O filme realmente tem um clima muito bom, como há anos não sentia vendo um filme de terror/suspense. Mas infelizmente esse sentimento vai se perdendo pouco a pouco depois que as primeiras pistas do mistério começam a ser oferecidas. Sei lá, fiquei com a impressão de que faltou algo. Foi um filme estranho, mas não tanto no sentido positivo. De qualquer forma foi um dos melhores do gênero que vi nos últimos anos.
A história tinha potencial. Uma nave destinada a colonizar outros mundos, uma espécie de incubadora com as futuras gerações humanas. Tudo dá errado quando uma pane no sistema faz uma das cápsulas de hibernação falhar e uma pessoa acorda.
Teria tudo pra ser um drama no estilo de Moon, que é um filme muito mais inteligente. Passengers parece ter ficado indeciso entre ser um filme de drama com um roteiro mais original, e ser um filme para toda a família.
Acho que foi o filme mais regular da DC até agora.
Viemos de um Homem de Aço e de um BvS tentando uma profundidade de roteiro que acabou sendo obscurecida pelas edições pós-produção, que tiraram todo o ritmo dos filmes.
Mulher-Maravilha é regular porque oferece um roteiro previsível, tradicional, sem grandes reflexões, mas com uma história com mais ritmo que as anteriores. E, claro, o carisma incontestável da atriz.
Refletindo dias depois de ter terminado o último episódio, o que parece ter me fascinado em Westworld é o paralelo do parque com a nossa vida humana real, fora daquilo tudo.
Somos exatamente como Dolores. Vivemos com a sensação de que tem algo errado, de que as cortinas de uma grande peça na qual fomos enfiados sem saber vai se abrir a qualquer momento e revelar a realidade no fundo de tudo. Fica aquela voz de fundo, como uma farpa na mente -- igual Morpheus diz em Matrix.
E ao mesmo tempo existem cabeças totalmente imersas na narrativa, vivendo suas histórias repetidamente, inconscientes. Peças que defenderão o sistema que aprisiona a elas mesmas.
Se você cria máquinas que funcionam como seres humanos, essas máquinas são legitimamente humanos ou simulações? Qual a diferença entre uma simulação e uma coisa real, se a simulação for perfeita?
Não adianta, nunca vou parar de me perguntar sobre isso nessas histórias.
Queria muito que esse filme fosse baseado num livro, só pra eu poder ter essa mesma experiência maravilhosa por outra mídia.
Independente de concordar com as ações do pai, o filme mostra um vislumbre de como seria a vida em outro sistema. Imagine ter uma educação diferente, viver num lugar diferente, aprendendo coisas diferentes. Um contato mais íntimo com a natureza, para além da realidade simulada que as cidades criam. Crescer e almejar outras coisas que não seja ficar rico e desfrutar dos prazeres passageiros que essa realidade simulada oferece até a hora de nossa morte -- que será sempre certeira, estejamos numa realidade simulada ou...real.
Esse filme mostra de modo primoroso como somos os construtores e mantenedores -- como uma tríade hindu, responsável pela criação, manutenção e destruição cíclicas do mundo -- do próprio sistema que está ajudando a nos destruir. Como estimulamos o entretenimento inebriante, o consumo desnecessário, como alimento da economia, que por sua vez traz muito perigo (guerras e etc) mas também soluções para esses perigos, que por sua vez criam mais problemas a serem solucionados.
É como num infinito jogo de bonecas russas.
Não existem garantias de que adotar o estilo de vida do Capitão seja a solução, mas essa história talvez seja só um banho de água fria que nos faz acordar para uma visão mais panorâmica de todo o que somos, de tudo o que herdamos e mantemos como sociedade.
Adorei as atuações. Quase não reconheci de primeira os atores mais famosos que interpretam os pacientes psiquiátricos, de tão bem eles se travestiram de loucos.
O mérito do filme é demonstrar através da história da Nise da Silveira, o propósito maior do tratamento psicológico/psiquiátrico que é a ressocialização das pessoas. Independente da gravidade e das possibilidades reais de recuperação, a ressocialização deve ser o horizonte a ser buscado.
Mas isso só é possível, primeiro, aplicando técnicas testadas cientificamente, para que os pacientes (ou clientes) não sejam iludidos quanto às suas possibilidades de melhora clínica. Fazer uso de um serviço que não se preta a testes de validade é abrir as portas para algo que pode estar prejudicando mais do que ajudando.
Em um desses sentidos, o da ressocialização, a intervenção da Nise e de outros psiquiatras na época foi fundamental. O tratamento -- psicoterapêutico, farmacológico ou outro -- tem que vir aliado a um ambiente ecológico, que permite ao indivíduo se expressar. Ele não pode ser tratado como uma peça danificada numa oficina esperando por reparos. A analogia perfeita é a diferença entre operários em fábricas insalubres do século XIX e início do XX e os atuais profissionais de empresas como Google, que podem se expressar ao mesmo tempo em que trabalham.
Eu conheço toda essa reflexão antes mesmo de assistir ao filme. Entretanto, acho que nem todo expectador teve condições de extrair todo esse material. Para mim, o filme teve alguns pecados. E é engraçado como esses deslizes podem não ser nem mesmo deslizes, mas um retrato de como pensa a intelligentsia brasileira (talvez latino-americana em geral).
O maniqueísmo do filme, pelo menos principalmente nos minutos iniciais, é descarado.
De um lado, os psiquiatras, todos de branco, óculos, olhar e fala distanciados. Manipulam e demonstram tratamentos bizarros (na época a eletroconvulsoterapia realmente era feita sem o preparo adequado dos pacientes) como se os pacientes fossem ratos -- o que ainda assim não justifica certas atitudes com os pobres ratos.
De outro lado, Nise da Silveira. Olhar terno, compassivo. Quase uma monja budista inserida num ambiente mundano cheio de aspereza e distância, oferecendo o Dharma.
É possível observar -- e e aí já não sei se são minhas experiências prévias falando pela minha percepção -- durante todo o filme um ar de "tudo que esses 'loucos' necessitam é mais compaixão e um modo para expressarem a si mesmos numa sociedade que os calou perante suas peculiaridades; pintar quadros é um excelente tratamento para transtornos graves como esquizofrenia".
Isso é não contar a história toda, e é ainda fazer malabarismo para deformar o pouco que se conta.
Grandes filmes jornalísticos são como grandes biografias escritas por jornalistas, como Walter Isaacson. Vc fica inspirado pelo trabalho de pesquisa minucioso, coleta de evidências. É como uma pesquisa acadêmica, no sentido operacional da coisa. Às vezes verdades inconvenientes podem surgir.
Ainda não li nenhum livro dos grandes gênios literários mostrados no filme. Mas não foi por falta de vontade, mas talvez por não colocarmos numa ordem justa de prioridade em relação aos trocentos calhamaços que planejo ler antes de morrer.
De qualquer forma, lendo qualquer livro bom de verdade, sempre me perguntei o papel do editor em todo sucesso das prateleiras, já que não são raros os autores que colocam dedicatórias para seus agentes literários em suas obras.
Coincidentemente, tenho na minha estante de livros ainda não lidos, um exemplar da biografia sobre ninguém menos que Perkins. FIQUEI ANIMADÍSSIMO!
O filme mostra que muitas vezes um bom editor atua como se fosse um bom cavaleiro. Ele doma o cavalo, torna o cavalo cavalgável, mas não retira sua beleza, seu brilho nem sua originalidade.
OBS: Como diabos a Nicole Kidman consegue permanecer tão linda e jovem mesmo aos 49 anos?
A série é muito bem produzida, assim como foi esse especial.
Mas, meu deus do céu, que série chata do caralho!
Beleza, esse é um episódio especial. Eu não esperava que ele fosse avançar em nada no plot central, mas, surpreendentemente, apesar de chato pra caralho, ele avançou mais do que os 12 episódios da primeira temporada.
A sensação ao ver qualquer episódio é que vc não sabe nada sobre a história.
O enredo parece não se decidir se a série é sobre os dramas pessoais dos personagens ou sobre a trama maior que conecta todos eles -- para além de todas as cenas em que eles se ajudam mutuamente, seja em verdadeiras orgias dionisíacas ou cenas de porradaria (muito legais, por sinal, graças à coreana badass).
Enfim, pra mim tá todo mundo simplesmente perdido nesse roteiro, e um dos motivos que faz todo mundo avaliar positivamente é a temática progressista de fundo e o climão de broderagem de fim de ano onde todo mundo se sente conectado por algumas horas e se sente menos sozinho e acha o mundo super legal.
Filme redondo pra matar a saudade de Harry Potter e ainda nos introduzir de forma muito elegante e simples (mas não simplória) ao passado tantas vezes mencionado sutilmente nas aventuras do HP.
Brincadeira. Eu simpatizo pacas com o Castle, mas também tenho certa empatia pelo Demolidor. Eles representam dois lados humanos que ficam em conflito toda vez que vemos injustiças sendo perpetradas.
Por um lado, queremos morte ao free rider filho da mãe. Queremos espalhar a mensagem, que é "violência gera compreensão". Queremos dar cabo do cara que tá transgredindo a ordem. "O sistema é foda", como diria Capitão Nascimento e quase qualquer cara de filmes brasileiros com crítica social. Às vezes dá uma ânsia de burlarmos tudo isso e botar nossas próprias cartas na mesa.
De outro, queremos que o sistema funcione. E ele foi criado para que a longo prazo não transformemos o mundo no que The Walking Dead se transformou: uma terra de ninguém onde prevalece o grupo mais organizado e que tem as regras mais eficientes. Só que muitas vezes eficiência significa força, assassinato puro e simples pela sobrevivência, posse de território e recursos. O Demolidor simboliza justamente o lado humano que não quer voltar a isso. O sistema TEM que funcionar para todos, e isso significa que ele deve ser humano para todos -- embora faça cada um ter os direitos e deveres cabíveis.
Pra mim a segunda temporada valeu apenas pela possibilidade de entrar nessa discussão -- mesmo que tenha sido uma coisa que aconteceu só na minha cabeça. HAHAHA
Porque aquela parte do Tentáculo e da Elektra poderia ter melhorado, mas só gerou um roteiro caótico e dois arcos numa mesma temporada -- o que, aliás, se repetiu um pouco em Luke Cage.
Padrão Black Mirror é assim: você vê o episódio, ou vários deles, e sente a temperatura aumentando porque surgiram muitas reflexões e dúvidas e aí do nada você tá discutindo com seus próprios pensamentos.
Não tem como negar que BM é uma série distópica, ou sutilmente distópica. Vemos um futuro incerto com exageros da tecnologia atual e as "consequências humanas" no meio disso. Não que a tecnologia seja maléfica e que tenhamos que largar as redes sociais, realidades virtuais ou IAs e voltar para as carruagens. Não temos mais como voltar, mas faz parte da experiência humana pensar em como esses cenários hipotéticos (mas não impossíveis) vão nos afetar.
Aliás, isso não é um privilégio da tecnologia contemporânea. Pense nas consequências do surgimento da imprensa para a relação entre o homem e a obtenção de conhecimento, ou para a velocidade com que isso passaria a ocorrer a partir de então.
Eu quase imagino um copista em algum dos monastérios católicos olhando para a imprensa e pensando "merda, começou o fast food".
haha Poderia ter um episódio steampunk de BM explorando essas tecnologias lá de trás que fazem toda diferença no que o mundo se tornou, mas explorando possíveis futuros paralelos com tecnologias diferentes, tendo como resultado diferentes futuros (ou presentes).
Vi opiniões muito divididas sobre esse filme. Alguns estavam falando que é uma homenagem aos autistas, às potencialidades deles, às vezes inexploradas. Outros já falavam que essa é uma homenagem que deu completamente errado, com um menino autista com um pai insano que vem com uns papos e métodos muito duvidosos pra cima do moleque.
Eu preferi enxergar apenas um filme, sem pensar se ele foi feito em honra de algum grupo específico.
E como filme eu achei tudo bem interessante e envolvente. Talvez eu tenha me perdido nas vezes em que tentam explicar a parte específica de como o protagonista trabalha como contador e sua relação com negócios um tanto ilícitos.
Esse filme foi uma boa renovação do gênero thriller policial.
De início achei que seria o velho clichê do coroa ex-fuzileiro, aposentado, mas bom de porrada e cheio dos sistemas de segurança ninja. Mas felizmente o filme entre algo bem mais realista que isso, algo bem menos "limpo".
O que fuckin' diabos deu nos roteiristas, produtores, no Jared Leto pra fazer esse Coringa P.I.M.P. cheio de tatuagem e com barriga tanquinho que só faltava entrar em cena cantando "Baby, baby, baby ohhhhhhhh" do Justin Bieber?
Porra, o cara é um rapper, usa até aquelas dentaduras coloridas. Só falta o boné de aba reta.
Sério, se é assim que estão tentando reformular o conceito do personagem...não funcionou.
Dito isso, vamos ao roteiro.
O filme começa bem. O tom tá sombrio, a ideia inicial começa a fazer algum sentido. Estamos num universo marcado pelo aparecimento de uma divindade, o Superman. Mas ele morreu, então os governos estão loucos pra (1) se prevenir de um outro super-ser que possa vir do espaço com intenções não tão amigáveis e (2) criar sua própria milícia de humanos de destruição em massa antes que outros países o façam e comecem a usá-los.
É uma nova corrida armamentista.
Mas tudo começa a cheirar mal quando é repetido umas 3 vezes em meia hora de filme que a tal milícia vai ser criada pra tentar lutar contra esse super-ser vindouro. PORRA, JURA QUE ESSE É O CONCEITO POR TRÁS DE UM ESQUADRÃO COM UM ÚNICO SUPER-SER QUE É AQUELA BRUXA? O Superman ou qualquer kryptoniano faria picadinho de qualquer um ali. Não adiantaria nem se a Arlequina aparecesse rebolando com um taco de baseball na mão. Mas ok, prossigamos.
A bruxa é um baita problema, apesar de ter começado como um dos pontos interessantes do filme. Seu aparecimento lendário e sombrio se misturando hoje ao mundo moderno foi legal.
Mas que porra de plot foi esse em que ela liberta o irmão e decide dominar o mundo e criar uma máquina? Sério, não entendi a motivação do personagem, e não entendi como diabos os membros mais humanos do Esquadrão poderiam detê-la. Como eles acharam que iam conseguir?
Mano, era uma maluca com um porrete, um atirador, um demônio-mutante que taca fogo, um cara que lance bumerangues e um milico.
Ah, e tinha também uma japonesa que entrou DO NADA no filme, e que foi absolutamente desnecessária em todo o filme.
Tirando isso, que é quase todo o filme, minha nota é 1,5 só porque eu amei a trilha sonora, colocando de Eminem a John Forgety, e porque achei que o Pistoleiro e a Arlequina salvaram o dia.
As piadas também são muito legais, então em relação a isso o filme é ótimo.
É o que algumas pessoas já falaram: filmes escandinavos tem uma coisa especial, ainda mais quando resolvem ser sinistros. Pode ser o clima frio, aquela sensação auditiva de silêncio sepulcral. Sei lá.
Só sei que esse filme é bem macabro. Homenagem clara a O Bebê de Rosemary, mas com um estilo diferente em vários sentidos. Algo mais nas entrelinhas, mais no não dito. Muito bom.
O título me fez relembrar um filme que saiu há anos atrás: Cloverfield - Monstro.
No entanto, esse parece abordar uma história diferente, também sem manter o estilo câmera amadora.
Uma jovem sofre um acidente e fica desacordada. Ao recobrar a consciência, se vê trancada numa espécie de bunker criado por um estranho duvidoso, com ideias conspiratórias loucas sobre o fim do mundo. Parte do suspense do filme se sustenta pela dúvida gerada pelas intenções do personagem. Ele é só um louco adepto de teorias da conspiração ou realmente ocorreu um evento de proporções apocalípticas que obrigou os mais espertos a se esconderem?
O roteiro é feito com uma trama dentro da trama, o que torna o suspense bem interessante.
Um dos pontos negativos foi a relação com o título. Por que não houve nenhuma referência a Cloverfield? O nome foi por acaso?
Corra!
4.2 3,6K Assista AgoraO sobrenome Armitage foi uma referência a Neuromancer?! Achei que sim e fiquei criando várias teorias escabrosas pra justificar meu achismo. rs
Corra!
4.2 3,6K Assista AgoraO filme realmente tem um clima muito bom, como há anos não sentia vendo um filme de terror/suspense. Mas infelizmente esse sentimento vai se perdendo pouco a pouco depois que as primeiras pistas do mistério começam a ser oferecidas. Sei lá, fiquei com a impressão de que faltou algo. Foi um filme estranho, mas não tanto no sentido positivo. De qualquer forma foi um dos melhores do gênero que vi nos últimos anos.
Passageiros
3.3 1,5K Assista AgoraA história tinha potencial. Uma nave destinada a colonizar outros mundos, uma espécie de incubadora com as futuras gerações humanas. Tudo dá errado quando uma pane no sistema faz uma das cápsulas de hibernação falhar e uma pessoa acorda.
Teria tudo pra ser um drama no estilo de Moon, que é um filme muito mais inteligente. Passengers parece ter ficado indeciso entre ser um filme de drama com um roteiro mais original, e ser um filme para toda a família.
Virou um Frankenstein muito do sem sal.
Mulher-Maravilha
4.1 2,9K Assista AgoraAcho que foi o filme mais regular da DC até agora.
Viemos de um Homem de Aço e de um BvS tentando uma profundidade de roteiro que acabou sendo obscurecida pelas edições pós-produção, que tiraram todo o ritmo dos filmes.
Mulher-Maravilha é regular porque oferece um roteiro previsível, tradicional, sem grandes reflexões, mas com uma história com mais ritmo que as anteriores. E, claro, o carisma incontestável da atriz.
Westworld (1ª Temporada)
4.5 1,3KRefletindo dias depois de ter terminado o último episódio, o que parece ter me fascinado em Westworld é o paralelo do parque com a nossa vida humana real, fora daquilo tudo.
Somos exatamente como Dolores. Vivemos com a sensação de que tem algo errado, de que as cortinas de uma grande peça na qual fomos enfiados sem saber vai se abrir a qualquer momento e revelar a realidade no fundo de tudo. Fica aquela voz de fundo, como uma farpa na mente -- igual Morpheus diz em Matrix.
E ao mesmo tempo existem cabeças totalmente imersas na narrativa, vivendo suas histórias repetidamente, inconscientes. Peças que defenderão o sistema que aprisiona a elas mesmas.
Westworld (1ª Temporada)
4.5 1,3KSe você cria máquinas que funcionam como seres humanos, essas máquinas são legitimamente humanos ou simulações? Qual a diferença entre uma simulação e uma coisa real, se a simulação for perfeita?
Não adianta, nunca vou parar de me perguntar sobre isso nessas histórias.
Capitão Fantástico
4.4 2,7K Assista AgoraQueria muito que esse filme fosse baseado num livro, só pra eu poder ter essa mesma experiência maravilhosa por outra mídia.
Independente de concordar com as ações do pai, o filme mostra um vislumbre de como seria a vida em outro sistema. Imagine ter uma educação diferente, viver num lugar diferente, aprendendo coisas diferentes. Um contato mais íntimo com a natureza, para além da realidade simulada que as cidades criam. Crescer e almejar outras coisas que não seja ficar rico e desfrutar dos prazeres passageiros que essa realidade simulada oferece até a hora de nossa morte -- que será sempre certeira, estejamos numa realidade simulada ou...real.
Esse filme mostra de modo primoroso como somos os construtores e mantenedores -- como uma tríade hindu, responsável pela criação, manutenção e destruição cíclicas do mundo -- do próprio sistema que está ajudando a nos destruir. Como estimulamos o entretenimento inebriante, o consumo desnecessário, como alimento da economia, que por sua vez traz muito perigo (guerras e etc) mas também soluções para esses perigos, que por sua vez criam mais problemas a serem solucionados.
É como num infinito jogo de bonecas russas.
Não existem garantias de que adotar o estilo de vida do Capitão seja a solução, mas essa história talvez seja só um banho de água fria que nos faz acordar para uma visão mais panorâmica de todo o que somos, de tudo o que herdamos e mantemos como sociedade.
The Americans (4ª Temporada)
4.5 49Sim, simplesmente o casal com a melhor dinâmica numa série americana desde Arquivo X.
Nise: O Coração da Loucura
4.3 656 Assista AgoraAdorei as atuações. Quase não reconheci de primeira os atores mais famosos que interpretam os pacientes psiquiátricos, de tão bem eles se travestiram de loucos.
O mérito do filme é demonstrar através da história da Nise da Silveira, o propósito maior do tratamento psicológico/psiquiátrico que é a ressocialização das pessoas. Independente da gravidade e das possibilidades reais de recuperação, a ressocialização deve ser o horizonte a ser buscado.
Mas isso só é possível, primeiro, aplicando técnicas testadas cientificamente, para que os pacientes (ou clientes) não sejam iludidos quanto às suas possibilidades de melhora clínica. Fazer uso de um serviço que não se preta a testes de validade é abrir as portas para algo que pode estar prejudicando mais do que ajudando.
Em um desses sentidos, o da ressocialização, a intervenção da Nise e de outros psiquiatras na época foi fundamental. O tratamento -- psicoterapêutico, farmacológico ou outro -- tem que vir aliado a um ambiente ecológico, que permite ao indivíduo se expressar. Ele não pode ser tratado como uma peça danificada numa oficina esperando por reparos. A analogia perfeita é a diferença entre operários em fábricas insalubres do século XIX e início do XX e os atuais profissionais de empresas como Google, que podem se expressar ao mesmo tempo em que trabalham.
Eu conheço toda essa reflexão antes mesmo de assistir ao filme. Entretanto, acho que nem todo expectador teve condições de extrair todo esse material. Para mim, o filme teve alguns pecados. E é engraçado como esses deslizes podem não ser nem mesmo deslizes, mas um retrato de como pensa a intelligentsia brasileira (talvez latino-americana em geral).
O maniqueísmo do filme, pelo menos principalmente nos minutos iniciais, é descarado.
De um lado, os psiquiatras, todos de branco, óculos, olhar e fala distanciados. Manipulam e demonstram tratamentos bizarros (na época a eletroconvulsoterapia realmente era feita sem o preparo adequado dos pacientes) como se os pacientes fossem ratos -- o que ainda assim não justifica certas atitudes com os pobres ratos.
De outro lado, Nise da Silveira. Olhar terno, compassivo. Quase uma monja budista inserida num ambiente mundano cheio de aspereza e distância, oferecendo o Dharma.
É possível observar -- e e aí já não sei se são minhas experiências prévias falando pela minha percepção -- durante todo o filme um ar de "tudo que esses 'loucos' necessitam é mais compaixão e um modo para expressarem a si mesmos numa sociedade que os calou perante suas peculiaridades; pintar quadros é um excelente tratamento para transtornos graves como esquizofrenia".
Isso é não contar a história toda, e é ainda fazer malabarismo para deformar o pouco que se conta.
Conspiração e Poder
3.7 108 Assista AgoraGrandes filmes jornalísticos são como grandes biografias escritas por jornalistas, como Walter Isaacson. Vc fica inspirado pelo trabalho de pesquisa minucioso, coleta de evidências. É como uma pesquisa acadêmica, no sentido operacional da coisa. Às vezes verdades inconvenientes podem surgir.
Enfim, fiquei extasiado com esse filme foda.
O Mestre dos Gênios
3.5 95 Assista AgoraAinda não li nenhum livro dos grandes gênios literários mostrados no filme. Mas não foi por falta de vontade, mas talvez por não colocarmos numa ordem justa de prioridade em relação aos trocentos calhamaços que planejo ler antes de morrer.
De qualquer forma, lendo qualquer livro bom de verdade, sempre me perguntei o papel do editor em todo sucesso das prateleiras, já que não são raros os autores que colocam dedicatórias para seus agentes literários em suas obras.
Coincidentemente, tenho na minha estante de livros ainda não lidos, um exemplar da biografia sobre ninguém menos que Perkins. FIQUEI ANIMADÍSSIMO!
O filme mostra que muitas vezes um bom editor atua como se fosse um bom cavaleiro. Ele doma o cavalo, torna o cavalo cavalgável, mas não retira sua beleza, seu brilho nem sua originalidade.
OBS: Como diabos a Nicole Kidman consegue permanecer tão linda e jovem mesmo aos 49 anos?
Sense8 (2ª Temporada)
4.3 893 Assista AgoraA série é muito bem produzida, assim como foi esse especial.
Mas, meu deus do céu, que série chata do caralho!
Beleza, esse é um episódio especial. Eu não esperava que ele fosse avançar em nada no plot central, mas, surpreendentemente, apesar de chato pra caralho, ele avançou mais do que os 12 episódios da primeira temporada.
A sensação ao ver qualquer episódio é que vc não sabe nada sobre a história.
O enredo parece não se decidir se a série é sobre os dramas pessoais dos personagens ou sobre a trama maior que conecta todos eles -- para além de todas as cenas em que eles se ajudam mutuamente, seja em verdadeiras orgias dionisíacas ou cenas de porradaria (muito legais, por sinal, graças à coreana badass).
Enfim, pra mim tá todo mundo simplesmente perdido nesse roteiro, e um dos motivos que faz todo mundo avaliar positivamente é a temática progressista de fundo e o climão de broderagem de fim de ano onde todo mundo se sente conectado por algumas horas e se sente menos sozinho e acha o mundo super legal.
Animais Fantásticos e Onde Habitam
4.0 2,2K Assista AgoraFilme redondo pra matar a saudade de Harry Potter e ainda nos introduzir de forma muito elegante e simples (mas não simplória) ao passado tantas vezes mencionado sutilmente nas aventuras do HP.
Demolidor (2ª Temporada)
4.3 965 Assista AgoraSomos todos Frank Castle.
Brincadeira. Eu simpatizo pacas com o Castle, mas também tenho certa empatia pelo Demolidor. Eles representam dois lados humanos que ficam em conflito toda vez que vemos injustiças sendo perpetradas.
Por um lado, queremos morte ao free rider filho da mãe. Queremos espalhar a mensagem, que é "violência gera compreensão". Queremos dar cabo do cara que tá transgredindo a ordem. "O sistema é foda", como diria Capitão Nascimento e quase qualquer cara de filmes brasileiros com crítica social. Às vezes dá uma ânsia de burlarmos tudo isso e botar nossas próprias cartas na mesa.
De outro, queremos que o sistema funcione. E ele foi criado para que a longo prazo não transformemos o mundo no que The Walking Dead se transformou: uma terra de ninguém onde prevalece o grupo mais organizado e que tem as regras mais eficientes. Só que muitas vezes eficiência significa força, assassinato puro e simples pela sobrevivência, posse de território e recursos. O Demolidor simboliza justamente o lado humano que não quer voltar a isso. O sistema TEM que funcionar para todos, e isso significa que ele deve ser humano para todos -- embora faça cada um ter os direitos e deveres cabíveis.
Pra mim a segunda temporada valeu apenas pela possibilidade de entrar nessa discussão -- mesmo que tenha sido uma coisa que aconteceu só na minha cabeça. HAHAHA
Porque aquela parte do Tentáculo e da Elektra poderia ter melhorado, mas só gerou um roteiro caótico e dois arcos numa mesma temporada -- o que, aliás, se repetiu um pouco em Luke Cage.
O Fabuloso Destino de Amélie Poulain
4.3 5,0K Assista AgoraArtisticamente é um filme muito bom. É como uma peça de teatro. Mas pra mim o destaque parou aí.
Doutor Estranho
4.0 2,2K Assista AgoraAlguém anotou a placa do roteiro?
Brincadeira. Até que curti o filme. Mas convenhamos que uma temática tão nova na Marvel merecia um filme com umas 2h30 e uma gênese mais explorada.
Luke Cage (1ª Temporada)
3.7 502Meu deus do céu, que galera chata do caralho.
Dei duas estrelas porque a trilha sonora é muito boa e porque tem boas cenas. Mas nunca vi um roteiro mais arrastado.
Black Mirror (3ª Temporada)
4.5 1,3K Assista AgoraPadrão Black Mirror é assim: você vê o episódio, ou vários deles, e sente a temperatura aumentando porque surgiram muitas reflexões e dúvidas e aí do nada você tá discutindo com seus próprios pensamentos.
Não tem como negar que BM é uma série distópica, ou sutilmente distópica. Vemos um futuro incerto com exageros da tecnologia atual e as "consequências humanas" no meio disso. Não que a tecnologia seja maléfica e que tenhamos que largar as redes sociais, realidades virtuais ou IAs e voltar para as carruagens. Não temos mais como voltar, mas faz parte da experiência humana pensar em como esses cenários hipotéticos (mas não impossíveis) vão nos afetar.
Aliás, isso não é um privilégio da tecnologia contemporânea. Pense nas consequências do surgimento da imprensa para a relação entre o homem e a obtenção de conhecimento, ou para a velocidade com que isso passaria a ocorrer a partir de então.
Eu quase imagino um copista em algum dos monastérios católicos olhando para a imprensa e pensando "merda, começou o fast food".
haha Poderia ter um episódio steampunk de BM explorando essas tecnologias lá de trás que fazem toda diferença no que o mundo se tornou, mas explorando possíveis futuros paralelos com tecnologias diferentes, tendo como resultado diferentes futuros (ou presentes).
O Contador
3.7 647 Assista AgoraVi opiniões muito divididas sobre esse filme. Alguns estavam falando que é uma homenagem aos autistas, às potencialidades deles, às vezes inexploradas. Outros já falavam que essa é uma homenagem que deu completamente errado, com um menino autista com um pai insano que vem com uns papos e métodos muito duvidosos pra cima do moleque.
Eu preferi enxergar apenas um filme, sem pensar se ele foi feito em honra de algum grupo específico.
E como filme eu achei tudo bem interessante e envolvente. Talvez eu tenha me perdido nas vezes em que tentam explicar a parte específica de como o protagonista trabalha como contador e sua relação com negócios um tanto ilícitos.
Esse filme foi uma boa renovação do gênero thriller policial.
Max e a Vida Boa
3.1 25 Assista AgoraA música (foda) e o mini clipe do início resumem todo o filme.
Agora, o James Franco realmente tem o QI de gênio? dafuq
O Homem nas Trevas
3.7 1,9K Assista AgoraNão via um filme claustrofóbico assim há tempos.
De início achei que seria o velho clichê do coroa ex-fuzileiro, aposentado, mas bom de porrada e cheio dos sistemas de segurança ninja. Mas felizmente o filme entre algo bem mais realista que isso, algo bem menos "limpo".
Curti.
Esquadrão Suicida
2.8 4,0K Assista AgoraVamos começar logo pelo principal:
O que fuckin' diabos deu nos roteiristas, produtores, no Jared Leto pra fazer esse Coringa P.I.M.P. cheio de tatuagem e com barriga tanquinho que só faltava entrar em cena cantando "Baby, baby, baby ohhhhhhhh" do Justin Bieber?
Porra, o cara é um rapper, usa até aquelas dentaduras coloridas. Só falta o boné de aba reta.
Sério, se é assim que estão tentando reformular o conceito do personagem...não funcionou.
Dito isso, vamos ao roteiro.
O filme começa bem. O tom tá sombrio, a ideia inicial começa a fazer algum sentido. Estamos num universo marcado pelo aparecimento de uma divindade, o Superman. Mas ele morreu, então os governos estão loucos pra (1) se prevenir de um outro super-ser que possa vir do espaço com intenções não tão amigáveis e (2) criar sua própria milícia de humanos de destruição em massa antes que outros países o façam e comecem a usá-los.
É uma nova corrida armamentista.
Mas tudo começa a cheirar mal quando é repetido umas 3 vezes em meia hora de filme que a tal milícia vai ser criada pra tentar lutar contra esse super-ser vindouro. PORRA, JURA QUE ESSE É O CONCEITO POR TRÁS DE UM ESQUADRÃO COM UM ÚNICO SUPER-SER QUE É AQUELA BRUXA? O Superman ou qualquer kryptoniano faria picadinho de qualquer um ali. Não adiantaria nem se a Arlequina aparecesse rebolando com um taco de baseball na mão. Mas ok, prossigamos.
A bruxa é um baita problema, apesar de ter começado como um dos pontos interessantes do filme. Seu aparecimento lendário e sombrio se misturando hoje ao mundo moderno foi legal.
Mas que porra de plot foi esse em que ela liberta o irmão e decide dominar o mundo e criar uma máquina? Sério, não entendi a motivação do personagem, e não entendi como diabos os membros mais humanos do Esquadrão poderiam detê-la. Como eles acharam que iam conseguir?
Mano, era uma maluca com um porrete, um atirador, um demônio-mutante que taca fogo, um cara que lance bumerangues e um milico.
Ah, e tinha também uma japonesa que entrou DO NADA no filme, e que foi absolutamente desnecessária em todo o filme.
Tirando isso, que é quase todo o filme, minha nota é 1,5 só porque eu amei a trilha sonora, colocando de Eminem a John Forgety, e porque achei que o Pistoleiro e a Arlequina salvaram o dia.
As piadas também são muito legais, então em relação a isso o filme é ótimo.
Shelley
3.0 67É o que algumas pessoas já falaram: filmes escandinavos tem uma coisa especial, ainda mais quando resolvem ser sinistros. Pode ser o clima frio, aquela sensação auditiva de silêncio sepulcral. Sei lá.
Só sei que esse filme é bem macabro. Homenagem clara a O Bebê de Rosemary, mas com um estilo diferente em vários sentidos. Algo mais nas entrelinhas, mais no não dito. Muito bom.
Rua Cloverfield, 10
3.5 1,9KO título me fez relembrar um filme que saiu há anos atrás: Cloverfield - Monstro.
No entanto, esse parece abordar uma história diferente, também sem manter o estilo câmera amadora.
Uma jovem sofre um acidente e fica desacordada. Ao recobrar a consciência, se vê trancada numa espécie de bunker criado por um estranho duvidoso, com ideias conspiratórias loucas sobre o fim do mundo. Parte do suspense do filme se sustenta pela dúvida gerada pelas intenções do personagem. Ele é só um louco adepto de teorias da conspiração ou realmente ocorreu um evento de proporções apocalípticas que obrigou os mais espertos a se esconderem?
O roteiro é feito com uma trama dentro da trama, o que torna o suspense bem interessante.
Um dos pontos negativos foi a relação com o título. Por que não houve nenhuma referência a Cloverfield? O nome foi por acaso?