Tensão bem calculada, uma fotografia assustadora e uma reviravolta surpreendente do roteiro catalogam "Os Outros" como um bom filme de suspense/terror.
A receita para se fazer um filme como "Terráqueos" não é tão brilhante como que aparenta ser: basta sair catando imagens de animais sofrendo inexplicáveis torturas provocadas por nós humanos, ir ao Movie Maker e juntar estes vídeos com uma trilha de fundo extremamente comovente e melodramática. Sim, o filme de Shaun Monson (ou "montagem torturante de vídeos") é um trabalho que utiliza a brutalidade de suas imagens como maneira barata de chocar o espectador, em vez de explorar argumentos favoráveis à sua defesa de forma a tornar-se informativo e não masoquista e pobre em conteúdo - qualidade (?) que ele executa com primor.
Acabo de ver um "Jogos Mortais" real e com animais... Afinal, qual é a diferença entre ambos os filmes além das citadas à cima?
Sim, o roteiro beira ao ridículo (o que é estranho, já que Tarantino é famoso justamente pelos seus roteiros muito bem escritos) e sim, esse é também o pior filme do diretor, mas...
Me diverti de uma forma alucinante! Sinto-me como se tivesse sido transportado para a imaginação sem limites e extremamente violenta do Tarantino, só que desta vez sem me maravilhar com sua escrita peculiar e originalíssima. Sim, os personagens são mal desenvolvidos e até mesmo a história parece não ter um propósito ao se desenrrolar de uma maneira superficial e excêntrica, mas "Á Prova de Morte" conquista pela diversão e tensão (uma tensão banal, mas mesmo assim deliciosa) muito bem desenvolvidas pelo diretor.
É como se o Tarantino estivesse dizendo aos espectadores: "Olhem que porcaria acabei de dirigir. É muito ruim! Me odeiem!", enquanto grita as seus fãs de carteirinha: "Estão prontos para darem uma volta pela minha cabeça louca e sem limites, seus filhos da puta?!".
Apresentando uma proposta interessante e até mesmo original, "Lucy" do famoso e superestimado Luc Besson demonstra com clareza como um roteiro preguiçoso e pouco coeso pode transformar uma boa ideia inicial em algo com pouco conteúdo e superficial.
Mesmo que opte por não atacar ou defender algo, "Life 2.0" revela-se um eficiente e interessantíssimo documentário que, mesmo que pouco informativo, permite ao espectador dialogar com si próprio sobre a substituição do mundo virtual pelo real.
Simplesmente brilhante! Com um roteiro muito bem desenvolvido e uma direção segura e competente, "Short Term 12" ainda conta com o apoio de seu excepcional elenco juvenil que, com belíssimas interpretações, o transforma em um dos dramas mais inteligentes e bem executados do ano passado.
Espetacular! Um vertiginoso estudo do tempo e da maneira como os mínimos detalhes ocorridos na vida de uma pessoa pode influenciar o destino de diversas outras.
Uma montagem indiscutivelmente brilhante e uma direção infinitamente criativa.
Visualmente espetacular e narrativamente horrendo. "Malévola", longa de estreia do diretor Robert Stromberg perde demasiado tempo em abordar a vida da protagonista Malévola sem se preocupar com o restante da história original, ocasionando em um clímax e defecho tremendamente corrido e insatisfatório.
Suas qualidades: um espetacular design de producão - note a maquiagem excepcional que transforma a Angelina Jolie em uma vilã/heroína extremamente sedutora no mesmo tempo que ameaçadora; a direção de arte de tirar o fôlego, com cenários desde adoráveis até góticos; efeitos visuais sensacionais; e um design de som muito eficiente. Além disto, o roteiro mal-estruturado constrói - pelo o menos - muito bem a identidade de sua protagonista, tornando-a mais rica e interessante do que aquela visto no clássico desenho da Disney - algo que não seria tão eficiente sem a inteligente interpretação de Angelina Jolie.
Shailene Woodley e Ansel Elgort demonstram ser a escolha perfeita para dar vida á Hazel Grace e ao Augustus Waters, respectivamente, na adaptação cinematográfica do estrondoso sucesso literário de John Green, "A Culpa é das Estrelas". A doce química entre Elgort e Woodley - juntamente com suas delicadas interpretações - é um dos grandes pontos altos do filme de Josh Boone, que cativa mais do que o livro do qual foi baseado e que consegue emocionar (sem jamais apelar para o melodrama barato: e é essa a sua maior virtude!) qualquer homem, mulher ou criança que o assistir.
Utilizando-se de um roteiro propositalmente simplista e que poderia ter sido assinado facilmente pelo próprio John Green, a adaptação cinematográfica de "A Culpa é das Estrelas" traz diálogos absolutamente iguais àqueles presentes no livro, respeitando excessivamente (não que isto seja algo ruim!) o seu material original. Sem abusar de overactings ou do duro drama vivido pelos seus protagonistas, o diretor Josh Boone parece entender o que realmente diferencia esta história das demais outras que buscam extrair lágrimas gratuitas de seus espectadores - e é adorável perceber como a ideologia da morte no filme é tratada como algo natural, embora triste, uma vez que estamos a enxergando através dos olhos de dois jovens que já se acostumaram com o fato de morrer. Mais encatador ainda é notar como o Boone, da mesma forma que Green em seu livro, faz a questão de extrair humor de sequências que facilmente poderiam acabar cedendo ao melodrama - e são inúmeros momentos em que as lágrimas ameaçam descer pelas nossas faces, mas que graças àlguma frase cômica dita por algum personagem, terminam por nos fazer sorrir, mesmo que seja um sorriso triste, pois não deixamos de nos importar profundamente com os personagens personagens.
Ainda trazendo nomes de peso como Willem Dafoe e Lara Dern para seu elenco, "A Culpa é das Estrelas" revela-se um filme extremamente encantador e dolorosamente emocionante. Uma prova disto me foi dada quando, ao entrar no banheiro do cinema após o término do filme, me deparei com inúmeros olhos masculinos inundados de lágrimas -algo que não me lembro de ter visto alguma vez na vida após uma sessão de cinema.
Deixo aqui meu eterno agradecimento à equipe técnica e artística que conseguiram, até mais do que o esperado, transpor para as telonas a tocante obra literária de John Green.
Sensacional! Uma montagem vertiginosa, recheada de inesquecíveis sequências abordando os efeitos agressivos causados pela violência e pelas drogas! Uma espécie de "Laranja Mecânica" escocês... Imperdível!
After the Dark" combina uma trama criativa, ao mesmo tempo divertida, com uma direção de arte ágil e uma fotografia de tirar o fôlego. Narrativamente sedutor e deliciosamente filosófico, o roteiro do filme se revela eficiente na maior parte do tempo, mesmo que seus minutos finais desapontem àqueles que esperavam uma conclusão mais ambiciosa e menos previsível.
Um "Jogos Vorazes" mal desenvolvido, que consegue ser levemente interessante no início, mas que decai drasticamente em seu clímax corrido e mal resolvido.
Simplesmente um dos filmes mais encantadores e belos que já vi, com um dos finais mais tocantes de todos os tempos! James Stewart numa interpretação não menos que espetacular!
Poucos são os filmes de terror na história do cinema que conseguiram extrair do público o sentimento de tensão, desespero ou até mesmo de temor. A cada ano que passa, Hollywood vêm se concentrando cada vez mais em utilizar roteiros que já foram vistos e revistos pela grande massa amante de filmes de terror, tornando a indústria cinematográfica mais recheada ainda de remakes horrorosos e clichês cada vez mais entediantes (os filmes que tratam sobre "exorcismo", por exemplo, já são tão frequentes no cinema atual que causam ao espectador mais sono do que medo). Desta forma, para mim e para muitos, foi uma surpresa assistir ao longa "A Centopéia Humana" do novato diretor holandês Tom Six, um filme que surpreende ao mesmo tempo que decepciona, mas que traz algo de novo para o cinema de horror deste século.
A ideia original e absurda de "A Centopéia Humana" não é o maior mérito do filme. O diretor Tom Six traz uma direção ágil e muito habilidosa para um filme de terror ao manter a câmera sempre em movimento horizontal (mesmo que ela pareça estar parada) até mesmo em planos em que a movimentação de câmera é desnecessária. Junto com a fotografia e com a direção de arte inteligente (com destaque para a casa aterrorizante do Dr. Heiter), o diretor presenteia o filme com um clima de tensão muito bem trabalhado e escalado, que tenta e consegue tirar o fôlego do espectador a todo momento e que se recusa a deixá-lo ter algum momento de paz durante os noventa e dois minutos de projeção de desespero absoluto. Esta surpreendente escala de tensão alcançada pelo filme não seria possível sem a interpretação espetacular do alemão Dieter Laser (o cirurgião psicopata), que encarna em um dos vilões mais maldosos e asquerosos que eu já vi em um filme de terror.
Obtendo sucesso em transmitir tensão ao espectador, "A Centopéia Humana" erra feio em alguns aspectos. Dentre eles está o horroroso roteiro super mal escrito pelo Tom Six, que traz falas terrivelmente amadoras (como na sequência inicial em que o carro das protagonistas quebra, fazendo uma de ambas dizer algo genial do tipo "Temos que sair do carro e dar uma olhada!". Ou apenas no momento em que elas se perdem numa floresta e a mesma admite para a outra “Está tudo bem! Só estamos um pouco perdidas!”). Diálogos como estes são apenas a introdução de um banquete horroroso de roteiro cinematográfico e, além disto, somos obrigados a encarar reações sem sentido (de acordo com as protagonistas, por exemplo, é seguro e confiável permanecer na casa de alguém que diz “odiar humanos”), ações tremendamente forçadas (vede a seqüência em que uma das garotas consegue sair da maca aonde estava aprisionada e em vez de fugir e procurar ajudar, resolve voltar e arrastar a amiga quase morta pelo chão da casa do cara que quer colar os seus lábios no anus de uma outra pessoa! De uma inteligência fenomenal!). Além das inúmeras falhas do roteiro, as atrizes que interpretam as protagonistas do filme são péssimas! Com suas amadorísticas recitações, ambas parecem achar que estão indo para o caminho certo ao dizer o nome da outra personagem a cada frase recitada: “Lindsay, vamos sair do carro!”, “Ah, não, Jenny, eu não quero!”, “Mas a gente tem que sair, Lindsay.”, “Tudo bem, Jenny". Isto sem mencionar as interpretações robóticas dos atores que fizeram os dois polícias no ato final... Absolutamente deplorável!
A primeira parte de “A Centopéia Humana” poderia ser considerado um grande filme se o seu roteiro tivesse sido trabalhado com mais cuidado e competência e se o seu elenco tivesse sido outro (repetindo: apenas Dieter Laser estava perfeito como o Dr. Heiter). Com a ausência destes privilégios cinematográficos, o diretor Six fez um filme que têm seu mérito em causar tensão, medo e nojo como poucos na atualidade fazem, mas que é escasso em personagens inteligentes (do cirurgião às garotas, até os polícias: todos são burros!) e momentos absurdos que atingem quase o “non-sense”, uma conseqüência do roteiro amador e pouco trabalhado. Uma lástima.
"Capitão Phillips" se configura como um dos melhores filmes de suspense dramático de 2013 juntamente com "Os Suspeitos". A diferença entre ambos é que, enquanto "Os Suspeitos" traça uma narrativa mais pausada e levemente tecida, o filme de Paul Greengrass não permite nem ao menos que o espectador respire de tanta tensão e agonia, causada pelo roteiro inteligente, pela direção espetacular e ágil do Greengrass e pelas interpretações muito naturalistas dos atores principais e coadjuvantes.
"Philomena" é um daqueles filmes que conquistam o espectador por conta da simplicidade em que a sua narrativa se desenvolve e principalmente pela ingenuidade e carisma da protagonista, que neste caso é interpretada com maestria pela talentosa Judi Dench.
Muito mais do que um drama inglês produzido pela BBC, o longa de Stephen Frears é também um filme que busca fazer críticas religiosas sem fazer nenhum tipo de apologia ao ateísmo. Desta forma, somos apresentados à um enxame de freiras rígidas e mercenárias e testemunhamos o quão fácil a opinião própria de um indivíduo pode influenciar na sua visão religiosa sobre o que é certo e o que é errado (tantas religiosos que inventam coisas que não estão na bíblia de acordo com suas opiniões e crenças próprias). Além de abordar estes temas religiosos que valem a pena serem discutidos, o roteiro não para por aí ao nos trazer diálogos inteligentes sobre o assunto, como por exemplo na cena em que o jornalista Martin questiona juntamente com Philomena o porquê de Deus nos dar o "poder" de sentirmos atração sexual se, segundo as freiras e a uma grande parte de crentes, não poderíamos desfrutar deste tal "privilégio" ("Seria uma espécie de jogo de resistência?", se questiona Martin, sabiamente). Esta junção do velho humor inglês com temas sérios e polêmicos é o que da à "Philomena" um diferencial dos outros filmes que buscam fazer críticas religiosas, seja de maneira superficial ou intensiva. Este aqui é um filme que merece ser visto em um ano em que o Oscar fez boas escolhas para a sua categoria principal (melhores, pelo o menos, que no ano passado e retrasado).
Um drama romântico muitíssimo bem construído, que obtêm sucesso por conta do roteiro divertido e inteligente de James Ponsoldt e pelas atuações fantásticas de Miles Teller e Shailene Woodley (uma atriz linda e encantadora que me fez acreditar que a adaptação de "A Culpa é das Estrelas" não pode ser menos do que maravilhosa).
Os Outros
4.1 2,5K Assista AgoraTensão bem calculada, uma fotografia assustadora e uma reviravolta surpreendente do roteiro catalogam "Os Outros" como um bom filme de suspense/terror.
Praia do Futuro
3.4 935 Assista AgoraIntenso, bem dirigido, muito bem atuado e fotografado com primor.
Terráqueos
4.5 450A receita para se fazer um filme como "Terráqueos" não é tão brilhante como que aparenta ser: basta sair catando imagens de animais sofrendo inexplicáveis torturas provocadas por nós humanos, ir ao Movie Maker e juntar estes vídeos com uma trilha de fundo extremamente comovente e melodramática. Sim, o filme de Shaun Monson (ou "montagem torturante de vídeos") é um trabalho que utiliza a brutalidade de suas imagens como maneira barata de chocar o espectador, em vez de explorar argumentos favoráveis à sua defesa de forma a tornar-se informativo e não masoquista e pobre em conteúdo - qualidade (?) que ele executa com primor.
Acabo de ver um "Jogos Mortais" real e com animais... Afinal, qual é a diferença entre ambos os filmes além das citadas à cima?
À Prova de Morte
3.9 2,0K Assista AgoraSim, o roteiro beira ao ridículo (o que é estranho, já que Tarantino é famoso justamente pelos seus roteiros muito bem escritos) e sim, esse é também o pior filme do diretor, mas...
Me diverti de uma forma alucinante! Sinto-me como se tivesse sido transportado para a imaginação sem limites e extremamente violenta do Tarantino, só que desta vez sem me maravilhar com sua escrita peculiar e originalíssima. Sim, os personagens são mal desenvolvidos e até mesmo a história parece não ter um propósito ao se desenrrolar de uma maneira superficial e excêntrica, mas "Á Prova de Morte" conquista pela diversão e tensão (uma tensão banal, mas mesmo assim deliciosa) muito bem desenvolvidas pelo diretor.
É como se o Tarantino estivesse dizendo aos espectadores: "Olhem que porcaria acabei de dirigir. É muito ruim! Me odeiem!", enquanto grita as seus fãs de carteirinha: "Estão prontos para darem uma volta pela minha cabeça louca e sem limites, seus filhos da puta?!".
Lucy
3.3 3,4K Assista AgoraApresentando uma proposta interessante e até mesmo original, "Lucy" do famoso e superestimado Luc Besson demonstra com clareza como um roteiro preguiçoso e pouco coeso pode transformar uma boa ideia inicial em algo com pouco conteúdo e superficial.
Guardiões da Galáxia
4.1 3,8K Assista AgoraBoa direção, personagens carismáticos e uma trilha sonora bem original.
Life 2.0
2.9 3Mesmo que opte por não atacar ou defender algo, "Life 2.0" revela-se um eficiente e interessantíssimo documentário que, mesmo que pouco informativo, permite ao espectador dialogar com si próprio sobre a substituição do mundo virtual pelo real.
Ensina-me a Viver
4.3 874 Assista AgoraA belíssima aurora do cinema "indie" americano! Um espirituoso e reflexivo estudo do diretor sobre os seus excêntricos personagens.
Tocante sem ser melodramático. Polêmico sem ser explícito. E competente sem ser pretencioso.
Temporário 12
4.3 590Simplesmente brilhante! Com um roteiro muito bem desenvolvido e uma direção segura e competente, "Short Term 12" ainda conta com o apoio de seu excepcional elenco juvenil que, com belíssimas interpretações, o transforma em um dos dramas mais inteligentes e bem executados do ano passado.
Corra, Lola, Corra
3.8 1,1K Assista AgoraEspetacular! Um vertiginoso estudo do tempo e da maneira como os mínimos detalhes ocorridos na vida de uma pessoa pode influenciar o destino de diversas outras.
Uma montagem indiscutivelmente brilhante e uma direção infinitamente criativa.
A Viagem de Chihiro
4.5 2,3K Assista AgoraMe deixou sem palavras. Simplesmente um dos melhores filmes de animação que já assisti em minha vida.
Para sempre emocionante.
Persépolis
4.5 754Engenhoso, divertidamente didático e belamente fotografado.
Malévola
3.7 3,8K Assista AgoraVisualmente espetacular e narrativamente horrendo. "Malévola", longa de estreia do diretor Robert Stromberg perde demasiado tempo em abordar a vida da protagonista Malévola sem se preocupar com o restante da história original, ocasionando em um clímax e defecho tremendamente corrido e insatisfatório.
Suas qualidades: um espetacular design de producão - note a maquiagem excepcional que transforma a Angelina Jolie em uma vilã/heroína extremamente sedutora no mesmo tempo que ameaçadora; a direção de arte de tirar o fôlego, com cenários desde adoráveis até góticos; efeitos visuais sensacionais; e um design de som muito eficiente. Além disto, o roteiro mal-estruturado constrói - pelo o menos - muito bem a identidade de sua protagonista, tornando-a mais rica e interessante do que aquela visto no clássico desenho da Disney - algo que não seria tão eficiente sem a inteligente interpretação de Angelina Jolie.
A Culpa é das Estrelas
3.7 4,0K Assista AgoraShailene Woodley e Ansel Elgort demonstram ser a escolha perfeita para dar vida á Hazel Grace e ao Augustus Waters, respectivamente, na adaptação cinematográfica do estrondoso sucesso literário de John Green, "A Culpa é das Estrelas". A doce química entre Elgort e Woodley - juntamente com suas delicadas interpretações - é um dos grandes pontos altos do filme de Josh Boone, que cativa mais do que o livro do qual foi baseado e que consegue emocionar (sem jamais apelar para o melodrama barato: e é essa a sua maior virtude!) qualquer homem, mulher ou criança que o assistir.
Utilizando-se de um roteiro propositalmente simplista e que poderia ter sido assinado facilmente pelo próprio John Green, a adaptação cinematográfica de "A Culpa é das Estrelas" traz diálogos absolutamente iguais àqueles presentes no livro, respeitando excessivamente (não que isto seja algo ruim!) o seu material original. Sem abusar de overactings ou do duro drama vivido pelos seus protagonistas, o diretor Josh Boone parece entender o que realmente diferencia esta história das demais outras que buscam extrair lágrimas gratuitas de seus espectadores - e é adorável perceber como a ideologia da morte no filme é tratada como algo natural, embora triste, uma vez que estamos a enxergando através dos olhos de dois jovens que já se acostumaram com o fato de morrer. Mais encatador ainda é notar como o Boone, da mesma forma que Green em seu livro, faz a questão de extrair humor de sequências que facilmente poderiam acabar cedendo ao melodrama - e são inúmeros momentos em que as lágrimas ameaçam descer pelas nossas faces, mas que graças àlguma frase cômica dita por algum personagem, terminam por nos fazer sorrir, mesmo que seja um sorriso triste, pois não deixamos de nos importar profundamente com os personagens personagens.
Ainda trazendo nomes de peso como Willem Dafoe e Lara Dern para seu elenco, "A Culpa é das Estrelas" revela-se um filme extremamente encantador e dolorosamente emocionante. Uma prova disto me foi dada quando, ao entrar no banheiro do cinema após o término do filme, me deparei com inúmeros olhos masculinos inundados de lágrimas -algo que não me lembro de ter visto alguma vez na vida após uma sessão de cinema.
Deixo aqui meu eterno agradecimento à equipe técnica e artística que conseguiram, até mais do que o esperado, transpor para as telonas a tocante obra literária de John Green.
Trainspotting: Sem Limites
4.2 1,9K Assista AgoraSensacional! Uma montagem vertiginosa, recheada de inesquecíveis sequências abordando os efeitos agressivos causados pela violência e pelas drogas! Uma espécie de "Laranja Mecânica" escocês... Imperdível!
Jogos do Apocalipse
3.1 208 Assista AgoraAfter the Dark" combina uma trama criativa, ao mesmo tempo divertida, com uma direção de arte ágil e uma fotografia de tirar o fôlego. Narrativamente sedutor e deliciosamente filosófico, o roteiro do filme se revela eficiente na maior parte do tempo, mesmo que seus minutos finais desapontem àqueles que esperavam uma conclusão mais ambiciosa e menos previsível.
Os Goonies
4.1 1,3K Assista AgoraO elenco infantil mais competente e animado que já vi em um filme para crianças. Extremamente cativante e melancolicamente divertido.
Chamada de Emergência
3.7 1,5K Assista AgoraUm filme com uma tensão muito bem construída, mas que decepciona demasiadamente em seus últimos minutos de projeção.
Divergente
3.5 2,1K Assista AgoraUm "Jogos Vorazes" mal desenvolvido, que consegue ser levemente interessante no início, mas que decai drasticamente em seu clímax corrido e mal resolvido.
A Felicidade Não Se Compra
4.5 1,2K Assista AgoraSimplesmente um dos filmes mais encantadores e belos que já vi, com um dos finais mais tocantes de todos os tempos! James Stewart numa interpretação não menos que espetacular!
A Centopéia Humana
2.6 1,8KPoucos são os filmes de terror na história do cinema que conseguiram extrair do público o sentimento de tensão, desespero ou até mesmo de temor. A cada ano que passa, Hollywood vêm se concentrando cada vez mais em utilizar roteiros que já foram vistos e revistos pela grande massa amante de filmes de terror, tornando a indústria cinematográfica mais recheada ainda de remakes horrorosos e clichês cada vez mais entediantes (os filmes que tratam sobre "exorcismo", por exemplo, já são tão frequentes no cinema atual que causam ao espectador mais sono do que medo). Desta forma, para mim e para muitos, foi uma surpresa assistir ao longa "A Centopéia Humana" do novato diretor holandês Tom Six, um filme que surpreende ao mesmo tempo que decepciona, mas que traz algo de novo para o cinema de horror deste século.
A ideia original e absurda de "A Centopéia Humana" não é o maior mérito do filme. O diretor Tom Six traz uma direção ágil e muito habilidosa para um filme de terror ao manter a câmera sempre em movimento horizontal (mesmo que ela pareça estar parada) até mesmo em planos em que a movimentação de câmera é desnecessária. Junto com a fotografia e com a direção de arte inteligente (com destaque para a casa aterrorizante do Dr. Heiter), o diretor presenteia o filme com um clima de tensão muito bem trabalhado e escalado, que tenta e consegue tirar o fôlego do espectador a todo momento e que se recusa a deixá-lo ter algum momento de paz durante os noventa e dois minutos de projeção de desespero absoluto. Esta surpreendente escala de tensão alcançada pelo filme não seria possível sem a interpretação espetacular do alemão Dieter Laser (o cirurgião psicopata), que encarna em um dos vilões mais maldosos e asquerosos que eu já vi em um filme de terror.
Obtendo sucesso em transmitir tensão ao espectador, "A Centopéia Humana" erra feio em alguns aspectos. Dentre eles está o horroroso roteiro super mal escrito pelo Tom Six, que traz falas terrivelmente amadoras (como na sequência inicial em que o carro das protagonistas quebra, fazendo uma de ambas dizer algo genial do tipo "Temos que sair do carro e dar uma olhada!". Ou apenas no momento em que elas se perdem numa floresta e a mesma admite para a outra “Está tudo bem! Só estamos um pouco perdidas!”). Diálogos como estes são apenas a introdução de um banquete horroroso de roteiro cinematográfico e, além disto, somos obrigados a encarar reações sem sentido (de acordo com as protagonistas, por exemplo, é seguro e confiável permanecer na casa de alguém que diz “odiar humanos”), ações tremendamente forçadas (vede a seqüência em que uma das garotas consegue sair da maca aonde estava aprisionada e em vez de fugir e procurar ajudar, resolve voltar e arrastar a amiga quase morta pelo chão da casa do cara que quer colar os seus lábios no anus de uma outra pessoa! De uma inteligência fenomenal!). Além das inúmeras falhas do roteiro, as atrizes que interpretam as protagonistas do filme são péssimas! Com suas amadorísticas recitações, ambas parecem achar que estão indo para o caminho certo ao dizer o nome da outra personagem a cada frase recitada: “Lindsay, vamos sair do carro!”, “Ah, não, Jenny, eu não quero!”, “Mas a gente tem que sair, Lindsay.”, “Tudo bem, Jenny". Isto sem mencionar as interpretações robóticas dos atores que fizeram os dois polícias no ato final... Absolutamente deplorável!
A primeira parte de “A Centopéia Humana” poderia ser considerado um grande filme se o seu roteiro tivesse sido trabalhado com mais cuidado e competência e se o seu elenco tivesse sido outro (repetindo: apenas Dieter Laser estava perfeito como o Dr. Heiter). Com a ausência destes privilégios cinematográficos, o diretor Six fez um filme que têm seu mérito em causar tensão, medo e nojo como poucos na atualidade fazem, mas que é escasso em personagens inteligentes (do cirurgião às garotas, até os polícias: todos são burros!) e momentos absurdos que atingem quase o “non-sense”, uma conseqüência do roteiro amador e pouco trabalhado. Uma lástima.
Capitão Phillips
4.0 1,6K Assista Agora"Capitão Phillips" se configura como um dos melhores filmes de suspense dramático de 2013 juntamente com "Os Suspeitos". A diferença entre ambos é que, enquanto "Os Suspeitos" traça uma narrativa mais pausada e levemente tecida, o filme de Paul Greengrass não permite nem ao menos que o espectador respire de tanta tensão e agonia, causada pelo roteiro inteligente, pela direção espetacular e ágil do Greengrass e pelas interpretações muito naturalistas dos atores principais e coadjuvantes.
Philomena
4.0 920 Assista Agora"Philomena" é um daqueles filmes que conquistam o espectador por conta da simplicidade em que a sua narrativa se desenvolve e principalmente pela ingenuidade e carisma da protagonista, que neste caso é interpretada com maestria pela talentosa Judi Dench.
Muito mais do que um drama inglês produzido pela BBC, o longa de Stephen Frears é também um filme que busca fazer críticas religiosas sem fazer nenhum tipo de apologia ao ateísmo. Desta forma, somos apresentados à um enxame de freiras rígidas e mercenárias e testemunhamos o quão fácil a opinião própria de um indivíduo pode influenciar na sua visão religiosa sobre o que é certo e o que é errado (tantas religiosos que inventam coisas que não estão na bíblia de acordo com suas opiniões e crenças próprias). Além de abordar estes temas religiosos que valem a pena serem discutidos, o roteiro não para por aí ao nos trazer diálogos inteligentes sobre o assunto, como por exemplo na cena em que o jornalista Martin questiona juntamente com Philomena o porquê de Deus nos dar o "poder" de sentirmos atração sexual se, segundo as freiras e a uma grande parte de crentes, não poderíamos desfrutar deste tal "privilégio" ("Seria uma espécie de jogo de resistência?", se questiona Martin, sabiamente). Esta junção do velho humor inglês com temas sérios e polêmicos é o que da à "Philomena" um diferencial dos outros filmes que buscam fazer críticas religiosas, seja de maneira superficial ou intensiva. Este aqui é um filme que merece ser visto em um ano em que o Oscar fez boas escolhas para a sua categoria principal (melhores, pelo o menos, que no ano passado e retrasado).
E cadê o Oscar para a Judi Dench?!
O Maravilhoso Agora
3.2 808 Assista AgoraUm drama romântico muitíssimo bem construído, que obtêm sucesso por conta do roteiro divertido e inteligente de James Ponsoldt e pelas atuações fantásticas de Miles Teller e Shailene Woodley (uma atriz linda e encantadora que me fez acreditar que a adaptação de "A Culpa é das Estrelas" não pode ser menos do que maravilhosa).