Daqueles suspenses que se passam em um único cenário praticamente e que prendem a atenção do começo ao fim. Não é nenhum clássico, mas diverte. E essas histórias sobre como dinheiro e poder corrompem o ser humano são sempre bem interessantes não só como estudo e reflexão, mas são sempre histórias que prendem o público. Eu acho que eles poderiam ter se aprofundado mais nesses dilemas, para dar mais substância e profundidade aos personagens e a historia.
Que série gostosa. Não tem nada de novo, nada de extraordinário, mas com seu jeitinho simples e cativante ela te ganha de cara. Pena que nao chegou no Brasil ainda, assim como 'Poker Face'. Ansioso pela segunda temporada (de ambas as séries)!
Um dos êxitos do filme reside na tamanha importância que ele dá à exposição da história real do massacre indígena e de todas as injustiças que eles foram submetidos naquele período. Outro ponto relevante está na equipe e elenco de peso indígenas e que é algo inédito no cinema (que isso desencadeie uma tradição não só para contar momentos marcantes como esse, mas para dar luz às histórias e culturas dos povos nativos de inúmeros lugares). Também vale mencionar, por motivos óbvios, todo o empenho e dedicação dos roteiristas e do diretor. Acredito que se não fosse pela duração que realmente torna o filme cansativo lá para o final, a experiência teria sido mais prazerosa pra mim. Ainda sim, esta é uma história tão cheia de nuances, camadas e tramas que eu entendo a dificuldade de torná-la mais enxuta. Inclusive eu tenho ate mais questões que tornariam o filme ainda mais longo rs As atuações do trio central (Lily Gladstone, Leonardo DiCaprio e Robert De Niro) são monstruosas. Todos estão fantásticos e não tenho dúvidas de que serão nomes recorrentes na próxima temporada de premiações. Por fim, este é um filme compreensivelmente para quem está na vibe de ver algo mais lento e longo, não deixe-se levar pelo trailer que faz parecer que é algo mais ágil, mas ele tem uma importância tão gigantesca e que só cresce conforme eu vou digerindo e lendo sobre ele.
A ideia é muito boa, mas o desenvolvimento é de centavos rs O filme dá voltas e voltas, não consegue aprofundar nem a história e nem os personagens, a reviravolta final fica até interessante, mas já é tarde demais. A duração nem é tão longa, mas o filme é tão arrastado que parece que tem 3h.
Que série! Achei bem superior a todos os spin-offs e se bobear até melhor que as ultimas temporadas da série original. Roteiro redondinho, otimas atuações, locações vislumbrastes, cenas de ação de tirar o fôlego... pena que a AMC não está dando a mínima para a série no mercado internacional! Os dois últimos episódios foram insanos de bons e aquele finalzinho,
Interessante como o curta brinca com a cultura local, a política e o próprio cinema. Kleber é mesmo um cineasta muito criativo e inteligente, além de mostrar a todo momento o seu amor por Recife.
Kleber Mendonça Filho disponibiliza todo o acervo pessoal e urbanístico do qual ele se dispõe, além de expor parte da história de sua família e dele próprio, para discutir entre tantos assuntos, como seu amor pelo cinema e por Recife e a melancólica nostalgia do que o progresso tentou apagar, mas que permaneceu vivo nas lembranças do cineasta. E esse projeto encantador não só expõe toda essa problemática, mas também eterniza muita coisa de forma bem metalinguística, mostrando-se parte da solução, pois o cinema, a literatura, a história, a ciência e a arte e cultura no geral eternizam essas histórias e fatos que o tempo insiste em apagar. É através disso tudo que histórias e pessoas não tornam-se fantasmas invisíveis. Além de que é nisso tudo que quebramos ciclo ruins do passado.
Tão insano quanto "Um Cadáver para Sobreviver" e bizarramente divertido quanto "The White Lotus", "Down Low" consegue descer bem baixo, mas sem ser forçado e sem tornar a história constrangedora. O filme é recheado de referências culturais e populares e ainda consegue manter uma melancolia leve, a qual humaniza os dois personagens centrais. O roteiro é do Lukas Gage e eu confesso que fiquei bem curioso com os próximos trabalhos dele.
Retrato fiel da realidade, 'Jogo Justo' (No original: Fair Play) constrói uma história onde nada é um jogo justo ou limpo dentro de um relacionamento abusivo e em uma empresa de fundo de hedge, também conhecido como fundo de cobertura no Brasil.
Tudo começa com o casal apaixonado, Emily e Luke, ficando noivo. A relação é saudável, eles fazem juras de amor, o sexo é bom e frequente até que surge uma vaga de gerente na empresa onde o secreto casal trabalha. Emily ouve um boato de que o nome de Luke está sendo cogitado para a promoção, só que algo inesperado acontece, segredos vêm a tona e isso arruína a relação dos noivos.
Propositalmente 'Jogo Justo' inicia com um conto de fadas adulto, onde Emily acredita ter encontrado seu príncipe encantado, mas diante dos acontecimentos, a história vai aos poucos desconstruindo essa imagem, revelando todo o machismo, a misoginia e os abusos contra uma mulher em todos os aspectos e de diferentes direções. O filme consegue trazer de forma bem dolorosa como um relacionamento pode ser tóxico e abusivo para uma mulher, assim como o mundo corporativo que além de predatório, quase sempre vê profissionais femininas como fracas e que só ascendem na carreira através do sexo.
As atuações são enervantes e profundas, mas a da Phoebe Dynevor com sua Emily é a que mais se destaca. A atriz consegue transparecer só com o olhar toda a decepção e raiva com o noivo, bem como a sobrecarga e aflição com os chefes e demais homens na empresa. Há uma cena, a reviravolta final, em que a atriz da um banho de atuação e sem dúvida está entre as cenas mais marcantes esse ano e talvez na história do cinema. Por mais filmes assim, que tragam discussões urgentes de forma impactante e bem feita, além de profundamente bem atuada.
Aparentemente os estúdios têm investido muito em slashers divertidos, misturando suspense, mistério, comédia e um pouco de ficção científica. Não à toa vimos o lançamento de alguns desde "A Morte te dá Parabéns", como o inusitado "Freaky: No Corpo de um Assassino". "Dezesseis Facadas" é mais um filme nessa linha, mas não mais do mesmo, ele consegue divertir e ao mesmo tempo manter o espectador curioso quanto ao mistério da história.
Na história, Jamie (Kiernan Shipka, a saudosa Sabrina da série da Netflix) vive em uma cidade onde aconteceu um massacre há mais de 20 anos atrás, quando seus pais eram adolescentes. Tal qual como a Laurie em Halloween H20, a mãe de Jamie vive com medo e se preparando para o retorno do serial killer e, apesar da adolescente não acreditar muito nisso, o assassino realmente ressurge.
Com uma máquina do tempo que sua melhor amiga construiu, Jamie acaba voltando acidentalmente para o ano do massacre e decide tentar impedir os assassinatos, mas isso gera inúmeras aventuras cômicas pelas diferenças culturais relativas ao tempo, bem como um grande sufoco para tentar salvar as vitimas e capturar o assassino.
O filme não tem grandes pretensões, é relativamente simples, mas cumpre sua proposta muito bem, entretendo o público e entregando um filme gostoso de assistir.
Alinhado com o tema do recente 'A Pior Pessoa do Mundo', sem a mesma profundidade e mesmo êxito no entanto, 'Passagens' retrata a vida de três pessoas emocionalmente comprometidas e como isso corrói não só os relacionamento entre eles, mas eles mesmos.
Thomas e Martin vivem em um relacionamento aparentemente saudável até que o primeiro se envolve com Agathe em um caso improvável e tórrido. Dai em diante, cada peça desse jogo de sentimentos tem suas características muito bem delimitadas e geram consequências que respingam para todos os lados. Thomas, o estopim desse caos todo, é um homem imaturo emocionalmente ao ponto de tragar as outras duas pessoas em sua vida para essa tormenta. Ele é narcisista, inconsequente, inseguro e não tem responsabilidade afetiva. Já Martin e Agathe são duas pessoas também inseguras, mas extremamente sem amor próprio.
O passagens do título se refere justamente a essas mudanças de um tipo de desejo para o outro, mudanças essas que sempre geram consequências, mágoas ou até traumas. Por fim, são tantas idas e vindas que os personagens se infectam e igualam. Martin, por exemplo, sentia repulsa pelos atos do companheiro, mas ao mesmo tempo ele age de forma muito parecida com ele em determinada cena, o que o torna semelhante a Thomas. E para um crescimento, ou parar esse ciclo de dor e sofrimento, é necessário cessar de vez a causa do problema ou então os erros continuarão se repetindo e mais, acumulando.
Apesar de 'Passagens' oferecer material para debates, suas camadas são bem rasas. O filme não consegue se aprofundar nos assuntos propostos e eles ficam mais no campo da sugestão do que de fato sendo desenvolvidos da forma que poderiam e deveriam. As atuações também são outro ponto problemático, e não passam veracidade. Por fim, o filme é interessante como exercício das próprias atitudes do espectador, mas fica muito aquém ao que merecia.
Comparações são sempre injustas, ainda mais com um clássico do cinema. Porém, é justamente por ser a sequência de um clássico é que 'O Exorcista: O Devoto' deveria ter tido todo o cuidado possível para ser pelo menos metade do que o filme de 73 foi. No entanto, ele entrega um filme fraco, vazio e sem nenhuma das qualidade que tornam 'O Exorcista' de William Friedkin um dos filmes mais assustadores até hoje.
Com uma atmosfera carrega e sombria, uma trilha marcante, cenas de gelar a espinha, com vômitos e palavreado obsceno e chulo e uma história competente, respaldada por atuações sólidas, 'O Exorcista' lançado em 1973 alcançou um status irrevogável de clássico macabro - repleto de lendas urbanas em seu entorno e que faz inúmeros espectadores até hoje sentirem como se estivessem testemunhando uma possessão e exorcismo reais, mais que isso, como se estivessem vendo algo que não deveriam. Dito isso, torna-se muito difícil desenvolver uma sequência à altura. Não à toa, nenhuma nunca foi, nem esse novo filme. Só que espera-se o mínimo de uma sequência de um grande filme e 'O Exorcista: O Devoto' não faz nem isso.
Apostando em um drama familiar e posteriormente na relutância e ceticismo de um dos personagens centrais, o filme apenas pincela sobre esses temas, o que torna todos os personagens ali envolvidos, até mesmo os crentes em tudo o que acontece, bem superficiais. E sobre a possessão, apesar de criativa pela ideia de como fazer isso acontecer, ela tem um desenvolvimento pífio e medíocre. Há uns jump-scares para iludir parte do público de que esse é um filme de terror pesado, mas convenhamos que o filme original não é bom por causa desse recurso, pelo contrário, foi a sua coragem de ir além e entregar uma história com cenas doentias, cheias de nojeiras e um linguajar chocante para a época que o tornou isso tudo, sem contar o roteiro bem escrito, a ótima direção e a atmosfera tensa. Não há um clima pesado e de 'esse filme vai me tirar o sono a noite' em 'O Exorcista: O Devoto'. Na verdade, ele não dá medo, ele não causa aflição e nem apreensão e nem ao menos faz com que o espectador torça para que o exorcismo funcione. De fato nem há exorcismo se for bem analisado, o que quase invalida o filme como uma sequência do que ele se diz ser.
É tanta superficialidade e infelizmente o filme perde chances de revitalizar a história, trazendo contextos políticos e religiosos atuais por exemplo, como a ascensão da extrema direita com base em um fundamentalismo religioso perigoso e que mal comparando é uma forma de possessão na cabeça das pessoas mais fracas. Então o estúdio tinha inúmeros assuntos que poderia usar, mas optou por um caminho mais fácil e pobre.
Outro ponto que até gera certa animação é o retorno da Ellen Burstyn, só que ela é tão mal aproveitada que honestamente coloca em cheque se foi realmente necessária a volta dela para que o roteiro tivesse as piores decisões com a sua personagem. Talvez, uma única cena dela vale a pena,
a cena no final quando a Regan (Linda Blair) visita a mãe
, a depender do que isso significa em um contexto mais amplo, levando em conta que ainda serão feitos mais dois filmes (sim, há planos para outros dois filmes. Mesmo não parecendo haver material relevante para tanto)
Por fim, o que realmente parece precisar de um exorcismo é a carreira do diretor desse desperdício de filme. Depois de um estrago na ultima trilogia de 'Halloween', a última coisa que o diretor David Gordon Green deveria ter feito era mexer em outro clássico.
O cinema intimista do cineasta nova-iorquino Noah Baumbach sempre leva o espectador a refletir os inúmeros aspectos das relações humanas, e em a "Lula e a Baleia" o convite é feito para testemunhar a vida de uma família cujo os pais estão se divorciando e como isso afeta não só os dois, mas os filhos adolescentes deles.
Nem tão dilacerador quanto "História de um Casamento" e nem tão melancólico quanto "Frances Ha" (ambos filmes do diretor), " A Lula e a Baleia" consegue construir um drama familiar com toda a intensidade e as loucuras que uma família geralmente experimenta durante um divórcio dos pais, mas também inclui muito deboche e ironia, o que torna a experiência menos dolorosa de assistir do que "História de um Casamento", por exemplo.
Apesar de ter sido lançado em 2005, o longa se passa no finalzinho da década de 80 e reconstrói de forma magistral o período. E considerando que não há absolutamente nada de grandioso ou nenhuma reviravolta mirabolante no filme, o seu maior triunfo está em uma atuação de primeira. Todos os atores, sem exceção nenhuma entregam o melhor de si mesmos e fazem o espectador mergulhar nas suas diversas camadas e dramas. É isso torna o filme um deleite.
A metáfora com o título do filme fica bem clara em seu desfecho, exatamente como em "Frances Ha", e torna a história ainda mais inteligente, emocionante e rica. Mas voltando a metáfora,
ela coroa a história como uma guerra dos sexos e como um casal brigando pode afetar negativamente os filhos. Em certo momento o personagem do Jesse Eisenberg, o Walt, comenta que depois de visitar o Museu de História Natural com sua mãe (Laura Linney), ele sempre ficou aterrorizado com a escultura de uma lula e uma baleia brigando. E ele nunca mais retornou ao museu. Esse episódio, comparado à situação dos pais dele, reflete na dificuldade do rapaz em lidar com situações difíceis em sua vida. Ele não aceitava a separação dos pais, fugia de um confronto com a mãe e posteriormente fugiu do pai também. Mas ao visitar o temido museu no final do filme, ele enfrentou os seus medos e enxergou na lula e na baleia, seus próprios pais brigando. Esta era uma briga dos dois e tanto Walt, quanto seu irmão, não tem nada a ver com isso. Eles podem absorver o melhor dos pais, e simplesmente jogar fora, sem temer mal algum, o que não lhes for útil.
A lula e a baleia é um filme simples, mas com grandes discussões no que se propõe. E traz esses assuntos ora de forma bem clara, ora nas entrelinhas. Mas sempre com atuações profundas.
Depois de sequências incoerentes e fracas, que abusaram da violência gráfica e não acrescentaram nada novo à franquia, pelo contrário, a desgastaram, finalmente o estúdio conseguiu criar uma continuação à altura do clássico filme de 2004.
Do diretor Kevin Greutert e dos roteiristas Josh Stolberg e Pete Goldfinger, todos nomes conhecidos na franquia, esse décimo filme do lendário Jigsaw não é um filme perfeito e nem o melhor dos 10, mas sem dúvida é competente e resgata todos os atributos que tornaram o filme original um hit e deu a origem a uma das franquias de terror mais rentáveis no cinema.
'Jogos Mortais X' se passa 3 semanas após os acontecimentos do primeiro filme e consegue construir uma justificativa sólida para o retorno de seu antagonista,
, e com essa "rebobinada" no tempo ele também traz alguns rostos conhecidos dos fãs da franquia. Tal qual como no primeiro filme, a história desse novo consegue produzir discussões éticas e morais, surpreende com uma reviravolta criativa, além de conceber as armadilhas mais insanas da saga, dando origem à algumas das cenas mais sangrentas e angustiantes já vistas em um filme do Jigsaw. Tudo isso dando novos ares para a franquia, sem esgotar o espectador com conteúdo repetitivo.
(como a criança mexicana que auxilia o John e talvez até a Cecilia ter ficado viva)
para uma sequência e com o sucesso de crítica e público, sem dúvida a franquia recupera o fôlego para recomeçar num caminho melhor que as sequências depois do terceiro filme.
Da jovem diretora Emma Seligman, do ótimo filme da Mubi "Shiva Baby", "Bottoms" mostra que Seligman é realmente muito perspicaz com comédias que exploram (de modo positivo) personagens que até uns 10 anos atrás não teriam muito espaço no cinema com filmes retratando mulheres comuns, com suas sexualidades, desejos, humor e imperfeições.
"Bottoms", aparentemente intitulado de "Passivonas" no Brasil, poderia ser mais um besteirol de colégio dos EUA, se não fosse pelo fato de que coloca no centro de sua história personagens femininas lutando por reconhecimento e mostrando que o cinema, em qualquer gênero ou subgênero, não deve ser somente sobre homens com uma mulher de acessório. A história não deixa de ser um grande besteirol, e bem engraçado diga-se de passagem, ainda sim, é divertido ver como a diretora subverte aqueles filmes clássicos adolescentes, mas sob a perspectiva feminina dessa vez. E o resultado é insano.
Com tantas produções ruins sobre alienígenas no cinema, "Ninguém Vai Te Salvar", dirigido por Brian Duffield (roteirista do divertido 'Amor e Monstros'), é um exemplo de como fazer um bom filme de ets, sabendo explorar a tensão o máximo possível e sem utilizar quase nenhuma fala e ainda sim não tornando o filme monótono.
A ideia é ótima, a parte dramática muito interessante e a decisão de não esconder a ameaça por muito tempo, mas sim de já mostrá-la de cara, é outro ponto positivo e surpreendente. O filme também sabe utilizar os efeitos sonoros e a trilha a seu favor, contrabalanceando a ausência de falas. As referências cinematográficas do universo alienígena no cinema também são um deleite e divertidíssimas.
Apesar de ser um filme acima da média para o subgênero, ele peca em inúmeros quesitos, como o CGI pobre dos ets. Além de um terceiro ato que derrapa ao tentar explicar o passado da protagonista e ligá-lo ao ataque alienígena. A edição do filme é confusa nessa parte e toda a construção tensa feita anteriormente é perdida. Ainda sim, a ideia final é genial!
que, pelo fato de Brynn ser hostilizada e odiada por todos na cidade(porque ela matou a amiga) e considerando que ela vivia isolada, pois sua mãe também morreu, ela não era vista pelos invasores do planeta terra como um membro daquela sociedade. Após conhecerem a história de Brynn, os ets sabiam que ela já era solitária e não fazia o menor sentido escravizá-la. Portanto, eles permitiram que ela vivesse entre os hospedeiros humanos / escravizados, talvez por pena ou compaixão, coisa que nem mesmo os seres humanos tiveram a decência de ter.
Esta é uma história sobre como o ser humano às vezes age como se outros de sua própria espécie fossem alienígenas ameaçadores.
Baseado no livro de sucesso "A Probabilidade Estatística do Amor à Primeira Vista” (de Jennifer E. Smith), "Amor à Primeira Vista" é uma deliciosa adaptação da Netflix que não só tem um roteiro dramático e romântico bem feitos, sem exageros e apelações (ainda sim emocionante), mas também possui uma trilha sonora de primeira e atuações competentes, vide a química entre o casal principal.
Não há nada de grandioso no filme, mas ele é competente ao explorar e desenvolver alguns cliches dos filmes de romance juvenil sem parecer repetitivo. Além disso, o climinha gostoso da historia e os personagens carismáticos tornam o filme uma atração muito agradável. É aquele tipo de filme para assistir quando você busca algo leve e cativante.
Inspirado em "50 tons de Cinza" e "A Bela e a Fera", "Bom Garoto" é um filme independente que explora diversos gêneros e sabe criar tensão ao longo de pouco mais de 1 hora de duração. Tal qual como no interessante "Creep" (2014), o filme sabe brincar com uma situação real e subverter os gêneros e sentimentos do público. Contudo, ele infelizmente é aquele tipo de filme em que a ideia dele e a curiosidade que ele aguça prendem muito mais do que o próprio desenvolvimento e as inúmeras possibilidades que ele perde por não se aprofundar ou desenvolver.
E para um filme curto, muito ainda poderia ter sido explorado para dar substância ao filme. Ainda sim, não dá para exigir muito de um filme independente que talvez não tenha tido recurso suficiente para fazer mais do que conseguiu. Além de que essa é uma história tensa e que por mais que tenha um mistério previsível, sabe usar de uma tensão crescente para prender a atenção até o fim. O tom bizarro dele também é algo que, embora pouco aproveitado, também é interessante.
A questão do filme do filme se inspirar em "50 tons de Cinza" e "A Bela e a Fera" explica muito sua história. Sigrid (Katrine Lovise Øpstad Fredriksen) se atrai pelo homem rico que também chama Christian (Como em 50 tons...) e nem se importa com o fato dele talvez ter esse fetiche estranho em ter um homem vestido de animal, afinal ela se vislumbra com essa vida boa da qual ela não goza. Outra possibilidade levantada pelo diretor Viljar Bøe é a de que Sigrid vê através da imagem de fera que Christian tem com essa bizarrice toda, um homem bom que esta tentando ajudar um amigo (Frank, interpretado por Nicolai Narvesen Lied) a manter seu fetiche. Só que Sigrid se engana e em um determinado ponto Christian vira a fera no pior sentido, não como na clássica animação Disney, e transforma Sigrid em sua 'bela' refém.
Por fim, esse filme tem uma ideia muito boa, mas que infelizmente fica muito mais no meio do caminho. Poderia ter sido muito melhor nas mãos de um cineasta mais experiente ou com um orçamento maior, ainda sim vale muito a pena pela criatividade, pela angustia que ele gera, pelas questões que ele levanta em relação aos perigos de se conhecer pessoas através de aplicativos de namoro e até mesmo amizades online (o que estamos todos sujeitos) e por conseguir prender a atenção do espectador até o final com um dos mistérios mais bizarros para o terror nesse ano.
'Rotting in the Sun' é o retrato do mundo de hoje, onde tudo está acontecendo ao mesmo tempo, as informações bombardeiam as pessoas, as relações tornaram-se um jogo de interesse e de aparências e, o maior dos problemas, uma informação pequena ganha proporções gigantescas e distorcidas na internet e, consequentemente, na vida real.
Apesar do filme ser uma delícia caótica de acompanhar, há alguns exageros que só existem por conta do filme ser totalmente independente e que talvez não seja problema algum para alguns espectadores e está tudo bem. Na verdade, felizmente a ideia do filme em si só nasceu por conta dos roteiristas terem total liberdade de explorar o que quisessem ali. Mas o primeiro ato poderia ter sido menos exagerado e usado o tempo para explorar e criticar mais esse mundo instagramável e a comunidade gay.
Passado esse momento inicial, é ai que a história se torna ainda mais interessante e angustiante. Atual também, já que coloca no centro da história uma pessoa pobre e que mesmo não tendo cometido nada de errado, acaba cometendo um delito por medo do que as pessoas diriam e pensariam só pelo fato de ela ser quem é. E isso desencadeia uma série de acontecimentos ora cômicos e ora tensos.
Por outro lado, há a outra parte dessa história que quer a todo custo solucionar esse mistério todo. Tal qual como na ótima primeira temporada de "Search Party", esse personagem que banca o detetive no filme representa bem os jovens atuais que, sem um propósito de vida, buscam algo para dar sentido a esse caos superficial, e são tragados por uma enorme confusão.
'Rotting in the Sun' é um filme rico no que se propõe dizer, cheio de camadas e divertidíssimo. E esse lado independente dele me deixa tanto satisfeito por ver uma ideia original, fresca e interessante em meio a tanta historia repetitiva, mas também me faz pensar que os roteiristas poderiam ter sido mais sutis em determinadas cenas e se aprofundar mais em outros assuntos e cenas. Mas não é nada que estrague a experiência, na verdade isso vai variar de espectador para espectador.
A ideia inicial é interessante, assim como a ambientação e o clima de mistério do começo, contudo, o desenvolvimento é perdido e superficial. O que é uma pena para uma história tão rica quanto a de Drácula.
Com um material abundando e cheio de possibilidades de abordagem e exploração da história do icônico vampiro, este filme poderia ter sido muito melhor. Há de se mencionar que a ideia pouco explorada dessa trajetória inicial do clássico personagem é pouco retratada no cinema, e por isso pode despertar o interesse do espectador. E o clima de mistério do começo do filme, bem como toda a ambientação de época animam ainda mais. Mas é tudo ilusão, o longa não consegue se sustentar no decorrer de seu desenvolvimento.
Ao longo da projeção, os acontecimentos vão ocorrendo e é como se os personagens se tornassem bobos e inteligíveis. Tornando a história desinteressante e sem nenhum atrativo para um personagem tão complexo e cheio de camadas como o Drácula. São tantas sequências estúpidas que o filme termina sem sal e julgando a inteligência do espectador. Sem contar o drácula mal feito e que é mostrado mais durante a noite para esconder um CGI ruim.
Por fim, não diria que o filme é um completo desperdício, apesar de todos os problemas dele, ainda existem algumas cenas que salvam. Mas esta é uma história rasa e que ainda tem a pretensão
'Cangaço Novo' é não só um dos projetos mais audaciosos na TV brasileira nos últimos anos, como também um dos mais atuais e importantes e que representa o Brasil de hoje, mas respeitando o passado.
A série se inspirou na história real de Valdetário Carneiro, considerado o percursor do novo cangaço, com pelo menos 100 ataques a bancos em cidades pequenas do nordeste brasileiro durante a década de 90. 'Cangaço Novo', no entanto, traz um incremento ficcional com um profundo drama familiar e cenas de ação de tirar o fôlego, tudo isso tendo como pano de fundo a cidade de Cratará, município fictício no Ceará, e que expõe um Brasil tão hostil, quanto estonteantemente belo.
O roteiro é gigante no que se propõe e executa. Além do êxito na construção de um drama sólido, amparado em especial por um elenco afiado e talentosíssimo, as sequências de ação são todas tão bem construídas, que deixam no chinelo muitas produções estrangeiras com orçamento ainda maior. Outro fator importante aqui, é a brasilidade muito presente no projeto. 'Cangaço Novo' não tenta se enquadrar em fórmulas estrangeiras, mas trilha seu próprio caminho com uma cultura e linguajar próprios, com locações típicas do nordeste brasileiro e uma trilha sonora tão linda e diversa, quanto esse Brasilzão imenso.
A história respeita o cangaceiro de Valdetário, mas também o torna ainda mais moderno quando o mergulha nesse Brasil rachado ao meio pelo ódio. Os tons políticos da série podem não ser nada novos, afinal a influência do coronelismo já é veterana no país, mas essa rixa política é bem reconhecível por quem viveu as guerras eleitorais de 2018 para cá, e tornam 'Cangaço Novo' urgente e um retrato do passado e do presente, nos convidando a inúmeras reflexões.
Tão ousado quanto o seu predecessor e ainda mais maduro, o filme também consegue evoluir na questão estética quando dá um show de criatividade na parte técnica, que já era incrível no anterior, usando e abusando de técnicas visuais de cair o queixo. Em "Homem-Aranha: Através do Aranhaverso" tudo é tão vibrante, faz os olhos brilharem o tempo todo, conecta tantos pontos do universo do Homem Aranha sem forçar nada e a história e seus personagens são tão contagiantes e bem trabalhados que da gosto de ver. Eu só não gostei tanto da opção em dividir essa história com a do terceiro no meio, para gerar ainda mais ansiedade, porque me deu mesmo muita ansiedade e vontade de ver logo a terceira parte rs Portanto, eu gostaria de ter visto um final mais redondinho, mesmo com alguns pontos soltos para o terceiro filme. Ainda sim, eu gosto também do desenvolvimento maduro dos personagens e da história, acho que eles entendem e desenrolam perfeitamente o conceito de multiverso ao não darem foco apenas a um homem aranha. Que o práximo filme mantenha o ritmo e qualidade... ou nos surpreenda com algo melhor ainda.
Com uma estética arrojada e bem trabalhada, o filme traz também uma nova abordagem da história já bem explorada no universo das tartarugas ninjas. Com isso, comprova-se que o filme fez a lição de casa que "O Homem Aranha: No Aranhaverso" deixa... e muito bem feita. Outro ponto a ser ressaltado é que os personagens são carismáticos, bem trabalhados, há uma representatividade na história e abre-se espaço para o público novo, bem como mantém elementos que podem agradar os fãs de longa data. Eu achei engenhoso e muito divertido.
Your Lucky Day
3.1 9Daqueles suspenses que se passam em um único cenário praticamente e que prendem a atenção do começo ao fim.
Não é nenhum clássico, mas diverte.
E essas histórias sobre como dinheiro e poder corrompem o ser humano são sempre bem interessantes não só como estudo e reflexão, mas são sempre histórias que prendem o público. Eu acho que eles poderiam ter se aprofundado mais nesses dilemas, para dar mais substância e profundidade aos personagens e a historia.
Colin from Accounts (1ª Temporada)
4.4 2Que série gostosa.
Não tem nada de novo, nada de extraordinário, mas com seu jeitinho simples e cativante ela te ganha de cara. Pena que nao chegou no Brasil ainda, assim como 'Poker Face'.
Ansioso pela segunda temporada (de ambas as séries)!
Assassinos da Lua das Flores
4.1 615 Assista AgoraUm dos êxitos do filme reside na tamanha importância que ele dá à exposição da história real do massacre indígena e de todas as injustiças que eles foram submetidos naquele período. Outro ponto relevante está na equipe e elenco de peso indígenas e que é algo inédito no cinema (que isso desencadeie uma tradição não só para contar momentos marcantes como esse, mas para dar luz às histórias e culturas dos povos nativos de inúmeros lugares).
Também vale mencionar, por motivos óbvios, todo o empenho e dedicação dos roteiristas e do diretor. Acredito que se não fosse pela duração que realmente torna o filme cansativo lá para o final, a experiência teria sido mais prazerosa pra mim. Ainda sim, esta é uma história tão cheia de nuances, camadas e tramas que eu entendo a dificuldade de torná-la mais enxuta. Inclusive eu tenho ate mais questões que tornariam o filme ainda mais longo rs
As atuações do trio central (Lily Gladstone, Leonardo DiCaprio e Robert De Niro) são monstruosas. Todos estão fantásticos e não tenho dúvidas de que serão nomes recorrentes na próxima temporada de premiações.
Por fim, este é um filme compreensivelmente para quem está na vibe de ver algo mais lento e longo, não deixe-se levar pelo trailer que faz parecer que é algo mais ágil, mas ele tem uma importância tão gigantesca e que só cresce conforme eu vou digerindo e lendo sobre ele.
Hypnotic: Ameaça Invisível
2.7 123 Assista AgoraA ideia é muito boa, mas o desenvolvimento é de centavos rs
O filme dá voltas e voltas, não consegue aprofundar nem a história e nem os personagens, a reviravolta final fica até interessante, mas já é tarde demais.
A duração nem é tão longa, mas o filme é tão arrastado que parece que tem 3h.
The Walking Dead: Daryl Dixon (1ª Temporada)
3.8 58Que série!
Achei bem superior a todos os spin-offs e se bobear até melhor que as ultimas temporadas da série original. Roteiro redondinho, otimas atuações, locações vislumbrastes, cenas de ação de tirar o fôlego... pena que a AMC não está dando a mínima para a série no mercado internacional!
Os dois últimos episódios foram insanos de bons e aquele finalzinho,
quando a Carol aparece
Recife Frio
4.3 314Interessante como o curta brinca com a cultura local, a política e o próprio cinema.
Kleber é mesmo um cineasta muito criativo e inteligente, além de mostrar a todo momento o seu amor por Recife.
Retratos Fantasmas
4.2 231 Assista AgoraKleber Mendonça Filho disponibiliza todo o acervo pessoal e urbanístico do qual ele se dispõe, além de expor parte da história de sua família e dele próprio, para discutir entre tantos assuntos, como seu amor pelo cinema e por Recife e a melancólica nostalgia do que o progresso tentou apagar, mas que permaneceu vivo nas lembranças do cineasta.
E esse projeto encantador não só expõe toda essa problemática, mas também eterniza muita coisa de forma bem metalinguística, mostrando-se parte da solução, pois o cinema, a literatura, a história, a ciência e a arte e cultura no geral eternizam essas histórias e fatos que o tempo insiste em apagar. É através disso tudo que histórias e pessoas não tornam-se fantasmas invisíveis. Além de que é nisso tudo que quebramos ciclo ruins do passado.
Amei essa frase:
'filmes de ficção são os melhores documentários'.
Fundo do Poço
2.5 19 Assista AgoraTão insano quanto "Um Cadáver para Sobreviver" e bizarramente divertido quanto "The White Lotus", "Down Low" consegue descer bem baixo, mas sem ser forçado e sem tornar a história constrangedora. O filme é recheado de referências culturais e populares e ainda consegue manter uma melancolia leve, a qual humaniza os dois personagens centrais.
O roteiro é do Lukas Gage e eu confesso que fiquei bem curioso com os próximos trabalhos dele.
Netflix and Chill
3.6 5Quem quiser ver: https://www.youtube.com/watch?v=3dgejSjVnsU
Jogo Justo
3.4 155 Assista AgoraRetrato fiel da realidade, 'Jogo Justo' (No original: Fair Play) constrói uma história onde nada é um jogo justo ou limpo dentro de um relacionamento abusivo e em uma empresa de fundo de hedge, também conhecido como fundo de cobertura no Brasil.
Tudo começa com o casal apaixonado, Emily e Luke, ficando noivo. A relação é saudável, eles fazem juras de amor, o sexo é bom e frequente até que surge uma vaga de gerente na empresa onde o secreto casal trabalha. Emily ouve um boato de que o nome de Luke está sendo cogitado para a promoção, só que algo inesperado acontece, segredos vêm a tona e isso arruína a relação dos noivos.
Propositalmente 'Jogo Justo' inicia com um conto de fadas adulto, onde Emily acredita ter encontrado seu príncipe encantado, mas diante dos acontecimentos, a história vai aos poucos desconstruindo essa imagem, revelando todo o machismo, a misoginia e os abusos contra uma mulher em todos os aspectos e de diferentes direções. O filme consegue trazer de forma bem dolorosa como um relacionamento pode ser tóxico e abusivo para uma mulher, assim como o mundo corporativo que além de predatório, quase sempre vê profissionais femininas como fracas e que só ascendem na carreira através do sexo.
As atuações são enervantes e profundas, mas a da Phoebe Dynevor com sua Emily é a que mais se destaca. A atriz consegue transparecer só com o olhar toda a decepção e raiva com o noivo, bem como a sobrecarga e aflição com os chefes e demais homens na empresa. Há uma cena, a reviravolta final, em que a atriz da um banho de atuação e sem dúvida está entre as cenas mais marcantes esse ano e talvez na história do cinema.
Por mais filmes assim, que tragam discussões urgentes de forma impactante e bem feita, além de profundamente bem atuada.
Dezesseis Facadas
3.3 397Aparentemente os estúdios têm investido muito em slashers divertidos, misturando suspense, mistério, comédia e um pouco de ficção científica. Não à toa vimos o lançamento de alguns desde "A Morte te dá Parabéns", como o inusitado "Freaky: No Corpo de um Assassino". "Dezesseis Facadas" é mais um filme nessa linha, mas não mais do mesmo, ele consegue divertir e ao mesmo tempo manter o espectador curioso quanto ao mistério da história.
Na história, Jamie (Kiernan Shipka, a saudosa Sabrina da série da Netflix) vive em uma cidade onde aconteceu um massacre há mais de 20 anos atrás, quando seus pais eram adolescentes. Tal qual como a Laurie em Halloween H20, a mãe de Jamie vive com medo e se preparando para o retorno do serial killer e, apesar da adolescente não acreditar muito nisso, o assassino realmente ressurge.
Com uma máquina do tempo que sua melhor amiga construiu, Jamie acaba voltando acidentalmente para o ano do massacre e decide tentar impedir os assassinatos, mas isso gera inúmeras aventuras cômicas pelas diferenças culturais relativas ao tempo, bem como um grande sufoco para tentar salvar as vitimas e capturar o assassino.
O filme não tem grandes pretensões, é relativamente simples, mas cumpre sua proposta muito bem, entretendo o público e entregando um filme gostoso de assistir.
Passagens
3.4 81 Assista AgoraAlinhado com o tema do recente 'A Pior Pessoa do Mundo', sem a mesma profundidade e mesmo êxito no entanto, 'Passagens' retrata a vida de três pessoas emocionalmente comprometidas e como isso corrói não só os relacionamento entre eles, mas eles mesmos.
Thomas e Martin vivem em um relacionamento aparentemente saudável até que o primeiro se envolve com Agathe em um caso improvável e tórrido. Dai em diante, cada peça desse jogo de sentimentos tem suas características muito bem delimitadas e geram consequências que respingam para todos os lados. Thomas, o estopim desse caos todo, é um homem imaturo emocionalmente ao ponto de tragar as outras duas pessoas em sua vida para essa tormenta. Ele é narcisista, inconsequente, inseguro e não tem responsabilidade afetiva. Já Martin e Agathe são duas pessoas também inseguras, mas extremamente sem amor próprio.
O passagens do título se refere justamente a essas mudanças de um tipo de desejo para o outro, mudanças essas que sempre geram consequências, mágoas ou até traumas. Por fim, são tantas idas e vindas que os personagens se infectam e igualam. Martin, por exemplo, sentia repulsa pelos atos do companheiro, mas ao mesmo tempo ele age de forma muito parecida com ele em determinada cena, o que o torna semelhante a Thomas. E para um crescimento, ou parar esse ciclo de dor e sofrimento, é necessário cessar de vez a causa do problema ou então os erros continuarão se repetindo e mais, acumulando.
Apesar de 'Passagens' oferecer material para debates, suas camadas são bem rasas. O filme não consegue se aprofundar nos assuntos propostos e eles ficam mais no campo da sugestão do que de fato sendo desenvolvidos da forma que poderiam e deveriam. As atuações também são outro ponto problemático, e não passam veracidade.
Por fim, o filme é interessante como exercício das próprias atitudes do espectador, mas fica muito aquém ao que merecia.
O Exorcista: O Devoto
2.1 407 Assista AgoraComparações são sempre injustas, ainda mais com um clássico do cinema. Porém, é justamente por ser a sequência de um clássico é que 'O Exorcista: O Devoto' deveria ter tido todo o cuidado possível para ser pelo menos metade do que o filme de 73 foi. No entanto, ele entrega um filme fraco, vazio e sem nenhuma das qualidade que tornam 'O Exorcista' de William Friedkin um dos filmes mais assustadores até hoje.
Com uma atmosfera carrega e sombria, uma trilha marcante, cenas de gelar a espinha, com vômitos e palavreado obsceno e chulo e uma história competente, respaldada por atuações sólidas, 'O Exorcista' lançado em 1973 alcançou um status irrevogável de clássico macabro - repleto de lendas urbanas em seu entorno e que faz inúmeros espectadores até hoje sentirem como se estivessem testemunhando uma possessão e exorcismo reais, mais que isso, como se estivessem vendo algo que não deveriam. Dito isso, torna-se muito difícil desenvolver uma sequência à altura. Não à toa, nenhuma nunca foi, nem esse novo filme. Só que espera-se o mínimo de uma sequência de um grande filme e 'O Exorcista: O Devoto' não faz nem isso.
Apostando em um drama familiar e posteriormente na relutância e ceticismo de um dos personagens centrais, o filme apenas pincela sobre esses temas, o que torna todos os personagens ali envolvidos, até mesmo os crentes em tudo o que acontece, bem superficiais. E sobre a possessão, apesar de criativa pela ideia de como fazer isso acontecer, ela tem um desenvolvimento pífio e medíocre. Há uns jump-scares para iludir parte do público de que esse é um filme de terror pesado, mas convenhamos que o filme original não é bom por causa desse recurso, pelo contrário, foi a sua coragem de ir além e entregar uma história com cenas doentias, cheias de nojeiras e um linguajar chocante para a época que o tornou isso tudo, sem contar o roteiro bem escrito, a ótima direção e a atmosfera tensa. Não há um clima pesado e de 'esse filme vai me tirar o sono a noite' em 'O Exorcista: O Devoto'. Na verdade, ele não dá medo, ele não causa aflição e nem apreensão e nem ao menos faz com que o espectador torça para que o exorcismo funcione. De fato nem há exorcismo se for bem analisado, o que quase invalida o filme como uma sequência do que ele se diz ser.
É tanta superficialidade e infelizmente o filme perde chances de revitalizar a história, trazendo contextos políticos e religiosos atuais por exemplo, como a ascensão da extrema direita com base em um fundamentalismo religioso perigoso e que mal comparando é uma forma de possessão na cabeça das pessoas mais fracas. Então o estúdio tinha inúmeros assuntos que poderia usar, mas optou por um caminho mais fácil e pobre.
Outro ponto que até gera certa animação é o retorno da Ellen Burstyn, só que ela é tão mal aproveitada que honestamente coloca em cheque se foi realmente necessária a volta dela para que o roteiro tivesse as piores decisões com a sua personagem. Talvez, uma única cena dela vale a pena,
a cena no final quando a Regan (Linda Blair) visita a mãe
Por fim, o que realmente parece precisar de um exorcismo é a carreira do diretor desse desperdício de filme. Depois de um estrago na ultima trilogia de 'Halloween', a última coisa que o diretor David Gordon Green deveria ter feito era mexer em outro clássico.
A Lula e a Baleia
3.7 317 Assista AgoraO cinema intimista do cineasta nova-iorquino Noah Baumbach sempre leva o espectador a refletir os inúmeros aspectos das relações humanas, e em a "Lula e a Baleia" o convite é feito para testemunhar a vida de uma família cujo os pais estão se divorciando e como isso afeta não só os dois, mas os filhos adolescentes deles.
Nem tão dilacerador quanto "História de um Casamento" e nem tão melancólico quanto "Frances Ha" (ambos filmes do diretor), " A Lula e a Baleia" consegue construir um drama familiar com toda a intensidade e as loucuras que uma família geralmente experimenta durante um divórcio dos pais, mas também inclui muito deboche e ironia, o que torna a experiência menos dolorosa de assistir do que "História de um Casamento", por exemplo.
Apesar de ter sido lançado em 2005, o longa se passa no finalzinho da década de 80 e reconstrói de forma magistral o período. E considerando que não há absolutamente nada de grandioso ou nenhuma reviravolta mirabolante no filme, o seu maior triunfo está em uma atuação de primeira. Todos os atores, sem exceção nenhuma entregam o melhor de si mesmos e fazem o espectador mergulhar nas suas diversas camadas e dramas. É isso torna o filme um deleite.
A metáfora com o título do filme fica bem clara em seu desfecho, exatamente como em "Frances Ha", e torna a história ainda mais inteligente, emocionante e rica. Mas voltando a metáfora,
ela coroa a história como uma guerra dos sexos e como um casal brigando pode afetar negativamente os filhos.
Em certo momento o personagem do Jesse Eisenberg, o Walt, comenta que depois de visitar o Museu de História Natural com sua mãe (Laura Linney), ele sempre ficou aterrorizado com a escultura de uma lula e uma baleia brigando. E ele nunca mais retornou ao museu. Esse episódio, comparado à situação dos pais dele, reflete na dificuldade do rapaz em lidar com situações difíceis em sua vida. Ele não aceitava a separação dos pais, fugia de um confronto com a mãe e posteriormente fugiu do pai também. Mas ao visitar o temido museu no final do filme, ele enfrentou os seus medos e enxergou na lula e na baleia, seus próprios pais brigando. Esta era uma briga dos dois e tanto Walt, quanto seu irmão, não tem nada a ver com isso. Eles podem absorver o melhor dos pais, e simplesmente jogar fora, sem temer mal algum, o que não lhes for útil.
A lula e a baleia é um filme simples, mas com grandes discussões no que se propõe. E traz esses assuntos ora de forma bem clara, ora nas entrelinhas. Mas sempre com atuações profundas.
Jogos Mortais X
3.4 492 Assista AgoraDepois de sequências incoerentes e fracas, que abusaram da violência gráfica e não acrescentaram nada novo à franquia, pelo contrário, a desgastaram, finalmente o estúdio conseguiu criar uma continuação à altura do clássico filme de 2004.
Do diretor Kevin Greutert e dos roteiristas Josh Stolberg e Pete Goldfinger, todos nomes conhecidos na franquia, esse décimo filme do lendário Jigsaw não é um filme perfeito e nem o melhor dos 10, mas sem dúvida é competente e resgata todos os atributos que tornaram o filme original um hit e deu a origem a uma das franquias de terror mais rentáveis no cinema.
'Jogos Mortais X' se passa 3 semanas após os acontecimentos do primeiro filme e consegue construir uma justificativa sólida para o retorno de seu antagonista,
morto no terceiro filme
Tal qual como no primeiro filme, a história desse novo consegue produzir discussões éticas e morais, surpreende com uma reviravolta criativa, além de conceber as armadilhas mais insanas da saga, dando origem à algumas das cenas mais sangrentas e angustiantes já vistas em um filme do Jigsaw. Tudo isso dando novos ares para a franquia, sem esgotar o espectador com conteúdo repetitivo.
Apesar de redondinho, o filme deixa brechas
(como a criança mexicana que auxilia o John e talvez até a Cecilia ter ficado viva)
Clube da Luta Para Meninas
3.4 234 Assista AgoraDa jovem diretora Emma Seligman, do ótimo filme da Mubi "Shiva Baby", "Bottoms" mostra que Seligman é realmente muito perspicaz com comédias que exploram (de modo positivo) personagens que até uns 10 anos atrás não teriam muito espaço no cinema com filmes retratando mulheres comuns, com suas sexualidades, desejos, humor e imperfeições.
"Bottoms", aparentemente intitulado de "Passivonas" no Brasil, poderia ser mais um besteirol de colégio dos EUA, se não fosse pelo fato de que coloca no centro de sua história personagens femininas lutando por reconhecimento e mostrando que o cinema, em qualquer gênero ou subgênero, não deve ser somente sobre homens com uma mulher de acessório. A história não deixa de ser um grande besteirol, e bem engraçado diga-se de passagem, ainda sim, é divertido ver como a diretora subverte aqueles filmes clássicos adolescentes, mas sob a perspectiva feminina dessa vez. E o resultado é insano.
Ninguém Vai Te Salvar
3.2 567 Assista AgoraCom tantas produções ruins sobre alienígenas no cinema, "Ninguém Vai Te Salvar", dirigido por Brian Duffield (roteirista do divertido 'Amor e Monstros'), é um exemplo de como fazer um bom filme de ets, sabendo explorar a tensão o máximo possível e sem utilizar quase nenhuma fala e ainda sim não tornando o filme monótono.
A ideia é ótima, a parte dramática muito interessante e a decisão de não esconder a ameaça por muito tempo, mas sim de já mostrá-la de cara, é outro ponto positivo e surpreendente. O filme também sabe utilizar os efeitos sonoros e a trilha a seu favor, contrabalanceando a ausência de falas. As referências cinematográficas do universo alienígena no cinema também são um deleite e divertidíssimas.
Apesar de ser um filme acima da média para o subgênero, ele peca em inúmeros quesitos, como o CGI pobre dos ets. Além de um terceiro ato que derrapa ao tentar explicar o passado da protagonista e ligá-lo ao ataque alienígena. A edição do filme é confusa nessa parte e toda a construção tensa feita anteriormente é perdida. Ainda sim, a ideia final é genial!
Eu entendi sobre o final
que, pelo fato de Brynn ser hostilizada e odiada por todos na cidade(porque ela matou a amiga) e considerando que ela vivia isolada, pois sua mãe também morreu, ela não era vista pelos invasores do planeta terra como um membro daquela sociedade. Após conhecerem a história de Brynn, os ets sabiam que ela já era solitária e não fazia o menor sentido escravizá-la. Portanto, eles permitiram que ela vivesse entre os hospedeiros humanos / escravizados, talvez por pena ou compaixão, coisa que nem mesmo os seres humanos tiveram a decência de ter.
Amor à Primeira Vista
3.5 129 Assista AgoraBaseado no livro de sucesso "A Probabilidade Estatística do Amor à Primeira Vista” (de Jennifer E. Smith), "Amor à Primeira Vista" é uma deliciosa adaptação da Netflix que não só tem um roteiro dramático e romântico bem feitos, sem exageros e apelações (ainda sim emocionante), mas também possui uma trilha sonora de primeira e atuações competentes, vide a química entre o casal principal.
Não há nada de grandioso no filme, mas ele é competente ao explorar e desenvolver alguns cliches dos filmes de romance juvenil sem parecer repetitivo. Além disso, o climinha gostoso da historia e os personagens carismáticos tornam o filme uma atração muito agradável. É aquele tipo de filme para assistir quando você busca algo leve e cativante.
Bom Garoto
2.5 169 Assista AgoraInspirado em "50 tons de Cinza" e "A Bela e a Fera", "Bom Garoto" é um filme independente que explora diversos gêneros e sabe criar tensão ao longo de pouco mais de 1 hora de duração. Tal qual como no interessante "Creep" (2014), o filme sabe brincar com uma situação real e subverter os gêneros e sentimentos do público. Contudo, ele infelizmente é aquele tipo de filme em que a ideia dele e a curiosidade que ele aguça prendem muito mais do que o próprio desenvolvimento e as inúmeras possibilidades que ele perde por não se aprofundar ou desenvolver.
E para um filme curto, muito ainda poderia ter sido explorado para dar substância ao filme. Ainda sim, não dá para exigir muito de um filme independente que talvez não tenha tido recurso suficiente para fazer mais do que conseguiu. Além de que essa é uma história tensa e que por mais que tenha um mistério previsível, sabe usar de uma tensão crescente para prender a atenção até o fim. O tom bizarro dele também é algo que, embora pouco aproveitado, também é interessante.
A questão do filme do filme se inspirar em "50 tons de Cinza" e "A Bela e a Fera" explica muito sua história. Sigrid (Katrine Lovise Øpstad Fredriksen) se atrai pelo homem rico que também chama Christian (Como em 50 tons...) e nem se importa com o fato dele talvez ter esse fetiche estranho em ter um homem vestido de animal, afinal ela se vislumbra com essa vida boa da qual ela não goza. Outra possibilidade levantada pelo diretor Viljar Bøe é a de que Sigrid vê através da imagem de fera que Christian tem com essa bizarrice toda, um homem bom que esta tentando ajudar um amigo (Frank, interpretado por Nicolai Narvesen Lied) a manter seu fetiche. Só que Sigrid se engana e em um determinado ponto Christian vira a fera no pior sentido, não como na clássica animação Disney, e transforma Sigrid em sua 'bela' refém.
Por fim, esse filme tem uma ideia muito boa, mas que infelizmente fica muito mais no meio do caminho. Poderia ter sido muito melhor nas mãos de um cineasta mais experiente ou com um orçamento maior, ainda sim vale muito a pena pela criatividade, pela angustia que ele gera, pelas questões que ele levanta em relação aos perigos de se conhecer pessoas através de aplicativos de namoro e até mesmo amizades online (o que estamos todos sujeitos) e por conseguir prender a atenção do espectador até o final com um dos mistérios mais bizarros para o terror nesse ano.
Rotting in the Sun
3.5 85 Assista Agora'Rotting in the Sun' é o retrato do mundo de hoje, onde tudo está acontecendo ao mesmo tempo, as informações bombardeiam as pessoas, as relações tornaram-se um jogo de interesse e de aparências e, o maior dos problemas, uma informação pequena ganha proporções gigantescas e distorcidas na internet e, consequentemente, na vida real.
Apesar do filme ser uma delícia caótica de acompanhar, há alguns exageros que só existem por conta do filme ser totalmente independente e que talvez não seja problema algum para alguns espectadores e está tudo bem. Na verdade, felizmente a ideia do filme em si só nasceu por conta dos roteiristas terem total liberdade de explorar o que quisessem ali. Mas o primeiro ato poderia ter sido menos exagerado e usado o tempo para explorar e criticar mais esse mundo instagramável e a comunidade gay.
Passado esse momento inicial, é ai que a história se torna ainda mais interessante e angustiante. Atual também, já que coloca no centro da história uma pessoa pobre e que mesmo não tendo cometido nada de errado, acaba cometendo um delito por medo do que as pessoas diriam e pensariam só pelo fato de ela ser quem é. E isso desencadeia uma série de acontecimentos ora cômicos e ora tensos.
Por outro lado, há a outra parte dessa história que quer a todo custo solucionar esse mistério todo. Tal qual como na ótima primeira temporada de "Search Party", esse personagem que banca o detetive no filme representa bem os jovens atuais que, sem um propósito de vida, buscam algo para dar sentido a esse caos superficial, e são tragados por uma enorme confusão.
'Rotting in the Sun' é um filme rico no que se propõe dizer, cheio de camadas e divertidíssimo. E esse lado independente dele me deixa tanto satisfeito por ver uma ideia original, fresca e interessante em meio a tanta historia repetitiva, mas também me faz pensar que os roteiristas poderiam ter sido mais sutis em determinadas cenas e se aprofundar mais em outros assuntos e cenas. Mas não é nada que estrague a experiência, na verdade isso vai variar de espectador para espectador.
Drácula: A Última Viagem do Deméter
2.9 235 Assista AgoraA ideia inicial é interessante, assim como a ambientação e o clima de mistério do começo, contudo, o desenvolvimento é perdido e superficial. O que é uma pena para uma história tão rica quanto a de Drácula.
Com um material abundando e cheio de possibilidades de abordagem e exploração da história do icônico vampiro, este filme poderia ter sido muito melhor. Há de se mencionar que a ideia pouco explorada dessa trajetória inicial do clássico personagem é pouco retratada no cinema, e por isso pode despertar o interesse do espectador. E o clima de mistério do começo do filme, bem como toda a ambientação de época animam ainda mais. Mas é tudo ilusão, o longa não consegue se sustentar no decorrer de seu desenvolvimento.
Ao longo da projeção, os acontecimentos vão ocorrendo e é como se os personagens se tornassem bobos e inteligíveis. Tornando a história desinteressante e sem nenhum atrativo para um personagem tão complexo e cheio de camadas como o Drácula. São tantas sequências estúpidas que o filme termina sem sal e julgando a inteligência do espectador. Sem contar o drácula mal feito e que é mostrado mais durante a noite para esconder um CGI ruim.
Por fim, não diria que o filme é um completo desperdício, apesar de todos os problemas dele, ainda existem algumas cenas que salvam. Mas esta é uma história rasa e que ainda tem a pretensão
de terminar com um gancho
Cangaço Novo (1ª Temporada)
4.4 208'Cangaço Novo' é não só um dos projetos mais audaciosos na TV brasileira nos últimos anos, como também um dos mais atuais e importantes e que representa o Brasil de hoje, mas respeitando o passado.
A série se inspirou na história real de Valdetário Carneiro, considerado o percursor do novo cangaço, com pelo menos 100 ataques a bancos em cidades pequenas do nordeste brasileiro durante a década de 90. 'Cangaço Novo', no entanto, traz um incremento ficcional com um profundo drama familiar e cenas de ação de tirar o fôlego, tudo isso tendo como pano de fundo a cidade de Cratará, município fictício no Ceará, e que expõe um Brasil tão hostil, quanto estonteantemente belo.
O roteiro é gigante no que se propõe e executa. Além do êxito na construção de um drama sólido, amparado em especial por um elenco afiado e talentosíssimo, as sequências de ação são todas tão bem construídas, que deixam no chinelo muitas produções estrangeiras com orçamento ainda maior. Outro fator importante aqui, é a brasilidade muito presente no projeto. 'Cangaço Novo' não tenta se enquadrar em fórmulas estrangeiras, mas trilha seu próprio caminho com uma cultura e linguajar próprios, com locações típicas do nordeste brasileiro e uma trilha sonora tão linda e diversa, quanto esse Brasilzão imenso.
A história respeita o cangaceiro de Valdetário, mas também o torna ainda mais moderno quando o mergulha nesse Brasil rachado ao meio pelo ódio. Os tons políticos da série podem não ser nada novos, afinal a influência do coronelismo já é veterana no país, mas essa rixa política é bem reconhecível por quem viveu as guerras eleitorais de 2018 para cá, e tornam 'Cangaço Novo' urgente e um retrato do passado e do presente, nos convidando a inúmeras reflexões.
Para mim é obra prima!
Homem-Aranha: Através do Aranhaverso
4.3 525 Assista AgoraTão ousado quanto o seu predecessor e ainda mais maduro, o filme também consegue evoluir na questão estética quando dá um show de criatividade na parte técnica, que já era incrível no anterior, usando e abusando de técnicas visuais de cair o queixo.
Em "Homem-Aranha: Através do Aranhaverso" tudo é tão vibrante, faz os olhos brilharem o tempo todo, conecta tantos pontos do universo do Homem Aranha sem forçar nada e a história e seus personagens são tão contagiantes e bem trabalhados que da gosto de ver.
Eu só não gostei tanto da opção em dividir essa história com a do terceiro no meio, para gerar ainda mais ansiedade, porque me deu mesmo muita ansiedade e vontade de ver logo a terceira parte rs Portanto, eu gostaria de ter visto um final mais redondinho, mesmo com alguns pontos soltos para o terceiro filme.
Ainda sim, eu gosto também do desenvolvimento maduro dos personagens e da história, acho que eles entendem e desenrolam perfeitamente o conceito de multiverso ao não darem foco apenas a um homem aranha.
Que o práximo filme mantenha o ritmo e qualidade... ou nos surpreenda com algo melhor ainda.
As Tartarugas Ninja: Caos Mutante
3.7 134 Assista AgoraCom uma estética arrojada e bem trabalhada, o filme traz também uma nova abordagem da história já bem explorada no universo das tartarugas ninjas. Com isso, comprova-se que o filme fez a lição de casa que "O Homem Aranha: No Aranhaverso" deixa... e muito bem feita.
Outro ponto a ser ressaltado é que os personagens são carismáticos, bem trabalhados, há uma representatividade na história e abre-se espaço para o público novo, bem como mantém elementos que podem agradar os fãs de longa data.
Eu achei engenhoso e muito divertido.