia, a cargo de Carlos Reichenbach e também a presença da então jovem e bela, Aldine Muller.
Vai muito além de ser uma mera versão tupiniquim de "Saturday Night's Fever". Como quase sempre ocorre nos filmes do grande Cláudio Cunha, por trás da aparente ingenuidade da trama, há uma verdadeira radiografia do Brasil setentista, abordando questões como emancipação feminina, dilemas da adolescência, machismo, etc; bem como, em termos gerais, uma inteligente sátira à hipocrisia característica do "classe medianismo" nosso de cada dia. Destaque p\ a ótima trilha sonora, repleta de clássicos (nacionais e internacionais) daquele período. Também merecem destaque absoluto a presença da charmosíssima Sandra Bréa, bem como das belas Simone Carvalho e Sílvia Salgado.
Em primeiro lugar, como não reparar que a própria nata do cinema brasileiro setentista estava presente na equipe técnica deste filme: Jean Garrett (assistente de direção), Inácio Araújo (sim, o futuro crítico renomado - montagem), Ozualdo Candeias (fotografia), Jairo Ferreira (assistente de montagem), etc. E quanto ao filme propriamente dito, ao contrário do que sugere o título, não se trata de uma pornochanchada, mas sim de um bom drama\policial que discute temas como preconceito social e homossexualismo, por meio de um viés existencial e até mesmo psicodélico, raramente visto no cinema brasileiro. Não por acaso, costuma ser comparado a "Noite Vazia"(1964). Tal comparação até faz sentido, embora os protagonistas aqui retratados sejam oriundos da classe operária, e não jovens burgueses em busca de aventuras. Enfim, o roteiro de "A Noite do Desejo" parte de uma ótima premissa, mas, em alguns momentos, acaba se perdendo no desenvolvimento das diversas tramas paralelas... Mas, em termos gerais, o resultado é bastante positivo!
Filme precursor do "cinema catástrofe" em terras tupiniquins. Além disso, é também interessante constatar que muito antes da "monopolizações globo" enxergar esse filão do filme espírita, o grande Clery Cunha (uma simpatia de pessoa a quem tive o prazer de entrevistar recentemente) já havia percebido o potencial de um filme c\ tal temática. Para os desinformados de plantão que não fazem ideia do que era produzir um filme de tais proporções naquele período (início dos anos 80), sobretudo aqui em SP, onde a "casa dos cineastas bem-nascidos" (Embrafilme) raramente investia um centavo; e muito menos a Petrobrás ainda não havia se tornado a "grande mãe" do cinema brasileiro, ou melhor, dos cineastas ricos que, hipocritamente ousam falar sobre miséria; em suma, afirmo, sim, que "Joelma, 23o Andar", era uma grande produção! Nesse momento, outra leva de desinformados dirá: "Ah, mas a trama é folhetinesca e apela p\ o melodrama em diversos momentos". Sim, isso é verdade, mas, até aí, é fato que mesmo o cinema norte-americano médio sempre fez (e ainda faz) uso de tais recursos dramáticos... Destaco no filme em questão, o competente trabalho de direção, fotografia e, sobretudo, direção de arte, pois a composição dos cenários e figurinos buscou uma coerência na escolha da paleta de cores em tons pastéis; coerência esta que, muitas vezes, eu não tenho visto em muitos filmes brasileiros contemporâneos, produzidos por gente renomada e oriunda de grandes faculdades de cinema.... Obs: destaque também p\ o figuraça, Castor Guerra, que faz uma pequena participação ao longo do filme.
"Você nunca tem escolha, é como uma folha que o vento leva de sarjeta em sarjeta"... Estão presentes neste belo filme, todos os itens que caracterizam um noir clássico: anti-herói como protagonista, femme fatale, narração em off, recorrência aos flashbacks, primorosa fotografia em PB, diálogos afiadíssimos que refletem cinismo e total descrença na humanidade, etc; e todos eles utilizados c\ muita inteligência e da melhor forma possível! Destaque p\ a presença da bela e charmosíssima Jane Greer, encarnando uma perfeita "femme fatale".
Fala-se muito sobre o suposto "amadorismo" de Francisco Cavalcanti como diretor de cinema. Sobre isto, farei duas observações: 1) Em primeiro lugar, é preciso levar em conta que praticamente todos os envolvidos na produção dos filmes de Cavalcanti (inclusive o próprio diretor) eram autodidatas em suas funções. No entanto, vejo presente em seu trabalho, toda a "gramática" característica do cinema clássico, ou seja, não vejo (sobretudo no caso específico do filme analisado) nenhum grande problema na composição da decupagem deste filme, seja na escolha dos planos utilizados, ou mesmo no desenvolvimento da narrativa. A trama aqui apresentada é folhetinesca e exagera na dramaticidade de algumas cenas? Sim, mas e daí? O cinema norte-americano, em sua vertente mais comercial, também sempre se valeu destes artifícios... 2) E volto a insistir naquilo que já disse ao comentar outro trabalho de Cavalcanti: Há muitos cineastas (ou aspirantes ao posto) oriundos de renomados cursos de cinema (Faap, Eca, etc.) que não são capazes de fazerem algo melhor! Pensem nisso... Obs: destaque p\ o bom trabalho de fotografia e também p\ a presença da maravilhosaaaaa Zilda Mayo. Aliás, que inveja sinto do Fabrício Cavalcanti (a quem entrevistei recentemente) pelo privilégio que teve quando garoto de protagonizar aquela cena deitado na cama ao lado da bela musa... (risos). Abençoada seja a incorreção política que caracterizava o cinema daquele período... Conservadores, elitistas e pseudo-moralistas de plantão, tremeis!!!
Um belíssimo filme do grande Joseph Losey, com um ótimo roteiro, repleto de diálogos afiados, escrito (sob pseudônimo) por Donald Trumbo. Se levarmos em conta que tanto o diretor (Losey) quanto o roteirista (Trumbo) eram homens de esquerda que, pouco tempo depois, seriam banidos da indústria cinematográfica norte-americana pelo Macarthismo; basta prestar atenção pelo que está subentendido nas entrelinhas da trama de "O Cúmplice das Sombras" p\ notar que ambos parecem pregar contra o caráter amoral que, por trás das aparências, rege o sistema capitalista e, consequentemente, a busca pela realização do "american dream". Desse modo, nada mais adequado que a estética característica do filme noir (onde nada nunca é o que parece à primeira vista) p\ discorrer sobre tal tema... Merecem destaque o primoroso trabalho de direção e fotografia, bem como a curiosa presença de Robert Aldrich, como assistente de direção.
O título claramente marqueteiro (conforme ouvi de vários remanescentes do cinema da Boca nas entrevistas que realizei recentemente) deve-se, sobretudo, a uma necessidade de mercado, visto que, ao menos na versão "comercial" deste filme, nem mesmo há cenas de sexo explícito, ao contrário do que sugere o título... Conforme me informaram cineastas como José Miziara, Clery Cunha e Fabrício Cavalcanti (filho do Chico), tais títulos sensacionalistas e apelativos, eram uma "exigência" dos produtores e exibidores daquele período... E quanto ao filme em questão, é evidente que há grandes furos no roteiro.... Mas, até aí, considero um fato perfeitamente perdoável em se tratando de um trabalho executado por autodidatas, pois, cá entre nós, há muita gente graduada em renomados cursos de cinema (Faap, Eca, etc.) que não é capaz de fazer coisa melhor, não é verdade? Pensem nisso...
O eterno "demolidor de instituições", Marco Bellocchio, mais uma vez discorre sobre o eterno embate entre o permanentemente insatisfeito desejo humano e as convenções impostas pela moral cristã pequeno-burguesa. Destaque p\ ótimo elenco (Lou Castel, Michel Piccoli, Emmanuelle Riva e Angela Molina) que compõe o cotidiano de duas famílias absolutamente ensandecidas e tipicamente bellocchianas.
As limitações do roteiro são compensadas por um ótimo trabalho de direção, caracterizado por ritmo ágil e planos bem fechados. É ao lado de "A Filha do Padre"(Tony Vieira), um dos melhores representantes do chamado "western feijoada". A referência mais explícita aqui é, obviamente, a filmografia de Sergio Leone. Obs: destaque p\ a presença do grande Virgílio Roveda (ao qual tive a honra de entrevistar recentemente) como assistente de direção.
A ideia central do roteiro é boa e conta c\ personagens divertidíssimos, tais como o líder religioso norte-americano, Mr. Stank (vivido pelo grande Roberto Maya) e também aquele sujeito que inferniza todo mundo, falando sobre seu touro reprodutor, "Marajá". No entanto, o roteiro acaba se perdendo no desenvolvimento de tantas tramas paralelas... Além disso, "Noite em Chamas" não conta c\ o mesmo apuro estético (em termos de figurinos e cenografia) dos filmes anteriores de Garret ("Amadas e Violentadas" e "Excitação"). Obs: a grande sacada mesmo de "Noite em Chamas" está em seu caráter verdadeiramente premonitório quanto a futura e nefasta ligação entre as grandes seitas religiosas e os meios de comunicação... Merecem também destaque a ponta feita por Carlos Reichenbach (como ator) e a presença das belíssimas musas, Helena Ramos e Zilda Mayo.
Eis um dos mais belos filmes do grande Jean Garrett, claramente influenciado pelos "giallos" italianos (Lucio Fulci, Sergio Martino) e também pela "blaxploitation" norte-americana (Jack Hill, Gordon Parks Jr.). O roteiro folhetinesco bebe na mesma fonte da "psicologia de almanaque" na qual eram inspiradas as tramas de diretores italianos como Dario Argento, por exemplo. Obs: mas que fique claro que meu comentário não possui nenhum tom de crítica, pois é bastante louvável a atitude de Garrett de fazer "cinema de gênero", claramente comercial, mas sem abrir da qualidade em termos de produção. Aliás, o filme é maravilhoso do ponto de vista estético, possui lindos figurinos e também um ótimo trabalho de fotografia, ressaltando as cores quentes que o caracterizam. Merecem também destaque o competente trabalho de montagem a cargo do grande Walter Wanny, bem como a presença da bela Fernanda de Jesus.
O título marqueteiro pode induzir à ideia de que "Excitação" trata-se de apenas mais uma pornochanchada, no entanto, temos aqui uma espécie de suspense sobrenatural, envolvendo paranormalidade, etc. Aliás, o filme é precursor do gênero em terras tupiniquins, sendo claramente influenciado pela segunda fase dos "giallos" italianos, reverenciando e ao mesmo tempo satirizando tal subgênero. O estilo de direção aqui praticado pelo grande Jean Garrett, caracterizado por muitos planos-detalhe no olhar dos personagens, assemelha-se muito ao de grandes mestres do terror italiano, tais como Lucio Fulci e Dario Argento. Merecem destaque o sempre competente trabalho de montagem a cargo do grande Walter Wanny, a ótima trilha sonora "progressiva" composta por Roberto Strada, e, claro, a presença (ainda que pequena) da absurdamente linda, Zilda Mayo.
"Uivai, pecadora, teu uivo alucinado!" Não chega a ser um dos melhores trabalhos do grande Ody Fraga, o autêntico "intelectual da Boca". No entanto, possui alguns momentos memoráveis, como por exemplo aquele em que um pastor tenta converter uma prostituta, exclamando a célebre frase que citei logo acima. É sempre notável o modo como a inteligência privilegiada de Fraga, permitia-lhe encontrar formas de abordar, mesmo num filme de extremo apelo popular, temas como: machismo, preconceito racial, a eterna hipocrisia de nossa classe média, etc. Destaque p\ a presença da sempre bela Sandra Graffi.
Cronenberg erra, mais uma vez, ao tentar se reinventar como crítico da "sociedade do espetáculo". Em certos momentos, "Mapa para as Estrelas" soa ainda mais artificial do que o trabalho anterior do diretor ("Cosmópolis") que, aliás, era mais eficiente em sua manjada tentativa de "criticar o sistema". Ao flertar c\ o onírico e o surreal, o novo trabalho de Cronenberg chega a lembrar o célebre "Cidade dos Sonhos" de David Lynch, mas sem alcançar nem um terço da genialidade deste já clássico filme. Enfim, o destaque aqui acaba ficando mesmo por conta da premiada atuação da sempre ótima Julianne Moore. Triste momento do antes genial autor de obras-primas como "Videodrome"(1982) e "Crash"(1996). Melhor sorte na próxima tentativa, grande Cronenberg!
O grande Cláudio Cunha erra ao tentar recriar a genialidade de um de seus melhores trabalhos, "Amada Amante"(1978) que, aliás, chega a ser citado durante a abertura deste filme. Em "Profissão Mulher", além de mais uma vez retratar a hipocrisia típica da classe média brasileira, o diretor procura abordar temas como emancipação feminina, machismo, etc; mas o faz de forma rasa, num roteiro mal desenvolvido que acaba se perdendo me meio às muitas tramas paralelas. O grande destaque acaba ficando mesmo por conta das boas atuações de Patrícia Scalvi ("intelectual não vai à praia, só bebe") e, sobretudo, da veterana Lady Francisco. Obs: também não posso deixar de destacar a presença da absurdamente linda Simone Carvalho como protagonista.
Antes de tudo, um filme feito p\ aqueles que, assim como eu, amam música de verdade! Não é um primor em termos de roteiro, a trama é previsível, a temática é extremamente norte-americana, envolvendo temas como superação, a eterna necessidade de "ser um vencedor", etc. No entanto, se, assim como eu, você for um aficionado por bateria jazzística (Art Blakey, Max Roach, etc), não há como não gostar de "Whiplash". Aliás, para aqueles espíritos limitados que dizem coisas do tipo: "Jazz é música apenas p\ músicos", lanço a seguinte pergunta: por acaso, p\ poder apreciar uma bela pintura feita por qualquer um dos grandes mestres das artes plásticas é necessário saber pintar? Obs: a bela fotografia do filme também merece destaque!
Ah, e como eu já ia me esquecendo de dizer, este belo filme, sem dúvida, levou Pedro Almodóvar que, antes de tudo, é um grande cinéfilo, a fazer o também já clássico "Ata-me".
Atuação soberba de Terence Stamp, o "Alain Delon britânico". O bom roteiro fala sobre incompreensão, incomunicabilidade entre pessoas de diferentes níveis culturais e sociais e obsessão. Merece também destaque o competente trabalho de direção de arte, fazendo uso de belos tons pastéis na composição dos cenários e figurinos e explorando a saturação característica do technicolor.
Um despretensioso filme do antes polêmico Lukas Moodysson. Embora ingênuo, aborda de forma simpática temas como preconceito e também a necessidade que todo adolescente tem de se sentir fazendo parte de alguma coisa, ou seja, de encontrar os seus "iguais na exclusão". Obs: fazer menção ao período em que o autêntico punk rock reinava nos corações e mentes juvenis, é estratégia certeira p\ conquistar os saudosistas trintões como eu... Punk is not dead!!!!
Muito antes de filmes como "Dália Negra"(Brian De Palma) e "8MM"(c\ Nicolas Cage), nosso querido Cláudio Cunha já havia rodado um filme fazendo menção aos lendários "Snuff-movies" (filmes caseiros c\ mortes reais). O roteiro escrito em parceria c\ Carlos Reichenbach é interessante, abordando, claramente, a total falta de escrúpulos e absoluta certeza de impunidade por parte das elites, mas acaba se perdendo um pouco na segunda metade do filme. Uma das melhores piadas do filme, está no momento em que o "produtor norte-americano" do snuff, ao revelar ser também brasileiro, diz: "E vocês estariam aqui fazendo esse filme se não acreditassem que eu era mesmo gringo?" Fina ironia acerca do velho "complexo de vira-lata" do qual padecem os brasileiros... Destaque p\ o ótimo elenco, composto por Carlos Vereza, Canarinho e a bela Rossana Ghessa.
Filme da fase final do lendário "Cinema da Boca", período em que as salas exibidoras de cinema, devido a chegada massiva da indústria pornográfica norte-americana, já não se interessavam mais em exibir as pornochanchadas brasileiras, então consideradas "ingênuas". Neste momento (meados dos anos 80), os velhos diretores da "Boca", ainda que a contragosto, tiveram que incluir cenas de sexo explícito em seus filmes. Tal fato, obviamente, gerou o afastamento das grandes musas da fase de ouro do cinema da rua do Triunfo. Não por acaso, conforme tenho ouvido constantemente dos diretores da velha guarda, aos quais entrevistei recentemente (José Miziara, Clery Cunha, Fabrício Cavalcanti, etc), essa "obrigatoriedade" do sexo explícito nas produções nacionais (por questões de mercado), em pouco tempo, acabou decretando a sentença de morte do antes tão criativo cinema da Boca. É curioso o fato de que Jean Garret, buscando o anonimato ao dirigir este filme, utilizou como pseudônimo seu verdadeiro nome! (Joaquim Antônio Nunes). Mas até que "O Beijo da Mulher Piranha" tem lá seu valor... É bem dirigido e segue uma tendência que acompanha o cinema brasileiro desde os tempos da chanchada cinquentista: a de parodiar\satirizar filmes de grande sucesso internacional, nesse caso, é evidente a citação a "O Beijo da Mulher Aranha", dirigido pelo argentino Hector Babenco, nos Estados Unidos. Obs: a cena de sexo c\ a máquina de lavar merece menção honrosa!
A Morte num Beijo
3.8 60 Assista AgoraInteressante filme da fase "crepuscular" do noir. É fiel aos elementos característicos do subgênero, tais como: anti-herói como protagonista, femme fatale como contraponto, primorosa fotografia em PB, etc; no entanto, inova ao flertar c\ a ficção científica. Aliás, muito se especula, até hoje, sobre o que o filme estaria de fato falando: ameaça nuclear? guerra fria? paranóia anticomunista?
A Marca do Assassino
4.0 19Sem sombra de dúvida, um dos mais "nouvelle vagueanos" filmes já produzidos em terras nipônicas. Aliás, é interessante observar que Suzuki (que sempre se orgulhou de "fazer filmes p\ a massa") em "A Marca do Assassino", utilizou uma série de recursos vanguardistas, tais como: narrativa não-linear, corte seco, montagem paralela (com cenas desconectadas), etc. Embora não possua o apuro estético de "Tóquio Violenta"(1964), o filme em questão é válido enquanto ousado experimento; ousadia esta que custou a Suzuki, sua demissão da famosa produtora Nikkatsu.
A Força dos Sentidos
3.8 5É, sem dúvida, um dos mais belos filmes do grande Jean Garrett, com estética e temática claramente influenciadas pelos "giallos" italianos (Mario Bava, Lucio Fulci, etc). Aliás, a ambientação "litorânea" da trama, chega a lembrar um belíssimo filme de Mario Bava: "Cinco Bonecas para a Lua de Agosto". Merecem destaque aqui a linda fotografia, a cargo de Carlos Reichenbach e também a presença da então jovem e bela, Aldine Muller.
Sábado Alucinante
3.0 13Vai muito além de ser uma mera versão tupiniquim de "Saturday Night's Fever". Como quase sempre ocorre nos filmes do grande Cláudio Cunha, por trás da aparente ingenuidade da trama, há uma verdadeira radiografia do Brasil setentista, abordando questões como emancipação feminina, dilemas da adolescência, machismo, etc; bem como, em termos gerais, uma inteligente sátira à hipocrisia característica do "classe medianismo" nosso de cada dia. Destaque p\ a ótima trilha sonora, repleta de clássicos (nacionais e internacionais) daquele período. Também merecem destaque absoluto a presença da charmosíssima Sandra Bréa, bem como das belas Simone Carvalho e Sílvia Salgado.
A Noite do Desejo
3.1 7Em primeiro lugar, como não reparar que a própria nata do cinema brasileiro setentista estava presente na equipe técnica deste filme: Jean Garrett (assistente de direção), Inácio Araújo (sim, o futuro crítico renomado - montagem), Ozualdo Candeias (fotografia), Jairo Ferreira (assistente de montagem), etc. E quanto ao filme propriamente dito, ao contrário do que sugere o título, não se trata de uma pornochanchada, mas sim de um bom drama\policial que discute temas como preconceito social e homossexualismo, por meio de um viés existencial e até mesmo psicodélico, raramente visto no cinema brasileiro. Não por acaso, costuma ser comparado a "Noite Vazia"(1964). Tal comparação até faz sentido, embora os protagonistas aqui retratados sejam oriundos da classe operária, e não jovens burgueses em busca de aventuras. Enfim, o roteiro de "A Noite do Desejo" parte de uma ótima premissa, mas, em alguns momentos, acaba se perdendo no desenvolvimento das diversas tramas paralelas... Mas, em termos gerais, o resultado é bastante positivo!
Joelma 23º Andar
3.3 57Filme precursor do "cinema catástrofe" em terras tupiniquins. Além disso, é também interessante constatar que muito antes da "monopolizações globo" enxergar esse filão do filme espírita, o grande Clery Cunha (uma simpatia de pessoa a quem tive o prazer de entrevistar recentemente) já havia percebido o potencial de um filme c\ tal temática. Para os desinformados de plantão que não fazem ideia do que era produzir um filme de tais proporções naquele período (início dos anos 80), sobretudo aqui em SP, onde a "casa dos cineastas bem-nascidos" (Embrafilme) raramente investia um centavo; e muito menos a Petrobrás ainda não havia se tornado a "grande mãe" do cinema brasileiro, ou melhor, dos cineastas ricos que, hipocritamente ousam falar sobre miséria; em suma, afirmo, sim, que "Joelma, 23o Andar", era uma grande produção! Nesse momento, outra leva de desinformados dirá: "Ah, mas a trama é folhetinesca e apela p\ o melodrama em diversos momentos". Sim, isso é verdade, mas, até aí, é fato que mesmo o cinema norte-americano médio sempre fez (e ainda faz) uso de tais recursos dramáticos... Destaco no filme em questão, o competente trabalho de direção, fotografia e, sobretudo, direção de arte, pois a composição dos cenários e figurinos buscou uma coerência na escolha da paleta de cores em tons pastéis; coerência esta que, muitas vezes, eu não tenho visto em muitos filmes brasileiros contemporâneos, produzidos por gente renomada e oriunda de grandes faculdades de cinema.... Obs: destaque também p\ o figuraça, Castor Guerra, que faz uma pequena participação ao longo do filme.
Fuga do Passado
4.0 86 Assista Agora"Você nunca tem escolha, é como uma folha que o vento leva de sarjeta em sarjeta"... Estão presentes neste belo filme, todos os itens que caracterizam um noir clássico: anti-herói como protagonista, femme fatale, narração em off, recorrência aos flashbacks, primorosa fotografia em PB, diálogos afiadíssimos que refletem cinismo e total descrença na humanidade, etc; e todos eles utilizados c\ muita inteligência e da melhor forma possível! Destaque p\ a presença da bela e charmosíssima Jane Greer, encarnando uma perfeita "femme fatale".
Aberrações de Uma Prostituta
2.6 14Fala-se muito sobre o suposto "amadorismo" de Francisco Cavalcanti como diretor de cinema. Sobre isto, farei duas observações: 1) Em primeiro lugar, é preciso levar em conta que praticamente todos os envolvidos na produção dos filmes de Cavalcanti (inclusive o próprio diretor) eram autodidatas em suas funções. No entanto, vejo presente em seu trabalho, toda a "gramática" característica do cinema clássico, ou seja, não vejo (sobretudo no caso específico do filme analisado) nenhum grande problema na composição da decupagem deste filme, seja na escolha dos planos utilizados, ou mesmo no desenvolvimento da narrativa. A trama aqui apresentada é folhetinesca e exagera na dramaticidade de algumas cenas? Sim, mas e daí? O cinema norte-americano, em sua vertente mais comercial, também sempre se valeu destes artifícios... 2) E volto a insistir naquilo que já disse ao comentar outro trabalho de Cavalcanti: Há muitos cineastas (ou aspirantes ao posto) oriundos de renomados cursos de cinema (Faap, Eca, etc.) que não são capazes de fazerem algo melhor! Pensem nisso... Obs: destaque p\ o bom trabalho de fotografia e também p\ a presença da maravilhosaaaaa Zilda Mayo. Aliás, que inveja sinto do Fabrício Cavalcanti (a quem entrevistei recentemente) pelo privilégio que teve quando garoto de protagonizar aquela cena deitado na cama ao lado da bela musa... (risos). Abençoada seja a incorreção política que caracterizava o cinema daquele período... Conservadores, elitistas e pseudo-moralistas de plantão, tremeis!!!
O Cúmplice das Sombras
3.9 24Um belíssimo filme do grande Joseph Losey, com um ótimo roteiro, repleto de diálogos afiados, escrito (sob pseudônimo) por Donald Trumbo. Se levarmos em conta que tanto o diretor (Losey) quanto o roteirista (Trumbo) eram homens de esquerda que, pouco tempo depois, seriam banidos da indústria cinematográfica norte-americana pelo Macarthismo; basta prestar atenção pelo que está subentendido nas entrelinhas da trama de "O Cúmplice das Sombras" p\ notar que ambos parecem pregar contra o caráter amoral que, por trás das aparências, rege o sistema capitalista e, consequentemente, a busca pela realização do "american dream". Desse modo, nada mais adequado que a estética característica do filme noir (onde nada nunca é o que parece à primeira vista) p\ discorrer sobre tal tema... Merecem destaque o primoroso trabalho de direção e fotografia, bem como a curiosa presença de Robert Aldrich, como assistente de direção.
Sexo, Sexo e Sexo
2.5 8O título claramente marqueteiro (conforme ouvi de vários remanescentes do cinema da Boca nas entrevistas que realizei recentemente) deve-se, sobretudo, a uma necessidade de mercado, visto que, ao menos na versão "comercial" deste filme, nem mesmo há cenas de sexo explícito, ao contrário do que sugere o título... Conforme me informaram cineastas como José Miziara, Clery Cunha e Fabrício Cavalcanti (filho do Chico), tais títulos sensacionalistas e apelativos, eram uma "exigência" dos produtores e exibidores daquele período... E quanto ao filme em questão, é evidente que há grandes furos no roteiro.... Mas, até aí, considero um fato perfeitamente perdoável em se tratando de um trabalho executado por autodidatas, pois, cá entre nós, há muita gente graduada em renomados cursos de cinema (Faap, Eca, etc.) que não é capaz de fazer coisa melhor, não é verdade? Pensem nisso...
Olhos Na Boca
4.1 6O eterno "demolidor de instituições", Marco Bellocchio, mais uma vez discorre sobre o eterno embate entre o permanentemente insatisfeito desejo humano e as convenções impostas pela moral cristã pequeno-burguesa. Destaque p\ ótimo elenco (Lou Castel, Michel Piccoli, Emmanuelle Riva e Angela Molina) que compõe o cotidiano de duas famílias absolutamente ensandecidas e tipicamente bellocchianas.
Meu Nome é... Tonho
3.4 17As limitações do roteiro são compensadas por um ótimo trabalho de direção, caracterizado por ritmo ágil e planos bem fechados. É ao lado de "A Filha do Padre"(Tony Vieira), um dos melhores representantes do chamado "western feijoada". A referência mais explícita aqui é, obviamente, a filmografia de Sergio Leone. Obs: destaque p\ a presença do grande Virgílio Roveda (ao qual tive a honra de entrevistar recentemente) como assistente de direção.
Noite em Chamas
3.4 11A ideia central do roteiro é boa e conta c\ personagens divertidíssimos, tais como o líder religioso norte-americano, Mr. Stank (vivido pelo grande Roberto Maya) e também aquele sujeito que inferniza todo mundo, falando sobre seu touro reprodutor, "Marajá". No entanto, o roteiro acaba se perdendo no desenvolvimento de tantas tramas paralelas... Além disso, "Noite em Chamas" não conta c\ o mesmo apuro estético (em termos de figurinos e cenografia) dos filmes anteriores de Garret ("Amadas e Violentadas" e "Excitação"). Obs: a grande sacada mesmo de "Noite em Chamas" está em seu caráter verdadeiramente premonitório quanto a futura e nefasta ligação entre as grandes seitas religiosas e os meios de comunicação... Merecem também destaque a ponta feita por Carlos Reichenbach (como ator) e a presença das belíssimas musas, Helena Ramos e Zilda Mayo.
Amadas e Violentadas
3.4 11Eis um dos mais belos filmes do grande Jean Garrett, claramente influenciado pelos "giallos" italianos (Lucio Fulci, Sergio Martino) e também pela "blaxploitation" norte-americana (Jack Hill, Gordon Parks Jr.). O roteiro folhetinesco bebe na mesma fonte da "psicologia de almanaque" na qual eram inspiradas as tramas de diretores italianos como Dario Argento, por exemplo. Obs: mas que fique claro que meu comentário não possui nenhum tom de crítica, pois é bastante louvável a atitude de Garrett de fazer "cinema de gênero", claramente comercial, mas sem abrir da qualidade em termos de produção. Aliás, o filme é maravilhoso do ponto de vista estético, possui lindos figurinos e também um ótimo trabalho de fotografia, ressaltando as cores quentes que o caracterizam. Merecem também destaque o competente trabalho de montagem a cargo do grande Walter Wanny, bem como a presença da bela Fernanda de Jesus.
Excitação
3.6 29O título marqueteiro pode induzir à ideia de que "Excitação" trata-se de apenas mais uma pornochanchada, no entanto, temos aqui uma espécie de suspense sobrenatural, envolvendo paranormalidade, etc. Aliás, o filme é precursor do gênero em terras tupiniquins, sendo claramente influenciado pela segunda fase dos "giallos" italianos, reverenciando e ao mesmo tempo satirizando tal subgênero. O estilo de direção aqui praticado pelo grande Jean Garrett, caracterizado por muitos planos-detalhe no olhar dos personagens, assemelha-se muito ao de grandes mestres do terror italiano, tais como Lucio Fulci e Dario Argento. Merecem destaque o sempre competente trabalho de montagem a cargo do grande Walter Wanny, a ótima trilha sonora "progressiva" composta por Roberto Strada, e, claro, a presença (ainda que pequena) da absurdamente linda, Zilda Mayo.
O Sexo Nosso de Cada Dia
3.4 2"Uivai, pecadora, teu uivo alucinado!" Não chega a ser um dos melhores trabalhos do grande Ody Fraga, o autêntico "intelectual da Boca". No entanto, possui alguns momentos memoráveis, como por exemplo aquele em que um pastor tenta converter uma prostituta, exclamando a célebre frase que citei logo acima. É sempre notável o modo como a inteligência privilegiada de Fraga, permitia-lhe encontrar formas de abordar, mesmo num filme de extremo apelo popular, temas como: machismo, preconceito racial, a eterna hipocrisia de nossa classe média, etc. Destaque p\ a presença da sempre bela Sandra Graffi.
Mapas para as Estrelas
3.3 477 Assista AgoraCronenberg erra, mais uma vez, ao tentar se reinventar como crítico da "sociedade do espetáculo". Em certos momentos, "Mapa para as Estrelas" soa ainda mais artificial do que o trabalho anterior do diretor ("Cosmópolis") que, aliás, era mais eficiente em sua manjada tentativa de "criticar o sistema". Ao flertar c\ o onírico e o surreal, o novo trabalho de Cronenberg chega a lembrar o célebre "Cidade dos Sonhos" de David Lynch, mas sem alcançar nem um terço da genialidade deste já clássico filme. Enfim, o destaque aqui acaba ficando mesmo por conta da premiada atuação da sempre ótima Julianne Moore. Triste momento do antes genial autor de obras-primas como "Videodrome"(1982) e "Crash"(1996). Melhor sorte na próxima tentativa, grande Cronenberg!
Profissão Mulher
2.7 10O grande Cláudio Cunha erra ao tentar recriar a genialidade de um de seus melhores trabalhos, "Amada Amante"(1978) que, aliás, chega a ser citado durante a abertura deste filme. Em "Profissão Mulher", além de mais uma vez retratar a hipocrisia típica da classe média brasileira, o diretor procura abordar temas como emancipação feminina, machismo, etc; mas o faz de forma rasa, num roteiro mal desenvolvido que acaba se perdendo me meio às muitas tramas paralelas. O grande destaque acaba ficando mesmo por conta das boas atuações de Patrícia Scalvi ("intelectual não vai à praia, só bebe") e, sobretudo, da veterana Lady Francisco. Obs: também não posso deixar de destacar a presença da absurdamente linda Simone Carvalho como protagonista.
Whiplash: Em Busca da Perfeição
4.4 4,1K Assista AgoraAntes de tudo, um filme feito p\ aqueles que, assim como eu, amam música de verdade! Não é um primor em termos de roteiro, a trama é previsível, a temática é extremamente norte-americana, envolvendo temas como superação, a eterna necessidade de "ser um vencedor", etc. No entanto, se, assim como eu, você for um aficionado por bateria jazzística (Art Blakey, Max Roach, etc), não há como não gostar de "Whiplash". Aliás, para aqueles espíritos limitados que dizem coisas do tipo: "Jazz é música apenas p\ músicos", lanço a seguinte pergunta: por acaso, p\ poder apreciar uma bela pintura feita por qualquer um dos grandes mestres das artes plásticas é necessário saber pintar? Obs: a bela fotografia do filme também merece destaque!
O Colecionador
4.1 113Ah, e como eu já ia me esquecendo de dizer, este belo filme, sem dúvida, levou Pedro Almodóvar que, antes de tudo, é um grande cinéfilo, a fazer o também já clássico "Ata-me".
O Colecionador
4.1 113Atuação soberba de Terence Stamp, o "Alain Delon britânico". O bom roteiro fala sobre incompreensão, incomunicabilidade entre pessoas de diferentes níveis culturais e sociais e obsessão. Merece também destaque o competente trabalho de direção de arte, fazendo uso de belos tons pastéis na composição dos cenários e figurinos e explorando a saturação característica do technicolor.
Nós Somos as Melhores!
4.1 112Um despretensioso filme do antes polêmico Lukas Moodysson. Embora ingênuo, aborda de forma simpática temas como preconceito e também a necessidade que todo adolescente tem de se sentir fazendo parte de alguma coisa, ou seja, de encontrar os seus "iguais na exclusão". Obs: fazer menção ao período em que o autêntico punk rock reinava nos corações e mentes juvenis, é estratégia certeira p\ conquistar os saudosistas trintões como eu... Punk is not dead!!!!
Snuff, Vítimas do Prazer
2.9 12Muito antes de filmes como "Dália Negra"(Brian De Palma) e "8MM"(c\ Nicolas Cage), nosso querido Cláudio Cunha já havia rodado um filme fazendo menção aos lendários "Snuff-movies" (filmes caseiros c\ mortes reais). O roteiro escrito em parceria c\ Carlos Reichenbach é interessante, abordando, claramente, a total falta de escrúpulos e absoluta certeza de impunidade por parte das elites, mas acaba se perdendo um pouco na segunda metade do filme. Uma das melhores piadas do filme, está no momento em que o "produtor norte-americano" do snuff, ao revelar ser também brasileiro, diz: "E vocês estariam aqui fazendo esse filme se não acreditassem que eu era mesmo gringo?" Fina ironia acerca do velho "complexo de vira-lata" do qual padecem os brasileiros... Destaque p\ o ótimo elenco, composto por Carlos Vereza, Canarinho e a bela Rossana Ghessa.
O Beijo da Mulher Piranha
2.2 5Filme da fase final do lendário "Cinema da Boca", período em que as salas exibidoras de cinema, devido a chegada massiva da indústria pornográfica norte-americana, já não se interessavam mais em exibir as pornochanchadas brasileiras, então consideradas "ingênuas". Neste momento (meados dos anos 80), os velhos diretores da "Boca", ainda que a contragosto, tiveram que incluir cenas de sexo explícito em seus filmes. Tal fato, obviamente, gerou o afastamento das grandes musas da fase de ouro do cinema da rua do Triunfo. Não por acaso, conforme tenho ouvido constantemente dos diretores da velha guarda, aos quais entrevistei recentemente (José Miziara, Clery Cunha, Fabrício Cavalcanti, etc), essa "obrigatoriedade" do sexo explícito nas produções nacionais (por questões de mercado), em pouco tempo, acabou decretando a sentença de morte do antes tão criativo cinema da Boca. É curioso o fato de que Jean Garret, buscando o anonimato ao dirigir este filme, utilizou como pseudônimo seu verdadeiro nome! (Joaquim Antônio Nunes). Mas até que "O Beijo da Mulher Piranha" tem lá seu valor... É bem dirigido e segue uma tendência que acompanha o cinema brasileiro desde os tempos da chanchada cinquentista: a de parodiar\satirizar filmes de grande sucesso internacional, nesse caso, é evidente a citação a "O Beijo da Mulher Aranha", dirigido pelo argentino Hector Babenco, nos Estados Unidos. Obs: a cena de sexo c\ a máquina de lavar merece menção honrosa!