Doutor Estranho é mais um filme em que a Marvel joga em casa, com o humor e aventura que ela sabe fazer no cinema. O curioso é que era um personagem que podia ampliar as fronteiras do estúdio, justamente por sua trama que mexe com o misticismo e leva a ação para outros universos, que é o que parece ser um objetivo da Marvel com os filmes que vem pela frente, como Thor: Ragnarök, Guardiões da Galáxia 2 e um possível filme do Hulk no espaço. Apesar disso, Doutor Estranho se apega muito mais ao humor, que de fato funciona muito bem, e ao desenvolvimento do protagonista, como um bom filme de origem. Ao meu ver essa opção traz consequências boas e ruins: a boa é que gera mais um filme muito divertido da Marvel e o torna menos pretensioso, o que seria um grande erro considerando a complexidade da fantasia. Por outro, faz o clímax ser menos marcante, com uma solução em que nos apresenta o maior vilão do filme já nos minutos finais e ainda resolve a luta final com outra cena cômica. Isso nos afasta do medo que poderíamos sentir do grande vilão e ainda joga o bom Kaecilius pra escanteio como antagonista. Mas o grande prejuízo é não ir a fundo na "imortalidade" da personagem da Tilda Swinton. Esse deveria ser o grande conflito do filme, é por causa dele que o Baron Mordo se transforma num vilão. Porém, ao passar superficialmente por essa revelação, não nos convence da mudança do personagem de Chiwetel Ejiofor e desde já cria um vilão com fraca motivação para a continuação. Poderia ter sido um filme com muito mais profundidade, mas a Marvel preferiu fazer seu ótimo feijão com a arroz, que ganha uma cara mais incrementada com os belíssimos efeitos visuais.
"Prefiro dar um câncer em alguém do que ter outro". Essa pra mim é a frase mais marcante do longa e que revela o tema do filme. Mais do que só o apreço pelo apartamento, o abraço às memórias e as coisas do passado, Aquarius é essencialmente sobre a força de Clara contra o câncer. Entre todas as presenças do passado na vida de Clara, nada é mais marcante do que as marcas deixadas na luta para vencer a doença. Isso é demonstrado de maneira física, com a proteção da protagonista com seus cabelos e sua mama. Essa preocupação com essas partes do corpo que sofreram diretamente com o câncer, demonstra o peso que a doença, mesmo que vencida há 30 anos, ainda tem sobre Clara. Ela anda quase sempre com os cabelos presos. Só os solta quando está no seu apartamento no Aquarius (ou nos mergulhos no mar). A mesma proteção acontece com sua mama retirada em virtude da doença, que ela defende durante os envolvimentos sexuais. Por isso, quando Clara diz aquela marcante frase na última cena é um desfecho ótimo para o filme, que começa mostrando o início da vitória sobre o câncer, e encerra com ela colocando de vez uma pedra sobre a doença. Com uma coragem ainda maior do que a de se recusar a sair do Aquarius.
Este é um Woody Allen leve e extramamente romântico, como há muito não se via. Café Society tem uma trama menos ambiciosa do que outros filmes recentes, como Blue Jasmine ou Homem Irracional, mas é muito bem executada, sendo muito superior a Magia ao Luar, por exemplo, que é um filme com tom parecido. Aqui, Woody explora mais vezes situações que ele domina como poucos, como cenas de discussões em família ou situações de conflito moral/filosófico que acabam virando grandes momentos cômicos. E se tratando de escritores de comédia, talvez Woody Allen seja o melhor que temos. Como é comum em alguns de seus filmes, mais do que a trama em si, os diálogos acabam sendo o grande destaque. Apesar da história simples, é um roteiro que se desenvolve sem arestas, tornando o filme muito agradável de se assistir. Talvez o único ponto que desafina o tom da narrativa seja em alguns dos diálogos românticos, que pesam um pouquinho e por pouco não se tornam piegas. Mas nada que chega a comprometer. Sem dúvida é o melhor Woody Allen desde Blue Jasmine e me deixa muito animado em ver que, aos 80 anos, ele ainda é um diretor e roteirista cheio de vida e que ainda vai trazer muita coisa boa nos próximos anos.
, o filme perde a mão. A trilha soronora soa exagerada e reduntante, o roteiro tem diálogos expositivos e rasos, abusando do tom melodramático que distancia a possível empatia que teríamos com os personagens.
Tenho a impressão que originalmente o filme era pra ser muito mais longo, mas com as tretas que aconteceram durante a produção foi encurtado ao máximo. A parte que mais teria potencial, que é quando eles ganham seus poderes, foi cortada por uma passagem de tempo que praticamente já nos leva pra batalha final. Seria muito legal acompanhar o drama e as incertezas dos 4 com os poderes, como, aliás, o próprio Josh Trank mostrou com muito bem no seu filme anterior "Poder Sem Limites". No final, ficou parecendo um Dragon Ball Z com os 4 lutando com um Freeza metálico, que foi mostrado por 20 minutos como superpoderoso, mas
Esse é um filme corajoso, tanto por trazer ao grande público um tema que parece alienígena de tão difícil de entender, quanto por colocar o dedo na ferida da hipocrisia que é o mercado financeiro. E ainda assim consegue ser muito engraçado e inovador em sua narrativa, com a montagem mais ousada dos últimos anos.
Se tivesse ido até o momento em que os 2 conseguem escapar do Quarto, seria um filme incrível, sem ter o que tirar nem por. Toda a sequência no Quarto funciona muito bem, desde os planos fechados transmitindo a claustrofobia do lugar, até a opção de vermos o espaço através do olhar infantil do Jack. Assim, mesmo com um cenário minúsculo pra explorar, a fotografia e edição rápida nos dão a impressão de que o espaço é mais amplo e que ali tem muito a ser descoberto pela imaginação do Jack. Isso, somado a ótima atuação dos protagonistas, cria uma torcida para que eles possam escapar e logo vem a tensão para que o plano de fuga deles dê certo. Porém, quando eles já estão no mundo exterior, o filme segue nos levando pela visão do Jack e, por mais bonita que seja a sua descoberta do mundo, é um olhar limitado por ser um olhar infantil. Assim, as consequências do tempo em que ele e sua mãe estiveram em cativeiro são mostradas de forma superficial, mesmo tendo um grande potencial dramático. Seria muito mais interessante se passassemos a ver através do olhar da mãe, que é quem realmente sofre com as consequências do enclausuramento e daria um sentido para a 2ª metade do filme. No fim, fica a primeira metade excelente, uma parte final mal explorada e um filme que vale muito a pena, mas que poderia ser muito mais.
Filmes que narram um fato costumam causar um envolvimento menor em quem assiste do que aqueles que trabalham a personalidade dos personagens, por isso acho que deve ter sido muito difícil pros roteiristas conseguir contar toda a história da investigação do jornal sem deixar o filme arrastado pra quem assiste. Além das atuações, a montagem e a trilha sonora foram as coisas que mais me chamaram a atenção e que criaram uma tensão/expectativa para saber o que ia acontecer com a matéria e como ela ia ser publicada. Por ter uma estrutura linear, sem grandes pontos de virada, Spotlight é um filme que começa devagar e vai crescendo conforme os jornalistas vão descobrindo as revelações da Igreja, até chegar no melhor momento, que é quando os repórteres se envolvem emocionalmente com a matéria e revelam um pouco das suas personalidades e revelam conflitos entre si e com o passado. Pena que isso acontece só na parte final, mas é compreensível devido à dificuldade em contar meses de trabalho de uma denúncia gigante, em somente um filme. Deu um ótimo filme, mas também daria uma excelente série.
Sou muito fã da franquia Rocky e fico feliz em vê-la nas mãos de um grande diretor como Ryan Coogler. Já neste reinício da franquia com Creed, tem muita coisa que merece destaque. A primeira, e que os fãs podem ficar tranquilos, é que o espírito da série continua ali. Uma coisa importante é que Rocky nunca foi sobre ganhar ou perder, é sempre sobre superar os conflitos internos e vencer os tormentos pessoais dentro de você. Isso é muito bem destacado no filme, quando Rocky fala pro Creed que aquele no espelho é o principal oponente que ele terá pela frente. Os melhores filmes do Rocky são aqueles em que pouco importa o resultado da luta final. Quando soa o ringue, tem outras vitórias muito mais importantes ali, e é assim que acontece no 1º Rocky, no Rocky Balboa e neste Creed, pra mim os 3 melhores filmes da série, nesta ordem.
Mas falando do filme em si, a ideia da história é muito boa, principalmente por equilibrar a homenagem ao passado com o início de um novo personagem como protagonista. Recuperar o destaque ao Apollo Creed é ótimo e dá a oportunidade de trazer uma nova ambientação pra série, que é a da cultura negra. A direção do Ryan Coogler é excelente, os planos sequência usados em algumas lutas são incríveis e fazem com que talvez sejam as lutas mais bem filmadas de toda a série. Claro que são lutas diferentes: se antes eram bem características de Rocky, muito coreografadas, com troca intensa de socos por um longo período, agora elas são mais realistas, com mais sangue e mais intensas, você pode sentir mais o impacto dos golpes. Outro destaque são as inúmeras rimas com os outros filmes do Rocky. Tem cenas muito semelhantes ao Rocky original e pequenos momentos retirados de todos os outros 6 Rockys. E o grande mérito é que, em nenhum momento, isso soa como cópia, mas sim como referência/homenagem na medida certa. O mais evidente disso é o uso da música, a histórica "Gonna Fly Now". O diretor mexe na sua expectativa pela música o filme inteiro, você fica esperando tocar em diversas cenas, mas ele segura e não coloca a música. Mas quando finalmente ela toca, é no momento perfeito, de trazer zumbis de volta à vida e te fazer querer levantar pra enfrentar qualquer desafio que vier.
E se em Rocky não podem faltar as frases motivadoras, aqui estão várias delas, sempre ditas pelo sempre espirituoso e agora igualmente experiente Rocky Balboa. Aliás, é impressionante a facilidade com que o Stallone consegue interpretar o Rocky, parece que o Garanhão Italiano vive dentro dele o tempo todo e ele só o coloca pra fora no momento em que precisa. Como em todos os filmes do Rocky, o último round é sempre emocionante e poder assisti-lo no cinema é de empolgar qualquer um, até quem não gosta de boxe.
Os problemas do filme, na minha visão, ficam por conta do 1º ato, em que senti falta de nos aprofundarmos mais no conflito do Creed. Apesar do humor do filme ser muito bom, ele nos afasta de sentir o peso que o Creed carrega ao estar infeliz com sua vida de "Hollywood", ao querer provar que é bom por si só e ao mostrar que honra o legado do nome do pai. Algumas cenas enfatizam bem esse conflito - como a aposta que ele faz no ringue no começo do filme e a conversa com Rocky na prisão - mas ainda assim não trazem o vazio que sentimos no início de "Rocky Balboa", ou a impotência do 1º Rocky diante de sua vida sem oportunidades. Talvez se tivesse dado mais tempo pra relação do Adonis com a Bianca, seria uma maneira de nos fazer sentir isso. Também percebi que o filme tem dificuldade ao equilibrar a sequência da história do Adonis com a doença do Rocky, a montagem fica menos fluida quando se tem esses 2 momentos acontecendo.
Como sempre Tarantino escolhendo com perfeição o elenco e fazendo com que os atores tenham performances excelentes. Destaque inquestionável para o Samuel L. Jackson, que segura o filme em alguns momentos e é o responsável pelo desenvolvimento da narrativa. E a Jennifer Jason Leigh, também numa atuação absurda de boa. Os pontos fracos acho que ficam pela autorreferência um pouco excessiva e uma impressão minha de que já no 1º ato deveria ter sido criada a tensão que só vai acontecer de fato no meio do filme, quando os 8 odiados já estão na cabana. Isso faz com que o começo seja uma introdução longa e mais cômica do que deveria. Mas, pelo menos, isso faz com que o filme cresça conforme o tempo passa, alcançando um clímax sensacional.
A sequência na floresta é uma das melhores entre todos os filmes de ação. Além do confronto que simula Rambo no seu "habitat natural", numa floresta que emula o Vietnã, tem todo o suspense que remete a um filme de terror, em que ao invés do "monstro/zumbi/alien", o próprio Rambo é a ameaça que pode sair de qualquer lugar para fazer sua vítima.
Gostei muito do filme, tem todo o impacto/emoção de rever a história de que somos fãs nas telas. Recupera o foco na aventura, que ao meu ver é a essência se Star Wars. No meu ranking, fica como o 3º melhor filme, mas ainda que entenda que o objetivo foi reapresentar o universo da saga pra uma nova geração e satisfazer os antigos fãs, tenho algumas observações (boas e ruins) sobre o filme:
-Pra mim ficou claro que o foco foi no desenvolvimento dos novos protagonistas. O roteiro foi todo pensado no desenvolvimento dos personagens e o fato de usar o Luke só na última cena, objetiva não tirar o foco destes novos protagonistas e fazer uma transição progressiva da antiga para esta nova saga. Nisso gostei muito, até achava que o Luke ia salvar o dia, mas a escolha do J.J. deu mais força ao papel da Rey como nova heroína da história.
-Os novos atores são sensacionais, fazem toda a diferença no filme. Que ótima escolha do elenco, é até difícil escolher se seu personagem preferido é a Rey, Finn, Poe ou até o BB-8. Uma outra coisa é como estes novos personagens têm personalidades que referenciam os personagens clássicos (Leia, Luke e Han), ao mesmo tempo em que têm características de cada um deles. Olhando a princípio, a Rey seria uma nova Luke, mas também assume um papel de Han Solo. O Poe teria um jeito de Han Solo, mas faz a função do Luke como piloto dos rebeldes.
-Apesar de não estar 100% consolidado nesse filme, Kylo Ren me parece ser o melhor personagem da nova trilogia: é o que tem o conflito mais interessante e com mais camadas a serem exploradas. Tem uma personalidade incomum para um Darth, é imaturo, impaciente, bruto e inseguro. Sua relação com o capacete deixa isso bem claro, em todas as vezes que ele tira a máscara, revela sua fraqueza e é derrotado - seja no jogo mental contra Rey ou na batalha com o sabre de luz. Kylo também é o elo dos fatos que aconteceram antes desse filme, assim como tem o ótimo conflito de ser seduzido pelo lado da luz. Enquanto o futuro da Rey parece previsível (vai iniciar o treinamento com Luke e enfrentará o Grande líder da Primeira Ordem), Kylo Ren pode ter diversos destinos, ainda que o mais óbvio seja sua conversão para o lado da luz.
-As cenas de ação são as melhores de toda franquia pra mim, muito pela tecnologia 40 anos avançada em relação ao filme de 77, mas também pela fotografia e direção que, mesmo estando assistindo ao 7º episódio da franquia, consegue causar o mesmo impacto e os olhos arregalados dos fãs, como se estivessem vendo aquilo pela 1ª vez.
-Destaque para as lutas com o sabre de luz, também minhas preferidas da saga. Isso se deve a um fator que parece básico, mas foi executado de verdade pela primeira vez: a presença da física nas lutas. Dá pra sentir o peso que tem o sabre de luz e o esforço que os personagens fazem para atacar o oponente. Claro que ninguém ali tem treinamento completo nas artes da força (o que deixa a luta mais crua e brutal), mas me transpareceu maior realismo e intensidade na cena em comparação ao balé que são as lutas dos prequels (o que, apesar de ser uma opção oposta, não deixa de ser legal também).
-Como muito se falou, o maior problema do filme é a total falta de originalidade da trama, uma cópia do Ep. IV. O culme do vacilo ao meu ver é usar uma nova "estrela da morte", que é 10x maior que a original, mas é destruída muito mais rápido e sem 1% da intensidade/importância da destriução da arma mortal antiga.
-O roteiro tem diálogos superiores aos dos escritos pelo George Lucas, mas também traz furos importantes, como a não inteligência dos rebeldes ao perceber a construção de uma nova arma mortal, assim como a destruição da capital da república sem que não haja nenhuma consequência disso na trama. Ora, destruíram a CAPITAL, mataram milhões de seres e só se viu rostos tristes, mas nenhuma consequência fundamental.
-Entendo a opção de não focar no lado político da história, isso permite um envolvimento mais fácil do novo público e deixa a trama mais direta e focada na aventura (o que no geral, me parece um acerto). Ainda assim, ter 0% de explicação sobre o papel da República - não se sabe se vive uma Guerra Fria contra a Primeira Ordem, ou qual sua relação direta com a Resistência - é um erro e prejudica na percepção do tamanho da ameaça que é a Primeira Ordem, no tamanho do medo e do controle que ela exerce sobre as pessoas. Isso faz com que a cena que emula o discurso de Hitler se torne artificial e o espectador não sinta o temor pelo que a utilização da StarKiller pode provocar.
-Outra coisa é a facilidade com que Rey e Finn enfrentam Kylo Ren na floresta gelada. Ainda que o vilão estivesse ferido e sem o capacete (a meu ver fundamental para sua autoconfiança), ele era iniciado na força e tinha parte do treinamento para ser um Darth. Era mais do que o suficiente para ganhar com facilidade do Finn, que quando consegue atingir o ombro do Kylo Ren mostra uma fragilidade do vilão que não corresponde ao seu poderio intimidador do início do filme. Um cara que para um tiro de blaster sem olhar não pode sofrer um ataque de um ex-strormtropper sem treinamento que nunca tinha visto um sabre de luz na vida. E ainda que a Rey tenha um poder incomum com a força, ela domina a técnica de luta de forma instatânea, o que levou 2 filmes pro Luke e bom tempo pro Anakin, ela consegue em questão de 3 minutos.
Por fim, entendo que temos que enxergar esta nova trilogia como uma história realmente dividida em três partes, seguindo a escola do Nolan com seus filmes do Batman. Só teremos um real panorama se a narrativa é boa ou não ao fim do episódio IX. Mas isso não prejudica em nada o impacto do filme como si só, somente deixa mais perguntas e ansiedade para que chegue logo 2017. Mal posso esperar.
Curto muito "road movies" e esse tem o elemento das doenças que os protagonistas têm, o que traz uma sombra dramática que tá sempre por perto. Apesar disso ser interessante, achei a direção muito pesada ao expor demais as síndromes dos personagens no início e ao pesar a mão no drama em alguns momentos. Com uma abordagem mais simples, aproveitando o que a história tem de melhor, que é a interação entre os personagens, poderia ser um filme menos irregular e até mais cômico. Ainda assim, o filme vai melhorando depois do primeiro ato e até que acaba funcionando bem.
Recicla todos as fórmulas de filmes de boxe possíveis, quem segura bem a história são as ótimas atuações do elenco. Se tivesse atores ruins o roteiro não conseguiria segurar sozinho, mas com a competência do elenco acaba sendo legal de assistir.
Gostei do filme, tem alguns problemas que o Woody Allen não costuma errar, mas o saldo final é positivo. O texto é muito bom e, apesar de repetir temas frequentes da filmografia do Woody, até traz uma abordagem nova ao dar sempre um tom cômico diante da tragédia, que em nenhum momento é tratado com o peso de Match Point, por exemplo. Além de fechar o filme com um ótimo
O trabalho com os figurinos e as cores também é muito bem feito. É legal ver como a Jill usa sempre cores claras e inclinadas para o rosa, exatamente a cor do prédio da faculdade em que o Prof. Abe chega e a mesma cor do quarto do professor quando ele conhece sua nova casa. E pra completar,
na cena em que ela o pressiona para confessar o crime, o rosa é trocado pelo tom escuro, pra demonstrar que ela não o vê com os olhos de admiração do começo do filme e nem é mais a mesma menina deslumbrada do início.
Os problemas são alguns relaxos, como usar a mesma música em momentos de tom totalmente diferente no filme e, principalmente, quando o foco da história deixa de ser a visão de mundo do Abe e passa a ser a visão investigativa da Jill e não há mudança nenhuma na direção. No fim, achei que a direção do woody deixou a desejar, mas o talento dele pra escrever falou mais alto e tornou o filme muito interessante.
A trama política é muito interessante e causa a dúvida sobre a motivação para o crime ser política ou emocional. A forma como o roteiro leva esses dois aspectos em paralelo é incrível.
A história tem um tema bem comum, do personagem que cometeu erros no passado e por algum acontecimento tenta conserta-los, ainda mais explorando a relação entre pai e filho, como acontece em tantos outros filmes. Nesse ponto o roteiro fica limitado, apesar da premissa bem interessante da carta do John Lennon e dos diálogos excelentes.
O melhor da série até agora, gostei bastante porque explorou a trama política, que é justamente o diferencial de Jogos Vorazes em relação as outras franquias semelhantes. Talvez o maior defeito é que todos os conflitos dramáticos são presos aos outros 2 filmes - o que pode prejudicar quem não os assistiu. Mas dentro da série a temática funcionou muito bem.
Achei um bom filme, mas também é um trabalho bem cômodo dentro da fórmula Marvel. Como sempre os diálogos são bem engraçados, é provavelmente o filme mais levado pra comédia da Marvel, porém em alguns momentos, especialmente no primeiro ato, o tom beira o sitcom por causa dos personagens caricatos.
Mas dentro da estrutura básica de herói salvando a terra, o filme funciona porque o Homem-Formiga é um ótimo personagem, que caiu muito bem no Paul Ruud. Mesmo com o vilão muito ruim, as cenas em que o Homem-Formiga aprende e depois coloca seus poderes em ação são excelentes, assim como as brincadeiras com as escalas dos objetos. No fim, me diverti, mas fiquei com a sensação que o personagem é melhor do que o filme.
Gostei do filme, é expositivo, previsível em alguns momentos, mas ainda assim fui mais vezes surpreendido. Gosto muito do trabalho dos diretores, com o humor peculiar e os bons movimentos de câmera.
Doutor Estranho
4.0 2,2K Assista AgoraDoutor Estranho é mais um filme em que a Marvel joga em casa, com o humor e aventura que ela sabe fazer no cinema.
O curioso é que era um personagem que podia ampliar as fronteiras do estúdio, justamente por sua trama que mexe com o misticismo e leva a ação para outros universos, que é o que parece ser um objetivo da Marvel com os filmes que vem pela frente, como Thor: Ragnarök, Guardiões da Galáxia 2 e um possível filme do Hulk no espaço. Apesar disso, Doutor Estranho se apega muito mais ao humor, que de fato funciona muito bem, e ao desenvolvimento do protagonista, como um bom filme de origem.
Ao meu ver essa opção traz consequências boas e ruins: a boa é que gera mais um filme muito divertido da Marvel e o torna menos pretensioso, o que seria um grande erro considerando a complexidade da fantasia.
Por outro, faz o clímax ser menos marcante, com uma solução em que nos apresenta o maior vilão do filme já nos minutos finais e ainda resolve a luta final com outra cena cômica. Isso nos afasta do medo que poderíamos sentir do grande vilão e ainda joga o bom Kaecilius pra escanteio como antagonista.
Mas o grande prejuízo é não ir a fundo na "imortalidade" da personagem da Tilda Swinton. Esse deveria ser o grande conflito do filme, é por causa dele que o Baron Mordo se transforma num vilão. Porém, ao passar superficialmente por essa revelação, não nos convence da mudança do personagem de Chiwetel Ejiofor e desde já cria um vilão com fraca motivação para a continuação.
Poderia ter sido um filme com muito mais profundidade, mas a Marvel preferiu fazer seu ótimo feijão com a arroz, que ganha uma cara mais incrementada com os belíssimos efeitos visuais.
Aquarius
4.2 1,9K Assista AgoraComentário cheio de spoilers:
"Prefiro dar um câncer em alguém do que ter outro".
Essa pra mim é a frase mais marcante do longa e que revela o tema do filme. Mais do que só o apreço pelo apartamento, o abraço às memórias e as coisas do passado, Aquarius é essencialmente sobre a força de Clara contra o câncer.
Entre todas as presenças do passado na vida de Clara, nada é mais marcante do que as marcas deixadas na luta para vencer a doença. Isso é demonstrado de maneira física, com a proteção da protagonista com seus cabelos e sua mama. Essa preocupação com essas partes do corpo que sofreram diretamente com o câncer, demonstra o peso que a doença, mesmo que vencida há 30 anos, ainda tem sobre Clara.
Ela anda quase sempre com os cabelos presos. Só os solta quando está no seu apartamento no Aquarius (ou nos mergulhos no mar). A mesma proteção acontece com sua mama retirada em virtude da doença, que ela defende durante os envolvimentos sexuais.
Por isso, quando Clara diz aquela marcante frase na última cena é um desfecho ótimo para o filme, que começa mostrando o início da vitória sobre o câncer, e encerra com ela colocando de vez uma pedra sobre a doença. Com uma coragem ainda maior do que a de se recusar a sair do Aquarius.
Café Society
3.3 531Este é um Woody Allen leve e extramamente romântico, como há muito não se via. Café Society tem uma trama menos ambiciosa do que outros filmes recentes, como Blue Jasmine ou Homem Irracional, mas é muito bem executada, sendo muito superior a Magia ao Luar, por exemplo, que é um filme com tom parecido.
Aqui, Woody explora mais vezes situações que ele domina como poucos, como cenas de discussões em família ou situações de conflito moral/filosófico que acabam virando grandes momentos cômicos. E se tratando de escritores de comédia, talvez Woody Allen seja o melhor que temos. Como é comum em alguns de seus filmes, mais do que a trama em si, os diálogos acabam sendo o grande destaque.
Apesar da história simples, é um roteiro que se desenvolve sem arestas, tornando o filme muito agradável de se assistir. Talvez o único ponto que desafina o tom da narrativa seja em alguns dos diálogos românticos, que pesam um pouquinho e por pouco não se tornam piegas. Mas nada que chega a comprometer.
Sem dúvida é o melhor Woody Allen desde Blue Jasmine e me deixa muito animado em ver que, aos 80 anos, ele ainda é um diretor e roteirista cheio de vida e que ainda vai trazer muita coisa boa nos próximos anos.
Quarteto Fantástico
2.2 1,7K Assista AgoraOs primeiros 40 minutos são bons e divertidos, até que estabelecem bem as personalidades dos personagens. Mas a partir do momento em que
Victor fica pra trás no acidente
Tenho a impressão que originalmente o filme era pra ser muito mais longo, mas com as tretas que aconteceram durante a produção foi encurtado ao máximo. A parte que mais teria potencial, que é quando eles ganham seus poderes, foi cortada por uma passagem de tempo que praticamente já nos leva pra batalha final. Seria muito legal acompanhar o drama e as incertezas dos 4 com os poderes, como, aliás, o próprio Josh Trank mostrou com muito bem no seu filme anterior "Poder Sem Limites".
No final, ficou parecendo um Dragon Ball Z com os 4 lutando com um Freeza metálico, que foi mostrado por 20 minutos como superpoderoso, mas
foi derrotado em 2 minutos.
A Grande Aposta
3.7 1,3KEsse é um filme corajoso, tanto por trazer ao grande público um tema que parece alienígena de tão difícil de entender, quanto por colocar o dedo na ferida da hipocrisia que é o mercado financeiro. E ainda assim consegue ser muito engraçado e inovador em sua narrativa, com a montagem mais ousada dos últimos anos.
O Quarto de Jack
4.4 3,3K Assista AgoraSe tivesse ido até o momento em que os 2 conseguem escapar do Quarto, seria um filme incrível, sem ter o que tirar nem por. Toda a sequência no Quarto funciona muito bem, desde os planos fechados transmitindo a claustrofobia do lugar, até a opção de vermos o espaço através do olhar infantil do Jack. Assim, mesmo com um cenário minúsculo pra explorar, a fotografia e edição rápida nos dão a impressão de que o espaço é mais amplo e que ali tem muito a ser descoberto pela imaginação do Jack. Isso, somado a ótima atuação dos protagonistas, cria uma torcida para que eles possam escapar e logo vem a tensão para que o plano de fuga deles dê certo. Porém, quando eles já estão no mundo exterior, o filme segue nos levando pela visão do Jack e, por mais bonita que seja a sua descoberta do mundo, é um olhar limitado por ser um olhar infantil. Assim, as consequências do tempo em que ele e sua mãe estiveram em cativeiro são mostradas de forma superficial, mesmo tendo um grande potencial dramático. Seria muito mais interessante se passassemos a ver através do olhar da mãe, que é quem realmente sofre com as consequências do enclausuramento e daria um sentido para a 2ª metade do filme. No fim, fica a primeira metade excelente, uma parte final mal explorada e um filme que vale muito a pena, mas que poderia ser muito mais.
Spotlight - Segredos Revelados
4.1 1,7K Assista AgoraFilmes que narram um fato costumam causar um envolvimento menor em quem assiste do que aqueles que trabalham a personalidade dos personagens, por isso acho que deve ter sido muito difícil pros roteiristas conseguir contar toda a história da investigação do jornal sem deixar o filme arrastado pra quem assiste. Além das atuações, a montagem e a trilha sonora foram as coisas que mais me chamaram a atenção e que criaram uma tensão/expectativa para saber o que ia acontecer com a matéria e como ela ia ser publicada. Por ter uma estrutura linear, sem grandes pontos de virada, Spotlight é um filme que começa devagar e vai crescendo conforme os jornalistas vão descobrindo as revelações da Igreja, até chegar no melhor momento, que é quando os repórteres se envolvem emocionalmente com a matéria e revelam um pouco das suas personalidades e revelam conflitos entre si e com o passado. Pena que isso acontece só na parte final, mas é compreensível devido à dificuldade em contar meses de trabalho de uma denúncia gigante, em somente um filme. Deu um ótimo filme, mas também daria uma excelente série.
Creed: Nascido para Lutar
4.0 1,1K Assista AgoraSou muito fã da franquia Rocky e fico feliz em vê-la nas mãos de um grande diretor como Ryan Coogler. Já neste reinício da franquia com Creed, tem muita coisa que merece destaque. A primeira, e que os fãs podem ficar tranquilos, é que o espírito da série continua ali. Uma coisa importante é que Rocky nunca foi sobre ganhar ou perder, é sempre sobre superar os conflitos internos e vencer os tormentos pessoais dentro de você. Isso é muito bem destacado no filme, quando Rocky fala pro Creed que aquele no espelho é o principal oponente que ele terá pela frente. Os melhores filmes do Rocky são aqueles em que pouco importa o resultado da luta final. Quando soa o ringue, tem outras vitórias muito mais importantes ali, e é assim que acontece no 1º Rocky, no Rocky Balboa e neste Creed, pra mim os 3 melhores filmes da série, nesta ordem.
Mas falando do filme em si, a ideia da história é muito boa, principalmente por equilibrar a homenagem ao passado com o início de um novo personagem como protagonista. Recuperar o destaque ao Apollo Creed é ótimo e dá a oportunidade de trazer uma nova ambientação pra série, que é a da cultura negra. A direção do Ryan Coogler é excelente, os planos sequência usados em algumas lutas são incríveis e fazem com que talvez sejam as lutas mais bem filmadas de toda a série. Claro que são lutas diferentes: se antes eram bem características de Rocky, muito coreografadas, com troca intensa de socos por um longo período, agora elas são mais realistas, com mais sangue e mais intensas, você pode sentir mais o impacto dos golpes. Outro destaque são as inúmeras rimas com os outros filmes do Rocky. Tem cenas muito semelhantes ao Rocky original e pequenos momentos retirados de todos os outros 6 Rockys. E o grande mérito é que, em nenhum momento, isso soa como cópia, mas sim como referência/homenagem na medida certa. O mais evidente disso é o uso da música, a histórica "Gonna Fly Now". O diretor mexe na sua expectativa pela música o filme inteiro, você fica esperando tocar em diversas cenas, mas ele segura e não coloca a música. Mas quando finalmente ela toca, é no momento perfeito, de trazer zumbis de volta à vida e te fazer querer levantar pra enfrentar qualquer desafio que vier.
E se em Rocky não podem faltar as frases motivadoras, aqui estão várias delas, sempre ditas pelo sempre espirituoso e agora igualmente experiente Rocky Balboa. Aliás, é impressionante a facilidade com que o Stallone consegue interpretar o Rocky, parece que o Garanhão Italiano vive dentro dele o tempo todo e ele só o coloca pra fora no momento em que precisa.
Como em todos os filmes do Rocky, o último round é sempre emocionante e poder assisti-lo no cinema é de empolgar qualquer um, até quem não gosta de boxe.
Os problemas do filme, na minha visão, ficam por conta do 1º ato, em que senti falta de nos aprofundarmos mais no conflito do Creed. Apesar do humor do filme ser muito bom, ele nos afasta de sentir o peso que o Creed carrega ao estar infeliz com sua vida de "Hollywood", ao querer provar que é bom por si só e ao mostrar que honra o legado do nome do pai. Algumas cenas enfatizam bem esse conflito - como a aposta que ele faz no ringue no começo do filme e a conversa com Rocky na prisão - mas ainda assim não trazem o vazio que sentimos no início de "Rocky Balboa", ou a impotência do 1º Rocky diante de sua vida sem oportunidades. Talvez se tivesse dado mais tempo pra relação do Adonis com a Bianca, seria uma maneira de nos fazer sentir isso. Também percebi que o filme tem dificuldade ao equilibrar a sequência da história do Adonis com a doença do Rocky, a montagem fica menos fluida quando se tem esses 2 momentos acontecendo.
E uma coisa de fã, não ter uma sequência de treinamento faz falta, apesar de não chegar a ser um grande problema.
Ainda assim, o resultado final é muito bom e consegue o principal objetivo: te faz vibrar com em qualquer filme do Rocky Balboa.
Um Senhor Estagiário
3.9 1,2K Assista AgoraNancy Meyers não é a mais criativa das diretoras, mas sabe trabalhar os clichês como ninguém pra deixar o filme cativante e sempre simpático.
Os Oito Odiados
4.1 2,4K Assista AgoraComo sempre Tarantino escolhendo com perfeição o elenco e fazendo com que os atores tenham performances excelentes. Destaque inquestionável para o Samuel L. Jackson, que segura o filme em alguns momentos e é o responsável pelo desenvolvimento da narrativa. E a Jennifer Jason Leigh, também numa atuação absurda de boa. Os pontos fracos acho que ficam pela autorreferência um pouco excessiva e uma impressão minha de que já no 1º ato deveria ter sido criada a tensão que só vai acontecer de fato no meio do filme, quando os 8 odiados já estão na cabana. Isso faz com que o começo seja uma introdução longa e mais cômica do que deveria. Mas, pelo menos, isso faz com que o filme cresça conforme o tempo passa, alcançando um clímax sensacional.
Rambo: Programado Para Matar
3.7 579 Assista AgoraA sequência na floresta é uma das melhores entre todos os filmes de ação. Além do confronto que simula Rambo no seu "habitat natural", numa floresta que emula o Vietnã, tem todo o suspense que remete a um filme de terror, em que ao invés do "monstro/zumbi/alien", o próprio Rambo é a ameaça que pode sair de qualquer lugar para fazer sua vítima.
Star Wars, Episódio VII: O Despertar da Força
4.3 3,1K Assista AgoraGostei muito do filme, tem todo o impacto/emoção de rever a história de que somos fãs nas telas. Recupera o foco na aventura, que ao meu ver é a essência se Star Wars. No meu ranking, fica como o 3º melhor filme, mas ainda que entenda que o objetivo foi reapresentar o universo da saga pra uma nova geração e satisfazer os antigos fãs, tenho algumas observações (boas e ruins) sobre o filme:
-Pra mim ficou claro que o foco foi no desenvolvimento dos novos protagonistas. O roteiro foi todo pensado no desenvolvimento dos personagens e o fato de usar o Luke só na última cena, objetiva não tirar o foco destes novos protagonistas e fazer uma transição progressiva da antiga para esta nova saga. Nisso gostei muito, até achava que o Luke ia salvar o dia, mas a escolha do J.J. deu mais força ao papel da Rey como nova heroína da história.
-Os novos atores são sensacionais, fazem toda a diferença no filme. Que ótima escolha do elenco, é até difícil escolher se seu personagem preferido é a Rey, Finn, Poe ou até o BB-8. Uma outra coisa é como estes novos personagens têm personalidades que referenciam os personagens clássicos (Leia, Luke e Han), ao mesmo tempo em que têm características de cada um deles. Olhando a princípio, a Rey seria uma nova Luke, mas também assume um papel de Han Solo. O Poe teria um jeito de Han Solo, mas faz a função do Luke como piloto dos rebeldes.
-Apesar de não estar 100% consolidado nesse filme, Kylo Ren me parece ser o melhor personagem da nova trilogia: é o que tem o conflito mais interessante e com mais camadas a serem exploradas. Tem uma personalidade incomum para um Darth, é imaturo, impaciente, bruto e inseguro. Sua relação com o capacete deixa isso bem claro, em todas as vezes que ele tira a máscara, revela sua fraqueza e é derrotado - seja no jogo mental contra Rey ou na batalha com o sabre de luz. Kylo também é o elo dos fatos que aconteceram antes desse filme, assim como tem o ótimo conflito de ser seduzido pelo lado da luz. Enquanto o futuro da Rey parece previsível (vai iniciar o treinamento com Luke e enfrentará o Grande líder da Primeira Ordem), Kylo Ren pode ter diversos destinos, ainda que o mais óbvio seja sua conversão para o lado da luz.
-As cenas de ação são as melhores de toda franquia pra mim, muito pela tecnologia 40 anos avançada em relação ao filme de 77, mas também pela fotografia e direção que, mesmo estando assistindo ao 7º episódio da franquia, consegue causar o mesmo impacto e os olhos arregalados dos fãs, como se estivessem vendo aquilo pela 1ª vez.
-Destaque para as lutas com o sabre de luz, também minhas preferidas da saga. Isso se deve a um fator que parece básico, mas foi executado de verdade pela primeira vez: a presença da física nas lutas. Dá pra sentir o peso que tem o sabre de luz e o esforço que os personagens fazem para atacar o oponente. Claro que ninguém ali tem treinamento completo nas artes da força (o que deixa a luta mais crua e brutal), mas me transpareceu maior realismo e intensidade na cena em comparação ao balé que são as lutas dos prequels (o que, apesar de ser uma opção oposta, não deixa de ser legal também).
-Como muito se falou, o maior problema do filme é a total falta de originalidade da trama, uma cópia do Ep. IV. O culme do vacilo ao meu ver é usar uma nova "estrela da morte", que é 10x maior que a original, mas é destruída muito mais rápido e sem 1% da intensidade/importância da destriução da arma mortal antiga.
-O roteiro tem diálogos superiores aos dos escritos pelo George Lucas, mas também traz furos importantes, como a não inteligência dos rebeldes ao perceber a construção de uma nova arma mortal, assim como a destruição da capital da república sem que não haja nenhuma consequência disso na trama. Ora, destruíram a CAPITAL, mataram milhões de seres e só se viu rostos tristes, mas nenhuma consequência fundamental.
-Entendo a opção de não focar no lado político da história, isso permite um envolvimento mais fácil do novo público e deixa a trama mais direta e focada na aventura (o que no geral, me parece um acerto). Ainda assim, ter 0% de explicação sobre o papel da República - não se sabe se vive uma Guerra Fria contra a Primeira Ordem, ou qual sua relação direta com a Resistência - é um erro e prejudica na percepção do tamanho da ameaça que é a Primeira Ordem, no tamanho do medo e do controle que ela exerce sobre as pessoas. Isso faz com que a cena que emula o discurso de Hitler se torne artificial e o espectador não sinta o temor pelo que a utilização da StarKiller pode provocar.
-Outra coisa é a facilidade com que Rey e Finn enfrentam Kylo Ren na floresta gelada. Ainda que o vilão estivesse ferido e sem o capacete (a meu ver fundamental para sua autoconfiança), ele era iniciado na força e tinha parte do treinamento para ser um Darth. Era mais do que o suficiente para ganhar com facilidade do Finn, que quando consegue atingir o ombro do Kylo Ren mostra uma fragilidade do vilão que não corresponde ao seu poderio intimidador do início do filme. Um cara que para um tiro de blaster sem olhar não pode sofrer um ataque de um ex-strormtropper sem treinamento que nunca tinha visto um sabre de luz na vida. E ainda que a Rey tenha um poder incomum com a força, ela domina a técnica de luta de forma instatânea, o que levou 2 filmes pro Luke e bom tempo pro Anakin, ela consegue em questão de 3 minutos.
Por fim, entendo que temos que enxergar esta nova trilogia como uma história realmente dividida em três partes, seguindo a escola do Nolan com seus filmes do Batman. Só teremos um real panorama se a narrativa é boa ou não ao fim do episódio IX. Mas isso não prejudica em nada o impacto do filme como si só, somente deixa mais perguntas e ansiedade para que chegue logo 2017. Mal posso esperar.
Elena
4.2 1,3K Assista AgoraQue filme corajoso, me senti pequeno perto da sensibilidade da Petra Costa.
A Estrada Interior
3.7 121 Assista AgoraCurto muito "road movies" e esse tem o elemento das doenças que os protagonistas têm, o que traz uma sombra dramática que tá sempre por perto. Apesar disso ser interessante, achei a direção muito pesada ao expor demais as síndromes dos personagens no início e ao pesar a mão no drama em alguns momentos. Com uma abordagem mais simples, aproveitando o que a história tem de melhor, que é a interação entre os personagens, poderia ser um filme menos irregular e até mais cômico. Ainda assim, o filme vai melhorando depois do primeiro ato e até que acaba funcionando bem.
Perdido em Marte
4.0 2,3K Assista AgoraEu também amo ketchup.
Nocaute
3.8 688 Assista AgoraRecicla todos as fórmulas de filmes de boxe possíveis, quem segura bem a história são as ótimas atuações do elenco. Se tivesse atores ruins o roteiro não conseguiria segurar sozinho, mas com a competência do elenco acaba sendo legal de assistir.
O Homem Irracional
3.5 555 Assista AgoraGostei do filme, tem alguns problemas que o Woody Allen não costuma errar, mas o saldo final é positivo. O texto é muito bom e, apesar de repetir temas frequentes da filmografia do Woody, até traz uma abordagem nova ao dar sempre um tom cômico diante da tragédia, que em nenhum momento é tratado com o peso de Match Point, por exemplo. Além de fechar o filme com um ótimo
humor pelo bizarro.
O trabalho com os figurinos e as cores também é muito bem feito. É legal ver como a Jill usa sempre cores claras e inclinadas para o rosa, exatamente a cor do prédio da faculdade em que o Prof. Abe chega e a mesma cor do quarto do professor quando ele conhece sua nova casa. E pra completar,
na cena em que ela o pressiona para confessar o crime, o rosa é trocado pelo tom escuro, pra demonstrar que ela não o vê com os olhos de admiração do começo do filme e nem é mais a mesma menina deslumbrada do início.
Os problemas são alguns relaxos, como usar a mesma música em momentos de tom totalmente diferente no filme e, principalmente, quando o foco da história deixa de ser a visão de mundo do Abe e passa a ser a visão investigativa da Jill e não há mudança nenhuma na direção. No fim, achei que a direção do woody deixou a desejar, mas o talento dele pra escrever falou mais alto e tornou o filme muito interessante.
Chinatown
4.1 635 Assista AgoraA trama política é muito interessante e causa a dúvida sobre a motivação para o crime ser política ou emocional. A forma como o roteiro leva esses dois aspectos em paralelo é incrível.
Vício Inerente
3.5 554 Assista AgoraExtremamente bem dirigido como sempre pelo PTA, o desing de produção é sensacional. Mas poderia ter tranquilamente 40 minutos a menos.
Não Olhe Para Trás
3.7 210 Assista AgoraA história tem um tema bem comum, do personagem que cometeu erros no passado e por algum acontecimento tenta conserta-los, ainda mais explorando a relação entre pai e filho, como acontece em tantos outros filmes. Nesse ponto o roteiro fica limitado, apesar da premissa bem interessante da carta do John Lennon e dos diálogos excelentes.
Gostei muito também da decisão de não fazer o Danny Colins cantar de cara a música que mudaria sua carreira.
Apesar do roteiro irregular, a direção é muito boa, com muita comédia implícita nas cenas, sem precisar usar o diálogo.
Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1
3.8 2,4K Assista AgoraO melhor da série até agora, gostei bastante porque explorou a trama política, que é justamente o diferencial de Jogos Vorazes em relação as outras franquias semelhantes. Talvez o maior defeito é que todos os conflitos dramáticos são presos aos outros 2 filmes - o que pode prejudicar quem não os assistiu. Mas dentro da série a temática funcionou muito bem.
Homem-Formiga
3.7 2,0K Assista AgoraAchei um bom filme, mas também é um trabalho bem cômodo dentro da fórmula Marvel. Como sempre os diálogos são bem engraçados, é provavelmente o filme mais levado pra comédia da Marvel, porém em alguns momentos, especialmente no primeiro ato, o tom beira o sitcom por causa dos personagens caricatos.
Mas dentro da estrutura básica de herói salvando a terra, o filme funciona porque o Homem-Formiga é um ótimo personagem, que caiu muito bem no Paul Ruud. Mesmo com o vilão muito ruim, as cenas em que o Homem-Formiga aprende e depois coloca seus poderes em ação são excelentes, assim como as brincadeiras com as escalas dos objetos. No fim, me diverti, mas fiquei com a sensação que o personagem é melhor do que o filme.
Kingsman: Serviço Secreto
4.0 2,2K Assista AgoraMano, que filme daora!! Despretensioso e com dezenas de referências.
Golpe Duplo
3.3 733 Assista AgoraGostei do filme, é expositivo, previsível em alguns momentos, mas ainda assim fui mais vezes surpreendido. Gosto muito do trabalho dos diretores, com o humor peculiar e os bons movimentos de câmera.