O filme é realmente adorável, em termos técnicos tudo é muito bem elaborado e harmonioso, desde a fotografia suave até a trilha sonora alternativa. Uma obra que trouxe frescor para o cinema brasileiro, porém acho que todo o rebuliço ao redor desse filme foi um pouco desnecessário. A história é interessante, as atuações são boas e a forma como eles mostram tudo de forma crua porém sutil é de se aplaudir, mas ainda sim não é uma obra de arte, só é ótimo.
É difícil vir aqui falar desse filme (ou simplesmente falar sobre esse filme em qualquer lugar) por motivos óbvios: Ou se ama, ou se odeia. Mas acima de tudo tenta-se desesperadamente entender. É claro que as cenas lentas e detalhadas, aquelas tomadas psicodélicas, a total falta de simpatia dos personagens serão criticadas diversas vezes etc etc., porém é exatamente essa liberdade artística que faz o filme transcender e se tornar arte. Kubrick, aqui, construiu cuidadosamente uma obra que fosse totalmente subjetiva, se preocupou em não tornar quase nada concreto e que tudo se apoiasse na opinião do telespectador e isso, ao meu ver, é algo que demonstra o respeito pela audiência e genialidade do cara em nos proporcionar uma reflexão totalmente livre. Eu colocaria minha interpretação aqui mas ficaria desnecessário e grande demais, porém se alguém quiser discutir esse filme comigo, eu IMPLORO, por favor, sim! E aos que não gostaram: Tenham certeza de primeiro compreendê-lo e não da maneira certa (já que eu acredito que ela nem exista) mas sim, apenas tirar suas conclusões e bolar suas teorias. Nem que seja a clássica e esperta: "Ele não quis dizer nada, apenas tirou sarro dos intelectuais de plantão", que aliás é muito interessante e crível vindo dele, rs. Além disso, não foquem tanto na história se ela é tão nonsense assim. O filme é respeitável em vários outros aspectos, como por exemplo a retratação do espaço sideral de forma tão real sem ter material para se apoiar, ou então a Aurora do Homem que é simplesmente uma reunião das cenas mais lindas feitas no cinema. 2001 merece todo o burburinho que tem porque arrumou uma maneira de se manter vivo por gerações e com certeza perdurará por outras várias.
Que filme sensacional! Aqui, o silêncio é a maior arma filosófica para expressar a profundidade dos pensamentos e conflitos de cada personagem. Sabe aquela pessoa que você conhece que não é de falar muito? Que está sempre perdida nos seus próprios pensamentos e não deixa ninguém entrar? É como eu me sinto ao ver esse filme, como se tivesse acabado de passar muito tempo na companhia de duas pessoas assim e tivesse estabelecido uma forte conexão com elas. As poucas falas são maravilhosas, dignas de quote!
E a cena em que ela cuidadosamente acolhe o corpo dele e depois se deita e o abraça com tanta intensidade... Me fez desabar. A capa não poderia ser mais significativa.
"Não nos cabe lutar depois de uma perfeição tão cansativa".
O documentário é muito interessante e aborda de forma ampla e crítica o papel da religião na sociedade. Não recomendaria para quem espera algo respeitoso etc etc., já que o Bill tem um senso de humor ácido e em vários momentos entra em discussões fervorosas com os crentes. Mas para quem quer assistir um relato interessante, cru e original sobre o comportamento religioso e sua influência na sociedade, esse documentário vale a pena. E é claro, quem não se importar de rir de algumas piadas maldosas, haha
A primeira vez que eu vi esse filme só sabia revirar os olhos e suspirar, entediada com tanto esforço em parecer descolado etc etc., mas após assistir Eu Matei Minha Mãe e pagar um pauzão, finalmente tentei novamente e entendi o porquê desse filme ser tão elogiado. Realmente, ele mostra como é o processo de se apaixonar - quase que platonicamente - por alguém que você, lá no fundo, sabe que só quer jogar. As reações são surpreendentes e possuem até um senso cômico de tão convincentes que parecem (afinal, quem não faria todos os dramalhões que esses dois fizeram por paixão?). Amores Imaginários é perfeito em todos os sentidos técnicos e sensitivos, pois além de ser um filme de alta qualidade ainda possui uma carga emocional muito delicada e verdadeira, afinal, todos nós sabemos como é se apaixonar por um conceito.
Fargo foi uma surpresa agradabilíssima e merece grande parte do prestígio que recebeu sim. A genialidade desse filme é conter um humor negro que ironiza situações tão exageradamente exploradas em Hollywood adaptando-as para a vida real com pessoas reais. É como tirar toda a bobagem fantasiosa de algum filme de ação e introduzir nisso a quantia certa de autenticidade e humor implícito. Engraçado, despretensioso e bem sacado.
Cara, fazia um tempão que eu não via um filme de ação regado com efeitos especiais que prestasse, mas Pacific Rim quebrou isso. A história se desenvolve com agilidade, sem suspense desnecessário porém conseguindo sempre te manter atento e ansioso. As atuações são respeitáveis e a história, mesmo que se pareça com uma junção de Power Rangers e Godzilla, ainda sim é bem elaborada e sem grandes furos. Feliz por ter sido surpreendida.
Aborda Jesus Cristo de um ponto de vista totalmente diferente do que estamos acostumados, como um líder, um mártir e acima de tudo: Um humano. A direção ajuda com Scorsese mandando ver (como sempre) e as atuações muito boas tornam o filme imperdível para todos, até mesmo um não cristão.
Uh, por onde começar? Esse filme foi uma enxurrada de emoções. Prometendo ser bem mais pesado que o Volume I, o enredo se estendeu de forma mais agressiva e não menos profunda, intercalando cenas de sexo explícito com diálogos profundos. E por mais incrível que pareça, ambas as coisas pareceram incomodar muita gente aí, incluindo aqueles comentários estúpidos de "é só putaria" e reclamações de "tenta ser muito profundo". É aí que está a mágica, na minha opinião. Lars te deixa com uma reflexão poética e parte para uma cena gráfica, fria, quase nojenta... O filme todo parece ter essa intenção de nos chocar e fascinar. As interpretações são ótimas, os novos personagens interessantes e a divisão de capítulos não poderia dar um efeito melhor. São tantas críticas sobre a liberdade sexual, falsa moralidade, hipocrisia, liberdade pessoal entre outras que eu realmente não sei como existem pessoas que assistem e perdem tempo reclamando que o filme é vazio. Sobre o final, a minha impressão pode ter sido um pouco distante e até mesmo maluca, mas eu acho que foi uma crítica a como o machismo atormenta todas as mulheres. Senti essa sensação em vários momentos desde quando a Joe fala sobre não ter um lugar na sociedade até quando o Seligman faz uma reflexão sobre o fato dela ser uma mulher não trazia culpa desnecessária.
Apesar de ter sido um tanto exagerado (principalmente a parte do tiro), ele surpreendeu e mostrou uma reação que seria muito possível. No fim Joe é resumidamente na "mulher que já transou com mil caras" e apenas isso, o que me fez refletir: Existe coisa pior do que ser um viciado em sexo? Sim, ser uma mulher viciada em sexo. Mesmo após ficar explícito para ele que ela era uma alma perdida procurando conforto na destruição do seu próprio corpo,ainda sim foi taxada como "apenas mais uma vadia".
Será que alguém mais já pensou nisso ou foi só uma viagem feminista? rs, aberta a sugestões e discussões.
Esse PUTA filme (e essa é uma definição que cabe perfeitamente) te mantém em uma montanha russa de sentimentos bons e ruins, sempre com algumas risadas nas entrelinhas. Sabe aquele filme que se apoia exclusivamente em um único personagem e toda a sua construção? Caso pretensioso demais ou mal estruturado, o filme fracassa. Quando o personagem ultrapassa tudo e todos e se torna icônico, você assiste uma obra prima. Nunca vi o original, mas não posso negar que essa versão anos 80 cheia de cocaína, lantejoulas e piadas sujas me fez ficar curiosa. Vale a pena demais!
Eu sei que é chato, mas não existe forma de assistir sem comparar com o livro. Baz Luhrmann tem essa coisa característica que é transformar seus filmes em paisagens excêntricas e manter essa atmosfera quase onírica. Isso funcionou bem com Gatsby, já que a história é fresca, curta e poética. Mas todo esse excesso de trilha sonora, efeitos especiais, edição apressada, fatos sendo narrados a cada instante... Cansou. Além disso, o livro é simples, não deve ter mais de 110 páginas, porém consegue retratar muito bem cada personagem do ciclo social. Myrtle, Jordan, Tom... Um filme de 2h não conseguiu desenvolver quase nenhum deles, focando muito e quase demais apenas no Gatsby. Os pontos positivos são: A atuação da Carey M., que deixou até a voz idêntica ao que eu imagina enquanto lia o livro (uma voz rica, como descreveu Tom) e conseguiu pisar um pouquinho fora da sua zona de conforto; Leo estava ótimo, interpretando Jay muito bem; A trilha sonora moderna mesclou perfeitamente, os diálogos que foram preservados e tudo mais. Uma surpresa agradável que peca um pouco nos exageros mas se salva no geral.
Esperava mais por se tratar de Steven Soderbergh e Rooney Mara, dos quais eu sou uma admiradora porém não é um filme de todo ruim. Acho que faltou certo aprofundamento nos personagens antes do assassinato acontecer. É claro que ninguém esperava a reviravolta porque nem tivemos 10 minutos para conhecer a personagem principal. Faltou mais estruturação dos eventos. De qualquer foram, é um filme bom, as atuações são ótimas, a trama é desencadeada com habilidade por se tratar do Soderbergh, sem enrolação ou diálogos desnecessários, Rooney Mara está cada vez melhor como atriz. Poderia ser melhor, mas não deixa de ser bom.
Esse filme conseguiu ser divertido e profundo, tudo ao mesmo tempo. O personagem do sargento na primeira parte do filme, com seus xingamentos mirabolantes e todo aquele autoritarismo crescente, conseguiu mostrar os efeitos do tipo de comportamento o qual jovens americanos foram e são submetidos para se tornarem máquinas assassinas. A segunda parte retrata o conflito do ponto de vista de um jovem americano "rebelde", que embora esteja na guerra se esforça ao máximo para não participar dela. Os diálogos sobre o sentido de estarem ali ou do broche da paz transbordam acidez. Fotografia linda, trilha sonora marcante e um enredo cheio de críticas inteligentes conquistam qualquer um.
Ôh filmezinho adorável. Com uma história simples que serve como sátira para Guerra Fria, fotografia ótima e personagens carismáticos, tudo que eu consegui deduzir do filme foi: Que coisa linda!
Vendo comentários diversos na internet sobre documentários que falam a respeito de consumo de carne, existe essa briguinha boba entre vegetarianos esnobes que se acham superiores em todos os sentidos e carnívoros sem argumento que só sabem fazer piadas fúteis. Felizmente, ao menos aqui no Filmow essa tradição foi quebrada. O importante nesse caso é sempre analisarmos a intenção nata do doc.: Não querem nos transformar em veganos radicais contra a humanidade e sim mostrar os impactos da produção excessiva de carne e propor uma reflexão sobre o que comemos. É seu direito como indivíduo escolher o que come ou não. Isso é liberdade de escolha. Mas uma verdade universal é que comer um cadáver te torna menos humano e extremamente hipócrita por poupar alguns (animais domésticos em geral) e sacrificar outros. Não existe argumentos válidos para lutar contra isso. O documentário é informativo e bem explicado, apelando em certos pontos porém deixando clara qual é a sua mensagem: Refletir.
Por que a média é tão baixa? O filme é entretenimento puro e de qualidade. História legal, elenco maravilhoso, fotografia trabalhada, cenas legais e trilha sonora que combina perfeitamente. Você ri, torce e se deixa levar pelas reviravoltas. Básico, direto ao ponto e bem feito.
Um comentário constante é "meio parado" e realmente, o filme não tem um clímax e nem uma ritmo fluído, mas é bem interessante. A fotografia é boa, o elenco também e esse casal é divino. Uma história dentro de uma história dentro de outra história, que complicado hein? Legalzão.
Lendo o livro é que eu percebi como esse filme é mesmo uma obra de arte. Stanley conseguiu dar sobriedade (que trocadilho!) e uma atmosfera psicótica a uma história que era bem mais desanimada e devagar. As atuações são tão boas, os cenários... Cada cor em cada carpete foi milimetricamente planejado e isso faz nós, telespectadores, nos sentimos lisonjeados por tanto capricho exclusivamente para que possamos assistir algo completo e cheio de detalhes a serem apreciados. E quanto à atuação de Shelley Duvall, podem acreditar que além de ser um pouquinho exagerada (como aquela monguês característica dela) foi exatamente igual à Wendy do livro, tão irritante e neurótica que nos faz pensar pelo menos por alguns segundos que Jack tem razões para enlouquecer. Você sabe se um filme é bom quando existem lendas, teorias e muito bafafá sobre ele e, pela reputação, The Shining já está mais do que classificado em filme lendário. Vale a pena ver, rever e refletir.
Woody Allen é ainda uma figura nova para mim. Não devo ter visto mais que dois filmes dele, mas sua forma de roteirizar e dirigir são muito particulares. Talvez o problema do filme seja o número orgulhoso de Oscars ganhados que nos intimidam e faz parecer que essa é uma obra prima do século XX, quando na verdade a proposta é bem simples: Mostrar os altos e baixos de um casal pelo ponto de vista neurótico e sarcástico de um grande diretor. Deu certo sim, Annie Hall é um belo filme, a trama é flexível e não fantasia o relacionamento. E os diálogos são a melhor parte, eu recomendo que levem um bloco (sério) e não irão se arrepender. Uma coisa que me irritou um pouco foi a Diane e, podem me julgar, mas eu achei o personagem dela tão irritante em alguns pontos. As piadas são uma das melhores coisas, algumas bem intelectualizadas, outras mais fáceis.... Ok, mas e esse título traduzido terrível? O que tem a ver com o enredo? Será que eu perdi alguma coisa? Cheio de referências, piadas e metáforas incríveis, o filme te faz refletir sobre relacionamentos e seus conflitos mas além disso, sobre como duas pessoas com seus problemas, opiniões e conhecimento podem marcar uma a outra permanentemente.
O que tem de errado com esse filme? Seguiram a música quase que certinho (deixando algumas partes fundamentais de fora, adicionando outras dispensáveis), uma fotografia massa, elenco bom... Mas não foi ótimo não. Pra falar a verdade, eu foquei mais em detalhes bobos do que na história em si. Por exemplo, o excesso de drogas em cena. Juro que fiquei esperando ver uma marca de cigarros rolando nos créditos como patrocinadora, porque, puta que pariu (perdoem) em cada cena tinha alguém fumando! Isso é muito chato, faz parecer que cinema brasileiro não sobrevive sem ser apelativo, por mais ultrapassado que essa crítica seja. Ficou forçado cara, sempre alguém fumando maconha, cheirando ou fumando cigarro. Reparem nisso. Como o amigo debaixo falou, também me lembrei de Django, haha, mesmo não tendo nada a ver os dois filmes. O René parece ter um futuro promissor, foi um bom filme, mas não marcou.
Esse filme europeu simples, direto e despretensioso me deixou ofegante. Me senti frustrada em relação à personalidade do Lucas, fiquei me questionando porque ele nunca negou, explodindo, suplicando, lutando pela sua verdade (cheguei até a pensar de que ele de fato teria abusado da garota), até que um insight me pegou: Ele sabia que Klara era só uma criança com problemas em casa que inventou uma mentira, o que de fato importava para Lucas era a reação dos adultos em relação a isso. A trama para mim é sobre isso, sobre o reflexo que uma declaração errônea pode desencadear entre um grupo seleto e unido. A fala repetida da diretora de "Crianças nunca mentem" deixa claro que existe uma crítica à ideia de que crianças são seres incapazes de mentirem ou serem perversos, mas qualquer um entende que as cenas finais de Klara mostram que ela não tem consciência nenhuma do que fez. Que protagonista feroz, muito bem interpretado pelo incrível Madds Mikkelsen. Toda a moral é delineada durante o filme de forma bem sutil e você só percebe que entende todo aquele silêncio, aquela teimosia de Lucas quando vê aquele olhar (o mesmo do pôster, que aliás, é a melhor escolha possível). Ele não perde seu tempo tentando explicar a verdade porque não teme a mentira. Angustiante, reflexivo e passa várias mensagens interessantes sobre o comportamento humano em relação à uma mentira. Apenas o final me deixou intrigada.
Embora tudo estivesse voltado ao normal, aquela pessoa o "caçando" é um lembrete traumático de tudo que acontecera? Ou é, como Luiz disse, uma ironia de caça/caçador? Quem quiser deixar a sua visão nos comentários devidamente marcada com spoiler, eu agradeço.
Tô assinando o atestado de hipócrita escrevendo isso, mas que a verdade seja dita: Tô curiosa para ver esse filme. Alguns meses atrás eu repudiei totalmente a ideia desse livro virar o filme, porque 1) O livro é realmente pobre, tanto de personagens quanto de trama e 2) Só iria dar mais lucro à essa franquia desmerecedora. Mas aqui estou eu mudando de opinião novamente. O livro é ruim gente, vamos ser sinceros. Dá pra aguentar até o começo do segundo, a partir daí fica tudo mais do mesmo, uma narrativa pobre e uma protagonista chatazzzz. Mas talvez deveríamos nos questionar se no formato de filme a coisa não fique mais interessante, com atores bonitinhos e uma produção bem feita, até que vale o download (valer o ingresso já é forçar a barra).
Não tem o que dizer, o filme é bom mesmo. Esperava uma coisa mais longa e complicada vindo do Scorsese, mas a simplicidade carrega muito significado. O filme te guia por uma selva de emoções e sentimentos nem sempre tão nobres e culmina no limite da sanidade. Ah, é bom mesmo.
Hoje Eu Quero Voltar Sozinho
4.1 3,2K Assista AgoraO filme é realmente adorável, em termos técnicos tudo é muito bem elaborado e harmonioso, desde a fotografia suave até a trilha sonora alternativa.
Uma obra que trouxe frescor para o cinema brasileiro, porém acho que todo o rebuliço ao redor desse filme foi um pouco desnecessário. A história é interessante, as atuações são boas e a forma como eles mostram tudo de forma crua porém sutil é de se aplaudir, mas ainda sim não é uma obra de arte, só é ótimo.
2001: Uma Odisseia no Espaço
4.2 2,4K Assista AgoraÉ difícil vir aqui falar desse filme (ou simplesmente falar sobre esse filme em qualquer lugar) por motivos óbvios: Ou se ama, ou se odeia. Mas acima de tudo tenta-se desesperadamente entender.
É claro que as cenas lentas e detalhadas, aquelas tomadas psicodélicas, a total falta de simpatia dos personagens serão criticadas diversas vezes etc etc., porém é exatamente essa liberdade artística que faz o filme transcender e se tornar arte. Kubrick, aqui, construiu cuidadosamente uma obra que fosse totalmente subjetiva, se preocupou em não tornar quase nada concreto e que tudo se apoiasse na opinião do telespectador e isso, ao meu ver, é algo que demonstra o respeito pela audiência e genialidade do cara em nos proporcionar uma reflexão totalmente livre.
Eu colocaria minha interpretação aqui mas ficaria desnecessário e grande demais, porém se alguém quiser discutir esse filme comigo, eu IMPLORO, por favor, sim!
E aos que não gostaram: Tenham certeza de primeiro compreendê-lo e não da maneira certa (já que eu acredito que ela nem exista) mas sim, apenas tirar suas conclusões e bolar suas teorias. Nem que seja a clássica e esperta: "Ele não quis dizer nada, apenas tirou sarro dos intelectuais de plantão", que aliás é muito interessante e crível vindo dele, rs.
Além disso, não foquem tanto na história se ela é tão nonsense assim. O filme é respeitável em vários outros aspectos, como por exemplo a retratação do espaço sideral de forma tão real sem ter material para se apoiar, ou então a Aurora do Homem que é simplesmente uma reunião das cenas mais lindas feitas no cinema.
2001 merece todo o burburinho que tem porque arrumou uma maneira de se manter vivo por gerações e com certeza perdurará por outras várias.
Nada Pessoal
4.0 157Que filme sensacional!
Aqui, o silêncio é a maior arma filosófica para expressar a profundidade dos pensamentos e conflitos de cada personagem. Sabe aquela pessoa que você conhece que não é de falar muito? Que está sempre perdida nos seus próprios pensamentos e não deixa ninguém entrar? É como eu me sinto ao ver esse filme, como se tivesse acabado de passar muito tempo na companhia de duas pessoas assim e tivesse estabelecido uma forte conexão com elas.
As poucas falas são maravilhosas, dignas de quote!
E a cena em que ela cuidadosamente acolhe o corpo dele e depois se deita e o abraça com tanta intensidade... Me fez desabar. A capa não poderia ser mais significativa.
"Não nos cabe lutar depois de uma perfeição tão cansativa".
Religulous
4.1 245O documentário é muito interessante e aborda de forma ampla e crítica o papel da religião na sociedade. Não recomendaria para quem espera algo respeitoso etc etc., já que o Bill tem um senso de humor ácido e em vários momentos entra em discussões fervorosas com os crentes.
Mas para quem quer assistir um relato interessante, cru e original sobre o comportamento religioso e sua influência na sociedade, esse documentário vale a pena.
E é claro, quem não se importar de rir de algumas piadas maldosas, haha
Amores Imaginários
3.8 1,5KA primeira vez que eu vi esse filme só sabia revirar os olhos e suspirar, entediada com tanto esforço em parecer descolado etc etc., mas após assistir Eu Matei Minha Mãe e pagar um pauzão, finalmente tentei novamente e entendi o porquê desse filme ser tão elogiado.
Realmente, ele mostra como é o processo de se apaixonar - quase que platonicamente - por alguém que você, lá no fundo, sabe que só quer jogar. As reações são surpreendentes e possuem até um senso cômico de tão convincentes que parecem (afinal, quem não faria todos os dramalhões que esses dois fizeram por paixão?).
Amores Imaginários é perfeito em todos os sentidos técnicos e sensitivos, pois além de ser um filme de alta qualidade ainda possui uma carga emocional muito delicada e verdadeira, afinal, todos nós sabemos como é se apaixonar por um conceito.
Fargo: Uma Comédia de Erros
3.9 921 Assista AgoraFargo foi uma surpresa agradabilíssima e merece grande parte do prestígio que recebeu sim.
A genialidade desse filme é conter um humor negro que ironiza situações tão exageradamente exploradas em Hollywood adaptando-as para a vida real com pessoas reais. É como tirar toda a bobagem fantasiosa de algum filme de ação e introduzir nisso a quantia certa de autenticidade e humor implícito.
Engraçado, despretensioso e bem sacado.
Círculo de Fogo
3.8 2,6K Assista AgoraCara, fazia um tempão que eu não via um filme de ação regado com efeitos especiais que prestasse, mas Pacific Rim quebrou isso.
A história se desenvolve com agilidade, sem suspense desnecessário porém conseguindo sempre te manter atento e ansioso. As atuações são respeitáveis e a história, mesmo que se pareça com uma junção de Power Rangers e Godzilla, ainda sim é bem elaborada e sem grandes furos.
Feliz por ter sido surpreendida.
A Última Tentação de Cristo
4.0 297 Assista AgoraAborda Jesus Cristo de um ponto de vista totalmente diferente do que estamos acostumados, como um líder, um mártir e acima de tudo: Um humano.
A direção ajuda com Scorsese mandando ver (como sempre) e as atuações muito boas tornam o filme imperdível para todos, até mesmo um não cristão.
Ninfomaníaca: Volume 2
3.6 1,6K Assista AgoraUh, por onde começar? Esse filme foi uma enxurrada de emoções.
Prometendo ser bem mais pesado que o Volume I, o enredo se estendeu de forma mais agressiva e não menos profunda, intercalando cenas de sexo explícito com diálogos profundos. E por mais incrível que pareça, ambas as coisas pareceram incomodar muita gente aí, incluindo aqueles comentários estúpidos de "é só putaria" e reclamações de "tenta ser muito profundo". É aí que está a mágica, na minha opinião.
Lars te deixa com uma reflexão poética e parte para uma cena gráfica, fria, quase nojenta... O filme todo parece ter essa intenção de nos chocar e fascinar.
As interpretações são ótimas, os novos personagens interessantes e a divisão de capítulos não poderia dar um efeito melhor. São tantas críticas sobre a liberdade sexual, falsa moralidade, hipocrisia, liberdade pessoal entre outras que eu realmente não sei como existem pessoas que assistem e perdem tempo reclamando que o filme é vazio.
Sobre o final, a minha impressão pode ter sido um pouco distante e até mesmo maluca, mas eu acho que foi uma crítica a como o machismo atormenta todas as mulheres. Senti essa sensação em vários momentos desde quando a Joe fala sobre não ter um lugar na sociedade até quando o Seligman faz uma reflexão sobre o fato dela ser uma mulher não trazia culpa desnecessária.
Apesar de ter sido um tanto exagerado (principalmente a parte do tiro), ele surpreendeu e mostrou uma reação que seria muito possível. No fim Joe é resumidamente na "mulher que já transou com mil caras" e apenas isso, o que me fez refletir: Existe coisa pior do que ser um viciado em sexo? Sim, ser uma mulher viciada em sexo. Mesmo após ficar explícito para ele que ela era uma alma perdida procurando conforto na destruição do seu próprio corpo,ainda sim foi taxada como "apenas mais uma vadia".
Será que alguém mais já pensou nisso ou foi só uma viagem feminista? rs, aberta a sugestões e discussões.
Scarface
4.4 1,8K Assista AgoraEsse PUTA filme (e essa é uma definição que cabe perfeitamente) te mantém em uma montanha russa de sentimentos bons e ruins, sempre com algumas risadas nas entrelinhas.
Sabe aquele filme que se apoia exclusivamente em um único personagem e toda a sua construção? Caso pretensioso demais ou mal estruturado, o filme fracassa. Quando o personagem ultrapassa tudo e todos e se torna icônico, você assiste uma obra prima.
Nunca vi o original, mas não posso negar que essa versão anos 80 cheia de cocaína, lantejoulas e piadas sujas me fez ficar curiosa.
Vale a pena demais!
Casablanca
4.3 1,0K Assista AgoraFilme elegante, fotografia massa, atuações bem sóbrias e intensas e uma história bonita. Casablanca merece todos os créditos.
O Grande Gatsby
3.9 2,7K Assista AgoraEu sei que é chato, mas não existe forma de assistir sem comparar com o livro.
Baz Luhrmann tem essa coisa característica que é transformar seus filmes em paisagens excêntricas e manter essa atmosfera quase onírica. Isso funcionou bem com Gatsby, já que a história é fresca, curta e poética.
Mas todo esse excesso de trilha sonora, efeitos especiais, edição apressada, fatos sendo narrados a cada instante... Cansou. Além disso, o livro é simples, não deve ter mais de 110 páginas, porém consegue retratar muito bem cada personagem do ciclo social. Myrtle, Jordan, Tom... Um filme de 2h não conseguiu desenvolver quase nenhum deles, focando muito e quase demais apenas no Gatsby.
Os pontos positivos são: A atuação da Carey M., que deixou até a voz idêntica ao que eu imagina enquanto lia o livro (uma voz rica, como descreveu Tom) e conseguiu pisar um pouquinho fora da sua zona de conforto; Leo estava ótimo, interpretando Jay muito bem; A trilha sonora moderna mesclou perfeitamente, os diálogos que foram preservados e tudo mais.
Uma surpresa agradável que peca um pouco nos exageros mas se salva no geral.
Terapia de Risco
3.6 1,0K Assista AgoraEsperava mais por se tratar de Steven Soderbergh e Rooney Mara, dos quais eu sou uma admiradora porém não é um filme de todo ruim.
Acho que faltou certo aprofundamento nos personagens antes do assassinato acontecer. É claro que ninguém esperava a reviravolta porque nem tivemos 10 minutos para conhecer a personagem principal. Faltou mais estruturação dos eventos.
De qualquer foram, é um filme bom, as atuações são ótimas, a trama é desencadeada com habilidade por se tratar do Soderbergh, sem enrolação ou diálogos desnecessários, Rooney Mara está cada vez melhor como atriz.
Poderia ser melhor, mas não deixa de ser bom.
Nascido Para Matar
4.3 1,1K Assista AgoraEsse filme conseguiu ser divertido e profundo, tudo ao mesmo tempo.
O personagem do sargento na primeira parte do filme, com seus xingamentos mirabolantes e todo aquele autoritarismo crescente, conseguiu mostrar os efeitos do tipo de comportamento o qual jovens americanos foram e são submetidos para se tornarem máquinas assassinas.
A segunda parte retrata o conflito do ponto de vista de um jovem americano "rebelde", que embora esteja na guerra se esforça ao máximo para não participar dela. Os diálogos sobre o sentido de estarem ali ou do broche da paz transbordam acidez.
Fotografia linda, trilha sonora marcante e um enredo cheio de críticas inteligentes conquistam qualquer um.
Dr. Fantástico
4.2 665 Assista AgoraÔh filmezinho adorável.
Com uma história simples que serve como sátira para Guerra Fria, fotografia ótima e personagens carismáticos, tudo que eu consegui deduzir do filme foi: Que coisa linda!
A Carne é Fraca
4.0 227 Assista AgoraVendo comentários diversos na internet sobre documentários que falam a respeito de consumo de carne, existe essa briguinha boba entre vegetarianos esnobes que se acham superiores em todos os sentidos e carnívoros sem argumento que só sabem fazer piadas fúteis. Felizmente, ao menos aqui no Filmow essa tradição foi quebrada.
O importante nesse caso é sempre analisarmos a intenção nata do doc.: Não querem nos transformar em veganos radicais contra a humanidade e sim mostrar os impactos da produção excessiva de carne e propor uma reflexão sobre o que comemos.
É seu direito como indivíduo escolher o que come ou não. Isso é liberdade de escolha. Mas uma verdade universal é que comer um cadáver te torna menos humano e extremamente hipócrita por poupar alguns (animais domésticos em geral) e sacrificar outros. Não existe argumentos válidos para lutar contra isso.
O documentário é informativo e bem explicado, apelando em certos pontos porém deixando clara qual é a sua mensagem: Refletir.
Os Perdedores
3.3 410 Assista AgoraPor que a média é tão baixa? O filme é entretenimento puro e de qualidade.
História legal, elenco maravilhoso, fotografia trabalhada, cenas legais e trilha sonora que combina perfeitamente. Você ri, torce e se deixa levar pelas reviravoltas.
Básico, direto ao ponto e bem feito.
As Palavras
3.6 665Um comentário constante é "meio parado" e realmente, o filme não tem um clímax e nem uma ritmo fluído, mas é bem interessante.
A fotografia é boa, o elenco também e esse casal é divino.
Uma história dentro de uma história dentro de outra história, que complicado hein? Legalzão.
O Iluminado
4.3 4,0K Assista AgoraLendo o livro é que eu percebi como esse filme é mesmo uma obra de arte.
Stanley conseguiu dar sobriedade (que trocadilho!) e uma atmosfera psicótica a uma história que era bem mais desanimada e devagar. As atuações são tão boas, os cenários... Cada cor em cada carpete foi milimetricamente planejado e isso faz nós, telespectadores, nos sentimos lisonjeados por tanto capricho exclusivamente para que possamos assistir algo completo e cheio de detalhes a serem apreciados.
E quanto à atuação de Shelley Duvall, podem acreditar que além de ser um pouquinho exagerada (como aquela monguês característica dela) foi exatamente igual à Wendy do livro, tão irritante e neurótica que nos faz pensar pelo menos por alguns segundos que Jack tem razões para enlouquecer.
Você sabe se um filme é bom quando existem lendas, teorias e muito bafafá sobre ele e, pela reputação, The Shining já está mais do que classificado em filme lendário. Vale a pena ver, rever e refletir.
Noivo Neurótico, Noiva Nervosa
4.1 1,1K Assista AgoraWoody Allen é ainda uma figura nova para mim. Não devo ter visto mais que dois filmes dele, mas sua forma de roteirizar e dirigir são muito particulares.
Talvez o problema do filme seja o número orgulhoso de Oscars ganhados que nos intimidam e faz parecer que essa é uma obra prima do século XX, quando na verdade a proposta é bem simples: Mostrar os altos e baixos de um casal pelo ponto de vista neurótico e sarcástico de um grande diretor.
Deu certo sim, Annie Hall é um belo filme, a trama é flexível e não fantasia o relacionamento. E os diálogos são a melhor parte, eu recomendo que levem um bloco (sério) e não irão se arrepender.
Uma coisa que me irritou um pouco foi a Diane e, podem me julgar, mas eu achei o personagem dela tão irritante em alguns pontos. As piadas são uma das melhores coisas, algumas bem intelectualizadas, outras mais fáceis....
Ok, mas e esse título traduzido terrível? O que tem a ver com o enredo? Será que eu perdi alguma coisa?
Cheio de referências, piadas e metáforas incríveis, o filme te faz refletir sobre relacionamentos e seus conflitos mas além disso, sobre como duas pessoas com seus problemas, opiniões e conhecimento podem marcar uma a outra permanentemente.
“You know how you're always trying to get things to come out perfect in art because it's real difficult in life”
Faroeste Caboclo
3.2 2,4KO que tem de errado com esse filme?
Seguiram a música quase que certinho (deixando algumas partes fundamentais de fora, adicionando outras dispensáveis), uma fotografia massa, elenco bom... Mas não foi ótimo não.
Pra falar a verdade, eu foquei mais em detalhes bobos do que na história em si. Por exemplo, o excesso de drogas em cena. Juro que fiquei esperando ver uma marca de cigarros rolando nos créditos como patrocinadora, porque, puta que pariu (perdoem) em cada cena tinha alguém fumando! Isso é muito chato, faz parecer que cinema brasileiro não sobrevive sem ser apelativo, por mais ultrapassado que essa crítica seja. Ficou forçado cara, sempre alguém fumando maconha, cheirando ou fumando cigarro. Reparem nisso.
Como o amigo debaixo falou, também me lembrei de Django, haha, mesmo não tendo nada a ver os dois filmes.
O René parece ter um futuro promissor, foi um bom filme, mas não marcou.
A Caça
4.2 2,0K Assista AgoraEsse filme europeu simples, direto e despretensioso me deixou ofegante.
Me senti frustrada em relação à personalidade do Lucas, fiquei me questionando porque ele nunca negou, explodindo, suplicando, lutando pela sua verdade (cheguei até a pensar de que ele de fato teria abusado da garota), até que um insight me pegou: Ele sabia que Klara era só uma criança com problemas em casa que inventou uma mentira, o que de fato importava para Lucas era a reação dos adultos em relação a isso.
A trama para mim é sobre isso, sobre o reflexo que uma declaração errônea pode desencadear entre um grupo seleto e unido. A fala repetida da diretora de "Crianças nunca mentem" deixa claro que existe uma crítica à ideia de que crianças são seres incapazes de mentirem ou serem perversos, mas qualquer um entende que as cenas finais de Klara mostram que ela não tem consciência nenhuma do que fez.
Que protagonista feroz, muito bem interpretado pelo incrível Madds Mikkelsen. Toda a moral é delineada durante o filme de forma bem sutil e você só percebe que entende todo aquele silêncio, aquela teimosia de Lucas quando vê aquele olhar (o mesmo do pôster, que aliás, é a melhor escolha possível). Ele não perde seu tempo tentando explicar a verdade porque não teme a mentira.
Angustiante, reflexivo e passa várias mensagens interessantes sobre o comportamento humano em relação à uma mentira. Apenas o final me deixou intrigada.
Embora tudo estivesse voltado ao normal, aquela pessoa o "caçando" é um lembrete traumático de tudo que acontecera? Ou é, como Luiz disse, uma ironia de caça/caçador? Quem quiser deixar a sua visão nos comentários devidamente marcada com spoiler, eu agradeço.
Cinquenta Tons de Cinza
2.2 3,3K Assista AgoraTô assinando o atestado de hipócrita escrevendo isso, mas que a verdade seja dita: Tô curiosa para ver esse filme.
Alguns meses atrás eu repudiei totalmente a ideia desse livro virar o filme, porque 1) O livro é realmente pobre, tanto de personagens quanto de trama e 2) Só iria dar mais lucro à essa franquia desmerecedora. Mas aqui estou eu mudando de opinião novamente.
O livro é ruim gente, vamos ser sinceros. Dá pra aguentar até o começo do segundo, a partir daí fica tudo mais do mesmo, uma narrativa pobre e uma protagonista chatazzzz. Mas talvez deveríamos nos questionar se no formato de filme a coisa não fique mais interessante, com atores bonitinhos e uma produção bem feita, até que vale o download (valer o ingresso já é forçar a barra).
Taxi Driver
4.2 2,6K Assista AgoraNão tem o que dizer, o filme é bom mesmo.
Esperava uma coisa mais longa e complicada vindo do Scorsese, mas a simplicidade carrega muito significado. O filme te guia por uma selva de emoções e sentimentos nem sempre tão nobres e culmina no limite da sanidade.
Ah, é bom mesmo.