A segunda temporada conseguiu ser melhor que a primeira.
Dias (Dario Grandinetti, excelente) pensa que estava livre dos problemas, mas nessa segunda temporada sua situação é ainda pior, pois pessoas interessadas em comprar o terreno do seu bananal para construir um resort, acabam ameaçando sua vida.
Em outra plot na temporada, um casal divorciado briga pela guarda das filhas, colocando a juíza Candela Montes (Candela Peña, ótima) no centro do conflito, até que
o marido é assassinado, o que cria o "quem matou" acrescentando mais mistério à trama. A identidade do assassino, a filha mais velha do casal, surpreende e dramatiza ainda mais a situação, porque não faz concessão para um final feliz.
A juíza Candela também sofre um atentado, numa cena eletrizante e tensa.
Já que não houve terceira temporada, a série encerra bem sua trama, com um desfecho bastante coerente.
não existe nenhuma reviravolta, o que até era insinuado pelo desenvolvimento da narrativa, e Stella era mesmo culpada como sabemos desde o começo, só a surpresa era que a amiga estava envolvida.
É claro que o título da série é uma ironia, pois a família quase perfeita, está muito distante disso, os personagens não geram empatia e fica difícil se preocupar com seus destinos.
O documentário tem uma edição ágil e mantém o interesse conforme a história vai sendo contada.
É o típico exemplo de como os muito ricos tem um séquito em volta deles que na maioria das vezes estão apenas interessados em lucrar com essa proximidade.
A série fala sobre Liliane Bettencourt, maior acionista da gigante de cosméticos L'Oreal, dona de uma fortuna de bilhões de euros, e como todos que gravitavam em torno dela estavam mais interessados em seu dinheiro do que em seu bem estar, desde familiares até funcionários e amigos.
O suposto "namorado", era assumidamente homossexual e não tinha ligação romântica com ela, mas era um companheiro de passeios, jantares e a fazia feliz, como ela mesmo dizia, mas se aproveitava da influência que tinha sobre ela e ganhou presentes que somaram mais de 700 milhões de euros, além de chegar a aparecer em seu testamento como único herdeiro.
A série desvenda como foi esse relacionamento abusivo, até o momento que vieram à tona "contribuições" que Madame Bettencourt, pagava a políticos e, é claro, no caso dos políticos, não houve punição, como acontece por aqui.
Mais ou menos podemos dizer que dinheiro nem sempre traz felicidade, mas é clao que não sou hipócrita e dizer que ter dinheiro não é bom. Tem que saber lidar com os incovenientes que às vezes ter muito dinheiro pode trazer, é claro que Madame Bettencourt não soube e aqueles que a rodeavam se aproveitavam disso.
Terceiro revival da série clássica de 1959, já que não pode ser considerado remake porque as histórias são inéditas, com exeção de dois episódios que são remakes "Dead Man's eyes" e "Eye of the beholder", este um dos episódios mais lembrados de toda a série e aqui é praticamente um refilmagem quadro a quadro do episódio original.
O episódio 30, "It's still a good life" é uma curiosa sequência de um episódio da terceira temporada da série original "It's a good life" em que Billy Mumy (Perdidos no Espaço) retoma o mesmo personagem feito em 1961 agora com uma filha, curiosamente a menina, Liliana Mumy, é filha dele na vida real e mostra talento.
Alguns episódios bons, destaco o primeiro "Evergreen" e o quinto "Cradle of darkness" , outros medianos e outros ruins, como é normal em uma temporada com mais de 40 episódios mas não consegue rivalizar com a série original que é um clássico absoluto e ocupa o imaginário de todos aqueles que apreciam uma ótima série, intrigante, ousada e à frente de sua época.
De qualquer forma é válida a recriação para apresentar "Twilight zone" às novas gerações, que se recusam a assistir uma antiga produção em preto e branco com efeitos simplistas e antiquados, mesmo que seja genial.
Treze anos depois de sua última temporada, "Lei e Ordem", a franquia original retorna com novos episódios. Dos personagens da antiga série, retornam Sam Waterston vivendo o Procurador Jack McCoy, que participou da série desde sua terceira temporada e Anthony Anderson no papel do detetive Kevin Bernard, que participou apenas das duas últimas temporadas antes do hiato de treze anos.
A série voltou exatamente com a mesma linha narrativa, um assassinato acontece, a investigação e na segunda parte o julgamento, com suas minúcias jurídicas. A equipe investigativa com Jeffrey Donovan, Anderson e Camryn Manheim formam uma equipe ágil e dinâmica, mas Hugh Dancy e Delya Halevi não convencem como os promotores, por mais humanos que queiram parecer, parecem pouco profissionais.
Os episódios tem bons roteiros, com temas atualizados, mas pendem para um lado e acabam fazendo panfletagem, o que acho prejudicial ao desenvolvimento das narrativas.
De qualquer forma, para mim foi bem vinda a volta da série, que é uma das minhas preferidas.
A Espanha tem apresentado boas produções no gênero suspense/policial, tanto séries quantos filmes e este é mais um bom exemplo.
A locação nas Ilhas Canárias já é uma atração à parte.
Personagens bem construídos e ótimas interpretações, como Candela Peña que vive a juíza Candela Montes, que como punição é transferida para Hierro, uma linda ilha, mas a mais remota do arquipelágo das Canárias. Lá ela entra em conflito com os moradores e os costumes locais, ao mesmo tempo que convive com um drama pessoal, o filho portador de uma doença cerebral que exige cuidados constantes,
O outro protagonista, o ator argentino Dario Grandinetti também em excelente atuação, vive Dias, o traficante charmoso e boa gente, que é o principal suspeito do assassinato, mote desta primeira temporada.
A identidade do assassino, é surpreendente, revelada bem antes do final da temporada, quando o filho do padeiro comete seu segundo assassinato. A perseguição final resulta um tanto exagerada, partindo para um ritmo de ação que a série até então não tinha, mas nada que estrague a trama envolvente e bem contada.
A série começa pelo final, pois já na cena inicial conhecemos as tragédias que se abatem sobre a família Usher e a partir daí veremos como essas tragédias se sucedem. O conto que dá nome à produção funciona como um elo entre várias citações de outros trabalhos de Edgar Allan Poe que vão sendo inseridos em todos os episódios e encadeando a narrativa.
Os episódios ganharam títulos retirados dos contos de Poe, com exceção do primeiro que tem como nome um verso do poema "O corvo" e, embora não sejam fiéis ao desenvolvimento dos enredos originais, se apropriam das ideias dos contos, de algumas situações e conservam principalmente o horror psicológico presente na obra do escritor.
Começa devagar e acaba envolvendo a partir do final do segundo episódio com seu impactante desfecho. As mortes são chocantes, no estilo slasher, mas pontuais e visualmente deslumbrantes, como a morte de certo personagem que envolve espelhos sendo quebrados, se é que se pode falar isso de cenas com personagens sendo mortos.
Esteticamente a série é belíssima, com um cuidado na ambientação e nos figurinos, cada personagem tem sua personalidade refletida nas roupas e na maquiagem que usa.
Mike Flanagan trabalha novamente com vários atores de suas produções anteriores como sua esposa Kate Siegel, Henry Thomas, Zach Gilford, Carla Gugino, esta o maior destaque do elenco em um personagem sedutor, enigmático e fundamental para a narrativa. Há divergências sobre quem ela seria, uma entidade sobrenatural ou a própria morte.
Para quem conhece a obra de Edgar Allan Poe, percebe que na verdade a série não é uma adaptação de seus escritos, mas sim um conjunto de referências deles. Podemos enumerar dezenas delas e tive que assistir a alguns vídeos que analisaram a série para poder reconhecer várias que vão além das óbvias como os títulos dos episódios retirados de seus contos.
Dentro de cada episódio se entrelaçam cenas e ideias de outros contos além daquele que dá título ao episódio. Todos os personagens tem seus nomes retirados de alguma obra de Poe mas há também referências à vida pessoal do autor, como Elisa, o nome da mãe de Roderick e Madeline, que é o nome da mãe de Poe. Poemas seus são recitados em vários episódios, até pequenas citações e frases de sua obra podem ser encontradas no roteiro. É impossível relacionar todas as referências sem deixar o texto longo demais.
Como disse, os episódios não seguem literalmente as narrativas originais, o que não é ruim, se você não for um fanático pela obra do escritor americano e exigir fidelidade, vai curtir essa viagem do universo de Poe para os dias atuais mas é uma jornada que traz novidades pelo caminho, conservando a morbidez e a melancolia de sua obra em meio a toques de celular, redes sociais e Inteligência Artificial, para alguns pode soar criativo e original e para outros uma heresia, fico com a primeira mas continuo apreciando as muitas adaptações clássicas sem modernidades e ambientadas na mesma época em que Poe imaginou suas narrativas.
A teceira temporada de "The Bay" traz uma grande mudança no elenco. Sua protagonista, a detetiva Lisa não está neste ano, nem aparece, apenas é dito que ela foi embora trabalhar em Manchester. A equipe, com exceção do chefe, também é toda nova.
Gostava mais de Lisa, mas Jen (Marsha Thomason) também tem uma boa atuação e uma família igualmente complicada, com um namorado e conflitos entre os filhos dela e a filha dele, mas pelo menos para ela o ex-marido é compreensivo e diferente do ex de Lisa. Além disso, Jen vinha de outra cidade por causa do namorado, diretor do colégio de Morecambe e teria que se adaptar à nova vida, assim como seus filhos.
O que me decepcionou nesta terceira temporada é a trama bastante arrastada e a família da vítima que não gera empatia. O enredo do boxeador assassinado, acaba não envolvendo e as cenas com sua família acabam soando repetidas. A revelação do assassino não é lá muito surpreendente e depois de tanta enrolação, perde o impacto, embora ainda seja uma boa série que mistura investigação e drama, escorrega um pouco nessa terceira temporada.
tem também um plot twist, pois no quarto episódio descobrimos que o assassino é o DJ da casa noturna, para depois ser revelado que o verdadeiro "cabeça" dos assassinatos é o apresentador de TV, muito apropriadamente alguém que queria os holofotes para seus crimes. Ele era a personalidade dominante, já que os psicopatas cometiam os assassinatos em dupla.
e inclui entre as vítimas a apresentadora da TV, uma das protagonistas, e a namorada do procurador, quando já imaginávamos que o coitado teria um final feliz ao lado da amada, após ter a família assassinada, ainda na infância.
O elenco tem boas atuações e as reviravoltas na trama são coerentes, além do ritmo narrativo adequado.
Blum mata Edwin e fica com seu celular ligado! NInguém pensou em rastrear o aparelho depois do sumiço dele? Blum chega a conclusão que Ludwig, o médico seria o último do grupo de assassinos depois que o estrangula, já que ela acreditava serem quatro, mas como se ela viu no hospital que dois deles ainda conversavam, quando ela achava que restava apenas um deles já que havia matado três? Massimo a convida para jantar e depois planeja matá-la? Mas ela não podia ter contado para a família e o mundo que ia jantar com ele, como de fato contou para Reza que foi em seu socorro? A cena absurda de Blum, após receber a injeção de insulina se arrastando pelo corredor, tomando um refrigerante e voltando a tempo de estrangular o médico. Digna de uma super heroína. A incrível facilidade com que a agente funerária mata as pessoas em um cidade pequena e ninguém a vê saindo das cenas de crime. Ficamos sem saber o que Blum fez com o corpo de Edwin depois de esquartejá-lo, o mesmo para o dono do restaurante, Reza diz que vai cuidar dele, mas não sabemos como se livra do corpo. Livrar-se de corpos, mesmo esquartejados, não deve ser uma tarefa tão simples.
Segue a linha Dexter, o serial killer que só matava assassinos., é claro
que isso não faz de Blum menos psicopata que suas vítimas, principalmente quando é revelado que ela havia matado seus pais buscando vingança pelos abusos sofridos. Convenhamos que ser trancada dentro de um caixão deve gerar vários traumas.
descobrimos que o marido, que a conheceu quando socorreu Blum no dia da morte dos pais, sabia que ela os havia assassinado e parece não ter se preocupado com isso a ponto de casar e ter filhos com ela. Se ela estava traumatizada pelos abusos e tinha instintos assassinos, qual o problema né?
O segundo ano da série tem Lisa (Morven Christie) ainda suspensa das atividades de campo em decorrência dos problemas enfrentados no caso do desaparecimento dos gêmeos da temporada anterior.
CONTÉM SPOILERS:
O assassinato de Stephen, um pai de família durante um churrasco tranquilo em sua residência, leva os detetives Lisa e Med (Taheen Modak) a se unirem novamente para desvendar o caso. Lisa consegue se infiltrar com mais facilidade entre os parentes da vítima e descobre que a família aparentemente feliz esconde muitos conflitos.
Lisa se depara agora com a volta do ex-marido que quer a reconciliação e tem que enfrentar a resistência de sua mãe, a desconfiança dos filhos e a sua própria insegurança em relação a crer nas boas intenções do homem que havia abandonado há anos.
A nota triste da temporada é a morte de Med num atropelamento criminoso quando investigava as relações da imobiliária da família da vítima com mafiosos, caso que termina sem solução ao final da temporada.
Já o assassinato é resolvido e não tem nada a ver com a máfia com quem o patriarca e dono da imobiliária se envolveu, mas foi uma conspiração do amante da esposa de Stephen, que contrata um assassino de aluguel. A esposa não sabia das intenções do homem com quem se envolveu.
O elenco é muito bom, todos tem atuações bastante convincentes e o desenvolvimento da narrativa, como na primeira temporada, dosa o drama com o enredo policial de forma bastante equilibrada.
Ótima série inglesa que faz uma perfeita junção entre a trama policial e o drama, se preocupando com o aspecto humano da narrativa não deixando de lado o bom enredo investigativo.
CONTÉM SPOILERS:
Filmada na bela Morecambe Bay, noroeste da Inglaterra, acompanha o desparecimento de irmãos gêmeos, um garoto e uma garota. A investigação é comandada pela detetive Lisa Armstrong (Morven Christie), que é o que eles chamam de "oficial de família", a ponte entre a polícia e a família da vítima, e o detetive novato Ahmed 'Med' Kharim (Taheen Modak). Lisa tem uma vida pessoal bastante complicada, separada do marido e com dois filhos adolescentes, ambos com comportamentos disfuncionais, Abbie, que se envolve com um traficante de drogas e Rob, que passa a roubar lojas impulsionado por um grupo da internet, que depois passa a chantageá-lo.
Se não bastasse os problemas com os filhos, Lisa descobre que havia transado com o pai dos gêmeos, que conhece após uma noitada em um pub da cidade e na noite do sumiço dos jovens, ela resolve esconder isso, uma falta grave, que acaba gerando sua suspensão.
Mesmo afastada da investigação, é Lisa quem acaba solucionando o caso cuja revelação é um pouco decepcionante, mas também inesperada.
Paralelamente à investigação do desaparecimento dos gêmeos e posteriormente o assassinato, já que o garoto aparece morto, outra plot que ganha importância é o envolvimento de Abbie com o traficante.
As atuações são muito boas, com destaque para a protagonista, que mostra com olhares e gestos a empatia com as família das vítimas, além do seu próprio sofrimento, por enganar seus colegas e superiores ocultando sua falha e os constantes problemas com os filhos. Muitas vezes Lisa também destratou Med, o que gerou conflitos no início da parceria, mas ele demonstrava admiração pela competência da detetive.
Esta segunda temporada, tem uma trama menos complexa. O cenário finlandês, com seu clima extremamente frio, dá o ar sombrio que a narrativa necessita.
Os detetives protagonistas Sofia Karppi (Pihla Viitala) e Sakari Nurmi (Lauri Tikanen) tem boas atuações. O enredo se preocupa em desenvolver os problemas enfrentados por seus protagonistas em suas vidas pessoais, Sofia com seus filhos e Sakari que reluta em assumir um filho indesejado. Existe uma tensão sexual entre eles, embora nada se consume., mas não consigo torcer para que o relacionamento realmente aconteça, já que Sofia é um personagem extremamente egocêntrico e difícil de criar empatia.
Nesta segunda temporada, a investigação aponta para vários caminhos, e descobrimos ao final que havia mais de um assassino, uma mãe que vinga a morte do filho e um serial killer que mira sua fúria assassina em jovens traficantes. A identidade do serial killer, que é um membro da polícia, chega a surpreender, mais pelo personagem não ter importância no enredo, do que propriamente por mérito do roteiro. Há um exagero nas cenas finais, como a fuga dos detetives no helicóptero e a salvação heroica de Sakkari por Sofia, em contraponto com uma narrativa mais lenta e realista que a série havia adotado até então.
Há também uma trama que envolve a prefeita da cidade, dando politização ao enredo mas
o grande segredo da prefeita quando revelado não parece tão grave e resulta numa cena rápida entre a política e Sofia, que não justifica o tempo de narrativa que levou até ser elucidado. Na cena que fecha a temporada, descobrimos que o filho que havia motivado os assassinatos por parte da mãe vingativa, não estava morto.
A série continua desenvolvendo sua narrativa de forma envolvente. Apenas Louise (Natalie Madueño) volta para essa segunda temporada. O outro detetive protagonista da primeira, não retorna e não há explicações.
SPOILERS
O psicológico dos personagens é um fator fundamental na narrativa, e nesta vemos os problemas familiares enfrentados pelo serial killer, sua interação com o filho e com a ex-esposa, seus traumas com a separação dos pais. Também vemos os problemas de Louise com o namorado, sua relutância em assumir um compromisso em contraponto a outra detetive que a auxilia na investigação, que tem uma vida familiar estável, casada há anos e com filhos.
Não há preocupação em ocultar a identidade do assassino, já que o enredo se concentra mais em analisar suas motivações e sua personalidade.
Louise continua com seus erros de diagnóstico, a ponto de se envolver sexualmente com o serial killer, o que, ao mesmo tempo que demonstra sua humanidade também não justifica a polícia desejar sua colaboração diante de seus erros profissionais, e de certa forma, é uma falha do roterio.
Mesmo assim, a série não aposta em super heróis e cenas mirabolantes, o que dá certa verossimilhança ao roteiro que é desenvovido com mais acertos que erros.
Outra boa produção nórdica, esta vinda da Dinamarca, não tão boa quanto outra série dinamarquesa que assisti, a excelente "Departamento Q".
A dupla de protagonistas, o detetive Jan (Kenneth M. Christensen) e a psicóloga Louise (Natalie Madueño), tem boa química, ambos se recuperam de traumas pessoais, ele de um surto psicótico e ela de um erro de diagnóstico, que resultou na morte do seu paciente e dos pais dele.
CONTÉM SPOILERS:
A série se preocupa em abordar o psicológico dos personagens, temos flashbacks do passado dos dois psicopatas responsáveis pelo sequestros e mortes das mulheres., mostrando acontecimentos que moldaram a personalidade perturbada de ambos.
A princípio pensamos que Stine (Signe Egholm Olsen, em ótima atuação) é ameaçada por Anders (Mads Riisom) e por isso colabora com os assassinatos, mas depois entendemos que a personalidade dominante e sádica é Stine, pois nenhum passado traumático justifica a crueldade com que trata suas vítimas. A cena em que Stine queima a carta diante de Emma, que havia prometido entregar para os pais dela é de uma desumanidade própria de personalidades psicóticas. Não bastava manter as vítimas presas, sofrendo estupros, desnutridas, passando por provações físicas, ela sentia enorme prazer em submetê-las também a torturas psicológicas.
Acho que Louise comete muitos erros em seus diagnósticos que tem sérias consequências como a fuga de Stine, para ser considerada assim tão "expert" a ponto da polícia insistir na sua participação nas investigações e dizerem algo como "não foi culpa sua"... foi sim.
Ao final, Stine é condenada por seus crimes, hediondos, mas para nós, passar anos em uma prisão na Dinamarca, algo como um hotel 3 estrelas se comparada às prisões brasileiras, me parece uma punição bem branda. Sorte dela ser psicopata em país de primeiro mundo e IDH altíssimo!
demora-se a entender que Hannah estava ao lado do pai/sequestrador, manipulada que foi durante os anos de cativeiro. Muita gente nos comentários com raiva da menina, mas passar 12 anos, toda a sua vida, trancada não tendo nenhum contato com o mundo exterior e acreditando em tudo que diz o homem que vê todos os dias e a quem chama de pai. Ela não tinha nenhuma outra referência, seu mundo eram aquelas paredes, aquele homem e as "mães" que se sucediam uma após a outra. Descobrimos depois que o sequestrador não é o pai biológico de Hannah, não fica claro se ele sabia disso, mas a ligação que tinha com a suposta filha era bem maior que a tinha com o filho, este sim filho biológico, sem dúvida.
O que é essa menina Naila Schubert? Excelente como Hannah, com seu olhar frio, perdido, ao mesmo tempo ardilosa e inocente. Todo o elenco em geral está bem, mas o destaque fica por conta da menina, a verdadeira protagonista da série.
Alguns pequenos deslizes, mas nada que comprometa a narrativa, que cativa e envolve até seu final. Um grande acerto da Netflix, também vinda da Alemanha, como a instigante e desafiadora série "Dark".
A série começa bem, tem bom desenvolvimento, abordando a saúde mental de policiais em um caso de serial killer que lembra "Seven", aliás mais um filme/série que se inspira no famoso filme de 1995.
O problema é que depois de um desenvolvimento sombrio, mostrando crimes hediondos e a perturbação mental do protagonista, se recuperando de um surto psicótico, o final opta por um desfecho forçado e caricato.
O serial killer, que se mostrou inteligente, capaz de elaborar os mais diferentes planos para eliminar suas vítimas, é assassinado pela sua esposa, que parece ser a verdadeira mentora dos crimes, mostrando ser quase um retardado. Além disso sua morte é absurda, num aeroporto lotado, com a assassina saindo tranquilamente, disfarçada de homem!
O final simplesmente é confiltante com tudo que a série mostrou até sua conclusão e as atuações são apenas medianas.
Úrsula Corberó d "La Casa de Papel" se mostra uma atriz de recursos e segura muito bem o protagonismo em um personagem controverso e antipático.
Se tudo que a série mostrou for verdade, já que foi baseado num caso real de assassinato ocorrido na Espanha em 2017, Rosa Peral era manipuladora, adúltera, mentirosa, narcisista e vingativa, além de assassina, obviamente. A narrativa toma claramente um lado e ele é contra Rosa. Pelo que li, mesmo na cadeia, sua personalidade e atitudes não mudaram, arrumou diversas brigas, se envolveu com gangues e acabou sendo transferida para uma das penitenciárias mais seguras da Espanha.
Acho que 8 episódios deixaram a série extensa e cansativa com várias cenas desnecessárias, tudo poderia ser mais resumido o que tornaria a narrativa mais ágil, apesar disso, o desenvolvimento é envolvente.
Ao contrário da maioria, achei que a terceira temporada deu uma revigorada na série voltando com seu texto absurdamente irônico e debochado, que é reforçado nesta quarta, principalmente até sua metade.
Joe (Penn Badgley, que segue perfeito no personagem), agora assumiu a identidade de Jonathan, professor em Londres fugindo de sua vida (e de seus crimes) nos EUA e acaba se enturmando com jovens da elite britânica, entre herdeiros e representantes da realeza como a sem noção Lady Phoebe, numa crítica ácida à cultura de celebridades.
Nesses episódios temos um texto cheio de sarcasmo e algumas citações que vão de filmes famosos a Agatha Christie, e nada mais britânico do que a dama do suspense.
Andando por Notting Hill, o pitoresco bairro londrino, Joe diz "estou me sentindo em um filme de Hugh Grant". (Julia Roberts também está no filme, mas é americana).
Ao chegar em uma belíssima e suntuosa propriedade onde vai passar o fim de semana com seus amigos ricos, imediatamente Joe fala em "Downton Abbey" (que foi o que me veio a mente quando vi a mansão) e fugindo de um desses ricos que quer caçá-lo nos jardins da propriedade, outra frase sarcástica "me sinto em "The Crown" dirigida por Guy Ritchie").
Quando os riquinhos começam a ser assassinados e Joe sabe que não foi ele quem matou, começa a ler Agatha Christie buscando inspiração para descobrir o assassino imaginando que as dicas da escritora inglesa o ajudariam e agindo como seu mais famoso personagem, o detetive Hercule Poirot. É nesse momento que o enredo
tem um plot twist, que apesar de ser até clichê, me surpreendeu. São duas revelações, quando descobrimos que o assassino dos ricos era Rhys Montrose, que não surpreende ninguém, já que ele seria o único com inteligência para arquitetar os assassinatos e a segunda revelação, esta sim a reviravolta, que Rhys não existia, pelo menos não o Rhys que interagia com Joe, ele era uma projeção da mente perturbada do protagonista. Então temos uma conveniência de roteiro, porque Tom Lockwood pede que Joe mate Rhys (o real), se ele mesmo, com tanto poder e dinheiro poderia tê-lo feito, como fez quando mandou matar Adam? Porque Joe tinha que matar o verdadeiro Rhys e descobrir que aquele com quem interagia, não existia. Era seu "lado sombrio". Como Joe está em eterna negação que é um psicopata (a ponto de achar que apenas Love, sua esposa, era uma desequilibrada), nada mais natural que culpar "outra pessoa" pelos seus crimes.
Ed Speleers, além de ser lindo, está ótimo como Rhys Montrose,
Joe mata Edward, namorado de Nadia, na rua em plena luz do dia, e a incrimina, a garota que ajuda a salvar Marienne, acaba presa. Quase todos que cruzam o caminho de Joe, acabam mortos ou com a vida arruinada. Enquanto isso, o nosso psicopata, termina num "happy end" com a pedante Kate, que resolve aceitar a fabulosa herança do pai, sem saber que o seu namorado foi o assassino dele.
Segundo li, a quinta temporada será a última, é bom que seja, pois apesar de achar que o texto continua afiado, o que deixa a temporada bastante divertida, as situações estão repetitivas e a fórmula dá claros sinais de esgotamento.
Na HBOMAX, "Sangue revolto" está indicado como terceira temporada com 4 episódios. A narrativa é baseada em um livro que não li, portanto não analiso comparando, achei confusa e arrastada.
Começa com Strike sendo procurado por uma mulher que pede que ele ache sua mãe que desapareceu em 1974, segue-se uma série de pistas falsas, muitos personagens, tudo encadeado de forma desordenada e difícil de acompanhar, tornando difícil manter o interesse.
identidade do assassino, uma velhinha da comunidade, que é na verdade uma serial killer, ficou parecendo aquelas de livros da Agatha Christie. Não foi ruim, apenas tipicamente inglês
Ficamos conhecendo os pais adotivos de Cormoran, sua difícil relação com o pai biológico e
uma comovente sequência com a morte de sua mãe adotiva em que vemos o detetive derrubar sua couraça e mostrar todo seu sofrimento e humanidade.
A relação entre Cormoran e Robin continua atrativa, a forma como alternam a inegável atração e o medo de consumá-la perdendo a amizade e o companheirismo, tem rendido boas cenas, embora para quem assiste, fique a decepção de não ver o casal unido romanticamente.
A segunda temporada começa mais lenta que a primeira, apresentando seus personagens de forma mais demorada porém detalhada, para a partir do quarto episódio ganhar uma reviravolta que a deixa tão sensacional quanto o primeiro ano da série.
Ellie (Julia Jentsch) e Winter (Nicholas Ofczarek) estão ambos dilacerados pelos acontecimentos do caso anterior, ela psicologicamente, com crises de pânico e ele físicamente pelo atentado sofrido na última e chocante cena da temporada anterior e também mentalmente com sonhos perturbadores. A dupla de protagonistas novamente dá um show de atuação demonstrando todo seu sofrimento físico e mental com gestos e expressões precisas.
Por um acontecimento ocorrido durante uma operação policial, Ellie é afastada e seu personagem permanece ausente durante os próximos três episódios. O protagonismo é dado para a policial Yela (Franziska von Harsdorf, também em muito boa atuação), que ao lado de Winter começa a investigar os assassinatos. A ausência de Ellie faz sentido e prepara a reviravolta da narrativa.
Não há preocupação em esconder a identidade do assassino, já que o relevante da série é mostrar o seu perfil psicológico e o faz de forma tão certeira, que compreendemos todas as implicações da personalidade perturbada
de Singer, o irmão mais novo da tradicional e riquíssima familia Gossen, que se torna um assassino serial, protegido pelo irmão mais velho Wolfgang, ele também uma mente transtornada, ambos dominados pela mãe possessiva e cruel. Os intérpretes dos irmãos também tem performances excelentes. Wolfgang amedrontado sempre à beira de um surto psicótico e Singer, com sua expressão tranquila e fala mansa escondendo sua fúria assassina. Ao final, descobrimos que o assassino da policial Yela foi Wolfgang e que Winter se sujeita a roubar a prova do crime para poder realizar a cirurgia que o traria de volta ao trabalho policial, o que também o faz se tornar inimigo de Ellie que descobre a sua traição. Aliás Yela, foi um ótimo personagem, que infelizmente teve uma breve participação na série.
Além dos protagonistas, todo o elenco tem boas atuações, dando credibilidade à narrativa. A produção é excelente, com bela fotografia em cenários deslumbrantes.
A série já tem uma terceira temporada lançada em maio de 2023, que ainda não chegou ao Brasil. Espero que não demore.
Uma excelente série fora do eixo EUA-Reino Unido. Produção Austro-alemã.
O que a princípio não traz grandes novidados, pois a trama é a investigação e perseguição a um serial killer, encontra seu diferencial no aprofundamento psicológico da dupla de detetives que tem seus dramas pessoais abordados em conjunto com o enredo policial de forma muito bem equilibrada, ancorada na ótima atuação de seus intérpretes.
Embora também unir dois personagens em conflito, um desiludido policial de aparência suja com uma entusiasmada e astuta policial, também seja um clichê, a relação deles se desenvolve de maneira tão coesa, que nos envolvemos e criamos de fato uma relação de empatia com esses personagens.
Começa com a descoberta de um corpo exatamente na fronteira entre a Áustria e a Alemanha, fazendo com que a investigação se divida entre os dois países e acabe unindo estes dois personagens antagônicos, a alemã Ellie Stocker e o austríaco Gedeon Winter.
Ellie é honesta, astuciosa, seguidora de regras mas tem um caso com o chefe casado e Winter tem todos os defeitos possíveis, carece de higiene pessoal, educação, sensibilidade e tem um envolvimento com corrupção. Pessoas possíveis, sem maniqueísmo, não somente personagens de ficção.
do assassino é feita logo, pois a identidade do assassino não é o ponto mais relevante da série. Sabemos quem ele é, mas o que depois mais interessa é como funciona a mente dele, sua perturbação e distorções da realidade. Quando mostra alguma humanidade, ajudando a imigrante que se abriga em sua cabana após sofrer uma tentativa de estupro, isso logo se dissipa, quando não hesita em matá-la após saber que ela descobriu sua identidade. Um tantinho decepcionante seja a forma como alguém com a inteligência dele, especialista em tecnologia, deixa-se prender facilmente e cujo plano final é suicidar-se levando consigo a mulher pela qual teria se apaixonado.
Produção de qualidade, com cenários deslumbrantes em meio às montanhas e à neve, linda fotografia em branco e cinza, tons frios que refletem a trama sombria e macabra.
Segunda temporada do remake da famosa série dos anos 80. Como em todas as antologias a temporada tem episódios bons e outros apenas de medianos para ruins.
Em cada episódio dois contos são apresentados, com exceção do quinto e do sétimo em que temos apenas uma narrativa. Mantendo a transição entre as histórias com a clássica caveira e uma simulação de quadrinhos.
Algo comum em quase todos os contos é que os personagens com desvios de caráter são sempre punidos. Egoístas, abusivos, assassinos, desonestos quase sempre encontram um final trágico. Essa “lição de moral” também era comum nos filmes de antologia de décadas anteriores como aqueles dos anos 60, quando estes filmes em episódios eram bem comuns . ALGUNS SPOILERS!
Episódio 1 "Garoto modelo" - Um garoto fanático por filmes de terror e bonecos de animação realiza vingança contra o tio abusivo e violento. "TV aberta dos mortos" - o caos é instalado num estúdio de TV quando um livro misterioso revive um demônio secular. Muito humor negro envolvendo a selvagem busca pela audiência.
Episódio 2 "Mortos e café da manhã" - uma mulher quer explorar a casa que foi da sua avó, uma famosa serial killer. Crítica humorada à cultura de celebração à assassinos seriais. "Pesticida" - narrativa nonsense sobre um exterminador de insetos.
Episódio 3 “Apagão certo” – o melhor episódio da temporada ao lado de “Show das criaturas noturnas”, narrativa que intriga com final impactante. Alegoria sobre como o egoísmo humano pode ser responsável pelo final do mundo e da raça humana. “Rivalidade entre irmãos” – Conto de vampiros adolescentes, não empolga.
Episódio 4 “Gritos nos canos” – episódio daqueles com efeitos especiais que causam nojo, em que os moradores de um edifício se vingam de sua proprietária cruel. “Dentro das paredes da loucura” – intrigante episódio sobre um homem acusado de um massacre e que mostra a todos que não era louco. Para mim seria mais interessante se o final não fosse tão explícito e ficasse num meio termo entre loucura e sobrenatural.
Episódio 5
“Show das criaturas noturnas” – o melhor episódio da temporada (ao lado de “Apagão certo”). Um divertido e genial exercício de metalinguagem. Um cientista inventa uma máquina que o habilita a entrar no filme de sua preferência, no caso a produção de 1972 “Expresso do horror” com os icônicos Peter Cushing e Christopher Lee. O final é inteligente e muito divertido mas com dispensáveis dois minutos adicionais.
Episódio 6 “Tipo de sobrevivente” – episódio produzido totalmente em animação. Um homem fica preso em uma ilhota deserta e ao não ter mais alimentos toma uma decisão radical para tentar sobreviver. O cara era um médico escroto que vendia receitas e traficava drogas, novamente outro personagem mau caráter que é castigado. Baseado em conto de Stephen King. “Twitando do circo dos mortos” – outro episódio produzido totalmente em animação. Divertida narrativa sobre uma entediada garota cuja família resolve parar o carro durante uma viagem em um circo muito estranho com consequências terríveis.
Episódio 7 “Metamorfos anônimos” – seres que se transformam em lobisomens e outros “animais” e travam uma batalha contra papai-noéis demoníacos. Achei a história longa e infantilóide. Este era um conto que poderia ter se resumido a 20 minutos.
que é encontrado morto com as vísceras retiradas em uma espécie de ritual macabro.
As investigações ficam num vaivém interminável e um tanto cansativo com uma solução final um pouco decepcionante.
A dupla de protagonistas continua em perfeita sintonia, e nos pegamos torcendo para que Cormoran nem pense em voltar para a noiva antipática e que Robin desista do casamento com o noivo "mauricinho".
Hierro (2ª Temporada)
3.6 2A segunda temporada conseguiu ser melhor que a primeira.
Dias (Dario Grandinetti, excelente) pensa que estava livre dos problemas, mas nessa segunda temporada sua situação é ainda pior, pois pessoas interessadas em comprar o terreno do seu bananal para construir um resort, acabam ameaçando sua vida.
Em outra plot na temporada, um casal divorciado briga pela guarda das filhas, colocando a juíza Candela Montes (Candela Peña, ótima) no centro do conflito, até que
o marido é assassinado, o que cria o "quem matou" acrescentando mais mistério à trama.
A identidade do assassino, a filha mais velha do casal, surpreende e dramatiza ainda mais a situação, porque não faz concessão para um final feliz.
A juíza Candela também sofre um atentado, numa cena eletrizante e tensa.
Já que não houve terceira temporada, a série encerra bem sua trama, com um desfecho bastante coerente.
Uma Família Quase Perfeita
3.3 42 Assista AgoraÉ um tanto cansativo, muitos flashbacks, cenas do ponto de vista de mais de um personagem e no final
não existe nenhuma reviravolta, o que até era insinuado pelo desenvolvimento da narrativa, e Stella era mesmo culpada como sabemos desde o começo, só a surpresa era que a amiga estava envolvida.
É claro que o título da série é uma ironia, pois a família quase perfeita, está muito distante disso, os personagens não geram empatia e fica difícil se preocupar com seus destinos.
A Bilionária, o Mordomo e o Namorado
3.5 13 Assista AgoraO documentário tem uma edição ágil e mantém o interesse conforme a história vai sendo contada.
É o típico exemplo de como os muito ricos tem um séquito em volta deles que na maioria das vezes estão apenas interessados em lucrar com essa proximidade.
A série fala sobre Liliane Bettencourt, maior acionista da gigante de cosméticos L'Oreal, dona de uma fortuna de bilhões de euros, e como todos que gravitavam em torno dela estavam mais interessados em seu dinheiro do que em seu bem estar, desde familiares até funcionários e amigos.
O suposto "namorado", era assumidamente homossexual e não tinha ligação romântica com ela, mas era um companheiro de passeios, jantares e a fazia feliz, como ela mesmo dizia, mas se aproveitava da influência que tinha sobre ela e ganhou presentes que somaram mais de 700 milhões de euros, além de chegar a aparecer em seu testamento como único herdeiro.
A série desvenda como foi esse relacionamento abusivo, até o momento que vieram à tona "contribuições" que Madame Bettencourt, pagava a políticos e, é claro, no caso dos políticos, não houve punição, como acontece por aqui.
Mais ou menos podemos dizer que dinheiro nem sempre traz felicidade, mas é clao que não sou hipócrita e dizer que ter dinheiro não é bom. Tem que saber lidar com os incovenientes que às vezes ter muito dinheiro pode trazer, é claro que Madame Bettencourt não soube e aqueles que a rodeavam se aproveitavam disso.
Além da Imaginação (1ª Temporada)
4.1 83Terceiro revival da série clássica de 1959, já que não pode ser considerado remake porque as histórias são inéditas, com exeção de dois episódios que são remakes "Dead Man's eyes" e "Eye of the beholder", este um dos episódios mais lembrados de toda a série e aqui é praticamente um refilmagem quadro a quadro do episódio original.
O episódio 30, "It's still a good life" é uma curiosa sequência de um episódio da terceira temporada da série original "It's a good life" em que Billy Mumy (Perdidos no Espaço) retoma o mesmo personagem feito em 1961 agora com uma filha, curiosamente a menina, Liliana Mumy, é filha dele na vida real e mostra talento.
Alguns episódios bons, destaco o primeiro "Evergreen" e o quinto "Cradle of darkness" , outros medianos e outros ruins, como é normal em uma temporada com mais de 40 episódios mas não consegue rivalizar com a série original que é um clássico absoluto e ocupa o imaginário de todos aqueles que apreciam uma ótima série, intrigante, ousada e à frente de sua época.
De qualquer forma é válida a recriação para apresentar "Twilight zone" às novas gerações, que se recusam a assistir uma antiga produção em preto e branco com efeitos simplistas e antiquados, mesmo que seja genial.
Law & Order (21ª Temporada)
3.7 3Treze anos depois de sua última temporada, "Lei e Ordem", a franquia original retorna com novos episódios.
Dos personagens da antiga série, retornam Sam Waterston vivendo o Procurador Jack McCoy, que participou da série desde sua terceira temporada e Anthony Anderson no papel do detetive Kevin Bernard, que participou apenas das duas últimas temporadas antes do hiato de treze anos.
A série voltou exatamente com a mesma linha narrativa, um assassinato acontece, a investigação e na segunda parte o julgamento, com suas minúcias jurídicas.
A equipe investigativa com Jeffrey Donovan, Anderson e Camryn Manheim formam uma equipe ágil e dinâmica, mas Hugh Dancy e Delya Halevi não convencem como os promotores, por mais humanos que queiram parecer, parecem pouco profissionais.
Os episódios tem bons roteiros, com temas atualizados, mas pendem para um lado e acabam fazendo panfletagem, o que acho prejudicial ao desenvolvimento das narrativas.
De qualquer forma, para mim foi bem vinda a volta da série, que é uma das minhas preferidas.
Hierro (1ª Temporada)
3.8 5 Assista AgoraA Espanha tem apresentado boas produções no gênero suspense/policial, tanto séries quantos filmes e este é mais um bom exemplo.
A locação nas Ilhas Canárias já é uma atração à parte.
Personagens bem construídos e ótimas interpretações, como Candela Peña que vive a juíza Candela Montes, que como punição é transferida para Hierro, uma linda ilha, mas a mais remota do arquipelágo das Canárias. Lá ela entra em conflito com os moradores e os costumes locais, ao mesmo tempo que convive com um drama pessoal, o filho portador de uma doença cerebral que exige cuidados constantes,
O outro protagonista, o ator argentino Dario Grandinetti também em excelente atuação, vive Dias, o traficante charmoso e boa gente, que é o principal suspeito do assassinato, mote desta primeira temporada.
A identidade do assassino, é surpreendente, revelada bem antes do final da temporada, quando o filho do padeiro comete seu segundo assassinato.
A perseguição final resulta um tanto exagerada, partindo para um ritmo de ação que a série até então não tinha, mas nada que estrague a trama envolvente e bem contada.
A Queda da Casa de Usher
4.0 287 Assista AgoraA série começa pelo final, pois já na cena inicial conhecemos as tragédias que se abatem sobre a família Usher e a partir daí veremos como essas tragédias se sucedem. O conto que dá nome à produção funciona como um elo entre várias citações de outros trabalhos de Edgar Allan Poe que vão sendo inseridos em todos os episódios e encadeando a narrativa.
Os episódios ganharam títulos retirados dos contos de Poe, com exceção do primeiro que tem como nome um verso do poema "O corvo" e, embora não sejam fiéis ao desenvolvimento dos enredos originais, se apropriam das ideias dos contos, de algumas situações e conservam principalmente o horror psicológico presente na obra do escritor.
Começa devagar e acaba envolvendo a partir do final do segundo episódio com seu impactante desfecho. As mortes são chocantes, no estilo slasher, mas pontuais e visualmente deslumbrantes, como a morte de certo personagem que envolve espelhos sendo quebrados, se é que se pode falar isso de cenas com personagens sendo mortos.
Esteticamente a série é belíssima, com um cuidado na ambientação e nos figurinos, cada personagem tem sua personalidade refletida nas roupas e na maquiagem que usa.
Mike Flanagan trabalha novamente com vários atores de suas produções anteriores como sua esposa Kate Siegel, Henry Thomas, Zach Gilford, Carla Gugino, esta o maior destaque do elenco em um personagem sedutor, enigmático e fundamental para a narrativa. Há divergências sobre quem ela seria, uma entidade sobrenatural ou a própria morte.
Para quem conhece a obra de Edgar Allan Poe, percebe que na verdade a série não é uma adaptação de seus escritos, mas sim um conjunto de referências deles.
Podemos enumerar dezenas delas e tive que assistir a alguns vídeos que analisaram a série para poder reconhecer várias que vão além das óbvias como os títulos dos episódios retirados de seus contos.
Dentro de cada episódio se entrelaçam cenas e ideias de outros contos além daquele que dá título ao episódio. Todos os personagens tem seus nomes retirados de alguma obra de Poe mas há também referências à vida pessoal do autor, como Elisa, o nome da mãe de Roderick e Madeline, que é o nome da mãe de Poe. Poemas seus são recitados em vários episódios, até pequenas citações e frases de sua obra podem ser encontradas no roteiro. É impossível relacionar todas as referências sem deixar o texto longo demais.
Como disse, os episódios não seguem literalmente as narrativas originais, o que não é ruim, se você não for um fanático pela obra do escritor americano e exigir fidelidade, vai curtir essa viagem do universo de Poe para os dias atuais mas é uma jornada que traz novidades pelo caminho, conservando a morbidez e a melancolia de sua obra em meio a toques de celular, redes sociais e Inteligência Artificial, para alguns pode soar criativo e original e para outros uma heresia, fico com a primeira mas continuo apreciando as muitas adaptações clássicas sem modernidades e ambientadas na mesma época em que Poe imaginou suas narrativas.
The Bay (3ª Temporada)
3.1 3 Assista AgoraA teceira temporada de "The Bay" traz uma grande mudança no elenco. Sua protagonista, a detetiva Lisa não está neste ano, nem aparece, apenas é dito que ela foi embora trabalhar em Manchester. A equipe, com exceção do chefe, também é toda nova.
Gostava mais de Lisa, mas Jen (Marsha Thomason) também tem uma boa atuação e uma família igualmente complicada, com um namorado e conflitos entre os filhos dela e a filha dele, mas pelo menos para ela o ex-marido é compreensivo e diferente do ex de Lisa. Além disso, Jen vinha de outra cidade por causa do namorado, diretor do colégio de Morecambe e teria que se adaptar à nova vida, assim como seus filhos.
O que me decepcionou nesta terceira temporada é a trama bastante arrastada e a família da vítima que não gera empatia. O enredo do boxeador assassinado, acaba não envolvendo e as cenas com sua família acabam soando repetidas. A revelação do assassino não é lá muito surpreendente e depois de tanta enrolação, perde o impacto, embora ainda seja uma boa série que mistura investigação e drama, escorrega um pouco nessa terceira temporada.
Copycat Killer
3.8 14 Assista AgoraA série, como quase todas os filmes e séries asiáticos, tem várias reviravoltas.
A revelação do serial killer
tem também um plot twist, pois no quarto episódio descobrimos que o assassino é o DJ da casa noturna, para depois ser revelado que o verdadeiro "cabeça" dos assassinatos é o apresentador de TV, muito apropriadamente alguém que queria os holofotes para seus crimes. Ele era a personalidade dominante, já que os psicopatas cometiam os assassinatos em dupla.
O enredo não faz concessões
e inclui entre as vítimas a apresentadora da TV, uma das protagonistas, e a namorada do procurador, quando já imaginávamos que o coitado teria um final feliz ao lado da amada, após ter a família assassinada, ainda na infância.
O elenco tem boas atuações e as reviravoltas na trama são coerentes, além do ritmo narrativo adequado.
A Mulher dos Mortos (1ª Temporada)
3.5 39 Assista AgoraComo entretenimento é envolvente, embora existam muitas situações incoerentes, as chamadas "converniências de roteiro", que são muitas.
Blum mata Edwin e fica com seu celular ligado! NInguém pensou em rastrear o aparelho depois do sumiço dele?
Blum chega a conclusão que Ludwig, o médico seria o último do grupo de assassinos depois que o estrangula, já que ela acreditava serem quatro, mas como se ela viu no hospital que dois deles ainda conversavam, quando ela achava que restava apenas um deles já que havia matado três?
Massimo a convida para jantar e depois planeja matá-la? Mas ela não podia ter contado para a família e o mundo que ia jantar com ele, como de fato contou para Reza que foi em seu socorro?
A cena absurda de Blum, após receber a injeção de insulina se arrastando pelo corredor, tomando um refrigerante e voltando a tempo de estrangular o médico. Digna de uma super heroína.
A incrível facilidade com que a agente funerária mata as pessoas em um cidade pequena e ninguém a vê saindo das cenas de crime.
Ficamos sem saber o que Blum fez com o corpo de Edwin depois de esquartejá-lo, o mesmo para o dono do restaurante, Reza diz que vai cuidar dele, mas não sabemos como se livra do corpo. Livrar-se de corpos, mesmo esquartejados, não deve ser uma tarefa tão simples.
Segue a linha Dexter, o serial killer que só matava assassinos., é claro
que isso não faz de Blum menos psicopata que suas vítimas, principalmente quando é revelado que ela havia matado seus pais buscando vingança pelos abusos sofridos. Convenhamos que ser trancada dentro de um caixão deve gerar vários traumas.
Na cena de encerramento
descobrimos que o marido, que a conheceu quando socorreu Blum no dia da morte dos pais, sabia que ela os havia assassinado e parece não ter se preocupado com isso a ponto de casar e ter filhos com ela. Se ela estava traumatizada pelos abusos e tinha instintos assassinos, qual o problema né?
The Bay (2ª Temporada)
3.3 5 Assista AgoraO segundo ano da série tem Lisa (Morven Christie) ainda suspensa das atividades de campo em decorrência dos problemas enfrentados no caso do desaparecimento dos gêmeos da temporada anterior.
CONTÉM SPOILERS:
O assassinato de Stephen, um pai de família durante um churrasco tranquilo em sua residência, leva os detetives Lisa e Med (Taheen Modak) a se unirem novamente para desvendar o caso. Lisa consegue se infiltrar com mais facilidade entre os parentes da vítima e descobre que a família aparentemente feliz esconde muitos conflitos.
Lisa se depara agora com a volta do ex-marido que quer a reconciliação e tem que enfrentar a resistência de sua mãe, a desconfiança dos filhos e a sua própria insegurança em relação a crer nas boas intenções do homem que havia abandonado há anos.
A nota triste da temporada é a morte de Med num atropelamento criminoso quando investigava as relações da imobiliária da família da vítima com mafiosos, caso que termina sem solução ao final da temporada.
Já o assassinato é resolvido e não tem nada a ver com a máfia com quem o patriarca e dono da imobiliária se envolveu, mas foi uma conspiração do amante da esposa de Stephen, que contrata um assassino de aluguel. A esposa não sabia das intenções do homem com quem se envolveu.
O elenco é muito bom, todos tem atuações bastante convincentes e o desenvolvimento da narrativa, como na primeira temporada, dosa o drama com o enredo policial de forma bastante equilibrada.
The Bay
3.3 8 Assista AgoraÓtima série inglesa que faz uma perfeita junção entre a trama policial e o drama, se preocupando com o aspecto humano da narrativa não deixando de lado o bom enredo investigativo.
CONTÉM SPOILERS:
Filmada na bela Morecambe Bay, noroeste da Inglaterra, acompanha o desparecimento de irmãos gêmeos, um garoto e uma garota. A investigação é comandada pela detetive Lisa Armstrong (Morven Christie), que é o que eles chamam de "oficial de família", a ponte entre a polícia e a família da vítima, e o detetive novato Ahmed 'Med' Kharim (Taheen Modak). Lisa tem uma vida pessoal bastante complicada, separada do marido e com dois filhos adolescentes, ambos com comportamentos disfuncionais, Abbie, que se envolve com um traficante de drogas e Rob, que passa a roubar lojas impulsionado por um grupo da internet, que depois passa a chantageá-lo.
Se não bastasse os problemas com os filhos, Lisa descobre que havia transado com o pai dos gêmeos, que conhece após uma noitada em um pub da cidade e na noite do sumiço dos jovens, ela resolve esconder isso, uma falta grave, que acaba gerando sua suspensão.
Mesmo afastada da investigação, é Lisa quem acaba solucionando o caso cuja revelação é um pouco decepcionante, mas também inesperada.
Paralelamente à investigação do desaparecimento dos gêmeos e posteriormente o assassinato, já que o garoto aparece morto, outra plot que ganha importância é o envolvimento de Abbie com o traficante.
As atuações são muito boas, com destaque para a protagonista, que mostra com olhares e gestos a empatia com as família das vítimas, além do seu próprio sofrimento, por enganar seus colegas e superiores ocultando sua falha e os constantes problemas com os filhos. Muitas vezes Lisa também destratou Med, o que gerou conflitos no início da parceria, mas ele demonstrava admiração pela competência da detetive.
Deadwind (2ª Temporada)
3.7 23 Assista AgoraEsta segunda temporada, tem uma trama menos complexa. O cenário finlandês, com seu clima extremamente frio, dá o ar sombrio que a narrativa necessita.
Os detetives protagonistas Sofia Karppi (Pihla Viitala) e Sakari Nurmi (Lauri Tikanen) tem boas atuações. O enredo se preocupa em desenvolver os problemas enfrentados por seus protagonistas em suas vidas pessoais, Sofia com seus filhos e Sakari que reluta em assumir um filho indesejado. Existe uma tensão sexual entre eles, embora nada se consume., mas não consigo torcer para que o relacionamento realmente aconteça, já que Sofia é um personagem extremamente egocêntrico e difícil de criar empatia.
Nesta segunda temporada, a investigação aponta para vários caminhos, e descobrimos ao final que havia mais de um assassino, uma mãe que vinga a morte do filho e um serial killer que mira sua fúria assassina em jovens traficantes. A identidade do serial killer, que é um membro da polícia, chega a surpreender, mais pelo personagem não ter importância no enredo, do que propriamente por mérito do roteiro.
Há um exagero nas cenas finais, como a fuga dos detetives no helicóptero e a salvação heroica de Sakkari por Sofia, em contraponto com uma narrativa mais lenta e realista que a série havia adotado até então.
Há também uma trama que envolve a prefeita da cidade, dando politização ao enredo mas
o grande segredo da prefeita quando revelado não parece tão grave e resulta numa cena rápida entre a política e Sofia, que não justifica o tempo de narrativa que levou até ser elucidado. Na cena que fecha a temporada, descobrimos que o filho que havia motivado os assassinatos por parte da mãe vingativa, não estava morto.
À Procura do Assassino: Aqueles Que Matam (2ª Temporada)
3.5 7 Assista AgoraA série continua desenvolvendo sua narrativa de forma envolvente. Apenas Louise (Natalie Madueño) volta para essa segunda temporada. O outro detetive protagonista da primeira, não retorna e não há explicações.
SPOILERS
O psicológico dos personagens é um fator fundamental na narrativa, e nesta vemos os problemas familiares enfrentados pelo serial killer, sua interação com o filho e com a ex-esposa, seus traumas com a separação dos pais. Também vemos os problemas de Louise com o namorado, sua relutância em assumir um compromisso em contraponto a outra detetive que a auxilia na investigação, que tem uma vida familiar estável, casada há anos e com filhos.
Não há preocupação em ocultar a identidade do assassino, já que o enredo se concentra mais em analisar suas motivações e sua personalidade.
Louise continua com seus erros de diagnóstico, a ponto de se envolver sexualmente com o serial killer, o que, ao mesmo tempo que demonstra sua humanidade também não justifica a polícia desejar sua colaboração diante de seus erros profissionais, e de certa forma, é uma falha do roterio.
Mesmo assim, a série não aposta em super heróis e cenas mirabolantes, o que dá certa verossimilhança ao roteiro que é desenvovido com mais acertos que erros.
À Procura do Assassino: Aqueles Que Matam (1ª Temporada)
3.8 8 Assista AgoraOutra boa produção nórdica, esta vinda da Dinamarca, não tão boa quanto outra série dinamarquesa que assisti, a excelente "Departamento Q".
A dupla de protagonistas, o detetive Jan (Kenneth M. Christensen) e a psicóloga Louise (Natalie Madueño), tem boa química, ambos se recuperam de traumas pessoais, ele de um surto psicótico e ela de um erro de diagnóstico, que resultou na morte do seu paciente e dos pais dele.
CONTÉM SPOILERS:
A série se preocupa em abordar o psicológico dos personagens, temos flashbacks do passado dos dois psicopatas responsáveis pelo sequestros e mortes das mulheres., mostrando acontecimentos que moldaram a personalidade perturbada de ambos.
A princípio pensamos que Stine (Signe Egholm Olsen, em ótima atuação) é ameaçada por Anders (Mads Riisom) e por isso colabora com os assassinatos, mas depois entendemos que a personalidade dominante e sádica é Stine, pois nenhum passado traumático justifica a crueldade com que trata suas vítimas. A cena em que Stine queima a carta diante de Emma, que havia prometido entregar para os pais dela é de uma desumanidade própria de personalidades psicóticas. Não bastava manter as vítimas presas, sofrendo estupros, desnutridas, passando por provações físicas, ela sentia enorme prazer em submetê-las também a torturas psicológicas.
Acho que Louise comete muitos erros em seus diagnósticos que tem sérias consequências como a fuga de Stine, para ser considerada assim tão "expert" a ponto da polícia insistir na sua participação nas investigações e dizerem algo como "não foi culpa sua"... foi sim.
Ao final, Stine é condenada por seus crimes, hediondos, mas para nós, passar anos em uma prisão na Dinamarca, algo como um hotel 3 estrelas se comparada às prisões brasileiras, me parece uma punição bem branda. Sorte dela ser psicopata em país de primeiro mundo e IDH altíssimo!
Depois da Cabana
3.6 102 Assista AgoraOutra ótima produção europeia com desenvolvimento intrigante
demora-se a entender que Hannah estava ao lado do pai/sequestrador, manipulada que foi durante os anos de cativeiro. Muita gente nos comentários com raiva da menina, mas passar 12 anos, toda a sua vida, trancada não tendo nenhum contato com o mundo exterior e acreditando em tudo que diz o homem que vê todos os dias e a quem chama de pai. Ela não tinha nenhuma outra referência, seu mundo eram aquelas paredes, aquele homem e as "mães" que se sucediam uma após a outra.
Descobrimos depois que o sequestrador não é o pai biológico de Hannah, não fica claro se ele sabia disso, mas a ligação que tinha com a suposta filha era bem maior que a tinha com o filho, este sim filho biológico, sem dúvida.
O que é essa menina Naila Schubert? Excelente como Hannah, com seu olhar frio, perdido, ao mesmo tempo ardilosa e inocente. Todo o elenco em geral está bem, mas o destaque fica por conta da menina, a verdadeira protagonista da série.
Alguns pequenos deslizes, mas nada que comprometa a narrativa, que cativa e envolve até seu final. Um grande acerto da Netflix, também vinda da Alemanha, como a instigante e desafiadora série "Dark".
Ragdoll (1ª Temporada)
2.6 8 Assista AgoraA série começa bem, tem bom desenvolvimento, abordando a saúde mental de policiais em um caso de serial killer que lembra "Seven", aliás mais um filme/série que se inspira no famoso filme de 1995.
O problema é que depois de um desenvolvimento sombrio, mostrando crimes hediondos e a perturbação mental do protagonista, se recuperando de um surto psicótico, o final opta por um desfecho forçado e caricato.
O serial killer, que se mostrou inteligente, capaz de elaborar os mais diferentes planos para eliminar suas vítimas, é assassinado pela sua esposa, que parece ser a verdadeira mentora dos crimes, mostrando ser quase um retardado. Além disso sua morte é absurda, num aeroporto lotado, com a assassina saindo tranquilamente, disfarçada de homem!
O final simplesmente é confiltante com tudo que a série mostrou até sua conclusão e as atuações são apenas medianas.
Corpo em Chamas (1ª Temporada)
3.3 34 Assista AgoraÚrsula Corberó d "La Casa de Papel" se mostra uma atriz de recursos e segura muito bem o protagonismo em um personagem controverso e antipático.
Se tudo que a série mostrou for verdade, já que foi baseado num caso real de assassinato ocorrido na Espanha em 2017, Rosa Peral era manipuladora, adúltera, mentirosa, narcisista e vingativa, além de assassina, obviamente. A narrativa toma claramente um lado e ele é contra Rosa.
Pelo que li, mesmo na cadeia, sua personalidade e atitudes não mudaram, arrumou diversas brigas, se envolveu com gangues e acabou sendo transferida para uma das penitenciárias mais seguras da Espanha.
Acho que 8 episódios deixaram a série extensa e cansativa com várias cenas desnecessárias, tudo poderia ser mais resumido o que tornaria a narrativa mais ágil, apesar disso, o desenvolvimento é envolvente.
Você (4ª Temporada)
3.1 254 Assista AgoraAo contrário da maioria, achei que a terceira temporada deu uma revigorada na série voltando com seu texto absurdamente irônico e debochado, que é reforçado nesta quarta, principalmente até sua metade.
Joe (Penn Badgley, que segue perfeito no personagem), agora assumiu a identidade de Jonathan, professor em Londres fugindo de sua vida (e de seus crimes) nos EUA e acaba se enturmando com jovens da elite britânica, entre herdeiros e representantes da realeza como a sem noção Lady Phoebe, numa crítica ácida à cultura de celebridades.
Nesses episódios temos um texto cheio de sarcasmo e algumas citações que vão de filmes famosos a Agatha Christie, e nada mais britânico do que a dama do suspense.
Andando por Notting Hill, o pitoresco bairro londrino, Joe diz "estou me sentindo em um filme de Hugh Grant". (Julia Roberts também está no filme, mas é americana).
Ao chegar em uma belíssima e suntuosa propriedade onde vai passar o fim de semana com seus amigos ricos, imediatamente Joe fala em "Downton Abbey" (que foi o que me veio a mente quando vi a mansão) e fugindo de um desses ricos que quer caçá-lo nos jardins da propriedade, outra frase sarcástica "me sinto em "The Crown" dirigida por Guy Ritchie").
Quando os riquinhos começam a ser assassinados e Joe sabe que não foi ele quem matou, começa a ler Agatha Christie buscando inspiração para descobrir o assassino imaginando que as dicas da escritora inglesa o ajudariam e agindo como seu mais famoso personagem, o detetive Hercule Poirot. É nesse momento que o enredo
tem um plot twist, que apesar de ser até clichê, me surpreendeu. São duas revelações, quando descobrimos que o assassino dos ricos era Rhys Montrose, que não surpreende ninguém, já que ele seria o único com inteligência para arquitetar os assassinatos e a segunda revelação, esta sim a reviravolta, que Rhys não existia, pelo menos não o Rhys que interagia com Joe, ele era uma projeção da mente perturbada do protagonista.
Então temos uma conveniência de roteiro, porque Tom Lockwood pede que Joe mate Rhys (o real), se ele mesmo, com tanto poder e dinheiro poderia tê-lo feito, como fez quando mandou matar Adam? Porque Joe tinha que matar o verdadeiro Rhys e descobrir que aquele com quem interagia, não existia. Era seu "lado sombrio". Como Joe está em eterna negação que é um psicopata (a ponto de achar que apenas Love, sua esposa, era uma desequilibrada), nada mais natural que culpar "outra pessoa" pelos seus crimes.
Ed Speleers, além de ser lindo, está ótimo como Rhys Montrose,
tanto em sua versão "real", como quando descobrimos que ele não existia, exalando ironia sendo o alter ego de Joe.
No final
Joe mata Edward, namorado de Nadia, na rua em plena luz do dia, e a incrimina, a garota que ajuda a salvar Marienne, acaba presa. Quase todos que cruzam o caminho de Joe, acabam mortos ou com a vida arruinada.
Enquanto isso, o nosso psicopata, termina num "happy end" com a pedante Kate, que resolve aceitar a fabulosa herança do pai, sem saber que o seu namorado foi o assassino dele.
Segundo li, a quinta temporada será a última, é bom que seja, pois apesar de achar que o texto continua afiado, o que deixa a temporada bastante divertida, as situações estão repetitivas e a fórmula dá claros sinais de esgotamento.
C. B. Strike: Sangue Revolto
3.8 9 Assista AgoraNa HBOMAX, "Sangue revolto" está indicado como terceira temporada com 4 episódios.
A narrativa é baseada em um livro que não li, portanto não analiso comparando, achei confusa e arrastada.
Começa com Strike sendo procurado por uma mulher que pede que ele ache sua mãe que desapareceu em 1974, segue-se uma série de pistas falsas, muitos personagens, tudo encadeado de forma desordenada e difícil de acompanhar, tornando difícil manter o interesse.
A revelação da
identidade do assassino, uma velhinha da comunidade, que é na verdade uma serial killer, ficou parecendo aquelas de livros da Agatha Christie. Não foi ruim, apenas tipicamente inglês
Ficamos conhecendo os pais adotivos de Cormoran, sua difícil relação com o pai biológico e
uma comovente sequência com a morte de sua mãe adotiva em que vemos o detetive derrubar sua couraça e mostrar todo seu sofrimento e humanidade.
A relação entre Cormoran e Robin continua atrativa, a forma como alternam a inegável atração e o medo de consumá-la perdendo a amizade e o companheirismo, tem rendido boas cenas, embora para quem assiste, fique a decepção de não ver o casal unido romanticamente.
Der Pass (2ª Temporada)
4.0 6 Assista AgoraA segunda temporada começa mais lenta que a primeira, apresentando seus personagens de forma mais demorada porém detalhada, para a partir do quarto episódio ganhar uma reviravolta que a deixa tão sensacional quanto o primeiro ano da série.
Ellie (Julia Jentsch) e Winter (Nicholas Ofczarek) estão ambos dilacerados pelos acontecimentos do caso anterior, ela psicologicamente, com crises de pânico e ele físicamente pelo atentado sofrido na última e chocante cena da temporada anterior e também mentalmente com sonhos perturbadores. A dupla de protagonistas novamente dá um show de atuação demonstrando todo seu sofrimento físico e mental com gestos e expressões precisas.
Por um acontecimento ocorrido durante uma operação policial, Ellie é afastada e seu personagem permanece ausente durante os próximos três episódios. O protagonismo é dado para a policial Yela (Franziska von Harsdorf, também em muito boa atuação), que ao lado de Winter começa a investigar os assassinatos. A ausência de Ellie faz sentido e prepara a reviravolta da narrativa.
Não há preocupação em esconder a identidade do assassino, já que o relevante da série é mostrar o seu perfil psicológico e o faz de forma tão certeira, que compreendemos todas as implicações da personalidade perturbada
de Singer, o irmão mais novo da tradicional e riquíssima familia Gossen, que se torna um assassino serial, protegido pelo irmão mais velho Wolfgang, ele também uma mente transtornada, ambos dominados pela mãe possessiva e cruel.
Os intérpretes dos irmãos também tem performances excelentes. Wolfgang amedrontado sempre à beira de um surto psicótico e Singer, com sua expressão tranquila e fala mansa escondendo sua fúria assassina.
Ao final, descobrimos que o assassino da policial Yela foi Wolfgang e que Winter se sujeita a roubar a prova do crime para poder realizar a cirurgia que o traria de volta ao trabalho policial, o que também o faz se tornar inimigo de Ellie que descobre a sua traição.
Aliás Yela, foi um ótimo personagem, que infelizmente teve uma breve participação na série.
Além dos protagonistas, todo o elenco tem boas atuações, dando credibilidade à narrativa. A produção é excelente, com bela fotografia em cenários deslumbrantes.
A série já tem uma terceira temporada lançada em maio de 2023, que ainda não chegou ao Brasil. Espero que não demore.
Der Pass (1ª Temporada)
4.0 21 Assista AgoraUma excelente série fora do eixo EUA-Reino Unido. Produção Austro-alemã.
O que a princípio não traz grandes novidados, pois a trama é a investigação e perseguição a um serial killer, encontra seu diferencial no aprofundamento psicológico da dupla de detetives que tem seus dramas pessoais abordados em conjunto com o enredo policial de forma muito bem equilibrada, ancorada na ótima atuação de seus intérpretes.
Embora também unir dois personagens em conflito, um desiludido policial de aparência suja com uma entusiasmada e astuta policial, também seja um clichê, a relação deles se desenvolve de maneira tão coesa, que nos envolvemos e criamos de fato uma relação de empatia com esses personagens.
Começa com a descoberta de um corpo exatamente na fronteira entre a Áustria e a Alemanha, fazendo com que a investigação se divida entre os dois países e acabe unindo estes dois personagens antagônicos, a alemã Ellie Stocker e o austríaco Gedeon Winter.
Ellie é honesta, astuciosa, seguidora de regras mas tem um caso com o chefe casado e Winter tem todos os defeitos possíveis, carece de higiene pessoal, educação, sensibilidade e tem um envolvimento com corrupção. Pessoas possíveis, sem maniqueísmo, não somente personagens de ficção.
A revelação
do assassino é feita logo, pois a identidade do assassino não é o ponto mais relevante da série. Sabemos quem ele é, mas o que depois mais interessa é como funciona a mente dele, sua perturbação e distorções da realidade.
Quando mostra alguma humanidade, ajudando a imigrante que se abriga em sua cabana após sofrer uma tentativa de estupro, isso logo se dissipa, quando não hesita em matá-la após saber que ela descobriu sua identidade.
Um tantinho decepcionante seja a forma como alguém com a inteligência dele, especialista em tecnologia, deixa-se prender facilmente e cujo plano final é suicidar-se levando consigo a mulher pela qual teria se apaixonado.
Produção de qualidade, com cenários deslumbrantes em meio às montanhas e à neve, linda fotografia em branco e cinza, tons frios que refletem a trama sombria e macabra.
Creepshow (2ª Temporada)
3.5 18Segunda temporada do remake da famosa série dos anos 80. Como em todas as antologias a temporada tem episódios bons e outros apenas de medianos para ruins.
Em cada episódio dois contos são apresentados, com exceção do quinto e do sétimo em que temos apenas uma narrativa. Mantendo a transição entre as histórias com a clássica caveira e uma simulação de quadrinhos.
Algo comum em quase todos os contos é que os personagens com desvios de caráter são sempre punidos. Egoístas, abusivos, assassinos, desonestos quase sempre encontram um final trágico. Essa “lição de moral” também era comum nos filmes de antologia de décadas anteriores como aqueles dos anos 60, quando estes filmes em episódios eram bem comuns
.
ALGUNS SPOILERS!
Episódio 1
"Garoto modelo" - Um garoto fanático por filmes de terror e bonecos de animação realiza vingança contra o tio abusivo e violento.
"TV aberta dos mortos" - o caos é instalado num estúdio de TV quando um livro misterioso revive um demônio secular. Muito humor negro envolvendo a selvagem busca pela audiência.
Episódio 2 "Mortos e café da manhã" - uma mulher quer explorar a casa que foi da sua avó, uma famosa serial killer. Crítica humorada à cultura de celebração à assassinos seriais.
"Pesticida" - narrativa nonsense sobre um exterminador de insetos.
Episódio 3 “Apagão certo” – o melhor episódio da temporada ao lado de “Show das criaturas noturnas”, narrativa que intriga com final impactante. Alegoria sobre como o egoísmo humano pode ser responsável pelo final do mundo e da raça humana. “Rivalidade entre irmãos” – Conto de vampiros adolescentes, não empolga.
Episódio 4
“Gritos nos canos” – episódio daqueles com efeitos especiais que causam nojo, em que os moradores de um edifício se vingam de sua proprietária cruel.
“Dentro das paredes da loucura” – intrigante episódio sobre um homem acusado de um massacre e que mostra a todos que não era louco. Para mim seria mais interessante se o final não fosse tão explícito e ficasse num meio termo entre loucura e sobrenatural.
Episódio 5
“Show das criaturas noturnas” – o melhor episódio da temporada (ao lado de “Apagão certo”). Um divertido e genial exercício de metalinguagem. Um cientista inventa uma máquina que o habilita a entrar no filme de sua preferência, no caso a produção de 1972 “Expresso do horror” com os icônicos Peter Cushing e Christopher Lee. O final é inteligente e muito divertido mas com dispensáveis dois minutos adicionais.
Episódio 6
“Tipo de sobrevivente” – episódio produzido totalmente em animação. Um homem fica preso em uma ilhota deserta e ao não ter mais alimentos toma uma decisão radical para tentar sobreviver. O cara era um médico escroto que vendia receitas e traficava drogas, novamente outro personagem mau caráter que é castigado. Baseado em conto de Stephen King.
“Twitando do circo dos mortos” – outro episódio produzido totalmente em animação. Divertida narrativa sobre uma entediada garota cuja família resolve parar o carro durante uma viagem em um circo muito estranho com consequências terríveis.
Episódio 7
“Metamorfos anônimos” – seres que se transformam em lobisomens e outros “animais” e travam uma batalha contra papai-noéis demoníacos. Achei a história longa e infantilóide. Este era um conto que poderia ter se resumido a 20 minutos.
C. B. Strike: O Bicho-da-Seda
3.6 3 Assista AgoraTalvez para quem leu o livro em que a série se baseou, este caso fique mais claro, para mim que não leu, achei o desenvolvimento um tanto confuso.
Cormoran e Robin investigam o desparecimento de um escritor
que é encontrado morto com as vísceras retiradas em uma espécie de ritual macabro.
As investigações ficam num vaivém interminável e um tanto cansativo com uma solução final um pouco decepcionante.
A dupla de protagonistas continua em perfeita sintonia, e nos pegamos torcendo para que Cormoran nem pense em voltar para a noiva antipática e que Robin desista do casamento com o noivo "mauricinho".