Seria este, um dos filmes mais injustiçados da história do cinema? O que vi aqui foi uma pérola dos anos 30 com cenas brilhantes e ousadíssimas, como a do brinquedo no parque de diversões e a sequência de Virgílio e o inferno que são dignas de nota e apreciação. O personagem de Spencer Tracy é esmiuçado do micro ao macro e vice-versa e o diretor não deixa a alternância de ritmo do filme cair em nenhum momento. Fui gratamente surpreendido pela obra e por seu roteiro, às vezes histriônico, às vezes fincado nas relações humanas, e em ambas e como um roteiro tão estranho em plenos anos 30, se complementam.
"Eu sou Cuba. Por que foge? Não veio para se divertir? Então, divirta-se. Talvez a imagem não seja alegre. Não desvie seu olhar. Veja! Eu Cuba, para você sou cassinos, bares e bordéis. Mas as mãos destas crianças e velhos, também sou eu"
Sabia da existência dessa adaptação lovecraftiana, só não esperava que ela fosse assim tão apaixonante, tão fluída e de ares clássicos apesar de ter sido rodado há menos de dez anos atrás. É claro que perde muito em detalhes mas cá entre nós; que direção caprichosa! Em alguns momentos parecia mesmo que estava mergulhado numa leitura do autor. E é uma pena que o filme dá uma escorregada perto do final com um breve lance de heroísmo mas, passando por cima desse entrave, que bela homenagem!!!
Nada como a vida sacudindo a gente pelo colarinho quando estamos prestes a nos acabar diante de um precipício. O filme começa muito bem mas depois fica diferentão demais pra transmitir sua mensagem de redenção, fora que a duração se prolonga demais. Como compensação temos uma Tilda Swinton bem a vontade na história.
Climão tenebroso, ambientação suja e pessimista, iluminação perfeita (inclusive nas cenas noturnas) E um baita ator (desconhecido) que coloca muito conceituado no chinelo. Enfim, um diretor que colocou toda a paixão naquilo que queria transmitir. Passa longe do convencional (ainda bem) e por isso cada tomada é necessária na construção sem pressa do filme que não pretende seguir nenhum padrão. Que orgulho desse trabalho nacional enraizado na perversidade de um Brasil ainda tão oculto para nós mesmos.
Mais um daqueles filmes obscuros e carregado de pessimismo, loucura e escatologia, com o tema da guerra transitando como pano de fundo. É quase uma peça teatral onde um delírio de demência transmissível toma conta dos poucos personagens em cena. Deve até ter um tipo de mensagem maior embolada ali mas a guerra, a loucura a compunção fica mais caracterizadas no geral. Achei que para ser mais crível em alguns momentos, os personagens deveriam estar com ereções, mas encontrar alguém que aceite interpretar esses papéis já deve ser difícil imagine alguém que tenha ereção diante das cenas aqui. Mas só o fato de tudo ser dirigido corajosamente por uma mulher, já deixa o filme com aquela característica de filme único.
Curioso que o processo adormecido de luto do personagem foi tardiamente quebrado por uma experiência intensa e acidental culminando na ruptura de tudo aquilo que ele ainda era. O diretor aponta os mecanismos da psique humana em sua forma mais densa e misteriosa E apesar de toda a mensagem de libertação, achei um filme deprimente com uma sombra de tristeza atrás.
Pensa num filme poderoso e atual! E só um ator de grosso calibre como Vincent Lindon pra vestir a camisa de uma classe trabalhista e atuar assim tão convincente.
Interessante a analogia que o diretor faz de um buraco negro no espaço com a condição de vida do garoto Gaza. E quem sou eu ainda pra julgar o desenvolvimento dele se eu desconheço totalmente o cenário real que se desenrola o filme. A única coisa que sei é que todos ali são sobreviventes
Esse obscuríssimo filme francês é praticamente um pesadelo filmado, onde um casal tenta escapar de uma estranha cidade coberta pela neblina em que os moradores mascarados estão passando por uma sinistra metamorfose. O filme já começa frenético e quase não dá trégua. A forte influência visual em filmes russos e poloneses dos anos 70 é ótima em ilustrar os cenários quase apocalípticos. Lá pelas tantas, o enredo não faz o menor sentido, mas só o fato de rodarem isso livremente há quase quarenta anos e com esse visual incrível, já vale a hipnose. Para quem gosta daquele clima surreal, e não liga tanto para a coesão, Litan pode ser um deleite, como foi pra mim.
Difícil um cinéfilo terminar um filme desses e não soltar a expressão de como ele é poderoso. De como Louis Malle tinha aquele domínio de mestre. Os diálogos entre Wally e André soam como metralhadoras que pouco a pouco vão nos encostando na parede e mesmo que seja uma tarefa árdua acompanhar o filme sem desviar a atenção, logo estamos ali, fazendo associações com nossa própria vida e qual de fato é nela, a representação do nosso papel.
Antes de ver, é necessário um desprendimento de tudo, pois só assim é possivel absorver a ideia do diretor. É estarrecedor!
Não é dos melhores footages já feitos, mas a conexão que ele faz entre um assunto e outro são bem curiosas pra chamar nossa atenção e nos deixar bem instigados. No meio delas tem até uma participação de Kiyoshi Kurosawa, como ele mesmo que eu curti muito. Gostei também da missão imposta ao Shôhei Uno e sua live testamentária final, bem embrionária ao estilo japonês.
No início parece tudo normal, fixado na base e que não será tão incômodo, vide algumas atuações bem rasas; parece que os filhos vão sobreviver sem a estrutura familiar, mas em questão de tempo, a nódoa vai tomando conta de tudo. A doença da mãe, o desejo do garoto pequeno, o espinho do incesto, a depressão tomando conta e invadindo os personagens, aquela cozinha suja. É tudo muito transmissível no filme, me deu muita agonia.
Crianças que não se desenvolveram o suficiente mas que precisam lidar com sentimentos e desejos ligados a trabalho, morte, desejos e paixões, iguais aos adultos, ou com o peso maior que estes. É um filme que tem momentos bastante sensíveis e poéticos, mas é a carga dramática que prevalece.
Spree
3.0 124Imbecil, como tudo que gira em torno desses influenciadores e seus seguidores.
Quase não termino de assistir de tão insuportável.
A Nave de Satã
3.6 5Seria este, um dos filmes mais injustiçados da história do cinema?
O que vi aqui foi uma pérola dos anos 30 com cenas brilhantes e ousadíssimas, como a do brinquedo no parque de diversões e a sequência de Virgílio e o inferno que são dignas de nota e apreciação. O personagem de Spencer Tracy é esmiuçado do micro ao macro e vice-versa e o diretor não deixa a alternância de ritmo do filme cair em nenhum momento. Fui gratamente surpreendido pela obra e por seu roteiro, às vezes histriônico, às vezes fincado nas relações humanas, e em ambas e como um roteiro tão estranho em plenos anos 30, se complementam.
Eu Sou Cuba
4.5 62 Assista Agora"Eu sou Cuba.
Por que foge?
Não veio para se divertir?
Então, divirta-se.
Talvez a imagem não seja alegre.
Não desvie seu olhar.
Veja!
Eu Cuba, para você sou cassinos, bares e bordéis.
Mas as mãos destas crianças e velhos, também sou eu"
Um Sussurro Nas Trevas
3.4 31Sabia da existência dessa adaptação lovecraftiana, só não esperava que ela fosse assim tão apaixonante, tão fluída e de ares clássicos apesar de ter sido rodado há menos de dez anos atrás.
É claro que perde muito em detalhes mas cá entre nós; que direção caprichosa! Em alguns momentos parecia mesmo que estava mergulhado numa leitura do autor. E é uma pena que o filme dá uma escorregada perto do final com um breve lance de heroísmo mas, passando por cima desse entrave, que bela homenagem!!!
Julia
3.8 44Nada como a vida sacudindo a gente pelo colarinho quando estamos prestes a nos acabar diante de um precipício. O filme começa muito bem mas depois fica diferentão demais pra transmitir sua mensagem de redenção, fora que a duração se prolonga demais. Como compensação temos uma Tilda Swinton bem a vontade na história.
Pessoas Pré-Fabricadas
3.8 2Velhos fantasmas soprando no ouvido das famílias mais vulneráveis.
Cabrito
3.1 16Climão tenebroso, ambientação suja e pessimista, iluminação perfeita (inclusive nas cenas noturnas) E um baita ator (desconhecido) que coloca muito conceituado no chinelo. Enfim, um diretor que colocou toda a paixão naquilo que queria transmitir. Passa longe do convencional (ainda bem) e por isso cada tomada é necessária na construção sem pressa do filme que não pretende seguir nenhum padrão. Que orgulho desse trabalho nacional enraizado na perversidade de um Brasil ainda tão oculto para nós mesmos.
Uma Breve História da Viagem no Tempo
3.0 4 Assista AgoraQue papagaiada!
Um tema tão instigante e com tantas referências interessantes e a diretora conseguiu deixar tudo parecido com aquela aula mais chata.
A Noiva de Berlim
3.4 8Coisa mais linda!
Fantástico, poético e surreal!
The Green Elephant
2.8 14Mais um daqueles filmes obscuros e carregado de pessimismo, loucura e escatologia, com o tema da guerra transitando como pano de fundo. É quase uma peça teatral onde um delírio de demência transmissível toma conta dos poucos personagens em cena. Deve até ter um tipo de mensagem maior embolada ali mas a guerra, a loucura a compunção fica mais caracterizadas no geral.
Achei que para ser mais crível em alguns momentos, os personagens deveriam estar com ereções, mas encontrar alguém que aceite interpretar esses papéis já deve ser difícil imagine alguém que tenha ereção diante das cenas aqui. Mas só o fato de tudo ser dirigido corajosamente por uma mulher, já deixa o filme com aquela característica de filme único.
O Gato Preto
4.1 55 Assista AgoraTão perfeito e tão bem filmado que parece que estamos lendo um ótimo livro. Uma pena que esse domínio de narração quase não existe mais.
O Direito do Mais Forte é a Liberdade
4.0 43Franz não poderia ser interpretado por ninguém no mundo a não ser o próprio Fassbinder. Parece até um filme testamento antecipado na carreira dele.
Dogs Don’t Wear Pants
3.7 90 Assista AgoraCurioso que o processo adormecido de luto do personagem foi tardiamente quebrado por uma experiência intensa e acidental culminando na ruptura de tudo aquilo que ele ainda era.
O diretor aponta os mecanismos da psique humana em sua forma mais densa e misteriosa E apesar de toda a mensagem de libertação, achei um filme deprimente com uma sombra de tristeza atrás.
Melodia Infiel
3.9 12Que profundidade foi essa?!
Quase foi possível enxergar a alma dos personagens se revolvendo dentro do corpo
E a beleza de Sabine Azema? Aquela cena dela dando cambalhotas?
Em Guerra
3.7 14 Assista AgoraPensa num filme poderoso e atual!
E só um ator de grosso calibre como Vincent Lindon pra vestir a camisa de uma classe trabalhista e atuar assim tão convincente.
Além
3.2 7 Assista AgoraInteressante a analogia que o diretor faz de um buraco negro no espaço com a condição de vida do garoto Gaza. E quem sou eu ainda pra julgar o desenvolvimento dele se eu desconheço totalmente o cenário real que se desenrola o filme.
A única coisa que sei é que todos ali são sobreviventes
Litan
3.4 2Esse obscuríssimo filme francês é praticamente um pesadelo filmado, onde um casal tenta escapar de uma estranha cidade coberta pela neblina em que os moradores mascarados estão passando por uma sinistra metamorfose.
O filme já começa frenético e quase não dá trégua. A forte influência visual em filmes russos e poloneses dos anos 70 é ótima em ilustrar os cenários quase apocalípticos.
Lá pelas tantas, o enredo não faz o menor sentido, mas só o fato de rodarem isso livremente há quase quarenta anos e com esse visual incrível, já vale a hipnose.
Para quem gosta daquele clima surreal, e não liga tanto para a coesão, Litan pode ser um deleite, como foi pra mim.
A Dream Play
3.7 5"Toda a alegria da vida deve ser paga com uma porção dupla de tristeza"
Mais uma pérola de Bergman onde cada fragmento apontado por ele acerca dos desenganos da humanidade, se transforma num abismo de profundidade.
Meu Jantar com André
4.1 77Difícil um cinéfilo terminar um filme desses e não soltar a expressão de como ele é poderoso. De como Louis Malle tinha aquele domínio de mestre. Os diálogos entre Wally e André soam como metralhadoras que pouco a pouco vão nos encostando na parede e mesmo que seja uma tarefa árdua acompanhar o filme sem desviar a atenção, logo estamos ali, fazendo associações com nossa própria vida e qual de fato é nela, a representação do nosso papel.
Antes de ver, é necessário um desprendimento de tudo, pois só assim é possivel absorver a ideia do diretor. É estarrecedor!
Fedora
3.9 32Assim como a arte, a vida e a morte, não passam de meros espetáculos.
Occult
3.4 10Não é dos melhores footages já feitos, mas a conexão que ele faz entre um assunto e outro são bem curiosas pra chamar nossa atenção e nos deixar bem instigados. No meio delas tem até uma participação de Kiyoshi Kurosawa, como ele mesmo que eu curti muito.
Gostei também da missão imposta ao Shôhei Uno e sua live testamentária final, bem embrionária ao estilo japonês.
O Jardim de Cimento
3.8 65No início parece tudo normal, fixado na base e que não será tão incômodo, vide algumas atuações bem rasas; parece que os filhos vão sobreviver sem a estrutura familiar, mas em questão de tempo, a nódoa vai tomando conta de tudo. A doença da mãe, o desejo do garoto pequeno, o espinho do incesto, a depressão tomando conta e invadindo os personagens, aquela cozinha suja. É tudo muito transmissível no filme, me deu muita agonia.
Movimentos Noturnos
2.9 72 Assista AgoraA culpa é mesmo um monstro terrível.
O Tempo e o Vento
3.9 10Crianças que não se desenvolveram o suficiente mas que precisam lidar com sentimentos e desejos ligados a trabalho, morte, desejos e paixões, iguais aos adultos, ou com o peso maior que estes.
É um filme que tem momentos bastante sensíveis e poéticos, mas é a carga dramática que prevalece.