Kaouther Ben Hania mais uma vez entregando um grande filme, mas desta vez um projeto bem mais ambicioso. Tema importantíssimo que já havia sido em partes abordado no também maravilhoso "The square". Qual o limite da arte? Ao mesmo tempo questiona "O que é liberdade?". A cena do leilão é fantástica, se encaixou perfeitamente numa cena que contracenei no teatro em que realizávamos um leilão de pessoas. Meu segundo filme da maratona Oscar 2021, categoria filme estrangeiro. Ainda torço por "Quo vadis, Aida?", porém se "O homem que vendeu sua pele" vencer, será maravilhoso ver um filme africano sendo premiado, em especial a Tunísia, país que tem um cinema bem notável.
"Quo vadis, Aida?" me fez lembrar dos tempos de faculdade, quando as professoras falavam com paixão sobre a profissão de intérprete e sua grande importância. Neste filme, o ofício é retratado em seu limite, num ambiente de guerra, no massacre real de Srebrenica, Sérvia.
Jasmila Zbanic fez um trabalho sensacional e sem apelação. Um filme praticamente sem sangue, ainda assim tenso e bem pesado. Entretanto, ainda há cenas belas e leves, destaco as memórias da festa e as crianças se apresentando no final.
Vi ontem e numa qualidade bem ruim, e ainda estou digerindo. Um dos concorrentes do Oscar 2021, categoria filme em língua estrangeira (melhor competição). Escrito, dirigido e protagonizado por mulheres. Filmaço!
Lindo. Lindo. Lindo!!! Um dos melhores filmes que vi na vida! A trilha sonora mais arrepiante de todos os tempos! Direção de arte impecável! Tentei ver "2001: Uma odisseia no espaço" há mais de 10 anos sob efeito de cerveja e vinho na casa de um amigo, já foi uma experiência e tanto, porém só vi a primeira meia hora e continuei adiando. Resolvi vê-lo de uma vez por toda após conferir "Interestelar" obra moderna com várias referências a este clássico, mas que nem chega perto do perfeito trabalho de Kubrick.
A primeira parte tem uma riqueza visual e mimica que é difícil defini-la com palavras. Acho que três palavras resumem o filme: evolução, espaço e tempo.
Mais de 50 anos após seu lançamento, e ainda assim não perdeu seu efeito mágico. Espero vê-lo um dia em uma sala de cinema, deve ser uma experiência inesquecível. Clássico dos clássicos.
Mesmo triste, revoltada e desanimada, inventei de ver este filme. Poderia ter abandonado nos primeiros minutos, mas como? Ma-ra-vi-lho-so, desde os créditos iniciais a trilha final. Preciosidade do cinema nacional!!!
Começa como um filme, depois vira um documentário do Discovery, depois vira um filme de novo e, no fim, torna-se um videoclipe gospel. Foi difícil aguentar suas longas duas horas, dava para ter cortado pela metade.
Meu segundo filme mongol e da mesma diretora. Em alguns instantes achava estar vendo um filme peruado/boliviano, talvez pelo cenário, figurino, algo me remeteu aos quéchuas. Denúncia importante e necessária, mas poderia ter tido um desfecho mais elaborado.
Eu quis demais ver "M8 – Quando a Morte Socorre a Vida" desde que vi o trailer. Infelizmente, não o vi no cinema devido a pandemia. Mas lamento de verdade as críticas negativas em relação ao filme. Ah, se fosse norte-americano, com certeza sua receptividade teria sido enorme. Vi e felizmente minhas expectativas foram alcançadas. Elenco pesado e competente.
Amo a versão de 1994, um dos filmes da minha infância. Esta versão é muito boa e Katharine Hepburn está mais uma vez divina em uma de suas maiores atuações.
Procurava esse filme há anos, por eu ser fã do Anselmo Duarte e pela minha busca por trabalhos da Leonora Amar (atriz brasileira que fez mais sucesso no México). Em 2013, a Cinemateca de SP realizou uma mostra de filmes de horror nacionais e este filme estava presente. De fato, "Veneno" traz os elementos do que era considerado horror na época de seu lançamento. É um filme bom, envolve e tem boas atuações, em especial da linda Leonora. Uma pena ser difícil de encontrá-lo e ter uma nota tão baixa aqui.
Filme maravilhoso. Quase me fez ter a sensação de estar vendo num palco a melhor peça de Nelson Rodrigues. Elenco divino que faz valer a velha frase "o teatro é a arte dos atores", mas neste caso é cinema também, então vale acrescentar que "o cinema é a arte do diretor". Murilo Benício está de parabéns em sua estreia como diretor.
Conheci "Cidade ameaçada" por meio do clássico literário "Quarto de despejo" da incrível Carolina Maria de Jesus. O filme teve algumas locações na favela onde ela morava e o livro foi ambientado. Reza a lenda que a grande escritora tenha até feito figuração em uma rápida cena. Embora nos poucos comentários daqui não tenha sido mencionada a referência, no YouTube parte dos comentários relatam ter tido conhecimento do filme pelo livro. É maravilhoso saber disso. Quanto ao filme. Atraente em vários sentidos. Eu notei algumas inspirações hollywoodianas. Os personagens de Reginaldo Faria e Eva Wilma (linda demais) muito me lembraram James Dean e Natalie Wood em "Juventude transviada". É um filme noir, tem todos os elementos, e com o clima de São Paulo super casou. O que estraga é o desgaste do tempo, infelizmente mais um filme com péssima imagem, além de um pouco arrastado. Todavia, foi bem interessante ver a fraqueza da polícia sendo escancarada juntamente ao sensacionalismo midiático. Mas o que mais chama atenção é Terezinha.
De início parece apenas uma adolescente inconsequente, deslumbrada e inocente. E ela cresce, cresce e toma o filme para si. Não é apenas uma mulher apaixonada é também um ser humano levantando outro, algo que herda da sua criação (no caso de Nico ocorre o mesmo, mas de forma contrária). A personagem de Eva Wilma que é interpretada com maestria é certamente uma das mais feministas do cinema brasileiro.
De Roberto Farias já havia visto "O assalto ao trem pagador" que continua sendo o meu preferido. Claramente está entre os mais geniais filmes do cinema brasileiro.
Cansei de ter indícios para ver este filme neste ano de 2020. O enredo é criativo. Kate Winslet está gatíssima (me deu mais vontade de deixar meu cabelo colorido). Jim Carrey um fofo (a cara de Kurt Cobain na fase com cabelo escuro). O título é foda. Mas não rolou muito!
Comédia romântica não é meu forte mas foi interessante ver um filme do gênero feito na Finlândia, país que sempre me remeteu ao punk rock local. Entretanto, o que me inspirou a baixar e assistir "Aurora" foi a curiosidade de ver Amir Escandari como ator, o conheci há alguns anos por seu trabalho como diretor no ótimo documentário "Pixadores" filmado aqui em São Paulo, quem não viu, veja!
Cinema e a arte espanhola, ambos claustrofóbicos, ganham um toque mais dramático em tempos de pandemia. Não conhecia esse filme encantador. E a nostálgica trilha sonora, marca forte dos filmes da década de 70.
Muiiito bom. O realismo/naturalismo de "Nóis por nóis" é tão grande que só quem vive nas periferias do Brasil pode confirmar. O roteiro e a atuação são os pontos altos por trazerem tamanha verdade. O tipo de filme que eu gostaria de escrever e dirigir um dia. Merece mais reconhecimento.
Amei. Linda essa fase do cinema nacional de representatividade trans! Apaixonada pela Alice, Vivi, Rinoceronta... e mais ainda pelo Bruno... Boy lindo <3
Caiu como uma luva num momento em quem estou estudando a história do teatro. Belo em tudo que propõe. Dá vontade de morar neste filme. A última cena é uma das coisas mais lindas que já vi no cinema.
Conheci esse ótimo documentário numa aula de cinema negro brasileiro, ministrada por um cineasta negro, Renato Cândido, na eterna Cinemateca. Resolvi vê-lo hoje, quase um ano depois da indicação e de ver alguns trechos, dia da consciência negra. Ele é muito atual quando nos deparamos que a TV ainda engatinha para o caminho da democracia racial. É interessante as pautas do filme serem discutidas por quem as vivenciou, os artistas, sem academicismo. Achei coerente o diretor dar voz aos diretores para as justificativas nada convincentes para a escolha de atrizes não negras para personagens com características afro, Joel Zito Araújo não confronta, sei que isso incomodou alguns, mas para mim isso só mostrou maior cinismo da parte dos entrevistados. Fez uma falta imensa não citar "Xica da Silva".
Acompanho o cinema iraniano há um bom tempo, mas tem uns quatro anos que tenho notado o tema "pena de morte" (mesmo de forma indireta) de forma bem marcante, humana e militante no cinema deles. "Não há mal algum" é o filme mais sensível de Rasoulof, nele podemos ver muitas influências de Kiarostami e outros cineastas monstros do Irã. Dessa forma, podemos dizer que o filme é uma bela homenagem a sétima arte persa. Por outro lado, o filme tem um tom enorme de tristeza, é bastante claro que o diretor sabia bem o que fazia e as consequências que pagaria. Uma injustiça sem tamanho e palavras para se descrever. No mais, vemos um cinema feito com amor, ousadia extrema e humanidade em sua totalidade. Os contos se interligam, a trilha, os atores. "Não há mal algum" não é apenas uma dura crítica a política sanguinária do Irã, mas um grito de desespero para todo o mundo que apoia direta ou indiretamente atitudes desumanas todos os dias. Somos humanos e desumanos sem perceber. Perfeito em tudo. Melhor filme do ano!!!
O Homem Que Vendeu Sua Pele
3.5 99 Assista AgoraKaouther Ben Hania mais uma vez entregando um grande filme, mas desta vez um projeto bem mais ambicioso. Tema importantíssimo que já havia sido em partes abordado no também maravilhoso "The square". Qual o limite da arte? Ao mesmo tempo questiona "O que é liberdade?". A cena do leilão é fantástica, se encaixou perfeitamente numa cena que contracenei no teatro em que realizávamos um leilão de pessoas. Meu segundo filme da maratona Oscar 2021, categoria filme estrangeiro. Ainda torço por "Quo vadis, Aida?", porém se "O homem que vendeu sua pele" vencer, será maravilhoso ver um filme africano sendo premiado, em especial a Tunísia, país que tem um cinema bem notável.
Quo Vadis, Aida?
4.2 177 Assista Agora"Quo vadis, Aida?" me fez lembrar dos tempos de faculdade, quando as professoras falavam com paixão sobre a profissão de intérprete e sua grande importância. Neste filme, o ofício é retratado em seu limite, num ambiente de guerra, no massacre real de Srebrenica, Sérvia.
Jasmila Zbanic fez um trabalho sensacional e sem apelação. Um filme praticamente sem sangue, ainda assim tenso e bem pesado. Entretanto, ainda há cenas belas e leves, destaco as memórias da festa e as crianças se apresentando no final.
Vi ontem e numa qualidade bem ruim, e ainda estou digerindo. Um dos concorrentes do Oscar 2021, categoria filme em língua estrangeira (melhor competição). Escrito, dirigido e protagonizado por mulheres. Filmaço!
Canção Sem Nome
3.4 7Bem dolorido. O cinema peruano nunca desaponta!
2001: Uma Odisseia no Espaço
4.2 2,4K Assista AgoraLindo. Lindo. Lindo!!!
Um dos melhores filmes que vi na vida!
A trilha sonora mais arrepiante de todos os tempos!
Direção de arte impecável!
Tentei ver "2001: Uma odisseia no espaço" há mais de 10 anos sob efeito de cerveja e vinho na casa de um amigo, já foi uma experiência e tanto, porém só vi a primeira meia hora e continuei adiando. Resolvi vê-lo de uma vez por toda após conferir "Interestelar" obra moderna com várias referências a este clássico, mas que nem chega perto do perfeito trabalho de Kubrick.
A primeira parte tem uma riqueza visual e mimica que é difícil defini-la com palavras. Acho que três palavras resumem o filme: evolução, espaço e tempo.
Mais de 50 anos após seu lançamento, e ainda assim não perdeu seu efeito mágico. Espero vê-lo um dia em uma sala de cinema, deve ser uma experiência inesquecível. Clássico dos clássicos.
O Animal Cordial
3.4 618 Assista AgoraMesmo triste, revoltada e desanimada, inventei de ver este filme. Poderia ter abandonado nos primeiros minutos, mas como? Ma-ra-vi-lho-so, desde os créditos iniciais a trilha final.
Preciosidade do cinema nacional!!!
A Árvore da Vida
3.4 3,1K Assista AgoraComeça como um filme, depois vira um documentário do Discovery, depois vira um filme de novo e, no fim, torna-se um videoclipe gospel. Foi difícil aguentar suas longas duas horas, dava para ter cortado pela metade.
As Veias do Mundo
3.8 11Meu segundo filme mongol e da mesma diretora. Em alguns instantes achava estar vendo um filme peruado/boliviano, talvez pelo cenário, figurino, algo me remeteu aos quéchuas. Denúncia importante e necessária, mas poderia ter tido um desfecho mais elaborado.
Os Olhos de Cabul
4.1 19 Assista AgoraAnimações francesas <3
É impressão minha ou se inspiraram nas feições dos atores que deram voz a cada personagem? Se sim, a sacada foi ótima!
M8 – Quando a Morte Socorre a Vida
3.6 219Eu quis demais ver "M8 – Quando a Morte Socorre a Vida" desde que vi o trailer. Infelizmente, não o vi no cinema devido a pandemia. Mas lamento de verdade as críticas negativas em relação ao filme. Ah, se fosse norte-americano, com certeza sua receptividade teria sido enorme. Vi e felizmente minhas expectativas foram alcançadas. Elenco pesado e competente.
As Quatro Irmãs
3.7 22 Assista AgoraAmo a versão de 1994, um dos filmes da minha infância.
Esta versão é muito boa e Katharine Hepburn está mais uma vez divina em uma de suas maiores atuações.
Josep
4.0 15Animação belíssima e uma trilha sonora sensível e tocante.
Batalha
3.1 1Documentário maravilhoso que deveria ser apresentado em salas de aula.
Veneno
3.3 4Procurava esse filme há anos, por eu ser fã do Anselmo Duarte e pela minha busca por trabalhos da Leonora Amar (atriz brasileira que fez mais sucesso no México).
Em 2013, a Cinemateca de SP realizou uma mostra de filmes de horror nacionais e este filme estava presente. De fato, "Veneno" traz os elementos do que era considerado horror na época de seu lançamento. É um filme bom, envolve e tem boas atuações, em especial da linda Leonora. Uma pena ser difícil de encontrá-lo e ter uma nota tão baixa aqui.
O Beijo no Asfalto
4.1 95Filme maravilhoso. Quase me fez ter a sensação de estar vendo num palco a melhor peça de Nelson Rodrigues.
Elenco divino que faz valer a velha frase "o teatro é a arte dos atores", mas neste caso é cinema também, então vale acrescentar que "o cinema é a arte do diretor".
Murilo Benício está de parabéns em sua estreia como diretor.
Cidade Ameaçada
3.7 7Conheci "Cidade ameaçada" por meio do clássico literário "Quarto de despejo" da incrível Carolina Maria de Jesus. O filme teve algumas locações na favela onde ela morava e o livro foi ambientado. Reza a lenda que a grande escritora tenha até feito figuração em uma rápida cena. Embora nos poucos comentários daqui não tenha sido mencionada a referência, no YouTube parte dos comentários relatam ter tido conhecimento do filme pelo livro. É maravilhoso saber disso.
Quanto ao filme. Atraente em vários sentidos. Eu notei algumas inspirações hollywoodianas. Os personagens de Reginaldo Faria e Eva Wilma (linda demais) muito me lembraram James Dean e Natalie Wood em "Juventude transviada". É um filme noir, tem todos os elementos, e com o clima de São Paulo super casou. O que estraga é o desgaste do tempo, infelizmente mais um filme com péssima imagem, além de um pouco arrastado. Todavia, foi bem interessante ver a fraqueza da polícia sendo escancarada juntamente ao sensacionalismo midiático.
Mas o que mais chama atenção é Terezinha.
De início parece apenas uma adolescente inconsequente, deslumbrada e inocente. E ela cresce, cresce e toma o filme para si. Não é apenas uma mulher apaixonada é também um ser humano levantando outro, algo que herda da sua criação (no caso de Nico ocorre o mesmo, mas de forma contrária). A personagem de Eva Wilma que é interpretada com maestria é certamente uma das mais feministas do cinema brasileiro.
De Roberto Farias já havia visto "O assalto ao trem pagador" que continua sendo o meu preferido. Claramente está entre os mais geniais filmes do cinema brasileiro.
Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças
4.3 4,7K Assista AgoraCansei de ter indícios para ver este filme neste ano de 2020.
O enredo é criativo. Kate Winslet está gatíssima (me deu mais vontade de deixar meu cabelo colorido). Jim Carrey um fofo (a cara de Kurt Cobain na fase com cabelo escuro). O título é foda.
Mas não rolou muito!
Aurora
3.5 8Comédia romântica não é meu forte mas foi interessante ver um filme do gênero feito na Finlândia, país que sempre me remeteu ao punk rock local. Entretanto, o que me inspirou a baixar e assistir "Aurora" foi a curiosidade de ver Amir Escandari como ator, o conheci há alguns anos por seu trabalho como diretor no ótimo documentário "Pixadores" filmado aqui em São Paulo, quem não viu, veja!
Cria Corvos
4.3 199 Assista AgoraCinema e a arte espanhola, ambos claustrofóbicos, ganham um toque mais dramático em tempos de pandemia.
Não conhecia esse filme encantador. E a nostálgica trilha sonora, marca forte dos filmes da década de 70.
Nóis por Nóis
3.4 6Muiiito bom. O realismo/naturalismo de "Nóis por nóis" é tão grande que só quem vive nas periferias do Brasil pode confirmar. O roteiro e a atuação são os pontos altos por trazerem tamanha verdade. O tipo de filme que eu gostaria de escrever e dirigir um dia. Merece mais reconhecimento.
Alice Júnior
3.8 144Amei. Linda essa fase do cinema nacional de representatividade trans!
Apaixonada pela Alice, Vivi, Rinoceronta... e mais ainda pelo Bruno... Boy lindo <3
Orfeu do Carnaval
3.7 123 Assista AgoraCaiu como uma luva num momento em quem estou estudando a história do teatro.
Belo em tudo que propõe. Dá vontade de morar neste filme.
A última cena é uma das coisas mais lindas que já vi no cinema.
A Negação do Brasil
4.3 49Conheci esse ótimo documentário numa aula de cinema negro brasileiro, ministrada por um cineasta negro, Renato Cândido, na eterna Cinemateca. Resolvi vê-lo hoje, quase um ano depois da indicação e de ver alguns trechos, dia da consciência negra. Ele é muito atual quando nos deparamos que a TV ainda engatinha para o caminho da democracia racial.
É interessante as pautas do filme serem discutidas por quem as vivenciou, os artistas, sem academicismo. Achei coerente o diretor dar voz aos diretores para as justificativas nada convincentes para a escolha de atrizes não negras para personagens com características afro, Joel Zito Araújo não confronta, sei que isso incomodou alguns, mas para mim isso só mostrou maior cinismo da parte dos entrevistados. Fez uma falta imensa não citar "Xica da Silva".
Corvos
4.1 39Pode ser uma das fontes que "Projeto Flórida" bebeu. Trilha magnífica!!!
Não Há Mal Algum
4.0 34Acompanho o cinema iraniano há um bom tempo, mas tem uns quatro anos que tenho notado o tema "pena de morte" (mesmo de forma indireta) de forma bem marcante, humana e militante no cinema deles.
"Não há mal algum" é o filme mais sensível de Rasoulof, nele podemos ver muitas influências de Kiarostami e outros cineastas monstros do Irã. Dessa forma, podemos dizer que o filme é uma bela homenagem a sétima arte persa. Por outro lado, o filme tem um tom enorme de tristeza, é bastante claro que o diretor sabia bem o que fazia e as consequências que pagaria. Uma injustiça sem tamanho e palavras para se descrever.
No mais, vemos um cinema feito com amor, ousadia extrema e humanidade em sua totalidade. Os contos se interligam, a trilha, os atores. "Não há mal algum" não é apenas uma dura crítica a política sanguinária do Irã, mas um grito de desespero para todo o mundo que apoia direta ou indiretamente atitudes desumanas todos os dias. Somos humanos e desumanos sem perceber.
Perfeito em tudo. Melhor filme do ano!!!