Acho que nunca vi um filme com Richard Gere sendo tão bom ator.Talvez porque esse deu oportunidade para tal, imagino.
A história basicamente fala de um morador de rua em seu cotidiano e seu conflito interno com os dramas familiares do passado que de alguma forma estão conectados com seu estado atual nas ruas de Nova York. Entre as idas e vindas de sem-teto, tenta se reaproximar de sua filha, que não parece querer contato de jeito nenhum.
Vi algumas pessoas aqui falando do ritmo arrastado. Ora, a ideia é mostrar o mais realista possível como é a vida de um mendigo. Um dos recursos usados é a sensação de mesmice, de tempo que passa monotonamente, sem altos e baixos, sem empolgação e sem nada o que esperar a não ser a eterna luta pela sobre vivência -- e pelo sono tranquilo.
Dois pontos adicionais que me chamaram atenção:
(i) A civilização é um avanço tremendo na história humana, mas desde que as primeiras grandes sociedades surgiram (ex: sumérios), tivemos que conviver lado a lado com o progresso e as boas condições de vida e com aqueles que por algum motivo não conseguiram se misturar no sistema. É triste ver pessoas, cada uma com sua história, seus sonhos, seu passado, se ver marginalizada, excluída.
(ii) Distância e ódio entre pais e filhos. Pra mim isso é verdadeiramente tocante. É triste se colocar no lugar de um pai (podia ser uma mãe também, óbvio), que viu seu filho nascer, fez planos, criou sonhos, e no futuro se vê em guerra ou desprezado por essa pessoa que ele ajudou a gerar. E para a filha, também deve ser extremamente triste. O pai, que é um dos nossos modelos quando somos crianças, nos decepcionar a ponto de criar barreiras intransponíveis.
Se o filme tivesse se mantido no mesmo do início, eu daria 5 estrelas. Mas não é bem o que acontece.
Parecia que haveria uma reformulação da lenda do Tarzan. Quando apareceu o Alexander Skarsgård, como um nobre, mas com os indícios de seu antigo eu, fiquei realmente empolgado. O roteiro parecia almejar uma abordagem mais realista, mas ela não se manteve.
Do realismo retratado nos trejeitos e numa estrutura óssea modificada pela infância se desenvolvendo numa floresta selvagem, vemos surgir os elementos da lenda tradicional num contexto, agora, não muito propício: lutas com gorilas, músculos de aço (ok, podemos fechar os olhos a esse elemento), comunicação com outras espécies. Enfim, esses últimos achei bem dispensável dado o contexto que parecia estar sendo construído.
Maaaaas...tirando essa parte mais exigente, o filme é uma ótima diversão. Temos inclusive Samuel L. Jackson.
Vou resistir à tentação de explicar as críticas negativas desse filme com o clássico chavão messiânico "Deus, perdoai-vos, eles não sabem o que fazem" ou qualquer coisa do tipo que diga que esse filme não é um terror preparado pra sensibilizar a massa e o intelecto mediano -- até porque gosto é em parte uma questão estática também.
A bizarrice de The Witch depende muito mais do clima e da engenhosidade dos simples detalhes dos elementos do roteiro e das cenas do que sangue 'groselhesco' sendo borrifado na cara do telespectador.
Black Philip, Black Philip...
Bom, de qualquer forma, o contexto do filme é especial por mostrar a atmosfera da época.
Mesmo após a Idade Média, muitos lugares na Europa (e nos EUA) continuaram vivendo com base na religião. Não era da maneira como entendemos hoje. A existência de demônios, a coisificação da escuridão e da noite, a presença de anjos e de Deus era algo concreto pra mentalidade da época. Pessoas e animais possuídos eram uma realidade presente.
Como será que era o cotidiano de uma família vivendo em condições adversas, num zeitgeist que colocava qualquer tentativa de explicação no campo religioso?
Não sei se fui otimista demais por se tratar da Netflix, que tem uma procedência de qualidade inquestionável, se eu vi um aleatório e vi desenhos em nuvens ou se realmente o filme é bom.
O filme é uma crítica muito interessante a essas empresas de marketing multinível, que fazem seus associados consumirem e venderem todos o produtos da empresa, dos pés à cabeça. Que contam história gloriosas de vitória e enriquecimento, de oportunidades infinitas de crescimento.
Adicionalmente, e antes disso, considerando a cronologia do filme, a ideia do renascimento remete à primeira parte, que parece conduzir o protagonista a contextos que inevitavelmente o levam a se comportar de maneira inédita. Isso o transforma em outra pessoa, ou no mínimo abre um mundo de possibilidades que antes não existia -- sendo elas boas ou ruins.
Quando terminei de ver me liguei que era Hussell Crowe também na direção. Pelo visto, temos aí mais um próspero diretor-ator embarcando.
O filme foi bastante bem construído e apesar da premissa simples acaba causando uma conexão emocional de fato.
Também gostei da referência-cópia-inspiração-homenagem a clássicos como Dança com Lobos e O Último Samurai, que são feitos com famosa e eficiente fórmula de colocar uma pessoa "inocente" em meio a uma guerra aparentemente terminada, de início hostil ao desconhecido (exército inimigo) pra depois ver que eles são nada mais que humanos também, chegando ao nível de se apaixonar pelos costumes alheios.
Ah lembrei que Avatar era o filme mais recente a usar isso.
Essa série é de um bom gosto incrível, desde os atores e roteiro à trilha sonora. Encarem ela como a jornada de redenção pessoal de um investigador genial atormentado (que se materializa na forma de seus delírios esquizofrênicos) por aquilo que nunca chegou a fazer quando teve a oportunidade.
Achei bem acima do esperado. Da forma como os trailers tem iludido os cinéfilos ultimamente -- ou entregando plots ocultos e importantes de cara -- pensei que a parte mais interessante da trama, a construção da oposição entre Batman e Superman fosse ocupar uns 30 minutos de filme. Para minha surpresa, o filme é realmente embasado inteiramente nesse embate, não necessariamente montado só em cima de ação.
Se eu pudesse levantar dois elementos principais nesse filme diria que o primeiro foi a direção acertada do Zack Snyder. O cara conseguiu traduzir para a telona perfeitamente o aspecto misterioso e grandioso da figura do Superman. Quando vc olha as cenas com o azulão consegue perceber que ele REALMENTE é um ser poderoso e invulnerável, que é uma espécie de divindade ou de ser superior de alguma forma, tanto em caráter quanto em materialidade.
Com o Batman posso dizer algo parecido.
Primeiro: mordi a língua com meu ceticismo em relação ao Ben Affleck. O cara ficou muito bom como Bruce Wayne. Você percebe que existe uma grande dor por trás daquela seriedade e comprometimento. O cara é sombrio e vemos uma boa parte do Batman super-detetive dos quadrinhos.
Segundo: foi o Batman mais porradeiro que já vi. Não querendo gerar oposição entre o do Chris Nolan, que foi excelente e também gerou excelentes cenas de luta muito bem justificadas, mas o do Snyder tem mais mobilidade e faz bem mais o tipo quadrinhos e Arkham Asylum, por exemplo.
Além disso, foi muito legal dar certo foco (assim como Nolan fez em alguns momentos principalmente de Batman Begins) em como o Batman era visto de fora. O cara aparece quase literalmente como uma sombra, você quase acredita que ele é um demônio, como diz o povo de Gotham.
Agora vamos aos PONTOS NEGATIVOS:
Sabíamos desde o início que a Warner estava investindo num milagre ao tentar iniciar o plot da Liga da Justiça nesse filme. Muitos personagens precisaram ser citados e a própria história inicial que conecta O Homem de Aço e Batman vs Superman acabou ficando espremida pra dar espaço de, se não me engano depois de quase uma hora de filme, realmente diminuir o ritmo e começar a trabalhar no roteiro do filme atual.
Antes é tudo muito corrido. Vc pisca e o Superman está indo depois, pisca de novo e o Batman tá resolvendo sei lá o que em sei lá qual lugar.
Isso sem mencionar aquela cena pipocada DO NADA com o Flash aparecendo. Tenho suspeitas de que foi acrescentada depois do filme pronto. Foi uma boa cena, achei mega empolgante, mas ficou totalmente solta no filme. SOLTA MESMO! No tempo e no espaço!
Esse ritmo tosco do início aparece também em Homem de Aço. É bom relembrar que a primeira uma hora de filme parece mais um trailer gigante, até culminar no Clark entrando na nave kryptoniana e saindo de lá vestido, com cabelo penteado e barba feita e tudo.
Não sei até que ponto isso é culpa do roteiro, da direção ou sei lá do que mais.
Acho que isso é tudo que posso dizer sem soltar spoiler.
A história de um cara que já passa acho que mais da metade da vida por uma acusação muitos suspeita, cheio de evidências bizarras e inconsistentes, passando por julgamentos onde fica escancarada a vontade da Justiça em simplesmente condenar o cara, restringindo ao máximo suas possibilidades de recorrer.
Ainda não tive o prazer de ler a obra original de Arthur C. Clark, mas tenho a impressão de que essa série ficou abaixo da média. Claro, adaptações sempre ficam, é quase uma lei natural.
Mas o ponto é que Childhood's End tem seus pontos fracos e fortes se alternando durante toda a trama, mas vale bastante a pena.
Garantido o lugar cativo na arquibancada dos melhores filmes da Marvel. Ao lado estão X-Men 2, First Class 1 e 2, Guardiões da Galáxia, Homem de Ferro e Capitão América - O Soldado Invernal. Mas se eu fosse faz um ranking mesmo desconfio que Deadpool ganhasse o primeiro lugar brincando.
Achei esse filme maravilhoso. Só não é melhor que o livro, que atinge níveis orgásmicos de hard science. As atuações também estão bem legais.
Enfim, é um filme que fala sobretudo da cooperação singular que existe dentro do trabalho científico, além da missão de salvar um astronauta perdido em outro planeta -- uma situação singular que com certeza despertaria a compaixão e senso de cooperação de qualquer ser humano normal. Enfim, tudo isso foi suficiente para ignorarmos a burocracia e a politicagem envolvida em operações que envolvem agências governamentais e ações internacionais.
Só não entendi por que teve tanta gente não gostando do filme, sob a alegação de que o roteiro deveria ter problematizado a relação EUA-China, ou que o filme pecou por mais uma vez colocar os americanos como os salvadores.
Cara, qual parte você não entendeu de que, na vida real, os programas espaciais mais bem-sucedidos são os dos americanos, chineses, e talvez o dos russos? Não cairia bem um fuckin' astronauta iraniano.
Um ótimo filme -- o que eu já sabia que seria ao ver Anthony Hopkins no elenco!
Resumidamente, Hopkin interpreta um antropólogo e primatólogo que é seduzido pelo modo de vida de um grupo de gorilas durante suas pesquisas de campo. Entretanto, a história começa com ele sendo preso, acusado de assassinato. O roteiro é todo construído em torno de mostrar por que houve o assassinato e qual a relação disso com a mudança de vida do cara.
Será que viver com gorilas o tornou mais violento? Selvagem?
Ao longo da história vemos que talvez seja o contrário. O Dr. Ethan Powel percebe que esses símios vivem de forma harmônica entre si e com o ambiente, explorando somente de forma sustentável etc. Em contrapartida, entende que o ser humano está longe desse equilíbrio, que foi perdido quando o ser humano deixou as savanas e outros ambientes naturais para construir cidades.
Sinteticamente, é esse o plot, o que permite a Powel fazer várias reflexões sobre como a psicologia do homem da cidade é diferente do homem "selvagem" e, logo, dos gorilas.
No entanto, uma coisa nessa história me incomodou: a ideia de que o homem era melhor quando vivia nas florestas e cavernas, e que os outros primatas mantém esse estilo mais harmonioso. Qualquer pesquisa desmente esse Mito do Bom Selvagem, que vez ou outra pula para fora da tumba de Rousseau e volta a nos iludir.
Arquivo X é uma das melhores séries que eu já vi. No momento, estou fazendo aquela limpa, revendo tudo pra começar tinindo a mais nova temporada.
O único problema da série é que ela segue a tradição dos anos 90, isto é, segue aquela estrutura de colocar um plot central com temporadas entremeadas de episódios que realmente importam junto com outros paralelos que não tem a ver com a coluna vertebral da história. Era uma maneira diferente de fazer séries, menos objetiva. Era um troço mais novelesco.
Mas mesmo assim, a trama UFO da série supera de longe os pontos negativas que surgem num ou outro episódio mirabolante.
O plot do filme é super original, pena que -- como muito filme com conceito bom por aí -- no final resumem tudo na ação. To começando a acreditar na dobradinha irmãos Spierig e Ethan Hawke, que também são responsáveis pelo excelente O Predestinado, baseado num conto de Robert Heinlein.
Em Daybreakers somos convidados a imaginar um mundo moldado por vampiros, não por humanos. Dá pra ver que alguns detalhes foram pensados. Como vampiros são alérgicos à radiação ultravioleta, o cotidiano funciona basicamente durante a noite. Os prédios, arranha-céus bizarros de grandes, são interligados por pontes-túneis. Tudo parece mais organizado, mais estruturado. As grandes corporações parecem também bem mais presentes no dia-a-dia.
Pense bem: se essas criaturas da noite fossem a espécie dominante, teríamos um mundo capitalista mais voraz, ou talvez com mais benefícios vindos dessa lógica de mercado, uma vez que teríamos mais disposição pra conduzir os business. O Estado também parece mais controlador -- pelo menos enxergando da ótima que o filme apresenta, com um poderoso aparato governamental de caça aos humanos, em parceria com empresas que tentam trabalhar na criação de sangue sintético, e outras que sequestram humanos e os mantém numa espécie de coma para roubar seu sangue -- uma espécie de versão vampiresca do trabalho escravo de criancinhas chinesas.
Esqueça a visão dos vampiros como criaturas mortas-vivas-demoníacas-desvairadas; nesse filme, vampiros se confudem com grandes homens de negócios, com gentlemen.
Mas esse universo "perfeito" tem um problema: o que fazer quando os humanos entrarem em extinção? Pois esse dia chegou.
O Despertar da Força foi quaaase tudo que eu imaginei que seria.
Tivemos uma boa história que honrou bastante a trilogia original e deixou um pouco de lado aquele estilo for dummies inconfundível da trilogia mais recente.
A química entre os personagens foi inegável.
Saímos do vai-e-vem Sith-Jedi, mas sem eliminar a essência da saga que é os diferentes usos que diferentes grupos podem fazer da Força, inaugurando uma nova dicotomia, um novo vilão -- embora tudo isso remeta a antigas e clássicas questões.
Vimos rostos antigos, também vimos rostos novos e sábios -- e um antigo e também sábio, espera-se.
A fotografia também foi inegavelmente nota 10 -- pelo menos pra olhos leigos como os meus.
Tirei meio ponto na minha avaliação porque alguns pontos no filme me incomodaram, porém. Mas sei que esse foi só o primeiro de uma trilogia, então dá tempo de explorar tudo que não foi explorado nesse primeiro; dá tempo de ir clareando tudo que aconteceu entre os episódios VI e VII.
Mas vamos aos problemas (risco de SPOILERS leves):
1- O fuderoso Cavaleiro Ren que não passou de um leite com pêra. Esperava um vilão mais sombrio, talvez mais maduro. Mas o conflito interior foi interessante. Só achei a propaganda meio enganosa. Mas ok, tá valendo.
2- Jedis e não-jedis hábeis demais no combate com sabre. Nos outros filmes vimos que o treinamento jedi não requer só incremento da sabedoria, o aprimoramento da sensibilidade à Força, mas também de técnicas físicas, digamos assim. O manejo do sabre-de-luz é uma delas. Ser hábil nessa arma não é só uma questão de ter reflexos jedis, mas de saber a técnica do manejo da espada. Isso requer treino! Mas o que vemos é um cara que nem jedi é -- ou seja, sem reflexos acima do normal --, e uma garotinha que embora tenha o talento, nunca manejou uma coisa dessas, dando um baita de um trabalho para um cavaleiro sombrio que, até onde pude entender, recebeu pelo menos algum treinamento. Isso foi meio difícil de engolir, mas vou ser um bom fanboy e aguardar o que J. J. Abrams vai fazer com mais esse arco.
Quando ouvi falar desse filme pela primeira vez, estava sendo anunciado como a história que mostraria a última investigação do personagem, aparentemente uma 'reinvestigação' de um caso que descobre não ter sido corretamente resolvido no passado.
Fiquei empolgado, mas no fundo sabia que isso traria mais do mesmo, só que um Sherlock Holmes idoso tendo que lidar com problemas de memória.
Mas na realidade o filme não é nada disso. Sim, tem alguma investigação, tem algo sobre um caso, mas o que acontece de mais importante ali é a investigação feito em si mesmo.
A plano de fundo da história, mostrando um universo em que tanto Sherlock Holmes existe, quanto o Sherlock personagem dos romances de Watson, dá base para nos questionarmos quem seria esse verdadeiro detetive, como seria a verdadeira pessoa por trás do ofício. Como um indivíduo que se define pelo seu intelecto estaria lidando com a velhice e os problemas cognitivos que vem de bônus?
A ideia do filme é ótima, mas achei que o roteiro poderia ter sido trabalhado para alcançar uma história mais ambiciosa. Um filme com ótimas atuações e uma fotografia digna do Condado poderia ter oferecido mais. Mas foi ótimo no que se propôs a fazer.
Bom filme de ação, mas perde por ser mais do mesmo da franquia Missão Impossível, que virou já quase uma série de tv; perde também pela falha dos alívios cômicos em algumas cenas e pelo aumento de suspensão de descrença que o fã tem que ter cada vez mais a cada novo filme.
Muito legal, muito interessante, apesar de não oferecer nenhuma surpresa.
Além de ser um filme da Disney, que em si já faz a gente prever o plot e alguns detalhes, o mistério mais supremo anunciado pelo filme na verdade foi um anticlímax.
Por que diabos aquela menina, a gênia suprema que resolveria todos os problemas da humanidade e daquela realidade paralela futurista, no final das contas só teve que explodir a máquina dos táquions? Não precisa ter uma mente tão explosivamente genial pra cogitar a ideia de que a própria existência de uma previsão do futuro alteraria esse futuro, e é preciso ainda menos genialidade pra explodir a coisa. haha
Enfim, apesar desses pesares, o filme é bem interessante e bem feito, com um roteiro razoável.
É um filme super simples, até um tanto previsível, mas essa ideia de trabalhar um personagem que aparentemente tem uma bênção, que na verdade é mais uma maldição, funcionou muito bem.
Jurassic Park é uma ficção científica bem família. Sempre foi. E eu gosto disso! Mas acho que esse filme perdeu um pouco porque parece ter querido ser atrativo até para famílias de raptores e T-Rex. Aí ficou PAIA.
A série deu uma desandada, mas achei os personagens muito bons. A cumplicidade que os integrantes da 2º Mass construíram foi muito legal. Gostei da essência da coisa mais do que dos elementos de ficção em si. Mas vale a pena acompanhar as 5 temporadas.
To aqui até agora tentando entender por que essa série foi cancelada.
Eu entendo quando as pessoas dizem que em certos momentos a relação Hannibal-Graham ficou muito densa, muito complicada, a ponto de não ter ficado claro. Mas tendo a pensar que isso não foi um defeito da série, mas sim o único modo de passar o que ela queria passar, mantendo a complexidade do pensamento envolvido nessa relação.
Sobre o que se trata Hannibal, a série? Não é sobre assassinatos, sobre violência, sobre serial killers malucos. Hannibal fala, essencialmente, sobre o poder da identificação. Dr. Lecter provavelmente é um psicopata. Mas psicopatas não são insanos. Eles sabem muito bem a diferença entre realidade e fantasia, o problema é a falta de internalização das regras morais, que por sua vez acarreta uma série de outros problemas. Enfim, ele é um sujeito singular, seja para o bem ou para o mal - ou para a amoralidade (?).
Quando surge Will Graham, outro sujeito extremamente peculiar em seu intelecto, há uma enigmática identificação entre ambos, e ambos começam a jogar um com o outro, até que não se percebe mais onde começa e termina Will, onde começa e termina Hannibal.
Enfim, parei. hahaha Favoritado. Série fechada com chave de ouro.
Até agora to meio sem entender se a série constrói uma narrativa um tanto diferente da dos filmes, apesar de fazer diversas referências claras a eles, ou se é mais fiel aos livros do Thomas Harris.
De qualquer forma, a série é espetacular por si mesma. A impassividade e extrema frieza do Hannibal, junto com o apetite intelectual e refinado que ele tem tanto pelo conhecimento em si quanto por entrar na mente das pessoas cria um contraste muito perturbador com a sede animalesca manifestada nos momentos de violência.
É como se ele fosse um felino e todo o resto fosse apenas um bando de antílopes, parte de seus refinados apetites gastronômicos.
O Encontro
2.6 44 Assista AgoraAcho que nunca vi um filme com Richard Gere sendo tão bom ator.Talvez porque esse deu oportunidade para tal, imagino.
A história basicamente fala de um morador de rua em seu cotidiano e seu conflito interno com os dramas familiares do passado que de alguma forma estão conectados com seu estado atual nas ruas de Nova York. Entre as idas e vindas de sem-teto, tenta se reaproximar de sua filha, que não parece querer contato de jeito nenhum.
Vi algumas pessoas aqui falando do ritmo arrastado. Ora, a ideia é mostrar o mais realista possível como é a vida de um mendigo. Um dos recursos usados é a sensação de mesmice, de tempo que passa monotonamente, sem altos e baixos, sem empolgação e sem nada o que esperar a não ser a eterna luta pela sobre vivência -- e pelo sono tranquilo.
Dois pontos adicionais que me chamaram atenção:
(i) A civilização é um avanço tremendo na história humana, mas desde que as primeiras grandes sociedades surgiram (ex: sumérios), tivemos que conviver lado a lado com o progresso e as boas condições de vida e com aqueles que por algum motivo não conseguiram se misturar no sistema. É triste ver pessoas, cada uma com sua história, seus sonhos, seu passado, se ver marginalizada, excluída.
(ii) Distância e ódio entre pais e filhos. Pra mim isso é verdadeiramente tocante. É triste se colocar no lugar de um pai (podia ser uma mãe também, óbvio), que viu seu filho nascer, fez planos, criou sonhos, e no futuro se vê em guerra ou desprezado por essa pessoa que ele ajudou a gerar. E para a filha, também deve ser extremamente triste. O pai, que é um dos nossos modelos quando somos crianças, nos decepcionar a ponto de criar barreiras intransponíveis.
Enfim, nota 10. Cinco estrelas.
A Lenda de Tarzan
3.1 793 Assista AgoraSe o filme tivesse se mantido no mesmo do início, eu daria 5 estrelas. Mas não é bem o que acontece.
Parecia que haveria uma reformulação da lenda do Tarzan. Quando apareceu o Alexander Skarsgård, como um nobre, mas com os indícios de seu antigo eu, fiquei realmente empolgado. O roteiro parecia almejar uma abordagem mais realista, mas ela não se manteve.
Do realismo retratado nos trejeitos e numa estrutura óssea modificada pela infância se desenvolvendo numa floresta selvagem, vemos surgir os elementos da lenda tradicional num contexto, agora, não muito propício: lutas com gorilas, músculos de aço (ok, podemos fechar os olhos a esse elemento), comunicação com outras espécies. Enfim, esses últimos achei bem dispensável dado o contexto que parecia estar sendo construído.
Maaaaas...tirando essa parte mais exigente, o filme é uma ótima diversão. Temos inclusive Samuel L. Jackson.
A Bruxa
3.6 3,4K Assista AgoraVou resistir à tentação de explicar as críticas negativas desse filme com o clássico chavão messiânico "Deus, perdoai-vos, eles não sabem o que fazem" ou qualquer coisa do tipo que diga que esse filme não é um terror preparado pra sensibilizar a massa e o intelecto mediano -- até porque gosto é em parte uma questão estática também.
A bizarrice de The Witch depende muito mais do clima e da engenhosidade dos simples detalhes dos elementos do roteiro e das cenas do que sangue 'groselhesco' sendo borrifado na cara do telespectador.
Black Philip, Black Philip...
Bom, de qualquer forma, o contexto do filme é especial por mostrar a atmosfera da época.
Mesmo após a Idade Média, muitos lugares na Europa (e nos EUA) continuaram vivendo com base na religião. Não era da maneira como entendemos hoje. A existência de demônios, a coisificação da escuridão e da noite, a presença de anjos e de Deus era algo concreto pra mentalidade da época. Pessoas e animais possuídos eram uma realidade presente.
Como será que era o cotidiano de uma família vivendo em condições adversas, num zeitgeist que colocava qualquer tentativa de explicação no campo religioso?
Rebirth
2.2 149 Assista AgoraNão sei se fui otimista demais por se tratar da Netflix, que tem uma procedência de qualidade inquestionável, se eu vi um aleatório e vi desenhos em nuvens ou se realmente o filme é bom.
O filme é uma crítica muito interessante a essas empresas de marketing multinível, que fazem seus associados consumirem e venderem todos o produtos da empresa, dos pés à cabeça. Que contam história gloriosas de vitória e enriquecimento, de oportunidades infinitas de crescimento.
Adicionalmente, e antes disso, considerando a cronologia do filme, a ideia do renascimento remete à primeira parte, que parece conduzir o protagonista a contextos que inevitavelmente o levam a se comportar de maneira inédita. Isso o transforma em outra pessoa, ou no mínimo abre um mundo de possibilidades que antes não existia -- sendo elas boas ou ruins.
Promessas de Guerra
3.5 117 Assista grátisQuando terminei de ver me liguei que era Hussell Crowe também na direção. Pelo visto, temos aí mais um próspero diretor-ator embarcando.
O filme foi bastante bem construído e apesar da premissa simples acaba causando uma conexão emocional de fato.
Também gostei da referência-cópia-inspiração-homenagem a clássicos como Dança com Lobos e O Último Samurai, que são feitos com famosa e eficiente fórmula de colocar uma pessoa "inocente" em meio a uma guerra aparentemente terminada, de início hostil ao desconhecido (exército inimigo) pra depois ver que eles são nada mais que humanos também, chegando ao nível de se apaixonar pelos costumes alheios.
Ah lembrei que Avatar era o filme mais recente a usar isso.
OBS: curti o chapéu australiano do Conner.
River
4.3 88Essa série é de um bom gosto incrível, desde os atores e roteiro à trilha sonora. Encarem ela como a jornada de redenção pessoal de um investigador genial atormentado (que se materializa na forma de seus delírios esquizofrênicos) por aquilo que nunca chegou a fazer quando teve a oportunidade.
Batman vs Superman - A Origem da Justiça
3.4 4,9K Assista AgoraAchei bem acima do esperado. Da forma como os trailers tem iludido os cinéfilos ultimamente -- ou entregando plots ocultos e importantes de cara -- pensei que a parte mais interessante da trama, a construção da oposição entre Batman e Superman fosse ocupar uns 30 minutos de filme. Para minha surpresa, o filme é realmente embasado inteiramente nesse embate, não necessariamente montado só em cima de ação.
Se eu pudesse levantar dois elementos principais nesse filme diria que o primeiro foi a direção acertada do Zack Snyder. O cara conseguiu traduzir para a telona perfeitamente o aspecto misterioso e grandioso da figura do Superman. Quando vc olha as cenas com o azulão consegue perceber que ele REALMENTE é um ser poderoso e invulnerável, que é uma espécie de divindade ou de ser superior de alguma forma, tanto em caráter quanto em materialidade.
Com o Batman posso dizer algo parecido.
Primeiro: mordi a língua com meu ceticismo em relação ao Ben Affleck. O cara ficou muito bom como Bruce Wayne. Você percebe que existe uma grande dor por trás daquela seriedade e comprometimento. O cara é sombrio e vemos uma boa parte do Batman super-detetive dos quadrinhos.
Segundo: foi o Batman mais porradeiro que já vi. Não querendo gerar oposição entre o do Chris Nolan, que foi excelente e também gerou excelentes cenas de luta muito bem justificadas, mas o do Snyder tem mais mobilidade e faz bem mais o tipo quadrinhos e Arkham Asylum, por exemplo.
Além disso, foi muito legal dar certo foco (assim como Nolan fez em alguns momentos principalmente de Batman Begins) em como o Batman era visto de fora. O cara aparece quase literalmente como uma sombra, você quase acredita que ele é um demônio, como diz o povo de Gotham.
Agora vamos aos PONTOS NEGATIVOS:
Sabíamos desde o início que a Warner estava investindo num milagre ao tentar iniciar o plot da Liga da Justiça nesse filme. Muitos personagens precisaram ser citados e a própria história inicial que conecta O Homem de Aço e Batman vs Superman acabou ficando espremida pra dar espaço de, se não me engano depois de quase uma hora de filme, realmente diminuir o ritmo e começar a trabalhar no roteiro do filme atual.
Antes é tudo muito corrido. Vc pisca e o Superman está indo depois, pisca de novo e o Batman tá resolvendo sei lá o que em sei lá qual lugar.
Isso sem mencionar aquela cena pipocada DO NADA com o Flash aparecendo. Tenho suspeitas de que foi acrescentada depois do filme pronto. Foi uma boa cena, achei mega empolgante, mas ficou totalmente solta no filme. SOLTA MESMO! No tempo e no espaço!
Esse ritmo tosco do início aparece também em Homem de Aço. É bom relembrar que a primeira uma hora de filme parece mais um trailer gigante, até culminar no Clark entrando na nave kryptoniana e saindo de lá vestido, com cabelo penteado e barba feita e tudo.
Não sei até que ponto isso é culpa do roteiro, da direção ou sei lá do que mais.
Acho que isso é tudo que posso dizer sem soltar spoiler.
Making a Murderer (1ª Temporada)
4.4 282 Assista AgoraA história de um cara que já passa acho que mais da metade da vida por uma acusação muitos suspeita, cheio de evidências bizarras e inconsistentes, passando por julgamentos onde fica escancarada a vontade da Justiça em simplesmente condenar o cara, restringindo ao máximo suas possibilidades de recorrer.
A parada da raiva.
O Fim Da Infância
3.5 47Ainda não tive o prazer de ler a obra original de Arthur C. Clark, mas tenho a impressão de que essa série ficou abaixo da média. Claro, adaptações sempre ficam, é quase uma lei natural.
Mas o ponto é que Childhood's End tem seus pontos fracos e fortes se alternando durante toda a trama, mas vale bastante a pena.
Deadpool
4.0 3,0K Assista AgoraGarantido o lugar cativo na arquibancada dos melhores filmes da Marvel. Ao lado estão X-Men 2, First Class 1 e 2, Guardiões da Galáxia, Homem de Ferro e Capitão América - O Soldado Invernal. Mas se eu fosse faz um ranking mesmo desconfio que Deadpool ganhasse o primeiro lugar brincando.
Perdido em Marte
4.0 2,3K Assista AgoraAchei esse filme maravilhoso. Só não é melhor que o livro, que atinge níveis orgásmicos de hard science. As atuações também estão bem legais.
Enfim, é um filme que fala sobretudo da cooperação singular que existe dentro do trabalho científico, além da missão de salvar um astronauta perdido em outro planeta -- uma situação singular que com certeza despertaria a compaixão e senso de cooperação de qualquer ser humano normal. Enfim, tudo isso foi suficiente para ignorarmos a burocracia e a politicagem envolvida em operações que envolvem agências governamentais e ações internacionais.
Só não entendi por que teve tanta gente não gostando do filme, sob a alegação de que o roteiro deveria ter problematizado a relação EUA-China, ou que o filme pecou por mais uma vez colocar os americanos como os salvadores.
Cara, qual parte você não entendeu de que, na vida real, os programas espaciais mais bem-sucedidos são os dos americanos, chineses, e talvez o dos russos? Não cairia bem um fuckin' astronauta iraniano.
O Regresso
4.0 3,5K Assista AgoraQue filme incrível!
Em dúvida aqui sobre quem merecia mais um Oscar, Tom Hardy ou DiCaprio.
Instinto
3.8 202Um ótimo filme -- o que eu já sabia que seria ao ver Anthony Hopkins no elenco!
Resumidamente, Hopkin interpreta um antropólogo e primatólogo que é seduzido pelo modo de vida de um grupo de gorilas durante suas pesquisas de campo. Entretanto, a história começa com ele sendo preso, acusado de assassinato. O roteiro é todo construído em torno de mostrar por que houve o assassinato e qual a relação disso com a mudança de vida do cara.
Será que viver com gorilas o tornou mais violento? Selvagem?
Ao longo da história vemos que talvez seja o contrário. O Dr. Ethan Powel percebe que esses símios vivem de forma harmônica entre si e com o ambiente, explorando somente de forma sustentável etc. Em contrapartida, entende que o ser humano está longe desse equilíbrio, que foi perdido quando o ser humano deixou as savanas e outros ambientes naturais para construir cidades.
Sinteticamente, é esse o plot, o que permite a Powel fazer várias reflexões sobre como a psicologia do homem da cidade é diferente do homem "selvagem" e, logo, dos gorilas.
No entanto, uma coisa nessa história me incomodou: a ideia de que o homem era melhor quando vivia nas florestas e cavernas, e que os outros primatas mantém esse estilo mais harmonioso. Qualquer pesquisa desmente esse Mito do Bom Selvagem, que vez ou outra pula para fora da tumba de Rousseau e volta a nos iludir.
Arquivo X (5ª Temporada)
4.5 57 Assista AgoraArquivo X é uma das melhores séries que eu já vi. No momento, estou fazendo aquela limpa, revendo tudo pra começar tinindo a mais nova temporada.
O único problema da série é que ela segue a tradição dos anos 90, isto é, segue aquela estrutura de colocar um plot central com temporadas entremeadas de episódios que realmente importam junto com outros paralelos que não tem a ver com a coluna vertebral da história. Era uma maneira diferente de fazer séries, menos objetiva. Era um troço mais novelesco.
Mas mesmo assim, a trama UFO da série supera de longe os pontos negativas que surgem num ou outro episódio mirabolante.
2019: O Ano da Extinção
3.0 808O plot do filme é super original, pena que -- como muito filme com conceito bom por aí -- no final resumem tudo na ação. To começando a acreditar na dobradinha irmãos Spierig e Ethan Hawke, que também são responsáveis pelo excelente O Predestinado, baseado num conto de Robert Heinlein.
Em Daybreakers somos convidados a imaginar um mundo moldado por vampiros, não por humanos. Dá pra ver que alguns detalhes foram pensados. Como vampiros são alérgicos à radiação ultravioleta, o cotidiano funciona basicamente durante a noite. Os prédios, arranha-céus bizarros de grandes, são interligados por pontes-túneis. Tudo parece mais organizado, mais estruturado. As grandes corporações parecem também bem mais presentes no dia-a-dia.
Pense bem: se essas criaturas da noite fossem a espécie dominante, teríamos um mundo capitalista mais voraz, ou talvez com mais benefícios vindos dessa lógica de mercado, uma vez que teríamos mais disposição pra conduzir os business. O Estado também parece mais controlador -- pelo menos enxergando da ótima que o filme apresenta, com um poderoso aparato governamental de caça aos humanos, em parceria com empresas que tentam trabalhar na criação de sangue sintético, e outras que sequestram humanos e os mantém numa espécie de coma para roubar seu sangue -- uma espécie de versão vampiresca do trabalho escravo de criancinhas chinesas.
Esqueça a visão dos vampiros como criaturas mortas-vivas-demoníacas-desvairadas; nesse filme, vampiros se confudem com grandes homens de negócios, com gentlemen.
Mas esse universo "perfeito" tem um problema: o que fazer quando os humanos entrarem em extinção? Pois esse dia chegou.
Star Wars, Episódio VII: O Despertar da Força
4.3 3,1K Assista AgoraO Despertar da Força foi quaaase tudo que eu imaginei que seria.
Tivemos uma boa história que honrou bastante a trilogia original e deixou um pouco de lado aquele estilo for dummies inconfundível da trilogia mais recente.
A química entre os personagens foi inegável.
Saímos do vai-e-vem Sith-Jedi, mas sem eliminar a essência da saga que é os diferentes usos que diferentes grupos podem fazer da Força, inaugurando uma nova dicotomia, um novo vilão -- embora tudo isso remeta a antigas e clássicas questões.
Vimos rostos antigos, também vimos rostos novos e sábios -- e um antigo e também sábio, espera-se.
A fotografia também foi inegavelmente nota 10 -- pelo menos pra olhos leigos como os meus.
Tirei meio ponto na minha avaliação porque alguns pontos no filme me incomodaram, porém. Mas sei que esse foi só o primeiro de uma trilogia, então dá tempo de explorar tudo que não foi explorado nesse primeiro; dá tempo de ir clareando tudo que aconteceu entre os episódios VI e VII.
Mas vamos aos problemas (risco de SPOILERS leves):
1- O fuderoso Cavaleiro Ren que não passou de um leite com pêra. Esperava um vilão mais sombrio, talvez mais maduro. Mas o conflito interior foi interessante. Só achei a propaganda meio enganosa. Mas ok, tá valendo.
2- Jedis e não-jedis hábeis demais no combate com sabre. Nos outros filmes vimos que o treinamento jedi não requer só incremento da sabedoria, o aprimoramento da sensibilidade à Força, mas também de técnicas físicas, digamos assim. O manejo do sabre-de-luz é uma delas. Ser hábil nessa arma não é só uma questão de ter reflexos jedis, mas de saber a técnica do manejo da espada. Isso requer treino! Mas o que vemos é um cara que nem jedi é -- ou seja, sem reflexos acima do normal --, e uma garotinha que embora tenha o talento, nunca manejou uma coisa dessas, dando um baita de um trabalho para um cavaleiro sombrio que, até onde pude entender, recebeu pelo menos algum treinamento. Isso foi meio difícil de engolir, mas vou ser um bom fanboy e aguardar o que J. J. Abrams vai fazer com mais esse arco.
Sr. Sherlock Holmes
3.8 329 Assista AgoraQuando ouvi falar desse filme pela primeira vez, estava sendo anunciado como a história que mostraria a última investigação do personagem, aparentemente uma 'reinvestigação' de um caso que descobre não ter sido corretamente resolvido no passado.
Fiquei empolgado, mas no fundo sabia que isso traria mais do mesmo, só que um Sherlock Holmes idoso tendo que lidar com problemas de memória.
Mas na realidade o filme não é nada disso. Sim, tem alguma investigação, tem algo sobre um caso, mas o que acontece de mais importante ali é a investigação feito em si mesmo.
A plano de fundo da história, mostrando um universo em que tanto Sherlock Holmes existe, quanto o Sherlock personagem dos romances de Watson, dá base para nos questionarmos quem seria esse verdadeiro detetive, como seria a verdadeira pessoa por trás do ofício. Como um indivíduo que se define pelo seu intelecto estaria lidando com a velhice e os problemas cognitivos que vem de bônus?
A ideia do filme é ótima, mas achei que o roteiro poderia ter sido trabalhado para alcançar uma história mais ambiciosa. Um filme com ótimas atuações e uma fotografia digna do Condado poderia ter oferecido mais. Mas foi ótimo no que se propôs a fazer.
Missão: Impossível - Nação Secreta
3.7 805Bom filme de ação, mas perde por ser mais do mesmo da franquia Missão Impossível, que virou já quase uma série de tv; perde também pela falha dos alívios cômicos em algumas cenas e pelo aumento de suspensão de descrença que o fã tem que ter cada vez mais a cada novo filme.
Tomorrowland: Um Lugar Onde Nada é Impossível
3.2 738 Assista AgoraMuito legal, muito interessante, apesar de não oferecer nenhuma surpresa.
Além de ser um filme da Disney, que em si já faz a gente prever o plot e alguns detalhes, o mistério mais supremo anunciado pelo filme na verdade foi um anticlímax.
Por que diabos aquela menina, a gênia suprema que resolveria todos os problemas da humanidade e daquela realidade paralela futurista, no final das contas só teve que explodir a máquina dos táquions? Não precisa ter uma mente tão explosivamente genial pra cogitar a ideia de que a própria existência de uma previsão do futuro alteraria esse futuro, e é preciso ainda menos genialidade pra explodir a coisa. haha
Enfim, apesar desses pesares, o filme é bem interessante e bem feito, com um roteiro razoável.
A Incrível História de Adaline
3.7 1,5K Assista AgoraÉ um filme super simples, até um tanto previsível, mas essa ideia de trabalhar um personagem que aparentemente tem uma bênção, que na verdade é mais uma maldição, funcionou muito bem.
Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros
3.6 3,0K Assista AgoraJurassic Park é uma ficção científica bem família. Sempre foi. E eu gosto disso! Mas acho que esse filme perdeu um pouco porque parece ter querido ser atrativo até para famílias de raptores e T-Rex. Aí ficou PAIA.
Falling Skies (5ª Temporada)
3.3 79A série deu uma desandada, mas achei os personagens muito bons. A cumplicidade que os integrantes da 2º Mass construíram foi muito legal. Gostei da essência da coisa mais do que dos elementos de ficção em si. Mas vale a pena acompanhar as 5 temporadas.
Hannibal (3ª Temporada)
4.3 766 Assista AgoraTo aqui até agora tentando entender por que essa série foi cancelada.
Eu entendo quando as pessoas dizem que em certos momentos a relação Hannibal-Graham ficou muito densa, muito complicada, a ponto de não ter ficado claro. Mas tendo a pensar que isso não foi um defeito da série, mas sim o único modo de passar o que ela queria passar, mantendo a complexidade do pensamento envolvido nessa relação.
Sobre o que se trata Hannibal, a série? Não é sobre assassinatos, sobre violência, sobre serial killers malucos. Hannibal fala, essencialmente, sobre o poder da identificação. Dr. Lecter provavelmente é um psicopata. Mas psicopatas não são insanos. Eles sabem muito bem a diferença entre realidade e fantasia, o problema é a falta de internalização das regras morais, que por sua vez acarreta uma série de outros problemas. Enfim, ele é um sujeito singular, seja para o bem ou para o mal - ou para a amoralidade (?).
Quando surge Will Graham, outro sujeito extremamente peculiar em seu intelecto, há uma enigmática identificação entre ambos, e ambos começam a jogar um com o outro, até que não se percebe mais onde começa e termina Will, onde começa e termina Hannibal.
Enfim, parei. hahaha Favoritado. Série fechada com chave de ouro.
Hannibal (3ª Temporada)
4.3 766 Assista AgoraAté agora to meio sem entender se a série constrói uma narrativa um tanto diferente da dos filmes, apesar de fazer diversas referências claras a eles, ou se é mais fiel aos livros do Thomas Harris.
De qualquer forma, a série é espetacular por si mesma. A impassividade e extrema frieza do Hannibal, junto com o apetite intelectual e refinado que ele tem tanto pelo conhecimento em si quanto por entrar na mente das pessoas cria um contraste muito perturbador com a sede animalesca manifestada nos momentos de violência.
É como se ele fosse um felino e todo o resto fosse apenas um bando de antílopes, parte de seus refinados apetites gastronômicos.