A série é revolucionária por tratar de tabus culturais, além de ter uma ótima direção e produção. No entanto, achei decepcionante a forma como não é desenvolvida a história central. Parece ser tudo uma desculpa pra tratar de tabus. Ok, tratar de tabus é bom, estamos precisando, mas e a outra parte, a ficção científica?
Não achei o filme tãaao assustador não. Certamente cria um clima de tensão, afinal, são 8 pessoas contando suas experiências fantasmagóricas (na ausência de uma palavra melhor), seus pesadelos e experiências absolutamente reais (claro, qualquer "experiência" é sentida como real, independente de o que a gerou).
No entanto, o mérito do documentário é o seu formato - que para mim é inédito - e a abordagem que acaba levando para o público a semelhança que existem nesses quadros de paralisia do sono. A experiência parece variar pouco, mesmo considerando diferentes culturas, e é possível observar, através de relatos e pinturas, que muitas pessoas já passam pelo quadro há séculos. Geralmente o que se mostra diferente é a interpretação dada: alguns entendem como a aparição de uma sombra, outros, de demônios, ainda outros, de aliens.
Sério com o reconhecível toque de Shyamalan, que parece ter mostrado que recuperou a mão.
Por enquanto, estou dando nota 10 para o mistério que envolve a trama. Até algumas revelações surgirem através do próprio roteiro, o espectador fica completamente à deriva. Simplesmente não dá pra saber o que vai acontecer, o que está por trás do plot central.
Quanto à parte de ficção científica, ainda estou indeciso, mas por enquanto minha nota beira no máximo aos 8 pontos, o que não é uma avaliação ruim. A insistência que esses roteiros de ficção científica tem de colocar referências à
teoria da evolução como se funcionasse através de alguém que do nada nasce com uma característica radicalmente diferente, acaba dando no saco, porque além de ser um clichê roteirístico, é um clichê ERRADO sobre a evolução (e não venha com a desculpa de que é só entretenimento). Seres como aqueles demorariam muito mais do que dois mil anos pra serem moldados pela seleção. Porém, ainda conhecemos muito pouco sobre o elemento sci-fi da trama, então estou ainda dando a chance para que o roteiro não reforce certas explicações manjadas.
Acho que fiquei especialmente sensibilizado por esse filme porque é uma reedição dos faroestes - tanto em estética quanto em plot - e porque recentemente li Kenobi, livro sobre o início da vida do Obi Wan Kenobi em Tatooine, um planetinha desértico sem vergonha que também lembra muito o oeste americano, só que com robôs.
Young Ones é muito isso, e com uma trama que tenta alavancar um lado emocional que acho que não tem sucesso em suscitar o suficiente.
Mas acho que vale uma boa nota pela criatividade, pelas atuações e pela intenção do roteiro - e pelo saudosismo.
Primeiro assisti à série de mesmo nome, e aí me senti inspirado para ver o filme.
Ambos são comédias, mas o tom da série é bem mais sutil, talvez porque o serial killer seja mais horripilante, com suas lições intelectuais cínicas sobre a lógica sob a qual opera a mente de um psicopata frio e calculista.
É um daqueles roteiros redondos, que vão até onde a mão alcança, sem deixar pontas soltas ou explicações rocambólicas. Ainda se utiliza de elementos presentes atualmente na IA - como o Teste de Turing - e alguns dos enigmas mais instigantes da Filosofia da Mente. Favoritei.
Costumamos pensar no período da Guerra Fria demonizando um dos personagens envolvidos, ou os americanos ou os soviéticos. A verdade é que todos ali estavam na mesma situação, que é a guerra indecorosa para simplesmente vencer e contar a história.
E o que existe de mais indecoroso em estratégias militares do que a espionagem? A ideia de se infiltrar no território inimigo, plantar informações falsas, comprar aliados, capturar informações secretas. O cinema americano transformou isso em algo glamouroso, como se fosse uma perícia de americanos e ingleses, mas se coloque no lugar dos agentes envolvidos nesse jogo muitas vezes letal para eles mesmos.
Estabelecer uma família criada artificialmente, criar filhos como se fossem pais normais, viver com o segredo, ter uma vida dupla 24h. Acho que, acima de tudo, é esse lado humano que torna The Americans uma série tão interessante. Ela não demoniza nem diviniza ninguém, só conta a cama de gato e o caos que era esse período, em que uma informação fazia toda diferença entre uma paz tensa e uma hecatombe nuclear.
Convencer um grupo de pessoas de que elas estão indo para o espaço a fim de salvar a humanidade, e que terão possivelmente que passar gerações inteiras lá dentro, pra no final das contas tudo não passar de um experimento científico psicológico-eugenista-biológico mais antiético da História é muito foda.
O problema é que a potencialidade dessa história incrível, digna de um livro do Asimov foi totalmente cagada. Não sei se foi a perda de ritmo e coesão narrativa do fim da trama ou se foi a pressa de fazer tudo acontecer em três episódios de 1h30 cada. Só sei que esperava bem mais.
E aquele final Alguém me explica aquele final?! Se a série não tiver uma continuação, aquilo não faz sentido algum - elo menos pra mim ainda não fez!
O final foi tão destoante do decorrer da série que tive que tirar um ponto e meio só por isso. Que que foi isso? Mudou o diretor ou o roteirista no final? oO
TWD sempre foi uma série para além de meros mortos vivos grunhindo e caçando os vivos.
Dá pra perceber nitidamente o reflexo dos conflitos filosóficos nos personagens, principalmente o Rick. A mudança de personalidade que ele sofreu foi muito coerente e bem feita.
Pela primeira vez um programa sobre zumbis mostra detalhadamente as adaptações necessárias e naturais que o mundo sofreria, que os humanos sofreriam, diante da terra de ninguém que o planeta aparentemente se transformou.
Me surpreendi com o primeiro episódio, me surpreendi depois com o segundo.
Achei que a série fosse fraca, pois essas tentativas de misturar personagens quase nunca dá certo. Mas estou percebendo que tem um clima sombrio e de seriedade nessa série que me fez sentir vontade de prosseguir e ver no que dá. Fora as atuações que estão ótimas.
A única coisa que não me cheirou muito bem de cara foi a analogia entre Amon e Satã. Quando estavam relacionando a divindade egípcia com algo como os vampiros, tudo bem, podia ser legal, mas insistir nesse colonialismo cristão de demonizar crenças não-cristãs tá mó fora de moda.
To meio sem palavras pra explicar esse filme. É edificante na exposição realista que fez sobre Roger Ebert, com seus altos e baixos. Nunca vi um cara tão consciente, mesmo sobre a morte - tabu que acaba sendo excluído da vida, quando na verdade está incluído nela. Me lembrou muito a postura lúcida do Oliver Sacks, escritor e neurologista que padece de câncer terminal.
O último episódio não fez bem eu ficar revoltado, mas me fez entender que num cenário onde os indivíduos (e coalizões de indivíduos) fazem as regras, as coisas funcionam de modo diferente se pensarmos em nossa sociedade hoje, com um Estado mediando as relações através de leis e etc.
Numa comunidade onde as alianças e rivalidades tem um peso potencialmente letal 24 h por dia, ninguém pode marcar bobeira, não existe almoço grátis.
E isso me faz pensar em até que ponto pessoas desse tipo não seriam contaminadas pra indelevelmente por esse tipo de lógico, a ponto de não ser capaz de se readaptar a uma lógica mais pacífica, social, com um sistema funcionando e velando por todos, por assim dizer.
Assistindo a esses últimos episódios fiquei pensando sobre as diferenças fundamentais entre não só o cristianismo e o politeísmo nórdico, mas entre os cristãos e os nórdicos em si.
As visões que ambos tem sobre a estrutura da vida, sobre nosso papel e nosso destino deviam impactar diretamente no dia-a-dia desses caras. A julgar pela série, os nórdicos parecem ter um olhar de quem não se arrepende do que faz, de quem aceita as intempéries da vida, assim como as coisas boas que ela traz também. Talvez a religião deles e essa atitude sejam reflexos da vida difícil que eles levavam no norte europeu, com temperaturas extremas, escassez de comida etc. Vc acaba aprendendo a naturalizar o sofrimento e torná-lo parte indissociável da vida (bem diferente de hoje em dia, que tentamos afastar o sofrimento e a morte como se não fossem partes naturais da vida; ok, ninguém quer sofrer, todos tentam diminuir o sofrimento, mas hoje fazemos muito mais que isso: nós não o toleramos.)
O olhar cristão, por outro lado, é um olhar profundo também, mas de maneira diferente. Ele parece sempre estar pronto a pedir desculpa, a pedir pela misericórdia de alguém. Parece sempre preparado para sofrer. É um olhar diferente sobre a nossa relação com o sofrimento, sei lá. Os nórdicos parecem encarar o sofrimento quase com uma atitude desafiadora...irônica. O cristão encara o sofrimento....sofrendo. Não sei se a atitude cristã chega a ser mais sincera, ou se a nórdica colocava um certo orgulho pra camuflar a dor.
Não entendi a média baixa do filme. Merecia pelo menos um 4.
A história é meio enigmática, pois quase não tem diálogos e tudo fica no plano visual. O diretor tentou passar a tensão da trama através da trilha sonora e da direção de câmera feita como se quisesse retratar a visão da alienígena, conhecendo esse lugar misterioso (pra ela), com formas de vida que ela com certeza nunca viu, com as quais nunca interagiu.
Nesse sentido, a atuação da Scarlett é impecável. A poker face dela atesta bem que ela não é humana, mas que ao mesmo tempo tenta simular emoções humanas, diálogos humanos.
A trama em si foi realmente misterioso, dependendo muito da interpretação das pistas sugestivas.
Pelo que entendi, Scarlett parecia estar em missão, que talvez fosse capturar espécimes humanos para serem cobaias de pesquisas. Também pensei na hipótese de os capturados serem usados como uma espécie de fonte de vestuário, sendo suas peles a roupa que depois aliens vestiriam pra andar pela Terra - como a própria estava fazendo.
Esse plot mais geral serve de pano de fundo pra relação da alienígena com a condição dela de intrusa naquele lugar, conhecendo o mundo humano e as relações humanas, conhecendo a si mesma.
Não vi o filme, mas pelo que ouvi dizer, é cheio de falácias superficiais e maniqueístas sobre ateus serem maus, imorais, e cristãos serem os guardiões da moral, da bondade e da paz.
Enfim, um filme para coçar o ego de cristãos que querem sentir que o que fazem é o certo e que todo o resto está errado. Afinal, o Cristianismo foi sempre sobre isso, demonizar o que não é cristão, excluir aquilo que não está dentro de seu campo de realidade.
Esse filme merece duas estrelas: uma pelas atuações excelentes e outra pela história que é potencialmente muito boa.
Digo "potencialmente" porque além de terem modificado grosseiramente o que aconteceu originalmente, o filme foi tão arrastado e o roteiro tão fora do foco que foi difícil entender do que o filme se tratava até certa parte já depois da metade.
Essas críticas de esquerda acabam sendo tão reducionistas (no sentido pejorativo mesmo) quanto as que fizeram contra os filmes Tropa de Elite. O que American Sniper fez foi contar a história de mais um ingênuo redneck americano, com uma visão maniqueísta, que vai para a guerra achando que está do lado do bem, defendendo o mundo de um grande mal. Isso não é novidade, sendo um repeteco do espírito da propaganda dos Aliados na Segunda Guerra Mundial (apesar dos pesares, tenho certeza de que ninguém queria que Hitler ganhasse a guerra).
Clint Eastwood pode ser bitch do american dream, do americanismo, mas ainda assim é um ótimo diretor e o filme é perfeito tecnicamente, mesmo com um pano de fundo ideológico implícito, voluntário ou não.
E apesar disso ainda consegue ser bem diferente de outros filmes como White Down House, que é uma ação barata com propaganda tão idealizada do Tio que Sam que chega a ser grotescamente ingênua.
Sense8 (1ª Temporada)
4.4 2,1K Assista AgoraA série é revolucionária por tratar de tabus culturais, além de ter uma ótima direção e produção. No entanto, achei decepcionante a forma como não é desenvolvida a história central. Parece ser tudo uma desculpa pra tratar de tabus. Ok, tratar de tabus é bom, estamos precisando, mas e a outra parte, a ficção científica?
The Nightmare
2.9 126Não achei o filme tãaao assustador não. Certamente cria um clima de tensão, afinal, são 8 pessoas contando suas experiências fantasmagóricas (na ausência de uma palavra melhor), seus pesadelos e experiências absolutamente reais (claro, qualquer "experiência" é sentida como real, independente de o que a gerou).
No entanto, o mérito do documentário é o seu formato - que para mim é inédito - e a abordagem que acaba levando para o público a semelhança que existem nesses quadros de paralisia do sono. A experiência parece variar pouco, mesmo considerando diferentes culturas, e é possível observar, através de relatos e pinturas, que muitas pessoas já passam pelo quadro há séculos. Geralmente o que se mostra diferente é a interpretação dada: alguns entendem como a aparição de uma sombra, outros, de demônios, ainda outros, de aliens.
Enfim, acho que vale a pena assistir.
Wayward Pines (1ª Temporada)
3.8 203Sério com o reconhecível toque de Shyamalan, que parece ter mostrado que recuperou a mão.
Por enquanto, estou dando nota 10 para o mistério que envolve a trama. Até algumas revelações surgirem através do próprio roteiro, o espectador fica completamente à deriva. Simplesmente não dá pra saber o que vai acontecer, o que está por trás do plot central.
Quanto à parte de ficção científica, ainda estou indeciso, mas por enquanto minha nota beira no máximo aos 8 pontos, o que não é uma avaliação ruim. A insistência que esses roteiros de ficção científica tem de colocar referências à
teoria da evolução como se funcionasse através de alguém que do nada nasce com uma característica radicalmente diferente, acaba dando no saco, porque além de ser um clichê roteirístico, é um clichê ERRADO sobre a evolução (e não venha com a desculpa de que é só entretenimento). Seres como aqueles demorariam muito mais do que dois mil anos pra serem moldados pela seleção. Porém, ainda conhecemos muito pouco sobre o elemento sci-fi da trama, então estou ainda dando a chance para que o roteiro não reforce certas explicações manjadas.
Um Amor Sem Limites
2.9 5Matthew Broderick, do Curtindo a Vida a Doidado, já foi ninguém menos que Richard Feynman! oO
Os Mais Jovens
2.9 110 Assista AgoraAcho que fiquei especialmente sensibilizado por esse filme porque é uma reedição dos faroestes - tanto em estética quanto em plot - e porque recentemente li Kenobi, livro sobre o início da vida do Obi Wan Kenobi em Tatooine, um planetinha desértico sem vergonha que também lembra muito o oeste americano, só que com robôs.
Young Ones é muito isso, e com uma trama que tenta alavancar um lado emocional que acho que não tem sucesso em suscitar o suficiente.
Mas acho que vale uma boa nota pela criatividade, pelas atuações e pela intenção do roteiro - e pelo saudosismo.
Fargo: Uma Comédia de Erros
3.9 921 Assista AgoraPrimeiro assisti à série de mesmo nome, e aí me senti inspirado para ver o filme.
Ambos são comédias, mas o tom da série é bem mais sutil, talvez porque o serial killer seja mais horripilante, com suas lições intelectuais cínicas sobre a lógica sob a qual opera a mente de um psicopata frio e calculista.
Mas esse filme é excelente, com ótimas atuações.
Ex Machina: Instinto Artificial
3.9 2,0K Assista AgoraDefinitivamente não é só mais um filme de IA.
É um daqueles roteiros redondos, que vão até onde a mão alcança, sem deixar pontas soltas ou explicações rocambólicas. Ainda se utiliza de elementos presentes atualmente na IA - como o Teste de Turing - e alguns dos enigmas mais instigantes da Filosofia da Mente. Favoritei.
The Americans (1ª Temporada)
4.3 126 Assista AgoraCostumamos pensar no período da Guerra Fria demonizando um dos personagens envolvidos, ou os americanos ou os soviéticos. A verdade é que todos ali estavam na mesma situação, que é a guerra indecorosa para simplesmente vencer e contar a história.
E o que existe de mais indecoroso em estratégias militares do que a espionagem? A ideia de se infiltrar no território inimigo, plantar informações falsas, comprar aliados, capturar informações secretas. O cinema americano transformou isso em algo glamouroso, como se fosse uma perícia de americanos e ingleses, mas se coloque no lugar dos agentes envolvidos nesse jogo muitas vezes letal para eles mesmos.
Estabelecer uma família criada artificialmente, criar filhos como se fossem pais normais, viver com o segredo, ter uma vida dupla 24h. Acho que, acima de tudo, é esse lado humano que torna The Americans uma série tão interessante. Ela não demoniza nem diviniza ninguém, só conta a cama de gato e o caos que era esse período, em que uma informação fazia toda diferença entre uma paz tensa e uma hecatombe nuclear.
Ascensão
3.6 45Se, ao invés de humanos, tivéssemos drosófilas confinadas, essa série maravilhosa. Entendedores entenderão.
Ascensão
3.6 45Eu daria a nota máxima pra essa série só pelo plot.
Convencer um grupo de pessoas de que elas estão indo para o espaço a fim de salvar a humanidade, e que terão possivelmente que passar gerações inteiras lá dentro, pra no final das contas tudo não passar de um experimento científico psicológico-eugenista-biológico mais antiético da História é muito foda.
E aquele final Alguém me explica aquele final?! Se a série não tiver uma continuação, aquilo não faz sentido algum - elo menos pra mim ainda não fez!
Mestres da Ficção Científica
3.2 3Alguém tem o link pra download??
Dig (1ª Temporada)
3.5 18O final foi tão destoante do decorrer da série que tive que tirar um ponto e meio só por isso. Que que foi isso? Mudou o diretor ou o roteirista no final? oO
O Universo No Olhar
4.2 1,3KSempre acho esse tema
(do cientista cético que tem uma evidência de algo pós-morte)
The Walking Dead (5ª Temporada)
4.2 1,4K Assista AgoraTWD sempre foi uma série para além de meros mortos vivos grunhindo e caçando os vivos.
Dá pra perceber nitidamente o reflexo dos conflitos filosóficos nos personagens, principalmente o Rick. A mudança de personalidade que ele sofreu foi muito coerente e bem feita.
Pela primeira vez um programa sobre zumbis mostra detalhadamente as adaptações necessárias e naturais que o mundo sofreria, que os humanos sofreriam, diante da terra de ninguém que o planeta aparentemente se transformou.
Penny Dreadful (1ª Temporada)
4.3 1,0K Assista AgoraMe surpreendi com o primeiro episódio, me surpreendi depois com o segundo.
Achei que a série fosse fraca, pois essas tentativas de misturar personagens quase nunca dá certo. Mas estou percebendo que tem um clima sombrio e de seriedade nessa série que me fez sentir vontade de prosseguir e ver no que dá. Fora as atuações que estão ótimas.
A única coisa que não me cheirou muito bem de cara foi a analogia entre Amon e Satã. Quando estavam relacionando a divindade egípcia com algo como os vampiros, tudo bem, podia ser legal, mas insistir nesse colonialismo cristão de demonizar crenças não-cristãs tá mó fora de moda.
Life Itself - A Vida de Roger Ebert
4.2 40To meio sem palavras pra explicar esse filme. É edificante na exposição realista que fez sobre Roger Ebert, com seus altos e baixos. Nunca vi um cara tão consciente, mesmo sobre a morte - tabu que acaba sendo excluído da vida, quando na verdade está incluído nela. Me lembrou muito a postura lúcida do Oliver Sacks, escritor e neurologista que padece de câncer terminal.
The Walking Dead (5ª Temporada)
4.2 1,4K Assista AgoraEpisódio cheio de referência àquela teoria das janelas quebradas e ao lance do verniz social.
A loucura é como a gravidade: basta um empurrãozinho.
12 Monkeys (1ª Temporada)
4.0 131Só vai até o nono episódio mesmo?
The Walking Dead (5ª Temporada)
4.2 1,4K Assista AgoraO último episódio não fez bem eu ficar revoltado, mas me fez entender que num cenário onde os indivíduos (e coalizões de indivíduos) fazem as regras, as coisas funcionam de modo diferente se pensarmos em nossa sociedade hoje, com um Estado mediando as relações através de leis e etc.
Numa comunidade onde as alianças e rivalidades tem um peso potencialmente letal 24 h por dia, ninguém pode marcar bobeira, não existe almoço grátis.
E isso me faz pensar em até que ponto pessoas desse tipo não seriam contaminadas pra indelevelmente por esse tipo de lógico, a ponto de não ser capaz de se readaptar a uma lógica mais pacífica, social, com um sistema funcionando e velando por todos, por assim dizer.
Vikings (3ª Temporada)
4.4 465 Assista AgoraAssistindo a esses últimos episódios fiquei pensando sobre as diferenças fundamentais entre não só o cristianismo e o politeísmo nórdico, mas entre os cristãos e os nórdicos em si.
As visões que ambos tem sobre a estrutura da vida, sobre nosso papel e nosso destino deviam impactar diretamente no dia-a-dia desses caras. A julgar pela série, os nórdicos parecem ter um olhar de quem não se arrepende do que faz, de quem aceita as intempéries da vida, assim como as coisas boas que ela traz também. Talvez a religião deles e essa atitude sejam reflexos da vida difícil que eles levavam no norte europeu, com temperaturas extremas, escassez de comida etc. Vc acaba aprendendo a naturalizar o sofrimento e torná-lo parte indissociável da vida (bem diferente de hoje em dia, que tentamos afastar o sofrimento e a morte como se não fossem partes naturais da vida; ok, ninguém quer sofrer, todos tentam diminuir o sofrimento, mas hoje fazemos muito mais que isso: nós não o toleramos.)
O olhar cristão, por outro lado, é um olhar profundo também, mas de maneira diferente. Ele parece sempre estar pronto a pedir desculpa, a pedir pela misericórdia de alguém. Parece sempre preparado para sofrer. É um olhar diferente sobre a nossa relação com o sofrimento, sei lá. Os nórdicos parecem encarar o sofrimento quase com uma atitude desafiadora...irônica. O cristão encara o sofrimento....sofrendo. Não sei se a atitude cristã chega a ser mais sincera, ou se a nórdica colocava um certo orgulho pra camuflar a dor.
Enfim, só viajando aqui. kk
Sob a Pele
3.2 1,4K Assista AgoraNão entendi a média baixa do filme. Merecia pelo menos um 4.
A história é meio enigmática, pois quase não tem diálogos e tudo fica no plano visual. O diretor tentou passar a tensão da trama através da trilha sonora e da direção de câmera feita como se quisesse retratar a visão da alienígena, conhecendo esse lugar misterioso (pra ela), com formas de vida que ela com certeza nunca viu, com as quais nunca interagiu.
Nesse sentido, a atuação da Scarlett é impecável. A poker face dela atesta bem que ela não é humana, mas que ao mesmo tempo tenta simular emoções humanas, diálogos humanos.
A trama em si foi realmente misterioso, dependendo muito da interpretação das pistas sugestivas.
Pelo que entendi, Scarlett parecia estar em missão, que talvez fosse capturar espécimes humanos para serem cobaias de pesquisas. Também pensei na hipótese de os capturados serem usados como uma espécie de fonte de vestuário, sendo suas peles a roupa que depois aliens vestiriam pra andar pela Terra - como a própria estava fazendo.
Esse plot mais geral serve de pano de fundo pra relação da alienígena com a condição dela de intrusa naquele lugar, conhecendo o mundo humano e as relações humanas, conhecendo a si mesma.
E no final tem o "sob a pele" mais literal, quando ela tira a pele.
Deus Não Está Morto
2.8 1,4K Assista AgoraNão vi o filme, mas pelo que ouvi dizer, é cheio de falácias superficiais e maniqueístas sobre ateus serem maus, imorais, e cristãos serem os guardiões da moral, da bondade e da paz.
Enfim, um filme para coçar o ego de cristãos que querem sentir que o que fazem é o certo e que todo o resto está errado. Afinal, o Cristianismo foi sempre sobre isso, demonizar o que não é cristão, excluir aquilo que não está dentro de seu campo de realidade.
Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo
3.3 808 Assista AgoraEsse filme merece duas estrelas: uma pelas atuações excelentes e outra pela história que é potencialmente muito boa.
Digo "potencialmente" porque além de terem modificado grosseiramente o que aconteceu originalmente, o filme foi tão arrastado e o roteiro tão fora do foco que foi difícil entender do que o filme se tratava até certa parte já depois da metade.
Sniper Americano
3.6 1,9K Assista AgoraEssas críticas de esquerda acabam sendo tão reducionistas (no sentido pejorativo mesmo) quanto as que fizeram contra os filmes Tropa de Elite. O que American Sniper fez foi contar a história de mais um ingênuo redneck americano, com uma visão maniqueísta, que vai para a guerra achando que está do lado do bem, defendendo o mundo de um grande mal. Isso não é novidade, sendo um repeteco do espírito da propaganda dos Aliados na Segunda Guerra Mundial (apesar dos pesares, tenho certeza de que ninguém queria que Hitler ganhasse a guerra).
Clint Eastwood pode ser bitch do american dream, do americanismo, mas ainda assim é um ótimo diretor e o filme é perfeito tecnicamente, mesmo com um pano de fundo ideológico implícito, voluntário ou não.
E apesar disso ainda consegue ser bem diferente de outros filmes como White Down House, que é uma ação barata com propaganda tão idealizada do Tio que Sam que chega a ser grotescamente ingênua.