Muito bom ser surpreendido por um trabalho a quem antes de ver a gente não dava nada. Poderia ser mais uma história qualquer sobre um homem envolvido numa sucessão de assassinatos, mas o filme oferece bem mais. Primeiro pelo ótimo e desconhecido protagonista. Segundo e além disso, o diretor joga por cima uma carga homoerótica que se sobressai a todos os filmes rodados na época (A sequência da piscina mesmo é maravilhosa!) Ademais, Eloy de la Iglesia sugere as hipóteses e não as desenvolve totalmente, o que parece ter sido a melhor escolha. Até o final enigmático e inconclusivo foi um acerto.
Stuart Gordon teve o dom de fazer suspenses tenebrosos na década passada (vide Edmond e Stuk) e este aqui não foge da regra. A primeira hora é intensa mas nos últimos quarenta minutos mais ou menos dá uma escorregada por conta de uns exageros que só podem ter sido interferência de outras pessoas no roteiro. No mais é acima da média, com uma história doentia que se fosse levado inteiro na mesma pegada seria um dos melhores trabalhos do diretor.
A correlação do personagem com as formigas é uma ótima analogia mas ainda cheguei a fazer uma segunda comparação:
Posso definir o filme como uma compilado de celebração à vida. Uma ode à ela, e o mais incrível é que não é pela visão de alguém que já a tem, e sim pela ótica de um anjo. Os detentores da vida estão por ali, perdidos em indagações frias ou afogados em suas próprias turbulências. Diante de tanta beleza, diversas reflexões tomam a gente de assalto.
"Quem poupa a vida toda se torna um mendigo. Quem suborna e especula, sobe na vida. Vejo muitos desempregados diante de restaurantes elegantes. Os mortos de fome olham aqueles que comem, impassíveis, embora os de fora não tenham uma maçã para dar aos seus filhos. Mas as vitrines estão cheias. As diferenças se acentuam. A corrupção despreza os interesses comuns. No lugar de valores, existe um vazio, onde se encontram jovens sem oportunidades e velhos doentes. Precisam de pão, trabalho, ordem e segurança. E o que sentem é ódio. Odeiam essa república. Eu vejo ódio em seus olhos. Esse ódio pode ser mal usado por um demagogo. São tempos ruins. Tempo de procurar o lugar onde situar-se. Como uma corda sobre o abismo"
É o tipo de filme que a gente assiste e se importa com tudo transmitido por ele. Com cada diálogo entre Philip e Alice, ou com o que Wim Wenders quis dizer com aquele enquadramento ou com o close daquela determinada cena. É tudo muito simples, sem maiores maneirismos mas o resultado é tão original e sem mistura, que acaba nos atingindo por mil e uma reflexões de fora para dentro. É filmado inteiramente de coração, por isso que a gente se importa.
Ainda observado; é o tipo de trabalho que não se realizaria na época de hoje sem causar polêmicas ou o crivo receptativo das pessoas.
Esse filme tem uma das regências mais incríveis que já vi num filme! A câmera cursando sem pressa parece um espectro enquanto a parte sonora soa como um fantasma no ouvido do protagonista, nos forçando pouco a pouco na condição de cúmplices. E na medida que o filme avança lentamente, o clima vai ficando cada vez mais opressivo. Cheguei a comparar o ator como uma espécie de mediador da morte, marcando as almas que mais tarde ceifará; mas tudo vai se revelando que ele está tão perdido e tão sem saída como seus clientes desesperados.
Benedek Fliegauf é um dos diretores mais inerentes da Europa, e num mundo de cinema mais justo, mais pessoas deveriam saber quem ele é
Lendo aqui as pessoas reclamando das cenas de sexo, e que eu achei uma das melhores sacadas do diretor. A culpa dos amantes ali, passava por cima de qualquer prazer ou sensualidade; por isso aquela sensação de um querer devorar ou rasgar a pele do outro. Não tinha como fazer bonito porque era uma atração fadada à ruína dos envolvidos. Louis Malle transforma a gente num espectador - cúmplice da relação entre Jeremy Irons e Juliette Binoche (radiante e sensual). É uma relação pautada no desespero e no desconforto. Dá pra notar isso na entrega que um faz ao outro, por vezes desejando não enxergar quem está ali com eles. Penso que isso foi uma escolha acertada do Malle. Não é um filme sobre paixão. É um filme sobre Perdas e Danos.
O humor negro misturado com metafísica e moralidade rendeu aqui uma curiosa combinação. Os personagens foram boas escolhas, cada qual com suas filosofias de vida, até o pulha do Carlos com seus comentários escrotos que irritava mais do que tentava ser engraçado. Apesar de não ter muitas explicações, o roteiro tão peculiar deixa a gente pensando
Provavelmente Deus pegou a identidade de um homem qualquer, manteve seus hábitos e manias humanas e fazia suas predições. Naquela noite, dois seriam escolhidos para sobreviver, mas como não chegaram a um consenso, apenas o irmão mais novo acabou não sendo dizimado. Se eu tivesse que lançar uma pergunta seria; será que Santi, o irmão jovem que pulou na última cena morreu mesmo ou ele já estava designado a sobreviver à qualquer preço? Talvez ele fosse mesmo a melhor escolha, visto que era o único dos quatro que possuía sentimentos mais naturais, ainda que tristes. O título chama atenção para o fato de que Deus está sempre morrendo nos atos e decisões das pessoas todos os dias. A cena do casal sentados no sofá naquele final foi bem triste.
Não é um filme perfeito mas deixa a gente refletindo bastante.
Tendo visto Talk Radio pela primeira vez, 23 anos após o seu lançamento, posso dizer que o discurso livre, ou o "falar o que pensa" continuam tendo o mesmo peso e efeito. Até o preço que se paga por dizer as coisas como elas são, ainda é o mais caro. O que muda para os tempos atuais, são apenas as novas formas de transmissão, mas os receptores são os mesmos, estão ali posicionados e recebendo as informações através de novas ferramentas.
O discurso ideológico é sempre a mesma via de mão dupla com direções desconhecidas e Talk Radio um filme po deroso, esquecido e subestimado. Eric Bogosian dá tudo de si no papel do radialista e Oliver Stone provando ser um dos diretores mais afiados.
Assim que pus os olhos no personagem do filme e vi que a camiseta dele era do personagem das tirinhas do Joan Cornellà, percebi que estava diante de um filme incomum e que ele me renderia diversas reflexões. Freelance é uma autêntica comédia dramática e melancólica sobre novos tempos ou uma parábola existencial sobre as desventuras da "new generation"
A gente começa fazendo pré suposições logo no início do filme, simplesmente porque estamos vivendo numa era suja e doente de afeto, mas o filme segue nos desafiando até o seu desfecho e se abstém de respostas fáceis, nos dando todos os benefícios de dúvida que pode. Porcelana é um daqueles roteiros intrigantes que certamente fica fervilhando na cabeça por vários dias.
"Quando o mundo de "algumas" pessoas desmoronam, não existe outro que o substitua"
Curioso que no início do documentário, eu não estava vendo com bons olhos os nômades que abandonaram tudo e escolheram viver longe de tudo e de todos, mas depois meus conceitos todos foram despencando, assim que as histórias e os motivos daquelas pessoas foram revelados. Às vezes julgamos mal e até de forma egoísta, quando alguém escolhe viver da forma que mais lhe apetece, apenas por que essa escolha difere da nossa.
A diretora perdeu a chance de discursar sobre vários temas importantes, entre eles o significado da liberdade e os conceitos da arte contemporânea. A história não deixa de ser provocadora mas perde demais em intensidade. Ficou parecendo uma novela com direito até a plot twist. E Mônica Bellucci no elenco é outra coisa que não desceu.
Lili Taylor (em sua melhor atuação no cinema) é uma estudante de Filosofia que é mordida pela Annabella Sciorra, e após este acontecimento passa a sentir a necessidade de sangue. Poderia ser mais um filme de vampiros com efeitos especiais, dentes grandes e o caralho a quatro; mas em Os Viciosos Abel Ferrara fez o favor de injetar uma pouco mais de conteúdo/cérebro, muito raro nesses tipos de produções. O resultado foi perfeito, e temos uma obra obscura, com fotografia p&b opressiva e cheia de indagações inteligentes e reflexivas sobre a verdadeira natureza do Homem, e sobre o alívio encontrado nos vícios que nos consome
Um único take. O tempo exato de 83 minutos da projeção dentro de uma casa onde uma mulher em estado de transtorno obsessivo compulsivo é levada a limites extremos e perturbadores.
Agonia definiu perfeitamente atravessar por esse filme
A Semana do Assassino
3.3 8Muito bom ser surpreendido por um trabalho a quem antes de ver a gente não dava nada. Poderia ser mais uma história qualquer sobre um homem envolvido numa sucessão de assassinatos, mas o filme oferece bem mais. Primeiro pelo ótimo e desconhecido protagonista. Segundo e além disso, o diretor joga por cima uma carga homoerótica que se sobressai a todos os filmes rodados na época (A sequência da piscina mesmo é maravilhosa!)
Ademais, Eloy de la Iglesia sugere as hipóteses e não as desenvolve totalmente, o que parece ter sido a melhor escolha. Até o final enigmático e inconclusivo foi um acerto.
Tratamento de Choque
3.0 15Stuart Gordon teve o dom de fazer suspenses tenebrosos na década passada (vide Edmond e Stuk) e este aqui não foge da regra.
A primeira hora é intensa mas nos últimos quarenta minutos mais ou menos dá uma escorregada por conta de uns exageros que só podem ter sido interferência de outras pessoas no roteiro.
No mais é acima da média, com uma história doentia que se fosse levado inteiro na mesma pegada seria um dos melhores trabalhos do diretor.
A correlação do personagem com as formigas é uma ótima analogia mas ainda cheguei a fazer uma segunda comparação:
com a história de Frankenstein
Maldição da Floresta
2.1 61Natureza, nuvem de cogumelos e um buraco de Alice de lambuja.
Fiquei pensando como seria uma sessão em 4DX desse filme.
Asas do Desejo
4.3 493 Assista AgoraPosso definir o filme como uma compilado de celebração à vida. Uma ode à ela, e o mais incrível é que não é pela visão de alguém que já a tem, e sim pela ótica de um anjo. Os detentores da vida estão por ali, perdidos em indagações frias ou afogados em suas próprias turbulências.
Diante de tanta beleza, diversas reflexões tomam a gente de assalto.
Hanussen
3.9 9"Quem poupa a vida toda se torna um mendigo. Quem suborna e especula, sobe na vida.
Vejo muitos desempregados diante de restaurantes elegantes. Os mortos de fome olham aqueles que comem, impassíveis, embora os de fora não tenham uma maçã para dar aos seus filhos.
Mas as vitrines estão cheias. As diferenças se acentuam. A corrupção despreza os interesses comuns.
No lugar de valores, existe um vazio, onde se encontram jovens sem oportunidades e velhos doentes. Precisam de pão, trabalho, ordem e segurança. E o que sentem é ódio. Odeiam essa república.
Eu vejo ódio em seus olhos. Esse ódio pode ser mal usado por um demagogo. São tempos ruins.
Tempo de procurar o lugar onde situar-se. Como uma corda sobre o abismo"
Alice nas Cidades
4.3 96 Assista AgoraÉ o tipo de filme que a gente assiste e se importa com tudo transmitido por ele. Com cada diálogo entre Philip e Alice, ou com o que Wim Wenders quis dizer com aquele enquadramento ou com o close daquela determinada cena.
É tudo muito simples, sem maiores maneirismos mas o resultado é tão original e sem mistura, que acaba nos atingindo por mil e uma reflexões de fora para dentro. É filmado inteiramente de coração, por isso que a gente se importa.
Ainda observado; é o tipo de trabalho que não se realizaria na época de hoje sem causar polêmicas ou o crivo receptativo das pessoas.
Dealer
4.2 2Esse filme tem uma das regências mais incríveis que já vi num filme!
A câmera cursando sem pressa parece um espectro enquanto a parte sonora soa como um fantasma no ouvido do protagonista, nos forçando pouco a pouco na condição de cúmplices.
E na medida que o filme avança lentamente, o clima vai ficando cada vez mais opressivo.
Cheguei a comparar o ator como uma espécie de mediador da morte, marcando as almas que mais tarde ceifará; mas tudo vai se revelando que ele está tão perdido e tão sem saída como seus clientes desesperados.
Benedek Fliegauf é um dos diretores mais inerentes da Europa, e num mundo de cinema mais justo, mais pessoas deveriam saber quem ele é
A Mulher Canhota
3.8 12...você não notou que só há lugar para quem traz o lugar consigo...
Perdas e Danos
3.4 288 Assista AgoraLendo aqui as pessoas reclamando das cenas de sexo, e que eu achei uma das melhores sacadas do diretor.
A culpa dos amantes ali, passava por cima de qualquer prazer ou sensualidade; por isso aquela sensação de um querer devorar ou rasgar a pele do outro. Não tinha como fazer bonito porque era uma atração fadada à ruína dos envolvidos.
Louis Malle transforma a gente num espectador - cúmplice da relação entre Jeremy Irons e Juliette Binoche (radiante e sensual). É uma relação pautada no desespero e no desconforto. Dá pra notar isso na entrega que um faz ao outro, por vezes desejando não enxergar quem está ali com eles.
Penso que isso foi uma escolha acertada do Malle. Não é um filme sobre paixão. É um filme sobre Perdas e Danos.
Amor à Morte
3.7 11- Se morresse agora, não saberia nada sobre mim.
- Não quero saber mais do que já sei. As confissões são uma perda de tempo.
Matando Deus
3.3 35 Assista AgoraO humor negro misturado com metafísica e moralidade rendeu aqui uma curiosa combinação.
Os personagens foram boas escolhas, cada qual com suas filosofias de vida, até o pulha do Carlos com seus comentários escrotos que irritava mais do que tentava ser engraçado.
Apesar de não ter muitas explicações, o roteiro tão peculiar deixa a gente pensando
Provavelmente Deus pegou a identidade de um homem qualquer, manteve seus hábitos e manias humanas e fazia suas predições. Naquela noite, dois seriam escolhidos para sobreviver, mas como não chegaram a um consenso, apenas o irmão mais novo acabou não sendo dizimado. Se eu tivesse que lançar uma pergunta seria; será que Santi, o irmão jovem que pulou na última cena morreu mesmo ou ele já estava designado a sobreviver à qualquer preço?
Talvez ele fosse mesmo a melhor escolha, visto que era o único dos quatro que possuía sentimentos mais naturais, ainda que tristes. O título chama atenção para o fato de que Deus está sempre morrendo nos atos e decisões das pessoas todos os dias.
A cena do casal sentados no sofá naquele final foi bem triste.
Não é um filme perfeito mas deixa a gente refletindo bastante.
Talk Radio - Verdades Que Matam
3.5 19Tendo visto Talk Radio pela primeira vez, 23 anos após o seu lançamento, posso dizer que o discurso livre, ou o "falar o que pensa" continuam tendo o mesmo peso e efeito.
Até o preço que se paga por dizer as coisas como elas são, ainda é o mais caro.
O que muda para os tempos atuais, são apenas as novas formas de transmissão, mas os receptores são os mesmos, estão ali posicionados e recebendo as informações através de novas ferramentas.
O discurso ideológico é sempre a mesma via de mão dupla com direções desconhecidas e Talk Radio um filme po deroso, esquecido e subestimado. Eric Bogosian dá tudo de si no papel do radialista e Oliver Stone provando ser um dos diretores mais afiados.
Edifício Master
4.3 372 Assista AgoraDe perto e por dentro somos exatamente assim: únicos
Ataque do Coração
4.0 4Assim que pus os olhos no personagem do filme e vi que a camiseta dele era do personagem das tirinhas do Joan Cornellà, percebi que estava diante de um filme incomum e que ele
me renderia diversas reflexões.
Freelance é uma autêntica comédia dramática e melancólica sobre novos tempos ou uma parábola existencial sobre as desventuras da "new generation"
Segunda-feira de manhã
3.2 5Cruel mundo corporativo.
Porcelain
3.2 1A gente começa fazendo pré suposições logo no início do filme, simplesmente porque estamos vivendo numa era suja e doente de afeto, mas o filme segue nos desafiando até o seu desfecho e se abstém de respostas fáceis, nos dando todos os benefícios de dúvida que pode.
Porcelana é um daqueles roteiros intrigantes que certamente fica fervilhando na cabeça por vários dias.
História do Oculto
3.5 42 Assista Agora"Os inimigos estão no poder"
Below Sea Level
3.9 1"Quando o mundo de "algumas" pessoas desmoronam, não existe outro que o substitua"
Curioso que no início do documentário, eu não estava vendo com bons olhos os nômades que abandonaram tudo e escolheram viver longe de tudo e de todos, mas depois meus conceitos todos foram despencando, assim que as histórias e os motivos daquelas pessoas foram revelados.
Às vezes julgamos mal e até de forma egoísta, quando alguém escolhe viver da forma que mais lhe apetece, apenas por que essa escolha difere da nossa.
Na Delegacia
3.7 2 Assista AgoraUma belíssima homenagem ao cinema de Bertrand Blier e uma dedada no rabo da narrativa convencional.
A Garota
3.5 1 Assista AgoraQuanto gavião rodeando A Garota
O Homem Que Vendeu Sua Pele
3.5 99 Assista AgoraA diretora perdeu a chance de discursar sobre vários temas importantes, entre eles o significado da liberdade e os conceitos da arte contemporânea. A história não deixa de ser provocadora mas perde demais em intensidade. Ficou parecendo uma novela com direito até a plot twist.
E Mônica Bellucci no elenco é outra coisa que não desceu.
Má Sorte no Sexo ou Pornô Acidental
3.6 60Desde The Square que eu não assistia a algo assim tão sarcástico.
O cinema romeno é uma das últimas veias que ainda pulsa!
O Vício
3.8 59 Assista Agorasangue, filosofia e vazio existencial
Lili Taylor (em sua melhor atuação no cinema) é uma estudante de Filosofia que é mordida pela Annabella Sciorra, e após este acontecimento passa a sentir a necessidade de sangue. Poderia ser mais um filme de vampiros com efeitos especiais, dentes grandes e o caralho a quatro; mas em Os Viciosos Abel Ferrara fez o favor de injetar uma pouco mais de conteúdo/cérebro, muito raro nesses tipos de produções. O resultado foi perfeito, e temos uma obra obscura, com fotografia p&b opressiva e cheia de indagações inteligentes e reflexivas sobre a verdadeira natureza do Homem, e sobre o alívio encontrado nos vícios que nos consome
Oito
3.3 8 Assista AgoraUm único take. O tempo exato de 83 minutos da projeção dentro de uma casa onde uma mulher em estado de transtorno obsessivo compulsivo é levada a limites extremos e perturbadores.
Agonia definiu perfeitamente atravessar por esse filme