Depois de anos decidi rever pensando que ia gostar menos, mas o efeito foi contrário. Impressionante ele conseguir refazer os moldes do que apresentou em Borat aqui e quase ninguém notar que era ele por causa de uma peruca. As cenas da atuação em Medium, do terno de velcro, da apresentação do piloto ao público-teste, do programa de TV sobre ser pai solo e da luta no final ficam ainda melhores quando se sabe o contexto por trás, em que quase todos os presentes não fazem ideia do verdadeiro objetivo. Sacha Baron Cohen desafiou a morte em vários momentos aqui, e essa ousadia é o tipo de respiro do humor que faz falta, ao mesmo tempo em que usa dos estereótipos mais exagerados para esfregar na cara dos preconceituosos o que eles mais odeiam. Muito engraçado.
Tem oscilações de ritmo, demora um pouco pra explicar suas razões, mas é um filme lindo esteticamente, com uma fotografia e uma direção ótimas (as cenas dos rituais são um show à parte) e uma caracterização estupenda daquele ser lá que quem assistiu sabe. A força maior do filme, além da fidelidade em representar os rituais e a cultura espiritual coreana, é o pano de fundo político, sobre os traumas nacionais da dominação da Coreia pelo Japão, e um belo recado final: mesmo que tentem destrui-los, eles permanecerão ali e vivendo. Não é sobre enterrar o passado, mas exumá-lo.
Cinema de gênio. Haneke sabe como atingir o objetivo enveredando por um gênero sem cair nas convenções dele. Constrói um dos filmes mais pesados de home invasion sem apelar ao torture porn e sabe como deixar a tensão à flor da pele ao não dar qualquer motivação aos seus assassinos, que são tão conscientes do que fazem que tornam o espectador um cúmplice (as quebras de quarta parede são geniais). O elenco está perfeito e a forma como tudo é revoltante e sem saída deixa ainda mais sufocante toda a situação. A apatia do pai, a confusão do filho, a resistência da mãe e o sadismo dos psicopatas são tão bem representados que se tornam uma referência para filmes que viriam depois, e no fim é menos sobre a experiência da violência do que sobre fazer nos confrontar com a nossa necessidade de consumir violência, como se a ficção e a realidade fossem coisas totalmente distintas. Incrível.
O melhor filme da equipe. Fassbender domina fácil aqui. A cena de Mercúrio, os confrontos contra os sentinelas no futuro e Magneto levando o estádio até a Casa Branca estão facilmente entre os melhores momentos de toda a franquia.
Ver depois da adolescência com um parâmetro melhor de continuidade deixa claro o quanto esse filme é uma grande bagunça. Deixando de lado qualquer diferença (que são inúmeras) entre filme e quadrinhos, já que são duas linguagens diferentes, o que mais incomoda é a forma como coisas estabelecidas pela saga são deixadas de lado ou modificadas ao bel-prazer do roteiro. Brett Ratner na direção é medíocre, não dá pra perdoar o estrago que Bryan Singer fez saindo e levando todo mundo junto, até o Marsden (o que justifica lacunas gigantes na trama). Realmente só Magneto se salva e com ressalvas, porque Ian McKellen faz milagre com as porcarias que tem em mãos e ainda é responsável pela única cena realmente boa do filme, que é a da ponte. Pra onde foram os 210 milhões de dólares que esse filme custou? A inutilidade de personagens como Anjo e dois vilões que sequer lembro os nomes (a camaleoa e o dos espinhos) é de doer, e a mudança de personalidade do Xavier, do Magneto, do Wolverine e da Tempestade a todo momento - ou no filme todo - são desrespeitosas com os fãs. Mas talvez a pior coisa seja mesmo como a Jean Grey é jogada no bolo e usada nos momentos em que não tem nada pra acontecer. Ah, e o Juggernaut também é ridículo. Vale para ver umas cenas de ação divertidinhas, ver o Ian McKellen mostrando que é dono do Magneto mesmo e alguns raros bons momentos, porque o saldo final é desastroso, ainda mais levando em conta ser a conclusão de uma trilogia.
No início, tem algo de promissor, intrigante, misterioso, que te faz querer saber aonde tudo aquilo vai levar, mas é desenvolvido de forma tão clichê, cheio de furos e com umas decisões narrativas idiotas que a experiência só vai piorando à medida que o tempo passa, e o final é simplesmente a cereja do bolo de desgraças, uma invencionice que faz tudo aquilo visto nos 80 minutos anteriores não ter o mínimo sentido de ter ocorrido. Mesmo sem esperar nada, conseguiu ser decepcionante.
Um filme que se tornou clássico no Brasil e que retrata a juventude perdida da década de 70 na Alemanha Ocidental. Natja estreia no cinema fazendo uma atuação marcante e poderosa. A trilha sonora e a participação de David Bowie tornam o filme ainda melhor. Difícil não ficar impressionado com as cenas do casal tentando se livrar das drogas e do início da prostituição de Christiane. Uma obra que alerta aos riscos não só das drogas, mas da negligência parental.
Um filme divertido e honesto sobre o que se passa com uma mulher que sofre de uma gravidez indesejada, sem meias palavras ou filhos. O recurso das animações surgindo no mundo real colaboram muito com a narrativa e a dinâmica do filme, e o final é inesperadamente coerente, trazendo uma veia dramática poderosa. Boa surpresa.
Rever depois de anos, e de ter visto muitas vezes na infância e adolescência, é constatar que realmente esse é com folga o melhor filme da trilogia original e um dos melhores dos mutantes nos cinemas (top 3 ou 4). A cena de abertura com Noturno é ainda a melhor da saga, e temos muitos momentos marcantes, como a invasão da Mansão X, o embate entre Wolverine e Lady Letal, Pyro contra os policiais e a imbatível fuga de Magneto da prisão de plástico. A história é bem construída, mesmo com algumas besteirinhas, mas ela se constrói de forma coerente e tem uma conclusão impactante. Uma pena que no filme seguinte muito do que foi inserido aqui tenha sido descartado ou mal desenvolvido. É digno de nota ressaltar o quanto Halle Berry e Famke Janssen estavam maravilhosas.
O mérito é ser superior ao primeiro, o que na verdade não é mérito algum. Consegue ser o segundo pior filme de Zack Snyder só porque o primeiro fica no topo. Mantém os mesmos problemas do primeiro filme, que já listei em comentário no outro filme, mas se "salva" por ter menos tempo pra falação e mais pra ação, o que faz ser menos necessário ouvir os diálogos sofríveis. Não dá pra acreditar que isso teve três roteiristas e ainda vai virar franquia.
Um retrato da verdadeira alma americana. Se a convivência em sociedade é cada dia mais complicada, empatia e gentileza são elementos escassos e a alienação cultural atingiu níveis degradantes, por outro o senso de superioridade dos "fora da curva" pode descambar para outro extremo, como foi com Frank e Roxy. No fim de tudo, entre a banalização da violência no discurso, no entretenimento e no cotidiano, isso pode chegar a se tornar a principal ferramenta de expressão daqueles que estão extremamente frustrados. Apesar de algumas falhas na forma como se constrói e de se tornar um exemplo do que tenta criticar, God Bless America atrai e diverte com seus exageros, sua realidade paralela em que uma série de assassinatos amadores não chama atenção das autoridades e com sua amoralidade, em que não há certo e errado e nos faz nos confrontar com uma série de atitudes que desejamos ter. Um roadie movie à base de muitos tiros que tem sua maior força em seus dois protagonistas.
Um dos clássicos mais divertidos da Disney. Um show de cores e som, que apesar de ser um filme sem tantas cenas musicais, sabe usar muito bem as músicas que possui. A interação entre Pinóquio e o Grilo Falante melhora a experiência.
Traz o humor metalinguístico que se tornaria febre da década de 90 em diante após Pânico, mas não empolga. O filme, mesmo tendo uma duração de 90 minutos, parece não ter conteúdo suficiente e se alongar demais, sendo muito cansativo. Além disso, as atuações são extremamente ruins. A atmosfera trash dá uma atmosfera legal, mas a realização é precária demais (quanto a fluidez de roteiro, entrega do elenco e alguns aspectos da produção) para que divirta tanto quanto outros clássicos do gênero. Serve para saber de onde surgiu a ideia do Craven.
Um elenco repleto de nomes gigantes do cinema e TV nacional numa história sobre a resistência armada à ditadura militar no Brasil, os conflitos internos de casa envolvido, as perdas de identidade e liberdade e o impacto de suas ações em suas vidas e em suas percepções. Pedro Cardoso é uma presença poderosíssima em cena, e gostei de como os militares não são simplesmente monstros, mas pessoas normais que se dividem entre estar fazendo um trabalho para o qual foram designados e gostar de cometer aquele tipo de atrocidade. Acho um acerto não apelar à demonstração constante do sofrimento causado peça tortura ou a violência militar, e sim no cotidiano dentro de um dos grupos revolucionários. Grande obra.
Nem fede nem cheira. Perde em relação ao original pela insistência nas cenas musicais, quando quase nenhuma música é digna de nota, com exceção dos momentos em que temos o dueto de Amy Adams e Maya Rudolph e em que Idina Menzel mostra seu talento. As referências aos filmes de princesa da Disney estão mais presentes e claros do que nunca aqui, mas alguns personagens ficam totalmente perdidos nesse filme, como os de Patrick Dempsey e James Marsden (que ainda assim, sempre que aparece, diverte). A Morgan crescida não foi desenvolvida o suficiente para que a frustração dela funcione no filme, da mesma forma que várias outras relações entre os personagens. Amy Adams se sai bem entre a pureza de Giselle e a maldade da madrasta, gerando momentos divertidos, mas no geral é um filme que realmente não faz diferença alguma.
Estreia incrível de Patel na direção. Brinca com referências do gênero e estilos de filmar, usa de neon, de salas iluminadas em cores diferentes, reflexos, e tem de tudo aqui que o cinema de ação pede: perseguição de carro, luta em banheiro, invasão com porradaria, quebra pau com um monte de gente, confronto um a um, luta em ringue, é um verdadeiro prato cheio. Estão chamando de John Wick indiano, com vários motivos pra isso, mas aqui o enredo tem cara própria e uma originalidade muito bem-vinda, usando da cultura hindu e da realidade da sociedade indiana pra trazer uma história de vingança que aborda a forma como a Índia e sua política funcionam, colocando marginalizados tentando atingir os intocáveis. O filme abusa de clichês, ao mesmo tempo em que brinca com eles. A trilha sonora só tem pedradas, e Dev Patel mostra que pode descer a porrada como qualquer grande ator de ação. Tem uma barriga ou outra que me impede de dar uma nota maior, assim como uma lacuna em relação ao teor político da trama e certas conveniências de roteiro típicas do gênero, mas aplausos ao nosso britânico indiano, pois ele realmente aprendeu muito bem a como realizar um filme.
Só tenho uma palavra pra descrever: espetáculo. O que Cecil B. DeMille faz aqui é mais um daqueles exemplares de uma Hollywood infelizmente morta e enterrada, em que rios de dinheiro resultavam em filmes grandiosos. A transformação de Charlton Heston no decorrer do filme é fascinante, assim como a atuação fria e vingativa de Yul Brynner. A primeira metade é mais lenta, mas a segunda parte e especialmente o ato final são de encher os olhos. Quase 4 horas de uma história que não cansa em momento nenhum, deslumbra em cenários e direção de arte, entrega figurinos perfeitos e efeitos extremamente funcionais para a época. A trilha de Elmer Bernstein também é um espetáculo à parte. Gostaria muito de ter a sensação de ver esse filme à época na estreia. Destaco ainda o quanto o contexto da Guerra Fria fica claro com a intervenção do DeMille antes do início da projeção, possibilitando relacionar o Egito com a União Soviética e a luta do povo judeu por sua terra como um aceno de apoio norte-americano ao estabelecimento do Estado de Israel, o que deixa a obra ainda mais interessante.
É realmente um filme irmão de Morbius: mesma (falta de) qualidade e atmosfera datada de filme de herói do início dos anos 2000. Duas horas pra não dizer nada é sacanagem, e a conexão com Peter Parker é tão porca que parece brincadeira. Os atores não estão querendo estar ali visivelmente, mas tem umas ceninhas divertidinhas e Sydney Sweeney sendo linda como sempre dá um alívio. Dakota Johnson parecia querer morrer a cada cena. Que a Sony descanse e pare de uma vez com essas porcarias.
O nonsense aqui é tanto que ultrapassa os níveis do aceitável em vários momentos, deixando às vezes de ser engraçado para se tornar cansativo. A bagunça que Sharknado sempre foi entrega seu auge aqui e a saga dos tornados repletos de tubarões (e mais o que encontrasse pela frente) chega ao seu fim de forma "digna" - ou melhor, coerente com o que vinha sendo apresentado. Dito isso, espero que nunca mais façam algo relacionado.
Um terror que traz ares e influências de O Exorcista, Poltergeist e Cidade dos Sonhos, que usa de uma reprodução de estilo de época (era como estar assistindo ao próprio programa) para fazer o espectador se sentir mais dentro da história. O desenvolvimento da trama acerta em ir no próprio ritmo para introduzir os elementos de terror, e quando as coisas começam a acontecer, o filme te deixa esperando por mais, e as coisas vão escalando, escalando, escalando... David Dastmalchian e Ingrid Torelli dominam o filme e fazem ele ser o que é. Tem tudo pra se tornar um clássico no futuro.
Supera somente o primeiro, pois acaba sendo bem cansativo, menos divertido que os anteriores. A coisa toda de perseguir o Sharknado, a pedra, o filho, deixou a coisa meio chata, e a representação do Brasil hispânico nunca falha em decepcionar.
Uma das pérolas escondidas do cinema nacional. Desolador, cortante. Os depoimentos são dolorosos, mas carregam um tom de força e esperança titânico. Os monólogos de Irene Ravache são simplesmente estupendos, que atuação e que texto. Lúcia Murat sabe perfeitamente como conduzir sua atriz e suas depoentes, entregando cenas de impacto certeiro somente com uma teatralização do poderoso roteiro. Quase impossível segurar o choro em muitos momentos.
Não é bem um prequel, mas um reboot da franquia. Se for ver esse aqui esperando conectar com o original, vai achar uma cacetada de furos, mudando preceitos básicos que demandam mudar todo o filme, então vamos esperar pela frente uma nova franquia de A Profecia. Funcionaria melhor como filme isolado, mas a marca da saga cria naturalmente uma expectativa que não foi atingida. O ritmo é cansativo na primeira metade e o roteiro irrita um pouco com o tanto de pistas falsas e respostas não dadas, mas investe em boas cenas com gore, a direção de Arkasha Stevenson é admirável, a trilha sonora tem vários momentos de destaque e há belos acenos não só ao clássico de 1976, como também a outros do gênero, como Suspiria e Possessão. Nell Tiger Free faz uma atuação tenebrosa de boa, principalmente nas cenas mais físicas, e o final é frustrante por servir só pra deixar aquele gancho para uma sequência.
Brüno
2.6 1,2K Assista AgoraDepois de anos decidi rever pensando que ia gostar menos, mas o efeito foi contrário. Impressionante ele conseguir refazer os moldes do que apresentou em Borat aqui e quase ninguém notar que era ele por causa de uma peruca. As cenas da atuação em Medium, do terno de velcro, da apresentação do piloto ao público-teste, do programa de TV sobre ser pai solo e da luta no final ficam ainda melhores quando se sabe o contexto por trás, em que quase todos os presentes não fazem ideia do verdadeiro objetivo. Sacha Baron Cohen desafiou a morte em vários momentos aqui, e essa ousadia é o tipo de respiro do humor que faz falta, ao mesmo tempo em que usa dos estereótipos mais exagerados para esfregar na cara dos preconceituosos o que eles mais odeiam. Muito engraçado.
Exhuma
3.4 33Tem oscilações de ritmo, demora um pouco pra explicar suas razões, mas é um filme lindo esteticamente, com uma fotografia e uma direção ótimas (as cenas dos rituais são um show à parte) e uma caracterização estupenda daquele ser lá que quem assistiu sabe. A força maior do filme, além da fidelidade em representar os rituais e a cultura espiritual coreana, é o pano de fundo político, sobre os traumas nacionais da dominação da Coreia pelo Japão, e um belo recado final: mesmo que tentem destrui-los, eles permanecerão ali e vivendo. Não é sobre enterrar o passado, mas exumá-lo.
Violência Gratuita
3.8 739 Assista AgoraCinema de gênio. Haneke sabe como atingir o objetivo enveredando por um gênero sem cair nas convenções dele. Constrói um dos filmes mais pesados de home invasion sem apelar ao torture porn e sabe como deixar a tensão à flor da pele ao não dar qualquer motivação aos seus assassinos, que são tão conscientes do que fazem que tornam o espectador um cúmplice (as quebras de quarta parede são geniais). O elenco está perfeito e a forma como tudo é revoltante e sem saída deixa ainda mais sufocante toda a situação. A apatia do pai, a confusão do filho, a resistência da mãe e o sadismo dos psicopatas são tão bem representados que se tornam uma referência para filmes que viriam depois, e no fim é menos sobre a experiência da violência do que sobre fazer nos confrontar com a nossa necessidade de consumir violência, como se a ficção e a realidade fossem coisas totalmente distintas. Incrível.
Godzilla e Kong: O Novo Império
3.1 169 Assista AgoraEntretenimento puro e simples, CGI no talo, pancadaria de monstro solta e só. Não queria mais que isso.
X-Men: Dias de um Futuro Esquecido
4.0 3,7K Assista AgoraO melhor filme da equipe. Fassbender domina fácil aqui. A cena de Mercúrio, os confrontos contra os sentinelas no futuro e Magneto levando o estádio até a Casa Branca estão facilmente entre os melhores momentos de toda a franquia.
X-Men: O Confronto Final
3.3 1,0K Assista AgoraVer depois da adolescência com um parâmetro melhor de continuidade deixa claro o quanto esse filme é uma grande bagunça. Deixando de lado qualquer diferença (que são inúmeras) entre filme e quadrinhos, já que são duas linguagens diferentes, o que mais incomoda é a forma como coisas estabelecidas pela saga são deixadas de lado ou modificadas ao bel-prazer do roteiro. Brett Ratner na direção é medíocre, não dá pra perdoar o estrago que Bryan Singer fez saindo e levando todo mundo junto, até o Marsden (o que justifica lacunas gigantes na trama). Realmente só Magneto se salva e com ressalvas, porque Ian McKellen faz milagre com as porcarias que tem em mãos e ainda é responsável pela única cena realmente boa do filme, que é a da ponte. Pra onde foram os 210 milhões de dólares que esse filme custou? A inutilidade de personagens como Anjo e dois vilões que sequer lembro os nomes (a camaleoa e o dos espinhos) é de doer, e a mudança de personalidade do Xavier, do Magneto, do Wolverine e da Tempestade a todo momento - ou no filme todo - são desrespeitosas com os fãs. Mas talvez a pior coisa seja mesmo como a Jean Grey é jogada no bolo e usada nos momentos em que não tem nada pra acontecer. Ah, e o Juggernaut também é ridículo. Vale para ver umas cenas de ação divertidinhas, ver o Ian McKellen mostrando que é dono do Magneto mesmo e alguns raros bons momentos, porque o saldo final é desastroso, ainda mais levando em conta ser a conclusão de uma trilogia.
Exame
3.3 243No início, tem algo de promissor, intrigante, misterioso, que te faz querer saber aonde tudo aquilo vai levar, mas é desenvolvido de forma tão clichê, cheio de furos e com umas decisões narrativas idiotas que a experiência só vai piorando à medida que o tempo passa, e o final é simplesmente a cereja do bolo de desgraças, uma invencionice que faz tudo aquilo visto nos 80 minutos anteriores não ter o mínimo sentido de ter ocorrido. Mesmo sem esperar nada, conseguiu ser decepcionante.
Eu, Christiane F.,13 Anos, Drogada e Prostituída
3.6 1,2K Assista AgoraUm filme que se tornou clássico no Brasil e que retrata a juventude perdida da década de 70 na Alemanha Ocidental. Natja estreia no cinema fazendo uma atuação marcante e poderosa. A trilha sonora e a participação de David Bowie tornam o filme ainda melhor. Difícil não ficar impressionado com as cenas do casal tentando se livrar das drogas e do início da prostituição de Christiane. Uma obra que alerta aos riscos não só das drogas, mas da negligência parental.
Ninjababy
3.9 12Um filme divertido e honesto sobre o que se passa com uma mulher que sofre de uma gravidez indesejada, sem meias palavras ou filhos. O recurso das animações surgindo no mundo real colaboram muito com a narrativa e a dinâmica do filme, e o final é inesperadamente coerente, trazendo uma veia dramática poderosa. Boa surpresa.
X-Men 2
3.5 783 Assista AgoraRever depois de anos, e de ter visto muitas vezes na infância e adolescência, é constatar que realmente esse é com folga o melhor filme da trilogia original e um dos melhores dos mutantes nos cinemas (top 3 ou 4). A cena de abertura com Noturno é ainda a melhor da saga, e temos muitos momentos marcantes, como a invasão da Mansão X, o embate entre Wolverine e Lady Letal, Pyro contra os policiais e a imbatível fuga de Magneto da prisão de plástico. A história é bem construída, mesmo com algumas besteirinhas, mas ela se constrói de forma coerente e tem uma conclusão impactante. Uma pena que no filme seguinte muito do que foi inserido aqui tenha sido descartado ou mal desenvolvido. É digno de nota ressaltar o quanto Halle Berry e Famke Janssen estavam maravilhosas.
Rebel Moon - Parte 2: A Marcadora de Cicatrizes
2.6 114 Assista AgoraO mérito é ser superior ao primeiro, o que na verdade não é mérito algum. Consegue ser o segundo pior filme de Zack Snyder só porque o primeiro fica no topo. Mantém os mesmos problemas do primeiro filme, que já listei em comentário no outro filme, mas se "salva" por ter menos tempo pra falação e mais pra ação, o que faz ser menos necessário ouvir os diálogos sofríveis. Não dá pra acreditar que isso teve três roteiristas e ainda vai virar franquia.
Deus Abençoe a América
4.0 799Um retrato da verdadeira alma americana. Se a convivência em sociedade é cada dia mais complicada, empatia e gentileza são elementos escassos e a alienação cultural atingiu níveis degradantes, por outro o senso de superioridade dos "fora da curva" pode descambar para outro extremo, como foi com Frank e Roxy. No fim de tudo, entre a banalização da violência no discurso, no entretenimento e no cotidiano, isso pode chegar a se tornar a principal ferramenta de expressão daqueles que estão extremamente frustrados. Apesar de algumas falhas na forma como se constrói e de se tornar um exemplo do que tenta criticar, God Bless America atrai e diverte com seus exageros, sua realidade paralela em que uma série de assassinatos amadores não chama atenção das autoridades e com sua amoralidade, em que não há certo e errado e nos faz nos confrontar com uma série de atitudes que desejamos ter. Um roadie movie à base de muitos tiros que tem sua maior força em seus dois protagonistas.
Pinóquio
3.6 423 Assista AgoraUm dos clássicos mais divertidos da Disney. Um show de cores e som, que apesar de ser um filme sem tantas cenas musicais, sabe usar muito bem as músicas que possui. A interação entre Pinóquio e o Grilo Falante melhora a experiência.
There's Nothing Out There
2.7 13 Assista AgoraTraz o humor metalinguístico que se tornaria febre da década de 90 em diante após Pânico, mas não empolga. O filme, mesmo tendo uma duração de 90 minutos, parece não ter conteúdo suficiente e se alongar demais, sendo muito cansativo. Além disso, as atuações são extremamente ruins. A atmosfera trash dá uma atmosfera legal, mas a realização é precária demais (quanto a fluidez de roteiro, entrega do elenco e alguns aspectos da produção) para que divirta tanto quanto outros clássicos do gênero. Serve para saber de onde surgiu a ideia do Craven.
O Que é Isso, Companheiro?
3.8 341 Assista AgoraUm elenco repleto de nomes gigantes do cinema e TV nacional numa história sobre a resistência armada à ditadura militar no Brasil, os conflitos internos de casa envolvido, as perdas de identidade e liberdade e o impacto de suas ações em suas vidas e em suas percepções. Pedro Cardoso é uma presença poderosíssima em cena, e gostei de como os militares não são simplesmente monstros, mas pessoas normais que se dividem entre estar fazendo um trabalho para o qual foram designados e gostar de cometer aquele tipo de atrocidade. Acho um acerto não apelar à demonstração constante do sofrimento causado peça tortura ou a violência militar, e sim no cotidiano dentro de um dos grupos revolucionários. Grande obra.
Desencantada
2.8 176 Assista AgoraNem fede nem cheira. Perde em relação ao original pela insistência nas cenas musicais, quando quase nenhuma música é digna de nota, com exceção dos momentos em que temos o dueto de Amy Adams e Maya Rudolph e em que Idina Menzel mostra seu talento. As referências aos filmes de princesa da Disney estão mais presentes e claros do que nunca aqui, mas alguns personagens ficam totalmente perdidos nesse filme, como os de Patrick Dempsey e James Marsden (que ainda assim, sempre que aparece, diverte). A Morgan crescida não foi desenvolvida o suficiente para que a frustração dela funcione no filme, da mesma forma que várias outras relações entre os personagens. Amy Adams se sai bem entre a pureza de Giselle e a maldade da madrasta, gerando momentos divertidos, mas no geral é um filme que realmente não faz diferença alguma.
Fúria Primitiva
3.7 76Estreia incrível de Patel na direção. Brinca com referências do gênero e estilos de filmar, usa de neon, de salas iluminadas em cores diferentes, reflexos, e tem de tudo aqui que o cinema de ação pede: perseguição de carro, luta em banheiro, invasão com porradaria, quebra pau com um monte de gente, confronto um a um, luta em ringue, é um verdadeiro prato cheio. Estão chamando de John Wick indiano, com vários motivos pra isso, mas aqui o enredo tem cara própria e uma originalidade muito bem-vinda, usando da cultura hindu e da realidade da sociedade indiana pra trazer uma história de vingança que aborda a forma como a Índia e sua política funcionam, colocando marginalizados tentando atingir os intocáveis. O filme abusa de clichês, ao mesmo tempo em que brinca com eles. A trilha sonora só tem pedradas, e Dev Patel mostra que pode descer a porrada como qualquer grande ator de ação. Tem uma barriga ou outra que me impede de dar uma nota maior, assim como uma lacuna em relação ao teor político da trama e certas conveniências de roteiro típicas do gênero, mas aplausos ao nosso britânico indiano, pois ele realmente aprendeu muito bem a como realizar um filme.
Os Dez Mandamentos
4.1 263 Assista AgoraSó tenho uma palavra pra descrever: espetáculo. O que Cecil B. DeMille faz aqui é mais um daqueles exemplares de uma Hollywood infelizmente morta e enterrada, em que rios de dinheiro resultavam em filmes grandiosos. A transformação de Charlton Heston no decorrer do filme é fascinante, assim como a atuação fria e vingativa de Yul Brynner. A primeira metade é mais lenta, mas a segunda parte e especialmente o ato final são de encher os olhos. Quase 4 horas de uma história que não cansa em momento nenhum, deslumbra em cenários e direção de arte, entrega figurinos perfeitos e efeitos extremamente funcionais para a época. A trilha de Elmer Bernstein também é um espetáculo à parte. Gostaria muito de ter a sensação de ver esse filme à época na estreia. Destaco ainda o quanto o contexto da Guerra Fria fica claro com a intervenção do DeMille antes do início da projeção, possibilitando relacionar o Egito com a União Soviética e a luta do povo judeu por sua terra como um aceno de apoio norte-americano ao estabelecimento do Estado de Israel, o que deixa a obra ainda mais interessante.
Madame Teia
2.1 239 Assista AgoraÉ realmente um filme irmão de Morbius: mesma (falta de) qualidade e atmosfera datada de filme de herói do início dos anos 2000. Duas horas pra não dizer nada é sacanagem, e a conexão com Peter Parker é tão porca que parece brincadeira. Os atores não estão querendo estar ali visivelmente, mas tem umas ceninhas divertidinhas e Sydney Sweeney sendo linda como sempre dá um alívio. Dakota Johnson parecia querer morrer a cada cena. Que a Sony descanse e pare de uma vez com essas porcarias.
O Último Sharknado: Já Estava na Hora
2.5 43 Assista AgoraO nonsense aqui é tanto que ultrapassa os níveis do aceitável em vários momentos, deixando às vezes de ser engraçado para se tornar cansativo. A bagunça que Sharknado sempre foi entrega seu auge aqui e a saga dos tornados repletos de tubarões (e mais o que encontrasse pela frente) chega ao seu fim de forma "digna" - ou melhor, coerente com o que vinha sendo apresentado. Dito isso, espero que nunca mais façam algo relacionado.
Entrevista com o Demônio
3.5 315Um terror que traz ares e influências de O Exorcista, Poltergeist e Cidade dos Sonhos, que usa de uma reprodução de estilo de época (era como estar assistindo ao próprio programa) para fazer o espectador se sentir mais dentro da história. O desenvolvimento da trama acerta em ir no próprio ritmo para introduzir os elementos de terror, e quando as coisas começam a acontecer, o filme te deixa esperando por mais, e as coisas vão escalando, escalando, escalando... David Dastmalchian e Ingrid Torelli dominam o filme e fazem ele ser o que é. Tem tudo pra se tornar um clássico no futuro.
Sharknado 5: Voracidade Global
2.6 65 Assista AgoraSupera somente o primeiro, pois acaba sendo bem cansativo, menos divertido que os anteriores. A coisa toda de perseguir o Sharknado, a pedra, o filho, deixou a coisa meio chata, e a representação do Brasil hispânico nunca falha em decepcionar.
Que Bom Te Ver Viva
4.3 55 Assista AgoraUma das pérolas escondidas do cinema nacional. Desolador, cortante. Os depoimentos são dolorosos, mas carregam um tom de força e esperança titânico. Os monólogos de Irene Ravache são simplesmente estupendos, que atuação e que texto. Lúcia Murat sabe perfeitamente como conduzir sua atriz e suas depoentes, entregando cenas de impacto certeiro somente com uma teatralização do poderoso roteiro. Quase impossível segurar o choro em muitos momentos.
A Primeira Profecia
3.5 87Não é bem um prequel, mas um reboot da franquia. Se for ver esse aqui esperando conectar com o original, vai achar uma cacetada de furos, mudando preceitos básicos que demandam mudar todo o filme, então vamos esperar pela frente uma nova franquia de A Profecia. Funcionaria melhor como filme isolado, mas a marca da saga cria naturalmente uma expectativa que não foi atingida. O ritmo é cansativo na primeira metade e o roteiro irrita um pouco com o tanto de pistas falsas e respostas não dadas, mas investe em boas cenas com gore, a direção de Arkasha Stevenson é admirável, a trilha sonora tem vários momentos de destaque e há belos acenos não só ao clássico de 1976, como também a outros do gênero, como Suspiria e Possessão. Nell Tiger Free faz uma atuação tenebrosa de boa, principalmente nas cenas mais físicas, e o final é frustrante por servir só pra deixar aquele gancho para uma sequência.