Em 2019 visitei o campo de concentração de Sachsenhausen, que mantém boa parte da estrutura original para visitação, dos barracões até os locais da câmera de gás e crematórios e, não prestei atenção quando cheguei ao local, mas ao sair de lá, talvez por causa do meu estado de repulsão, notei muitas casas próximas, bem próximas, coladas no muro, e fiquei pensando se elas já existiam ali na época, se foram conviventes com toda a dor, se tinham desconforto com o que acontecia além do muro de sua propriedade, ou se foram construídas depois, e pesquisando descobri que as casas já existiam, e a maioria era de oficiais, mas também existiam pessoas comuns. Os moradores da cidade colaboravam com os agentes da SS ao devolver os fugitivos pois havia um consenso sobre a "limpeza das raças" ser algo bom, e também porque eles queriam fazer parte dessa nova sociedade e entendiam que colaborar poderia lhes trazer benefícios. Eu que conhecia de leituras e filmes todo o horror, nunca tinha parado para pensar sobre o que ocorria em torno dessas instalações, e então presenciar as casas ao redor foi como perceber e adentrar na banalidade cotidiana do mal. E o filme retrata bem essa banalidade: a vizinha que em meio a um genocídio tem como maior preocupação a cortina da sala. O general e pai amoroso que adora animais e conta histórias de ninar para os filhos enquanto fala de uma niva camera de gás como quem fala de um novo eletrodoméstico comum. A mãe cúmplice que cultiva plantas, legumes e um jardim, e cuida com todo amor e alegria da casa e dos filhos. As crianças que brincam alheias a qualquer crueldade. Tudo isso ao lado do terror, adaptados a ele. Ninguém é vilanizado, mas é impossível não notar o cinismo e indiferença diante da vida perfeita aos custos do abuso de vidas. É apenas assassinato de pessoas, como uma meta de produtividade de uma empresa. É algo banal, como vem acontecendo em Gaza.
A Flórida privatizou seu sistema de cuidados infantis (deveriam ter dado essa informação no documentário), e então esse método de acusações exageradas contra os pais se tornou extremamente lucrativo para o hospital e para o sistema do bem-estar infantil. É facil ligar os pontos quando associa que o maior numero de denúncias desse tipo se concentra nesse estado. A Doutora Smith simplesmente tinha o poder nas mãos de com uma ligação para o Estado, que não supervisa a eficácia da empresa terceirizada, separar uma família. Em algum momento no documentário mostra que a Maya mesmo forçada a permanecer no hospital foi cobrada junto a seu plano por seu tratamentos de CRPS, a mesma doença que eles alegavam que a Maya não tinha que gerou a desconfiança e internação compulsória.
O delegado na pegada do Moro: não tenho provas, mas tenho convicção. A mãe da criança que acusou é uma Damares de 1994, cheia de enredos fantasiosos. Certeza que hoje solta fake news nos grupos. E quanto ao Salaro, um arrogante, nunca será Caco Barcellos.
No meio do documentário eu estava pistola de dar audiência a Globo que lucrou horrores nesse caso destruindo vidas, e agora vão lucrar de novo com a tentativa de redenção de quem participou dessa destruição.
A atuação da Nicole realmente é ótima, mas o maior motivo dessa bomba estar tendo algum destaque e reconhecimento em premiações é por causa daquela máxima de que Hollywood ama filmes que falam sobre Hollywood. A formula mágica do sucesso, lado a lado com filme de guera que inflama o patriotismo estadunidense.
mas ficou muito óbvio que era o namorado da Sam naquela hora no hospital que o Ghostface podia meter a faca nele, mas deu uma facadinha no braço bem superficial, e um empurrãozinho mais leve dos que os que recebo no metrô em horário de pico, e em seguida quando o Dewey disse que ia retornar para atirar na cabeça porque 'eles sempre voltam', ele faz uma cara de desespero de ele matar seu 'cumplice'. Enfim, se era para dar uma pequena pista, erraram na mão, e depois disso eu só precisava saber quem era o outro, porque 'sempre são dois'.
Tirando isso foi perfeito e o Wes ficaria orgulhoso. Digo com tranquilidade que está lado a lado com o primeiro em qualidade - só nao digo que é melhor porque soaria como heresia.
Prometeu e não cumpriu. Apesar de visualmente lindo, é de longe o mais fraco do Wes, e na tentativa de reforçar e e intensificar seu estilo já consagrado exagera e passa do ponto.
É impossível terminar um filme do Ken Loach e não passar as horas seguintes com considerações e análises sociais. Sua insistência crítica e seu cinema documental faz dele o mestre em retratar o mundo contemporâneo e a debilidade dos miseráveis.
Adoro quando um livro me tira da zona de conforto e me faz querer ler mais, pesquisar, aprofundar. Foi assim com “O Abusado”, do Caco Barcellos, que em determinada parte fala desse documentário do João Salles, então ao termino do livro busquei no YouTube para assistir. Quando você faz a junção dos dois (livro + documentário), a sua cabeça parece eclodir com imagens reais de tudo o que aconteceu e acontece ali nos morros do Rio de Janeiro.
É engraçado que sempre que vemos uma pessoa com tendência política à direita falar do combate ao tráfico, ela se exime em falar da corrupção que o alimenta, do PM que vende arma ao bandido e que aceita mesada para facilitar a "comercialização". Aí estes mesmos depois acham bandido ruim porque seu amigo de farda levou um tiro com a própria arma vendida por eles. Enfim, quer falar de luta contra as drogas apresentando várias referências e não só uma narrativa? É só assistir esse documentário aqui, com 3 perspectivas (policiais, moradores e traficantes) e pontos de vista que não fariam parte de uma narrativa jornalística convencional, mas que se integram perfeitamente. Essencial para entender o que é o Brasil.
A cena final com a Veronica cavalgando com o machado e gritando toda ensanguentada, com os carros policiais chegando, meu coração parou porque eu pude visualizar eles atirando nela - seria típico, rotineiro, mas ainda bem que não optaram por esse desfecho
Apesar de ser uma obra ideológica e manifestante, é bem datada, se concentra em um nicho, e as partes musicais interpretadas pela Pauline, que remetem ao movimento hippie e tal, eu simplesmente morri de vergonha alheia. No mais, serve como registro e olhar pessoal da década de 70.
Dramão social, com estrutura de documentário denunciativo, nos mostrando a falta de espaço, e os problemas enfrentados pela classe trabalhadora na década de 60, mas acaba sendo bem atemporal.
O Ken Loach, dono da frase "O Estado cria a ilusão de que, se você é pobre, a culpa é sua", já nesse primeiro filme mostra porque viria a se tornar a figura necessária para entendermos o cinema europeu atual. Inclusive em 2000, uma pesquisa feita pela Indústria da televisão, considerou essa obra como o segundo melhor filme televisivo realizado na Inglaterra.
Maior cara sexista, objetificando mulheres, buscando namorada/esposa em uma seleção não espontânea como quem escolhe comida, além do desejo por alguém jovem e submissa. Torturou foi pouco.
afinal nada mais simbólico do que a mulher negra ser morta pela única mulher policial branca presente na abordagem final. A mensagem final talvez nos fala que para evitar o genocídio negro, precisamos ser a rede de apoio um dos outros, e quando esse ciclo é quebrado, entramos em resignação.
Uma fartura e verdadeira aula de bastidores pra quem estuda comunicação, ou apenas para quem gosta do audiovisual, tipo eu. É um complemento que engrandece ainda mais a obra, além de ser gratificante ver a alegria da produção entre uma gravação e outra. Único ponto negativo é que não tem entrevista com os atores.
A produtora do filme não quis investir dinheiro o suficiente, então artistas e esportistas negros como Michael Jordan, Magic Johnson, Prince, Janet Jackson, Oprah, Tracey Chapman, Peggy Cooper e Cosby tiveram que doar grana para que o filme saísse do papel.
Prova do racismo, foi uma das tantas vezes que o Spike Lee foi ignorado no Oscar, e ainda teve o Denzel Washington perdendo a estatueta pro Al Pacino.
Enfim, tô obcecada lendo tudo sobre a magnitude que teve este homem, e o seu significado na luta pelos direitos civis. 3h e 21 minutos bem executados.
Não há atores masculinos, mas todo roteiro gira em torno de homens, isso sem entrar em mais detalhes quanto a inveja, esteriótipo, rivalidade desmedida, submissão, futilidades, deslealdade... Desculpa a quem consegue separar datas e assim relevar o mal envelhecimento das obras, mas esse filme é um dos mais misóginos que já assisti.
Único ponto positivo: Joan Crawford antagonista perfeita.
Preciso traçar um comentário não diretamente ligado ao filme, mas que está em minha cabeça desde que saí do cinema: é no mínimo interessante a Moss ter se tornado a porta voz do feminismo nas telas (julgando de acordo com seus últimos trabalhos) já que ela é uma cientologista proeminente, e sendo essa organização responsável pelo silenciamento, abuso e submissão de mulheres.
Mas quanto ao filme, adorei a metáfora da mulher constantemente desacreditada e taxada de louca, além da mistura de terror com crítica social. Aos que comentam afirmando não entender a boa avaliação recebida, obviamente são homens que realmente tendem a não compreender a representatividade.
Por mais que tenha faltado ética a jornalista envolvida na divulgação de dados da investigação, o machismo premeditado de ficcionar a forma de obtenção de fontes a troca de sexo inevitavelmente abala qualquer confiança que uma abordagem biográfica deve ter - inclusive o jornal ao qual a jornalista em questão trabalhava exigiu que fosse adicionado ao filme uma declaração reconhecendo publicamente que alguns eventos foram imaginados para fins dramáticos.
E também é muito cômodo jogar toda a culpa na mídia e em nenhum momento questionar o trabalho abominoso e incompetente dos investigadores que preferiram usar o Richard Jewell como bode expiatório. Passou tanto pano que nem o nome real deles foi usado, ainda que mantendo de todos os outros envolvidos.
Vale lembrar que Bento XVI, que poderia facilmente e carinhosamente ser chamado de Papa Nazi, fez parte da juventude Hitlerista e só "abandonou o barco" com a Alemanha esgotada. Basicamente esteve à frente por 24 anos de uma versão alemã e moderna da Inquisição, antes do papado. Do outro lado, tem-se um delator da Ditadura Argentina, que ajudou na caçou aos padres que pregavam a teologia da libertação e de resistência a ditadura. Ambos aqui no filme foram suavizados e humanizados, e fez parecer uma obra covarde que soa como peça publicitária do Vaticano. Alem do mais, é muita inocência nos querer fazer acreditar que o único e exclusivo motivo da renúncia de Bento deu-se por uma decisão pessoal, sem nenhuma pressão externa. Eu acredito que a necessidade de Reforma que a igreja necessitava, já que estava perdendo boa parte dos seus fiéis por causa da manutenção de suas idéias ultrapassadas, fez o Alto Vaticano escolher um Progressista para amenizar e planejar sua Reforma de forma controlada - ou ao menos para nos fazer acreditar nessa transição e revolução dos costumes.
Ó meu filho, eu conheço a história da Sharon Tate, conheço a filmografia do Tarantino, e sei das referências feitas no filme. Também sei que Hollywood adora uma referência de si propria. Continua sendo uma porcaria e cult na marra.
Só imagino um Tarantino vendo que deu certo sua tentativa de parecer uma liturgia cinéfila, e rindo de como as pessoas são manipuláveis acerca do que envolve seu nome.
Zona de Interesse
3.6 589 Assista AgoraEm 2019 visitei o campo de concentração de Sachsenhausen, que mantém boa parte da estrutura original para visitação, dos barracões até os locais da câmera de gás e crematórios e, não prestei atenção quando cheguei ao local, mas ao sair de lá, talvez por causa do meu estado de repulsão, notei muitas casas próximas, bem próximas, coladas no muro, e fiquei pensando se elas já existiam ali na época, se foram conviventes com toda a dor, se tinham desconforto com o que acontecia além do muro de sua propriedade, ou se foram construídas depois, e pesquisando descobri que as casas já existiam, e a maioria era de oficiais, mas também existiam pessoas comuns. Os moradores da cidade colaboravam com os agentes da SS ao devolver os fugitivos pois havia um consenso sobre a "limpeza das raças" ser algo bom, e também porque eles queriam fazer parte dessa nova sociedade e entendiam que colaborar poderia lhes trazer benefícios.
Eu que conhecia de leituras e filmes todo o horror, nunca tinha parado para pensar sobre o que ocorria em torno dessas instalações, e então presenciar as casas ao redor foi como perceber e adentrar na banalidade cotidiana do mal. E o filme retrata bem essa banalidade: a vizinha que em meio a um genocídio tem como maior preocupação a cortina da sala. O general e pai amoroso que adora animais e conta histórias de ninar para os filhos enquanto fala de uma niva camera de gás como quem fala de um novo eletrodoméstico comum. A mãe cúmplice que cultiva plantas, legumes e um jardim, e cuida com todo amor e alegria da casa e dos filhos. As crianças que brincam alheias a qualquer crueldade. Tudo isso ao lado do terror, adaptados a ele. Ninguém é vilanizado, mas é impossível não notar o cinismo e indiferença diante da vida perfeita aos custos do abuso de vidas. É apenas assassinato de pessoas, como uma meta de produtividade de uma empresa. É algo banal, como vem acontecendo em Gaza.
O Mistério de Maya
3.8 47 Assista AgoraA Flórida privatizou seu sistema de cuidados infantis (deveriam ter dado essa informação no documentário), e então esse método de acusações exageradas contra os pais se tornou extremamente lucrativo para o hospital e para o sistema do bem-estar infantil. É facil ligar os pontos quando associa que o maior numero de denúncias desse tipo se concentra nesse estado. A Doutora Smith simplesmente tinha o poder nas mãos de com uma ligação para o Estado, que não supervisa a eficácia da empresa terceirizada, separar uma família.
Em algum momento no documentário mostra que a Maya mesmo forçada a permanecer no hospital foi cobrada junto a seu plano por seu tratamentos de CRPS, a mesma doença que eles alegavam que a Maya não tinha que gerou a desconfiança e internação compulsória.
Assim na Terra Como no Inferno
3.2 1,0K Assista AgoraO filme todo fiquei:
não há alquimia suficiente no mundo que me impediria de cair na porrada com essa Scarlett.
Escola Base - Um Repórter Enfrenta o Passado
3.6 32O delegado na pegada do Moro: não tenho provas, mas tenho convicção.
A mãe da criança que acusou é uma Damares de 1994, cheia de enredos fantasiosos. Certeza que hoje solta fake news nos grupos.
E quanto ao Salaro, um arrogante, nunca será Caco Barcellos.
No meio do documentário eu estava pistola de dar audiência a Globo que lucrou horrores nesse caso destruindo vidas, e agora vão lucrar de novo com a tentativa de redenção de quem participou dessa destruição.
Apresentando os Ricardos
3.2 179A atuação da Nicole realmente é ótima, mas o maior motivo dessa bomba estar tendo algum destaque e reconhecimento em premiações é por causa daquela máxima de que Hollywood ama filmes que falam sobre Hollywood. A formula mágica do sucesso, lado a lado com filme de guera que inflama o patriotismo estadunidense.
Pânico
3.4 1,1K Assista AgoraGente, na boa, sem pagar de fodona, até porque nunca assisto com a ânsia de descobrir antecipadamente quem é o assassino,
mas ficou muito óbvio que era o namorado da Sam naquela hora no hospital que o Ghostface podia meter a faca nele, mas deu uma facadinha no braço bem superficial, e um empurrãozinho mais leve dos que os que recebo no metrô em horário de pico, e em seguida quando o Dewey disse que ia retornar para atirar na cabeça porque 'eles sempre voltam', ele faz uma cara de desespero de ele matar seu 'cumplice'. Enfim, se era para dar uma pequena pista, erraram na mão, e depois disso eu só precisava saber quem era o outro, porque 'sempre são dois'.
A Crônica Francesa
3.5 287 Assista AgoraPrometeu e não cumpriu. Apesar de visualmente lindo, é de longe o mais fraco do Wes, e na tentativa de reforçar e e intensificar seu estilo já consagrado exagera e passa do ponto.
A Parte dos Anjos
3.5 98 Assista AgoraÉ uma comédia, porem vindo do Ken Loach não teria como não ser socialmente crítica, e o que ele nos deu nas entrelinhas como moral da história é
que está tudo certo em passar a perna em abastados hahaha
Pode ser polêmico e abrir várias brechas para discussões, mas o filme deixa claro que o radicalismo é bem aceito para se salvar em meio ao caos.
Você Não Estava Aqui
4.1 242 Assista AgoraÉ impossível terminar um filme do Ken Loach e não passar as horas seguintes com considerações e análises sociais. Sua insistência crítica e seu cinema documental faz dele o mestre em retratar o mundo contemporâneo e a debilidade dos miseráveis.
Os Sapatinhos Vermelhos
4.3 171 Assista AgoraBonito em muitos aspectos, mas é preciso muito anacronismo pra digerir esse final super datado.
Notícias de uma Guerra Particular
4.4 118Adoro quando um livro me tira da zona de conforto e me faz querer ler mais, pesquisar, aprofundar. Foi assim com “O Abusado”, do Caco Barcellos, que em determinada parte fala desse documentário do João Salles, então ao termino do livro busquei no YouTube para assistir. Quando você faz a junção dos dois (livro + documentário), a sua cabeça parece eclodir com imagens reais de tudo o que aconteceu e acontece ali nos morros do Rio de Janeiro.
É engraçado que sempre que vemos uma pessoa com tendência política à direita falar do combate ao tráfico, ela se exime em falar da corrupção que o alimenta, do PM que vende arma ao bandido e que aceita mesada para facilitar a "comercialização". Aí estes mesmos depois acham bandido ruim porque seu amigo de farda levou um tiro com a própria arma vendida por eles.
Enfim, quer falar de luta contra as drogas apresentando várias referências e não só uma narrativa? É só assistir esse documentário aqui, com 3 perspectivas (policiais, moradores e traficantes) e pontos de vista que não fariam parte de uma narrativa jornalística convencional, mas que se integram perfeitamente.
Essencial para entender o que é o Brasil.
A Escolhida
3.5 291A cena final com a Veronica cavalgando com o machado e gritando toda ensanguentada, com os carros policiais chegando, meu coração parou porque eu pude visualizar eles atirando nela - seria típico, rotineiro, mas ainda bem que não optaram por esse desfecho
no mais:
god's timing is always right
Uma Canta, a Outra Não
4.2 44 Assista AgoraApesar de ser uma obra ideológica e manifestante, é bem datada, se concentra em um nicho, e as partes musicais interpretadas pela Pauline, que remetem ao movimento hippie e tal, eu simplesmente morri de vergonha alheia. No mais, serve como registro e olhar pessoal da década de 70.
Cathy Come Home
3.9 5Dramão social, com estrutura de documentário denunciativo, nos mostrando a falta de espaço, e os problemas enfrentados pela classe trabalhadora na década de 60, mas acaba sendo bem atemporal.
O Ken Loach, dono da frase "O Estado cria a ilusão de que, se você é pobre, a culpa é sua", já nesse primeiro filme mostra porque viria a se tornar a figura necessária para entendermos o cinema europeu atual. Inclusive em 2000, uma pesquisa feita pela Indústria da televisão, considerou essa obra como o segundo melhor filme televisivo realizado na Inglaterra.
O Teste Decisivo
3.6 381Maior cara sexista, objetificando mulheres, buscando namorada/esposa em uma seleção não espontânea como quem escolhe comida, além do desejo por alguém jovem e submissa. Torturou foi pouco.
Queen & Slim
4.3 298 Assista AgoraQueen & Slim nos traz drama, romance, suspense, representatividade, força e referências biográficas; tem também simbolismo,
afinal nada mais simbólico do que a mulher negra ser morta pela única mulher policial branca presente na abordagem final. A mensagem final talvez nos fala que para evitar o genocídio negro, precisamos ser a rede de apoio um dos outros, e quando esse ciclo é quebrado, entramos em resignação.
E a Melina faz tudo.
Bacurau no Mapa
3.7 27Uma fartura e verdadeira aula de bastidores pra quem estuda comunicação, ou apenas para quem gosta do audiovisual, tipo eu.
É um complemento que engrandece ainda mais a obra, além de ser gratificante ver a alegria da produção entre uma gravação e outra.
Único ponto negativo é que não tem entrevista com os atores.
Malcolm X
4.1 267 Assista AgoraA produtora do filme não quis investir dinheiro o suficiente, então artistas e esportistas negros como Michael Jordan, Magic Johnson, Prince, Janet Jackson, Oprah, Tracey Chapman, Peggy Cooper e Cosby tiveram que doar grana para que o filme saísse do papel.
Prova do racismo, foi uma das tantas vezes que o Spike Lee foi ignorado no Oscar, e ainda teve o Denzel Washington perdendo a estatueta pro Al Pacino.
Enfim, tô obcecada lendo tudo sobre a magnitude que teve este homem, e o seu significado na luta pelos direitos civis.
3h e 21 minutos bem executados.
As Mulheres
3.8 34Não há atores masculinos, mas todo roteiro gira em torno de homens, isso sem entrar em mais detalhes quanto a inveja, esteriótipo, rivalidade desmedida, submissão, futilidades, deslealdade...
Desculpa a quem consegue separar datas e assim relevar o mal envelhecimento das obras, mas esse filme é um dos mais misóginos que já assisti.
Único ponto positivo: Joan Crawford antagonista perfeita.
O Homem Invisível
3.8 2,0K Assista AgoraPreciso traçar um comentário não diretamente ligado ao filme, mas que está em minha cabeça desde que saí do cinema: é no mínimo interessante a Moss ter se tornado a porta voz do feminismo nas telas (julgando de acordo com seus últimos trabalhos) já que ela é uma cientologista proeminente, e sendo essa organização responsável pelo silenciamento, abuso e submissão de mulheres.
Mas quanto ao filme, adorei a metáfora da mulher constantemente desacreditada e taxada de louca, além da mistura de terror com crítica social. Aos que comentam afirmando não entender a boa avaliação recebida, obviamente são homens que realmente tendem a não compreender a representatividade.
O Caso Richard Jewell
3.7 244 Assista AgoraPor mais que tenha faltado ética a jornalista envolvida na divulgação de dados da investigação, o machismo premeditado de ficcionar a forma de obtenção de fontes a troca de sexo inevitavelmente abala qualquer confiança que uma abordagem biográfica deve ter - inclusive o jornal ao qual a jornalista em questão trabalhava exigiu que fosse adicionado ao filme uma declaração reconhecendo publicamente que alguns eventos foram imaginados para fins dramáticos.
E também é muito cômodo jogar toda a culpa na mídia e em nenhum momento questionar o trabalho abominoso e incompetente dos investigadores que preferiram usar o Richard Jewell como bode expiatório. Passou tanto pano que nem o nome real deles foi usado, ainda que mantendo de todos os outros envolvidos.
Dois Papas
4.1 962 Assista AgoraVale lembrar que Bento XVI, que poderia facilmente e carinhosamente ser chamado de Papa Nazi, fez parte da juventude Hitlerista e só "abandonou o barco" com a Alemanha esgotada. Basicamente esteve à frente por 24 anos de uma versão alemã e moderna da Inquisição, antes do papado. Do outro lado, tem-se um delator da Ditadura Argentina, que ajudou na caçou aos padres que pregavam a teologia da libertação e de resistência a ditadura. Ambos aqui no filme foram suavizados e humanizados, e fez parecer uma obra covarde que soa como peça publicitária do Vaticano.
Alem do mais, é muita inocência nos querer fazer acreditar que o único e exclusivo motivo da renúncia de Bento deu-se por uma decisão pessoal, sem nenhuma pressão externa.
Eu acredito que a necessidade de Reforma que a igreja necessitava, já que estava perdendo boa parte dos seus fiéis por causa da manutenção de suas idéias ultrapassadas, fez o Alto Vaticano escolher um Progressista para amenizar e planejar sua Reforma de forma controlada - ou ao menos para nos fazer acreditar nessa transição e revolução dos costumes.
Era Uma Vez em... Hollywood
3.8 2,3K Assista AgoraÓ meu filho, eu conheço a história da Sharon Tate, conheço a filmografia do Tarantino, e sei das referências feitas no filme. Também sei que Hollywood adora uma referência de si propria. Continua sendo uma porcaria e cult na marra.
Só imagino um Tarantino vendo que deu certo sua tentativa de parecer uma liturgia cinéfila, e rindo de como as pessoas são manipuláveis acerca do que envolve seu nome.
Adoráveis Mulheres
4.0 975 Assista AgoraA fórmula foi perfeita:
Diretora em ascenção;
Elenco do hype;
Remake de uma obra de sucesso;
Feminismo branco.
Tudo isso junto ajuda a conduzir e selar a reputação da Greta como uma grande diretora, na mesma proporção que traz uma obra imemorável.
P.S.: Florence Pugh e Saoirse Ronan merecem todo o hype.