Um dos filmes mais gentis que assisti recentemente, com a grande qualidade de não ter pressa e de não querer impressionar por qualidades técnicas e sim, somente pela estória.
Há varias obras que já foram transcritas para o Cinema várias vezes, em gerações separadas por décadas. Eu não sei se essa versão de 1925 é a primeira a ser filmada, provavelmente sim, e conta com produção primorosa e atuações que conseguem reduzir a espalhafatosa movimentação dos filmes de terror do Cinema Mudo. Tem uma curiosa inserção cômica, que eu idem não sei se está no livro.
Excelente leitura/versão de Steven Spielberg, com produção, fotografia e coreografias primorosas (e lembrando que não é uma refilmagem do filme de 1959, e sim que as duas obras são baseadas na mesma peça da Broadway). Duas horas e meia deve afugentar muita gente, mas é a estória completa a ser contada.
Primeiro gostaria de pedir perdão aos figurinistas e à Direção de arte pelo trabalho impecável. Segundo dizer que talvez eu já esteja maduro demais para acreditar em contos de fadas. Terceiro e finalmente, dizer que foi um suplício assistir a essa coletânea infindável de todos os clichês possíveis com direito a
A estória é um achado para todas as gags possíveis que só Keaton sabia criar na época, culminando com a tradicional sequencia de fuga incessante que aparece em boa parte dos filmes dele, recheada de muita criatividade (e perigo). Infelizmente, algumas piadas racistas (que eu até então não havia visto nos filmes de Keaton), além de um ator com black mask.
Jane Campion tem um timing único de condução de um filme (e que deve afastar muito o grande público), lento, que observa tudo de longe, econômico nas palavras, e que nessa estória coube perfeitamente. A figura central não é Phil, é o esquálido Peter, um gênio do crime, um psicopata perfeito.
Por que é o melhor filme que concorreu ao Oscar 2023? (e absurdamente perdeu os principais prêmios para um filminho de Sessão da Tarde) 1º- Tem como tema a música clássica e disserta sobre em grande parte da obra; 2º- Tem como fundo uma das minhas obras prediletas, a 5ª Sinfonia de Mahler; 3º- Levanta questões absolutamente pertinentes ao mundo atual; o poder da mídia eletrônica em "cancelar alguém"; a discussão entre vida pessoal x obra do autor; 4º- Tem um diálogo espetacular onde a maestro (desse jeito mesmo) chama a atenção de um rapaz que não está interessando em Bach por ele ser "branco, hetero e europeu", e ela mostra o que diabos isso tem a ver com a música. 5º- Absoluta direção, som, cenografia e absurda Cate Blanchett.
Para quem estava acostumado ao Murnau de "Nosferatu", aqui nos mostra uma outra faceta nessa maravilhosamente bem dirigida tragicomédia, que tanto é uma crítica ao capitalismo e ao status, mas também que se rende a ele. O epílogo
Dirigido com eficiência com o propósito de emocionar, nesse fascinante relato das campeãs Venus e Serena Williams, e daquele que deve ser Top 10 das pessoas mais obstinadas do mundo, o Sr Richard Williams. Confesso que cheguei a suar pelos olhos.
1º- Absolutamente ridículo esse título caça-níquel nacional, que vai completamente ao contrário do teor do documentário; 2º- Excelente filme, consegue unir como poucos, didatismo e contemplação, em uma junção perfeita de narração, trilha sonora e imagens.
"Ah, vou fazer uma obra poética e nostálgica", desde que isso signifique poesia do 5º ano do fundamental, diálogos e sequências absolutamente tolas, uma edição irregular e nostalgia para 0,001% da humanidade: quem é de Belfast (vou dar uma colher de chá e abranger toda a Irlanda do Norte). Junte a isso um protagonista mirim com uma péssima atuação. Ganha algum crédito pela fotografia.
Eu fico na dúvida se a direção deveria ser do Aronofsky ousado de "Pi" e "Requiem para um Sonho", ou do Aronofsky, ainda ousado, mas comedido de "O Lutador" e "Cisne Negro", mas o que acontece em "A Baleia" é que não há uma entrega total e escorrega várias vezes naquilo que tenta o tempo todo: não cair na pieguice. Por isso a atuação laureada de Brendan Fraser merece ser citada, ele próprio é o que mais se esforça em não transformar tudo em um melodrama digno de filmes da tarde. Eu sinceramente, esperava mais ousadia, na verdade, esperava um show de horrores, uma decadência humana ao nível extremo, Aronofsky ficou me devendo...acho que ao querer se negar, o diretor vem perdendo a mão.
Se fossemos fazer uma lista dos melhores filmes baseada nos Pecados Capitais, "Ouro e Maldição" era forte concorrente à Cobiça e a Avareza. Tudo começa com uma descompromissada venda de um bilhete de loteria e após um sucesso inicial, uma torrente de tragédias, que culminam na espetacular sequencia final no Vale da Morte. Que direção impecável de Von Stronheim!
Documentário bastante contemplativo, mas que mostra uma grande verdade: ambientalistas precisam de mais ação e menos mídia e no caso dos três envolvidos, são totalmente o primeiro caso, fazendo o seu trabalho quase amadoristicamente (mas com profissionalismo) em uma pocilga de Nova Delhi (é o segundo documentário que vejo que se passa na India, e novamente o flagrante de quão sujo é aquele país), sem arroubos sentimentalistas, apenas constatação.
Um jovem Eisenstein repleto de ideias, já exibindo a sua genialidade, principalmente no quesito edição, porque mesmo que muitos cineastas já exibiam técnicas avançadas (como Griffith e Gance), as ideias do cineasta soviético são únicas e incomparáveis. (espetacular as sequências onde fotos tomam animação instantânea). Uma direção difícil, repleta de extras, que apesar de alguns naturais escorregões (a clássica onde um dos mortos no massacre dá uma olhada para ver se está tudo bem), mas compreensível para a época e para uma obra desse tamanho.
Alexander Navalny é um youtubber/tik toker/influencer 2.0: ele não mede esforços em arriscar a própria vida para atingir a tal sonhada "milhões de visualizações" e realmente leva isso a sério e diga-se de passagem, apesar de alguns lances de puro marketing digital, ele me parece realmente sincero (e corajoso, que o diga Prigozhin, entre tantos outros). O tema é interessante, mas foi conduzido por uma direção extremamente burocrática.
O cinema mudo ia chegando ao seu ápice (na verdade essa fantástica produção rivalizaria com muitas das aventuras do cinema sonoro), com Douglas Fairbanks Jr semi-nu em 90% do filme (era um dos maiores sex simbols daquela época), e sequencias absolutamente deslumbrantes. Um marco do cinema aventura.
Para quem não conhece, é uma grande (grande também no sentido literal, são quase 4h de duração) introdução à Bollywood, como todos os elementos clássicos do cinema indiano, a história de adversidade→fracasso→superação→redenção, recheado de momentos musicais (alguns com mais de 8 minutos de duração!).
O que me chamou a atenção, além da simpática história, é sem dúvida a direção e produção impecáveis, sem dever nada ao seu par mais famoso, Hollywood.
Bastante divertido, e embora o roteiro não seja um primor de criatividade, não atrapalha de forma alguma. Achei muito interessante a inserção (principalmente nas sequencias de lutas) de animação tradicional (ou ao menos o digital imitando essa animação) e até mesmo de stop motion.
Épico bem ao gosto de Gance, com 4h e meia de duração, que por fim cansam, porém com tantas invenções cinematográficas que se percebem as diversas influências sobre os grandes cineastas que viriam nas décadas seguintes (há vários enquadramentos que seriam vistos nas obras de Hitchcock, Kubrick e arriscaria até na de Eisenstein).
A história é uma tragédia completa, mas encerra sua agonia com a redenção de seu protagonista, sob as espetaculares tomadas no Mont Blanc.
Britânico até a medula e com toques de Kafka (na sua obsessão pelos labirintos da burocracia sem resultados práticos), o filme é de Bill Nighy, com sua contida performance de poucos gestos e falas, em um filme que é apenas bom, lhe falta uma entrega e sinceridade maiores. Não assisti o original de Kurosawa.
Mesmo que seja inferior às grandes obras de Keaton, com suas gags alongadas um pouco demais e o final piegas, mesmo assim, não poderia faltar uma sequência antológica: a viagem de ida em um trem primitivo (que está mais para uma carroça a vapor do que um trem). E o cinema é maravilhoso: um filme de 100 anos atrás que recria uma época 100 anos anterior a sua.
Três filmes que concorreram ao último Oscar fizeram homenagem/menção ao Cinema: o sensível "Império da Luz" de Sam Mendes, mais centrado na experiência como espectador, e dois sobre o Cinema em si, o irregular e espalhafatoso "Babilônia" de Damien Chazelle e o aqui explanado "Os Fabelmans" de Spielberg. Nenhum deles conseguiu ser a altura do tema, e no filme de Spielberg, falta algo a mais, podem ser as atuações fracas, ( Michelle Williams está particularmente irritante e Paul Dano nunca conseguiu se livrar do seu personagem em "Sangue Negro"). Tem alguns bons momentos, mas nunca empolga, estive de certa forma tentado a "passar pra frente". Mas sejamos educados, há uma cena fantástica, justamente a última, com Spielberg seguindo o conselho de nada mais nada menos que John Ford (personificado por sua vez, por nada mais nada menos que David Lynch)
Década de 1920, "A década de Ouro", onde uma burguesia cada vez mais rica era cercada por uma nobreza decadente, mas sem perder a pose. O Conde Karamzin, (muito bem encenado por Stromheim), não tem escrúpulos de usar o seu charme e lábia para ganhar vantagem tanto de mulheres da alta sociedade, da própria serviçal e até de uma mulher com aparente infantilidade, além de ser um grande covarde. Interessante por mostrar aspectos daquela época e pela regularidade da narrativa.
Marcel a Concha de Sapatos
3.8 103 Assista AgoraUm dos filmes mais gentis que assisti recentemente, com a grande qualidade de não ter pressa e de não querer impressionar por qualidades técnicas e sim, somente pela estória.
O Fantasma da Ópera
3.9 82 Assista AgoraHá varias obras que já foram transcritas para o Cinema várias vezes, em gerações separadas por décadas. Eu não sei se essa versão de 1925 é a primeira a ser filmada, provavelmente sim, e conta com produção primorosa e atuações que conseguem reduzir a espalhafatosa movimentação dos filmes de terror do Cinema Mudo. Tem uma curiosa inserção cômica, que eu idem não sei se está no livro.
Amor, Sublime Amor
3.4 355 Assista AgoraExcelente leitura/versão de Steven Spielberg, com produção, fotografia e coreografias primorosas (e lembrando que não é uma refilmagem do filme de 1959, e sim que as duas obras são baseadas na mesma peça da Broadway). Duas horas e meia deve afugentar muita gente, mas é a estória completa a ser contada.
Sra. Harris vai a Paris
3.6 92 Assista AgoraPrimeiro gostaria de pedir perdão aos figurinistas e à Direção de arte pelo trabalho impecável. Segundo dizer que talvez eu já esteja maduro demais para acreditar em contos de fadas. Terceiro e finalmente, dizer que foi um suplício assistir a essa coletânea infindável de todos os clichês possíveis com direito a
(aviso o spoiler pelo bom funcionamento das regras, mas não precisar, todos saberiam o final) final ultra-mega-hiper-super feliz.
O botão de >> chegou a perder a tinta.
Sete Oportunidades
4.1 62A estória é um achado para todas as gags possíveis que só Keaton sabia criar na época, culminando com a tradicional sequencia de fuga incessante que aparece em boa parte dos filmes dele, recheada de muita criatividade (e perigo). Infelizmente, algumas piadas racistas (que eu até então não havia visto nos filmes de Keaton), além de um ator com black mask.
Ataque dos Cães
3.7 932Jane Campion tem um timing único de condução de um filme (e que deve afastar muito o grande público), lento, que observa tudo de longe, econômico nas palavras, e que nessa estória coube perfeitamente. A figura central não é Phil, é o esquálido Peter, um gênio do crime, um psicopata perfeito.
Tár
3.8 393 Assista AgoraPor que é o melhor filme que concorreu ao Oscar 2023? (e absurdamente perdeu os principais prêmios para um filminho de Sessão da Tarde)
1º- Tem como tema a música clássica e disserta sobre em grande parte da obra;
2º- Tem como fundo uma das minhas obras prediletas, a 5ª Sinfonia de Mahler;
3º- Levanta questões absolutamente pertinentes ao mundo atual; o poder da mídia eletrônica em "cancelar alguém"; a discussão entre vida pessoal x obra do autor;
4º- Tem um diálogo espetacular onde a maestro (desse jeito mesmo) chama a atenção de um rapaz que não está interessando em Bach por ele ser "branco, hetero e europeu", e ela mostra o que diabos isso tem a ver com a música.
5º- Absoluta direção, som, cenografia e absurda Cate Blanchett.
A Última Gargalhada
4.2 102 Assista AgoraPara quem estava acostumado ao Murnau de "Nosferatu", aqui nos mostra uma outra faceta nessa maravilhosamente bem dirigida tragicomédia, que tanto é uma crítica ao capitalismo e ao status, mas também que se rende a ele. O epílogo
ultra feliz, não deve ser tomado como literal, é mais um (como tantos outros) dos devaneios de sucesso, admiração e respeito do porteiro
King Richard: Criando Campeãs
3.8 408Dirigido com eficiência com o propósito de emocionar, nesse fascinante relato das campeãs Venus e Serena Williams, e daquele que deve ser Top 10 das pessoas mais obstinadas do mundo, o Sr Richard Williams. Confesso que cheguei a suar pelos olhos.
Vulcões: A Tragédia de Katia e Maurice Krafft
3.9 68 Assista Agora1º- Absolutamente ridículo esse título caça-níquel nacional, que vai completamente ao contrário do teor do documentário;
2º- Excelente filme, consegue unir como poucos, didatismo e contemplação, em uma junção perfeita de narração, trilha sonora e imagens.
Belfast
3.5 291 Assista Agora"Ah, vou fazer uma obra poética e nostálgica", desde que isso signifique poesia do 5º ano do fundamental, diálogos e sequências absolutamente tolas, uma edição irregular e nostalgia para 0,001% da humanidade: quem é de Belfast (vou dar uma colher de chá e abranger toda a Irlanda do Norte). Junte a isso um protagonista mirim com uma péssima atuação. Ganha algum crédito pela fotografia.
A Baleia
4.0 1,0K Assista AgoraEu fico na dúvida se a direção deveria ser do Aronofsky ousado de "Pi" e "Requiem para um Sonho", ou do Aronofsky, ainda ousado, mas comedido de "O Lutador" e "Cisne Negro", mas o que acontece em "A Baleia" é que não há uma entrega total e escorrega várias vezes naquilo que tenta o tempo todo: não cair na pieguice. Por isso a atuação laureada de Brendan Fraser merece ser citada, ele próprio é o que mais se esforça em não transformar tudo em um melodrama digno de filmes da tarde. Eu sinceramente, esperava mais ousadia, na verdade, esperava um show de horrores, uma decadência humana ao nível extremo, Aronofsky ficou me devendo...acho que ao querer se negar, o diretor vem perdendo a mão.
Ouro e Maldição
4.1 32 Assista AgoraSe fossemos fazer uma lista dos melhores filmes baseada nos Pecados Capitais, "Ouro e Maldição" era forte concorrente à Cobiça e a Avareza. Tudo começa com uma descompromissada venda de um bilhete de loteria e após um sucesso inicial, uma torrente de tragédias, que culminam na espetacular sequencia final no Vale da Morte. Que direção impecável de Von Stronheim!
Tudo o que Respira
3.2 38 Assista AgoraDocumentário bastante contemplativo, mas que mostra uma grande verdade: ambientalistas precisam de mais ação e menos mídia e no caso dos três envolvidos, são totalmente o primeiro caso, fazendo o seu trabalho quase amadoristicamente (mas com profissionalismo) em uma pocilga de Nova Delhi (é o segundo documentário que vejo que se passa na India, e novamente o flagrante de quão sujo é aquele país), sem arroubos sentimentalistas, apenas constatação.
A Greve
4.1 62 Assista AgoraUm jovem Eisenstein repleto de ideias, já exibindo a sua genialidade, principalmente no quesito edição, porque mesmo que muitos cineastas já exibiam técnicas avançadas (como Griffith e Gance), as ideias do cineasta soviético são únicas e incomparáveis. (espetacular as sequências onde fotos tomam animação instantânea). Uma direção difícil, repleta de extras, que apesar de alguns naturais escorregões (a clássica onde um dos mortos no massacre dá uma olhada para ver se está tudo bem), mas compreensível para a época e para uma obra desse tamanho.
Navalny
3.5 54 Assista AgoraAlexander Navalny é um youtubber/tik toker/influencer 2.0: ele não mede esforços em arriscar a própria vida para atingir a tal sonhada "milhões de visualizações" e realmente leva isso a sério e diga-se de passagem, apesar de alguns lances de puro marketing digital, ele me parece realmente sincero (e corajoso, que o diga Prigozhin, entre tantos outros). O tema é interessante, mas foi conduzido por uma direção extremamente burocrática.
O Ladrão de Bagdá
3.9 37 Assista AgoraO cinema mudo ia chegando ao seu ápice (na verdade essa fantástica produção rivalizaria com muitas das aventuras do cinema sonoro), com Douglas Fairbanks Jr semi-nu em 90% do filme (era um dos maiores sex simbols daquela época), e sequencias absolutamente deslumbrantes. Um marco do cinema aventura.
Lagaan: Era uma Vez na Índia
3.9 41Para quem não conhece, é uma grande (grande também no sentido literal, são quase 4h de duração) introdução à Bollywood, como todos os elementos clássicos do cinema indiano, a história de adversidade→fracasso→superação→redenção, recheado de momentos musicais (alguns com mais de 8 minutos de duração!).
O que me chamou a atenção, além da simpática história, é sem dúvida a direção e produção impecáveis, sem dever nada ao seu par mais famoso, Hollywood.
Gato de Botas 2: O Último Pedido
4.1 450 Assista AgoraBastante divertido, e embora o roteiro não seja um primor de criatividade, não atrapalha de forma alguma. Achei muito interessante a inserção (principalmente nas sequencias de lutas) de animação tradicional (ou ao menos o digital imitando essa animação) e até mesmo de stop motion.
A Roda
3.7 26Épico bem ao gosto de Gance, com 4h e meia de duração, que por fim cansam, porém com tantas invenções cinematográficas que se percebem as diversas influências sobre os grandes cineastas que viriam nas décadas seguintes (há vários enquadramentos que seriam vistos nas obras de Hitchcock, Kubrick e arriscaria até na de Eisenstein).
A história é uma tragédia completa, mas encerra sua agonia com a redenção de seu protagonista, sob as espetaculares tomadas no Mont Blanc.
Viver
3.3 75Britânico até a medula e com toques de Kafka (na sua obsessão pelos labirintos da burocracia sem resultados práticos), o filme é de Bill Nighy, com sua contida performance de poucos gestos e falas, em um filme que é apenas bom, lhe falta uma entrega e sinceridade maiores. Não assisti o original de Kurosawa.
Nossa Hospitalidade
4.2 53 Assista AgoraMesmo que seja inferior às grandes obras de Keaton, com suas gags alongadas um pouco demais e o final piegas, mesmo assim, não poderia faltar uma sequência antológica: a viagem de ida em um trem primitivo (que está mais para uma carroça a vapor do que um trem). E o cinema é maravilhoso: um filme de 100 anos atrás que recria uma época 100 anos anterior a sua.
Os Fabelmans
4.0 388Três filmes que concorreram ao último Oscar fizeram homenagem/menção ao Cinema: o sensível "Império da Luz" de Sam Mendes, mais centrado na experiência como espectador, e dois sobre o Cinema em si, o irregular e espalhafatoso "Babilônia" de Damien Chazelle e o aqui explanado "Os Fabelmans" de Spielberg. Nenhum deles conseguiu ser a altura do tema, e no filme de Spielberg, falta algo a mais, podem ser as atuações fracas, ( Michelle Williams está particularmente irritante e Paul Dano nunca conseguiu se livrar do seu personagem em "Sangue Negro"). Tem alguns bons momentos, mas nunca empolga, estive de certa forma tentado a "passar pra frente".
Mas sejamos educados, há uma cena fantástica, justamente a última, com Spielberg seguindo o conselho de nada mais nada menos que John Ford (personificado por sua vez, por nada mais nada menos que David Lynch)
Esposas Ingênuas
3.4 27 Assista AgoraDécada de 1920, "A década de Ouro", onde uma burguesia cada vez mais rica era cercada por uma nobreza decadente, mas sem perder a pose. O Conde Karamzin, (muito bem encenado por Stromheim), não tem escrúpulos de usar o seu charme e lábia para ganhar vantagem tanto de mulheres da alta sociedade, da própria serviçal e até de uma mulher com aparente infantilidade, além de ser um grande covarde. Interessante por mostrar aspectos daquela época e pela regularidade da narrativa.