Esse, depois de 2001 (obviamente) foi o filme do Kubrick mais complicado para formular uma opinião. A grande questão de De Olhos Bem Fechados para mim é explorar o amor e a sexualidade de um casal com um plano de fundo fantasioso e sombrio. Não é apenas sobre a banalização do sexo atualmente, mas principalmente sobre a importância dele em uma relação que deveria ser pautada no amor.
Afinal, é por isso que o William "sofre" tanto durante todo o filme, não? O desejo que a mulher sentiu por outro ser tão forte a ponto de invalidar toda uma relação. O último diálogo (e um fim perfeito para um filme que já se tornava cansativo) deixa claro como Alice enxerga a ligação entre eles.
Como de praxe, uma grande questão pode mudar todo o sentido do filme.
Em uma fala da Alice, ela diz que quando desejou outra pessoa o marido se tornou bem mais precioso para ela. Então, o que houve? William realmente a amava intensamente e sofreu por saber da sua infidelidade hipotética e falta de amor ou só ficou fixado com a esposinha ordinária após alguém mais se envolver na relação deles?
É legal ver o Kubrick fazendo, surpreendentemente, um filme sobre amor e sexo (porque para mim essas são as questões fundamentais). Acho que todo o ritual me entediou um pouco, tornou o ritmo muito arrastado e poderia ser mais "editado", digamos. Porém é um plano de fundo interessante e perfeito para causar a grande reviravolta do filme que vai de uma trama quase surreal para uma premissa bem simples: Como duas pessoas podem se ligar de tal forma e ainda sim não se conhecerem? Daí o título e a genialidade.
Eu tô tentando articular um comentário no qual eu não pareça uma tiete do Kubrick mas acho que não dá. Cada filme que eu vejo dele me agrada muito! Até esse, que é devagar e "desadapta" um dos meus livros favoritos me deixou totalmente satisfeita. Ok, primeiramente, é meio impossível assistir sem compará-lo ao livro (clichê de toda literatura que migra p/ o cinema) ou ao menos com a versão do Adrien Lyne de 97 por ser a mais popular e ter chegado na maioria de nós antes. Analisando entre essas duas margens você chega à um ponto em que percebe que é Stanley Kubrick e que ele faz o que quiser com os filmes, sempre pegando as adaptações dos livros e modificando-as ao seu modo. E é aí a genialidade, porque ele é demais! Ele coloca humor, sutileza e um tipo de loucura divertida que difere da pesada e quase "esquizofrênica" do livro. O personagem do Peter Sellers é incrível, contribuindo muito com a sua excentricidade natural. Não sei se pela época ou por uma escolha deliberada a figura da Lolita e seu envolvimento com Humbert é beeeem mais sutil, talvez com a intenção de mostrar as coisas de um ponto de vista realista e não tão fantasioso quanto a versão de 97, a qual eu gosto exatamente por esse motivo. É um bom filme de um grande diretor, mas quem procura uma adaptação impecável deveria ver o mais recente. Aqui o que vale são os traços "Kubrickianos" inseridos.
Pra ser franca eu esperava um filmão e fiquei muito bolada com a simplicidade dele, mas na cena final eu entendi tudo e amei muitão. Ou o suficiente, acho. O pai do Oliver é a melhor pessoa de todas ♥
Eu estava TÃO ansiosa para assistir esse filme e não me decepcionei totalmente. Falando como uma não conhecedora da filmografia do Noé (só assisti Irreversível), me limitarei a comparar Love com qualquer outro filme. Mas não é preciso uma comparação para perceber os erros e acertos da obra. Em primeiro lugar, sim, é muito paradinho. Acho que a primeira hora inteira foi meio cansativa pois eram cenas de sexo alternadas com diálogos tristes e repetitivos. Mas a última hora do filme para mim foi impecável. Incrível notar a diferença entre os personagens no começo, meio e fim da relação, acho que nesse quesito a atuação de ambos foi excepcional. Em segundo, o sexo é um ponto que nem vale realmente a pena ser discutido pois o cinema cult é perseguido por essas ideias mesquinhas e conservadoras. É só sexo, gente! O cara não precisa de uma desculpa p/ colocar duas pessoas transando explicitamente em um filme, não um cara com uma carreira consolidada e status como o Gaspar Noé. Então parem de agir como se tudo se resumisse à isso, só uma pessoa com séria deficiência intelectual (ou um senso de humor infantil) banaliza o filme a esse ponto. E é claro que também não só por ter cenas de sexo gráficas a missão de retratar o amor seja automaticamente bem sucedida. Mas no caso de Love, na minha opinião, foi. Me senti dentro das memórias do Murphy, de toda a importância e peso que Electra teve e tem na sua vida.
E gostei do diálogo no parque em que ele fala sobre seus ideais ao realizar o filme (uma clara referência ao diretor, que aliás se introduz no filme de várias formas) "sangue, esperma e lágrimas", acho que me abriu os olhos para a porrada de sentimentos que os filmes do Noé tentam passar.
E resumindo todo esse textão, Love retrata o amor de forma crua, cruel e realista, com todo seu desenvolvimento e complicações criadas pelas próprias pessoas que amam, mas que no fim só querem um ao outro. E dependendo da intensidade desse sentimento, isso durará até o fim, como diz o Murphy. Acho que essa é a única forma que um amor pode perdurar. Gostei muito, espero que todos consigam captar alguma coisa além de sexo.
Para mim uma das características mais notáveis do cinema francês é a crueza dos seus personagens e a simplicidade de suas histórias. As tramas nunca são presunçosas a ponto de prometerem um grande filme, mas sempre demonstram sua delicadeza e sensibilidade cinematográfica. É exatamente o que eu esperava com Ferrugem e Osso e foi o que tive, uma história bem simples mostrada com uma fotografia exemplar, atuações ótimas e sem nenhum grande desfecho ou clímax... Tecnicamente exemplar, porém ao meu ver faltou um pouco de alma. Embora eu admire essa "neutralidade" característica, nesse caso debitou profundidade à história e aos personagens. É bonito, sutil, caminha despretensiosamente e não enfeita o trajeto, ok, mas eu sinto como se não tivesse conhecido os personagens suficientemente bem para me apegar a eles. Por isso no fim embora tendo a certeza de ter visto um ótimo filme, não me marcou em nada.
Gostei desse filme mais do que esperava e talvez um pouco mais que a maioria. É a questão da atmosfera, sabem? Quando uma obra bem simples cria uma atmosfera tão gostosa e acolhedora que você simpatiza na hora. Não é tão "pesado" quando dizem e tem um roteiro divertido e completamente maluco que se encaixa legal no final. Não saberia explicar a cadeia de relações desse filme para alguém, mas recomendaria mesmo assim. Divertido e denso, complexo e cru, cativa a qualquer um. Recomendo!
Mesmo tentando implementar o primeiro comentário que sempre me vem à cabeça "Que filme do caralho!", eu não consigo estruturar direito a impressão que Oldboy traz. Com uma agilidade precisa e coesa, o enredo se desenrola com a velocidade necessária para construir essa aura desconexa e moderadamente hipnótica que dá toda a forma especial da obra. Eu elogiaria a fotografia mas nesse caso parece que ela se ultrapassa. Cada cena é tão bem montada, reproduzida e editada que eu não sei exatamente para onde meu elogio vai. Tudo, acho. O plot twist do final é fenomenal, porém ao terminar eu senti como se tivesse visto um filme todo repleto de reviravoltas a cada instante. De 10 em 10 minutos alguma cena me deixava boquiaberta. Impressionante ver cenas tão delicadas e brutais em um mesmo filme. Muuuuito bom!
O pior do Scorsese que eu assisti, The Wolf of Wall Street não me convence com essa premissa divertida de seguir a vida de um megalomaníaco rico e excêntrico. Não sei explicar em que ponto decidi que o filme não era bom, mas acho que talvez peque nos excessos. Cenas repetitivas, acontecimentos repetitivos, até mesmo aquela palavrinha repetida 300 vezes dá no saco em algum momento. Parece desesperado em passar a ideia de um milionário sem limites, quando na verdade já se pode ter a noção disso nos primeiros 20 minutos da trama. O tempo atrapalhou tudo, não nego. Por ser uma biografia, talvez o diretor queira ter colocado o máximo de acontecimentos para não causar buracos na história. Só que três horas do mesmo cansa. E cansou viu? É tudo muito bom, mas exaustivo, talvez ficasse melhor como uma minissérie, não sei.
Mais de um mês e eu ainda não sei o que sinto em relação à esse filme, além do choque e uma espécie de admiração bizarra por uma ideia tão peculiar ser explorada de forma tão extrema.
Muito bom, fiel à peça (inclusive conserva os diálogos quase intactos) e com o senso dramático irascível necessário. Laurence foi grandioso, mas Kenneth Branagh como o vilão fundamental arrebentou tudo! A fotografia, o jogo de cores, as cenas delicadas que conseguiram conservar a brutalidade necessária para o desfecho da obra... Tudo muito bem feito, ótimo!
A genialidade está no equilíbrio entre a delicadeza do sentimento que permeia toda trama, o amor, com a crueldade do fato ocorrido. As atuações são tão boas e singelas, os personagens tão humanos... Queria ter escrito isso logo após assistir para demonstrar o fascínio que esse filme me causou. A minha falta de palavras é totalmente positiva, acreditem! Filme exemplar até a última cena.
Depois de assistir esse e Sobrenatural, ambos do mesmo diretor e com a mesma reputação de reavirarem o terror, perdi totalmente as esperanças com o gênero. É bom, só que mais do mesmo. Nada que dê aquele boom psicológico/sensorial que os filmes de terror vendem hoje em dia.
O engraçado de Lucy é que na minha opinião sua edição foi o que salvou toda a obra. Aquelas cenas tão bonitas intercaladas com as explicações científicas críveis (em relação à sua veracidade, não posso comentar) deram toda a graça que o filme tem: Dar uma pensadinha rápida na utopia de ser um super homem. Em termos técnicos, é bom. Fotografia, cenas de ação (especialidade do Luc), atuações, roteiro... Mas é mesmo muito corrido, tanto que para mim poderia ser feito em forma de um curta que não perderia nada.
Cada frame desse filme é pura arte! Que coisa bonita de se assistir, detalhadamente trabalhoso e artisticamente impecável, ainda conta com um ótimo elenco e uma trama que se desenvolve quase que espontaneamente. Por mais extravagante na sua fotografia e com cenas de luta tão sofisticadas, a premissa é simples e por isso mesmo se basta em si mesma. Os poucos personagens, bem construídos e icônicos, têm sua participação fundamental na história e mais do que isso são a alma das várias versões apresentadas. A China contando sua história não só de forma característica, genuína e artística, mas também englobando o real significado da sétima arte: Buscar dar um clímax sensorial nos telespectador. Belíssimo!
Não sei explicar porque gostei de American Mary, mas sempre que me lembro do filme sinto nostalgia. A premissa é bem sem graça para mim, mas a execução foi muito bem sucedida graças a boa atuação da Katherine Isabelle e a atmosfera ora divertida, ora sombria e bizarra. Discordo que a última parte foi ruim, só acho que apressaram demais algo que poderia ter sido mais bem explorado, inclusive os trabalhos dela. Não é um filmão tecnicamente exemplar nem nada do tipo, mas é, digamos, simpático. Gostei.
Acho que eu não vou entender porque a galera não gostou desse filme. Vale o entretenimento, não é esplêndido, mas a história é interessante e os efeitos muito bons. Não sei se é uma boa adaptação, mas acho o filme competente por si só.
Sabe a sensação humilhante de pagar a língua? Depois de assistir a trilogia de Mad Max de uma só vez, eu cheguei à conclusão de que embora não brilhante, era honorável e difícil de ser superada por um "remakezinho" hollywoodiano. Mas parece que George Miller soube aproveitar bem o desenvolvimento da tecnologia e o orçamento que lhe foi dado e fez um dos melhores filmes de ação dos últimos anos. Com um equilíbrio entre trama e ação, a construção de espaço/tempo é muito bem desenvolvida (embora não tão bem explorada) e a satirização se encontra nos detalhes. Fotografia gritante, cenas icônicas e figurinos impecáveis. O elenco é competente e mais estrelado do que eu esperava, Tom Hardy melhorando a cada filme e Charlize Teron sendo Charlize Teron ♥ Outro ponto interessante que me chamou particularmente a atenção foi o papel preponderante das mulheres no filme (e numa possível sociedade distópica), em que ela é fundamental para a vida (literalmente, no caso), seja lutando pela sobrevivência e mudança ou parindo. Adorável surpresa, vale mais do que a pena.
Esse filme foi uma deliciosa surpresa, talvez porque o tenha subestimado a mais um desses blockbusters lotados de efeitos especiais com roteiros entediantes. The Life Of Pi é recheado com boas atuações, uma edição muito bacana, efeitos ótimos que não dão a ideia de exagero e sim uma aura quase onírica ao filme, além das tiradas filosóficas que valem muito a pena. Ainda pensando naquele último diálogo sobre Deus, só para constar. Impecável!
Rever esse filme depois de vê-lo tantas vezes na minha infância além de nostalgia, me mostrou o quanto Mel Gibson é um artista competente, seja como ator ou diretor. Embora caindo em certos clichês, você simplesmente não liga para eles porque o filme tem qualidade e ponto. Emocionante, carismático e intenso. Muito bom!
O interessante do filme é mesclar violêncio e "delicadeza", com seus personagens brutos e amáveis. Vale também pegar nas sutilezas provocativas do filme principalmente na relação entre a Mathilda e o Leon,
Talvez o filme mais paradinho do Tarantino, porém não menos brilhante! A segunda parte é ainda melhor que a primeira, e quando acaba você se pergunta como que o cara conseguiu fazer um filme tão preciso, descolado e bem feito? Não tem muita trama, só um par de cenas reunidas de uma forma genial, com personagens excêntricos e bastante adrenalina, forma básico dos filmes dele. Mas o gostinho especial mesmo é a "homenagem" às mulheres fodásticas, uma das coisas que eu mais gosto desse diretor. Bom demais!
Esperava mais pelo trailer e essa capa pra lá de bonita, mas o filme é chato galera. A história é legal, interessante e com reviravoltas, mas esse projeto não deu certo não. Além de lento, os diálogos são tão pouco criativos que até se repetem, e a narração da personagem principal é um tanto irritante. Mas vale a pena para quem é fã da Eva Green ou admira a Shailene Woodley, ambas ótimas. Só não é ótimo.
Não tem nem o que falar desse filme, impecável! Consegue mostrar várias gerações de uma mesma família sem que a história fique arrastada ou cansativa, além de ter uma narração bem estruturada e quase poética. Dois aspectos me chamaram mais atenção: Primeiro, que habilidade em introduzir personagens na trama sem que pareça forçado ou sem sentido! Começou com duas pessoas e acabou com uma grande família. E em segundo, obviamente como mulher, fico feliz de ver como esse filme honrou a nós. É quase uma homenagem feminista, lindo! Não sei se chorei mais com o Protestante e a Madona ou com o Kromme, que aliás trouxe com seu niilismo toda uma carga filosófica pesada que contrastou perfeitamente com a delicadeza desse filme. Aliás, esse é o grande feito: Conseguir conciliar dor e otimismo, tragédia e felicidade, sutileza e realidade.
"Nada morre para sempre. Alguma coisa sempre fica de onde outra nasce. Assim a vida começa, sem saber de onde veio ou por que existe. - Mas por quê? - Porque a vida quer viver. - E não existe um céu? - Esta é a única dança que dançamos."
De Olhos Bem Fechados
3.9 1,5K Assista AgoraEsse, depois de 2001 (obviamente) foi o filme do Kubrick mais complicado para formular uma opinião.
A grande questão de De Olhos Bem Fechados para mim é explorar o amor e a sexualidade de um casal com um plano de fundo fantasioso e sombrio.
Não é apenas sobre a banalização do sexo atualmente, mas principalmente sobre a importância dele em uma relação que deveria ser pautada no amor.
Afinal, é por isso que o William "sofre" tanto durante todo o filme, não? O desejo que a mulher sentiu por outro ser tão forte a ponto de invalidar toda uma relação. O último diálogo (e um fim perfeito para um filme que já se tornava cansativo) deixa claro como Alice enxerga a ligação entre eles.
Como de praxe, uma grande questão pode mudar todo o sentido do filme.
Em uma fala da Alice, ela diz que quando desejou outra pessoa o marido se tornou bem mais precioso para ela. Então, o que houve? William realmente a amava intensamente e sofreu por saber da sua infidelidade hipotética e falta de amor ou só ficou fixado com a esposinha ordinária após alguém mais se envolver na relação deles?
É legal ver o Kubrick fazendo, surpreendentemente, um filme sobre amor e sexo (porque para mim essas são as questões fundamentais). Acho que todo o ritual me entediou um pouco, tornou o ritmo muito arrastado e poderia ser mais "editado", digamos. Porém é um plano de fundo interessante e perfeito para causar a grande reviravolta do filme que vai de uma trama quase surreal para uma premissa bem simples: Como duas pessoas podem se ligar de tal forma e ainda sim não se conhecerem?
Daí o título e a genialidade.
Lolita
3.7 632 Assista AgoraEu tô tentando articular um comentário no qual eu não pareça uma tiete do Kubrick mas acho que não dá. Cada filme que eu vejo dele me agrada muito! Até esse, que é devagar e "desadapta" um dos meus livros favoritos me deixou totalmente satisfeita.
Ok, primeiramente, é meio impossível assistir sem compará-lo ao livro (clichê de toda literatura que migra p/ o cinema) ou ao menos com a versão do Adrien Lyne de 97 por ser a mais popular e ter chegado na maioria de nós antes. Analisando entre essas duas margens você chega à um ponto em que percebe que é Stanley Kubrick e que ele faz o que quiser com os filmes, sempre pegando as adaptações dos livros e modificando-as ao seu modo. E é aí a genialidade, porque ele é demais!
Ele coloca humor, sutileza e um tipo de loucura divertida que difere da pesada e quase "esquizofrênica" do livro. O personagem do Peter Sellers é incrível, contribuindo muito com a sua excentricidade natural. Não sei se pela época ou por uma escolha deliberada a figura da Lolita e seu envolvimento com Humbert é beeeem mais sutil, talvez com a intenção de mostrar as coisas de um ponto de vista realista e não tão fantasioso quanto a versão de 97, a qual eu gosto exatamente por esse motivo.
É um bom filme de um grande diretor, mas quem procura uma adaptação impecável deveria ver o mais recente. Aqui o que vale são os traços "Kubrickianos" inseridos.
Toda Forma de Amor
4.0 1,0K Assista AgoraPra ser franca eu esperava um filmão e fiquei muito bolada com a simplicidade dele, mas na cena final eu entendi tudo e amei muitão. Ou o suficiente, acho. O pai do Oliver é a melhor pessoa de todas ♥
Love
3.5 883Eu estava TÃO ansiosa para assistir esse filme e não me decepcionei totalmente.
Falando como uma não conhecedora da filmografia do Noé (só assisti Irreversível), me limitarei a comparar Love com qualquer outro filme. Mas não é preciso uma comparação para perceber os erros e acertos da obra.
Em primeiro lugar, sim, é muito paradinho. Acho que a primeira hora inteira foi meio cansativa pois eram cenas de sexo alternadas com diálogos tristes e repetitivos. Mas a última hora do filme para mim foi impecável. Incrível notar a diferença entre os personagens no começo, meio e fim da relação, acho que nesse quesito a atuação de ambos foi excepcional.
Em segundo, o sexo é um ponto que nem vale realmente a pena ser discutido pois o cinema cult é perseguido por essas ideias mesquinhas e conservadoras. É só sexo, gente! O cara não precisa de uma desculpa p/ colocar duas pessoas transando explicitamente em um filme, não um cara com uma carreira consolidada e status como o Gaspar Noé. Então parem de agir como se tudo se resumisse à isso, só uma pessoa com séria deficiência intelectual (ou um senso de humor infantil) banaliza o filme a esse ponto. E é claro que também não só por ter cenas de sexo gráficas a missão de retratar o amor seja automaticamente bem sucedida. Mas no caso de Love, na minha opinião, foi.
Me senti dentro das memórias do Murphy, de toda a importância e peso que Electra teve e tem na sua vida.
E gostei do diálogo no parque em que ele fala sobre seus ideais ao realizar o filme (uma clara referência ao diretor, que aliás se introduz no filme de várias formas) "sangue, esperma e lágrimas", acho que me abriu os olhos para a porrada de sentimentos que os filmes do Noé tentam passar.
E resumindo todo esse textão, Love retrata o amor de forma crua, cruel e realista, com todo seu desenvolvimento e complicações criadas pelas próprias pessoas que amam, mas que no fim só querem um ao outro. E dependendo da intensidade desse sentimento, isso durará até o fim, como diz o Murphy. Acho que essa é a única forma que um amor pode perdurar. Gostei muito, espero que todos consigam captar alguma coisa além de sexo.
Ferrugem e Osso
3.9 821 Assista AgoraPara mim uma das características mais notáveis do cinema francês é a crueza dos seus personagens e a simplicidade de suas histórias. As tramas nunca são presunçosas a ponto de prometerem um grande filme, mas sempre demonstram sua delicadeza e sensibilidade cinematográfica.
É exatamente o que eu esperava com Ferrugem e Osso e foi o que tive, uma história bem simples mostrada com uma fotografia exemplar, atuações ótimas e sem nenhum grande desfecho ou clímax... Tecnicamente exemplar, porém ao meu ver faltou um pouco de alma.
Embora eu admire essa "neutralidade" característica, nesse caso debitou profundidade à história e aos personagens. É bonito, sutil, caminha despretensiosamente e não enfeita o trajeto, ok, mas eu sinto como se não tivesse conhecido os personagens suficientemente bem para me apegar a eles. Por isso no fim embora tendo a certeza de ter visto um ótimo filme, não me marcou em nada.
Lúcia e o Sexo
3.7 216Gostei desse filme mais do que esperava e talvez um pouco mais que a maioria. É a questão da atmosfera, sabem? Quando uma obra bem simples cria uma atmosfera tão gostosa e acolhedora que você simpatiza na hora.
Não é tão "pesado" quando dizem e tem um roteiro divertido e completamente maluco que se encaixa legal no final. Não saberia explicar a cadeia de relações desse filme para alguém, mas recomendaria mesmo assim.
Divertido e denso, complexo e cru, cativa a qualquer um. Recomendo!
Oldboy
4.3 2,3K Assista AgoraMesmo tentando implementar o primeiro comentário que sempre me vem à cabeça "Que filme do caralho!", eu não consigo estruturar direito a impressão que Oldboy traz.
Com uma agilidade precisa e coesa, o enredo se desenrola com a velocidade necessária para construir essa aura desconexa e moderadamente hipnótica que dá toda a forma especial da obra.
Eu elogiaria a fotografia mas nesse caso parece que ela se ultrapassa. Cada cena é tão bem montada, reproduzida e editada que eu não sei exatamente para onde meu elogio vai. Tudo, acho.
O plot twist do final é fenomenal, porém ao terminar eu senti como se tivesse visto um filme todo repleto de reviravoltas a cada instante. De 10 em 10 minutos alguma cena me deixava boquiaberta.
Impressionante ver cenas tão delicadas e brutais em um mesmo filme. Muuuuito bom!
Relatos Selvagens
4.4 2,9KSem comentários, só gosto e muito. Recomendo até para os meus cachorros, perfeito.
O Lobo de Wall Street
4.1 3,4KO pior do Scorsese que eu assisti, The Wolf of Wall Street não me convence com essa premissa divertida de seguir a vida de um megalomaníaco rico e excêntrico.
Não sei explicar em que ponto decidi que o filme não era bom, mas acho que talvez peque nos excessos. Cenas repetitivas, acontecimentos repetitivos, até mesmo aquela palavrinha repetida 300 vezes dá no saco em algum momento. Parece desesperado em passar a ideia de um milionário sem limites, quando na verdade já se pode ter a noção disso nos primeiros 20 minutos da trama.
O tempo atrapalhou tudo, não nego. Por ser uma biografia, talvez o diretor queira ter colocado o máximo de acontecimentos para não causar buracos na história. Só que três horas do mesmo cansa.
E cansou viu? É tudo muito bom, mas exaustivo, talvez ficasse melhor como uma minissérie, não sei.
Mártires
3.9 1,6KMais de um mês e eu ainda não sei o que sinto em relação à esse filme, além do choque e uma espécie de admiração bizarra por uma ideia tão peculiar ser explorada de forma tão extrema.
Othello
3.6 41 Assista AgoraMuito bom, fiel à peça (inclusive conserva os diálogos quase intactos) e com o senso dramático irascível necessário.
Laurence foi grandioso, mas Kenneth Branagh como o vilão fundamental arrebentou tudo! A fotografia, o jogo de cores, as cenas delicadas que conseguiram conservar a brutalidade necessária para o desfecho da obra... Tudo muito bem feito, ótimo!
O Segredo dos Seus Olhos
4.3 2,1KA genialidade está no equilíbrio entre a delicadeza do sentimento que permeia toda trama, o amor, com a crueldade do fato ocorrido.
As atuações são tão boas e singelas, os personagens tão humanos... Queria ter escrito isso logo após assistir para demonstrar o fascínio que esse filme me causou. A minha falta de palavras é totalmente positiva, acreditem!
Filme exemplar até a última cena.
Invocação do Mal
3.8 3,9KDepois de assistir esse e Sobrenatural, ambos do mesmo diretor e com a mesma reputação de reavirarem o terror, perdi totalmente as esperanças com o gênero.
É bom, só que mais do mesmo. Nada que dê aquele boom psicológico/sensorial que os filmes de terror vendem hoje em dia.
Lucy
3.3 3,4K Assista AgoraO engraçado de Lucy é que na minha opinião sua edição foi o que salvou toda a obra. Aquelas cenas tão bonitas intercaladas com as explicações científicas críveis (em relação à sua veracidade, não posso comentar) deram toda a graça que o filme tem: Dar uma pensadinha rápida na utopia de ser um super homem.
Em termos técnicos, é bom. Fotografia, cenas de ação (especialidade do Luc), atuações, roteiro... Mas é mesmo muito corrido, tanto que para mim poderia ser feito em forma de um curta que não perderia nada.
Herói
3.9 335 Assista AgoraCada frame desse filme é pura arte! Que coisa bonita de se assistir, detalhadamente trabalhoso e artisticamente impecável, ainda conta com um ótimo elenco e uma trama que se desenvolve quase que espontaneamente.
Por mais extravagante na sua fotografia e com cenas de luta tão sofisticadas, a premissa é simples e por isso mesmo se basta em si mesma. Os poucos personagens, bem construídos e icônicos, têm sua participação fundamental na história e mais do que isso são a alma das várias versões apresentadas.
A China contando sua história não só de forma característica, genuína e artística, mas também englobando o real significado da sétima arte: Buscar dar um clímax sensorial nos telespectador.
Belíssimo!
American Mary
3.4 278Não sei explicar porque gostei de American Mary, mas sempre que me lembro do filme sinto nostalgia.
A premissa é bem sem graça para mim, mas a execução foi muito bem sucedida graças a boa atuação da Katherine Isabelle e a atmosfera ora divertida, ora sombria e bizarra. Discordo que a última parte foi ruim, só acho que apressaram demais algo que poderia ter sido mais bem explorado, inclusive os trabalhos dela.
Não é um filmão tecnicamente exemplar nem nada do tipo, mas é, digamos, simpático. Gostei.
A Lenda de Beowulf
3.0 542 Assista AgoraAcho que eu não vou entender porque a galera não gostou desse filme.
Vale o entretenimento, não é esplêndido, mas a história é interessante e os efeitos muito bons. Não sei se é uma boa adaptação, mas acho o filme competente por si só.
Mad Max: Estrada da Fúria
4.2 4,7K Assista AgoraSabe a sensação humilhante de pagar a língua?
Depois de assistir a trilogia de Mad Max de uma só vez, eu cheguei à conclusão de que embora não brilhante, era honorável e difícil de ser superada por um "remakezinho" hollywoodiano. Mas parece que George Miller soube aproveitar bem o desenvolvimento da tecnologia e o orçamento que lhe foi dado e fez um dos melhores filmes de ação dos últimos anos.
Com um equilíbrio entre trama e ação, a construção de espaço/tempo é muito bem desenvolvida (embora não tão bem explorada) e a satirização se encontra nos detalhes. Fotografia gritante, cenas icônicas e figurinos impecáveis. O elenco é competente e mais estrelado do que eu esperava, Tom Hardy melhorando a cada filme e Charlize Teron sendo Charlize Teron ♥
Outro ponto interessante que me chamou particularmente a atenção foi o papel preponderante das mulheres no filme (e numa possível sociedade distópica), em que ela é fundamental para a vida (literalmente, no caso), seja lutando pela sobrevivência e mudança ou parindo.
Adorável surpresa, vale mais do que a pena.
As Aventuras de Pi
3.9 4,4KEsse filme foi uma deliciosa surpresa, talvez porque o tenha subestimado a mais um desses blockbusters lotados de efeitos especiais com roteiros entediantes.
The Life Of Pi é recheado com boas atuações, uma edição muito bacana, efeitos ótimos que não dão a ideia de exagero e sim uma aura quase onírica ao filme, além das tiradas filosóficas que valem muito a pena.
Ainda pensando naquele último diálogo sobre Deus, só para constar.
Impecável!
Coração Valente
4.1 1,3K Assista AgoraRever esse filme depois de vê-lo tantas vezes na minha infância além de nostalgia, me mostrou o quanto Mel Gibson é um artista competente, seja como ator ou diretor.
Embora caindo em certos clichês, você simplesmente não liga para eles porque o filme tem qualidade e ponto. Emocionante, carismático e intenso.
Muito bom!
O Profissional
4.3 2,2K Assista AgoraO interessante do filme é mesclar violêncio e "delicadeza", com seus personagens brutos e amáveis. Vale também pegar nas sutilezas provocativas do filme principalmente na relação entre a Mathilda e o Leon,
como na cena em que ela aparece deitada na cama, com aparência "exausta", dizendo que ele fez ela perder um "nó" no estômago que tinha.
Bom filme!
À Prova de Morte
3.9 2,0K Assista AgoraTalvez o filme mais paradinho do Tarantino, porém não menos brilhante! A segunda parte é ainda melhor que a primeira, e quando acaba você se pergunta como que o cara conseguiu fazer um filme tão preciso, descolado e bem feito?
Não tem muita trama, só um par de cenas reunidas de uma forma genial, com personagens excêntricos e bastante adrenalina, forma básico dos filmes dele. Mas o gostinho especial mesmo é a "homenagem" às mulheres fodásticas, uma das coisas que eu mais gosto desse diretor.
Bom demais!
Pássaro Branco na Nevasca
3.6 442Esperava mais pelo trailer e essa capa pra lá de bonita, mas o filme é chato galera. A história é legal, interessante e com reviravoltas, mas esse projeto não deu certo não. Além de lento, os diálogos são tão pouco criativos que até se repetem, e a narração da personagem principal é um tanto irritante.
Mas vale a pena para quem é fã da Eva Green ou admira a Shailene Woodley, ambas ótimas. Só não é ótimo.
A Excêntrica Família de Antonia
4.3 361Não tem nem o que falar desse filme, impecável! Consegue mostrar várias gerações de uma mesma família sem que a história fique arrastada ou cansativa, além de ter uma narração bem estruturada e quase poética.
Dois aspectos me chamaram mais atenção: Primeiro, que habilidade em introduzir personagens na trama sem que pareça forçado ou sem sentido! Começou com duas pessoas e acabou com uma grande família. E em segundo, obviamente como mulher, fico feliz de ver como esse filme honrou a nós. É quase uma homenagem feminista, lindo!
Não sei se chorei mais com o Protestante e a Madona ou com o Kromme, que aliás trouxe com seu niilismo toda uma carga filosófica pesada que contrastou perfeitamente com a delicadeza desse filme. Aliás, esse é o grande feito: Conseguir conciliar dor e otimismo, tragédia e felicidade, sutileza e realidade.
"Nada morre para sempre. Alguma coisa sempre fica de onde outra nasce. Assim a vida começa, sem saber de onde veio ou por que existe.
- Mas por quê?
- Porque a vida quer viver.
- E não existe um céu?
- Esta é a única dança que dançamos."