Jason Bourne está de volta! Após 9 anos desde "O ultimato Bourne" (descarto o fraquíssimo "O legado Bourne"), a cinessérie retorna com muito fôlego e com um Matt Damon ainda em forma para ação.
A direção deste quarto longa fica a cargo do ótimo Paul Greengrass que volta com o seu estilo de filmagem que tanto fez sucesso nos dois últimos "Bournes" para nos proporcionar entretenimento de qualidade. Com a câmera sempre inquieta, cortes rápidos (mas nunca confusos) e ritmo ágil, o cineasta é um mestre na construção de tensão e aqui ele não decepciona nas boas sequências de perseguição, embora nenhuma seja surpreendente.
O roteiro, também escrito por ele, contextualiza a trama (até Edward Snowden é mencionado) e mostra um lúcido Bourne se que é perseguido por um diretor da Cia que teme um novo vazamento de dados sobre o passado da agência.
Destaques para Tommy Lee Jones e Vincent Cassel, os vilões da vez. Em contrapartida, é uma pena que Alicia Vikander esteja em um piloto automático e mal aproveitada.
Diante da minha frustração com "Insurgente" e meu desânimo para ver este "Convergente", o filme até que me surpreendeu. Sem sombra de dúvidas, é bem melhor que o antecessor. Ainda que tenha uma fraca narrativa como a segunda parte e uma Shailene Woodley ainda mais 'canastrona', "Convergente" possui um ritmo melhor e uma trama sci fi mais consistente e com mais ação. Os efeitos visuais não decepcionam (pelo menos na maioria das cenas) ao contrário do roteiro que é recheado de furos. Para quem levar a sério, certamente, irá se decepcionar.
Esqueça toda a polêmica criada em torno da feminização da premissa e da repercussão negativa do trailer de “Caça-fantasmas”. Essa nova versão não deixa nada a desejar em relação ao original e diverte com a mesma eficiência, claro, cada um à sua maneira e época.
Sou fã do filme original, mas seria saudosismo de minha parte dizer que o primeiro “Caça-fantasmas” não envelheceu. O longa de 1984 marcou época com efeitos visuais, com a ousadia em misturar gêneros e deu um ‘up’ na carreira de Bill Murray. Entretanto, inevitavelmente, a produção definhou. A boa notícia é que a alma do negócio continua mais viva do que nunca.
A ideia de trocar os protagonistas homens por mulheres foi acertadíssima! Afinal, está na moda dar ênfase ao feminismo no cinema e as novas protagonistas não decepcionam neste reboot. O tom feminista também serve como crítica ao cinema que sempre evidenciou mais o homem como herói ou como um personagem de mais inteligência ao invés da mulher. A representação dessa crítica vem na forma do secretário Kevin, interpretado por Chris Hemsworth, que faz a versão masculina da convenção ‘bela, boba e assediada’.
Na história, duas amigas cientistas, Erin Gilbert e Abby Yates (interpretadas pelas ótimas Kristen Wiig e Melissa McCarthy), que estavam separadas desde o fracasso do livro que escreveram sobre a existência de fantasmas, se reencontram para investigar possíveis aparições fantasmagóricas em Nova Iorque. Ao provarem a existências de seres sobrenaturais, elas descobrem uma ameaça ainda maior que poderia destruir a cidade. Para a missão de salvar os nova-iorquinos, elas recrutam a cientista e inventora Jillian Holtzmann (Kate McKinnon, responsável por roubar várias cenas) e uma funcionária do metrô, Patty Tolan (a engraçadíssima Leslie Jones).
O bom roteiro faz homenagens ao clássico inserindo inúmeras referências, incluindo a música tema e pontas de Murray, Dan Aykroyd, Ernie Hudson e Sigourney Weaver (o falecido Harold Ramis foi lembrado nos créditos finais). Além disso, a linha cômica, que mistura humor situacional com besteirol, diverte bastante. A maioria das gags funciona e elas ditam o ritmo esperto do longa. Ainda há alguns bons sustos e boa ação, principalmente no clímax.
Tecnicamente, o filme é um primor. Multicolorido e com excelentes feitos visuais, o diretor Paul Feig trabalha com inteligência a utilização do 3D. Embora seja convertido e não filmado, Feig utiliza ângulos e enquadramentos de câmera que favorecem a tecnologia e insere, de maneira pontual na narrativa, cenas de profundidade e objetos que pipocam para fora da tela.
Falando nisso, o diretor ainda mexe no formato de tela e faz das tarjas pretas superior e inferior um aliado para a experiência tridimensional. Na linguagem técnica, “Caça-Fantasmas” é um filme Flat/widescreen (16:9) que parece Scope/letterbox (2.40:1). Algumas coisas são exibidas dentro dessas faixas o que valoriza ainda mais o 3D. Tal recurso não é uma novidade. Ang Lee já havia feito isso em "As aventuras de Pi" na cena dos peixes voadores.
Enfim, “Caça-fantasmas” pode não marcar época como o original, mas é contagiante, bem feito e entretém com intensidade. Não saia da sala sem antes ver os divertidos créditos finais e a cena extra ao final da projeção. Que venham mais filmes!
"Spooks: O Mestre Espião" tem boa aparência, mas é mal executado. O roteiro possui muitos furos e pulos temporais na trama. Além disso, há diversas soluções fáceis para algumas situações o que faz o filme ser pouco verossímil. A grande atração é Kit Harington, de "Game of Thrones", que até se esforça como espião, mas não convence. Talvez por ser mal dirigido. Aliás, o longa tem uma péssima direção. Falta inspiração ao diretor Bharat Nalluri para as cenas de ação e ele demonstra pouco controle sobre a narrativa. É uma pena, pois prometia ser bom e o resultado final deixa muito a desejar.
Filme indiano é igual as novelas da Rede Globo: tem estética ora apurada ora cafona, tem boa premissa e péssimos/convencionais roteiros e faz sucesso em poucos países. Os diferenciais de Bollywood em relação ao resto do mundo são a ousadia e criatividade nas cenas, sejam elas 'fantasticamente absurdas' ou não. Ângulos, enquadramentos de câmera e potencial técnico para filmes de ação, vide efeitos visuais e as boas coreografias de lutas, também se destacam. Para os indianos, quanto mais exagerado for melhor e mais lucrativo é. Isso é o que importa e é o que temos que entender para gostar desse cinema divertido e excêntrico. "Baahubali" se encaixa perfeitamente no contexto acima e, apesar da duração excessiva, é uma boa sessão da tarde.
O trailer me lembrou muito de "O voo", com Denzel Washington. Com Tom Hanks como protagonista e Clint Eastwood na direção, o filme tem tudo para ser tenso e emocionante.
O filme chileno "O clube" aborda o dia-a-dia de padres supostamente pedófilos que são afastados pela Igreja e confinados em uma casa no interior do Chile. Quando um novo sacerdote chega ao local para investigar um suicídio de um dos 'aprisionados', segredos são revelados e muitas contradições da Igreja Católica vêm à tona. O longa, muito bem dirigido por Pablo Larraín, é um exemplo de como o tema pode ser explorado de forma perturbadora somente com diálogos sem adentrar em detalhes representativos. Sua composição dramática, aliada a uma atmosfera sombria, sugere um suspense psicológico ímpar difícil de se ver no cinema nos dias atuais.
Se a emoção rege uma das facetas da diegese cinematográfica, o filme "Dúvida" é um marco, pelo menos no que diz respeito ao cinema que cutuca essa ferida provocada por alguns membros da Igreja Católica. "Dúvida" apenas sugere sobre o tal crime, o que vai deixar muita gente coçando a cabeça sobre um pároco que é acusado pela Irmã chefe de uma escola por ter abusado sexualmente de um aluno. A denúncia é feita por uma noviça que não sabe se a tal situação aconteceu de fato. O diretor John Patrick Shanley constrói pontos de vista dramáticos consistentes e emocionalmente intensos que deixarão o expectador contagiado pelo desenrolar da história. O longa ainda traz diálogos tensos, muito mistério e atuações poderosas do trio de protagonista (Meryl Streep, Philip Seymour Hoffman e Amy Adams).
O teatro é uma arte que apresenta um espetáculo único. Cada peça tem uma diegese teatral diferente, o que o torna fascinante. O cinema é justamente o contrário, mas não menos arrebatador. O poder de encantamento da sétima arte tem várias vertentes e uma delas é o acesso a um conteúdo gravado em vídeo, o que faz do espetáculo único uma obra de conceitos e de admirações multilaterais.
A possibilidade de ver o mesmo conteúdo várias vezes proporciona a oportunidade de analisar melhor determinados filmes que trazem novidades para o home vídeo. É o caso de "Batman vs Superman: A Origem da Justiça", que foi lançado em plataforma streaming com uma versão definitiva do diretor com 30 minutos a mais que a versão do cinema.
Quando lançado nas telonas, o longa tinha expressivos 152 minutos. Muito se falou da longa duração e de graves problemas narrativos, o que o impediu de ser um sucesso ainda maior. Sua bilheteria mundial estacionou em 872 milhões de dólares e esperava-se mais de um bilhão. A versão com 3 horas de duração não é usual para o gênero e nem rentável para esse tipo de filme, por isso a complexa história sobre os maiores super herois da DC Comics sofreu cortes em sua edição para o cinema.
Afinal, a versão estendida de "Batman vs Superman" é melhor? Sem sombra de dúvidas, sim! A inserção de novos arcos dramáticos deixa a história mais consistente e as motivações dos personagens são mais bem explicadas. O roteiro, que recebeu críticas negativas na versão do cinema (inclusive por mim), se torna bom e evita o subentendimento sem ser didático. Se a trama não for clara em seu desenvolvimento, o recurso de subentender pode abrir brechas para furos na narrativa e isso aconteceu na primeira edição.
A melhora foi substancial com relação a dramaticidade do filme. No resto, segue como foi a versão para o cinema, com muitas falhas na direção de Zack Snyder, como havia escrito em meu texto anterior. No geral, posso afirmar que as 3 horas de "Batman vs Superman" me deixou mais satisfeito com a obra o que me faz acrescentar uma estrela em minha avaliação.
Como é bom ter o recurso do uso caseiro para assistirmos cenas deletadas ou versões do diretor (sem a imposição de produtores ou estúdios) para que possamos ter novas percepções.
É difícil ver filmes do subgênero catástrofe longe de Hollywood. Longas que retratam desastres naturais ou destruições demandam altos investimentos em efeitos especiais. Por isso, a maioria dessas produções é feita nos Estados Unidos, onde há recursos de grandes produtoras e bom mercado para o gênero.
Entretanto, se engana quem pensa que somente os norte-americanos sabem brincar com o tema. Os noruegueses também sabem e o filme "A onda" é prova disso.
A narrativa fala de uma equipe de geólogos que monitora fendas e desmoronamentos de rochas no interior da Noruega. Quando uma montanha inteira desaba sobre o mar formando um tsunami, uma pequena cidade localizada no vale rochoso precisa ser evacuada antes que as águas cheguem ao local.
Para dar contornos mais dramáticos ao enredo, a família de um dos geólogos tenta sobreviver ao incidente. Os clichês, a trama trivial e os estereótipos seguem a pegada desse subgênero. Tais características remetem ao longa "O impossível", sobre uma família que tenta sobreviver ao caos na Indonésia após a passagem de uma devastadora onda gigante.
No entanto, a produção se destaca pelos bons efeitos visuais, pelo suspense bem orquestrado, pelo bom elenco e pelos dramas bem dirigidos por Roar Uthaug. Uma grata surpresa que merece ser apreciada!
"Irmão de espião" é uma comédia de ação que investe no humor negro exagerado, ora escatológico ora com conotações sexuais, e em boas sequências de pancadaria para divertir o público. Por incrível que pareça, essa mistura 'dá liga'. Claro, é preciso comprar a ideia para que o longa funcione. Tudo é feito de forma rápida e escrachada. A história é grotesca: um agente do serviço secreto britânico é o principal suspeito de um atentado terrorista. A única saída é tentar provar sua inocência fugindo com o irmão que ele não vê há 28 anos. E é esse tal irmão quem protagoniza o besteirol. Apesar do fraco roteiro, há algumas gags criativas (outras constrangedoras) e uma sátira divertida sobre espionagem, com destaque para ação em primeira pessoa ou POV (ponto de vista) que remete ao recente filme "Hardcore: Missão Extrema".
Por fim, coloque pitadas dramáticas de "Mar Adentro"
. Pronto, aí está a essência de "Como eu era antes de você", que fala de uma garota desajeitada e extravagante que vê sua vida mudar após trabalhar como cuidadora de um tetraplégico, com quem se apaixona. O filme é bonito e agradável de se ver, mas é um pouco insosso quando o assunto é emoção. A direção de Thea Sharrock faz tudo certinho até o clímax, mas economiza na sensibilidade e não emociona como deveria. Ainda assim, é um bom entretenimento, mais comédia e drama que romance. Destaque para química da dupla Emilia Clarke e Sam Claflin.
É bom saber que Michael Bay não abdicou do bom cinema de ação. Em "13 horas - Os Soldados Secretos de Benghazi", o cineasta prova que ainda pode proporcionar bons filmes que fogem do estilo frenético de "Transformers".
Inspirado em fatos reais, "13 horas" conta a história de seis soldados ex-militares que são contratados para fazerem a segurança de uma equipe da CIA infiltrada secretamente em Benghazi, na Líbia, em período pós Kadhafi. Quando a embaixada norte-americana sofre ataques terroristas, os tais soldados, mesmo não autorizados, partem para resgatar o diplomata.
O longa tem uma dinâmica narrativa que lembra "Argo" e ação que nos remete a "Regras do Jogo", "O Álamo" e "Falcão Negro em Perigo". Aqui, Bay trabalha com os mesmos tons de cores em sua costumeira fotografia e a câmera está menos frenética. Isso faz com as boas sequências de guerra fiquem mais claras, bem longe da confusão visual e do excesso de cortes vistos nos longas dos robôs alienígenas.
O simples roteiro, baseado em livro homônimo de Mitchell Zuckoff, embora apele para a bravura e o patriotismo norte-americano, faz uma crítica ao governo estadunidense pela passividade de reação perante ao acontecimento e por não dar a segurança necessária aos americanos no trágico episódio.
Não faltam tiroteios, explosões, violência, suspense e câmeras lentas para que o expectador fique com os olhos grudados na tela. Ainda que tenha uma duração excessiva (2h24min), "13 horas" tem bom elenco, é tecnicamente eficiente e cumpre o que promete: entreter.
Dirigido por James Bodin, "Alice através do espelho", continuação de "Alice no país das maravilhas" de Tim Burton (que, aqui, assina a produção), amplia a fantasia do autor Lewis Carroll com muito vigor técnico, mas deixa de melhorar a qualidade do enredo.
A jornada da persistente e corajosa Alice (Mia Wasikowska) consiste em voltar ao universo fantástico para salvar o Chapeleiro Maluco (Johnny Depp) de uma depressão após descobrir que sua família ainda está viva. A história do Chapeleiro esbarra no passado das Rainhas de Copas (Helena Bonham Carter) e Branca (Anne Hathaway), que também precisam resolver velhos problemas.
O roteiro de Linda Woolverton, que também escreveu o longa anterior, possui uma premissa convencional, mas de grande valia, como os valores sobre família e reflexões sobre o ‘tempo’. Entretanto, seu texto explora pouco o importante e novo personagem Senhor Tempo e é raso ao desenvolver arcos dramáticos, o que gera imensos furos na narrativa. Isso faz com que as ações fiquem confusas e inconvincentes em certos momentos.
O que faz o filme ser assistível é a qualidade técnica da produção, como os efeitos visuais e sonoros, a maquiagem, os figurinos e a direção de arte. Tudo é muito belo, vistoso e repleto de detalhes divertidos. Além de o visual nos contagiar, o humor rasteiro, com muitas gags infantis, proporciona leveza e faz da aventura um passatempo sem compromisso.
Que alívio assistir “Capitão América: Guerra Civil” um mês após o lançamento do maçante “Batman Vs Superman: A Origem da Justiça”. A comparação é inevitável: há uma essência dramática semelhante e uma briga entre super-herois icônicos, mas com direções distintas. O filme da Warner/DC Comics está longe de ser ruim, mas a direção de Zack Snyder falhou em diversos aspectos e isso deixou o longa sem dinamismo e visualmente pesado. Em termos de realização, o novo longa da Disney/Marvel é o contrário disso, o que prova ainda mais a competência da Estúdio/Editora de quadrinhos ao criar seu universo compartilhado de forma inteligente e competente.
(Não sou fã de nenhuma das editoras, como também não leio nenhuma HQ de super-herois, apenas acompanho e analiso o conteúdo cinematográfico. Não pensem que puxo ‘sardinha’ para um lado, ainda que meus herois preferidos sejam Superman e Batman, ambos da DC, e os melhores filmes desse subgênero sejam da Marvel).
“Capitão América: Guerra Civil” é um entretenimento perfeito além de ser uma espécie de “Vingadores 2.5”. Somente Thor e Hulk não aparecem aqui. O longa é uma continuação direta de “Soldado Invernal” e de “Vingadores: Era de Ultron”. Isso significa que há mais presença em cena de Steve Rogers e seu amigo Bucky Barnes, personagens que protagonizam as principais reviravoltas da trama.
A narrativa, com um interessante tom de thriller político, gira em torno do tratado de Sokovia, um documento que prevê o controle dos super-herois por meio da ONU. Isso acontece porque, ao mesmo tempo em que os Vingadores protegem o mundo dos vilões, suas ações prejudicam pessoas e causam destruição.
Tony Starky e sua trupe (Visão, Viúva Negra e Máquina de Combate) concordam com o tratado, mas Steve Rogers e seus parceiros de confiança (Falcão e Feiticeira Escarlate) não. Para atiçar ainda mais essa divergência, surge o vilão Zemo, simpatizante da Hydra que consegue manipular o Soldado Invernal e fazê-lo cometer atentados que farão o Capitão América e o Homem de Ferro brigarem para defender suas causas. No meio da confusão, Bucky, Gavião Arqueiro e Homem-Formiga se juntam ao Capitão; Pantera Negra e Homem-Aranha ficam ao lado do Homem de Ferro.
A realização é impecável, seja de maneira técnica ou de conteúdo. Ainda que tenha grande número de personagens, todos, sem exceção, são bem desenvolvidos, cada um tem seu tempo respeitado para abordar suas motivações como também são importantes para o andamento da história. Além disso, há cenas de ação espetaculares e as coreografias de luta são convincentes. A câmera na mão nas sequências dão mais realismo e nervosismo. Embora tenha cortes rápidos na edição em certos momentos, tudo é muito claro para o espectador e nunca fica cansativo.
Tudo no filme é encaixado de forma pontual. As reviravoltas, os arcos dramáticos e a inserção de humor funcionam numa sintonia perfeita. Além disso, os efeitos visuais são excelentes, apesar de uma cena ou outra soar de forma levemente artificial. Já a engenharia de som acerta o volume das faixas de áudio evitando a poluição sonora. A trilha sonora entra sempre na hora certa e os efeitos sonoros são mais altos que a trilha quando precisam ser e vice-versa.
As participações dos novos personagens são outros destaques da produção. Pantera Negra entra no universo Marvel com muita imponência. Já o Homem Aranha, mais jovem e inexperiente ao lidar com seus poderes, é carismático, ágil e com muito fôlego – o melhor Peter Parker já feito para o cinema. Não é atoa que são as derivações potencializadas de insetos que roubam a cena. Além do ‘cabeça de teia’, a participação do Homem-Formiga na sequência do aeroporto é genial!
“Capitão América: Guerra Civil” é uma obra prima do subgênero super-herois e isso se deve aos diretores Anthony e Joe Russo e aos roteiristas Christopher Markus e Stephen McFeely, que trabalharam numa harmonia ímpar para proporcionar um filme maduro, bem escrito, divertido e com reviravoltas inteligentes; a cartilha perfeita para um entretenimento de qualidade. Sem dúvida, a melhor produção do Universo Cinematográfico Marvel.
Hans Zimmer revelou na última semana que irá se aposentar das trilhas sonoras de super herois. Seu serviço em "Batman vs Superman" é um tanto quanto decepcionante. Zimmer disse que foi um dos trabalhos mais difíceis que já fez e o resultado parece ser uma de suas piores trilhas já feitas. É clara a falta de inspiração. É uma trilha sem identidade, sem brilho, ao contrário daquela feita para "O Homem de Aço" que sobra em emoção. Talvez o melhor momento seja a entrada de Mulher Maravilha na luta contra o vilão Apocalipse que, diga-se de passagem, tem o dedo de Junkie XL, que também assina o trabalho. Isso é mais uma prova de que o filme foi feito as pressas, ainda que o resultado final tenha sido um bom entretenimento.
Depois de anos de espera, os dois herois mais icônicos da editora DC Comics (ou do mundo) estão juntos no cinema pela primeira vez. A produção cinematográfica "Batman Vs Superman - A Origem da Justiça" deve agradar aos fãs das HQs, mas nem tanto para àqueles que acompanham as histórias somente nas telonas.
O filme tem um bom começo e logo faz um resumo do passado sombrio de Bruce Wayne além de mostrar seu ponto de vista perante aos eventos de "O Homem de Aço", mais precisamente da batalha entre Superman e Zod. Como Superman já foi apresentado em seu longa anterior, aqui, inicialmente, o foco é o Batman. Enquanto o kriptoniano é visto como um deus ou como uma esperança para o povo, o homem morcego é visto como um inimigo pelas autoridades.
Batman está diferente. É quase um anti-heroi. Está mais velho, introspectivo e com sede de vingança após a guerra alienígena o prejudicar. Aí entra em cena o famoso Lex Luthor, o grande antagonista do kriptoniano e também o responsável por trazer à vida o segundo vilão: Apocalipse. Batman e Luthor querem destruir Superman, mas cada um com suas motivações.
"Batman Vs Superman" tem uma história poderosa e uma premissa com argumentos convincentes que estão entranhados em um roteiro que visa o futuro: a formação da "Liga da Justiça". Muitos easter eggs estão espalhados pelo longa e agradarão aos fãs das HQs que deverão identificar diversas leituras quadrinescas sobre os protagonistas assim como suas discussões mitológicas. Os principais ‘ovos’ são as pontas de Mulher Maravilha (que tem mais tempo de cena), Flash, Ciborg e Aquaman. Todos terão filmes solos que explicarão suas origens e poderes.
Embora tenha um bom início, a primeira hora é um pouco arrastada. Após o primeiro ato, o longa ganha reviravoltas e constantes cenas de ação o que melhora, consideravelmente, o seu ritmo até o final. Falando em pancadaria, o estilo das sequências é semelhante àquelas vistas em "O Homem de Aço": muita destruição, lutas, suspense e bons efeitos gráficos. Alguns momentos são inspirados, como as do sonho de Batman, porém, em outros faltam cuidados a mais para que as cenas sejam mais bem feitas.
Isso me leva a analisar dois problemas aparentes em "Batman Vs Superman": a direção de Zack Snyder e a parte técnica. Como é o diretor que dá a última palavra em todos os aspectos de uma produção, Snyder faz, aqui, seu pior trabalho. A fotografia, que investe grande parte na ambientação noturna, é pobre ao imprimir ângulos e enquadramentos convencionais. Há momentos em que a iluminação e a edição prejudicam na visualização de detalhes, principalmente de Batman que possui um arsenal tecnológico interessante. Além disso, o filme é carregado em CGI. A utilização de mais efeitos práticos deixaria o visual menos maçante.
Outra falha é a mixagem de som que atrapalha a edição de som e a trilha sonora. Os efeitos sonoros estão na mesma faixa da trilha e parecem estar no mesmo volume, o que gera poluição. Não há clareza nos ruídos quando se trata das cenas de ação. É importante que o volume dos efeitos sonoros seja maior que a trilha em determinados momentos para se criar impacto, o que não acontece aqui.
Sobre o elenco, Henry Cavill repete a performance convincente de Superman, mas há três figuras de destaque: Ben Affleck, Gal Gadot e Jesse Eisenberg. Gadot e Eisenberg estão bem como Mulher Maravilha e Lex Luthor, respectivamente. Luthor, inclusive, é quem merecia uma melhor abordagem devido a sua grande importância na narrativa. No entanto, o destaque mesmo fica por conta de Ben Affleck, que surpreende por sua convincente atuação como Homem Morcego. Inclusive, Batman merecia uma nova série de filmes comandada e interpretada por Affleck. Nada mal, hein?
A sensação ao final da projeção é que "Batman Vs Superman" poderia ser melhor, mas, no geral, é uma boa introdução ao universo fantasioso da DC Comics no cinema. O tom mais sério e sombrio dessa franquia promete dar bons frutos no futuro.
Em 1969, um agente Cia é enviado à Londres para tentar convencer o diretor Stanley Kubrick a gravar, secretamente, uma encenação da chegada do homem à Lua. O motivo é o receio das autoridades norte-americanas de os astronautas enviados ao espaço não consigam pousar no pequeno astro, o que frustraria o país na corrida espacial. O tal agente só não esperava ser enganado por um produtor cultural local que o coloca em sérias confusões na capital londrina.
A premissa, inspirada na conspiração de que o pouso na Lua era uma grande farsa, atiça a curiosidade do espectador. No entanto, o roteiro demonstra fragilidade cômica ao dialogar demais com a comédia pastelão e com a vibe 'hippie narcótica'.
Apesar disso, o longa não deixa de ter algumas situações hilariantes. O diretor estreante Antoine Bardou-Jacquet imprime um ritmo esperto, convence na reconstituição de época e insere bons momentos de humor negro, principalmente quando a narrativa entra no território 'gângster britânico'. A mistura de gêneros, que parece deslocada no início da projeção, se torna o ponto forte de "Moonwalkers" depois dos 30 minutos ao trazer boas doses de violência e tiroteios em meio ao caos narcóticos promovido por personagens divertidamente excêntricos.
Destaque para a excelente atuação de Ron Perlman, o eterno "Hellboy", que faz o tipo durão com maestria. O mesmo não se pode dizer de Rupert Grint, o Ron Weasley de "Harry Potter". O ator até que se esforça ao interpretar um produtor cultural desajeitado, mas não convence. A impressão é que ele parece ser visualmente jovem demais para o papel.
Ainda que o longa seja divertido, fica aquela sensação de que "Moonwalkers" poderia ter sido mais interessante e inteligente se tivesse uma pegada mais séria.
"Steve Jobs" é, infelizmente, muito barulho por nada. A produção se passa nos bastidores do lançamento de 3 produtos: Macintosh, NeXT e o iMac. Durante todo o longa vemos 80% de 'discussão de relação' e 20% de tecnologia ou inspirações. O roteiro, que procura desconstruir Jobs, fica preso demais aos eventos e nas 'brigas pessoais', o que prejudica o desenvolvimento de situações que exploram as impulsões do protagonista. São poucos esses momentos. Ainda que tenha alguns bons diálogos, é frustrante saber que o conteúdo não surpreende em nada. Isso inclui as performances de Michael Fassbender e Kate Winslet. Ambos estão no piloto automático (mais ele que ela), assim como Danny Boyle, que está mais contido na direção. O filme "Jobs" (2013), com Ashton Kutcher, é melhor.
"Spotlight - Segredos Revelados" tem uma história tão devastadora que o filme se entrega quase por completo ao tom de denúncia proposta pela premissa. E esse é o problema. Baseado em fatos reais, o longa, que traz à tona a pedofilia praticada por padres da Igreja Católica, sobra em elenco e roteiro, mas carece de 'cinema', de emoção, de tensão e de criatividade. A direção de Tom McCarthy ("Trocando os pés") é tão burocrática que a produção parece um documentário filmado, o que o torna chato e cansativo em alguns momentos. "Spotlight" mexe no vespeiro com vara longa ao invés da vara curta. Isso frustra o potencial narrativo que o filme teria de ser mais 'sensacional', principalmente em sua realização.
Jason Bourne
3.5 460 Assista AgoraJason Bourne está de volta! Após 9 anos desde "O ultimato Bourne" (descarto o fraquíssimo "O legado Bourne"), a cinessérie retorna com muito fôlego e com um Matt Damon ainda em forma para ação.
A direção deste quarto longa fica a cargo do ótimo Paul Greengrass que volta com o seu estilo de filmagem que tanto fez sucesso nos dois últimos "Bournes" para nos proporcionar entretenimento de qualidade. Com a câmera sempre inquieta, cortes rápidos (mas nunca confusos) e ritmo ágil, o cineasta é um mestre na construção de tensão e aqui ele não decepciona nas boas sequências de perseguição, embora nenhuma seja surpreendente.
O roteiro, também escrito por ele, contextualiza a trama (até Edward Snowden é mencionado) e mostra um lúcido Bourne se que é perseguido por um diretor da Cia que teme um novo vazamento de dados sobre o passado da agência.
Destaques para Tommy Lee Jones e Vincent Cassel, os vilões da vez. Em contrapartida, é uma pena que Alicia Vikander esteja em um piloto automático e mal aproveitada.
A Série Divergente: Convergente
2.8 599 Assista AgoraDiante da minha frustração com "Insurgente" e meu desânimo para ver este "Convergente", o filme até que me surpreendeu. Sem sombra de dúvidas, é bem melhor que o antecessor. Ainda que tenha uma fraca narrativa como a segunda parte e uma Shailene Woodley ainda mais 'canastrona', "Convergente" possui um ritmo melhor e uma trama sci fi mais consistente e com mais ação. Os efeitos visuais não decepcionam (pelo menos na maioria das cenas) ao contrário do roteiro que é recheado de furos. Para quem levar a sério, certamente, irá se decepcionar.
Caça-Fantasmas
3.2 1,3K Assista AgoraEsqueça toda a polêmica criada em torno da feminização da premissa e da repercussão negativa do trailer de “Caça-fantasmas”. Essa nova versão não deixa nada a desejar em relação ao original e diverte com a mesma eficiência, claro, cada um à sua maneira e época.
Sou fã do filme original, mas seria saudosismo de minha parte dizer que o primeiro “Caça-fantasmas” não envelheceu. O longa de 1984 marcou época com efeitos visuais, com a ousadia em misturar gêneros e deu um ‘up’ na carreira de Bill Murray. Entretanto, inevitavelmente, a produção definhou. A boa notícia é que a alma do negócio continua mais viva do que nunca.
A ideia de trocar os protagonistas homens por mulheres foi acertadíssima! Afinal, está na moda dar ênfase ao feminismo no cinema e as novas protagonistas não decepcionam neste reboot. O tom feminista também serve como crítica ao cinema que sempre evidenciou mais o homem como herói ou como um personagem de mais inteligência ao invés da mulher. A representação dessa crítica vem na forma do secretário Kevin, interpretado por Chris Hemsworth, que faz a versão masculina da convenção ‘bela, boba e assediada’.
Na história, duas amigas cientistas, Erin Gilbert e Abby Yates (interpretadas pelas ótimas Kristen Wiig e Melissa McCarthy), que estavam separadas desde o fracasso do livro que escreveram sobre a existência de fantasmas, se reencontram para investigar possíveis aparições fantasmagóricas em Nova Iorque. Ao provarem a existências de seres sobrenaturais, elas descobrem uma ameaça ainda maior que poderia destruir a cidade. Para a missão de salvar os nova-iorquinos, elas recrutam a cientista e inventora Jillian Holtzmann (Kate McKinnon, responsável por roubar várias cenas) e uma funcionária do metrô, Patty Tolan (a engraçadíssima Leslie Jones).
O bom roteiro faz homenagens ao clássico inserindo inúmeras referências, incluindo a música tema e pontas de Murray, Dan Aykroyd, Ernie Hudson e Sigourney Weaver (o falecido Harold Ramis foi lembrado nos créditos finais). Além disso, a linha cômica, que mistura humor situacional com besteirol, diverte bastante. A maioria das gags funciona e elas ditam o ritmo esperto do longa. Ainda há alguns bons sustos e boa ação, principalmente no clímax.
Tecnicamente, o filme é um primor. Multicolorido e com excelentes feitos visuais, o diretor Paul Feig trabalha com inteligência a utilização do 3D. Embora seja convertido e não filmado, Feig utiliza ângulos e enquadramentos de câmera que favorecem a tecnologia e insere, de maneira pontual na narrativa, cenas de profundidade e objetos que pipocam para fora da tela.
Falando nisso, o diretor ainda mexe no formato de tela e faz das tarjas pretas superior e inferior um aliado para a experiência tridimensional. Na linguagem técnica, “Caça-Fantasmas” é um filme Flat/widescreen (16:9) que parece Scope/letterbox (2.40:1). Algumas coisas são exibidas dentro dessas faixas o que valoriza ainda mais o 3D. Tal recurso não é uma novidade. Ang Lee já havia feito isso em "As aventuras de Pi" na cena dos peixes voadores.
Enfim, “Caça-fantasmas” pode não marcar época como o original, mas é contagiante, bem feito e entretém com intensidade. Não saia da sala sem antes ver os divertidos créditos finais e a cena extra ao final da projeção. Que venham mais filmes!
Spooks: O Mestre Espião
3.1 61 Assista Agora"Spooks: O Mestre Espião" tem boa aparência, mas é mal executado. O roteiro possui muitos furos e pulos temporais na trama. Além disso, há diversas soluções fáceis para algumas situações o que faz o filme ser pouco verossímil. A grande atração é Kit Harington, de "Game of Thrones", que até se esforça como espião, mas não convence. Talvez por ser mal dirigido. Aliás, o longa tem uma péssima direção. Falta inspiração ao diretor Bharat Nalluri para as cenas de ação e ele demonstra pouco controle sobre a narrativa. É uma pena, pois prometia ser bom e o resultado final deixa muito a desejar.
Baahubali: O Início
3.6 147 Assista AgoraFilme indiano é igual as novelas da Rede Globo: tem estética ora apurada ora cafona, tem boa premissa e péssimos/convencionais roteiros e faz sucesso em poucos países. Os diferenciais de Bollywood em relação ao resto do mundo são a ousadia e criatividade nas cenas, sejam elas 'fantasticamente absurdas' ou não. Ângulos, enquadramentos de câmera e potencial técnico para filmes de ação, vide efeitos visuais e as boas coreografias de lutas, também se destacam. Para os indianos, quanto mais exagerado for melhor e mais lucrativo é. Isso é o que importa e é o que temos que entender para gostar desse cinema divertido e excêntrico. "Baahubali" se encaixa perfeitamente no contexto acima e, apesar da duração excessiva, é uma boa sessão da tarde.
Sully: O Herói do Rio Hudson
3.6 577 Assista AgoraO trailer me lembrou muito de "O voo", com Denzel Washington. Com Tom Hanks como protagonista e Clint Eastwood na direção, o filme tem tudo para ser tenso e emocionante.
O Clube
3.9 146 Assista AgoraO filme chileno "O clube" aborda o dia-a-dia de padres supostamente pedófilos que são afastados pela Igreja e confinados em uma casa no interior do Chile. Quando um novo sacerdote chega ao local para investigar um suicídio de um dos 'aprisionados', segredos são revelados e muitas contradições da Igreja Católica vêm à tona. O longa, muito bem dirigido por Pablo Larraín, é um exemplo de como o tema pode ser explorado de forma perturbadora somente com diálogos sem adentrar em detalhes representativos. Sua composição dramática, aliada a uma atmosfera sombria, sugere um suspense psicológico ímpar difícil de se ver no cinema nos dias atuais.
Dúvida
3.9 1,0K Assista AgoraSe a emoção rege uma das facetas da diegese cinematográfica, o filme "Dúvida" é um marco, pelo menos no que diz respeito ao cinema que cutuca essa ferida provocada por alguns membros da Igreja Católica. "Dúvida" apenas sugere sobre o tal crime, o que vai deixar muita gente coçando a cabeça sobre um pároco que é acusado pela Irmã chefe de uma escola por ter abusado sexualmente de um aluno. A denúncia é feita por uma noviça que não sabe se a tal situação aconteceu de fato. O diretor John Patrick Shanley constrói pontos de vista dramáticos consistentes e emocionalmente intensos que deixarão o expectador contagiado pelo desenrolar da história. O longa ainda traz diálogos tensos, muito mistério e atuações poderosas do trio de protagonista (Meryl Streep, Philip Seymour Hoffman e Amy Adams).
Batman vs Superman - A Origem da Justiça
3.4 5,0K Assista AgoraO teatro é uma arte que apresenta um espetáculo único. Cada peça tem uma diegese teatral diferente, o que o torna fascinante. O cinema é justamente o contrário, mas não menos arrebatador. O poder de encantamento da sétima arte tem várias vertentes e uma delas é o acesso a um conteúdo gravado em vídeo, o que faz do espetáculo único uma obra de conceitos e de admirações multilaterais.
A possibilidade de ver o mesmo conteúdo várias vezes proporciona a oportunidade de analisar melhor determinados filmes que trazem novidades para o home vídeo. É o caso de "Batman vs Superman: A Origem da Justiça", que foi lançado em plataforma streaming com uma versão definitiva do diretor com 30 minutos a mais que a versão do cinema.
Quando lançado nas telonas, o longa tinha expressivos 152 minutos. Muito se falou da longa duração e de graves problemas narrativos, o que o impediu de ser um sucesso ainda maior. Sua bilheteria mundial estacionou em 872 milhões de dólares e esperava-se mais de um bilhão. A versão com 3 horas de duração não é usual para o gênero e nem rentável para esse tipo de filme, por isso a complexa história sobre os maiores super herois da DC Comics sofreu cortes em sua edição para o cinema.
Afinal, a versão estendida de "Batman vs Superman" é melhor? Sem sombra de dúvidas, sim! A inserção de novos arcos dramáticos deixa a história mais consistente e as motivações dos personagens são mais bem explicadas. O roteiro, que recebeu críticas negativas na versão do cinema (inclusive por mim), se torna bom e evita o subentendimento sem ser didático. Se a trama não for clara em seu desenvolvimento, o recurso de subentender pode abrir brechas para furos na narrativa e isso aconteceu na primeira edição.
A melhora foi substancial com relação a dramaticidade do filme. No resto, segue como foi a versão para o cinema, com muitas falhas na direção de Zack Snyder, como havia escrito em meu texto anterior. No geral, posso afirmar que as 3 horas de "Batman vs Superman" me deixou mais satisfeito com a obra o que me faz acrescentar uma estrela em minha avaliação.
Como é bom ter o recurso do uso caseiro para assistirmos cenas deletadas ou versões do diretor (sem a imposição de produtores ou estúdios) para que possamos ter novas percepções.
Zootopia: Essa Cidade é o Bicho
4.2 1,5K Assista AgoraA cena da preguiça é uma das mais engraçadas do ano!
A Onda
3.2 306 Assista AgoraÉ difícil ver filmes do subgênero catástrofe longe de Hollywood. Longas que retratam desastres naturais ou destruições demandam altos investimentos em efeitos especiais. Por isso, a maioria dessas produções é feita nos Estados Unidos, onde há recursos de grandes produtoras e bom mercado para o gênero.
Entretanto, se engana quem pensa que somente os norte-americanos sabem brincar com o tema. Os noruegueses também sabem e o filme "A onda" é prova disso.
A narrativa fala de uma equipe de geólogos que monitora fendas e desmoronamentos de rochas no interior da Noruega. Quando uma montanha inteira desaba sobre o mar formando um tsunami, uma pequena cidade localizada no vale rochoso precisa ser evacuada antes que as águas cheguem ao local.
Para dar contornos mais dramáticos ao enredo, a família de um dos geólogos tenta sobreviver ao incidente. Os clichês, a trama trivial e os estereótipos seguem a pegada desse subgênero. Tais características remetem ao longa "O impossível", sobre uma família que tenta sobreviver ao caos na Indonésia após a passagem de uma devastadora onda gigante.
No entanto, a produção se destaca pelos bons efeitos visuais, pelo suspense bem orquestrado, pelo bom elenco e pelos dramas bem dirigidos por Roar Uthaug. Uma grata surpresa que merece ser apreciada!
Irmão de Espião
3.1 153 Assista Agora"Irmão de espião" é uma comédia de ação que investe no humor negro exagerado, ora escatológico ora com conotações sexuais, e em boas sequências de pancadaria para divertir o público. Por incrível que pareça, essa mistura 'dá liga'. Claro, é preciso comprar a ideia para que o longa funcione. Tudo é feito de forma rápida e escrachada. A história é grotesca: um agente do serviço secreto britânico é o principal suspeito de um atentado terrorista. A única saída é tentar provar sua inocência fugindo com o irmão que ele não vê há 28 anos. E é esse tal irmão quem protagoniza o besteirol. Apesar do fraco roteiro, há algumas gags criativas (outras constrangedoras) e uma sátira divertida sobre espionagem, com destaque para ação em primeira pessoa ou POV (ponto de vista) que remete ao recente filme "Hardcore: Missão Extrema".
Como Eu Era Antes de Você
3.7 2,3K Assista AgoraPegue a pegada romântica de "A culpa é das estrelas" e misture o humor rasteiro e situacional de "Intocáveis".
Por fim, coloque pitadas dramáticas de "Mar Adentro"
13 Horas - Os Soldados Secretos de Benghazi
3.5 309É bom saber que Michael Bay não abdicou do bom cinema de ação. Em "13 horas - Os Soldados Secretos de Benghazi", o cineasta prova que ainda pode proporcionar bons filmes que fogem do estilo frenético de "Transformers".
Inspirado em fatos reais, "13 horas" conta a história de seis soldados ex-militares que são contratados para fazerem a segurança de uma equipe da CIA infiltrada secretamente em Benghazi, na Líbia, em período pós Kadhafi. Quando a embaixada norte-americana sofre ataques terroristas, os tais soldados, mesmo não autorizados, partem para resgatar o diplomata.
O longa tem uma dinâmica narrativa que lembra "Argo" e ação que nos remete a "Regras do Jogo", "O Álamo" e "Falcão Negro em Perigo". Aqui, Bay trabalha com os mesmos tons de cores em sua costumeira fotografia e a câmera está menos frenética. Isso faz com as boas sequências de guerra fiquem mais claras, bem longe da confusão visual e do excesso de cortes vistos nos longas dos robôs alienígenas.
O simples roteiro, baseado em livro homônimo de Mitchell Zuckoff, embora apele para a bravura e o patriotismo norte-americano, faz uma crítica ao governo estadunidense pela passividade de reação perante ao acontecimento e por não dar a segurança necessária aos americanos no trágico episódio.
Não faltam tiroteios, explosões, violência, suspense e câmeras lentas para que o expectador fique com os olhos grudados na tela. Ainda que tenha uma duração excessiva (2h24min), "13 horas" tem bom elenco, é tecnicamente eficiente e cumpre o que promete: entreter.
Alice Através do Espelho
3.4 733 Assista AgoraDirigido por James Bodin, "Alice através do espelho", continuação de "Alice no país das maravilhas" de Tim Burton (que, aqui, assina a produção), amplia a fantasia do autor Lewis Carroll com muito vigor técnico, mas deixa de melhorar a qualidade do enredo.
A jornada da persistente e corajosa Alice (Mia Wasikowska) consiste em voltar ao universo fantástico para salvar o Chapeleiro Maluco (Johnny Depp) de uma depressão após descobrir que sua família ainda está viva. A história do Chapeleiro esbarra no passado das Rainhas de Copas (Helena Bonham Carter) e Branca (Anne Hathaway), que também precisam resolver velhos problemas.
O roteiro de Linda Woolverton, que também escreveu o longa anterior, possui uma premissa convencional, mas de grande valia, como os valores sobre família e reflexões sobre o ‘tempo’. Entretanto, seu texto explora pouco o importante e novo personagem Senhor Tempo e é raso ao desenvolver arcos dramáticos, o que gera imensos furos na narrativa. Isso faz com que as ações fiquem confusas e inconvincentes em certos momentos.
O que faz o filme ser assistível é a qualidade técnica da produção, como os efeitos visuais e sonoros, a maquiagem, os figurinos e a direção de arte. Tudo é muito belo, vistoso e repleto de detalhes divertidos. Além de o visual nos contagiar, o humor rasteiro, com muitas gags infantis, proporciona leveza e faz da aventura um passatempo sem compromisso.
Capitão América: Guerra Civil
3.9 2,4K Assista AgoraQue alívio assistir “Capitão América: Guerra Civil” um mês após o lançamento do maçante “Batman Vs Superman: A Origem da Justiça”. A comparação é inevitável: há uma essência dramática semelhante e uma briga entre super-herois icônicos, mas com direções distintas. O filme da Warner/DC Comics está longe de ser ruim, mas a direção de Zack Snyder falhou em diversos aspectos e isso deixou o longa sem dinamismo e visualmente pesado. Em termos de realização, o novo longa da Disney/Marvel é o contrário disso, o que prova ainda mais a competência da Estúdio/Editora de quadrinhos ao criar seu universo compartilhado de forma inteligente e competente.
(Não sou fã de nenhuma das editoras, como também não leio nenhuma HQ de super-herois, apenas acompanho e analiso o conteúdo cinematográfico. Não pensem que puxo ‘sardinha’ para um lado, ainda que meus herois preferidos sejam Superman e Batman, ambos da DC, e os melhores filmes desse subgênero sejam da Marvel).
“Capitão América: Guerra Civil” é um entretenimento perfeito além de ser uma espécie de “Vingadores 2.5”. Somente Thor e Hulk não aparecem aqui. O longa é uma continuação direta de “Soldado Invernal” e de “Vingadores: Era de Ultron”. Isso significa que há mais presença em cena de Steve Rogers e seu amigo Bucky Barnes, personagens que protagonizam as principais reviravoltas da trama.
A narrativa, com um interessante tom de thriller político, gira em torno do tratado de Sokovia, um documento que prevê o controle dos super-herois por meio da ONU. Isso acontece porque, ao mesmo tempo em que os Vingadores protegem o mundo dos vilões, suas ações prejudicam pessoas e causam destruição.
Tony Starky e sua trupe (Visão, Viúva Negra e Máquina de Combate) concordam com o tratado, mas Steve Rogers e seus parceiros de confiança (Falcão e Feiticeira Escarlate) não. Para atiçar ainda mais essa divergência, surge o vilão Zemo, simpatizante da Hydra que consegue manipular o Soldado Invernal e fazê-lo cometer atentados que farão o Capitão América e o Homem de Ferro brigarem para defender suas causas. No meio da confusão, Bucky, Gavião Arqueiro e Homem-Formiga se juntam ao Capitão; Pantera Negra e Homem-Aranha ficam ao lado do Homem de Ferro.
A realização é impecável, seja de maneira técnica ou de conteúdo. Ainda que tenha grande número de personagens, todos, sem exceção, são bem desenvolvidos, cada um tem seu tempo respeitado para abordar suas motivações como também são importantes para o andamento da história. Além disso, há cenas de ação espetaculares e as coreografias de luta são convincentes. A câmera na mão nas sequências dão mais realismo e nervosismo. Embora tenha cortes rápidos na edição em certos momentos, tudo é muito claro para o espectador e nunca fica cansativo.
Tudo no filme é encaixado de forma pontual. As reviravoltas, os arcos dramáticos e a inserção de humor funcionam numa sintonia perfeita. Além disso, os efeitos visuais são excelentes, apesar de uma cena ou outra soar de forma levemente artificial. Já a engenharia de som acerta o volume das faixas de áudio evitando a poluição sonora. A trilha sonora entra sempre na hora certa e os efeitos sonoros são mais altos que a trilha quando precisam ser e vice-versa.
As participações dos novos personagens são outros destaques da produção. Pantera Negra entra no universo Marvel com muita imponência. Já o Homem Aranha, mais jovem e inexperiente ao lidar com seus poderes, é carismático, ágil e com muito fôlego – o melhor Peter Parker já feito para o cinema. Não é atoa que são as derivações potencializadas de insetos que roubam a cena. Além do ‘cabeça de teia’, a participação do Homem-Formiga na sequência do aeroporto é genial!
“Capitão América: Guerra Civil” é uma obra prima do subgênero super-herois e isso se deve aos diretores Anthony e Joe Russo e aos roteiristas Christopher Markus e Stephen McFeely, que trabalharam numa harmonia ímpar para proporcionar um filme maduro, bem escrito, divertido e com reviravoltas inteligentes; a cartilha perfeita para um entretenimento de qualidade. Sem dúvida, a melhor produção do Universo Cinematográfico Marvel.
A Senhora da Van
3.5 223 Assista AgoraMais um bom exemplo de intertextualidade no cinema. Maggie Smith está ótima!
Reza a Lenda
2.6 303senti vergonha alheia de tanta caretice e ruindade.
Batman vs Superman - A Origem da Justiça
3.4 5,0K Assista AgoraHans Zimmer revelou na última semana que irá se aposentar das trilhas sonoras de super herois. Seu serviço em "Batman vs Superman" é um tanto quanto decepcionante. Zimmer disse que foi um dos trabalhos mais difíceis que já fez e o resultado parece ser uma de suas piores trilhas já feitas. É clara a falta de inspiração. É uma trilha sem identidade, sem brilho, ao contrário daquela feita para "O Homem de Aço" que sobra em emoção. Talvez o melhor momento seja a entrada de Mulher Maravilha na luta contra o vilão Apocalipse que, diga-se de passagem, tem o dedo de Junkie XL, que também assina o trabalho. Isso é mais uma prova de que o filme foi feito as pressas, ainda que o resultado final tenha sido um bom entretenimento.
Batman vs Superman - A Origem da Justiça
3.4 5,0K Assista AgoraDepois de anos de espera, os dois herois mais icônicos da editora DC Comics (ou do mundo) estão juntos no cinema pela primeira vez. A produção cinematográfica "Batman Vs Superman - A Origem da Justiça" deve agradar aos fãs das HQs, mas nem tanto para àqueles que acompanham as histórias somente nas telonas.
O filme tem um bom começo e logo faz um resumo do passado sombrio de Bruce Wayne além de mostrar seu ponto de vista perante aos eventos de "O Homem de Aço", mais precisamente da batalha entre Superman e Zod. Como Superman já foi apresentado em seu longa anterior, aqui, inicialmente, o foco é o Batman. Enquanto o kriptoniano é visto como um deus ou como uma esperança para o povo, o homem morcego é visto como um inimigo pelas autoridades.
Batman está diferente. É quase um anti-heroi. Está mais velho, introspectivo e com sede de vingança após a guerra alienígena o prejudicar. Aí entra em cena o famoso Lex Luthor, o grande antagonista do kriptoniano e também o responsável por trazer à vida o segundo vilão: Apocalipse. Batman e Luthor querem destruir Superman, mas cada um com suas motivações.
"Batman Vs Superman" tem uma história poderosa e uma premissa com argumentos convincentes que estão entranhados em um roteiro que visa o futuro: a formação da "Liga da Justiça". Muitos easter eggs estão espalhados pelo longa e agradarão aos fãs das HQs que deverão identificar diversas leituras quadrinescas sobre os protagonistas assim como suas discussões mitológicas. Os principais ‘ovos’ são as pontas de Mulher Maravilha (que tem mais tempo de cena), Flash, Ciborg e Aquaman. Todos terão filmes solos que explicarão suas origens e poderes.
Embora tenha um bom início, a primeira hora é um pouco arrastada. Após o primeiro ato, o longa ganha reviravoltas e constantes cenas de ação o que melhora, consideravelmente, o seu ritmo até o final. Falando em pancadaria, o estilo das sequências é semelhante àquelas vistas em "O Homem de Aço": muita destruição, lutas, suspense e bons efeitos gráficos. Alguns momentos são inspirados, como as do sonho de Batman, porém, em outros faltam cuidados a mais para que as cenas sejam mais bem feitas.
Isso me leva a analisar dois problemas aparentes em "Batman Vs Superman": a direção de Zack Snyder e a parte técnica. Como é o diretor que dá a última palavra em todos os aspectos de uma produção, Snyder faz, aqui, seu pior trabalho. A fotografia, que investe grande parte na ambientação noturna, é pobre ao imprimir ângulos e enquadramentos convencionais. Há momentos em que a iluminação e a edição prejudicam na visualização de detalhes, principalmente de Batman que possui um arsenal tecnológico interessante. Além disso, o filme é carregado em CGI. A utilização de mais efeitos práticos deixaria o visual menos maçante.
Outra falha é a mixagem de som que atrapalha a edição de som e a trilha sonora. Os efeitos sonoros estão na mesma faixa da trilha e parecem estar no mesmo volume, o que gera poluição. Não há clareza nos ruídos quando se trata das cenas de ação. É importante que o volume dos efeitos sonoros seja maior que a trilha em determinados momentos para se criar impacto, o que não acontece aqui.
Sobre o elenco, Henry Cavill repete a performance convincente de Superman, mas há três figuras de destaque: Ben Affleck, Gal Gadot e Jesse Eisenberg. Gadot e Eisenberg estão bem como Mulher Maravilha e Lex Luthor, respectivamente. Luthor, inclusive, é quem merecia uma melhor abordagem devido a sua grande importância na narrativa. No entanto, o destaque mesmo fica por conta de Ben Affleck, que surpreende por sua convincente atuação como Homem Morcego. Inclusive, Batman merecia uma nova série de filmes comandada e interpretada por Affleck. Nada mal, hein?
A sensação ao final da projeção é que "Batman Vs Superman" poderia ser melhor, mas, no geral, é uma boa introdução ao universo fantasioso da DC Comics no cinema. O tom mais sério e sombrio dessa franquia promete dar bons frutos no futuro.
Filha de Deus
2.3 210 Assista AgoraFilme confuso, sem ritmo e com péssimo roteiro.
Moonwalkers: Rumo a Lua
3.2 35Em 1969, um agente Cia é enviado à Londres para tentar convencer o diretor Stanley Kubrick a gravar, secretamente, uma encenação da chegada do homem à Lua. O motivo é o receio das autoridades norte-americanas de os astronautas enviados ao espaço não consigam pousar no pequeno astro, o que frustraria o país na corrida espacial. O tal agente só não esperava ser enganado por um produtor cultural local que o coloca em sérias confusões na capital londrina.
A premissa, inspirada na conspiração de que o pouso na Lua era uma grande farsa, atiça a curiosidade do espectador. No entanto, o roteiro demonstra fragilidade cômica ao dialogar demais com a comédia pastelão e com a vibe 'hippie narcótica'.
Apesar disso, o longa não deixa de ter algumas situações hilariantes. O diretor estreante Antoine Bardou-Jacquet imprime um ritmo esperto, convence na reconstituição de época e insere bons momentos de humor negro, principalmente quando a narrativa entra no território 'gângster britânico'. A mistura de gêneros, que parece deslocada no início da projeção, se torna o ponto forte de "Moonwalkers" depois dos 30 minutos ao trazer boas doses de violência e tiroteios em meio ao caos narcóticos promovido por personagens divertidamente excêntricos.
Destaque para a excelente atuação de Ron Perlman, o eterno "Hellboy", que faz o tipo durão com maestria. O mesmo não se pode dizer de Rupert Grint, o Ron Weasley de "Harry Potter". O ator até que se esforça ao interpretar um produtor cultural desajeitado, mas não convence. A impressão é que ele parece ser visualmente jovem demais para o papel.
Ainda que o longa seja divertido, fica aquela sensação de que "Moonwalkers" poderia ter sido mais interessante e inteligente se tivesse uma pegada mais séria.
Steve Jobs
3.5 591 Assista Agora"Steve Jobs" é, infelizmente, muito barulho por nada. A produção se passa nos bastidores do lançamento de 3 produtos: Macintosh, NeXT e o iMac. Durante todo o longa vemos 80% de 'discussão de relação' e 20% de tecnologia ou inspirações. O roteiro, que procura desconstruir Jobs, fica preso demais aos eventos e nas 'brigas pessoais', o que prejudica o desenvolvimento de situações que exploram as impulsões do protagonista. São poucos esses momentos. Ainda que tenha alguns bons diálogos, é frustrante saber que o conteúdo não surpreende em nada. Isso inclui as performances de Michael Fassbender e Kate Winslet. Ambos estão no piloto automático (mais ele que ela), assim como Danny Boyle, que está mais contido na direção. O filme "Jobs" (2013), com Ashton Kutcher, é melhor.
Spotlight - Segredos Revelados
4.1 1,7K Assista Agora"Spotlight - Segredos Revelados" tem uma história tão devastadora que o filme se entrega quase por completo ao tom de denúncia proposta pela premissa. E esse é o problema. Baseado em fatos reais, o longa, que traz à tona a pedofilia praticada por padres da Igreja Católica, sobra em elenco e roteiro, mas carece de 'cinema', de emoção, de tensão e de criatividade. A direção de Tom McCarthy ("Trocando os pés") é tão burocrática que a produção parece um documentário filmado, o que o torna chato e cansativo em alguns momentos. "Spotlight" mexe no vespeiro com vara longa ao invés da vara curta. Isso frustra o potencial narrativo que o filme teria de ser mais 'sensacional', principalmente em sua realização.