Tinha achado a ideia tão interessante, mas o resultado deixou a desejar... Em mais de uma resposta, o papa é vago e genérico, resultando em uma conversa monótona sem ter muito o que acrescentar. Uma pena.
O filme claramente apostou todas as fichas em referências e nostalgia e não se preocupou em desenvolver um único fiapo de história.
Não que eu esperasse um roteiro complexo e digno de Oscar, mas aqui é nítido que eles literalmente ignoraram essa parte.
Se o projeto caísse nas mãos da Disney/Pixar e até mesmo da DreamWorks, o resultado seria bem mais divertido e menos esquecível do que essa animação tosca...
O maior trunfo de O Estrangulador de Boston é conseguir abordar o tema do machismo e sexismo em um filme de serial killer - se formos parar para pensar, a maioria dos filmes do subgênero não têm nada disso.
Vi gente aí embaixo falando que sentiu falta de mortes, mas claramente, o objetivo do filme não era ser um Hannibal Lecter da vida, e sim, mostrar a história do ponto de vista das repórters que investigaram os crimes até melhor do que a polícia.
É claro que o filme toma algumas liberdades criativas.
A morte de Albert DeSalvo, por exemplo, foi em 1973 e o filme faz parecer que foi em 1965, bem no meio das investigações.
Curioso pensar a questão levantada pelo filme de que outros homens teriam se aproveitado da repercussão dos crimes do Estrangulador de Boston para cometer os seus próprios assassinatos e saírem impunes. Seguindo essa lógica, Loretta, infelizmente, acabou contribuindo para isso enquanto acreditava estar salvando mais mulheres: ao conhecerem os detalhes do caso graças ao seu trabalho na imprensa, os assassinos planejavam os seus próprios homicídios.
Agora, aquela enxurrada de indicações ao Oscar foi um exagero completo (ainda mais em um ano no qual Nope foi totalmente esnobado). Podiam ter indicado apenas Colin Farrell e Brendan Gleeson e já estaria de bom tamanho
O filme anterior do diretor Martin McDonagh, Três Anúncios Para um Crime, era bem melhor, mais envolvente, emocionante e profundo.
O roteiro, indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original, ainda guarda um erro grosseiro.
O policial da ilha é apresentado como um homem violento que não leva desaforo para casa. Quando o Pádraic conta para aquela senhora que ele bate no filho, o policial vai lá fora e desce a porrada nele.
Agora, quando o mesmo Pádraic faz uma acusação ainda mais grave (dizendo que o policial molesta o próprio filho) na frente de um bar cheio, o oficial não faz nada (!). Fica quieto, sem reação e só vai bater no Pádraic vários dias depois. Isso em uma ilha pequena onde todo mundo tromba com todo mundo a toda hora. Coerência zero com o que tínhamos visto do personagem antes. A reação mais verossímil seria ele ir pra cima do Pádraic na mesma hora
O documentário traça uma radiografia da trajetória e ascensão política de Putin e Zelensky para mostrar como os seus países entraram em guerra.
A obra traz alguns pontos de vista interessantes, mas peca ao tratar Zelensky como um herói e não expor suas contradições - afinal, o líder ucraniano também carrega responsabilidade pelo conflito ao insistir em uma entrada na OTAN sabendo das consequências
Também faltaram entrevistados independentes - todos são do lado dos EUA e um deles é John Bolton, que trabalhou no governo Trump e disse publicamente ter ajudado a planejar golpes de Estado.
Ou seja, talvez seria melhor ter escolhido outro....
Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo é pura criatividade e ousadia em ação. Mereceu super os prêmios que ganhou e daria tranquilamente uma trilogia ou uma série derivada.
Fico imaginando a complexidade em escrever um roteiro tão complexo e fazer a montagem do filme. O elenco está afiadíssimo. Só fiquei pensando se a atriz que faz a Joy não ficou chateada de ver todos os seus colegas ganhando Oscar e ela nem ter sido indicada, sendo que merecia muito mais do que a Jamie Lee Curtis.
Legal ver a maior premiação do cinema reconhecendo um filme assim. Se voltássemos dez anos no tempo, isso não seria possível: a regra era premiar filmes quadrados e caretas, tipo Argo, O Discurso do Rei e O Artista (obras das quais ninguém fala/lembra mais).
Curiosidade: é dos mesmos diretores de Um Cadáver Para Sobreviver, filme que eu amo e nunca imaginei que os responsáveis por ele ganhariam um Oscar. E mais do que isso: Tudo em Todo Lugar ao Mesmo tempo tornou-se o longa-metragem mais premiado da História.
E pensar que tudo teria sido evitado se a entrevista da moça fosse por chamada de vídeo, como são 99% das entrevistas hoje em dia rs
Brincadeiras à parte, é um ótimo filme que subverte as expectativas. Começa como uma coisa, se torna outra e termina de um jeito inesperado. Em determinados momentos, me lembrou um pouco O Homem nas Trevas.
E é legal ver Justin Long, o protagonista de Olhos Famintos, nesse filme -
Fiquei chocado e incomodado com esse filme. Não gosto do Eddie Redmayne, mas é inegável que ele destruiu aqui, dando vida com muito realismo a um psicopata que se passa por bom moço. O jeito que ele incorpora os tiques, a linguagem corporal, a postura, o tom de voz... Um trabalho incrível do ator! Jessica Chastain também faz bonito como uma personagem super inteligente e determinada. Espero que os dois sejam lembrados no Oscar 2023.
Estima-se que Charles Cullen teria matado cerca de 400 pessoas. É desesperador saber que existem pessoas assim na vida real e que qualquer um de nós pode cruzar o caminho de um monstro desses e se tornar vítima.
Aliás, cabe lembrar que o Brasil também tem seus próprios monstros. Na pandemia, a Prevent Senior usou pacientes de covid-19 como cobaia para aplicar medicamentos sem eficácia. A pessoa ia para o hospital com a esperança de ser curada e voltava em um saco preto...
Fico muito feliz de ver o cinema nacional dando cada vez mais espaço para personagens trans. "Paloma" é um ótimo filme que, em determinado momento, parece um conto de fadas - até o momento em que o terror de um Brasil do ódio se impõe sobre o conto de amor. O final é surpreendente e vale muito pena a ver. Bora incentivar o cinema nacional!
O documentário mostra muito bem como Trump transformou a eleição em um reality show e soube canalizar o ódio da população a seu favor.
Graves também os erros cometidos por Hillary em sua campanha eleitoral, que subestimou a força de Trump e bom... O resultado todos nós sabemos.
O que o documentário mostra é muito parecido com o que aconteceu e ainda está acontecendo aqui no Brasil - afinal, Trump e Bolsonaro seguem o mesmo script.
Uma obra essencial para entender esses tempos malucos em que vivemos.
Daria um ótimo curta-metragem. Como longa-metragem, a experiência em um sábado de noite acabou sendo meio frustrante. Mas, com toda certeza, teria sido diferente se eu tivesse visto no cinema durante a programação de um festival, por exemplo. Incrível como a hora e o dia que assistimos a um filme impacta nossa avaliação.
A ideia é muito boa, mas cometeram alguns deslizes no roteiro. O principal deles foi tentar inserir humor: devido à sua temática, era melhor se manter sério, sem piadinhas forçadas.
Outro erro grave foi criar uma falsa simetria entre a morte de dois personagens com a cena simultânea dos seus assassinatos - pode dar até a impressão de que são dois lados dominados pelo ódio, sendo que só o lado do opressor atua com ódio e o outro lado está simplesmente resistindo.
Tudo acontece também rápido demais. O protagonista está dormindo, acorda e descobre que não só a medida provisória foi aprovada, como também já estão capturando e matando negros nas ruas. Dado o seu envolvimento com a questão, é inaceitável imaginar que ele estaria dormindo quando a votação estivesse acontecendo (e não era uma votação secreta, visto que estava passando na TV).
No mais, tem algumas sacadas boas também. Nessa cena específica da votação, vemos ali uma reconstituição precisa dos discursos durante a votação do impeachment da Dilma. Os diálogos no estilo "não sou racista, tive até uma empregada negra" e "o Brasil ficou 100% branco" também trazem muito da nossa realidade.
Outra coisa que também achei muito esquisita: por que não pediram para o vizinho asiático ou a namorada branca do André trazer a insulina do Antônio? Da mesma forma que ela jogou uma pedra pela janela com uma mensagem, poderia encontrar uma maneira de entregar a insulina que ele tanto precisava.
Uma bomba. É como se tivessem feito um O Chamado ou Jogos Mortais, trocando a menina do poço/o boneco por um videogame.
Aqui tudo é tão ruim, clichê, tosco e jogado de qualquer forma que não sobra nada para aproveitar. Coitado do Asa que teve seu talento desperdiçado com essa porcaria.
Tem boas cenas, uma tensão legal, a Noomi Rapace é uma atriz ótima, mas faltou aquele capricho do roteiro. Parece que ficaram com preguiça de contextualizar ou desenvolver uma única linha de história dos vilões e do universo narrativo em que estão inseridos.
Contra quem eles estão lutando? Um grupo terrorista? O exército de uma nação estrangeira? O que querem esses inimigos e por que a guerra? Nada disso é explicado e o filme não tem nenhum vilão desenvolvido.
O racismo escancarado, violento e desprezível encarnado pelos moradores brancos de uma cidade do interior. O que mais os incomoda não é, necessariamente, a presença de um negro - afinal, eles já estão "acostumados" com os que moram em Sparta.
A questão é que o nosso protagonista está num lugar que, na cabeça dos racistas, não deveria ser o dele. Um policial bem-sucedido, mais inteligente e competente do que todos os oficiais branquelos juntos. Estes prefeririam mil vezes vê-lo como mais um dos mordomos, mecânicos e trabalhadores braçais da cidade. Ou como escravo mesmo, - "Houve um tempo em que eu poderia mandar te matar", diz, em certo momento, um velho rico.
E me admira a forma firme com que Virgil reage aos ataques racistas. Nunca se deixa abalar e, na melhor cena do filme, leva um tapa na cara e revida instantaneamente, sem pensar duas vezes. Afinal, ele não está disposto a se deixar humilhar.
Com certeza, irei ver mais filmes do grande Sidney Poitier, que nos deixou recentemente.
na cena final, fizeram uma transição super brusca. Em um segundo o policial surge DO NADA para matar o assassino e, num piscar de olho, os dois pombinhos estão vivendo seu final feliz.
A Netflix deveria ter uma preocupação maior com a qualidade das produções que traz para o catálogo.
O cinema sempre gostou de filmes ambientados em universos apocalípticos - e acredito que, como consequência da pandemia, teremos ainda mais histórias nesse estilo chegando às telas.
Adoro a Chloe Grace Moretz, mas fico de cara de como ela se envolve com projetos fracos e ruins. Foi por isso que quando descobri "Mãe X Androides" já imaginei que seria uma bomba das grandes. Me enganei!
Claro, não é um filmaço ou uma obra-prima. Também fica muito longe de outros ótimos filmes apocalípticos lançados recentemente (como Um Lugar Silencioso), mas é divertido de assistir e desperta curiosidade sobre o destino dos personagens.
O final me chamou a atenção por ter um furo grande: em vários momentos, a gente vê que, sempre que um humano se aproxima de uma base, ele passa por detector de metais e faz exame de sangue. Como não fizeram isso com o androide disfarçado de humano? Esqueceram de protocolo de segurança mais importante que teria evitado todo aquele massacre. E, outra coisa, o tal Arthur foi um gênio de manipular a situação e planejar tudo direitinho, mas morreu levando balas na cara de uma menina que nem sabe atirar? Reparem que ele nem se esforça para desviar dos tiros. Difícil de engolir.
Primeiro filme que vejo da Bulgária, considerado um dos países mais pobres da Europa e, muitas vezes, ignorado quando falamos do velho continente e seus encantos.
Fui esperando um road movie simples e encontrei um drama com um contexto político por trás - à medida que vamos mergulhando na história de Aleksander e sua família, também vamos conhecendo mais da história e da realidade dessa ex-república socialista.
É como se fossem 2 filmes em 1: um focado na viagem de volta para casa e outro nas memórias do passado. Combinação que dá certo e torna a experiência bastante atrativa. Uma obra bonita, familiar, inspiradora, gostosa de ser vista e que você muito provavelmente vai recomendar para quem gosta de um cinema fora do eixo hollywoodiano.
Bulgária também tem suas belezas e merece ser conhecida :)
A cena do Aleksander jogando o dado e relembrando seu passado é espetacular, de longe a minha preferida do filme todo. Ainda vem com a surpresa do dado quebrar em 2 - aquela surpresa mágica que o destino entrega de presente.
Um espelho da velha política brasileira: clientelismo, compra de votos, promessas enganosas, abuso de poder econômico, o velho disfarçado de Novo e até assassinato com possível viés político.
Embora a cidade do filme seja uma localidade do interior de Pernambuco, muito do que a gente vê ali também se repete nas metrópoles brasileiras. Em 2020, por exemplo, a campanha do então prefeito de SP, Bruno Covas, foi flagrada entregando cestas básicas em uma comunidade carente. E como esquecer o vídeo de pessoas recebendo dinheiro para participar dos atos bolsonaristas de 07 de setembro?
O desfecho poderia ser melhor trabalhado e menos abrupto. Mas, enfim, mais um filme brasileiro que tenho o prazer de conhecer e certamente recomendar.
Legal para ver no Natal com a família sem grandes pretensões, especialmente para quem gosta de filme com cachorro. História fofa e simples + belas paisagens.
Leonardo DiCaprio é o Átila, o cientista que tenta avisar a todos sobre o desastre que está por vir. Jennifer Lawrence é a Natalia Pasternack, que, assim como a personagem, também rasgou o verbo numa entrevista quando falaram que as pessoas deveriam levar "com humor" quem não usa máscara. Meryl Streep é o Bolsonaro Jonah Hill é o Carluxo, o filho da presidente com influência Mark Rylance é o velho da Havan ou o Carlos Wizard, o bilionário que dá as cartas no governo E o Timothée Chalamet? Bem, ele é só o Timothée mesmo, o magrinho confiante gostoso que a gente tanto ama (não vi mta utilidade pro personagem dele, só queria formar um trisal com ele e a JLaw)
Amém: Perguntando ao Papa
3.3 5Tinha achado a ideia tão interessante, mas o resultado deixou a desejar... Em mais de uma resposta, o papa é vago e genérico, resultando em uma conversa monótona sem ter muito o que acrescentar. Uma pena.
Super Mario Bros.: O Filme
3.9 784 Assista AgoraO filme claramente apostou todas as fichas em referências e nostalgia e não se preocupou em desenvolver um único fiapo de história.
Não que eu esperasse um roteiro complexo e digno de Oscar, mas aqui é nítido que eles literalmente ignoraram essa parte.
Se o projeto caísse nas mãos da Disney/Pixar e até mesmo da DreamWorks, o resultado seria bem mais divertido e menos esquecível do que essa animação tosca...
O Estrangulador de Boston
3.3 106O maior trunfo de O Estrangulador de Boston é conseguir abordar o tema do machismo e sexismo em um filme de serial killer - se formos parar para pensar, a maioria dos filmes do subgênero não têm nada disso.
Vi gente aí embaixo falando que sentiu falta de mortes, mas claramente, o objetivo do filme não era ser um Hannibal Lecter da vida, e sim, mostrar a história do ponto de vista das repórters que investigaram os crimes até melhor do que a polícia.
É claro que o filme toma algumas liberdades criativas.
A morte de Albert DeSalvo, por exemplo, foi em 1973 e o filme faz parecer que foi em 1965, bem no meio das investigações.
Curioso pensar a questão levantada pelo filme de que outros homens teriam se aproveitado da repercussão dos crimes do Estrangulador de Boston para cometer os seus próprios assassinatos e saírem impunes. Seguindo essa lógica, Loretta, infelizmente, acabou contribuindo para isso enquanto acreditava estar salvando mais mulheres: ao conhecerem os detalhes do caso graças ao seu trabalho na imprensa, os assassinos planejavam os seus próprios homicídios.
Os Banshees de Inisherin
3.9 570 Assista AgoraÉ, sem dúvidas, um bom filme.
Agora, aquela enxurrada de indicações ao Oscar foi um exagero completo (ainda mais em um ano no qual Nope foi totalmente esnobado). Podiam ter indicado apenas Colin Farrell e Brendan Gleeson e já estaria de bom tamanho
O filme anterior do diretor Martin McDonagh, Três Anúncios Para um Crime, era bem melhor, mais envolvente, emocionante e profundo.
O roteiro, indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original, ainda guarda um erro grosseiro.
O policial da ilha é apresentado como um homem violento que não leva desaforo para casa. Quando o Pádraic conta para aquela senhora que ele bate no filho, o policial vai lá fora e desce a porrada nele.
Agora, quando o mesmo Pádraic faz uma acusação ainda mais grave (dizendo que o policial molesta o próprio filho) na frente de um bar cheio, o oficial não faz nada (!). Fica quieto, sem reação e só vai bater no Pádraic vários dias depois. Isso em uma ilha pequena onde todo mundo tromba com todo mundo a toda hora. Coerência zero com o que tínhamos visto do personagem antes. A reação mais verossímil seria ele ir pra cima do Pádraic na mesma hora
Dois Homens em Guerra
3.1 1 Assista AgoraO documentário traça uma radiografia da trajetória e ascensão política de Putin e Zelensky para mostrar como os seus países entraram em guerra.
A obra traz alguns pontos de vista interessantes, mas peca ao tratar Zelensky como um herói e não expor suas contradições - afinal, o líder ucraniano também carrega responsabilidade pelo conflito ao insistir em uma entrada na OTAN sabendo das consequências
Também faltaram entrevistados independentes - todos são do lado dos EUA e um deles é John Bolton, que trabalhou no governo Trump e disse publicamente ter ajudado a planejar golpes de Estado.
Ou seja, talvez seria melhor ter escolhido outro....
Tudo em Todo O Lugar ao Mesmo Tempo
4.0 2,1K Assista AgoraSó fui ver depois do Oscar e caramba, que filmão!
Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo é pura criatividade e ousadia em ação. Mereceu super os prêmios que ganhou e daria tranquilamente uma trilogia ou uma série derivada.
Fico imaginando a complexidade em escrever um roteiro tão complexo e fazer a montagem do filme. O elenco está afiadíssimo. Só fiquei pensando se a atriz que faz a Joy não ficou chateada de ver todos os seus colegas ganhando Oscar e ela nem ter sido indicada, sendo que merecia muito mais do que a Jamie Lee Curtis.
Legal ver a maior premiação do cinema reconhecendo um filme assim. Se voltássemos dez anos no tempo, isso não seria possível: a regra era premiar filmes quadrados e caretas, tipo Argo, O Discurso do Rei e O Artista (obras das quais ninguém fala/lembra mais).
Curiosidade: é dos mesmos diretores de Um Cadáver Para Sobreviver, filme que eu amo e nunca imaginei que os responsáveis por ele ganhariam um Oscar. E mais do que isso: Tudo em Todo Lugar ao Mesmo tempo tornou-se o longa-metragem mais premiado da História.
Incrível!
Segredos de Guerra
3.4 61 Assista AgoraÉ como se fosse um Call Me By Your Name ambientado em uma base militar da União Soviética, durante a Guerra Fria.
No entanto, faltou "alma" para o filme: atuações, roteiro e, principalmente, emoção.
Sem Saída
3.2 234 Assista AgoraPoderia ter trabalhado melhor a tensão e o suspense sobre quem seria o sequestrador em vez de partir logo para a revelação, mas é um bom passatempo.
Noites Brutais
3.4 1,0K Assista AgoraE pensar que tudo teria sido evitado se a entrevista da moça fosse por chamada de vídeo, como são 99% das entrevistas hoje em dia rs
Brincadeiras à parte, é um ótimo filme que subverte as expectativas. Começa como uma coisa, se torna outra e termina de um jeito inesperado. Em determinados momentos, me lembrou um pouco O Homem nas Trevas.
E é legal ver Justin Long, o protagonista de Olhos Famintos, nesse filme -
embora seu personagem seja um verdadeiro cuza*
O Enfermeiro da Noite
3.4 401 Assista AgoraFiquei chocado e incomodado com esse filme. Não gosto do Eddie Redmayne, mas é inegável que ele destruiu aqui, dando vida com muito realismo a um psicopata que se passa por bom moço. O jeito que ele incorpora os tiques, a linguagem corporal, a postura, o tom de voz... Um trabalho incrível do ator! Jessica Chastain também faz bonito como uma personagem super inteligente e determinada. Espero que os dois sejam lembrados no Oscar 2023.
Estima-se que Charles Cullen teria matado cerca de 400 pessoas. É desesperador saber que existem pessoas assim na vida real e que qualquer um de nós pode cruzar o caminho de um monstro desses e se tornar vítima.
Aliás, cabe lembrar que o Brasil também tem seus próprios monstros. Na pandemia, a Prevent Senior usou pacientes de covid-19 como cobaia para aplicar medicamentos sem eficácia. A pessoa ia para o hospital com a esperança de ser curada e voltava em um saco preto...
Paloma
3.9 59Fico muito feliz de ver o cinema nacional dando cada vez mais espaço para personagens trans. "Paloma" é um ótimo filme que, em determinado momento, parece um conto de fadas - até o momento em que o terror de um Brasil do ódio se impõe sobre o conto de amor. O final é surpreendente e vale muito pena a ver. Bora incentivar o cinema nacional!
Um acidente de presidente - como Donald Trump ganhou a …
4.7 3O documentário mostra muito bem como Trump transformou a eleição em um reality show e soube canalizar o ódio da população a seu favor.
Graves também os erros cometidos por Hillary em sua campanha eleitoral, que subestimou a força de Trump e bom... O resultado todos nós sabemos.
O que o documentário mostra é muito parecido com o que aconteceu e ainda está acontecendo aqui no Brasil - afinal, Trump e Bolsonaro seguem o mesmo script.
Uma obra essencial para entender esses tempos malucos em que vivemos.
De Quem É O Sutiã?
3.3 11 Assista AgoraDaria um ótimo curta-metragem. Como longa-metragem, a experiência em um sábado de noite acabou sendo meio frustrante. Mas, com toda certeza, teria sido diferente se eu tivesse visto no cinema durante a programação de um festival, por exemplo. Incrível como a hora e o dia que assistimos a um filme impacta nossa avaliação.
Medida Provisória
3.6 432A ideia é muito boa, mas cometeram alguns deslizes no roteiro. O principal deles foi tentar inserir humor: devido à sua temática, era melhor se manter sério, sem piadinhas forçadas.
Outro erro grave foi criar uma falsa simetria entre a morte de dois personagens com a cena simultânea dos seus assassinatos - pode dar até a impressão de que são dois lados dominados pelo ódio, sendo que só o lado do opressor atua com ódio e o outro lado está simplesmente resistindo.
Tudo acontece também rápido demais. O protagonista está dormindo, acorda e descobre que não só a medida provisória foi aprovada, como também já estão capturando e matando negros nas ruas. Dado o seu envolvimento com a questão, é inaceitável imaginar que ele estaria dormindo quando a votação estivesse acontecendo (e não era uma votação secreta, visto que estava passando na TV).
No mais, tem algumas sacadas boas também. Nessa cena específica da votação, vemos ali uma reconstituição precisa dos discursos durante a votação do impeachment da Dilma.
Os diálogos no estilo "não sou racista, tive até uma empregada negra" e "o Brasil ficou 100% branco" também trazem muito da nossa realidade.
Outra coisa que também achei muito esquisita: por que não pediram para o vizinho asiático ou a namorada branca do André trazer a insulina do Antônio? Da mesma forma que ela jogou uma pedra pela janela com uma mensagem, poderia encontrar uma maneira de entregar a insulina que ele tanto precisava.
Escolha ou Morra
2.1 242 Assista AgoraUma bomba. É como se tivessem feito um O Chamado ou Jogos Mortais, trocando a menina do poço/o boneco por um videogame.
Aqui tudo é tão ruim, clichê, tosco e jogado de qualquer forma que não sobra nada para aproveitar. Coitado do Asa que teve seu talento desperdiçado com essa porcaria.
A Voz do Silêncio
3.2 26Que pena... tinha um potencial ótimo, mas desperdiçaram com histórias rasas e personagens que a gente não consegue criar envolvimento.
O pior deles é o do Marat Descartes, um macho abusador que fica literalmente "sobrando" na história, sem dizer a que veio.
Caranguejo Negro
2.7 123 Assista AgoraTem boas cenas, uma tensão legal, a Noomi Rapace é uma atriz ótima, mas faltou aquele capricho do roteiro. Parece que ficaram com preguiça de contextualizar ou desenvolver uma única linha de história dos vilões e do universo narrativo em que estão inseridos.
Contra quem eles estão lutando? Um grupo terrorista? O exército de uma nação estrangeira? O que querem esses inimigos e por que a guerra? Nada disso é explicado e o filme não tem nenhum vilão desenvolvido.
No Calor da Noite
4.0 139 Assista AgoraO racismo escancarado, violento e desprezível encarnado pelos moradores brancos de uma cidade do interior. O que mais os incomoda não é, necessariamente, a presença de um negro - afinal, eles já estão "acostumados" com os que moram em Sparta.
A questão é que o nosso protagonista está num lugar que, na cabeça dos racistas, não deveria ser o dele. Um policial bem-sucedido, mais inteligente e competente do que todos os oficiais branquelos juntos. Estes prefeririam mil vezes vê-lo como mais um dos mordomos, mecânicos e trabalhadores braçais da cidade. Ou como escravo mesmo, - "Houve um tempo em que eu poderia mandar te matar", diz, em certo momento, um velho rico.
E me admira a forma firme com que Virgil reage aos ataques racistas. Nunca se deixa abalar e, na melhor cena do filme, leva um tapa na cara e revida instantaneamente, sem pensar duas vezes. Afinal, ele não está disposto a se deixar humilhar.
Com certeza, irei ver mais filmes do grande Sidney Poitier, que nos deixou recentemente.
Indecente
2.1 127Parece um episódio ruim de Law & Order - não que a série tenha tantos episódios ruins, mas alguns são.
Atuações péssimas, tudo muito forçado desde o romance até as cenas de dominatrix e a resolução do crime. Engraçado que,
na cena final, fizeram uma transição super brusca. Em um segundo o policial surge DO NADA para matar o assassino e, num piscar de olho, os dois pombinhos estão vivendo seu final feliz.
A Netflix deveria ter uma preocupação maior com a qualidade das produções que traz para o catálogo.
Mãe X Androides
2.4 140O cinema sempre gostou de filmes ambientados em universos apocalípticos - e acredito que, como consequência da pandemia, teremos ainda mais histórias nesse estilo chegando às telas.
Adoro a Chloe Grace Moretz, mas fico de cara de como ela se envolve com projetos fracos e ruins. Foi por isso que quando descobri "Mãe X Androides" já imaginei que seria uma bomba das grandes. Me enganei!
Claro, não é um filmaço ou uma obra-prima. Também fica muito longe de outros ótimos filmes apocalípticos lançados recentemente (como Um Lugar Silencioso), mas é divertido de assistir e desperta curiosidade sobre o destino dos personagens.
O final me chamou a atenção por ter um furo grande: em vários momentos, a gente vê que, sempre que um humano se aproxima de uma base, ele passa por detector de metais e faz exame de sangue. Como não fizeram isso com o androide disfarçado de humano? Esqueceram de protocolo de segurança mais importante que teria evitado todo aquele massacre. E, outra coisa, o tal Arthur foi um gênio de manipular a situação e planejar tudo direitinho, mas morreu levando balas na cara de uma menina que nem sabe atirar? Reparem que ele nem se esforça para desviar dos tiros. Difícil de engolir.
O Mundo é Grande e a Salvação Espreita ao Virar …
4.0 35Primeiro filme que vejo da Bulgária, considerado um dos países mais pobres da Europa e, muitas vezes, ignorado quando falamos do velho continente e seus encantos.
Fui esperando um road movie simples e encontrei um drama com um contexto político por trás - à medida que vamos mergulhando na história de Aleksander e sua família, também vamos conhecendo mais da história e da realidade dessa ex-república socialista.
É como se fossem 2 filmes em 1: um focado na viagem de volta para casa e outro nas memórias do passado. Combinação que dá certo e torna a experiência bastante atrativa. Uma obra bonita, familiar, inspiradora, gostosa de ser vista e que você muito provavelmente vai recomendar para quem gosta de um cinema fora do eixo hollywoodiano.
Bulgária também tem suas belezas e merece ser conhecida :)
A cena do Aleksander jogando o dado e relembrando seu passado é espetacular, de longe a minha preferida do filme todo. Ainda vem com a surpresa do dado quebrar em 2 - aquela surpresa mágica que o destino entrega de presente.
Curral
3.5 32 Assista AgoraUm espelho da velha política brasileira: clientelismo, compra de votos, promessas enganosas, abuso de poder econômico, o velho disfarçado de Novo e até assassinato com possível viés político.
Embora a cidade do filme seja uma localidade do interior de Pernambuco, muito do que a gente vê ali também se repete nas metrópoles brasileiras. Em 2020, por exemplo, a campanha do então prefeito de SP, Bruno Covas, foi flagrada entregando cestas básicas em uma comunidade carente. E como esquecer o vídeo de pessoas recebendo dinheiro para participar dos atos bolsonaristas de 07 de setembro?
O desfecho poderia ser melhor trabalhado e menos abrupto. Mas, enfim, mais um filme brasileiro que tenho o prazer de conhecer e certamente recomendar.
Victoria e Mistério
3.4 38 Assista AgoraLegal para ver no Natal com a família sem grandes pretensões, especialmente para quem gosta de filme com cachorro. História fofa e simples + belas paisagens.
Não Olhe para Cima
3.7 1,9K Assista AgoraDon't Look Up é um filme sobre o Brasil na pandemia e eu posso provar. Segue o fio
Leonardo DiCaprio é o Átila, o cientista que tenta avisar a todos sobre o desastre que está por vir.
Jennifer Lawrence é a Natalia Pasternack, que, assim como a personagem, também rasgou o verbo numa entrevista quando falaram que as pessoas deveriam levar "com humor" quem não usa máscara.
Meryl Streep é o Bolsonaro
Jonah Hill é o Carluxo, o filho da presidente com influência
Mark Rylance é o velho da Havan ou o Carlos Wizard, o bilionário que dá as cartas no governo
E o Timothée Chalamet? Bem, ele é só o Timothée mesmo, o magrinho confiante gostoso que a gente tanto ama (não vi mta utilidade pro personagem dele, só queria formar um trisal com ele e a JLaw)