O mais novo remake do clássico "Carrie - A Estranha" é um filme fraco e quase em todo momento entendiante, porém ele é mais interessante que o remake de 2002. De qualquer forma, esta versão de Kimberly Peirce passa longe do clássico original de 1976, imortalizado pelo grande Brian De Palma e que até hoje se configura como uma das narrativas cinematográficas de drama/terror mais arrepiantes de todos os tempos.
O maior problema desta nova versão de "Carrie" se deve à três coisas que, aqui neste longa, funcionaram muito mal: o roteiro pouco criativo; a direção incompetente da Kimberly Peirce e a atuação tosca da Chloe Grace Moretz (que, tenho que admitir, me surpreendeu, já que a considero uma boa atriz).
O roteiro já sem sal e pouco criativo utiliza uma enxurrada de estereótipos para transformar seus personagens em figuras caricaturadas e sem personalidade própria. Temos, como sempre, a coitadinha (Carrie), a vadia (Chris), a boazinha (Sue), o príncipe encantado (Tommy) e o malvadão (Billy). Não satisfeito com os abudantes estereótipos de personagens, o roteirista ainda traz uma visão machista ao transformar a Chris em uma espécie de "sombra incompetente" do seu namorado Billy: enquanto na versão original de 1976, a Chris era a pessoa que convencia ao Billy a (spoiler) derrubar um balde de sangue de porco em Carrie (fim de spoiler), nesta versão é justamente o contrário - e é absurdamente frustrante ver que a Chris de 1976, sendo esta menos malvada e agressiva, conseguindo também ser mais inteligente e independente do que a Chris dos dias atuais, que vive a sombra do seu namorado e que, mesmo com toda a sua maldade, necessita dele para ter uma idéia cruel.
Kimberly Peirce também não ajuda. Até agora quero entender como ela conseguiu filmar a cara de dor/espanto/horror/alegria de Chloe, nas sequências em que Carrie praticava a telecinese, e passar aquilo para a edição final do filme. É absolutamente ridículo e desconcertante ver a Carrie deste filme se contorcendo, revirando os olhos e (... Que porra era aquilo... ?!) dançando para conseguir mover os objetos com o poder da mente. E é justamente aqui que entramos: a telecinese é um poder em que a pessoa consegue mover as coisas com o poder da mente (veja a versão de 1976 para maior entendimento) e não com a força dos braços, como abordada neste remake. Então porque diabos a Chloe parecia que estava dançando macarena enquanto (spoiler) matava os seus colegas na noite do baile (fim de spoiler)?!
Mas o filme tem também os seus méritos (mesmo que poucos). Entre eles está a fantástica interpretação de Julianne Moore, que encarna a mãe de Carrie quase tão bem quanto Piper Laurie fez em 1976 na versão de Brian de Palma. O futuro Augustus de A Culpa é Das Estrelas, Ansel Elgort, se sai muito bem também como o Tommy Ross. Há várias sequências que conseguem abordar com competência a humilhação sofrida por Carrie e como o ambiente escolar pode ser assustador através dos seus olhos.
Enfim, o novo remake de "Carrie" é algo descartável, mas não tão ruim quanto a versão de 2002, nem tão ruim a ponto de fazer com que idiotas peçam os seus "100 minutos de vida" de volta. É apenas uma versão atualizada da obra de King que, se adequando bem aos anos 2010 (não vamos esquecer do celular presente no momento em que Carrie menstrua pela primeira vez: o cyberbullying) tem como objetivo imortalizar a lenda de Carrie e do seu final sanguinário e perturbador. Mas, querida Kimberly Peirce, gostaria que soubesse que o nosso querido amigo Brian De Palma já fez isso há uns quarenta anos atrás... E ele fez isso com mestria!
OBS: Achei uma falta de criatividade da Peirce em colocar no filme aquela cena do vôlei aquático e em seguida por a Carrie para menstruar no vestiário em vez de na piscina. Pensem na sequência: Carrie jogando vôlei dentro da piscina, o sangue se espelhando pela água, as meninas saindo da água gritando de nojo e depois a humilhando. Uma sequência mal aproveitada, que poderia ter sido muito mais chocante e perturbadora .
Os pseudo-intelectuais dizem que odeiam. Os verdadeiros cinéfilos que dizem o que sentem afirmam que amam. Mas, na realidade, não tem como não gostar de um filme como Titanic. Só um hipócrita diria que esse filme não vale um centavo. Aposto minha vida que grande parte do pessoal que o esculhambou aqui no Filmow, morreu de amores por ele enquanto o assistia.
A realidade é que quase cem por cento das pessoas que esculhambaram este filme fizeram isto para se mostrar. Mostrar que são cultas e que não gostam de um filme como Titanic. Atacam o seu roteiro e dizem que ele é cheio de clichês, como que se roteiro fosse o único elemento que existisse na sétima arte. Elas esquecem de mencionar a sua fotografia exurberante, a sua direção de arte sem iguais, o seu som maravilhoso e, principalmente a sua trilha sonora, que é uma das mais tocantes de todos os tempos.
Me dói ver que um filme tão bem feito e tão bem produzido como Titanic possa ser alvo de tanto ódio e tanta raiva daqueles que se julgam intelectuais em cinema. Me dói mais ainda ver tantos filmes clássicos que trazem os mesmos clichês que Titanic sendo idolatrados pelas mesmas pessoas que afirmaram detestar o maior trabalho de James Cameron. Como disse o grande Pablo Villaça: "O que fazer se os clichês de Titanic são tão bem executados?! Nada, a não ser se deixar levar por eles".
Um gigantesco e épico clássico contemporâneo que nos dias atuais vêm se tornando cada vez mais subestimado.
Não sei o que dizer. Este foi simplesmente um dos filmes mais cruéis e mais tristes que eu já vi em toda a minha vida!
Absolutamente memorável a interpretação de Björk!
No momento em que (spoiler!) o policial disse que acusaria Selma de estar roubando o próprio dinheiro dela, senti uma das sensações mais desesperadoras que o cinema já me proporcionou! Só para se ter uma ideia, nenhum filme de terror ou suspense conseguiu me deixar mais perplexo, desesperado e arrasado da mesma forma que este filme fez ficar.
Sem dúvidas, o melhor trabalho do Lars depois de Melancholia.
"Azul é a cor mais quente" é muito mais do que um romance lésbico e erótico, como muitos insistem em classificá-lo. É uma obra-prima cinematográfica sobre primeiras experiências, descoberta da sexualidade e, antes de tudo isso, é um filme sobre o amor.
Os méritos do filme vão desde a magnífica direção de Abdellatif Kechiche até as antológicas interpretações de Léa Seydoux e (principalmente) Adèle Exarchopoulos, em um fantástico papel dramático. O roteiro de se revela muito eficiente também ao conseguir transmitir com profundidade os sofrimentos, os medos e as inseguranças de Adéle e de Emma sem apelar para o melodrama - e isso torna-se ainda mais evidente na sequência em que Emma confessa à Adèle que não a ama mais e que está apaixonada por uma outra mulher. Em vez de utilizar uma trilha sonora que levasse o público às lágrimas, Kechiche vai justamente no caminho oposto ao investir nos pesados diálogos e nas incríveis interpretações de Léa e Adèle como forma de emocionar o espectador. O mais fantástico de tudo isso é que não estamos falando de uma emoção a ponto de levar a platéia às lágrimas (algo que um diretor experiente como Spielberg não resistiria em fazer), mas sim de uma emoção que em vez de optar pelo melodrama barato decide causar tristeza e desconforto nos espectadores. No final das contas, acabamos sentindo tudo aquilo que os personagens sentem, e (com tamanha intensidade) acabamos recebendo o impacto e o choque de suas escolhas, erros e acertos.
Outro ponto belíssimo na direção de Kechiche é a importância dada às cores - em especial o azul. É muito interessante, por exemplo, perceber como o jeito jovial, simpático e despreocupado de Emma muda repentinamente para tenso e agressivo à partir do momento em que a personagem muda a cor de seu cabelo de azul para um loiro (quase branco) sem vida. E não é só o cabelo da garota que demonstra a súbita mudança em sua personalidade: seus belos olhos azuis logo tornam-se vazios sem o constraste com o seu cabelo, que antes era da mesma cor. Para Kechiche, o "azul" significa tudo aquilo que Emma representava no início do filme e a perda deste "azul" a torna aquilo que ela vira depois: ciumenta, agressiva e impulsiva. Isto sem mencionar o momento em que Adèle, após uma feia briga com Emma, permanece flutuando sob um mar estranhamente e intensamente "azul", encontrando assim a paz e o aconchego que sem Emma ela não conseguia achar.
O mais chato de tudo é ver tanta gente comentando apenas sobre as sequências de sexo explícito do filme, como que se isto fosse a única coisa de interessante nele. Acho terrível como as pessoas, ainda nos dias atuais, sem espantam em ver dois seres humanos fazendo sexo numa tela de cinema, como que se isto fosse o cúmulo do absurdo. Não nos espantamos com as milhares de mutilações baratas dos filmes de terror americanos; não nos espantamos com a quantidade exagerada de violência presente nos programas de televisão, nos videogames e na vida real. Porquê devemos, então, condenar justamente a exibição de algo tão belo e poético quanto o sexo entre duas pessoas que se amam? O que há de tão anormal em fazer sexo?
Este não é um filme somente sobre a vida de Adéle, mas sim um filme sobre todos nós, com os nossos preconceitos e nossos medos.
Amo o "Eu matei a minha mãe", mas sinceramente esse estilo do Dolan já começou a me chatear. O exageiro de sequências em câmera lenta foi um das características do filme que menos me agradou. Já os melhores momentos são, sem sombra de dúvidas, os desabafos amorosos dos antagonistas, que (tenho que admitir) são bem escritos. Mas a história central peca muito ao se tornar algo sem profundidade emocional ou pelo fato de não acrescentar nada ao cinema atual. Este filme é um clichê sobre um triângulo amoroso, mas com um estilo pessoal do Dolan e com muito "BANG, BANG!".
Uma das fotografias mais bonitas dos anos sessenta, a fantástica direção de Robert Wise e o impressionante design de produção fazem de "West Side Story" um marco na história do cinema musical.
Difícil se importar com os clichês descarados que não desgrudam da trama diante à um trabalho técnico tão fabuloso quanto foi realizado neste filme. Isto sem mencionar as inesquecíveis canções e as coreografias que surpreendem, e muito. E mesmo que os relacionamentos entre os personagens seja algo forçado e artificial (claro, estamos falando de um musical do Robert Wise!), "West Side Story" ficará para sempre marcado na história do cinema como um clássico musical que surpreende principalmente pelos quesitos técnicos e pela espetacular direção.
A melhor comédia "sexo-palavrões-idiotices" que eu vi nestes últimos anos. Uma louca jornada cinematográfica que mistura com qualidade inúmeras pegadinhas ao estilo "Silvio Santos" com um roteiro que não sabe exatamente para onde ir (provavelmente o primeiro filme que vi que não necessita de um roteiro coerente e coeso para ser bom)
Utilizando com primor e estilo os velhos clichês de filmes americanos do tipo "American Pie", "Vovô sem vergonha" torna-se uma irresistível comédia non-sense a partir dos seus primeiros dez minutos de projeção ao visualizarmos o velho Irving Zisman com o pênis preso dentro de uma máquina de refrigerante. A cena não apenas leva o público às lagrimas, como também conduz à inúmeras sequências em que não rir se torna algo quase impossível de se realizar. Esse é talvez o maior mérito do filme: conseguir fazer graça com coisas que antes não eram engraçadas (só para, talvez, os amantes de filmes como "American Pie" e outras idiotices do gênero).
Contando com uma incrível maquiagem que transformou o ator Johnny Knoxville em um velhinho de oitenta e seis anos de idade, o filme ainda surpreende pelas boas atuações e pela originalidade do roteiro (que como já disse, mistura pegadinhas realistas [os figurantes não tinham ideia de que estavam sendo filmados até o final da sequência] com cenas fictícias de forma inteligente e divertida). E mesmo que seja intupido de piadas clichês sobre sexo e outros, "Vovô sem vergonha" se configura como um filme despretensioso em roteiro e extremamente pretensioso em fazer aquilo que ele faz de melhor: levar o público às lágrimas de tanto rir.
Sem sombra de dúvidas um das obras de arte mais emocionantes, divertidas, angustiantes e mais bem atuadas (Grace Kelly e James Stewart estão absurdamente soberbos!) já feitas pelo grande mestre do suspense! Sinceramente, não sei como alguém pode não gostar deste filme!
"Que sera, sera! What ever will be, will be. The future is not ours to see. Que sera, sera! What will be, will be!".
Não sei o que dizer. Não sei descrever o que estou sentindo. Não sei como não fazer hipérboles. Não sei como os produtores da Lionsgate conseguiram fazer algo tão divertido, tão épico e tão satisfatoriamente emocionante quanto esta adaptação estupenda do segundo livro da série de Suzanne Collins "Jogos Vorazes - Em Chamas".
O austríaco Francis Lawrence realiza aqui, sem dubiedade alguma, o melhor filme de sua carreira (não que isto seja grande coisa, visto que anteriormente o maior trabalho do diretor foi o mediano "Água para Elefantes") ao trazer à série Jogos Vorazes um ritmo que se equilibra perfeitamente bem entre o romance, a comédia, a aventura e principalmente a tensão (diferente do ritmo muito pausado do primeiro filme da série) com a finalidade de deixar o espectador de olhos vidrados na tela a cada milissegundo de projeção. Não há sequências que causam indiferença ao espectador: ao contrário disto, todas elas causam dos mais diversos sentimentos, seja excitação - nas incríveis sequências de ação - até aflição - [spoilers] a morte de Cinna e o momento em Katniss perde o controle após saber que a nova regra dos Jogos é aplicada são um dos momentos que causam mais angústia no espectador, conseguindo fazê-lo se importar com os personagens (por mais que ele não tenha lido os livros anteriormente ou simplesmente não tenha entendido a história por completo) e com o destino deles. Isto prova que além de saber construir muito bem as emoções em um filme, Francis Lawrence consegue fazer com que cada sequência passe um sentimento particular ao espectador... E isto é algo muito inspirador, visto que "Jogos Vorazes" é um filme de fantasia feito para adolescentes.
Os atores estão absolutamente incríveis! Jennifer Lawrence traz mais uma vez a sua atuação sempre segura, conseguindo conferir todo o peso dramático à sua inigualável Katniss Everdeen. Josh Hutcherson surpreende mais uma vez também como o Peeta Mellark e traz também uma interpretação muito segura e competente. Donald Sutherland está maravilhosamente bem como o Presidente Snow. E Stanley Tucci arrasa novamente como o divertidíssimo apresentador Caesar, conferindo inúmeras risadas aos espectadores da Capital e ao pessoal do cinema. Além disto, o filme ainda conta com perfomances de grandes atores do cinema americano como as de Amanda Plummer (Wiress), Elizabeth Banks (Effie), Philip Seymour Hoffman (Plutarch), Lenny Kravitz (Cinna), Woody Harrelson (Haymitch) e até mesmo do Liam Hemsworth (Gale).
A produção do filme está infinitamente melhor. Com a grande bilheteria obtida pelo primeiro filme da série, a Lionsgate aumentou o orçamento deste novo longa, permitindo cenários maiores, uma fotografia menos artificial e a extinção do movimento descontrolado das câmaras utilizada pelo Gary Ross (diretor do primeiro filme), que era um meio de disfarçar a má qualidade dos efeitos especiais. Desta vez, a câmera está muito mais estabilizada do que no primeiro filme (a fotografia também está mais clara), permitindo ao espectador uma visualização mais completa e menos tremida.
O roteiro se sai muito bem ao conseguir transferir a tensão e a seriedade da revolução e da rebelião dos Distritos contra a Capital. Desta forma, a cena em que [spoiler] um senhor do Distrito 11 é assassinado por Pacificadores após fazer um sinal com a mão indicando "rebelião contra à Capital" se torna muito carregada de tensão e angústia. O romance de Katniss e Peeta foi deixado mais de lado desta vez pelo roteiro, o que foi algo que me agradou bastante (o livro chega a ser meloso demais).
O final do filme é absolutamente fenômenal. O choque da notícia de que [mais spoilers!] o Distrito 12 foi absolutamente destruído e de que o Peeta foi sequestrado pela Capital causam no espectador o mesmo impacto causado na Katniss. E mesmo que haja no close final uma clara referência ao penúltimo filme da saga "Crepúsculo", "Jogos Vorazes" prova à todos, neste segundo filme, que ele é muito mais do que um filme para adolescentes... É a primeira série adaptada para o cinema que conseguiu ser melhor do que o seu material original (o livro da Suzanne Collins).
Um filmaço de cair o queixo, satisfatoriamente emocionante e narrativamente brilhante!
"Le Passé", cadidato do Irã ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro, é o tipo de filme que faz o espectador ficar cada vez mais tenso a cada cena que se prossegue. Uma tensão que não é gerada por conta de uma trilha sonora de suspense ou apenas pela existência de um serial killer na trama, mas sim por conta das impressionantes interpretações, do roteiro espetacular e da direção mais uma vez competente do diretor iraniano Asghar Farhadi.
Tendo impressionado à todos com o maravilhoso "A Separação", Farhadi demonstra mais uma vez a sua total segurança em dirigir películas que abordam conflitos familiares com uma visão tão diferente quanto realista. Ao investir em um roteiro que tenta, e consegue com primor, explorar as fraquezas e os segredos por detrás de cada membro de uma família iraniana, o talentosíssimo diretor ainda faz com que seus espectadores não pisquem diante das cenas de brigas e discussões, que por serem poucas, tornam-se ainda mais sobrecarregadas (no bom sentido da palavra) e impactantes. E não pense que por causa disto o resto do filme seja algo chato ou maçante - as sequências que não contam com as brigas familiares geram uma enorme tensão apenas pelos diálogos angustiantes dos personagens e das situações vividas por eles, seja no passado ou no exato momento do desenrrolar da trama.
O realismo das interpretações e dos diálogos são quase tão impressionantes quanto os de "A Separação" e por isso desfrutar das fantásticas atuações de Bérénice Bejo, Ali Mosaffa e Tahar Rahim se torna mais do que uma incrível experiência cinematográfica. Além disto, a novata Pauline Burlet se sai muito bem como a filha de Bérénice Bejo, conseguindo passar para o espectador o sofrimento que é guardar o seu segredo (sem spoiler), que é, de certa forma, a principal chave de toda a angustia presente na família desde o início do filme.
Asghar Farhadi ainda prova que é um imperdível cineasta ao encerrar o filme de uma forma que, apesar de não ser tão conclusiva ou decisiva, é ousada e satisfatóriamente emocionante. Utilizando dos mesmos temas presentes em "A Separação", o cineasta iraniano surpreende à todos mais uma vez com mais outro trabalho maravilhosamente bem dirigido, atuado e principalmente escrito.
Simples e encantador, "O Verão da Minha Vida" é um longa metragem que surpreende principalmente pelo ótimo elenco escalado e pelo bom roteiro de Jim Rash e Nat Faxon ("Os Descendentes") que passa longe dos clichês típicos de filmes do mesmo gênero.
"Eraserhead" é, talvez, o filme mais complexo que já vi.
A sua belíssima fotografia, direção e som são suficientes para criar uma das atmosferas mais tensas e mais bizarras que o cinema já viu.
Repleto de significados ocultos, este aqui é um filme que antes mesmo de ser interpretado precisa ser apreciado - desde a sua incrível parte técnica até às boas interpretações que tornam o longa ainda mais excêntrico e sombrio.
Com diversas sequências absolutamente inesquecíveis, que entram na mente do espectador e que se recusam a deixá-la em paz, "Eraserhead" é um filme que emociona principalmente pela originalidade da direção do David Lynch e do tema proposto pelo roteiro (uma espécie de "pesadelo surreal" guardado no subconsciente do Henry Spencer). É também o filme mais surreal, bizarro e angustiante que já assisti e que provavelmente já assistirei em toda a minha vida.
Uma delirante esquizofrênia que todo o cinéfilo deveria experimentar.
Toda a essência da verdadeira Paris está neste incrível trabalho do famoso diretor americano Woody Allen.
"Meia-Noite em Paris" tem uma trilha sonora absolutamente imperdível, uma explêndida direção de arte, um roteiro de primeira qualidade e uma fotografia exurberantemente deslumbrante (com o predomínio de tons amarelados, dando uma sensação de acochego ao espectador) que consegue transportar qualquer um que o assistir para a cidade que, tenho que dizer, é a mais linda do mundo.
Um dos filmes brasileiros mais bem escritos, dirigidos e fotografados que eu já assisti. Não esperava algo tão fascinante quanto "O Som ao Redor", visto que hoje quase todos os filmes brasileiros lançados no cinema são produzidos pela Globo Filmes. Kleber Mendonça Filho traz uma das melhores direções do ano passado ao retratar o cotidiano de um bairro de classe média em Recife, e ao construir personagens vivos e realistas que se assemelham profundamente com todos nós. Uma atual crônica pernambucana sem iguais!
"Os Incompreendidos" não pode ser descrito com outro adjetivo que não seja "cruel".
Um filme cruel que nos faz sofrer junto com o seu protagonista - o injustiçado Antoine Doinel (interpretado antologicamente pelo incrível Jean-Pierre Lèaud) - e que nos traz dor e sofrimento ao nos revelar habitantes de um mundo opressor e ditador, que contribui para a formação de seres, que por serem incompreendidos, acabam tornando-se marginalizados.
Com uma direção magnifíca do francês François Truffaut, "Os Incompreendidos" encanta principalmente pelo seu roteiro simples e que é ao mesmo tempo pretencioso (no melhor sentido possível da palavra). A fotografia em preto e branco da Paris da decada de cinquenta é absolutamente encantadora, como também a belíssima trilha-sonora que busca explorar a inocência e a bondade ocultas pela revolta e pela dor do garoto Antonie. A sensação de tristeza, medo e revolta são muito bem exploradas pelo diretor e principalmente a busca do garoto pela atenção de seus pais.
Um belíssimo filme, que nos faz refletir e querer mudar a nossa forma de ver e entender a meninice.
"Projeto X" é, com toda a certeza do mundo, o filme americano sobre adolescentes "fora da lei" mais épico, ousado, arrebatador, assustador, nojento, divertido e surpreendente que eu vi nos últimos anos. Um exagerado e originalíssimo orgasmo cinéfilo!
Vei, o que está acontecendo com o povo do Filmow?!
Quando alguém critica um filme que é considerado um clássico, é taxado de burro. Já quando o outro elogia tal filme a ponto de dizer que ele é "um dos melhores de todos os tempos", esta pessoa é taxada de cult (num termo pejorativo) ou pseudo-intelectual. Cadê o respeito pelo próximo?!
Por exemplo: ao meu ver, Laranja Mecânica é um dos melhores filmes já feitos. Considero muito ele porque, apesar de suas inúmeras qualidades, o assisti na infância/pré-adolescência e foi um filme que simplesmente marcou a minha vida. Nunca havia assistido um filme tão fascinante, violento e tão... excêntrico. Na realidade, Kubrick me ganhou com Laranja Mecânica, 2001 (melhor filme de todos os tempos, na minha opinião), O Iluminado e De Olhos bem fechados (a sua obra menos elogiada, mas em minha opinião uma das melhores). Então, tenho que admitir que pra mim foi meio chocante ver tanta gente no Filmow falando mal do filme, afinal, ao meu ver, este é um filme absolutamente fascinante. Mas em nenhum momento julguei estas pessoas burras ou pouco inteligentes por não gostarem do filme. Agora eu acho o seguinte: muita gente que falou mal do filme, talvez não o tenha assistido direito, ou não prestou atenção na excepcional montagem, direção do Kubrick e interpretação fenomenal do Malcolm. Mas para as que assistiram mais de uma vez e não gostaram... Eu entendo, pq pelo o menos tentaram dar uma chance ao filme.
O problema é que parece que tem gente que só foi falar mal do filme quando viu que várias pessoas também estavam o criticando de uma forma negativa. Uma dica para vocês novatos do Filmow: não julguem o filme pelo o que os outros dizem dele, mas sim pela sua opinião própria.
Sequências divertidas e metáforas bem pensadas infelizmente não fazem "Macunaíma" ser um bom clássico do cinema brasileiro, como muitos afirmam. Em vez disto, o longa de Joaquim Pedro de Andrade se sai bem como uma comédia de tom modernista, utilizando seu "non-sense" de forma intensa e criativa.
Atuações competentes de Diego Luna, Gael García Bernal e Maribel Verdú fazem de "E Sua Mãe Também" uma incrível experiência cinematográfica que tem como tema principal a narrativa de três amigos e seus conflitos joviais.
Cuarón realiza neste filme uma direção simples (diferente de suas incríveis direções dos filmes "Filhos da Esperança" e "Gravidade"), o que revela uma sábia escolha: suas sequências de longa duração e suas escolhas de ângulos impressionantes não funcionariam bem com este tipo de roteiro.
Além disto, "E Sua Mãe Também" revela-se um filme fantástico ao adotar um tema cinematográfico que geralmente vem recheado de clichês (adolescência), mas que consegue evitá-los. Isto se dá principalmente pelo roteiro de Cuarón e pelas atuações dos três atores principais, que conseguem explorar muito bem os conflitos entre os personagens.
Uma linda história sobre descobertas, sexo, relações e amizades.
Carrie, a Estranha
2.8 3,5K Assista AgoraO mais novo remake do clássico "Carrie - A Estranha" é um filme fraco e quase em todo momento entendiante, porém ele é mais interessante que o remake de 2002. De qualquer forma, esta versão de Kimberly Peirce passa longe do clássico original de 1976, imortalizado pelo grande Brian De Palma e que até hoje se configura como uma das narrativas cinematográficas de drama/terror mais arrepiantes de todos os tempos.
O maior problema desta nova versão de "Carrie" se deve à três coisas que, aqui neste longa, funcionaram muito mal: o roteiro pouco criativo; a direção incompetente da Kimberly Peirce e a atuação tosca da Chloe Grace Moretz (que, tenho que admitir, me surpreendeu, já que a considero uma boa atriz).
O roteiro já sem sal e pouco criativo utiliza uma enxurrada de estereótipos para transformar seus personagens em figuras caricaturadas e sem personalidade própria. Temos, como sempre, a coitadinha (Carrie), a vadia (Chris), a boazinha (Sue), o príncipe encantado (Tommy) e o malvadão (Billy). Não satisfeito com os abudantes estereótipos de personagens, o roteirista ainda traz uma visão machista ao transformar a Chris em uma espécie de "sombra incompetente" do seu namorado Billy: enquanto na versão original de 1976, a Chris era a pessoa que convencia ao Billy a (spoiler) derrubar um balde de sangue de porco em Carrie (fim de spoiler), nesta versão é justamente o contrário - e é absurdamente frustrante ver que a Chris de 1976, sendo esta menos malvada e agressiva, conseguindo também ser mais inteligente e independente do que a Chris dos dias atuais, que vive a sombra do seu namorado e que, mesmo com toda a sua maldade, necessita dele para ter uma idéia cruel.
Kimberly Peirce também não ajuda. Até agora quero entender como ela conseguiu filmar a cara de dor/espanto/horror/alegria de Chloe, nas sequências em que Carrie praticava a telecinese, e passar aquilo para a edição final do filme. É absolutamente ridículo e desconcertante ver a Carrie deste filme se contorcendo, revirando os olhos e (... Que porra era aquilo... ?!) dançando para conseguir mover os objetos com o poder da mente. E é justamente aqui que entramos: a telecinese é um poder em que a pessoa consegue mover as coisas com o poder da mente (veja a versão de 1976 para maior entendimento) e não com a força dos braços, como abordada neste remake. Então porque diabos a Chloe parecia que estava dançando macarena enquanto (spoiler) matava os seus colegas na noite do baile (fim de spoiler)?!
Mas o filme tem também os seus méritos (mesmo que poucos). Entre eles está a fantástica interpretação de Julianne Moore, que encarna a mãe de Carrie quase tão bem quanto Piper Laurie fez em 1976 na versão de Brian de Palma. O futuro Augustus de A Culpa é Das Estrelas, Ansel Elgort, se sai muito bem também como o Tommy Ross. Há várias sequências que conseguem abordar com competência a humilhação sofrida por Carrie e como o ambiente escolar pode ser assustador através dos seus olhos.
Enfim, o novo remake de "Carrie" é algo descartável, mas não tão ruim quanto a versão de 2002, nem tão ruim a ponto de fazer com que idiotas peçam os seus "100 minutos de vida" de volta. É apenas uma versão atualizada da obra de King que, se adequando bem aos anos 2010 (não vamos esquecer do celular presente no momento em que Carrie menstrua pela primeira vez: o cyberbullying) tem como objetivo imortalizar a lenda de Carrie e do seu final sanguinário e perturbador. Mas, querida Kimberly Peirce, gostaria que soubesse que o nosso querido amigo Brian De Palma já fez isso há uns quarenta anos atrás... E ele fez isso com mestria!
OBS: Achei uma falta de criatividade da Peirce em colocar no filme aquela cena do vôlei aquático e em seguida por a Carrie para menstruar no vestiário em vez de na piscina. Pensem na sequência: Carrie jogando vôlei dentro da piscina, o sangue se espelhando pela água, as meninas saindo da água gritando de nojo e depois a humilhando. Uma sequência mal aproveitada, que poderia ter sido muito mais chocante e perturbadora .
Contato
4.1 804 Assista Agora"Não sabemos se existe vida em outros lugares. Mas se fôssemos só nós, seria um grande desperdício de espaço."
Titanic
4.0 4,6K Assista AgoraOs pseudo-intelectuais dizem que odeiam. Os verdadeiros cinéfilos que dizem o que sentem afirmam que amam. Mas, na realidade, não tem como não gostar de um filme como Titanic. Só um hipócrita diria que esse filme não vale um centavo. Aposto minha vida que grande parte do pessoal que o esculhambou aqui no Filmow, morreu de amores por ele enquanto o assistia.
A realidade é que quase cem por cento das pessoas que esculhambaram este filme fizeram isto para se mostrar. Mostrar que são cultas e que não gostam de um filme como Titanic. Atacam o seu roteiro e dizem que ele é cheio de clichês, como que se roteiro fosse o único elemento que existisse na sétima arte. Elas esquecem de mencionar a sua fotografia exurberante, a sua direção de arte sem iguais, o seu som maravilhoso e, principalmente a sua trilha sonora, que é uma das mais tocantes de todos os tempos.
Me dói ver que um filme tão bem feito e tão bem produzido como Titanic possa ser alvo de tanto ódio e tanta raiva daqueles que se julgam intelectuais em cinema. Me dói mais ainda ver tantos filmes clássicos que trazem os mesmos clichês que Titanic sendo idolatrados pelas mesmas pessoas que afirmaram detestar o maior trabalho de James Cameron. Como disse o grande Pablo Villaça: "O que fazer se os clichês de Titanic são tão bem executados?! Nada, a não ser se deixar levar por eles".
Um gigantesco e épico clássico contemporâneo que nos dias atuais vêm se tornando cada vez mais subestimado.
O Hobbit: A Desolação de Smaug
4.0 2,5K Assista Agora*Direção de arte impressionante!
*Sequências imperdíveis de luta!
*E a criatura (Smaug) mais divertida e ao mesmo tempo assustadora já criada pelo Tolkien!
Isto é "A Desolação de Smaug", a segunda parte da jornada de Bilbo Bolseiro iniciada em "O Hobbit"!
E que conclusão espetacular!
Dançando no Escuro
4.4 2,3K Assista AgoraNão sei o que dizer. Este foi simplesmente um dos filmes mais cruéis e mais tristes que eu já vi em toda a minha vida!
Absolutamente memorável a interpretação de Björk!
No momento em que (spoiler!) o policial disse que acusaria Selma de estar roubando o próprio dinheiro dela, senti uma das sensações mais desesperadoras que o cinema já me proporcionou! Só para se ter uma ideia, nenhum filme de terror ou suspense conseguiu me deixar mais perplexo, desesperado e arrasado da mesma forma que este filme fez ficar.
Sem dúvidas, o melhor trabalho do Lars depois de Melancholia.
Azul é a Cor Mais Quente
3.7 4,3K Assista Agora"Azul é a cor mais quente" é muito mais do que um romance lésbico e erótico, como muitos insistem em classificá-lo. É uma obra-prima cinematográfica sobre primeiras experiências, descoberta da sexualidade e, antes de tudo isso, é um filme sobre o amor.
Os méritos do filme vão desde a magnífica direção de Abdellatif Kechiche até as antológicas interpretações de Léa Seydoux e (principalmente) Adèle Exarchopoulos, em um fantástico papel dramático. O roteiro de se revela muito eficiente também ao conseguir transmitir com profundidade os sofrimentos, os medos e as inseguranças de Adéle e de Emma sem apelar para o melodrama - e isso torna-se ainda mais evidente na sequência em que Emma confessa à Adèle que não a ama mais e que está apaixonada por uma outra mulher. Em vez de utilizar uma trilha sonora que levasse o público às lágrimas, Kechiche vai justamente no caminho oposto ao investir nos pesados diálogos e nas incríveis interpretações de Léa e Adèle como forma de emocionar o espectador. O mais fantástico de tudo isso é que não estamos falando de uma emoção a ponto de levar a platéia às lágrimas (algo que um diretor experiente como Spielberg não resistiria em fazer), mas sim de uma emoção que em vez de optar pelo melodrama barato decide causar tristeza e desconforto nos espectadores. No final das contas, acabamos sentindo tudo aquilo que os personagens sentem, e (com tamanha intensidade) acabamos recebendo o impacto e o choque de suas escolhas, erros e acertos.
Outro ponto belíssimo na direção de Kechiche é a importância dada às cores - em especial o azul. É muito interessante, por exemplo, perceber como o jeito jovial, simpático e despreocupado de Emma muda repentinamente para tenso e agressivo à partir do momento em que a personagem muda a cor de seu cabelo de azul para um loiro (quase branco) sem vida. E não é só o cabelo da garota que demonstra a súbita mudança em sua personalidade: seus belos olhos azuis logo tornam-se vazios sem o constraste com o seu cabelo, que antes era da mesma cor. Para Kechiche, o "azul" significa tudo aquilo que Emma representava no início do filme e a perda deste "azul" a torna aquilo que ela vira depois: ciumenta, agressiva e impulsiva. Isto sem mencionar o momento em que Adèle, após uma feia briga com Emma, permanece flutuando sob um mar estranhamente e intensamente "azul", encontrando assim a paz e o aconchego que sem Emma ela não conseguia achar.
O mais chato de tudo é ver tanta gente comentando apenas sobre as sequências de sexo explícito do filme, como que se isto fosse a única coisa de interessante nele. Acho terrível como as pessoas, ainda nos dias atuais, sem espantam em ver dois seres humanos fazendo sexo numa tela de cinema, como que se isto fosse o cúmulo do absurdo. Não nos espantamos com as milhares de mutilações baratas dos filmes de terror americanos; não nos espantamos com a quantidade exagerada de violência presente nos programas de televisão, nos videogames e na vida real. Porquê devemos, então, condenar justamente a exibição de algo tão belo e poético quanto o sexo entre duas pessoas que se amam? O que há de tão anormal em fazer sexo?
Este não é um filme somente sobre a vida de Adéle, mas sim um filme sobre todos nós, com os nossos preconceitos e nossos medos.
E mais uma vez Cannes acertou.
Amores Imaginários
3.8 1,5KAmo o "Eu matei a minha mãe", mas sinceramente esse estilo do Dolan já começou a me chatear. O exageiro de sequências em câmera lenta foi um das características do filme que menos me agradou. Já os melhores momentos são, sem sombra de dúvidas, os desabafos amorosos dos antagonistas, que (tenho que admitir) são bem escritos. Mas a história central peca muito ao se tornar algo sem profundidade emocional ou pelo fato de não acrescentar nada ao cinema atual. Este filme é um clichê sobre um triângulo amoroso, mas com um estilo pessoal do Dolan e com muito "BANG, BANG!".
Amor, Sublime Amor
3.8 372 Assista AgoraUma das fotografias mais bonitas dos anos sessenta, a fantástica direção de Robert Wise e o impressionante design de produção fazem de "West Side Story" um marco na história do cinema musical.
Difícil se importar com os clichês descarados que não desgrudam da trama diante à um trabalho técnico tão fabuloso quanto foi realizado neste filme. Isto sem mencionar as inesquecíveis canções e as coreografias que surpreendem, e muito. E mesmo que os relacionamentos entre os personagens seja algo forçado e artificial (claro, estamos falando de um musical do Robert Wise!), "West Side Story" ficará para sempre marcado na história do cinema como um clássico musical que surpreende principalmente pelos quesitos técnicos e pela espetacular direção.
Jackass Apresenta: Vovô Sem Vergonha
3.2 728 Assista AgoraA melhor comédia "sexo-palavrões-idiotices" que eu vi nestes últimos anos. Uma louca jornada cinematográfica que mistura com qualidade inúmeras pegadinhas ao estilo "Silvio Santos" com um roteiro que não sabe exatamente para onde ir (provavelmente o primeiro filme que vi que não necessita de um roteiro coerente e coeso para ser bom)
Utilizando com primor e estilo os velhos clichês de filmes americanos do tipo "American Pie", "Vovô sem vergonha" torna-se uma irresistível comédia non-sense a partir dos seus primeiros dez minutos de projeção ao visualizarmos o velho Irving Zisman com o pênis preso dentro de uma máquina de refrigerante. A cena não apenas leva o público às lagrimas, como também conduz à inúmeras sequências em que não rir se torna algo quase impossível de se realizar. Esse é talvez o maior mérito do filme: conseguir fazer graça com coisas que antes não eram engraçadas (só para, talvez, os amantes de filmes como "American Pie" e outras idiotices do gênero).
Contando com uma incrível maquiagem que transformou o ator Johnny Knoxville em um velhinho de oitenta e seis anos de idade, o filme ainda surpreende pelas boas atuações e pela originalidade do roteiro (que como já disse, mistura pegadinhas realistas [os figurantes não tinham ideia de que estavam sendo filmados até o final da sequência] com cenas fictícias de forma inteligente e divertida). E mesmo que seja intupido de piadas clichês sobre sexo e outros, "Vovô sem vergonha" se configura como um filme despretensioso em roteiro e extremamente pretensioso em fazer aquilo que ele faz de melhor: levar o público às lágrimas de tanto rir.
O Homem Que Sabia Demais
3.9 258 Assista AgoraSem sombra de dúvidas um das obras de arte mais emocionantes, divertidas, angustiantes e mais bem atuadas (Grace Kelly e James Stewart estão absurdamente soberbos!) já feitas pelo grande mestre do suspense! Sinceramente, não sei como alguém pode não gostar deste filme!
"Que sera, sera! What ever will be, will be. The future is not ours to see. Que sera, sera! What will be, will be!".
Jogos Vorazes: Em Chamas
4.0 3,3K Assista AgoraNão sei o que dizer. Não sei descrever o que estou sentindo. Não sei como não fazer hipérboles. Não sei como os produtores da Lionsgate conseguiram fazer algo tão divertido, tão épico e tão satisfatoriamente emocionante quanto esta adaptação estupenda do segundo livro da série de Suzanne Collins "Jogos Vorazes - Em Chamas".
O austríaco Francis Lawrence realiza aqui, sem dubiedade alguma, o melhor filme de sua carreira (não que isto seja grande coisa, visto que anteriormente o maior trabalho do diretor foi o mediano "Água para Elefantes") ao trazer à série Jogos Vorazes um ritmo que se equilibra perfeitamente bem entre o romance, a comédia, a aventura e principalmente a tensão (diferente do ritmo muito pausado do primeiro filme da série) com a finalidade de deixar o espectador de olhos vidrados na tela a cada milissegundo de projeção. Não há sequências que causam indiferença ao espectador: ao contrário disto, todas elas causam dos mais diversos sentimentos, seja excitação - nas incríveis sequências de ação - até aflição - [spoilers] a morte de Cinna e o momento em Katniss perde o controle após saber que a nova regra dos Jogos é aplicada são um dos momentos que causam mais angústia no espectador, conseguindo fazê-lo se importar com os personagens (por mais que ele não tenha lido os livros anteriormente ou simplesmente não tenha entendido a história por completo) e com o destino deles. Isto prova que além de saber construir muito bem as emoções em um filme, Francis Lawrence consegue fazer com que cada sequência passe um sentimento particular ao espectador... E isto é algo muito inspirador, visto que "Jogos Vorazes" é um filme de fantasia feito para adolescentes.
Os atores estão absolutamente incríveis! Jennifer Lawrence traz mais uma vez a sua atuação sempre segura, conseguindo conferir todo o peso dramático à sua inigualável Katniss Everdeen. Josh Hutcherson surpreende mais uma vez também como o Peeta Mellark e traz também uma interpretação muito segura e competente. Donald Sutherland está maravilhosamente bem como o Presidente Snow. E Stanley Tucci arrasa novamente como o divertidíssimo apresentador Caesar, conferindo inúmeras risadas aos espectadores da Capital e ao pessoal do cinema. Além disto, o filme ainda conta com perfomances de grandes atores do cinema americano como as de Amanda Plummer (Wiress), Elizabeth Banks (Effie), Philip Seymour Hoffman (Plutarch), Lenny Kravitz (Cinna), Woody Harrelson (Haymitch) e até mesmo do Liam Hemsworth (Gale).
A produção do filme está infinitamente melhor. Com a grande bilheteria obtida pelo primeiro filme da série, a Lionsgate aumentou o orçamento deste novo longa, permitindo cenários maiores, uma fotografia menos artificial e a extinção do movimento descontrolado das câmaras utilizada pelo Gary Ross (diretor do primeiro filme), que era um meio de disfarçar a má qualidade dos efeitos especiais. Desta vez, a câmera está muito mais estabilizada do que no primeiro filme (a fotografia também está mais clara), permitindo ao espectador uma visualização mais completa e menos tremida.
O roteiro se sai muito bem ao conseguir transferir a tensão e a seriedade da revolução e da rebelião dos Distritos contra a Capital. Desta forma, a cena em que [spoiler] um senhor do Distrito 11 é assassinado por Pacificadores após fazer um sinal com a mão indicando "rebelião contra à Capital" se torna muito carregada de tensão e angústia. O romance de Katniss e Peeta foi deixado mais de lado desta vez pelo roteiro, o que foi algo que me agradou bastante (o livro chega a ser meloso demais).
O final do filme é absolutamente fenômenal. O choque da notícia de que [mais spoilers!] o Distrito 12 foi absolutamente destruído e de que o Peeta foi sequestrado pela Capital causam no espectador o mesmo impacto causado na Katniss. E mesmo que haja no close final uma clara referência ao penúltimo filme da saga "Crepúsculo", "Jogos Vorazes" prova à todos, neste segundo filme, que ele é muito mais do que um filme para adolescentes... É a primeira série adaptada para o cinema que conseguiu ser melhor do que o seu material original (o livro da Suzanne Collins).
Um filmaço de cair o queixo, satisfatoriamente emocionante e narrativamente brilhante!
O Passado
4.0 294 Assista Agora"Le Passé", cadidato do Irã ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro, é o tipo de filme que faz o espectador ficar cada vez mais tenso a cada cena que se prossegue. Uma tensão que não é gerada por conta de uma trilha sonora de suspense ou apenas pela existência de um serial killer na trama, mas sim por conta das impressionantes interpretações, do roteiro espetacular e da direção mais uma vez competente do diretor iraniano Asghar Farhadi.
Tendo impressionado à todos com o maravilhoso "A Separação", Farhadi demonstra mais uma vez a sua total segurança em dirigir películas que abordam conflitos familiares com uma visão tão diferente quanto realista. Ao investir em um roteiro que tenta, e consegue com primor, explorar as fraquezas e os segredos por detrás de cada membro de uma família iraniana, o talentosíssimo diretor ainda faz com que seus espectadores não pisquem diante das cenas de brigas e discussões, que por serem poucas, tornam-se ainda mais sobrecarregadas (no bom sentido da palavra) e impactantes. E não pense que por causa disto o resto do filme seja algo chato ou maçante - as sequências que não contam com as brigas familiares geram uma enorme tensão apenas pelos diálogos angustiantes dos personagens e das situações vividas por eles, seja no passado ou no exato momento do desenrrolar da trama.
O realismo das interpretações e dos diálogos são quase tão impressionantes quanto os de "A Separação" e por isso desfrutar das fantásticas atuações de Bérénice Bejo, Ali Mosaffa e Tahar Rahim se torna mais do que uma incrível experiência cinematográfica. Além disto, a novata Pauline Burlet se sai muito bem como a filha de Bérénice Bejo, conseguindo passar para o espectador o sofrimento que é guardar o seu segredo (sem spoiler), que é, de certa forma, a principal chave de toda a angustia presente na família desde o início do filme.
Asghar Farhadi ainda prova que é um imperdível cineasta ao encerrar o filme de uma forma que, apesar de não ser tão conclusiva ou decisiva, é ousada e satisfatóriamente emocionante. Utilizando dos mesmos temas presentes em "A Separação", o cineasta iraniano surpreende à todos mais uma vez com mais outro trabalho maravilhosamente bem dirigido, atuado e principalmente escrito.
O Verão da Minha Vida
3.7 592 Assista AgoraSimples e encantador, "O Verão da Minha Vida" é um longa metragem que surpreende principalmente pelo ótimo elenco escalado e pelo bom roteiro de Jim Rash e Nat Faxon ("Os Descendentes") que passa longe dos clichês típicos de filmes do mesmo gênero.
Eraserhead
3.9 922 Assista Agora"Eraserhead" é, talvez, o filme mais complexo que já vi.
A sua belíssima fotografia, direção e som são suficientes para criar uma das atmosferas mais tensas e mais bizarras que o cinema já viu.
Repleto de significados ocultos, este aqui é um filme que antes mesmo de ser interpretado precisa ser apreciado - desde a sua incrível parte técnica até às boas interpretações que tornam o longa ainda mais excêntrico e sombrio.
Com diversas sequências absolutamente inesquecíveis, que entram na mente do espectador e que se recusam a deixá-la em paz, "Eraserhead" é um filme que emociona principalmente pela originalidade da direção do David Lynch e do tema proposto pelo roteiro (uma espécie de "pesadelo surreal" guardado no subconsciente do Henry Spencer). É também o filme mais surreal, bizarro e angustiante que já assisti e que provavelmente já assistirei em toda a minha vida.
Uma delirante esquizofrênia que todo o cinéfilo deveria experimentar.
Azul é a Cor Mais Quente
3.7 4,3K Assista AgoraÉ triste você ver tantas brigas, palavrões e preconceito nos comentários da página sobre um filme que fala justamente sobre o amor. :-\
Meia-Noite em Paris
4.0 3,8K Assista AgoraToda a essência da verdadeira Paris está neste incrível trabalho do famoso diretor americano Woody Allen.
"Meia-Noite em Paris" tem uma trilha sonora absolutamente imperdível, uma explêndida direção de arte, um roteiro de primeira qualidade e uma fotografia exurberantemente deslumbrante (com o predomínio de tons amarelados, dando uma sensação de acochego ao espectador) que consegue transportar qualquer um que o assistir para a cidade que, tenho que dizer, é a mais linda do mundo.
Vive la France!
O Som ao Redor
3.8 1,1K Assista AgoraUm dos filmes brasileiros mais bem escritos, dirigidos e fotografados que eu já assisti. Não esperava algo tão fascinante quanto "O Som ao Redor", visto que hoje quase todos os filmes brasileiros lançados no cinema são produzidos pela Globo Filmes. Kleber Mendonça Filho traz uma das melhores direções do ano passado ao retratar o cotidiano de um bairro de classe média em Recife, e ao construir personagens vivos e realistas que se assemelham profundamente com todos nós. Uma atual crônica pernambucana sem iguais!
O Ano Passado em Marienbad
4.2 156 Assista AgoraEnigmático e poético! Um clássico sensual e inspirador, difícil de ser digerido, mas completamente instigante e lírico!
Os Incompreendidos
4.4 645"Os Incompreendidos" não pode ser descrito com outro adjetivo que não seja "cruel".
Um filme cruel que nos faz sofrer junto com o seu protagonista - o injustiçado Antoine Doinel (interpretado antologicamente pelo incrível Jean-Pierre Lèaud) - e que nos traz dor e sofrimento ao nos revelar habitantes de um mundo opressor e ditador, que contribui para a formação de seres, que por serem incompreendidos, acabam tornando-se marginalizados.
Com uma direção magnifíca do francês François Truffaut, "Os Incompreendidos" encanta principalmente pelo seu roteiro simples e que é ao mesmo tempo pretencioso (no melhor sentido possível da palavra). A fotografia em preto e branco da Paris da decada de cinquenta é absolutamente encantadora, como também a belíssima trilha-sonora que busca explorar a inocência e a bondade ocultas pela revolta e pela dor do garoto Antonie. A sensação de tristeza, medo e revolta são muito bem exploradas pelo diretor e principalmente a busca do garoto pela atenção de seus pais.
Um belíssimo filme, que nos faz refletir e querer mudar a nossa forma de ver e entender a meninice.
Projeto X: Uma Festa Fora de Controle
3.5 2,2K Assista Agora"Projeto X" é, com toda a certeza do mundo, o filme americano sobre adolescentes "fora da lei" mais épico, ousado, arrebatador, assustador, nojento, divertido e surpreendente que eu vi nos últimos anos. Um exagerado e originalíssimo orgasmo cinéfilo!
Laranja Mecânica
4.3 3,8K Assista AgoraVei, o que está acontecendo com o povo do Filmow?!
Quando alguém critica um filme que é considerado um clássico, é taxado de burro. Já quando o outro elogia tal filme a ponto de dizer que ele é "um dos melhores de todos os tempos", esta pessoa é taxada de cult (num termo pejorativo) ou pseudo-intelectual. Cadê o respeito pelo próximo?!
Por exemplo: ao meu ver, Laranja Mecânica é um dos melhores filmes já feitos. Considero muito ele porque, apesar de suas inúmeras qualidades, o assisti na infância/pré-adolescência e foi um filme que simplesmente marcou a minha vida. Nunca havia assistido um filme tão fascinante, violento e tão... excêntrico. Na realidade, Kubrick me ganhou com Laranja Mecânica, 2001 (melhor filme de todos os tempos, na minha opinião), O Iluminado e De Olhos bem fechados (a sua obra menos elogiada, mas em minha opinião uma das melhores). Então, tenho que admitir que pra mim foi meio chocante ver tanta gente no Filmow falando mal do filme, afinal, ao meu ver, este é um filme absolutamente fascinante. Mas em nenhum momento julguei estas pessoas burras ou pouco inteligentes por não gostarem do filme. Agora eu acho o seguinte: muita gente que falou mal do filme, talvez não o tenha assistido direito, ou não prestou atenção na excepcional montagem, direção do Kubrick e interpretação fenomenal do Malcolm. Mas para as que assistiram mais de uma vez e não gostaram... Eu entendo, pq pelo o menos tentaram dar uma chance ao filme.
O problema é que parece que tem gente que só foi falar mal do filme quando viu que várias pessoas também estavam o criticando de uma forma negativa. Uma dica para vocês novatos do Filmow: não julguem o filme pelo o que os outros dizem dele, mas sim pela sua opinião própria.
E dane-se a opinião do outro!
Macunaíma
3.3 274 Assista AgoraSequências divertidas e metáforas bem pensadas infelizmente não fazem "Macunaíma" ser um bom clássico do cinema brasileiro, como muitos afirmam. Em vez disto, o longa de Joaquim Pedro de Andrade se sai bem como uma comédia de tom modernista, utilizando seu "non-sense" de forma intensa e criativa.
2001: Uma Odisseia no Espaço
4.2 2,4K Assista AgoraNão é apenas a melhor ficção-científica já feita, mas sim o mais complexo, fascinante, instigante e mais competente filme de todos os tempos!
E Sua Mãe Também
4.0 519Atuações competentes de Diego Luna, Gael García Bernal e Maribel Verdú fazem de "E Sua Mãe Também" uma incrível experiência cinematográfica que tem como tema principal a narrativa de três amigos e seus conflitos joviais.
Cuarón realiza neste filme uma direção simples (diferente de suas incríveis direções dos filmes "Filhos da Esperança" e "Gravidade"), o que revela uma sábia escolha: suas sequências de longa duração e suas escolhas de ângulos impressionantes não funcionariam bem com este tipo de roteiro.
Além disto, "E Sua Mãe Também" revela-se um filme fantástico ao adotar um tema cinematográfico que geralmente vem recheado de clichês (adolescência), mas que consegue evitá-los. Isto se dá principalmente pelo roteiro de Cuarón e pelas atuações dos três atores principais, que conseguem explorar muito bem os conflitos entre os personagens.
Uma linda história sobre descobertas, sexo, relações e amizades.