Curto filmes de esportes em geral, mas claramente houve um desentendimento entre o filme que o roteiro quer contar e o que os produtores queriam vender. Tentam estabelecer uma história de rivalidade, mas o conflito está todo no Borg, e não no embate entre os protagonistas. Se fosse um filme todo sobre o drama da perda da paixão pelo tênis do Borg seria muito mais interessante.
Faltou uma coesão maior entre as temáticas que o filme aborda né, toda a premissa estabelecida no primeiro ato tem pouca importância na trama, o que - mesmo executando com competência o restante da narrativa - dá a sensação que o filme não entrega o que promete, não se decide sobre qual tema central quer falar. Acaba sendo uma história muito mais "A vida secreta de Walter Mitty" do que "Querida, encolhi as crianças".
Muito bom! Dentro do tema da autodestruição, além da temática biológica, também é possível fazer uma leitura religiosa, em que o Brilho é um paralelo para a inundação da Arca de Noé, em que Deus (ou os alienígenas) percebe os humanos como um erro na sua criação. Nesse sentido...
...o final, com o encontro entre Jane e Kane - possivelmente em versões clones - se assemelha ao papel de Adão e Eva como uma nova criação à sua imagem e semelhança.
Lindo filme! Interessante como, apesar do mesmo contexto de Na Natureza Selvagem, Gabriel e a Montanha traz uma abordagem bem diferente. O filme do Sean Penn é mais romantizado e se focaliza a partir do ponto de vista do protagonista, que é percebido com uma imagem mais "heroica", se estabelecendo como um símbolo de liberdade. Já nesse caso do Gabriel, o diretor busca um retrato com tons documentais e não tem receio em mostrar as contradições e falhas do protagonista. É aí que a personagem da Caroline Abras é fundamental, pois é a partir da entrada dela na jornada que se quebra a percepção idealizada do Gabriel, em que o podemos ver como um jovem também falho. O filme cresce muito quando os dois passam a dividir as cenas, assim como também cai quando ela volta para o Brasil.
O filme repete as qualidades do primeiro, mas sem o frescor da novidade e com uma trama mais básica. Ainda assim, outro bom trabalho do Matthew Vaughn, esse rapaz promete.
A primeira parte é um exercício bacana de terror folclórico, com ótimo trabalho das protagonistas. Ainda assim, tinha um potencial para um comentário social maior, algo que é prometido nas primeiras sequências e depois pouco recebe atenção.
É um filme de imagens e atuações fortes, mas fiquei com a impressão de que ele fica somente na 1ª camada. Não conseguir achar um discurso por trás da trama que sustentasse o filme de forma mais profunda. Talvez a questão da caos x humanidade, mas ainda assim fica só na superfície da narrativa.
Tecnicamente é excelente. Além da maquiagem, gostei muito da mixagem da som e montagem, que estimulam uma espécie de ansiedade na narrativa que nos prende a ela e faz querermos continuar assistindo para descobrir onde a trama vai nos levar (o que é um mérito gigante, já que sabemos como a história vai acabar). Ainda assim, como era de se esperar, o filme cai no patriotismo e maniqueísmo da guerra, perdendo muito de sua força no último ato. Além disso, ele enfraquece demais suas personagens femininas, interpretadas por ótimas atrizes, mas que não possuem um arco dramático, senão serem acessórios do Churchill. A personagem da Lily James, por exemplo, poderia representar a visão do povo sobre o conflito, algo que o filme chega a pincelar, mas no fim escolhe exaltar a imagem de herói nacional de Churchill.
O mais legal é quando o foco vai pro Lee Sedol e a gente consegue sentir a mesma melancolia e frustração que ele e a plateia passam a sentir. À princípio, esse sentimento vem da empatia que temos dele, mas em seguida começamos a perceber que a melancolia vem da nossa fragilidade como humanos, que fica exposta na derrota pra IA.
A coisa que mais gostei foi como o filme trabalha bem seu tema: a redução do ego e o crescimento do altruísmo.
Esse tema tem um impacto enorme pra toda franquia, porque amplia ainda mais o significado da Força e do papel de todos em busca de seu equilíbrio. Não é sobre o maniqueísmo, sobre termos um herói e um vilão. Cada indivíduo no universo Star Wars tem um papel importante a favor do coletivo. O filme mostra muito bem isso quando pune os personagens que tentam salvar a todos sozinhos e também quando enaltece os personagens sábios, que mostram o caminho do altruísmo.
Mesmo quando a Almirante Holdo salva a todos no clímax, é um ato que não busca reconhecimento, não deseja o título de heroína. É um sacrifício pelo coletivo dos mais honestos, sem nenhum envolvimento do ego no ato.
Especialmente a cena em que um velho personagem volta para aconselhar seu antigo aluno, é o resumo pra mim de como o tema do filme deixa ainda mais especial a mitologia em torno da Força.
Particularmente, gostei de todas essas escolhas que impactam a franquia de forma mais ampla. Os rumos que os personagens clássicos tomam, todo o discurso sobre a Força, curti muito todos estes aspectos.
As ressalvas que tenho desse Ep. VIII são mais a respeito de detalhes da própria trama em si, principalmente algumas coisas no roteiro. Acho que há uma dificuldade na estrutura do filme, o primeiro ato é muito acelerado e nele há pouca fluidez entre as tramas paralelas. Parece um recorte de 3 histórias que estão sendo contadas e são montadas juntas, com pouca conexão entre si. Os diálogos também são irregulares: tem alguns memoráveis, mas outros que só expõem textualmente aquilo que já estamos vendo na tela. Aqui entra também o problema das piadas, que são parte importante de Star Wars, mas aqui insistem em aparecer em todas as cenas de tensão, o que é um gigante exagero. Também acho que pecaram no desenvolvimento (ou na falta de desenvolvimento) de alguns personagens, como Snoke e Capitã Phasma. E principalmente Kylo Ren, que traça um caminho muito interessante até o meio do filme, mostrando camadas no seu caráter que ainda não tinham sido vistas, mas termina como
Ele está quase sempre em eventos paralelos, com pouca influencia na história principal, mesmo sendo um dos personagens mais interessantes de toda franquia. A química dele com a Rey funcionou tão bem no Ep. VII, que não entendo a decisão de separá-lo dos outros personagens chave. Mesmo com a Rey tendo que se afastar para fazer seu treinamento e confrontar Kylo Ren, ainda assim é muito pouco ter 1 única cena dela com Finn em 2 horas e meia de filme.
Ainda assim, pra mim foi o mais empolgante de toda a franquia. Tem um ritmo mais ágil e empurra os personagens para tomarem decisões definitivas. Os riscos envolvidos aqui parecem ser maiores e isso faz quem está assistindo ter um envolvimento emocional que é único entre todos os filmes. Ainda que tenha pouco da magia do universo Star Wars - é um filme mais sombrio e que explora menos os planetas, por exemplo - achei uma escolha acertada ter um foco maior nos personagens, em suas ações e ensinamentos. O legado que esse filme deixa para a franquia é muito grande, e por isso já merece ser elogiado.
Tudo no filme funciona redondo, com destaque pra montagem - que dita um bom ritmo na primeira metade (ascensão) e fica mais lenta no final (queda), usando planos mais longos que aumentam o impacto das cenas dramáticas - e também pro som: a trilha e principalmente a mixagem saltam do filme e trazem um impacto gigante pras cenas da parte final. Se for buscar algo que poderia ser melhor, talvez seja que poderia ser ainda mais profundo na investigação do tema do filme. O roteiro se divide entre falar sobre a fama e contar o drama entre pai e filho, o que muitas vezes impede que o filme faça uma investigação de personagem maior, como acontece somente...
Nolan traz novamente o tema do altruísmo, do heroísmo ao se sacrificar pelo todo em prol do bem comum. É um tema que foi bem presente na trilogia do Batman, ficando destacado no clímax do Cavaleiro das Trevas Ressurge e também na sequência das balsas do Cavaleiro das Trevas, em que um grupo deve decidir sobre a vida/morte do outro. Essa sequência das balsas tem até boas semelhanças com a cena em que os soldados estão escondidos num pequeno barco e têm que decidir quem deve sair da embarcação.
Como experiência sensorial da guerra, Dunkirk é um excelente filme, é fácil pular da cadeira com o barulho dos tiros. Tive a oportunidade de ver no Imax e as cenas aéreas me deixaram até um pouco enjoado, porque o movimento da câmera de dentro do avião é muito realista. Por outro lado, acho que o filme tem dificuldade em atingir o potencial emocional que permeia toda a história, só conseguindo chegar lá no terceiro ato, que é o único trecho em que você realmente torce para os personagens conseguirem sobreviver. Nos outros 2 atos, impulsionado pela trilha do Hans Zimmer, o filme tem muita mais cara de suspense. A montagem não-linear, que é uma das grandes qualidades de filmes do Nolan, aqui não acho que era necessária, acaba sendo mais um fator que ajuda a quebrar o envolvimento com os personagens que está sendo construído. No fim, é um grande trabalho de direção e trilha, mas que dá uma destoada no desenvolvimento narrativo.
Premissa bem legal, sustenta bem a primeira metade do filme. O problema é que a história toma um rumo que se contenta apenas em reciclar tramas de outros filmes do gênero. O filme até chega a passar por temas interessantes
como o cientista que se cega pela paixão por sua criatura ou o astronauta que prefere o espaço às pessoas na Terra, mas a trama volta rapidamente à história de salvação da humanidade que é a menos atraente de todas.
Outra coisa que poderiam ter investido é na relação entre os personagens da estação espacial. Há pouco conflito entre as visões de cada um sobre como enfrentar a ameaça, além de que não chegamos a torcer tanto pela sobrevivência dos astronautas.
Acho que o filme deveria ter abraçado a fantasia e ir em frente com a personificação do amor, morte e tempo como parte do universo mesmo. Quando o filme escolhe que estes elementos sejam interpretados por atores, se perde muito da alegoria da boa ideia da história e ainda torna a premissa do filme egoísta, porque a grande missão dos sócios é garantir sua fatia do dinheiro da venda da agência. Por mais que o roteiro depois se esforce pra tentar justificar que eles se importam com coisas além da grana e que aprendem lições importantes em suas vidas, o que fica no desfecho é que eles conseguem o objetivo da venda da empresa e ainda pagam os atores pelo trabalho bem feito. Poderia ser um filme bem mais sutil em sua mensagem.
Sou fã de filmes de boxe, e neste Mãos de Pedra acho que a edição com ritmo acelerado prejudicou o desenvolvimento do Durán como personagem. Apesar de a gente ver sua infância difícil e sua ligação com a defesa de seu país, muitas vezes as reações de Durán parecem exageradas, fora de tom, mesmo com todos os fanstasmas que o cercam. Comparando com outros clássicos, como o Rocky original e Touro Indomável, estes são filmes com desenvolvimento cadenciado, que dão tempo para entendermos quem são seus protagonistas. E quando Rocky ou Jake LaMotta extravasam, a reação tem muito mais força porque entendemos o motivo dessa reação mais forte. Mesmo com esse problema e o roteiro instável, pelo menos o filme entrega bons personagens e lutas que empolgam.
Jeff Bridges é um dos meus atores preferidos e novamente traz uma atuação marcante, como todos do elenco. O filme sabe bem a história que quer contar e tem ótimos subtextos - o conservadorismo texano, que torna o estado um cenário de faraoeste clássico (mesmo sendo um filme contemporâneo), crítica ao sistema imobiliário e financeiro, relações familiares, o clássico embate 'velho vs. novo'. Mas, principalmente no 2° ato, o filme sofre com uma quebra de ritmo, com poucas cenas que avançam a história, o que dá a sensação de lentidão, até engrenar de novo no ótimo final. Acho que esse é o pecado do roteiro, não escolher um deste temas que ficam no subtexto para ser o condutor do filme no texto principal.
O mais interessante do filme é encontrar Obama como o tradicional personagem que procura seu lugar no mundo. Barry não consegue se encaixar tanto no mundo do gueto negro quanto na aristocracia branca, contornada pelo racismo. Essa é uma temática promissora, mas que acaba reduzida ao nível romântico do relacionamento com a Charlotte. Como o pessoal está comentando, isso faz com que o terceiro ato pareça incompleto, com cara de série que continuará a história numa segunda temporada.
Alex Camera 10
3.3 6Eu amo o Alex, mas esse é um dos mais caídos documentários esportivos que já vi
Atlantique
3.6 129Incrível como o filme costura um drama romântico ao contexto social e a um suspense que melhora significativamente a trama que vemos no início.
Borg vs McEnroe
3.7 47Curto filmes de esportes em geral, mas claramente houve um desentendimento entre o filme que o roteiro quer contar e o que os produtores queriam vender. Tentam estabelecer uma história de rivalidade, mas o conflito está todo no Borg, e não no embate entre os protagonistas. Se fosse um filme todo sobre o drama da perda da paixão pelo tênis do Borg seria muito mais interessante.
Pequena Grande Vida
2.7 431 Assista AgoraFaltou uma coesão maior entre as temáticas que o filme aborda né, toda a premissa estabelecida no primeiro ato tem pouca importância na trama, o que - mesmo executando com competência o restante da narrativa - dá a sensação que o filme não entrega o que promete, não se decide sobre qual tema central quer falar. Acaba sendo uma história muito mais "A vida secreta de Walter Mitty" do que "Querida, encolhi as crianças".
A Favorita
3.9 1,2K Assista AgoraO Yorgos executa o filme muito bem, como costuma fazer, mas nesse aqui a trama é bem mais fina do que seus filmes anteriores.
Aniquilação
3.4 1,6K Assista AgoraMuito bom! Dentro do tema da autodestruição, além da temática biológica, também é possível fazer uma leitura religiosa, em que o Brilho é um paralelo para a inundação da Arca de Noé, em que Deus (ou os alienígenas) percebe os humanos como um erro na sua criação. Nesse sentido...
...o final, com o encontro entre Jane e Kane - possivelmente em versões clones - se assemelha ao papel de Adão e Eva como uma nova criação à sua imagem e semelhança.
Gabriel e a Montanha
3.7 141 Assista AgoraLindo filme! Interessante como, apesar do mesmo contexto de Na Natureza Selvagem, Gabriel e a Montanha traz uma abordagem bem diferente.
O filme do Sean Penn é mais romantizado e se focaliza a partir do ponto de vista do protagonista, que é percebido com uma imagem mais "heroica", se estabelecendo como um símbolo de liberdade. Já nesse caso do Gabriel, o diretor busca um retrato com tons documentais e não tem receio em mostrar as contradições e falhas do protagonista. É aí que a personagem da Caroline Abras é fundamental, pois é a partir da entrada dela na jornada que se quebra a percepção idealizada do Gabriel, em que o podemos ver como um jovem também falho. O filme cresce muito quando os dois passam a dividir as cenas, assim como também cai quando ela volta para o Brasil.
Kingsman: O Círculo Dourado
3.5 885 Assista AgoraO filme repete as qualidades do primeiro, mas sem o frescor da novidade e com uma trama mais básica. Ainda assim, outro bom trabalho do Matthew Vaughn, esse rapaz promete.
As Boas Maneiras
3.5 649 Assista AgoraA primeira parte é um exercício bacana de terror folclórico, com ótimo trabalho das protagonistas. Ainda assim, tinha um potencial para um comentário social maior, algo que é prometido nas primeiras sequências e depois pouco recebe atenção.
Projeto Flórida
4.1 1,0KTaí um clássico instantâneo.
Três Anúncios Para um Crime
4.2 2,0K Assista AgoraÉ um filme de imagens e atuações fortes, mas fiquei com a impressão de que ele fica somente na 1ª camada. Não conseguir achar um discurso por trás da trama que sustentasse o filme de forma mais profunda. Talvez a questão da caos x humanidade, mas ainda assim fica só na superfície da narrativa.
O Destino de Uma Nação
3.7 722 Assista AgoraTecnicamente é excelente. Além da maquiagem, gostei muito da mixagem da som e montagem, que estimulam uma espécie de ansiedade na narrativa que nos prende a ela e faz querermos continuar assistindo para descobrir onde a trama vai nos levar (o que é um mérito gigante, já que sabemos como a história vai acabar). Ainda assim, como era de se esperar, o filme cai no patriotismo e maniqueísmo da guerra, perdendo muito de sua força no último ato. Além disso, ele enfraquece demais suas personagens femininas, interpretadas por ótimas atrizes, mas que não possuem um arco dramático, senão serem acessórios do Churchill. A personagem da Lily James, por exemplo, poderia representar a visão do povo sobre o conflito, algo que o filme chega a pincelar, mas no fim escolhe exaltar a imagem de herói nacional de Churchill.
AlphaGo
4.2 15O mais legal é quando o foco vai pro Lee Sedol e a gente consegue sentir a mesma melancolia e frustração que ele e a plateia passam a sentir.
À princípio, esse sentimento vem da empatia que temos dele, mas em seguida começamos a perceber que a melancolia vem da nossa fragilidade como humanos, que fica exposta na derrota pra IA.
Star Wars, Episódio VIII: Os Últimos Jedi
4.1 1,6K Assista AgoraA coisa que mais gostei foi como o filme trabalha bem seu tema: a redução do ego e o crescimento do altruísmo.
Esse tema tem um impacto enorme pra toda franquia, porque amplia ainda mais o significado da Força e do papel de todos em busca de seu equilíbrio.
Não é sobre o maniqueísmo, sobre termos um herói e um vilão. Cada indivíduo no universo Star Wars tem um papel importante a favor do coletivo. O filme mostra muito bem isso quando pune os personagens que tentam salvar a todos sozinhos e também quando enaltece os personagens sábios, que mostram o caminho do altruísmo.
Mesmo quando a Almirante Holdo salva a todos no clímax, é um ato que não busca reconhecimento, não deseja o título de heroína. É um sacrifício pelo coletivo dos mais honestos, sem nenhum envolvimento do ego no ato.
Especialmente a cena em que um velho personagem volta para aconselhar seu antigo aluno, é o resumo pra mim de como o tema do filme deixa ainda mais especial a mitologia em torno da Força.
Particularmente, gostei de todas essas escolhas que impactam a franquia de forma mais ampla. Os rumos que os personagens clássicos tomam, todo o discurso sobre a Força, curti muito todos estes aspectos.
As ressalvas que tenho desse Ep. VIII são mais a respeito de detalhes da própria trama em si, principalmente algumas coisas no roteiro.
Acho que há uma dificuldade na estrutura do filme, o primeiro ato é muito acelerado e nele há pouca fluidez entre as tramas paralelas. Parece um recorte de 3 histórias que estão sendo contadas e são montadas juntas, com pouca conexão entre si.
Os diálogos também são irregulares: tem alguns memoráveis, mas outros que só expõem textualmente aquilo que já estamos vendo na tela. Aqui entra também o problema das piadas, que são parte importante de Star Wars, mas aqui insistem em aparecer em todas as cenas de tensão, o que é um gigante exagero.
Também acho que pecaram no desenvolvimento (ou na falta de desenvolvimento) de alguns personagens, como Snoke e Capitã Phasma. E principalmente Kylo Ren, que traça um caminho muito interessante até o meio do filme, mostrando camadas no seu caráter que ainda não tinham sido vistas, mas termina como
um clássico vilão maniqueísta, que quer dominar o universo.
Outro ponto é a subutilização do Finn na trama.
Ele está quase sempre em eventos paralelos, com pouca influencia na história principal, mesmo sendo um dos personagens mais interessantes de toda franquia. A química dele com a Rey funcionou tão bem no Ep. VII, que não entendo a decisão de separá-lo dos outros personagens chave. Mesmo com a Rey tendo que se afastar para fazer seu treinamento e confrontar Kylo Ren, ainda assim é muito pouco ter 1 única cena dela com Finn em 2 horas e meia de filme.
Ainda assim, pra mim foi o mais empolgante de toda a franquia. Tem um ritmo mais ágil e empurra os personagens para tomarem decisões definitivas. Os riscos envolvidos aqui parecem ser maiores e isso faz quem está assistindo ter um envolvimento emocional que é único entre todos os filmes. Ainda que tenha pouco da magia do universo Star Wars - é um filme mais sombrio e que explora menos os planetas, por exemplo - achei uma escolha acertada ter um foco maior nos personagens, em suas ações e ensinamentos. O legado que esse filme deixa para a franquia é muito grande, e por isso já merece ser elogiado.
Bingo - O Rei das Manhãs
4.1 1,1K Assista AgoraTudo no filme funciona redondo, com destaque pra montagem - que dita um bom ritmo na primeira metade (ascensão) e fica mais lenta no final (queda), usando planos mais longos que aumentam o impacto das cenas dramáticas - e também pro som: a trilha e principalmente a mixagem saltam do filme e trazem um impacto gigante pras cenas da parte final.
Se for buscar algo que poderia ser melhor, talvez seja que poderia ser ainda mais profundo na investigação do tema do filme. O roteiro se divide entre falar sobre a fama e contar o drama entre pai e filho, o que muitas vezes impede que o filme faça uma investigação de personagem maior, como acontece somente...
...na parte final, em que o Bingo expõe seus medos na reunião dos alcoolicos anônimos
Mas isso é querer caçar pêlo em ovo em um filme que poder ser um jovem marco para o cinema de gênero, ainda pouco explorado no Brasil.
Dunkirk
3.8 2,0K Assista AgoraNolan traz novamente o tema do altruísmo, do heroísmo ao se sacrificar pelo todo em prol do bem comum. É um tema que foi bem presente na trilogia do Batman, ficando destacado no clímax do Cavaleiro das Trevas Ressurge e também na sequência das balsas do Cavaleiro das Trevas, em que um grupo deve decidir sobre a vida/morte do outro. Essa sequência das balsas tem até boas semelhanças com a cena em que os soldados estão escondidos num pequeno barco e têm que decidir quem deve sair da embarcação.
Como experiência sensorial da guerra, Dunkirk é um excelente filme, é fácil pular da cadeira com o barulho dos tiros. Tive a oportunidade de ver no Imax e as cenas aéreas me deixaram até um pouco enjoado, porque o movimento da câmera de dentro do avião é muito realista.
Por outro lado, acho que o filme tem dificuldade em atingir o potencial emocional que permeia toda a história, só conseguindo chegar lá no terceiro ato, que é o único trecho em que você realmente torce para os personagens conseguirem sobreviver. Nos outros 2 atos, impulsionado pela trilha do Hans Zimmer, o filme tem muita mais cara de suspense. A montagem não-linear, que é uma das grandes qualidades de filmes do Nolan, aqui não acho que era necessária, acaba sendo mais um fator que ajuda a quebrar o envolvimento com os personagens que está sendo construído.
No fim, é um grande trabalho de direção e trilha, mas que dá uma destoada no desenvolvimento narrativo.
Vida
3.4 1,2K Assista AgoraPremissa bem legal, sustenta bem a primeira metade do filme. O problema é que a história toma um rumo que se contenta apenas em reciclar tramas de outros filmes do gênero. O filme até chega a passar por temas interessantes
como o cientista que se cega pela paixão por sua criatura ou o astronauta que prefere o espaço às pessoas na Terra, mas a trama volta rapidamente à história de salvação da humanidade que é a menos atraente de todas.
Outra coisa que poderiam ter investido é na relação entre os personagens da estação espacial. Há pouco conflito entre as visões de cada um sobre como enfrentar a ameaça, além de que não chegamos a torcer tanto pela sobrevivência dos astronautas.
Beleza Oculta
3.7 888 Assista AgoraAcho que o filme deveria ter abraçado a fantasia e ir em frente com a personificação do amor, morte e tempo como parte do universo mesmo. Quando o filme escolhe que estes elementos sejam interpretados por atores, se perde muito da alegoria da boa ideia da história e ainda torna a premissa do filme egoísta, porque a grande missão dos sócios é garantir sua fatia do dinheiro da venda da agência. Por mais que o roteiro depois se esforce pra tentar justificar que eles se importam com coisas além da grana e que aprendem lições importantes em suas vidas, o que fica no desfecho é que eles conseguem o objetivo da venda da empresa e ainda pagam os atores pelo trabalho bem feito. Poderia ser um filme bem mais sutil em sua mensagem.
O Lagosta
3.8 1,5K Assista AgoraQue roteirão!
Dois Caras Legais
3.6 641 Assista AgoraUm dos destaques do ano passado
La La Land: Cantando Estações
4.1 3,6K Assista AgoraFilme impecável como homenagem à mágica Hollywood clássica dos grandes estúdios.
Mãos de Pedra
3.2 69 Assista AgoraSou fã de filmes de boxe, e neste Mãos de Pedra acho que a edição com ritmo acelerado prejudicou o desenvolvimento do Durán como personagem. Apesar de a gente ver sua infância difícil e sua ligação com a defesa de seu país, muitas vezes as reações de Durán parecem exageradas, fora de tom, mesmo com todos os fanstasmas que o cercam. Comparando com outros clássicos, como o Rocky original e Touro Indomável, estes são filmes com desenvolvimento cadenciado, que dão tempo para entendermos quem são seus protagonistas. E quando Rocky ou Jake LaMotta extravasam, a reação tem muito mais força porque entendemos o motivo dessa reação mais forte.
Mesmo com esse problema e o roteiro instável, pelo menos o filme entrega bons personagens e lutas que empolgam.
A Qualquer Custo
3.8 803 Assista AgoraJeff Bridges é um dos meus atores preferidos e novamente traz uma atuação marcante, como todos do elenco. O filme sabe bem a história que quer contar e tem ótimos subtextos - o conservadorismo texano, que torna o estado um cenário de faraoeste clássico (mesmo sendo um filme contemporâneo), crítica ao sistema imobiliário e financeiro, relações familiares, o clássico embate 'velho vs. novo'. Mas, principalmente no 2° ato, o filme sofre com uma quebra de ritmo, com poucas cenas que avançam a história, o que dá a sensação de lentidão, até engrenar de novo no ótimo final. Acho que esse é o pecado do roteiro, não escolher um deste temas que ficam no subtexto para ser o condutor do filme no texto principal.
Barry
3.1 85 Assista AgoraO mais interessante do filme é encontrar Obama como o tradicional personagem que procura seu lugar no mundo. Barry não consegue se encaixar tanto no mundo do gueto negro quanto na aristocracia branca, contornada pelo racismo. Essa é uma temática promissora, mas que acaba reduzida ao nível romântico do relacionamento com a Charlotte. Como o pessoal está comentando, isso faz com que o terceiro ato pareça incompleto, com cara de série que continuará a história numa segunda temporada.